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Doenças Glomerulares: Classificação e Fisiopatologia

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1 Bioquímica – Vitor Benincá 
 
 
 
GLOMÉRULO 
Os glomérulos consistem em uma rede de 
capilares que se unem e são revestidos por duas 
camadas de epitélio 
Epitélio visceral (composto por podócitos): uma 
porção intrínseca da parede capilar 
Epitélio parietal reveste o espaço de Bowman, 
que recebe o primeiro ultrafiltrado plasmático 
 
 
Doenças Glomerulares 
Classificadas em: 
Primária → causada por alterações no 
próprio glomérulo 
Secundária → causas fora do glomérulo 
que acabam provocando alterações no 
glomérulo. Geralmente inflamatória/imune 
Hereditária 
Agudas → 
Crônicas → 
 
 
 
 
 
 
 
FISIOPATOLOGIA 
Muito associado a doenças infecciosas, 
autoimune ou hipersensibilidade 
 
Primária → Aumento dos imunocomplexos 
circulantes (causa variada). Com isso, há a 
deposição de imunocomplexos subendoteliais. 
Esse depósito causa inflamação → atração de 
Glomerulonefrites 
 
2 Bioquímica – Vitor Benincá 
células inflamatórias (neutrófilos, por exemplo, 
possuem substâncias que podem lesar as 
estruturas glomerulares). Portanto, doenças 
autoimunes podem ser entendidas como 
nefrotóxicas. 
 
 
Secundária 
 
LESÃO DE PODÓCITOS 
Quando a destruição é superior à restauração, 
devido a inflamação descontrolada, causa fibrose 
→ membrana espessada possui alterações na 
permeabilidade 
 
AC, complemento, proteínas, citocinas e toxinas 
promovem destruição dos podócitos provocando 
a passagem de proteínas. 
 
 
 
 
 
 
Síndrome Nefrótica 
Geralmente mais crônica 
Complexo quadro clínico que inclui: 
Proteinúria maciça, com perda diária de 3,5 g de 
proteínas na urina ou mais (em adultos) 
Hipoalbuminemia (níveis plasmáticos de 
albumina menores que 3 g/dL) 
Edema generalizado 
Hiperlipidemia e lipidúria 
Diversas causas que compartilham uma 
fisiopatologia comum 
Desarranjo nas paredes dos capilares do 
glomérulo que resulta em aumento da 
permeabilidade a proteínas plasmáticas 
Qualquer aumento na permeabilidade, resultante 
de alterações estruturais ou físico-químicas da 
MBG, permite que as proteínas escapem do 
plasma para o filtrado glomerular 
Com a proteinúria de longa duração ou severa, a 
albumina sérica estará reduzida, resultando em 
hipoalbuminemia e em queda na pressão 
plasmática coloidosmótica 
 
Fígado tenta produzir mais proteínas 
compensatórias e produz lipoproteínas 
(hiperlipidemia) 
 
 
3 Bioquímica – Vitor Benincá 
Nefropatia membranosa é causada por uma 
resposta autoimune, a maioria frequentemente 
direcionada contra receptores da fosfolipase A2 
Dos podócitos; é caracterizada por depósitos 
subepiteliais granulares de AC causando 
espessamento da MBG, perda de pedicelos e 
infiltrado inflamatório ausente ou discreto; a 
doença frequentemente é resistente à terapia de 
corticosteroide 
A GNMP é causada pela deposição de 
imunocomplexos; a doença de depósito denso é 
uma consequência de falhas no sistema 
complemento. 
 
Síndrome Nefrítica 
Início usualmente agudo, caracterizada por: 
Hematúria com eritrócitos dismórficos e 
cilindros hemáticos na urina 
Algum grau de oligúria e azotemia 
Hipertensão 
Proteinúria e edema podem estar presentes, 
mas geralmente não são severos como na 
síndrome nefrótica 
Pode ser produzida por doenças sistêmicas 
(LES), ou ser secundária à doença glomerular 
primária (GN pós-infecciosa aguda) 
 
 
 
Lesões causadas por proliferação de células 
dentro do glomérulo, frequentemente 
acompanhada por infiltrado leucocitário 
inflamatório 
A reação inflamatória lesa gravemente as 
paredes dos capilares, permitindo que o sangue 
passe para a urina e induzindo alterações 
hemodinâmicas que levam à redução da TFG 
A TFG reduzida é manifestada clinicamente por 
oligúria, retenção de fluidos e azotemia. Pois a 
infiltração e proliferação celular serve como um 
“bloqueio” 
A hipertensão é provavelmente o resultado da 
retenção de fluidos e algum aumento na 
liberação de renina a partir do rim isquêmico 
 
A mais comum causa é a lesão glomerular 
imunomediada, em que as lesões são 
caracterizadas por alterações proliferativas e 
infiltrado leucocitário 
A glomerulonefrite pós-infecciosa aguda, 
geralmente, ocorre após infecção estreptocócica 
em crianças e adultos jovens, mas pode também 
ocorrer em consequência de infecções por muitos 
outros microrganismos; é causada por deposição 
de imunocomplexos, principalmente nos espaços 
subepiteliais, com reação neutrofílica e 
proliferação de células glomerulares. A maioria 
afeta crianças em recuperação; o prognóstico é 
pior nos adultos. 
A nefropatia por IgA, caracterizada por depósitos 
mesangiais de imunocomplexos contendo IgA, é 
considerada a maior causa mundial de síndrome 
nefrítica; é também causa comum de hematúria 
recorrente; normalmente afeta crianças e jovens 
adultos e possui curso clínico variável 
Nefrite hereditária (síndrome de Alport) é 
causada por mutações nos genes que codificam 
o colágeno da MBG, manifestando-se com 
hematúria e proteinúria lentamente progressiva e 
declínio da função renal; à microscopia óptica, os 
glomérulos, inicialmente, não apresentam 
alterações, que aparecem na fase tardia da 
doença. 
 
 
 
 
 
4 Bioquímica – Vitor Benincá 
Glomerulonefrite Rapidamente Progressiva 
(GNRP) 
Síndrome clínica com redução de mais de 50% 
da TFG em poucos meses 
Não é uma forma etiológica específica de GN 
Caracterizada por perda progressiva da função 
renal, com achados laboratoriais típicos de 
síndrome nefrítica e, frequentemente, oligúria 
grave 
Se não tratada, leva à morte por insuficiência 
renal dentro de um período de semanas a meses 
 
PROTEINÚRIA 
Proteínas de PM maiores que o da albumina (66 
KDa) são retidas pelo glomérulo sadio (proteínas 
de PM alto) 
Proteínas de PM baixo também ficam retidas em 
quantidade significativa 
A excreção urinária normal é inferior a 150 mg 
em 24 h (50 a 60% de albumina, proteínas 
menores e secretadas pelos túbulos renais) 
O aparecimento de quantidades superiores deve 
ser investigado 
Se a infecção for prolongada, há cicatrização 
(fibrose) que dificulta a passagem → diminuição 
do volume urinário

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