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Antidiabéticos orais - Moises Lopes Atm 24

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MOISÉS MOREIRA LOPES ATM24 FURG 1 
 
Antidiabéticos orais 
Considerações gerais 
Os objetivos do tratamento para diabetes são: 
• Manter a glicemia de jejum < 100mg/dL 
• Manter a glicemia pós-prandial < 140mg/dL 
• Manter a hemoglobina glicada (Hb A1c) < 6-7% 
No entanto, no tratamento de um paciente diabético não se deve focar apenas na 
glicemia, mas também no seu perfil lipídico e peso, porque mais de 80% dos pacientes 
diabéticos têm Síndrome Metabólica e porque há fármacos que melhoram a glicemia, mas 
aumentam o peso e pioram o perfil lipídico. 
OBS! Octeto Ameaçador que leva à hiperglicemia: 
• Deficiência de insulina 
• Deficiência de incretinas 
• Aumento do glucagon 
• Aumento da reabsorção renal de glicose 
• Aumento da lipólise 
• Aumento da gliconeogênese 
• Diminuição da captação periférica (muscular) de glicose 
• Disfunção de neurotransmissores 
Há 5 grupos de fármacos para o tratamento do diabetes: 
1. Secretagogos de insulina: estimulam a secreção de insulina 
2. Potencializadores de insulina: potencializam o efeito da insulina nos receptores 
3. Inibidores da Alfa-Glicosidase intestinal: retardam a absorção de carboidratos 
no tubo digestivo. 
4. Inibidores da SGLT2: inibem a reabsorção de glicose no rim 
5. Insulina e análogos à insulina; 
Antidiabéticos orais (ADOS) 
 Secretagogos de insulina 
 Glicose independentes 
São fármacos que estimulam a liberação de insulina agindo diretamente sobre a 
célula β fechando canais de K+ ATP dependentes, resultando na despolarização da célula 
e na entrada de Ca2+, que estimula a carboxipeptidase a clivar a pró-insulina em insulina 
ativa e peptídeo C. Também reduzem a concentração de glucagon no sangue, aumentando 
a ligação da insulina aos tecidos alvo. Variam no sítio de ligação no receptor da célula β, 
por isso possuem efeitos diferenciados (mais lento, mais prolongado, etc). 
 
 
MOISÉS MOREIRA LOPES ATM24 FURG 2 
 
Sulfonilureias 
• Representantes: 
o 1o geração: Tolbutamida, tolazamida, clorpropamida e acetoexamida. 
▪ Não mais utilziadas 
o 2o geração: 
▪ Glibenclamida: Começa a agir 2h após a ingestão e tem meia-vida de 
4-6h, por isso causa menos hipoglicemia. 
• É a única sulfoniluréia disponível pelo SUS, mas não deveria ser 
usada porque diminui o pré-condicionamento isquêmico 
cardíaco (formação de circulação colateral no coração), 
aumentando a chance de morte em um infarto. 
▪ Glipizina: Não utilizada 
▪ Glimeperida e glicazida: Sulfas de 3ª geração, são melhores do ponto 
de vista cardiovascular pois não impedem o pré-condionamento 
isquêmico cardíaco e reduzem os radicais livres; são as sulfoniluréias 
mais indicadas. 
• Mecanismo de ação: Estimulam a secreção de insulina pelo pâncreas. 
o Elas fecham os canais de K+ dependentes de ATP presentes na célula β do 
pâncreas. Como consequência, haverá despolarização da membrana e 
abertura de canais de Ca2+v, resultando em influxo de Ca2+ e liberação de 
insulina pré-formada. 
 
• Uso clinico: São utilizadas para controle da hiperglicemia em pacientes com DM2 
que não respondem satisfatoriamente à dieta; 
• Efeitos adversos: 
o Ganho de peso: Aumento atividade insulina no tecido adiposo: 
▪ Mais apropriadas para pacientes não obesos. 
 
MOISÉS MOREIRA LOPES ATM24 FURG 3 
 
o Podem causar hipoglicemia e hiperinsulinemia, a qual pode ser grave e 
prolongada; 
o Indivíduos que omitem refeições, idosos e pacientes com insuficiência renal, 
hepática ou cardíaca são suscetíveis à hipoglicemia, devendo-se, nesses 
casos, utilizar outra classe de antidiabético ou insulina 
Glinidas 
Estão praticamente fora do mercado por serem mais caras que as sulfas e 
apresentarem menor poder em reduzir a glicemia, apesar de terem menores efeitos 
colaterais. 
• Representantes: Repaglinida, Nateglinida 
 Glicose dependentes 
São drogas que dependem da elevação da glicemia para agirem, evitando a 
hipoglicemia. 
OBS! GLP1 (glucagon 1): O GLP1 é um peptídeo produzido pela célula L no íleo quando 
este recebe: carboidratos. Tem como função ajudar no metabolismo da glicose estimulando 
a síntese e secreção de insulina, bloqueando a liberação de glucagon, lentificando o 
esvaziamento gástrico e dando a sensação de saciedade. Porém, dura apenas 90 
segundos na corrente sanguínea antes que uma molécula de DPPIV (DPP4), uma enzima 
produzida pelo tecido adiposo, una-se a ele inativando-o. No diabetes, há uma diminuição 
do GLP1 e um aumento da DPPIV, fazendo com que o paciente sinta menos saciedade e 
prejudicando a liberação de insulina. 
Agonistas do receptor de GLP1 
São drogas injetáveis que mimetizam o GLP1 mas são resistentes à DPPIV. Foram 
o primeiro grupo de medicamentos antidiabéticos que contribuiu para a perda de peso, 
ajudando na Síndrome Metabólica. 
• Representantes: 
o Exanatide: Injetável, 2x ao dia. Byetta LAR/Bydureon → injetável, 1x por 
semana. 
o Liraglutide: Injetável, 1x ao dia. 
o Lixezenatide: Injetável, 1x ao dia. 
• Mecanismo de ação: são drogas antidiabéticas que agem aumentando a função 
das incretinas para obter maior nível de insulina sanguínea. 
o Incretinas são hormônios liberados pelo intestino, após a ingestão de 
glicose por via oral que promovem: 
▪ Liberação pós-prandial de insulina. 
▪ Suprimem a secreção de glucagon pelas células do pâncreas; 
▪ Retardam o esvaziamento gástrico (diminuindo a velocidade de 
entrada dos nutrientes na circulação); 
▪ Membrana plasmática: células endoteliais dos 
 
MOISÉS MOREIRA LOPES ATM24 FURG 4 
 
• Uso clinico: É usado para tratar diabetes mellitus tipo 2 quando dieta e exercícios 
sozinhos não são suficientes para o controle da glicemia. 
• Efeitos adversos: Distúrbios gastrointestinais 
Inibidores da DPP-4 
São fármacos que inibem a DPP-4 (dipeptidil peptidase), enzima que degrada o GLP-1 
• Representantes: Sitagliptina, Vildagliptina, Saxagliptina, Linagliptina, 
• Mecanismo de ação: São inibidores seletivos da DPP-IV, a enzima plasmática que 
rapidamente inativa os hormônios circulantes da incretina, como GLP-1. 
Aumentando os níveis de Incretinas 
• Uso clinico: É usado para tratar diabetes mellitus tipo 2 quando dieta e exercícios 
sozinhos não são suficientes para o controle da glicemia. 
o Vantagens: Uso por VO e 3 a 4x mais barato. 
o Desvantagem: Não atuam no peso 
• Efeitos adversos: Podem causar, em alguns pacientes, dor articular, podendo ser 
severa e incapacitante 
Potencializadores de insulina 
Biguanidas 
• Representantes: Metformina, única biguanida atualmente disponível no Brasil. 
• Mecanismo de ação: Ativam a AMPPK (proteinocinase dependente de AMP), 
bloqueando a degradação dos ácidos graxos e inibindo a gliconeogênese e a 
glicogenólise hepáticas. Os efeitos secundários incluem aumento da sinalização da 
insulina (isto é, atividade aumentada do receptor de insulina), bem como aumento 
da responsividade metabólica do fígado e do músculo esquelético. 
o Reduzem a produção hepática de glicose (gliconeogênese), a qual encontra-
se aumentada no diabetes do tipo 2; 
o Aumentam a captação de glicose no músculo esquelético,ou seja, reduz a 
resistência à insulina; 
o Reduzem a absorção de carboidratos; 
o Reduz a hiperlipidemia (reduz LDL e VLDL); 
• Farmacocinética: É bem absorvida por via oral, não se liga a proteínas plasmáticas 
e não é biotransformada. A eliminação é por via renal; 
• Uso clinico: Por não estimular o apetite é o fármaco de primeira escolha para 
pacientes com diabetes tipo 2 que são obesos; 
• Efeitos adversos: 
o Distúrbios gastrointestinais: Relacionados com a dose (anorexia, diarréia, 
náusea), os quais são normalmente transitórios; 
o Contraindicado para pacientes com insuficiência renal, hepática, cardíaca e 
respiratória;o Pode levar a acidose lática (raro). 
 
 
MOISÉS MOREIRA LOPES ATM24 FURG 5 
 
Tiazolidinediona (glitazonas) 
• Representantes: Pioglitazona, única tiazolidinediona comercializada no Brasil. 
o Efeito análogo à metformina (sem hipoglicemias, evita a gliconeogênese, 
favorece a captação de glicose no músculo, aumenta a eficácia da insulina 
endógena em até 30%) 
• Mecanismo de ação: As TZD são agonistas do receptor de hormônio nuclear, o 
receptor- ativado por proliferador peroxissômico (PPAR ). 
o PPAR atua como heterodímero com o receptor retinóide X para ativar a 
transcrição de um subgrupo de genes envolvidos no metabolismo da glicose 
e dos lipídios. 
o Uma teoria formulada sugere que as alterações mediadas por TZD/PPAR na 
expressão dos genes dos adipócitos resultam em mudanças no metabolismo 
das gorduras que alteram o ambiente metabólico dos hepatócitos e das 
células musculares, aumentando, em última análise, a sensibilidade desses 
tecidos à insulina. 
• Uso clinico: Pacientes com DM2 
• Efeitos adversos: 
• Ganho de peso e retenção hídrica; 
• Pode precipitar ou piorar insuficiência cardíaca; maior risco de doenças 
cardiovasculares; 
• Em decorrência dos graves episódios de hepatoxicidade causadas por outras 
glitazonas, recomenda-se fazer testes de função hepática regularmente; 
• A terapia não deve ser iniciada caso o paciente apresente hepatopatia ativa 
ou aumento de transaminases; 
Inibidores da α-Glicosidase 
A α-glicosidase é uma enzima intestinal envolvida com a absorção de carboidratos. 
São medicamentos que estão saindo do mercado. 
• Representantes: Acarbose e Miglitol (apenas nos EUA) 
• Mecanismo de ação: Inibem as enzimas a-glicosidases presentes na borda em 
escova do intestino, responsáveis pela hidrólise de amido e dissacarídeos em 
glicose. Logo, diminuem, a absorção de carboidratos, reduzindo os níveis 
plasmáticos pós-prandial da glicose nos pacientes com DM2; 
o Não estimula a produção de insulina pelo pâncreas, nem reforça a ação do 
hormônio nos tecidos periféricos; 
• Uso clinico: Utilizada em pacientes portadores de diabetes tipo 2 cuja doença não 
é controlada de forma adequada com a dieta e sem outros agentes; 
• Efeitos adversos: Flatulência, diarréia e dor abdominal 
 
 
 
MOISÉS MOREIRA LOPES ATM24 FURG 6 
 
Inibidores de sglt2 
Os SGLT são transportadores de sódio e glicose presentes nos túbulos renais 
responsáveis por reabsorver a glicose, sendo o tipo 2 responsável por 90% dessa 
reabsorção e localizando-se no túbulo proximal. O SGLT1 responde pelos outros 10% e 
está presente no túbulo distal e também no intestino. 
Filtramos aproximadamente 180g de glicose por dia e com esse medicamento 
conseguimos urinar cerca de 80g, diminuindo drasticamente a glicemia, a pressão arterial 
(em razão da água que excretamos junto com a glicose) e o peso do paciente (1,5-
2kg/mês). A contra-indicação são os idosos maiores de 75 anos, pelo risco de desidratação. 
Todo paciente em uso desse medicamento deve ser orientado a beber bastante água. 
• Representantes: Dapagliflozina, Empagliflozina e Canagliflozina (atua tanto em 
SGLT1 quanto em SGLT2)

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