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Farmacologia do Trato Gastrointestinal

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FARMACOLOGIA DO TRATO GASTRINTESTINAL 
- Geralmente, os tratamentos realizados são para: 
Úlcera péptica: ferida que se desenvolve na mucosa do esôfago, estômago ou intestino delgado. 
RGE: doença digestiva em que o ácido do estômago ou a bile voltam pelo esôfago, causando irritação na 
mucosa do tubo alimentar. 
Gastroparesia: condição que afeta os músculos do estômago e impede o esvaziamento adequado desse 
órgão. 
Constipação: estado produzido por alteração do trânsito intestinal, gerando retenção das fezes ou 
dificuldade na sua evacuação 
Diarreia: aumento da quantidade e frequência das evacuações e diminuição da consistência das fezes, 
apresentando algumas vezes muco e sangue (disenteria). 
Síndrome do cólon irritável: uma associação de sintomas, que consistem mais frequentemente de dor 
abdominal, estufamento, constipação ("intestino preso") e diarreia. 
Doença inflamatória intestinal: inflamação contínua da totalidade ou parte do trato digestivo. 
 ESTÔMAGO 
Células Parietais: secretam H+ (proveniente da reação → 
CO2 + H20 < [anidrase carbônica] > H2CO3 <-> HCO3
- [sangue] + 
H+) pelo anti-porte do transportador H+/K+ATPase. O K+ no 
interior da célula sai da mesma por meio de transportadores 
específicos deixando a células mais negativa, devido a maior 
presença de Cl- proveniente de um antiporte com HCO3
-. O 
Cl-, por sua vez, devido a esse aumento de negatividade 
também sai da célula para o lúmen via transportadores 
específicos. Com H+ e Cl- no lúmen, ocorre interação iônica e 
ligação dos mesmos formando a molécula de HCl. 
 
A regulação dessa secreção de HCl se dá por via NEURAL onde a liberação de Ach pelos neurônios 
entéricos (SNA parassimpático) estimula as células parietais e células ECL (tipo enterocromafim), via 
PARÁCRINA onde a histamina liberada pelas ECL estimula as células parietais e via HUMORAL onde o 
peptídeo liberador de gastrina (GRP) estimula liberação de gastrina pelas células G que então estimula 
ascélulas parietais. Portanto quando se quer inibir a liberação de HCl pode diminuir liberação de Ach, inibir 
as células ECL, inibir as células G e também inibir a própria célula parietal. 
Fossetas/Criptas/Fovéolas Gástricas que 
apresentam uma mucosa formada por 
epitélio cilíndrico simples. 
 
A “contra-regulação” acontece quando a presença de HCl no antro estomacal induz a produção de 
somatostatinas pelas células D que então inibem a secreção de gastrina pelas células G desestimulando 
então a secreção de HCl pelas células parietais. Além disso, fisiologicamente, também há diminuição da 
liberação de HCl pela atuação da camada de mucina e do bicarbonato liberado pelas células mucosas 
(função protetiva) e das prostaglandinas que também aumentam a secreção de muco e bicarbonato e 
aumenta fluxo sanguíneo. 
 
A liberação desse HCl possui duas vias de sinalização que induzem sua liberação: a dependente de Ca+2 
(gastrina e Ach acoplados a proteína Gq, ativando via IP3/Ca2+ e ativando PLC) e a dependente de AMPc 
(histamina acoplado a proteína Gs aumentando [AMPc] e ativando PKA). A somatostatina e 
prostaglandinas são acoplados a proteína Gi, diminuindo [AMPc] e inibindo PKA. 
 
As condições que requerem a diminuição dessa secreção gástrica são a gastrite, úlcera péptica, DRGE, 
Síndrome de Zollinger Ellison (produção exacerbada de gastrina) e lesões na mucosa relacionadas ao 
estresse. Em relação a gastrite e ulcera péptica, ela pode ser gástrica ou ainda duodenal e ocorre devido 
ao aumento da secreção de HCl e pepsina, infecção por H. pylori e até mesmo pelo uso de alguns 
fármacos (ex. AINEs). 
FÁRMACOS ULCEROGÊNICOS 
- Xantinas (teofilina, aminofilina, cafeína): inibem a fosfodiesterase fazendo com que haja aumento de 
AMPc. 
- AINES (antiinflamatórios não esteroidais): inibem a COX e assim diminuem a produção de 
prostaglandinas e logo torna defeituosa seus mecanismos de proteção. Seletivos (COX-2, ação pró-
inflamatória) ou não-seletivo (COX-1, constitutiva com efeito citoprotetor, e COX-2, sua inibição causa 
gastrite e úlceras, por exemplo). 
- Glicocorticoides: inibem a fosfolipase A2 e assim diminuem a produção de prostaglandinas e logo torna 
defeituosa seus mecanismos de proteção. 
- Álcool: estimula a secreção de gastrina e inibe a secreção de muco. 
REFLUXO GASTROESOFÁGICO: frequentemente associado ao relaxamento inapropriado do esfíncter 
esofágico inferior, que permite que o conteúdo ácido se dirija ao esôfago, 
FÁRMACOS ANTIÁCIDOS 
São bases fracas que neutralizam o HCl no momento e não influenciam na diminuição deste. Podem inibir 
a atividade da pepsina em pH intragástrico maior que 5 e estimular a produção de prostaglandinas. 
- Bicarbonato de Sódio: NaH2CO3 + HCl <-> NaCl + CO2 + H2O, onde o gás carbônico formado pode 
causar distensão e flatulências e o cloreto de sódio é absorvido, podendo gerar retenção de líquidos. 
- Carbonato de Cálcio: CaCO3 + 2HCl <-> CaCl2 + CO2 + H2O, onde o gás carbônico também poder causar 
distensão e flatulências. 
- Hidróxido de Magnésio e Hidróxido de Alumínio: Al(OH)3 + 3HCl <-> AlCl3+ 3H2O, onde o AlCl3 pode 
causar constipação. 
 Mg(OH)2 + 2HCl <-> MgCl2+ 2H2O, onde o MgCl2 não 
absorvido pode causar diarreia. 
Obs. Normalmente são administrados juntos (diarreia e constipação se “anulam”) e deve-se ter cuidado com o 
paciente com insuficiência renal. E todos os antiácidos podem afetar a absorção de outros fármacos pois podem se 
ligar a eles ou simplesmente por aumentar o pH acaba interferindo no processo de dissolução e solubilidade. 
FÁRMACOS ANTI-SECRETORES 
Inibem a secreção basal e a estimulada após ingestão alimentar e pode ser utilizado para promover 
supressão noturna para tratamento de úlcera uma vez que neste período há jejum e produção de HCl. 
- Cimetidina, Ranitidina, Famotidina, Nizatidina: são antagonistas dos receptores H2 (histamina). Sofrem 
metabolismo hepático e é excretado pela urina e pode ser administrado via oral, intramuscular e 
intravenosa. Tem como efeitos adversos diarreia, cefaleia, tontura e fadiga (principalmente com 
cimetidina). Uso: ulcera péptica, DRGE, profilaxia de ulcera de estresse. 
A Cimetidina inibe irreversivelmente enzimas do citocromo P450 interferindo do metabolismo de varfarina 
(anticoagulante), antidepressivos tricíclicos e benzodiazepínicos (ansiedade). Seu uso prolongado também 
pode promoverginecomastia e galactorreia, inclusive em homens. A tolerância a esses fármacos pode 
causar hipergastrinemia. Administração IV durante 30 minutos, não em blocos pois causa bradicardia. 
- Omeprazol, Pantoprazol, Rabeprazol, Dexlansoprazol, Esomeprazol e Lansoprazol: são inibidores na 
bomba de próton de forma irreversível e seu efeito dura de 24h-48h até que ocorra a síntese de uma nova 
bomba. São os supressores mais eficazes da secreção gástrica. 
São pró-fármacos ativados no pH ácido dos canalículos das células parietais e devem ser ingeridos 1h 
antes das refeições (desjejum ou jantar), normalmente dose única de preferência de manhã. Formulações 
apresentam revestimento entérico (prevenir a degradação no lúmen gástrico). 
Crianças, pacientes com disfagia ou sonda enteral: as cápsulas podem ser abertas e dissolvidas em suco 
de laranja ou maçã (ácidos). 
Usos terapêuticos: Úlceras (H. pylori, AINEs, sangramento), Refluxo (Não – erosivo, erosivo e 
complicações extra esofágicas do refluxo, como tosse crônica, asma, laringite e dor torácica não cardíaca) 
e síndrome de Zollinger – Ellison. 
Omeprazol em pó + bicarbonato: proteção do fármaco. A co-administração com outros supressores da 
secreção ácida pode diminuir a eficácia. São amplamente metabolizados no fígado. Supressão máxima de 
secreção ácida obtida após 2-5 dias de tratamento. T1/2: 0,5-2 h. 
Obs. Uso de inibidores da bomba é mais eficaz que antagonista de receptor H2 no tratamento de DRGE, úlcera 
duodenal e erradicação do H. pylori. 
 Evolução no tratamentoda DRGE: 
 
 Interações Medicamentosas 
Omeprazol (inibe CYP2C19 e induz CYP1A2) + Clopidogrel (anti-agregante plaquetário ativado por 
CYP2C19): aumento do risco cardiovascular (infarto do miocárdio), por redução na eficácia do clopidogrel 
como preventivo de eventos aterotrombóticos. Considerar o uso do pantoprazol, caso um inibidor da 
bomba de prótons seja necessário, devido à menor atividade inibidora de CYP2C19, ou AAS 
Podem alterar a absorção de fármacos que dependem do pH gástrico como o cetoconazol e o atanavir. 
Efeitos adversos dos inibidores da bomba de próton: náuseas, vômitos, cefaléias, flatulências, dores 
abdominais, risco de infecções respiratórias e intestinais, diminuição da absorção de B12 (demências) e 
minerais (grave após 2 anos de uso, principalmente), estudos sobre aumento do risco de IAM. 
FÁRMACOS CITOPROTETORES 
- Misoprostol: análogo a prostaglandinas tendo então efeito protetivo pelo fato de diminuir a secreção 
gástrica e aumentar a produção de muco e bicarbonato e aumenta o fluxo sanguíneo. 
Usos terapêuticos para prevenção da lesão por AINEs, por exemplo. É administrado de 3-4 vezes/dia e 
apresenta T1/2: 20-40 min. 
Seus efeitos adversos podem ser diarreia e possui contraindicações para gestantes (gera espasmos 
uterino e induzir aborto espontâneo) e paciente com doença inflamatória intestinal. 
 
- Sucralfato: é um sal de alumínio de octassulfato de sacarose. Em pH ácido forma um gel viscoso que 
adere as células epiteliais e ao fundo da úlcera além de estimular a produção de prostaglandinas. 
Deve ser tomado 1h antes das refeições, tem duração de ação de 6h. É utilizado para o tratamento de 
úlcera de estresse (administração por tubo nasogástrico). Seus efeitos adversos são constipação e podem 
inibir a absorção de outros fármacos 
FÁRMACOS PRÓCINÉTICOS 
Responsáveis pelo aumento da motilidade do TGI e são indicados para gastroparesia, enjoo, retardo do 
esvaziamento do pós-operatório, pseudo-obstrução intestinal crônica e constipação. 
 
- Betanecol (Agonista muscarínico de ação direta) e Neostigmina (Agonista muscarínico de ação indireta – 
anticolinesterásicos): atua de forma a aumentar a contração das musculaturas lisas do TGI. São utilizados 
para o tratamento de atonia gástrica, íleo paralítico, por exemplo. 
Apresenta contraindicações em pacientes com asma, hipertireoidismo, insuficiência coronariana e doenças 
acidopépticas. Seus efeitos adversos são rubor, bradicardia, cólicas, diarreia, náuseas, vômitos, salivação, 
cefaleia e dificuldade de acomodação visual, por não serem seletivos ao TGI. 
Obs. São poucos utilizados devido aos seus efeitos adversos. 
 - Domperidona, Metoclopamida, Bromoprida (antagonistas D2): aumentam a motilidade, o esvaziamento 
gástrico, o tônus do EEI e também auxilia no alivio dos vômitos (bloqueio dos receptores na zona de 
gatilho quimiorreceptora). São utilizados para a DRGE (bromoprida), gastroparesia (domperidona e 
metoclopramida), dispepsia funcional - sensação de desconforto digestivo (domperidona) e em síndromes 
de dismotilidades intestinal (bromprida e metoclopramida), por exemplo. Tem por efeitos adversos 
ansiedade, agitação, insônia e até sintomas semelhantes aos parkinsonismo. 
Agentes 
Colinérgicos
Antagonistas 
do receptor D2
Agonistas do 
receptor 5-HT4
Agonistas do 
receptor de 
motilina
- Metoclopramida (agonistas 5-HT4): aumentam a motilidade, o esvaziamento gástrico, o tônus do EEI. 
Usados para refluxo e melhorar náuseas e vômitos nas síndromes de motilidade intestinal. Efeitos 
adversos: ansiedade, insônia, agitação, sintomas semelhantes ao parkinsonismo 
- Eritromicina e análogos (agonista do receptor de motilina): usado para o tratamento de gastroparesia 
diabética e apresenta efeitos adversos como a tolerância e também possui uso limitado devido a sua ação 
antibiótica. Motilina: hormônio do TGI envolvido na motilidade do estômago e intestino delgado. 
- Trimebutina: Ação moduladora sensorial da função contrátil gastrointestinal (anti-espasmódico e pró-
cinético, a depender da tendência da pessoa), aumenta esvaziamento gástrico, ação analgésica (agonista 
dos receptores opióides μ, k, δ dos plexos intramurais). Usos terapêuticos: odinofagia por RGE, cólica por 
espasmo, síndrome do cólon irritável e exames (ex: endoscopia). Sem relatos de efeitos adversos e 
interações medicamentosas ainda. Uso antes das refeições e não ingerir bebida alcoólica 
ANTIEMÉTICOS E ANTINAUSEANTES 
As náuseas são mediadas pelo SNA e o Vômito é o reflexo protetor coordenado pelo centro do vômito. 
Ocorrem através de estímulos que podem ser: 
 Zona de gatilho quimiorreceptora: rica em receptores D2, 5-HT3 (serotonina) e de opióides; 
 Córtex cerebral e sistema límbico em resposta a estímulos sensoriais, estresse e dor; 
 Sistema vestibular em resposta a movimentos: rico em receptores muscarínicos e H1; 
 Estímulos periféricos de órgãos viscerais e vasculatura. 
 
- Domperidona, Metoclopramida, Clorpromazina, Levopromazina, Haloperidol e Droperidol (antagonistas 
dopaminérgicos): promove bloqueio dos receptores na zona de gatilho quimiorreceptora (efeito 
antiemético), bloqueio dos receptores periféricos (efeito procinético). Uso em náusea por quimioterapia, 
náusea pôs operatória, náusea de origem infecciosa ou medicamentosa. Podem produzir sedação, 
cefaléia, efeito extrapiramidais 
- Ondansetrona, Granisetrona, Dolasetrona, Palonosetrona e Tropisetrona (antagonista do receptor 5-
HT3 - serotonina): efeito central antiemético e efeito periférico procinético. Usos terapêuticos em náuseas 
por quimioterapia ou radioterapia e pós-operatórias. Tem como efeitos adversos cefaleia, constipação, 
tontura e prolongamento do intervalo QT (ondansetron a e dolansetrona). 
- Aprepitanto, Fosaprepitanto, Netupitant e Rolapitant (antagonista do receptor de neurocinina – NK1): não 
possuem efeitos sobre os receptores de dopamina e serotonina. Apresenta fadiga, tontura, constipação, 
diarreia e cefaleias como efeitos adversos. 
Obs. Promove inibição da CYP3A4 tento interação medicamentosa, principalmente com glicocorticoide. 
- Prometazina, Meclizina, Difenidramina e Dimenidrinato (antagonistas do receptor H1): uso terapêutico 
para êmese pós-operatória e para cinetose. Apresenta sedação, xerostomia, ciclopegia, confusão mental e 
tontura como efeitos adversos. 
- Escopolamina (antagonista muscarínico): efeito central antiemético e é utilizado para cinetose. 
- Dronabinol/ Tetrahidrocanabinol (agonista do receptor canabinoides – CB1): Pode ser sintetizado ou 
extraído da maconha, efeito de 1ª passagem: F= 20% e metabolização hepática gera metabólitos ativos. 
Uso VO exclusivo profilático para pacientes em quimioterapia, com aumento do apetite. Apresenta 
taquicardia, hiperemia conjuntival, alteração de humor, alucinações e xerostomia como efeitos adversos. 
- Agonistas benzodiazepínicos: usado por seus efeitos sedativos e vômitos por ansiedade. 
 
 
 INTESTINO 
É o componente mais longo do trato digestivo. 
É o sítio terminal da digestão dos alimentos, absorção dos produtos da 
digestão e secreção de hormônios. 
Intestino Grosso = responsável pela absorção de água. 
- Constipação: estado produzido por alteração do trânsito intestinal, 
gerando retenção das fezes ou dificuldade na sua evacuação 
- Diarreia: aumento da quantidade e frequência das evacuações e 
diminuição da consistência das fezes, apresentando algumas vezes 
muco e sangue (disenteria). Ocorre perda de H20 e eletrólitos. 
ANTIDIARREICOS 
A diarreia pode ser osmótica ou secretória a partir da ação de vírus, bactérias e protozoários e pode 
ocorrer devido a um aumento da motilidade intestinal como acontece na síndrome do cólon irritável. Tenta-
se primeiro reposição de água e eletrólitos e alteração da dieta antes de medidas farmacológicas. 
A terapia tem por objetivo prevenir a desidratação e depleção de eletrólitos e em reduzir a frequência de 
evacuações. 
- Bismuto: apresenta efeitoanti-secretor, anti-inflamatório e antimicrobiano apesar de seu mecanismo de 
ação não ser totalmente conhecido. Usos terapêuticos na diarréia do viajante e úlcera associada a 
infecção por H. pylori. Tem efeito adverso de escurecimento das fezes, sendo preocupante por não ver 
fezes com sangue vivo (anemia ferropriva). 
- Lorepamida, Difenoxilato (opióides): diminuem a motilidade intestinal e também a secreção. Não se deve 
utilizar em caso de febre e diarreia com sangue e tem efeitos adversos de cefaleia, tontura, flatulências e 
náuseas. Lorepamida não ultrapassa barreira hemato-encefálica. 
OBS: opióide não é analgésico, age no SNC fazendo com que o indivíduo perca a noção de importância 
do mundo, sabe que está com dor, mas isso é irrelevante 
- Octreotida: análogo a somatostatina diminuindo a secreção de hormônios, a motilidade e a secreção. 
- Restauradores de Flora Intestinal: Saccharomycesboulardii e Saccharomycescerevisae auxiliam na 
reposição da microbiota. 
LAXANTES 
Os quadros de constipação podem ter causas idiopáticas, dieta pobre em fibras, habito intestinal irregular, 
medicamentosa (opioides, antimuscarínicos) e mecânica (tumor, obstrução). 
Pode ser efetuado um tratamento não farmacológico com dieta rica em fibras, ingestão de muito liquido e 
fazer exercícios regularmente (até posição ortostática). 
- Formadores de bolo fecal: são fibras não absorvíveis que quando ingeridas com agua são hidratadas no 
intestino e formam uma massa que ativa o reflexo da defecação. Também auxiliam na redução do 
colesterol e no controle da glicemia. 
→ Fibras Naturais: Psílio 
→ Fibras Semi-Sintéticas: Metilcelulose 
→ Fibras Sintéticas: Policarbofila 
 
- Emolientes (Docusato de Sódio e Docusato de Potássio): são detergentes iônicos que amolecem as 
fezes e permitem maior interação com a água. 
- Lubrificantes (Óleos minerais e Glicerina retal): lubrificam a mucosa da região permitindo a evacuação 
mais facilitada. Não absorvíveis e seu uso prolongado pode reduzir a absorção de vitaminas lipossolúveis. 
- Estimulantes/ Irritantes: aumentam o acúmulo de fluido do íleo e cólon podendo causar irritação da 
mucosa e promover aumento do peristaltismo, presente no ACTIVIA. Risco carcinogênese por lesão 
recorrente da mucosa intestinal e estimulo da proliferação. 
→ Antraquinonas (Sene, Cáscara sagrada) 
→ Difenilmetanos (Bisacodil) 
→ Óleo de Rícino 
- Agentes Osmóticos – Carboidratos (lactulose, sorbitol, 
manitol): aumentam a osmolaridade das fezes levando ao 
acumulo de fluido no cólon. Pode causar flatulências e 
cólicas. Soluções de polietilenoglicol com eletrólitos são 
usadas no preparo para colonoscopia. 
- Agentes Osmóticos – Salinos (Sulfato de Magnésio, Hidróxido de Magnésio, Citrato de Magnésio, 
Fosfato de Sódio): são sais inorgânicos que deslocam água para o intestino com latência de 1 a 3 horas. 
Deve evitar o uso em paciente com insuficiência renal. 
- Ativador de Canais de Cloreto tipo 2 – ClC2 (Lubiprostona): aumento da secreção de líquido e da 
motilidade intestinal. É indicada para casos de constipação em pacientes com síndrome do cólon irritável.

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