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ARTIGO PRATICAS I

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CAMPOS DE ATUAÇÃO DA PSICOLOGIA: 
Um estudo sobre o trabalho do profissional 
Ana Clara Rocha Oliveira1, Anna Carolina Gonçalves Grôppo2, Gabriele Maria Madeira 
Pastor3, Rafaela Gomides Surjus4, Vívian Carolina Pereira de Souza5 
Orientadora: Maria Cristina Martins de Andrade6 
 
Resumo 
O presente estudo teve como objetivo investigar os possíveis campos de atuação na área da Psicologia. Foram 
analisados trabalhos publicados, artigos referentes à temática, visitas técnicas que contribuíssem para esta 
investigação, assim como entrevistas com os Psicólogos responsáveis nestes ambientes. Dividimos as principais 
áreas de atuação do psicólogo em quatro categorias: Saúde, Trabalho, Educação e Social Comunitária. Apuramos 
que o conhecimento na área da Psicologia é amplo e se dá em um constate diálogo interdisciplinar, devido à 
grande diversidade de possibilidades em sua atuação, assim como as semelhanças de demandas mesmo em suas 
distintas áreas. Para além de nossas descobertas, também foi possível desenvolver habilidades de leitura e 
interpretação de textos científicos, além da escrita acadêmica, através da redação de relatórios parciais referentes 
às visitas técnicas e deste artigo. 
 
Palavras-Chave: Psicologia do Trabalho; Psicologia Escolar; Psicologia da Saúde, Psicologia Socio-
Comunitária. 
 
Introdução 
 
Este artigo apresenta o resultado do trabalho feito no ESTÁGIO DE PRÁTICAS 
INVESTIGATIVAS I, realizado em grupo pelas autoras deste. A proposta principal deste 
estágio é a visita a campos de atuação da psicologia, nas áreas de saúde, trabalho, educação e 
social comunitária para melhor compreendermos a atuação do profissional de Psicologia. 
Trazemos o relato das cinco visitas técnicas realizadas ao longo deste semestre, bem como as 
discussões sobre as mesmas. No campo da Psicologia do trabalho visitou-se o Serviço Social 
do Transporte e o Serviço Nacional de Aprendizagem do Transporte em Belo Horizonte 
(SEST e SENAT); na educação visitou-se o Centro Juvenil Dom Bosco; na saúde visitou-se o 
Projeto Assistencial Novo Céu, assim como o consultório do psicólogo Samuel Silva e seu 
projeto Seja Cor e no campo da Psicologia social comunitária, visitou-se a APAC – 
Associação de Proteção e Assistência ao Condenado. Para a realização destas visitas foi 
levantada e lida uma bibliografia que desse suporte às mesmas, o que também contribuiu com 
 
1 Ana Clara Rocha Oliveira, estudante do curso de Psicologia da PUC Minas unidade São Gabriel. 
2 Anna Carolina Gonçalves Grôppo, estudante do curso de Psicologia da PUC Minas unidade São Gabriel. 
3 Gabriele Maria Madeira Pastor, estudante do curso de Psicologia da PUC Minas unidade São Gabriel. 
4 Rafaela Gomides Surjus, estudante do curso de Psicologia da PUC Minas unidade São Gabriel. 
5 Vívian Carolina Pereira de Souza, estudante do curso de Psicologia da PUC Minas unidade São Gabriel. 
6 Maria Cristina Martins de Andrade, professora orientadora do trabalho para o Estágio de Práticas 
Investigativas I no curso de Psicologia da PUC Minas unidade São Gabriel. 
 
 
 2 
 
outro objetivo do Estágio, o de desenvolver a habilidade para ler e interpretar textos 
científicos, além da escrita acadêmica. 
Observando a importante contribuição da diversidade na atuação do psicólogo para 
sua profissão de forma geral, procuramos, através deste trabalho, estudar e comparar os 
diversos campos da Psicologia, além dos modos de atuação e intervenção do Psicólogo, 
mapeando seus campos profissionais. Motivadas por buscar maior conhecimento das áreas e 
campos existentes e já sedimentados da Psicologia, bem como os ainda incipientes que 
surgem como resultado de transformações maiores e mais abrangentes, visitamos alguns 
espaços de atuação em cada uma destas áreas com o intuito de conhecer o tipo de trabalho 
oferecido/realizado e a quem, além de vislumbrar horizontes e campos possíveis que estão aí, 
à espera de alguém que lhes abra as cortinas. Junto a tudo isso, o estágio contribui para a 
formação de uma atitude profissional no que diz respeito tanto à preparação teórica – com 
leituras e discussões – quanto técnica – com a construção de instrumentos de coleta de dados 
– e de transmissão e socialização dos resultados – mas, sobretudo, quanto ao desenvolvimento 
de uma postura ética e política, propiciando a construção de uma identidade profissional mais 
informada, crítica e comprometida com a realidade brasileira, assim como a sua 
problematização visando futuros projetos de investigação. 
 
Os campos de atuação da Psicologia 
 
A fim de realizar o mapeamento da realidade profissional dos psicólogos na 
atualidade, buscamos exercer práticas investigativas orientadas, através tanto de pesquisas e 
leituras bibliográficas, como de visitas técnicas e entrevistas com profissionais que atuam nos 
diferentes campos da Psicologia. Portanto, contando com a supervisão semanal da professora 
orientadora, a dinâmica de pesquisa foi dividida em atividades práticas, visitas locais às 
instituições escolhidas previamente em cronograma no sentido de localizar e conhecer os 
espaços onde as demandas pelo trabalho do psicólogo existam. 
Embasadas em textos bibliográficos como fonte de conhecimento dos campos 
específicos da Psicologia, nos unimos em busca de adquirir conhecimento prévio sobre o 
mesmo e como são desempenhadas as funções da área nos respectivos espaços. Para que 
agíssemos em consonância, construímos previamente um roteiro de visita, assim como um 
questionário específico para cada local, com perguntas interdisciplinares, revisado e avaliado 
pela professora orientadora, e a cada etapa (área/campo visitado) foi selecionado e consultado 
 
 
 3 
 
referencial teórico capaz de auxiliar, aprofundar e então elucidar questões referentes aos 
campos de atuação em destaque. 
Com o intuito de estimular a reflexão crítica acerca do contexto pesquisado, unindo ao 
exercício da articulação teoria-prática, a seguir apresentamos de forma detalhada os campos 
de atuação da Psicologia, assim como nossas discussões e análises dos dados coletados 
articulados com as respectivas leituras, relatos das visitas e entrevistas realizadas, observando 
pontos que divergem e/ou convergem com o que falam os autores lidos, e suas perspectivas de 
olhar. 
 
A Psicologia do Trabalho 
 
A Psicologia do Trabalho utiliza aplicações dos campos psicológicos em benefício ao 
trabalho humano de forma global. A satisfação do cidadão em seu ambiente trabalhista gera 
qualidade de vida e de produção, esse fato mobiliza psicólogos que atuam de forma individual 
e multiprofissional, com o intuito de compreender, auxiliar e intervir nas variadas demandas 
que o mercado de trabalho oferece. O psicólogo do trabalho pode contar com inúmeras 
metodologias para alcançar os resultados desejados, lidando com relações intra e 
interpessoais, podendo fazer recortes entre as dimensões econômicas, políticas, sociais e 
culturais visando de forma similar às reações intra e intergrupais. 
Neste campo de atuação, escolhemos visitar a corporação SEST/SENAT (Serviço 
Social do Transporte e Serviço Nacional de Aprendizagem do Transporte), que atua desde 
1993 no país a fim de beneficiar a classe dos trabalhadores do transporte, trazendo suporte 
para um melhor desenvolvimento pessoal e profissional. Oferecendo formações e 
qualificações profissionais, são utilizados métodos que atendem as exigências atuais do 
mercado de trabalho, com cursos presenciais e a distância. Compactuando com a área 
profissional, a instituição também oferece serviços de saúde ao motorista, incluindo 
especialidades como odontologia, nutrição, fisioterapia e psicologia, compreendendo que este 
tipo de auxílio gera consequências positivas na eficiência, segurança e qualidade do serviço. 
Ao longo da visita foi possível entrevistar a psicóloga Patrícia Duarte, formada naPUC Minas e que atua na sede SEST/SENAT do bairro Jardim Vitória em Belo Horizonte. 
Sua abordagem baseia-se na psicanálise como ferramenta para estreitar os vínculos com seus 
pacientes, que vão além dos motoristas e trabalhadores, mas também abrange o atendimento 
com seus familiares. Abordamos de forma conceitual a rotina e as questões enfrentadas por 
um psicólogo do trabalho neste contexto. Patrícia afirma (informação verbal) que a 
 
 
 4 
 
participação da família nos atendimentos com demandas pessoais, muitas vezes servem de 
ponte para incentivar o trabalhador do transporte que não busca atendimento por conta 
própria. A principal demanda admitida por ela está no abuso de drogas e álcool, seguida da 
frustração dos taxistas após a regulamentação dos aplicativos de transporte, o que gerou uma 
drástica desvalorização da classe, acarretando muitos incidentes de idealizações suicidas. A 
exploração sexual nas estradas e rodovias também é um desafio há muito tempo trabalhado, a 
dificuldade em estabelecer um vínculo principalmente com caminhoneiros incentivou a 
equipe a criar métodos de combate e prevenção, tornando estes motoristas protetores e os 
incentivando a praticarem denuncias. 
Outra dificuldade se dá com os motoristas de ônibus, que recentemente sofreram o 
duro desfalque de não circularem mais com os auxiliares de bordo (cobradores), 
multiplicando seu esforço numa profissão que por si só já é extremante estressante. Os 
encaminhamentos para a psicóloga acontecem através de uma lista de espera, mas também 
podem ocorrer por meio do trabalho multiprofissional que acontece entres os profissionais da 
unidade. Basicamente é observado que demandas como obesidade, sedentarismo, bruxismo e 
etc., muitas vezes são desencadeadas por questões psicológicas, o que leva o indivíduo a 
perpassar por diferentes tipos de investigação e atendimentos. 
 
A Psicologia Escolar 
 
Como nos conta Almeida (1999) a Psicometria se relaciona diretamente com o 
surgimento da Psicologia Escolar, pois, foi através da aplicação de testes psicológicos que o 
Psicólogo começou a se articular no ambiente escolar, abrindo portas ao buscar diagnósticos 
mais detalhados no intuito de resolver os problemas de aprendizagem que surgiam neste 
espaço de formação na época. Com o passar do tempo, percebendo a amplitude e a 
complexidade das demandas escolares, que iam muito além dos alunos, mas atingiam também 
docentes e as próprias organizações institucionais, o perfil deste profissional foi se moldando, 
se reestruturando a cada nova descoberta, porém, inúmeras reflexões ainda permeiam acerca 
de sua real identidade, sem definir um perfil único do psicólogo escolar justamente pela 
dificuldade em delinear seu campo de atuação devido às diversidades, assim como suas 
possibilidades de intervenções. Atualmente, o que podemos denominar como Psicologia 
Escolar se dá pela junção de dois importantes elementos: o objetivo do profissional em 
contribuir para a promoção do processo educativo de forma geral e também pelo seu espaço 
 
 
 5 
 
de atuação, qualquer seja a instituição, mas sempre dentro de um sistema escolar (ARAÚJO e 
OLIVEIRA, 2009). 
Visando conhecer e compreender com maior nitidez este campo de atuação da 
Psicologia, escolhemos visitar o Centro Juvenil Dom Bosco, localizado no aglomerado 
Cabana Pai Tomás, na região oeste de Belo Horizonte. A Instituição faz parte de um dos 
movimentos sociais educativo-pastorais da Rede Salesiana Brasil que levantam recursos 
financeiros para sustentar cerca de 109 Escolas, 12 Instituições de Ensino Superior e 110 
Obras Sociais que desenvolvem em todo o território brasileiro, desde 1883, contribuindo para 
o protagonismo e a formação integral dos jovens enquanto sujeitos de direito na construção de 
seus projetos de vida. O Centro Juvenil Dom Bosco, destinado ao atendimento de crianças e 
adolescentes em situação de vulnerabilidade social, atua com Projetos de Ação Complementar 
à Escola, Profissionalização e Encaminhamento para o Trabalho (Jovem Aprendiz), 
garantindo direito à alimentação saudável diária, acesso a práticas esportivas, artísticas, 
culturais e de lazer, além de apoio psicopedagógico, acompanhamento escolar, iniciação 
profissional, fortalecimento dos vínculos familiares e comunitários e uma formação 
complementar que estimule o exercício da cidadania juvenil. Atualmente, a unidade atende 
cerca de 250 crianças e adolescentes da região oeste em seu programa de socialização, na 
faixa etária entre seis e quinze anos, em período complementar á escola, ou seja, no contra 
turno escolar. Atende também aos encaminhamentos da rede socioassistencial Municipal 
quando necessário. Financeiramente, é mantida através de parcerias que realiza com o 
Executivo Municipal, com a Prefeitura de Belo Horizonte, assim como o apoio que recebe de 
outras instituições, empresas, da comunidade em geral e dos eventos promovidos dentro da 
própria Instituição como, por exemplo, o Bazar Beneficente. Dentro da equipe que compõe a 
Instituição conseguimos identificar, além dos cargos gerenciais e administrativos, a integração 
de uma equipe de apoio geral onde os psicólogos estão inseridos, assim como educadores, 
articuladores e assistentes sociais. 
É possível notar que as ações educativas realizadas pelo Centro Juvenil atuam como 
um sistema preventivo, como é a proposta da Psicologia Escolar. Ao acolher com amabilidade 
e ajudar na construção de competências para as novas gerações, dando melhores 
oportunidades aos que possuem maiores dificuldades e menos privilégios, percebemos um 
investimento importante, que beneficia não somente os educandos (como são chamados os 
alunos na Instituição), mas também as famílias e a sociedade. Neste contexto, a atuação dos 
psicólogos na Instituição é diversa, contemplando desde os atendimentos clínicos individuais 
 
 
 6 
 
para a promoção da saúde mental dos educandos, até a articulação de ações em rede, capazes 
de realizar os projetos educativos propostos. O momento de aprendizagem é mais que uma 
oportunidade para as crianças se desenvolverem, crescerem em todos os aspectos e se 
tornarem adultos melhores, assim, a Psicologia dialoga com viés socioeducativo no sentido de 
promover um ambiente favorável, mais saudável e harmônico para que esse desenvolvimento 
ocorra, investigando e atuando sobre as demandas individuais ou coletivas. 
Como nos relatou a Psicóloga e Gerente Socioeducativa Pastoral da Instituição 
Carolina Neves de Oliveira em nossa entrevista (informação verbal), “a família também é 
inserida nos programas da Instituição, recebendo apoio nessa construção junto aos seus filhos, 
com, por exemplo, visitas domiciliares, trabalho de acolhida e escuta, apoio psicológico, 
orientações e acompanhamento por profissional de assistência social, encaminhamentos para a 
rede socioassistencial, postos de saúde, escolas e para o Sistema de Garantia de Direitos 
como: Conselho Tutelar, Ministério Público, Defensoria Pública, Justiça da Infância e 
Juventude e Conselho de Direitos”. As ações socioeducativas tem o compromisso de educar 
as crianças, os adolescentes e os jovens na sociedade, em sociedade e para a sociedade, com 
ênfase no autocuidado, na educação de pares e na preventividade, mas também trabalha em 
união, acolhendo e orientando os familiares e toda comunidade durante esse processo. 
Segundo o presidente da Comissão da Infância e Juventude do Conselho Nacional do 
Ministério Público (CNMP), conselheiro Otavio Luiz Rodrigues Jr., em seu depoimento no 
Seminário Janelas de Oportunidade: da Primeira Infância a Socioeducação, que ocorreu este 
ano (2019) no Auditório Petrônio Portela do Senado Federal, é relevante o entendimento de 
que não é possível trabalhar na área infanto-juvenil sem focar na educação, na segurança 
alimentar e na segurança social, procurando novos caminhos a serem trilhados para alcançarmelhores resultados. Ao olharmos para as responsabilidades do Psicólogo Escolar 
identificamos esta busca mencionada pelo conselheiro, seu papel está diretamente ligado a 
ações que previnam, identifiquem e acompanhem o desenvolvimento de cada aluno, 
destacando seu valor social, auxiliando na resolução de conflitos, elaborando, implementando 
e avaliando projetos pedagógicos coerentes com os vários segmentos da escola, investigando 
e avaliando o desempenho dos alunos em geral, realizando intervenções e integrando atuações 
clínicas e sociais, diagnosticando e encaminhando problemas relativos a queixas escolares, 
dentre outras diversas funções muito além somente da aplicação dos testes psicológicos que 
eram esperados no passado. Com todos os relatos, experiências vivenciadas e pesquisas 
acadêmicas realizadas, podemos afirmar que o papel do Psicólogo Escolar ultrapassa as 
 
 
 7 
 
barreiras físicas do ambiente escolar, ele vai além e permeia outros campos conhecidos da 
Psicologia, principalmente o social. Sua missão, além de prevenir, também é acolher cada 
subjetividade e as demandas que daí surgem, cada relação interpessoal, seja ela entre alunos, 
docentes ou demais profissionais no meio educacional e também entre as famílias e a 
comunidade em geral, proporcionando uma reflexão bem mais complexa e aprofundada sobre 
o que é e como se dá a prática educativa em cada realidade e quais seus possíveis reflexos não 
só na primeira infância, mas também na adolescência vislumbrando a vida adulta e 
reconhecendo as janelas de oportunidades do desenvolvimento humano em sua totalidade. 
Neste âmbito, podemos acrescentar que o Psicólogo Escolar, desde o início de sua 
história, lida com diversidades, que não estão propriamente relacionadas somente aos alunos e 
suas demandas. Os problemas e dificuldades enfrentados podem ter inicio no próprio contexto 
escolar, quando as Instituições de Ensino apresentam suas metodologias particulares e 
atribuem expectativas de funções tanto aos cargos profissionais, quanto ao perfil de seus 
alunos, limitando as possibilidades de interação e intervenção. Outra característica prejudicial 
ao profissional é a irregularidade ou falta de definição/delimitação clara de suas áreas de 
atuação dentro da instituição em relação aos outros profissionais, como pedagogos, assistentes 
sociais e até mesmo professores, o que pode contribuir para a troca de papéis e abordagens 
mais confusas se não existir um diálogo transparente e assertivo. Visto que sua atuação 
ultrapassa a escola e se relaciona também com outros ambientes, questões familiares como a 
negação do diagnóstico ou a recusa de ajuda também são fatores limitantes para desenvolver 
suas proficiências. 
Não isento desta diversidade, o curso de Psicologia, de certa forma, também dificulta 
as escolhas do profissional ao disponibilizar modelos teórico-práticos com diferentes 
abrangências e abordagens, portanto, é equivocado esperar uma proposta linear desta área de 
atuação, entendendo que o profissional em construção também tem suas próprias 
subjetividades. Em sua atuação profissional ele passa a utilizar múltiplos e diversos 
conhecimentos, organizados em diferentes áreas da Psicologia, para contribuir com os 
processos de aprendizagem e de desenvolvimento que ocorrem no contexto escolar 
(MITJÁNS MARTINEZ, 2005). Sua identidade e como suas ações serão organizadas 
dependem diretamente de onde este profissional irá atuar e não somente dos saberes 
delimitados pelas abordagens teóricas e/ou metodológicas. Assim, como apontam Araújo e 
Oliveira (2009), o grande desafio enfrentado pela Psicologia Escolar, hoje, está exatamente 
em ampliar seu campo de atuação para outros contextos e níveis educativos, promovendo 
 
 
 8 
 
ações diferenciadas que contribuam para o desenvolvimento e a aprendizagem de todos os 
envolvidos no cotidiano escolar, de forma sólida e sistematizada. 
 
A Psicologia da Saúde 
 
A Psicologia da Saúde é a área da Psicologia que busca estudar e compreender o 
comportamento humano no que diz respeito à saúde e a doença, buscando entender o papel 
das variáveis psicológicas sobre a manutenção da saúde, o desenvolvimento de doenças e 
comportamentos associados à doença, considerando tanto a saúde física como mental, e 
abrange todo o campo da medicina, sem deixar de lado os fatores sociais, culturais e 
ambientais relacionados com este contexto. É uma área relativamente nova da Psicologia, 
seus primeiros passos começaram a partir da década de 70 quando, mas não apenas, pesquisas 
passaram a tentar compreender melhor a relação entre comportamento, saúde e doenças. 
A Psicologia da Saúde ainda é muito confundida com a Psicologia Hospitalar e é 
fundamental compreendermos suas diferenças. De acordo com Simonetti (2004, p. 15) "A 
Psicologia hospitalar é o campo de entendimento e tratamento dos aspectos psicológicos em 
torno do adoecimento em si". Já os psicólogos da saúde se direcionam para a compreensão da 
forma como os fatores biológicos, comportamentais e sociais influenciam a saúde e a doença. 
(TEIXEIRA, 2004). Podemos citar também a Psicologia Clínica que esteve, por certo tempo, 
distante das questões sociais, e somente com a aparição da Psicanálise é que se passou a ter 
um olhar voltado a “causa” e não somente a patologia do indivíduo. A Psicologia da Saúde se 
distingue das demais áreas pela sua atuação e análise, seu propósito é compreender o 
indivíduo em sua singularidade, ouvi-lo, orientá-lo, apontar caminhos a fim de proporcionar 
alívio emocional, autoconhecimento, ajustamento criativo, dentre outros objetivos. 
Com base nestas informações sobre a área, elaboramos um questionário e 
entrevistamos o psicólogo Samuel Silva, que nos recebeu em seu consultório, aconchegante e 
acolhedor, situado em um dos prédios do bairro Santo Antônio. Samuel concluiu sua 
formação em 2010, na PUC São Gabriel e se especializou em Terapia Comportamental, já 
atuou como psicólogo e coordenador em programas da Assistência Social (CRAS e 
Acolhimento Institucional), hoje estuda Análise do Comportamento e, em especial, questões 
relacionadas à homossexualidade e à homofobia. Dedicando-se especificamente ao público 
LGBT+ e suas demandas acabou por desenvolver uma abordagem que intitulou de Terapia 
Afirmativa, a qual, em suas palavras, “busca atenuar possíveis sentimentos negativos 
provocados pela sociedade em seus clientes. Além disso, busca atender apenas pessoas 
 
 
 9 
 
maiores de idade e que o procuram por vontade própria e não terceiros buscando auxílio para 
alguém” (informação verbal). 
 Segundo o psicólogo, desde as eleições de 2018 a demanda deste grupo aumentou 
bastante, já que casos de homofobia e conflitos familiares por diferenças políticas também 
aumentaram. Como membro da comissão de psicologia, gênero e diversidade do CRP-MG, 
Samuel sente que ainda há muito que melhorar nas políticas em prol da diversidade. Outra 
preocupação demonstrada por ele é sobre a influência crescente da religião na psicologia e a 
insistência de psicólogos religiosos, mesmo após serem denunciados, na “cura gay”, a qual, 
segundo relatos de clientes, se trata de uma forma de tortura. Ele defende que “psicólogos” 
que oferecem esse tipo de “tratamento” merecem punições bem mais severas do que simples 
advertências. 
O Psicólogo entrevistado, além dos atendimentos convencionais, também oferece 
sessões de Coaching para seus pacientes. Ao questionarmos sua opinião em relação a esse 
processo, afirmou que, quando bem aplicado, pode ajudar muito no desenvolvimento pessoal, 
porém, reconhece que não é recomendado a todos, por se tratar de um processo mais 
“agressivo/invasivo” em alguns quesitos. É evidente que, como psicólogo clínico, existe 
sempre o interesse em analisar as necessidades de cada um de seus clientes com o intuito de 
lhes oferecer um atendimento adequado, sempre com foco em trazermelhoras efetivas e 
qualidade de vida. 
 
A Psicologia Social Comunitária 
 
Segundo Góis (1993) a Psicologia Social-comunitária visa não só tratar do indivíduo 
em si, mas estudar suas relações, seu modo de vida e atenta-se para a transformação do 
indivíduo em um sujeito participante de um contexto social. Essa área surgiu com o objetivo 
de deselitizar a psicologia e trazer para as relações comunitárias sua atuação de uma forma 
mais humana e acessível. 
Tendo em vista o aprofundamento sobre a área, escolhemos realizar uma visita 
técnica à APAC – Associação de Proteção e Assistência ao Condenado, em sua filial de Santa 
Luzia. Fundada em 1972 pelo advogado e jornalista Mário Ottoboni, a APAC tem como base 
um diferente método de execução penal, se relacionando com os poderes Judiciário e 
Executivo. Sua proposta é a valorização humana dentro do sistema prisional sem que esse 
perca sua real finalidade: a de punição, afirmando que, segundo o fundador, se deve “matar o 
criminoso e salvar o homem”. Ottoboni (2001) dispõe este método em 12 elementos 
 
 
 10 
 
necessários para a recuperação dos condenados. São eles: Participação da Comunidade; 
Recuperando ajudando recuperando; Trabalho; Espiritualidade; Assistência jurídica; 
Assistência à saúde; Valorização Humana; Família; O Voluntário e o curso para sua 
formação; Centro de Reintegração Social; Mérito e Jornada de Libertação com Cristo. 
Assim como Andery (1984) (Apud KORCHIN, 1976) discute como “os fatores sócio 
ambientais são muito importantes na determinação e modificação de comportamentos”, nos 
foi possível ver esta afirmação em prática na associação. Os detentos (chamado de 
recuperando dentro da instituição) atuam ativamente em sua recuperação, sendo responsáveis 
desde a produção de suas refeições, cuidado e higiene com o espaço coletivo, até o 
monitoramento dos próprios dormitórios. Toda a estrutura – local e metodológica – propicia 
um ambiente favorável no intuito de promover a reabilitação dos condenados em uma 
perspectiva não só moral, mas também social. A integração grupal é extremamente 
valorizada, a maioria das atividades necessita de uma ação conjunta para acontecer, ou se 
comunicam de alguma forma. Logo ao amanhecer os recuperandos participam 
obrigatoriamente de uma confraternização antes do café da manhã, momento de comunhão e 
oração que, se não for devidamente cumprido, leva todos a perderem o benefício do lazer que 
dispõem no período da tarde. Não apenas isso, mas novos recuperandos necessitam 
permanecer trinta dias encarcerados, como no sistema prisional comum, para se adaptarem às 
regras e funcionamento da associação. Lane (1984) propõe que “os grupos definem papéis e a 
identidade social dos indivíduos”, portanto, usar de atividades grupais para todas as ações 
propostas não só caracteriza e insere o indivíduo naquele conjunto como também garante que 
haja maior produtividade e que aquele grupo se mantenha numa perspectiva histórica. 
A família também participa ativamente na reabilitação dos condenados. Para muitos 
ali, foi de responsabilidade dela conseguir que os mesmos pudessem ser transferidos para a 
instituição. Segundo relato de um dos recuperandos que nos acompanhou ao longo da visita, 
este contato é praticamente diário, seja através das ligações semanais (possuem três ligações 
semanais para conversar com seus parentes, mas em casos de necessidade o contato pode ser 
estendido ou suprido assim que solicitado) ou das visitas presenciais, o que reforça a presença 
de um dos elementos descritos por Ottoboni, citados anteriormente: a família. 
Durante a visita não foi possível entrevistar o responsável pelo setor de Psicologia, 
pois, como nos foi apresentado, os processos de atendimento na associação não se dão de 
forma fixa, apesar de contar com uma sala de apoio para tal fim. A ação da psicologia vem 
através de extensionistas graduandos em Psicologia, de universidades como a PUC Minas, 
 
 
 11 
 
FUMEC, entre outras que, semanalmente, estão presentes e atendem as demandas dos 
recuperandos, ou também de forma voluntária. A psicologia em espaços como esse é 
extremamente necessária, garantindo a saúde mental dos indivíduos em situação de reclusão 
social. Em um dos relatos durante a visita, a diretora jurídica da instituição reforça a 
importância do acompanhamento psicológico para os detentos, como forma de amparo 
emocional, principalmente quando estes passam para o regime semiaberto e tem acesso a 
saídas temporárias da instituição, pois, segundo ela, muitos criam expectativas para além dos 
muros, sem saber na realidade o que pode estar acontecendo do lado de fora, e acabam se 
“desencantando” com o que encontram. 
 
Considerações Finais 
A literatura aponta que as escolhas feitas pelas pessoas são importantes prognósticos 
do seu comprometimento com o curso de ação escolhido (BASTOS, 1994). Com a carreira, 
isto não é diferente. Emmerling e Cherniss (2003) afirmam que a escolha da carreira não pode 
ser tomada sob uma ótica isolada, mas pela comunhão de uma série de decisões. Através desta 
pesquisa foi possível visualizar de forma mais clara e abrangente alguns dos principais 
campos de atuação da Psicologia na atualidade, caminhando pelos seus conceitos, suas 
subjetividades, até a forma que cada visita e entrevista foi realizada. 
Com base em tal afirmação é possível dizer que, através do conjunto dos nossos 
esforços, obtivemos êxito dentro do nosso objetivo inicial: Conhecer os diversos campos de 
atuação do psicólogo, assim como os campos emergentes. As bagagens teóricas, assim como 
as experiências vividas em campo contribuíram fortemente para a nossa formação, nos 
mostrando o caráter interdisciplinar e subjetivo que envolve esta profissão. Criamos um ótimo 
alicerce para darmos início aos nossos questionamentos pessoais dentro da Psicologia, 
fundamentadas com mais propriedade nos ramos do trabalho, saúde, escola e sócio-
comunitário, agora temos em mãos um recorte do ambiente e dos perfis deste profissional, 
fortalecendo a nossa compreensão de que ainda existe muito a se explorar. 
 
REFERÊNCIAS BIBLIOGRÁFICAS 
 
ANDERY, Alberto Abib. Psicologia na Comunidade, in Lane et. al., Psicologia Social: o 
homem em movimento, 5ª ed., 1984, São Paulo, editora brasiliense: p. 203- 208. 
 
ALMEIDA, Raquel Ayres de; MALAGRIS, Ucia Emmanoel Novaes. A prática da 
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	Resumo
	O presente estudo teve como objetivo investigar os possíveis campos de atuação na área da Psicologia. Foram analisados trabalhos publicados, artigos referentes à temática, visitas técnicas que contribuíssem para esta investigação, assim como entrevist...
	Palavras-Chave: Psicologia do Trabalho; Psicologia Escolar; Psicologia da Saúde, Psicologia Socio-Comunitária.
	Introdução
	Os campos de atuação da Psicologia
	A Psicologia do Trabalho
	A Psicologia Escolar
	A Psicologia da Saúde
	A Psicologia Social Comunitária

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