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Estomatologia Revisão semiologia · Anamnese: · Queixa principal; · História da doença atual; · História médica e odontológica; · Lesões fundamentais: · Descrição das lesões - começa descrevendo pela lesão fundamental, seguida das características semiológicas e localização da lesão; · Hipóteses diagnósticas; · Variações da normalidade; · Orientação para descrição de lesões: · Qual é a lesão fundamental; · Número de lesões; · Coloração da lesão; · Tamanho da lesão; · Localização da lesão; · Envolvimento com estruturas adjacentes; · Caso clínico 1: · Paciente do sexo feminino, 57 anos, foi encaminhada com queixa de 'bolinha na língua". durante o exame clínico a paciente relatou hipertensão arterial e uso de hidroclorotiazida 25 mg diariamente. Durante o exame físico foi possível observar lesão assintomática próximo ao ápice da lingual. A paciente relatou que a lesão surgiu após trauma de mordida há aproximadamente 2 anos e que durante este período não houve aumento ou regressão. · O que é preciso pensar: · Descrição da lesão: · Nódulo, pediculado, único, de coloração rósea, superfície lisa, com aproximadamente 0,8 cm em seu maior diâmetro, localizado em dorso de língua, próximo a borda lateral do lado esquerdo; · Qual a queixa principal? · “Bolinha na língua”; · Qual a história da doença atual? · Paciente relata lesão na língua que surgiu após trauma de mordida há 2 anos, assintomática, sem aumento ou regressão; · Qual a história médica? · Paciente com histórico de hipertensão arterial e uso de hidroclorotiazida 25 mg diariamente; · Caso clínico 2: · Paciente do sexo feminino, 64 anos, fumante, foi encaminhada com queixa de "dor no lábio". Durante a anamnese a paciente relatou problemas no coração e implante de stent há 2 anos. Faz uso de ablock 25 mg, aspirina prevent 100 mg e clopidogrel 75 mg, diariamente. Relatou que a lesão surgiu espontaneamente há aproximadamente 1 mês e que não se recorda de nenhum evento traumático. Procurou cirurgiã-dentista (CD) para tratamento, quando foi prescrito oncilon-A em orabase por 30 dias. A paciente fez uso, mas não houve regressão da lesão. · O que é preciso pensar: · Descrição da lesão: · Ulceração única, com bordas levemente elevadas, leito recoberto por membrana branco-amarelada, com aproximadamente 1,5 cm, localizada em mucos labial superior do lado esquerdo. · Qual a queixa principal? · Dor no lábio" · Qual a história da doença atual: · Paciente relata surgimento de lesão no lábio, dolorida, há aproximadamente 1 mês, sem associação com eventos traumáticos. Fez uso de oncilon-A em orabase por 30 dias, indicado por CD, mas não houve resolução da lesão. · Qual a história médica? · Implante de stent no coração e uso de ablock 25 mg, aspirina prevent 100 mg e clopidogrel 75mg, diariamente. Patologia epitelial – lesões pigmentadas · Deposição de pigmentos: · Endógenos: · Melanina; · Bilirrubina; · Exógenos: · Bactérias; · Fungos; · Medicamentos; · Lesões pigmentadas – pigmentação endógenas: · Melanoma maligno: · Definição: · Neoplasia maligna de origem nos melanócitos; · Etiologia: · Pele – radiação ultravioleta; · Cavidade oral – desconhecida; · Características clínicas: · Apresenta duas fases de crescimento: · Horizontal – radial; · Vertical – invasão do tecido conjuntivo; · Nodular, no momento do diagnóstico; · Gênero: homens · Homens; · Idade: · 6º e 7º década de vida; · Local: · Palato duro; · Mucosa alveolar maxilar; · Semelhança ao Nevo Melanocítico; · Característica clinicas “ABCDE” do melanoma: · A= assimetria; · B= bordas irregulares; · C= coloração em matriz; · D= diâmetro maior que 6mm; · E= evolução; · Diagnóstico: · Biópsia; · Aspectos clínicos + microscópicos + IHQ; · Nevo Melanocítico aderido: · Definição: · Proliferação benigna e localizada das células névicas; · Etiologia: · Desconhecida / predisposição genética; · Sítio de acometimento: · Cabeça e pescoço é mais comum; · Cavidade oral é menos comum; · Características clinicas: · Surge desde a infância; · Mácula de contornos nítidos; · Dificilmente forma pápula; · Locais: · Palato; · Gengiva; · Assintomática e solitária; · Estágios clínicos x características histopatológicas: · Nevo juncional: · Mácula marrom ou negra, fortemente demarcada e menor que 6 mm; · As células névicas estão confinadas na camada basal e cristas epiteliais; · Nevo composto: · Formação de uma pápula com a proliferação das células névicas; · Células névicas estão no epitélio e tecido conjuntivo; · Intradérmica/intramucoso: · Evolução para a superfície papulomatosa e menor pigmentação com pelos; · As células névicas são vistas somente no tecido conjuntivo; · Não apresentam alterações na superfície; · Perdem a pigmentação; · Diagnóstico: · Clinico e microscópico; · Exclusão do melanoma; · Tratamento e prognóstico: · Não necessita de tratamento; · Proservação; · Sem recidivas; · Mácula melanótica: · Definição: · Aumento localizado de deposição de melanina; · Sem associação com a exposição solar; · Características clinicas: · Idade: · Diagnosticada em qualquer idade, principalmente criança ou adolescente; · Local: · Vermelhão do lábio; · Mucosa jugal; · Gengiva; · Palato; · Descrição clínica: · Mácula, oval ou redonda, bem demarcada; · Solitária; · Coloração: · Marrom-escura ou amarelo-acastanhada; · Período de evolução até atingir a máxima dimensão; · Diagnóstico: · Clínico e microscópico; · Diagnóstico diferencial: · Melanoma; · Tratamento: · Nenhum, exceto por razões estéticas; · Avaliação clínica: · A= assimetria; · B= bordas irregulares; · C= coloração em matriz; · D= diâmetro maior que 6mm; · E= evolução; · Melanoma do fumante: · Definição: · Lesão causada pelo uso crônico do tabaco; · Resposta da mucosa a uma agressão; · A melanina pode unir-se a substâncias tóxicas com a função de proteção; · Características clinicas: · Máculas de coloração amarronzadas ou enegrecidas, que são distribuídas difusamente pela mucosa ou gengiva; · Diagnóstico: · Características clínica + história do fumo; · Tratamento: · Interromper o hábito de fumar; · Pigmentação melânica racial: · Definição: · Deposição excessiva de melanina em vários pontos da cavidade bucal; · Condição genética; · Não altera a arquitetura do tecido; · Vários padrões de pigmentação; · Características clinicas: · Distribuição difusa e assimétrica; · Local: · Gengiva; · Palato; · Diagnóstico: · Clinico + exclusão de outras lesões; · Tratamento e prognóstico: · Nenhum, exceto razões estéticas; · Lesões pigmentadas – pigmentação exógenas: · Tatuagem por amálgama: · Incorporação de amálgama na mucosa bucal; · Características clinicas: · Coloração negro-azulada: · Assintomática; · Geralmente próximo a área da restauração; · Locais: · Gengiva; · Mucosa alveolar; · Mucosa jugal; · Diagnóstico: · Clinico + radiográfico; · Tratamento e prognóstico: · Nenhum, exceto razões estéticas; · Sem importância clínica; · Pigmentação medicamentosa: · Etiologia: · Deposição de drogas nos tecidos ou estimulação de melanina; · Características clinicas: · Manchas acastanhadas e difusas na pele e na mucosa; · Alguns medicamentos causam padrões específicos de pigmentação; · Medicamentos relacionados a pigmentação oral: · Antibiótico – minociclina; · Tranquilizantes – clorpromazina; · Antimaláricos – cloroquina; · Quimioterápicos – 5-fluoracil; · Antirretrovirais – AZT; · Laxantes – fenolftaleína; · Diagnóstico: · Aparência clínica + história do uso do medicamento que podem causar pigmentação a pele ou a mucosa; · Tratamento: · Suspensão ou troca do medicamento; · Desaparecimento gradual da pigmentação; · Língua pilosa negra: · Acentuado acúmulo de ceratina nas papilas filiformes na superfície dorsal da língua; · Produção acentuada de ceratina; · Descamação deficiente; · Características clinicas: · Papilas alongadas acastanhadas, amareladas ou enegrecidas; · Causa: · Tabagismo; · Antibioticoterapia; · Higiene bucal deficiente; · Debilitação geral; · Radioterapia; · Proliferação de bactérias e fungos; · Diagnóstico: · Clínico; · Tratamento: · Eliminar os fatores associados; ·Higiene bucal + raspadores de linguais; · Pigmentação endócrinas, metabólicas e pós-inflamatórias: · Doença de Addison: · Hipoadrenocorticismo: · Primário: · Abaixa cortisol; · Quando o problema é na glândula que produz o hormônio; · Secundário: · Abaixa ACTH; · Quando o problema é na estrutura que sinaliza a glândula a produzir o hormônio; · Causas: · Destruição auto imune; · Infecções – tubérculos, HIV; · Tumores; · Sinais e sintomas: · Fraqueza, perda de peso, hipotensão ortostática; · Náuseas e vômitos; · Hiperpigmentação generalizada da pele; · Manifestações orais: · Pode ser o primeiro sinal da doença; · Pigmentação macular ou em placa marrom e difusa; · Diagnóstico: · Exames laboratoriais; · Estimulação e medição dos níveis de ACTH; · Hipoadrenocorticismo primário: níveis de ACTH elevados; · Hipoadrenocorticismo secundário: níveis de ACTH baixo; · Tratamento e prognóstico: · Reposição de corticosteroide; · Com o tratamento adequado a expectativa de vida é normal; · Caso não reconhecidos ou tratados pode levar a óbito; · No consultório – evitar estresse; · Síndrome de Peutz-Jeghers: · Etiologia: · Autossômica dominante; · Mutações no gene STK11/LKB1; · Características clinicas: · Início na infância; · Lesões semelhantes a sardas; · Lesões em pele e mucosa; · 50% dos casos: · Pele; · Extremidades; · Na boca: · Vermelhão do lábio; · Mucosa labial; · Mucosa jugal; · Língua; · Pólipos intestinais (jejuno e íleo); · Adenocarcinoma de intestino e outros tumores; · Diagnóstico: · Característica clinicas + polipose intestinais (colonoscopia); · Tratamento: · Acompanhar devido risco de obstrução intestinal e desenvolvimento de tumores; · Pigmentação pós-inflamatória: · Definição: · Liberação de melanina em resposta à irritação crônica ou inflamação; · Doenças auto imunes; · Exemplo: líquen plano oral; · Conclusões: · O diagnóstico final depende da associação das: · Características clinicas; · Histopatológicas; · Exclusão de outras condições; · O tratamento depende do diagnóstico final; · Atenção especial para as lesões com suspeita de malignidade. Lesões reacionais mesenquimais · Lesões reacionais mesenquimais: · Fibroma – fibroma traumático, hiperplasia fibrosa focal: · Definição: · Hiperplasia reacional do tecido conjuntivo fibroso em resposta a uma irritação ou trauma; · Tumor mais comum da cavidade bucal; · Características clínicas: · Nódulo, superfície lisa, coloração semelhante a mucosa; · Local mais comum: · Mucosa jugal; · Tamanhos variados; · 4º a 6º década de vida; · Assintomático/ ulceração por trauma; · Histórico de trauma; · Diagnóstico e tratamento: · Diagnóstico clinico e histopatológico; · Biopsia excisional = tratamento; · Recidivas são raras; · Hiperplasia fibrosa inflamatória - HFI: · Definição: · Hiperplasia do tecido conjuntivo fibroso que se desenvolve em associação com as bordas de uma prótese total ou parcial mal adaptada; · Características clinicas: · Pregas de tecido hiperplásico no vestibular alveolar; · Massa tecidual firme ou fibrosa; · Local: · Face vestibular do rebordo alveolar; · Tamanhos variados; · Pacientes idosos; · Diagnóstico e tratamento: · Diagnóstico clinico e histopatológico; · Biopsia excisional = tratamento; · Importante: remoção do agente irritante; · Recidivas são raras · Hiperplasia papilar inflamatória - HPI: · Definição: · É um crescimento tecidual residual reacional que acontece abaixo da prótese; · Granuloma piogênico: · Definição: · Resposta tecidual exuberante a uma irritação local ou trauma; · Não é um granuloma verdadeiro; · Características clinicas: · Nódulo plano ou lobulado, pedunculado; · Cor: · Róseo, vermelho ou roxo; · Sangram facilmente; · Local: · Gengiva vestibular superior: · Crianças e adultos jovens; · Mais comum no sexo feminino; · Diagnóstico e tratamento: · Diagnóstico clinico e histopatológico; · Excisão cirúrgica / biopsia excisional; · Remoção do agente irritante; · Recidivas são comuns; · Granuloma periférico de células gigantes: · Definição: · Lesão reacional provocada por agentes irritantes ou trauma; · É considerada a contraparte dos tecidos moles do granuloma central de células gigantes; · Características clinicas: · Nódulo séssil ou pedunculado; · Vermelha ou vermelho-azulada; · Local: · Gengiva; · Rebordo edêntulo; · Mais comum na mandíbula; · Idade: · Comum entre a 5º e 6º década de vida; · Reabsorção em forma de taça – raio-x; · Comum no sexo feminino; · Diagnóstico e plano de tratamento: · Diagnóstico clinico e histopatológico; · Excisão cirúrgica abaixo do osso – até o periósteo; · Remover focos de irritação (RAR); · Variante intra-óssea; · Hiperparatioroidismo - tumor marrom; · Lesão radiolúcida; · Fibroma ossificante periférico: · Definição: · Crescimento gengival reacional com componente mineralizado originado de células do periósteo ou ligamento periodontal; · Características clinicas: · Exclusivo na gengiva; · Inicia-se na papila interdental incisivos e caninos; · Mais comum na maxila; · Nódulo séssil ou pedunculado; · Cor vermelho ou róseo; · Superfície ulcerada; · Idade: · Adultos jovens 10 a 19 anos; · Diagnóstico e tratamento: · Diagnóstico clinico e histopatológico; · Excisão cirúrgica abaixo do periósteo; · Dentes devem ser raspados; · Lesão separa-se facilmente do osso; · Recidivas são comuns. Desordens potencialmente malignas · Definições: · Lesão pré-cancererosa: · Tecido benigno, morfologicamente alterado, que apresenta um risco maior do que o normal de transformação maligna; · Condição pré-cancerígena: · Uma doença ou hábito do paciente que não necessariamente altera a aparência clinica local do tecido, mas está associada com risco maior do que o normal de uma lesão pré-cancerígena ou câncer se desenvolver naquele tecido; · Tipos de desordens: · Leucoplasia: · Definição: · Placa ou mancha branca que não pode ser caracterizada clínica ou patologicamente como qualquer outra doença (OMS); · Não corresponde a uma alteração histopatológica específica; · Características clínicas: · Mais comum em homens acima de 40 anos; · 4% evoluem para o câncer oral (CEC); · 70% são encontrados no vermelhão do lábio; · Locais: · Língua; · Assoalho de boca; · Vermelhão do lábio; · Exibem 90% de displasias ou CEC; · Aparência clínica variada; · Alteração ao longo do tempo: · Lesão inicial: · Placa fina e translúcida; · Macia e plana; · Podem ter superfície fissurada ou enrugada; · Podem evoluir de aparência clínica; · Homogênea: · Lesão mais espessa que a inicial; · Aparência branca marcante; · Superfície pode não ser lisa; · Fissuras mais profundas; · Consistência de couro a palpação; · Não homogênea: · Placa espessa; · Superfície nodular ou granular; · Projeções agudas em embotadas – verrucosa; · Alterações eritoplásicas – Leucoplasia mosqueada; · Leucoplasia verrucosa proliferativa (LVP): · Atualmente é uma unidade distinta; · Acomete um perfil de pacientes diferente; · Definição: · Inicialmente são iguais as lesões comuns de leucoplasia, mas a LVP exibe um crescimento persistente, que ao final do processo torna-se de natureza exofítica (cresce para fora) e verrugosa; · Características clínicas: · Não raspável; · Predileção para o sexo feminino; · Pacientes mais jovens; · Sem (ou mínima) associação com o tabaco; · Múltiplas lesões; · Tende a se disseminar lentamente – na gengiva; · Desenvolvem carcinoma espinocelular (CEC); · Diagnóstico: · Exclusão de lesões brancas; · Diagnóstico diferencial: · Líquen plano – sempre bilateralmente; · Morsicatio; · Hiperqueratose friccional; · Ceratose da bolsa do tabaco; · Estomatite nicotínica; · Leucoedema; · Nevo branco esponjoso; · Candidíase pseudomembranosa; · Queimadura química; · Biópsia – para excluir displasias e CEC; · Características histopatológicas: · Hiperceratose; · Acantose – aumento da camada de células espinhosas; · Infiltrado crônico de células inflamatórias; · 5% a 25% apresentam displasias; · Classificações das displasias: · Displasia epitelial branda: · Alterações limitadas as camadas parabasal e basal do epitélio; · Displasia epitelial moderada:· Alterações ocorrem desde a camada basal até a porção média da camada espinhosa; · Displasia epitelial severa: · Alterações ocorrem desde a camada basal até a porção média do epitélio; · Carcinoma in situ: · Quando toda a espessura do epitélio é envolvida; · Confinado nas dimensões epiteliais; · Ainda não houve metástase; · Alterações celulares: · Núcleos e células aumentados; · Nucléolos grandes e proeminentes; · Aumento da razão núcleo/citoplasma; · Núcleos e células pleomórficas; · Núcleos hipercromáticos; · Disceratose; · Aumento da atividade mitóticas e figuras mitóticas anormais; · Alterações morfológicas no epitélio; · Cristas epiteliais bulbosas: · Perda de polaridade; · Pérolas de ceratina; · Perda de coesão celular; · Tratamento: · Alcançar o diagnóstico histopatológico; · Biópsia obrigatória; · Sem displasia: · Avaliação clínica a cada seis meses; · Displasia leve: · Tamanho; · Acompanhamento; · Mudanças de hábitos; · Displasia epitelial moderada a grave: · Remoção completa; · Acompanhamento de longa duração; · Eritroplasia: · Definição: · Mancha vermelha que não pode ser clínica ou patologicamente diagnosticada como qualquer outra condição; · 90% apresentam displasia epitelial, carcinoma in situ ou carcinoma invasivo; · Menos comum do que a leucoplasia; · Causa: · As mesmas associadas ao carcinoma; · Prevalência: · 1 para cada 2.500 adultos; · Pode ocorrer associada a leucoplasia (eritroleucoplasia/leucoplasia mosqueada); · Características clínicas: · Mácula ou placa eritematosa bem delimitada, com textura média e aveludada; · Mais comum em idosos – 65 a 74 anos de idade; · Sem predileção por gênero; · Locais mais comuns: · Assoalho de boca; · Língua; · Palato mole; · Múltiplas lesões podem estar presentes; · Lesões assintomáticas; · Características histopatológicas: · 90% apresentam displasias severa ou carcinoma in situ; · Epitélio atrófico; · Ausência de ceratinização; · Tratamento: · Biópsia; · Identificar fontes de irritação, se houver remover e aguardar 2 semanas para reavaliação; · O tratamento é guiado pelo resultado da biópsia; · Acompanhamento por longos períodos; · Queilite actínica: · Definição: · Lesão pré-maligna comum do lábio inferior; · Causa: · Exposição excessiva à radiação ultravioleta; · Padrão: · Pessoas de pele clara, com ocupação ao sol; · Gênero: · Mais comum em homens (10:1); · Idade: · Acima de 45 anos; · Características clínicas: · Progressão lenta; · Apagamento entre a margem do vermelhão do lábio e a parte cutânea; · Manchas pálidas e pigmentadas; · Áreas ásperas e cobertas de escamas; · Ulcerações e crostas; · Características histopatológicas: · Epitélio escamoso estratificado atrófico; · Aumento da camada de ceratina; · Graus variados de displasia; · Leve infiltrado de células inflamatórias; · Tecido conjuntivo apresenta elastose solar; · Alteração basofílica, acelular e amorfa; · Tratamento: · Filtro solar labial; · Recomendar o uso de chapéu e boné; · Biópsia em áreas suspeitas: · CEC: · Tratamento apropriado com cirurgião de cabeça e pescoço ou oncologista; · Displasia: · Acompanhamento; · Vermelhectomia; · Acompanhamento de longa duração; · Líquen plano oral (LPO): · Definição: · Doença mucocutânea mediada imunologicamente; · Descrita por Erasmus Wilson em 1869; · Semelhantes aos líquens sobre rochas; · Características clínicas: · Gênero: · Mulheres; · Idade: · Meia idade; · 1% da população tem líquen plano cutâneo; · 0,1% a 2,2% da população tem líquen plano oral; · Associado com o estresse e ansiedade; · A transformação maligna é muito discutida; · Líquen plano cutâneo; · Pápulas poligonais púrpuras e pruriginosa; · Superfícies flexoras de extremidades; · Estrias de Wickhan – linhas brancas finas semelhantes a um rendilhado; · Líquen plano oral: · Líquen plano reticular: · Variante mais comum; · Localização: · Mucosa jugal bilateralmente; · Estrias brancas que se entrelaçam; · Estrias de Wickhan; · Assintomáticos; · Descobertos por acaso; · Líquen plano tipo placa; · Líquen plano erosivo: · Áreas eritematosas atróficas; · Ulceração central; · Estrias brancas circundando; · Tamanho e localização variados; · Erosão circundada pelas estrias de Wickhan; · Sintomático - ardor, queimação; · Líquen plano bolhoso; · Gengivite descamativa: · Não é exclusivo do líquen plano; · Condição também observada em outras doenças; · Características histopatológicas: · Aumento da camada de ceratina; · Alterações da espessura da camada espinhosa; · Cristas epiteliais pontiagudas ou em forma de “dentes de serra”; · Degeneração hidrópica: · Destruição da camada basal; · Infiltrado inflamatório em faixa intenso (linfócitos T); · Degeneração de ceratinócitos (corpos de Civatte); · Tratamento: · Líquen plano reticular: · Assintomático; · Acompanhamento; · Líquen plano erosivo: · Sintomático; · Alívio da sintomatologia; · Acompanhamento; · Corticoide tópico; · Ceratose da bolsa do tabaco: · Também chamado de uso do tabaco sem fumaça, ceratose do tabaco sem fumaça, uso do cuspo do tabaco; · Causa: · Hábito de mascar folhas de tabaco; · Manter folhas de tabaco (rapé) no vestíbulo; · Características clínicas: · Recessão gengival; · Perda do osso alveolar; · Desgaste oclusal e incisal; · Pigmentação extrínsecas; · Cárie; · Halitose; · Ceratose do tabaco sem fumaça; · Usuários crônicos; · Placa branca pré-cancerosa; · 1 a 5 anos para o desenvolvimento; · Baixo potencial para transformação maligna; · Características histopatológicas: · Hiperceratose em forma de V; · Acantose; · Deposição de material eosinofílico acima das glândulas salivares; · Displasias não são comuns: · Vai depender do tempo de uso; · Local; · Tipo do tabaco; · Tratamento: · Abandono do hábito; · Biópsia incisional: · Displasia; · Carcinoma verrucoso; · Carcinoma espinocelular – CEC · Acontece a recuperação da mucosa após o abandono do hábito: · Lesões que permanecem após 6 semanas sem contato com o tabaco sem fumaça são considerados leucoplasias verdadeiras e devem sem biopsiadas; · Fibrose submucosa: · Definição: · Condição crônica, progressiva, pré-cancerosa e que causa cicatrizes; · Bastante comum na Índia e Ásia; · Causa: · Uso do sachê de betel ou paan; · Características clínicas: · Gênero: · Mulheres; · Idade: · Adultos jovens: · Incapacidade de abrir a boca; · Dor intensa; · Locais mais comuns: · Mucosa jugal; · Palato mole; · Área retromolar; · Estima-se que mais de 600 milhões de pessoas mascam o betel; · Palidez semelhante ao mármore, não é placa; · Rigidez progressivas dos tecidos epiteliais; · Feixes de fibrose submucosos palpáveis; · Língua, orofaringe e porção superior do esôfago podem estar envolvidos; · Características histopatológicas: · Tecido conjuntivo colagenoso; · Denso e avascular; · Presença de células inflamatórias; · 10 a 15% desenvolvem displasias; · 6% desenvolvem câncer oral · Tratamento: · Não regride com a remoção do hábito; · Casos leves: · Corticosteroides intralesionais; · Excisão cirúrgica dos feixes fibrosos; · Acompanhamento frequente; · Desenvolvimento do câncer oral; · Taxa de transformação maligna de 7% em 17 anos; · Estomatite nicotínica: · Definição: · Alteração ceratótica branca do palato associada ao fumo do tabaco; · Não apresenta natureza pré-maligna; · Resposta ao calor; · Mais comum em homens acima de 45 anos; · Características clínicas: · Mucosa palatina branca ou cinza; · Pápulas com pontos centrais avermelhados; · Diagnóstico: · Clínico; · Aparência clínica + história do fumo; · Características histopatológicas: · Hiperceratose e acantose; · Inflamação crônica; · Metaplasia escamosa dos ductos das glândulas; · Hiperplasia do epitélio ducal; · Exsudato; · Tratamento: · Abandono do hábito; · Totalmente reversível. Patologia epitelial - lesões malignas · Definições: · Neoplasias: · Crescimento de novo. · Podem ser malignas ou benignas. · As neoplasias benignas podem ser epiteliais e mesenquimais. · A nomenclatura das neoplasias benignas são classificadas com o nome da célula de origem + sufixo OMA. · As neoplasias malignas podem ter origem mesenquimal ou epitelial.· As neoplasias malignas de origem epitelial são denominadas carcinoma (câncer). · As neoplasias de origem mesenquimal são denominadas sarcomas. · Mais de 90% das malignidades orais são Carcinomas de células escamosas (CEC). · 10% são neoplasias de glândula salivar, neoplasia de origem mesenquimal, neoplasias derivadas de células hematolinfóides. · O carcinoma de células escamosas são neoplasias originadas no tecido epitelial, inicia-se na camada de células espinhosa, camada espinocelular. · Classificação: · Carcinoma de células escamosas; · Carcinoma verrucoso. · Carcinoma de células fusiformes · Carcinoma adenoescamoso · Epidemiologia: · - Doença crônica, alterações que levam tempo para gerar efeitos. · - Dados sugerem que são esperados para o triênio 11.180 casos novos de câncer na cavidade oral. · - 5° carcinoma mais comum em homens e 13° carcinoma mais comum em mulheres. · - Mesma incidência de câncer dos países europeus. · - Diagnóstico tardio. · - Carcinoma de cavidade oral: 1620 novos casos no triênio para o estado de Minas Gerais. · Fatores etiológicos: · Multifatorial: Não existe um agente etiológico único. · Fatores de risco extrínsecos: Exposição espontânea, vem do meio ambiente. · Fatores de riscos intrínsecos: Relacionados ao estado sistêmico do paciente. · Fatores extrínsecos: · Tabaco: · Anos 1940- mais de 60% dos homens fumavam. · O perfil atual: Menos de 2% fumavam. · Tabagistas inveterados- Parcela reduzida da população mas de consumo significativo. · Homens e mulheres fumam igualmente. · Cigarro eletrônico: efeitos desconhecidos. · A proporção de pacientes que são diagnosticados com câncer na cavidade oral · A proporção de pacientes tabagistas entre os pacientes com CEC oral é de 2 a 3x maior do que a população. · Dose dependente, quanto maior o consumo maior a chance de desenvolvimento. · 40 cigarros por dia- risco 5x maior. · 80 cigarros por dia- risco de 17x maior. · O fumo de cachimbo e charuto agrega um risco maior para o câncer oral. · 1 cigarro de palha equivale a 5 de filtro. · Álcool: · Uso combinado do álcool+tabaco. · Ação carcinogênica do álcool quando associado ao tabaco. · Álcool age irritando a mucosa o que facilita a penetração do tabaco. · Solvente para carcinógenos. · Dose dependente e tempo dependente. · 1/3 dos pacientes com câncer oral são fumantes e alcoolistas. · Efeito sinérgico, não é um fator etiológico por si só. · Luz solar: · Carcinogênico apenas para o carcinoma de vermelhão do lábio. · CEC- vermelhão de lábio inferior devido a incidência dos raios solares. · Pacientes de pele clara que se expõe cronicamente ao sol. · Radiação UVB 2900-3200 nm. · Tabaco atua como um fator contribuinte. · Posição do cigarro na boca gera calor facilitando a penetração do carcinógeno em uma área sensibilizada pelos raios solares. · Irritação mecânica: · Controvérsias entre pesquisadores. · Trauma crônico de baixa intensidade, associada à trauma crônico e hábitos carcinogênicos. · A irritação crônica por si só não é um efeito carcinogênico · Próteses mal adaptadas. · Restaurações quebradas. · Aparelhos ortodônticos. · Fatores intrínsecos · Desnutrição e deficiência vitamínica · Deficiência de ferro. · Síndrome de Pluummer-Vinson: paciente possui anemia ferropriva grave, maior propensão à desenvolver carcinoma. · Célula epitelial depende de ferro para a sua duplicação. · CEC de esôfago, orogaringe e região posterior de boca. · Desnutrição · Imunosupressão · Fatores promotores de carcinomas na cavidade oral e outros locais. · Risco aumentado para todos os tipos de neoplasias. · Pacientes transplantados. · Quimioterapia e radioterapia. · AIDS. · Células neoplasias rompem a barreira de multiplicação que não é suprimida pela barreira imunológica, facilitando o ataque das células neoplásicas. · Hereditariedade · Não existe associação entre CEC oral e hereditariedade. · HPV · Vírus · JHPV 16, 18, 31 e 33. · Associação ao CEC ainda não comprovada. · CEC de orofaringe. · Pouco comum no Brasil, comum em países Europeus, Reino Unido e Estados Unidos. · HPV: mecanismo de ação- penetra na célula e se multiplica a ação do mecanismo celular, produz duas proteínas E6 e E7 e bloqueiam a p53 e a Rb- proteínas anti-neoplasicas. · Diminuição pela ampliação da vacinação. · Tipos de lesões malignas: · Carcinoma de células escamosas (CEC) · Acomete mais pacientes do gênero masculino. · Entre a quinta e sexta década de vida, acima dos 40 anos. · 80% são tabagistas e etilistas. · Inicialmente assintomático · O CEC é dividido para compreensão por possuir diferenciação de fatores etiológicos e progressão. · Diagnóstico tardio (Falta de acesso ao serviços de saúde, falta de informação). · Localização mais comum: Língua. · Borda posterior de língua. · Língua: 50% dos CECs intra-orais. · Assoalho de boca- 35% dos CECs intraorais. · Mais comum em homens de idades mais elevadas. · Podem causar metástase (diagnóstico tardio). · In-situ: Tratamento mais facilitado, contido dentro do epitélio, não invadiu tecido conjuntivo. · Metástase desenvolvida: Dificulta tratamento. · Potencial desenvolvimento para orofaringe quando acomete a região posterior de língua (região de papilas folhadas). · Carcinoma do vermelhão do lábio · Corresponde a 30% das neoplasias orais. · Incidente no Brasil- país tropical. · 50% ocorrem no lábio inferior. · Associação com queilite actiníca- Lesão precursora para o câncer de lábio. · Pessoas de pele clara. · Histórico de exposição crônica à luz solar. · Crescimento lento. · Metástase rara. · Taxa de sobrevida em 5 anos- 95 a 100%- Chance de esta livre da doença após a remoção. · Queilite actínica com úlceras e crostas são indicativos. · Perda da delimitação do vermelhão do lábio, continuidade com a pele. · Comum em áreas de apoio do cigarro- Áreas sensibilizadas pelos raios solares, calor do cigarro facilitam a penetração dos carcinógenos. · Não progride- Mutilação do paciente durante a remoção. · Carcinoma intra-oral ou bucal · Apresentações clínicas variáveis. · Faz-se a biópsia para confirmar a suspeita de lesão maligna. · Leucoplasia · Placa branca · Eritoplásica · Encerram mais frequentemente em carcinoma quando comparadas às leucoplasias. · Placa vermelha. · Eritroleucoplásica · Placa branca e vermelha. · Exofíticas · Massa fungiforme, papilar ou verrucosa. · Endofítica · Úlcera, invasiva, crateriforme. · Bordas se enrolam para dentro. · Infiltração das células malignas em epitélio adjacente e tecido conjuntivo. · Carcinoma de orofaringe · Poucos casos no Brasil diagnosticados. · Localização relacionada ao diagnóstico tardia. · Sintomas associados são dor ou disfagia. · Alto índice de metástase no diagnóstico. · Dor em estágio avançado. · Fator etiológico: Tabaco e álcool (Brasil). · Fator etiológico: HPV (EUA e reino unido). · Base da língua, avança para palato mole e de lá para a orofaringe. · Cheiro forte: Tecido necrótico. · Alta taxa de necrose, cuidado para a seleção da área de biópsia para obter o diagnóstico, selecionar uma área que não possua tanto indício de necrose para verificar a presença de células neoplásicas. · Prognóstico ruim em casos avançados: Evolução para óbito. · Características histopatológicas · Ilhas e cordões invasivos de células epiteliais escamosas malignas. · Epitélio integro é descontinuado por cristas epiteliais alongadas, deformadas. · Célula basal rompida. · Invasão do tecido conjuntivo. · Ceratinização concêntrica das células: Pérolas de ceratina. · Graduação histopatológica · Ocorre de acordo com comportamento biológico do tumor. · As lesões são graduadas em uma escala de 3 a 4 graus(I, II, III e IV). · Em cada escala é medido o grau de diferenciação celular- o quanto a célula se parece com o tecido de origem. · Bem diferenciado- semelhante ao tecido de origem. · Indiferenciado ou células anaplásicas- características alteradas (estrutura do tecido alterado, não permite reconhecimento do tecido de origem). · Quanto mais a célula é anaplásica mais agressiva é o tumor. · Classificação subjetiva: Depende do olhar do patologista. ·Bem diferenciado: Baixo grau, Grau I, célula sofreu pouca alteração neoplásica. · Moderadamente diferenciado: Grau intermediário, Grau II. · Pobremente diferenciado ou anaplásico: Alto grau, grau III. · Dado importante mas não utilizado para o estabelecimento do tratamento. · Diagnóstico e tratamento · Biópsia incisional+Análise histopatológica. · Tratamento: Oncologista + Cirurgião de cabeça e pescoço. · A cirurgia é a principal modalidade de tratamento. · Sistema de estadiamento (TNM) e estágio tumoral: Estágio do carcinoma. · Taxa de sobrevida em 5 anos: 60%. · Tratamento: Cirurgia- Padrão ouro, diagnóstico: Biópsia incisional- Padrão ouro. · Tratamentos combinados: Radioterapia e quimioterapia. · Quimioterapia e radioterapia são normalmente indicados pois o diagnóstico é feito em estágios avançados, ocorrendo metástase. · Estadiamento · Sistema pelo qual os carcinomas são definidos clinicamente. · Medida (não subjetivo). · O estadiamento do câncer intra-oral envolve exame clínico, palpação, exames imaginológicos. · Sistema TNM tem como objetivo · Facilita a troca de informação entre os centros de tratamento. · Auxiliar no plano de tratamento. · Indica o prognóstico. · Auxilia na avaliação dos resultados do tratamento. · Estadiamento para câncer de cabeça e pescoço · Quanto maior a classificação pior o prognóstico. · No Brasil o diagnóstico normalmente é · Três parâmetros (TNM): · T: Tamanho do tumor primário; · N: Envolvimento dos linfonodos locais. · M: Metástase à distância (Presença de metástase em áreas distantes: Exames de imagem). · (tabela neville). · Metástase · Disseminação metastática: Via hematogênica e linfática. · Metástase regional CEC oral: Linfonodos cervicais. · Metástase regional do CEC de lábio e assoalho: Linfonodos submentonianos. · Linfonodo endurecido, fixo e indolor. · Metástase a distância: Pulmões, fígados e ossos (Toda metástase possui uma via de drenagem mais comum, ordenada). · Carcinoma verrucoso · Características clínicas · Raros. · Mais de 90% dos carcinomas na região de cabeça e pescoço são CEC. · Variante de baixo grau do CEC. · Corresponde a 1 a 105% de todos os CECs orais. · Descrito por Ackerman 1948 associado ao cuspo do tabaco. · Identificação do HPV 16 e 18 em alguns casos. · Acomete mais homens acima de 55 anos (entre 65 e 70 anos), · Local: Colocação crônica do tabaco, · Vestíbulo mandibular, mucosa jugal e palato duro. · Extenso no diagnóstico (sensibilidade dolorosa ausente). · Lesão exófítica verrucosa de coloração branca. · Melhor prognóstico. · Características histopatológicas · Aparência microscópica benigna enganadora. · Produção abundante de ceratina. · Tampão de ceratina. · Superfície papilar e verrucosa. · Cristas epiteliais, largas, alongadas, embotadas. · Células neoplásicas pouco displásicas. · Intenso infiltrado inflamatório crônico. · Diagnóstico e tratamento · Biópsia incisional adequada (lesão do centro a borda, fatia de bolo). · Requer que a amostra para biópsia seja bem ampla para um correto diagnóstico do patologista: Incisar do centro às bordas da lesão, englobar a arquitetura completa para possibilitar visão geral da lesão. · Avaliação geral da lesão. · 20% apresentam CEC em conjunto. · Metástase é rara. · Proliferação mais exofítica, não invade tecido conjuntivo. · Excisão cirúrgica. · 90% livres da doença em cinco anos. · Carcinoma do seio maxilar · Rose falou alguma coisa aqui!!!!!! · Variante rara. · Não associado ao tabaco, sinusite ou pólipos nasais. · Achado radiográfico. · Endurecimento nasal crônico unilateral. · Ulceração ou aumento de volume no palato duro. · Pode simular dor de dente (diagnóstico diferencial). · Tratamento radical (Cirurgia-extensa). · Remoção da maxila no lado envolvido · Carcinoma de células fusiformes · Variante rara. · Neoplasia maligna que acomete células epiteliais, mas com aspecto celular fusiforme. · Caracterizado por epitélio superficial displásico com um elemento celular fusiforme invasivo (Remete a tecidos mesenquimais). · Difícil de distinguir de um sarcoma. · Massa polipóide e pedunculada; úlcera fungiforme; ou massa nodular séssil com dor e parestesia. · Diagnóstico: Associação clínico e histopatológico. · Carcinoma de células basais · Câncer de pele mais comum. · 85% na pele da cabeça e pescoço. · Localmente invasivo. · Exposição crônica à radiação ultravioleta. · Pacientes de pele clara que se expõe ao sol. · Pápula firme e umbilicada (ulceração central com formação de crosta, telangectasias- vasos pequenos que circundam lesões na pele) · Mutilação do paciente no tratamento: Remoção com margem de segurança. · Diagnóstico diferencial · Carcinoma de células de Merkel · Predileção pelas células periorais. · Malignidade rara e agressiva · Pele da face exposta ao sol · Predileção pela borda de vermelhão do lábio inferior. · Nódulo em forma de cúpula vermelho ou violáceo · Telangecstasia. · Carcinoma agressivo com metástase local · Ampla excisão cirúrgica+radioterapia. · Linfonodos palpáveis no diagnóstico · Recorrência em linfonodos. Neoplasias mesenquimais benignas · Tumor de célula granular: · Neoplasia benigna do tecido mole; · Incomum; · Origem a partir de células de Schwann ou células neuroendócrinas; · Células de Schwann: · Responsáveis pela produção da bainha de mielina que reveste os axônios; · Células neuroendócrinas: · Especializadas em liberar hormônios e neurotransmissores no organismo; · Características clinicas: · Comuns na cavidade oral e pele; · Localização: · Língua - localização mais comum (dorso da lingual); · Mucosa jugal; · Sexo feminino; · Entre a 4ª e 6ª décadas de vida; · Negros – múltiplos tumores separados; · Nódulo séssil, assintomático, com 2 cm ou menos, de coloração rósea ou amarelada; · Presença de longa data; · Características histopatológicas: · Células poligonais com abundante citoplasma eosinófilo e granular; · Células arranjadas em camadas, cordões ou ninhos; · Células com margens indefinidas, dando uma aparência sincicial; · Hiperplasia pseudoepiteliomatosa no epitélio de superfície; · Lesão não encapsulada, infiltração no tecido conjuntivo; · Diagnóstico diferencial: · Carcinoma de células escamosas (CEC); · Diagnóstico e tratamento: · Diagnóstico clinico e histopatológico; · Excisão local conservadora; · Recidivas são raras; · Evolução para tumor de células granulares maligno – raro; · Epúlide congênita: · Neoplasia benigna incomum de tecido mole; · Ocorre no rebordo alveolar de recém-nascidos; · Mais comum em maxila; · Predileção pelo sexo feminino; · Lateralmente a linha média; · Tamanho variável - 2 cm a 7,5 cm; · Aumento de volume polipoide de superfície lisa e coloração que varia de rosa ao vermelho; · Ocupa a localização dos incisivos e caninos; · Características histopatológicas: · Grandes células arredondadas com citoplasma granular eosinofílico e núcleo basofílico de formato arredondado a oval; · Não há hiperplasia pseudoepiteliomatosa, ao contrário, exibe atrofia das cristas epiteliais; · Diagnóstico e tratamento: · Diagnóstico é clinico; · Excisão cirúrgica; · Recidivas são raras; · Após o nascimento o tumor cessa seu crescimento e pode até diminuir de tamanho; · Regressões completas já foram relatadas; · Neurofibroma: · A mais comum neoplasia dos nervos periféricos; · Características clinicas: · De forma solitária ou como componente da neurofibromatose; · Adultos jovens; · Locais: · Pele - localização mais frequente; · Língua e a mucosa jugal; · Pode desenvolver dentro do osso – massa radiolúcida na radiografia; · Pequenos nódulos a grandes massas; · Características histopatológicas: · Células de Schwann e fibroblastos perinsurais; · Tumor bem circunscrito; · Feixes entrelaçados de células fusiformes; · Feixes de colágeno delicados; · Numerosos mastócitos; · Positivo para S-100; · Diagnóstico e tratamento: · Diagnóstico clinico e histopatológico; · Excisão cirúrgica local; · Os pacientes devem ser avaliados em relação a neurofibromatose; · Transformação maligna é maior para os pacientes com neurofibromatose; · Neurofibromatose · Hereditária;· Oito formas; · Neurofibromatose tipo I ou Doença Cutânea de Von Recklinghausen; · Herdada como um traço autossômico dominante; · Mapeado no cromossomo 17; · Características clinicas: · Variabilidade clínica; · Neurofibromas múltiplos; · Pigmentação café com leite: · Manchas de bordas regulares, amareladas ou marrom escuras de tamanhos variados; · Sinal de Crowe – sardas axiliares; · Nódulos de Lisch – manchas na íris; · Pode causar: · Tumores no SNC; · Deficiência mental; · Macrocefalia; · Baixa estatura; · Escoliose; · Neurofibromas: · Podem ocorrer em qualquer localização – principalmente pele; · Pequenas pápulas e nódulos grandes; · Bolsas de massas teciduais pedunculadas na pele – sinal patognomônico da doença; · Iniciam na puberdade; · Número pequeno a milhares de nódulos; · Sem sintomatologia; · Manifestações orais: · Neurofibromas orais; · Aumento das papilas fungiformes; · Aumento unilateral da língua; · Densidade óssea aumentada; · Aumento do forame mandibular; · Ramificação do canal mandibular; · Diagnóstico e tratamento: · Não existe tratamento; · Prevenção das complicações – transformação maligna dos tumores; · Neurofibrossarcomas – denominação da transformação maligna; · Linfangioma: · Tumores hematomatosos benignos dos vasos linfáticos; · Podem representar malformações congênitas originarias de sequestros do tecido linfático que não se comunica normalmente com o resto do sistema linfático; · Existem três tipos de linfangiomas: · Linfangioma simples (linfangioma capilar): · Consistem em vasos pequenos do tamanho de capilares; · Linfangioma cavernoso: · Composto de vasos linfáticos grandes e dilatados (mais comum na boca); · Linfangioma cístico (higroma cístico): · Que exibem grandes espaços císticos macroscópicos (mais comum no pescoço e axilas); · Características clinicas: · Predileção pela região da cabeça e pescoço - 50 a 75%; · Lesões presentes ao nascimento ou até 2 anos de idade; · Grupos de vesículas traslucentes que deixam uma aparência pedregosa; · Hemorragia dentro dos espaços linfáticos; · Características histopatológicas: · Vasos linfáticos dilatados e superficiais; · Infiltram para dentro do tecido conjuntivo; · Diagnóstico e tratamento: · Excisão cirúrgica: · Tamanho; · Localização; · Envolvimento de estruturas vitais; · Alta taxa de recidivas; · Esclerosamento: · Sem ação nos linfangiomas; · Crioterapia: · Poucos resultados; · Leiomioma: · Tumor benigno do músculo liso; · Comum no útero, trato gastrointestinal e pele; · Raros na cavidade bucal; · Os três tipos são: · Leiomiomas sólidos – cavidade oral; · Leiomiomas vasculares (angiomiomas ou angioleiomiomas) – cavidade oral; · Leiomiomas epitelióides (leiomioblastomas); · Características clinicas: · Nódulo mucoso firme de crescimento lento; · Locais: · Lábios; · Palato; · Língua; · Mucosa jugal; · Intraósseos são raros; · Assintomáticos; · Coloração normal; · Sem predileção por idade; · Características clinicas: · Tumor bem circunscrito; · Feixes entrelaçados de células musculares fusiformes; · Vasos sanguíneos tortuosos com parede espessas; · Feixes entrelaçados de músculo liso entre as células; · Diagnóstico e tratamento: · Diagnóstico clinico e histopatológico; · Exames complementares; · Excisão cirúrgica local; · Recidivas são raras; · Rabdomiomas: · Neoplasias benignas da musculatura esquelética; · Raros; · Predileção pela cabeça e pescoço; · Classificados em: · Rabdomiomas do adulto: · Homens de meia idade; · Locais: · Faringe; · Cavidade oral; · Laringe; · Assoalho da boca; · Palato mole; · Base da língua; · Nódulo ou massa de grande tamanho; · Rabdomiomas fetais: · Criança ou adultos; · Predileção por homens; · Locais: · Face; · Região periauricular; · Característica histopatológicas: · Lóbulos de células grandes poligonais com abundante citoplasma eosinofílico granular; · Vacuolização periférica, aparência de teia de arranha; · Diagnóstico e tratamento: · Diagnóstico clinico e histopatológico; · Exames complementares; · Excisão cirúrgica local; · Recidivas são raras; · Hemangioma X Malformações vasculares: · Hemangiomas: · Neoplasias benignas da infância, que exibem uma rápida fase de crescimento com proliferação de células endoteliais, seguida pela involução gradual; · Pode não estar presente no nascimento; · Pode surgir durante as 8 primeiras semanas de vida; · Características clinicas: · São tumores mais comuns da infância; · 5 a 10% das crianças de 1 ano de idade; · Cabeça e pescoço – 60%; · Mais comum no sexo feminino e em brancos; · 80% dos casos são lesões únicas e 20% lesões múltiplas; · Fases: · Inicio: · Macula pálida; · Fase proliferativa: · Aumento de volume de coloração vermelha-clara, firme a palpação; · Fase de involução: · Aumento de volume de coloração rosa-escuro e menos firme a palpação; · Características histopatológicas: · Massa celular bem circunscrita de células endoteliais arranjadas em agregados lobulares; · Diagnóstico e tratamento: · Resolução completa entre 5 e 9 anos de idade; · Complicações associadas a localização; · Acompanhamento; · Ressecção não é indicada; · Tratamento medicamentoso: · Corticosteroides; · Vincristina intravenosa (VI); · Malformações vasculares: · São anomalias estruturais dos vasos sanguíneos sem proliferação endotelial; · Estão presentes ao nascimento e persistem durante toda a vida; · Características clinicas: · Tipo de vasos: · Capilar; · Venoso; · Arterial; · Hemodinâmica: · Baixo fluxo ou alto fluxo; · Mancha “vinho do porto”– malformação capilar; · Malformação venosa ou arteriovenosa; · Características histopatológicas: · Múltiplos vasos sanguíneos grandes e dilatados; · Diagnóstico e tratamento: · Tratamento depende da localização e tamanho; · Combinação: · Escleroterapia; · Excisão cirúrgica; · Laser de luz pulsante para manchas tipo vinho do porto: · Risco de hemorragias significativas; · Principalmente nas lesões intraósseas; · Embolização prévia a cirurgia; · Angiomatose de Sturge-Weber: · Rara condição do desenvolvimento; · Proliferações vasculares harmatomatosa; · Cérebro e face; · Angiomatose meníngea: · Convulsões; · Retardo mental; · Manifestações oculares: · Problemas de visão; · Calcificações cerebrais em “linha de trem”, do lado afetado; · Envolvimento orais são comuns; · Manchas “vinho do porto” ou nevo flâmeo: · Manchas presentes ao nascimento; · Manchas de distribuição unilateral ao longo de um ou mais ramos do nervo trigêmeo; · Manifestações orais: · Alterações hipervasculares; · Mucosa homolateral; · Hiperplasia gengival; · Granuloma piogênico; · Diagnóstico e tratamento: · Dependem da severidade; · Tratamento das complicações neurológicas; · Na cavidade bucal: · Pacientes com dificuldade de higienização = orientações; · Risco para procedimentos cirúrgicos.