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Noções de Atenção Farmacêutica e Dispensação de Medicamento

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DESCRIÇÃO
O estudo da atenção farmacêutica e dispensação de medicamentos sujeitos a controle especial.
PROPÓSITO
Compreender os princípios de aplicações da atenção farmacêutica e da dispensação de medicamentos, bem como entender a legislação sobre os medicamentos sujeitos a controle especial é importante para que o farmacêutico possa desenvolver de maneira ética, segura e eficaz os cuidados farmacêuticos no âmbito da farmácia comunitária.
PREPARAÇÃO
Antes de iniciar o conteúdo, tenha à mão um dicionário de termos técnicos em saúde para entender termos específicos da área.
OBJETIVOS
MÓDULO 1
Compreender os princípios da atenção farmacêutica
MÓDULO 2
Reconhecer os documentos e os procedimentos da dispensação de medicamentos sujeitos a controle especial
INTRODUÇÃO
Neste conteúdo, serão apresentados a você os princípios da atenção farmacêutica no Brasil e no mundo. Você também será apresentado às aplicações da atenção farmacêutica nas farmácias sem manipulação e drogarias (farmácias comunitárias). A atenção farmacêutica é um modelo de prática farmacêutica, voltada para o paciente, em que são disponibilizados os cuidados farmacêuticos. Assim, você verá neste conteúdo como acontece essa prática em ambientes de farmácias comunitárias. Além disso, verá os principais pontos a respeito da dispensação de medicamentos sob controle especial, a importância da regulação desses medicamentos, bem como os requisitos, normas e procedimentos para que esses medicamentos possam ser dispensados aos pacientes pelos farmacêuticos.
MÓDULO 1
Compreender os princípios da atenção farmacêutica
FARMÁCIA COMUNITÁRIA
Os farmacêuticos comunitários eram conhecidos no passado como boticários. Atualmente, os farmacêuticos comunitários fazem parte da equipe de saúde da atenção primária, e todos os dias, cerca de 1,6 milhão de pessoas visitam uma farmácia no Brasil.
As farmácias comunitárias estão localizadas em pontos de venda(Como shoppings e galerias.), centros de bairro, supermercados e no coração das comunidades mais carentes. Muitas ficam abertas por muitas horas quando outros profissionais de saúde não estão mais disponíveis. Existem vários tipos e tamanhos diferentes de farmácias comunitárias, desde as grandes redes com lojas em todas as capitais do país ou nos supermercados da periferia da cidade, a pequenas farmácias individuais em pequenas comunidades, nos subúrbios e, muitas vezes, em áreas desfavorecidas ou zonas rurais.
FARMÁCIAS COMUNITÁRIAS
Farmácias comunitárias são farmácias e drogarias localizadas fora dos serviços de saúde.
VOCÊ SABIA
O papel tradicional do farmacêutico comunitário como o profissional de saúde que dispensa as receitas prescritas pelos médicos ou outros prescritores mudou. Nos últimos anos, os farmacêuticos comunitários têm desenvolvido serviços clínicos, além da função tradicional de dispensação, para permitir uma melhor integração com os serviços de atenção à saúde.
Foto: Shutterstock.com
Os farmacêuticos comunitários são facilmente acessíveis, uma vez que há aproximadamente , localizadas onde as pessoas vivem, fazem compras e trabalham.
Esse estabelecimento é, portanto, um serviço de saúde socialmente inclusivo, proporcionando um ambiente conveniente e menos formal para aqueles que não têm acesso fácil ou optam por não procurar outros tipos de serviços de saúde. Atualmente, muitas farmácias têm uma área de consulta privada especificamente para discussões confidenciais ou delicadas e outros serviços clínicos.
EXEMPLO
· Serviços de pequena emergência fora do horário para fornecer medicamentos como analgésicos.
· Serviços de contracepção hormonal de emergência para reduzir a incidência de gravidez indesejada.
· Serviços de triagem (por exemplo, para diabetes, dislipidemias, hipertensão, etc.).
· Serviços voltados ao atendimento de doenças menores para reduzir os tempos de espera em serviços de saúde.
· Serviços de gestão da obesidade.
· Serviços para parar de fumar.
· Aconselhamento de saúde sexual.
· Monitoramento de anticoagulação e flebotomia etc.
A vida diária de um farmacêutico comunitário é extremamente variada, com base em uma gama de competências e habilidades clínicas e não clínicas. Cada farmácia deve ser operada sob o controle de um farmacêutico responsável técnico.
As tarefas diárias realizadas por farmacêuticos comunitários incluem:
Exame clínico de prescrições.
Supervisão dos processos de dispensação segura.
Fornecer aos pacientes conselhos sobre medicamentos e tratamentos.
Fornecimento de informações de saúde pública a pacientes e clientes e promoção do bem-estar.
Sinalização de pessoas para outros serviços, organizações de autocuidado ou recursos de informação.
Avaliação e tratamento para doenças menores.
Supervisão profissional da venda de medicamentos de venda livre (medicamentos OTC). Ligação com outros profissionais de saúde.
Serviços de revisão clínica para grupos específicos de pacientes com asma, diabetes e hipertensão.
MEDICAMENTOS OTC
Os medicamentos OTC, sigla que vem do inglês que significa over the counter (além do balcão), são aqueles medicamentos não tarjados e que podem ser disponibilizados fora do balcão, geralmente, em gôndolas, nas farmácias comunitárias.
Os farmacêuticos têm apoiado suas equipes no treinamento e desenvolvimento para garantir que a função ampliada do farmacêutico possa ser alcançada por meio de uma equipe competente para apoiar e fornecer um serviço farmacêutico seguro e eficaz.
Houve desenvolvimentos significativos no mundo da farmácia nos últimos anos, dentre os quais destacam-se as mudanças na legislação para permitir que os farmacêuticos prescrevam (Resolução CFF 586/2013). Isso os tem ajudado a fornecer cuidados mais dedicados aos seus pacientes e a trabalhar mais próximos a outros profissionais de saúde.
No futuro, sem dúvida, veremos mais desenvolvimentos em farmácias comunitárias em todo o país. O desenvolvimento de sistemas de TI, serviços adicionais, como prescrição e o aumento do número de farmacêuticos comunitários especializados ajudarão a garantir que os pacientes continuem a receber atendimento excelente da farmácia comunitária local.
ATENÇÃO FARMACÊUTICA EM FARMÁCIAS COMUNITÁRIAS: PRÁTICA NO MUNDO
O conceito de atenção farmacêutica tem influenciado a prática da farmácia comunitária. Em todo o mundo existem farmacêuticos comunitários que são inovadores, oferecendo atendimento ao paciente em suas farmácias comunitárias. Em muitos países, essas farmácias são locais onde os indivíduos podem obter aconselhamento de saúde e assistência com o gerenciamento de seus estados de doença por meio de medicamentos.
Foto: Shutterstock.com
EXEMPLO
· Nos EUA, os farmacêuticos podem fornecer tratamento para asma, diabetes, dislipidemia e terapia anticoagulante para pacientes do Mississippi.
· Os farmacêuticos de Iowa podem fornecer gestão de casos farmacêuticos (pacientes com algum tipo de Problema Relacionado com Medicamentos - PRM) para pacientes de alto risco.
· Na Austrália, a gestão do estado da doença na asma e diabetes por farmacêuticas vem sendo consideradas para reembolso.
· Em Portugal, existem programas para diabetes, asma e hipertensão, e a farmácia comunitária faz parte do sistema de saúde, funcionando como porta de entrada da atenção básica.
· Já na Suécia, todas as farmácias têm uma documentação para informação de problemas relacionados a medicamentos com base em sistema informatizado e um banco de dados nacional.
REEMBOLSO
Pagamento pelo serviço de saúde prestado, neste caso, a atenção farmacêutica a pacientes asmáticos, que pode ser feito pelo Estado ou pelo próprio paciente.
Charles D. Hepler e Linda M. Strand são dois farmacêuticos que definiram a atenção farmacêutica em 1990. Essa definição foi adotada por organizações farmacêuticas profissionais e programas de treinamento acadêmico no mundo todo como um padrão de atendimento em várias formas e graus. Em termos práticos, a atenção farmacêutica significa:
Uma prática em que farmacêuticos “se comprometem” a fazer o possível para que o paciente obtenha resultados positivoscom a terapia medicamentosa.
EXEMPLO
· Os farmacêuticos espanhóis definiram seis problemas relacionados a medicamentos para uso na prestação de cuidados a seus pacientes, enquanto os farmacêuticos dos Estados Unidos podem usar até nove problemas relacionados a medicamentos (veja no Quadro a seguir).
· Na Austrália, algumas farmácias têm um modelo de prática progressiva, em que os farmacêuticos estão na frente do típico balcão em uma farmácia comunitária para se reunir com os pacientes, enquanto no Canadá e nos EUA os farmacêuticos são, normalmente, encontrados atrás do balcão.
· No Reino Unido, os farmacêuticos têm funções nas equipes de atenção primária.
· Nos EUA, as leis em vigor desde 2006 descrevem o gerenciamento dos serviços da terapia medicamentosa para americanos mais velhos. Assim, cada país tem perspectivas de assistência farmacêutica e prática de farmácia que impactam o modelo de implantação e prática da atenção farmacêutica.
A seguir, confira como funcionam os serviços de atenção farmacêutica em alguns locais do mundo.
	Classificação de PRM - Primeiro Consenso de Granada (ESPANHA)
	Necessidade
	PRM 1: O paciente apresenta um problema de saúde por não utilizar a farmacoterapia de que necessita.
	PRM 2: O paciente apresenta um problema de saúde por utilizar um medicamento de que não necessita.
	Efetividade
	PRM 3: O paciente apresenta um problema de saúde por uma inefetividade não quantitativa da farmacoterapia.
	PRM 4: O paciente apresenta um problema de saúde por uma inefetividade quantitativa da farmacoterapia.
	Segurança
	PRM 5: O paciente apresenta um problema de saúde por uma insegurança não quantitativa de um medicamento.
	PRM 6: O paciente apresenta um problema de saúde por uma insegurança quantitativa de um medicamento.
	 
	Cadeia de eventos relativos a problemas de terapia medicamentosa (EUA)
	Causas
	Dependente do medicamento
	Dependente do paciente
	Dependente do prescritor
	Dependente do farmacêutico
	Dependente do sistema
	Falhas da farmacoterapia
	Por necessidade   
	Falta de efetividade
	Falta de segurança
	Consequência para a saúde
	Problema de saúde
Quadro: Os serviços de atenção farmacêutica em alguns locais do mundo.
Elaborado por: Eduardo Freire
 Atenção! Para visualização completa da tabela utilize a rolagem horizontal
PRIMEIRO CONSENSO DE GRANADA
O Primeiro Consenso de Granada foi um encontro de farmacêuticos espanhóis em 1998, na Cidade de Granada, que teve como objetivo unificar critérios para utilização de Problemas Relacionados com Medicamentos como ferramentas da atenção farmacêutica.
PRÁTICA NO CANADÁ
Os governos provinciais e territoriais do Canadá têm grande responsabilidade na prestação de serviços de saúde. A Lei de Saúde do país exige que todos os canadenses tenham acesso a um “plano de saúde universal financiado e administrado publicamente, que garante serviços médicos e financia cuidados hospitalares gerais” (JONES et al., 2005). Esse financiamento é usado em combinação com receita provincial/territorial e outras transferências federais para a prestação de serviços de saúde.
Imagem: Shutterstock.com
Planos públicos de medicamentos têm introduzido gradualmente programas de reembolso para serviços de atenção farmacêutica. Desde 1978, o plano de medicamentos da província de Quebec oferece reembolso aos farmacêuticos para opinião farmacêutica (que consiste em uma notificação por escrito enviada ao médico, sugerindo mudanças em uma terapia do paciente) e recusa em dispensar (quando um farmacêutico julga que uma receita pode ameaçar a saúde do paciente).
PRÁTICA NA ALEMANHA
Na Alemanha, a farmácia comunitária é um importante componente do sistema de saúde para a população. Existem mais de 21.400 farmácias comunitárias, cada uma servindo, em média, 3.900 habitantes. Apenas farmacêuticos podem ser proprietários de farmácias e, até 2004, cada farmacêutico tinha permissão para gerenciar apenas uma farmácia. No entanto, esse número agora é de quatro. Além de dispensar medicamentos (por prescrição ou automedicação), as farmácias comunitárias fornecem informações sobre os efeitos, doses, aplicação, possíveis efeitos adversos e interações dos medicamentos. Isso é complementado por conselhos sobre estilo de vida e vida saudável para crianças, mulheres grávidas, mães que amamentam e pessoas com deficiência.
Imagem: Shutterstock.com
Na farmácia comunitária da Alemanha os serviços podem ser divididos nos seguintes pontos:
Fornecimento de medicamentos, especialmente, com receita, e de medicamentos exclusivos para farmácias e outros produtos de saúde.
Fornecimento de informações e conselhos adequados sobre medicamentos para pacientes, bem como outros profissionais de saúde.
Otimização da terapia medicamentosa e da detecção como prevenção ou solução de problemas relacionados com medicamentos (essas tarefas requerem estreita cooperação e uma boa relação de trabalho com outros profissionais da saúde, principalmente, médicos).
Prestação de assistência farmacêutica, o responsável e contínuo fornecimento de terapia medicamentosa para alcançar resultados definitivos que melhorem a qualidade de vida relacionada à saúde de um paciente, incluindo o manejo medicamentoso.
Serviços de cuidados preventivos, principalmente, para pacientes com doenças crônicas, mas também para aquelas que ainda não estão sendo diagnosticadas e tratadas, incluindo serviços como exames para doenças (por exemplo, diabetes, osteoporose, hipertensão, doença coronariana, dislipidemia, doença pulmonar obstrutiva crônica), promoção da saúde e organização de campanhas e programas (por exemplo, para tratar o tabagismo).
Contribuição para a promoção da saúde e, em caso de doença, da promoção da prescrição racional e do uso adequado de medicamentos.
Foto: Shutterstock.comImagem de uma farmácia (apotheke, em alemão) na Alemanha.
PRÁTICA NOS EUA
Nos EUA, os farmacêuticos comunitários também realizam uma série de serviços relacionados à saúde. Em alguns estados, eles são remunerados por atividades de atenção farmacêutica, como revisões e resolução de problemas relacionados com medicamentos e gestão de casos clínicos, mas esses serviços não são generalizados, nem padronizados. Não há dados nacionais sobre a prevalência de diferentes tipos de serviços oferecidos por todas as farmácias comunitárias nos EUA.
Imagem: Shutterstock.com
Alguns estados têm desenvolvido programas para suas populações, em que farmacêuticos fornecem gerenciamento de doenças ou gerenciamento de casos clínicos, mas, até o momento, nenhum programa do governo federal paga farmacêuticos por serviços de atenção farmacêutica.
Foto: Shutterstock.comImagem de uma farmácia (pharmacy, em inglês) nos EUA.
PRÁTICA NO BRASIL
O Brasil está entre as dez maiores populações do mundo, distribuída em vinte e seis estados e um distrito federal.
Imagem: Shutterstock.com
O medicamento pode ser acessado basicamente por meio de dois tipos de farmácias:
Farmácias comunitárias privadas
Farmácias da rede pública de atenção primária
A região sul tem a maior proporção de farmacêuticos proprietários de farmácias; o estado do Paraná tem a maior taxa de proprietários farmacêuticos em todo país. Por outro lado, a região norte tem a menor proporção de proprietários farmacêuticos e o estado do Piauí (região nordeste) tem o menor índice de proprietários farmacêuticos do país.
As farmácias comunitárias estão autorizadas a fornecer serviços por meio de regulamentos de saúde federais, estaduais ou municipais. O Conselho Federal de Farmácia atua como agente fiscalizador e regulador das boas práticas farmacêuticas no país. O principal serviço prestado por essas farmácias é a dispensação de medicamentos, que inclui o aconselhamento aos pacientes.
Algumas farmácias colaboram de maneira diferente com o sistema nacional de farmacovigilância por meio da notificação ativa de reações adversas. Essas farmácias são chamadas de notificadoras e são registradas pela Agência Nacional de Vigilância Sanitária (Anvisa).
A filosofia da prática de atenção farmacêuticaconsiste em uma série de elementos.
Começa com uma declaração de necessidade social.
Continua com uma abordagem centrada no paciente para atender a essa necessidade, tem em seu cerne o cuidado, desenvolvimento e manutenção de cuidados terapêuticos.
Finaliza com a descrição dos dados específicos do praticante.
Não existem estatísticas nacionais sobre a proporção de farmácias que prestam serviços de atenção farmacêutica. Entretanto, em pesquisas realizadas nas regiões sul e norte do Brasil, diversas atividades foram encontradas. Esses serviços incluem:
MONITORAMENTO
De parâmetros clínicos (por exemplo, pressão sanguínea, níveis de glicose, colesterol e temperatura corporal).
ADMINISTRAÇÃO
De medicamentos (podendo ser parenteral e inalação), curativo simples e colocação de piercing ou brincos na orelha.
ACOMPANHAMENTO
Farmacoterapêutico.
A necessidade social reside no fato de a maioria das falhas de farmacoterapia poder ser atribuída ao uso incorreto de medicamentos pelos pacientes, não conseguindo atingir o resultado da terapêutica. Isso acontece em mais de 50% dos casos em que os resultados pretendidos não são obtidos, apesar de uma correta prescrição e dispensação, representando, portanto, um importante ônus econômico sobre os custos sanitários.
De acordo com dados da literatura, podemos afirmar que uma intervenção pode ser considerada uma prática de atenção farmacêutica se incluir, no mínimo, o seguinte:
Imagem Shutterstock.com
Uma consulta individual entre um paciente e um farmacêutico com foco na gestão de saúde ou tratamento de problemas relacionados com medicamentos.
Imagem Shutterstock.com
Desenvolvimento de um plano de cuidados.
Imagem Shutterstock.com
Acompanhamento da farmacoterapia.
O objetivo principal da atenção farmacêutica é identificar e resolver problemas relacionados com a terapia medicamentosa. Para alcançar isso, o farmacêutico deve realizar uma série de entrevistas focadas em obter as informações necessárias sobre a doença e os tratamentos do paciente.
Foto: Shutterstock.com
Os requisitos para padronizar o processo de documentação deve ser baseado em quatro principais áreas:
Dados demográficos
Lista de medicamentos
Lista de problemas de saúde
Plano
A maioria dos pacientes não utiliza os serviços da atenção farmacêutica, embora clínicas administradas por farmacêuticos existam em muitos ambientes de prática, como consultórios médicos, hospitais, ambulatórios e farmácias. Além disso, muitas pessoas não têm conhecimento de que farmacêuticos oferecem esse serviço. As recomendações para iniciar este processo devem ser feitas para melhorar a percepção do paciente desse serviço, ou seja, é necessário enfatizar todos os benefícios potenciais para um paciente receber esses serviços. Entretanto, é importante informar ao paciente três características da atenção farmacêutica:
Imagem: Shutterstock.com, adaptado por Thaiane Andrade e Rossana RamosCaracterísticas da atenção farmacêutica.
Na medida em que os pacientes estão cientes da contribuição da atenção farmacêutica e concordam com a atuação do profissional, um plano de cuidados para prevenir e resolver os problemas relacionados com os medicamentos (PRM) é elaborado. Os farmacêuticos devem projetar, implementar e monitorar um plano de cuidados para realizar de forma ideal a terapêutica, objetivando resolver tantos PRM quanto possível. Isso implica intervenções destinadas a melhorar os resultados que requerem a colaboração do médico quando uma mudança no tratamento é necessária.
A fim de avaliar se o plano foi bem-sucedido ou não, é preciso fazer um acompanhamento contínuo, que avalia se o PRM foi resolvido e, dado o caso, se os objetivos terapêuticos foram alcançados.
EXEMPLO
O acompanhamento de pacientes crônicos em tratamento de hipertensão inclui o registro de verificação da pressão arterial, a fim de que o farmacêutico acompanhe se a terapia medicamentosa está controlando a doença.
Para ter sucesso nessa tarefa, é fundamental que o farmacêutico mude a forma de entender sua prática. A missão da prática farmacêutica não é só o que entendemos como farmácia clínica. Outro foco na prática da atenção farmacêutica é a educação do paciente e o monitoramento dos resultados da terapia medicamentosa. Essa etapa é, na verdade, uma mudança de paradigma da prática farmacêutica.
PARA DESENVOLVER ESSA TAREFA, ALGUMAS HABILIDADES SÃO ESSENCIAIS. CITE PELO MENOS UMA:
RESPOSTA
Habilidades de comunicação eficazes são essenciais na prática da farmácia. Os farmacêuticos interagem com uma variedade de indivíduos, incluindo pacientes, familiares, cuidadores de saúde profissionais e outros farmacêuticos. Em virtude de estarem localizados em diversos pontos, eles são considerados os mais acessíveis entre os profissionais de saúde.
BARREIRAS PARA A IMPLEMENTAÇÃO DA ATENÇÃO FARMACÊUTICA
O processo de assistência farmacêutica implica mudanças em todos os processos de atenção à saúde oferecido por farmacêuticos. Como uma prática profissional inovadora, isso muitas vezes faz surgir relutância entre os profissionais, o que é agravado pela ausência de um reconhecimento profissional e econômico com compensação por parte das autoridades de saúde. Portanto, o processo de implementação é lento e difícil de concluir.
A profissão de farmacêutico deve estabelecer padrões de qualidade para serviços farmacêuticos em ambientes de cuidados emergentes. No ramo de atenção farmacêutica, o farmacêutico deve se concentrar na venda de serviços que pode até mesmo impedir a venda de um medicamento. Espera-se que essa prática seja reconhecida e defendida por pacientes no futuro, que se beneficiarão da melhor gestão de medicamentos e do controle de custos sanitários.
Conheça exemplos de:
ALGUMAS BARREIRAS QUE DEVEM SER REMOVIDAS
· Falta de padrões por parte das farmácias, que devem adotar padrões de prática específica em implementação da atenção farmacêutica.
· Falta de mecanismos de documentação para a comunidade de farmacêuticos no sistema de saúde.
· Relações interprofissionais entre farmacêuticos e médicos.
· Os próprios farmacêuticos como barreira.
ATENÇÃO
Outras barreiras também podem ser citadas, dependendo do grau de experiência dos profissionais:
· Os farmacêuticos que já aderiram a essa prática preocupam-se com as questões de educação e comunicação com os médicos.
· Aqueles que pretendem iniciar a atenção farmacêutica afirmam que não têm tempo, habilidades e reembolso.
· Aqueles que a abandonaram relatam falta de tempo, de espaço na farmácia, de reembolso, de consenso sobre o procedimento, de cooperação entre o seu grupo, os pacientes e os médicos. Além disso, essa prática é incompatível com jornada de trabalho.
· Aqueles que consideram a atenção farmacêutica inviável insistem em problemas estruturais (falta de pessoal, educação, dinheiro, espaço) e na falta de reconhecimento pela administração e pelas instituições profissionais.
BARREIRAS PARA A IMPLEMENTAÇÃO DA ATENÇÃO FARMACÊUTICA
No vídeo a seguir, o especialista Eduardo Freire apresentará os benefícios da atenção farmacêutica e as principais dificuldades de sua efetivação na prática.
VERIFICANDO O APRENDIZADO
Parte superior do formulário
1. DE FORMA PRÁTICA, COMO PODEMOS DEFINIR ATENÇÃO FARMACÊUTICA?
É uma prática em que os farmacêuticos “se comprometem” a fazer o possível para que o paciente obtenha resultados positivos com a terapia medicamentosa.
É uma teoria em que os farmacêuticos deveriam “se comprometer” a fazer o possível para que o paciente obtenha resultados positivos com a terapia medicamentosa.
É uma Lei que obriga os farmacêuticos a “se comprometerem” a fazer o possível para que o paciente obtenha resultados positivos com a terapia medicamentosa.
É uma diretriz governamental em que os farmacêuticos “se comprometem” a fazer o possível para que o paciente obtenha resultados positivos com a terapia medicamentosa.
É uma norma em que os farmacêuticos “se comprometem” a fazer o possível para que o paciente obtenha resultados positivos com a terapia medicamentosa.
Parte inferior do formulário
Partesuperior do formulário
2. QUAIS SÃO AS TRÊS CARACTERÍSTICAS DA ATENÇÃO FARMACÊUTICA?
O foco não é otimizar a farmacoterapia do paciente. Existe uma pactuação entre o paciente e farmacêutico para colaborar e buscar objetivos e consentimento comuns, e o farmacêutico não é um substituto do médico, mas um colaborador, com os mesmos objetivos quanto às necessidades do paciente.
O objetivo é a melhoria da farmacoterapia do paciente. O paciente e farmacêutico devem cooperar na busca de objetivos e consentimento comuns. Entretanto, o farmacêutico não deve ser considerado como um substituto do médico, mas sim, um colaborador, com os mesmos objetivos quanto às necessidades do paciente.
O foco é otimizar a farmacoterapia do paciente. O paciente e farmacêutico devem colaborar e buscar objetivos e consentimento diferentes com o médico prescritor, e o farmacêutico não é um substituto do médico, mas um colaborador, com os mesmos objetivos quanto às necessidades do paciente.
O foco é otimizar a farmacoterapia do paciente. O paciente e farmacêutico devem colaborar e buscar objetivos e consentimento comum e o farmacêutico substitui o médico, com os mesmos objetivos quanto às necessidades do paciente.
O foco é otimizar a farmacoterapia do paciente. O paciente e farmacêutico devem colaborar e buscar objetivos e consentimento comum, e o farmacêutico substitui o médico, como um interventor, com os mesmos objetivos quanto às necessidades do paciente.
Parte inferior do formulário
GABARITO
1. De forma prática, como podemos definir atenção farmacêutica?
A alternativa "A " está correta.
O comprometimento pelos resultados da farmacoterapia foi descrito como sendo a essência da atenção farmacêutica, diferenciando-se, assim, da dispensação de medicamentos orientada.
2. Quais são as três características da atenção farmacêutica?
A alternativa "B " está correta.
A atenção farmacêutica pressupõe a melhoria da farmacoterapia do paciente. Esta prática apresenta como característica a resolução de problemas relacionados ao medicamento para otimizar a terapia medicamentosa, onde o farmacêutico está em contato direto com o paciente, em parceria com o médico e a pactua com o paciente os objetivos a serem alcançados.
MÓDULO 2
Reconhecer os documentos e os procedimentos da dispensação de medicamentos sujeitos a controle especial
INTRODUÇÃO
A aquisição insegura de medicamentos pelos pacientes é um problema global.
VOCÊ SABIA
Em países em desenvolvimento, a maioria dos medicamentos, incluindo antibióticos e aqueles com alta incidência de efeitos colaterais, são disponibilizados sem receita, apesar dos regulamentos. Isso pode ter consequências graves para a saúde pública e contribuir para o problema mundial já prevalente de resistência aos antibióticos.
O consumo de medicamentos pelos pacientes costuma ser influenciado pelas práticas de dispensação e pelo tipo de informação fornecida durante ela. Os farmacêuticos podem contribuir para resultados positivos educando e aconselhando os pacientes, pois estudos têm mostrado repetidamente que o aconselhamento eficaz sobre medicamentos pode reduzir significativamente a não adesão do paciente aos medicamentos prescritos, falha no tratamento e desperdício de recursos de saúde.
Os farmacêuticos comunitários têm um alcance significativo ao público, já que as farmácias costumam ser a primeira parada. Ao contrário dos tempos antigos, devido à disponibilidade de medicamentos prontos para uso, a principal atividade relacionada à saúde para o farmacêutico, atualmente, é garantir a qualidade da dispensação, um dos elementos-chave na promoção do uso racional de medicamentos. É reconhecido e aceito que as condições da prática farmacêutica variam amplamente de país para país e entre diferentes setores/áreas dentro de um país, apesar da existência de diretrizes como, por exemplo, as dos conselhos de farmácia.
HISTÓRIA DE REGULAMENTAÇÃO DE MEDICAMENTOS
Os medicamentos são, talvez, tão antigos quanto a humanidade, e o conceito de como sua qualidade deve ser garantida evoluiu gradualmente ao longo do tempo.
Demorou até 1540, quando na Inglaterra, pela primeira vez, a manufatura de medicamentos foi submetida à supervisão dos boticários, pela Lei de drogas e materiais. A lei foi uma das primeiras leis britânicas sobre o controle de medicamentos e estabeleceu a nomeação de quatro inspetores de “artigos, drogas e outras coisas do boticário”. Isso poderia ser visto como o início das inspeções farmacêuticas.
As farmacopeias são livros oficiais de padrões de qualidade de medicamentos, que provavelmente remontam a uma das proclamações do édito médico de Salerno emitido por Frederick II da Sicília, em 1240, que orientava os boticários para preparar medicamentos sempre da mesma maneira. As primeiras farmacopeias, como nós conhecemos atualmente, começaram a aparecer na Europa a partir do século XVI. A primeira Farmacopeia espanhola, por exemplo, foi emitida em 1581.
A regulamentação dos medicamentos modernos começou apenas após o progresso revolucionário nas ciências da vida no século XIX, especialmente em Química, Fisiologia e Farmacologia, que estabeleceram uma base sólida para a pesquisa e desenvolvimento de medicamentos modernos e começaram a florescer após a Segunda Guerra Mundial.
Eventos infelizes catalisaram o desenvolvimento da regulamentação de medicamentos mais do que a evolução de uma base de conhecimento. Em 1937, mais de 100 pessoas nos Estados Unidos morreram de envenenamento por dietilenoglicol após o uso de um elixir de sulfanilamida, que usava o produto químico como solvente sem quaisquer testes de segurança. No entanto, em países com deficiências regulatórias, mesmo recentemente, medicamentos contaminados com dietilenoglicol mataram pacientes.
A segunda catástrofe que influenciou o desenvolvimento da regulamentação dos medicamentos muito mais do que qualquer evento na história foi o desastre da talidomida. A talidomida foi o primeiro sedativo e hipnótico colocado à venda na Alemanha Ocidental, em 1956. Entre 1958 e 1960, foi introduzida em 46 países diferentes em todo o mundo, resultando em uma estimativa de 10 mil bebês nascidos com focomelia.
POR QUE REGULAR MEDICAMENTOS?
Os medicamentos não são produtos comuns para os consumidores. Na maioria dos casos, os consumidores não estão em condição de decidir quando usar medicamentos, quais usar, como usá-los; e, apesar dos benefícios potenciais, há os riscos, uma vez que nenhum medicamento é totalmente seguro.
Foto: Shutterstock.com
O aconselhamento de profissionais prescritores ou dispensadores é necessário. No entanto, mesmo os profissionais de saúde (médicos e farmacêuticos) nos dias atuais não são capazes de tomar decisões bem embasadas sobre todos os aspectos dos medicamentos sem treinamento especial e acesso às informações necessárias. A produção de medicamentos, sua distribuição e dispensação também requerem conhecimento e especialização específicas. A farmacologia clínica pode ser considerada como o estudo que cobre de forma mais abrangente os aspectos clínicos da segurança e eficácia dos medicamentos.
Dentre os especialistas, farmacologistas clínicos têm o treinamento mais abrangente para compreender todas as complexidades do uso clínico de medicamentos. Devido a sofisticadas questões científicas relacionadas a medicamentos, é necessário um treinamento adequado para que o farmacologista possa orientar com segurança e eficácia. Além disso, apenas o treinamento básico em farmácia pode não permitir fazer julgamentos adequados sobre a qualidade dos medicamentos.
ATENÇÃO
O uso ineficaz, de má qualidade e prejudicial de medicamentos podem resultar em falha terapêutica, exacerbação da doença, resistência aos medicamentos e às vezes morte. Também mina a confiança em sistemas de saúde, profissionais de saúde, fabricantes e distribuidores farmacêuticos. O dinheiro gasto em medicamentos ineficazes, inseguros e de baixa qualidade são desperdiçados, seja por pacientes/consumidores, seja por esquemas de seguros/governos.
Os governos têm a responsabilidadede proteger seus cidadãos nas áreas onde os próprios cidadãos não são capazes de fazê-lo. Assim, os governos precisam estabelecer fortes autoridades regulatórias nacionais para garantir a fabricação, comercialização e uso de medicamentos de forma eficaz e segura. Em termos gerais, a missão é proteger e promover a saúde pública.
 SAIBA MAIS
A regulamentação de medicamentos exige a aplicação de conhecimento científico (incluindo médico, farmacêutico e equipe de saúde, mas não se limitando a eles) e habilidades técnicas específicas operando dentro de uma estrutura legal. Os elementos básicos de uma regulamentação eficaz de medicamentos foram estabelecidos em vários documentos da OMS (Organização Mundial da Saúde) e são utilizados por diversas agências de regulação pelo mundo, incluindo a Anvisa, no Brasil.
O QUE TORNA A REGULAMENTAÇÃO DE MEDICAMENTOS EFICAZ?
A regulamentação de medicamentos exige a aplicação de sólidos conhecimentos e habilidades clínicas, científicas e técnicas, e opera dentro de uma estrutura legal. As funções regulatórias envolvem interações com várias partes interessadas (por exemplo, fabricantes, comerciantes, consumidores, profissionais de saúde, pesquisadores e governos), cujos motivos econômico, social e político podem ser diferentes, tornando a implementação da regulamentação um desafio político e técnico.
A regulamentação de medicamentos tem sua parte administrativa, mas a parte mais importante é a base científica. Todos os medicamentos devem atender a três critérios:
SER DE BOA QUALIDADE.
 
SER SEGURO.
 
SER EFICAZ.
Os julgamentos sobre a qualidade, segurança e eficácia dos medicamentos devem ser baseadas em sólidos conhecimentos científicos. Existem vários fatores gerais e específicos que contribuem para uma regulamentação eficaz.
OS FATORES GERAIS INCLUEM:
· Vontade política e compromisso com a regulamentação.
· Disponibilidade adequada de medicamentos acessíveis (para evitar o contrabando e o uso ilegal).
· Forte apoio público à regulamentação de medicamentos.
· Cooperação efetiva entre a Agência Reguladora (AR) e outras instituições governamentais, incluindo aquelas que lidam com a aplicação da lei (por exemplo, alfândega e polícia), e instituições farmacêuticas suficientemente qualificadas e experientes, além de médicos e outros profissionais.
O ambiente político que favorece a tomada de decisão baseada na ciência independente e o controle de importação/exportação e distribuição (incluindo e-commerce) de medicamentos é essencial.
Uma boa regulamentação de medicamentos por uma AR inclui as seguintes ações:
Licenciamento de fabricação, importação, exportação, distribuição, promoção e publicidade de medicamentos.
Avaliação da segurança, eficácia e qualidade dos medicamentos e emissão de autorização de comercialização para produtos individuais.
Inspeção e vigilância de fabricantes, importadores, atacadistas e distribuidores de medicamentos.
Controle e monitoração da qualidade dos medicamentos no mercado.
Controle da promoção e publicidade de medicamentos.
Monitoração da segurança dos medicamentos comercializados, incluindo coleta e análise de relatórios de reações adversas.
Fornecimento de informações independentes sobre medicamentos para profissionais e público.
No Brasil, a AR de medicamentos é a Anvisa. Ela executa as ações de regulamentação de medicamentos, principalmente, daqueles sujeitos a controle especial. Esses medicamentos, popularmente chamados de “medicamentos controlados”, possuem uma legislação específica que compõe o aparato legal à base da regulamentação pela Anvisa. A Portaria 344/98 do Ministério da Saúde é a principal legislação em que se baseia a regulamentação das listas de medicamentos sujeitos a controle especial segundo a AR brasileira.
Os medicamentos sujeitos a controle especial suscitam diversas dúvidas, que podem ser devido ao seu potencial de tratamento ou a possíveis problemas relacionados ao seu uso. Os “medicamentos controlados” são constituídos por substâncias que agem no Sistema Nervoso Central, e podem causar dependência física ou química.
A regulamentação desses medicamentos segue as exigências da Portaria nº 344/98, porém também são produtos de controle da Polícia Federal, por isso, a divergência no estoque pode ser considerada desvio de entorpecentes, que é considerado um crime hediondo, de acordo com o Código Penal Brasileiro.
Imagem: Shutterstock.com
PORTARIA Nº 344/98
DISPENSAÇÃO DE MEDICAMENTOS SUJEITOS A CONTROLE ESPECIAL
Resumidamente, podemos descrever alguns pontos que devem ser observados para a dispensa de medicamentos sujeitos a controle especial:
1
A farmácia ou drogaria deve possuir o documento chamado de autorização de funcionamento especial em dia, emitido pela Anvisa.
A movimentação de estoque desses medicamentos deve, obrigatoriamente, ser registrada no Sistema Nacional de Gerenciamento de Produtos Controlados (SNGPC), conforme estipulado em outra regulamentação da Anvisa, a RDC nº 27/07.
2
3
O farmacêutico responsável técnico da farmácia ou drogaria é o responsável pelos lançamentos no SNGPC.
Os medicamentos devem ficar, obrigatoriamente, estocados em local com chave ou um outro dispositivo que confira segurança, sob a responsabilidade de um farmacêutico.
4
5
As prescrições devem ser realizadas em formulários próprios, estabelecidos pela Anvisa.
As quantidades máximas para a dispensação de cada medicamento são estabelecidas pela Portaria nº 344/98 e suas atualizações.
6
CLASSES DE SUBSTÂNCIAS CONTROLADAS PELA PORTARIA Nº 344/98
Os medicamentos sujeitos a controle pela Portaria nº 344/98 devem ser prescritos em receituários especiais com cores padronizadas de acordo com a classe à qual pertencem. Note a seguir que a cor da receita está evidenciada nas tabelas que relacionam os medicamentos que compõem tal classe.
ENTORPECENTES
O termo “entorpecente ou narcótico” vem da palavra grega para “estupor” e originalmente se referia a uma variedade de substâncias que entorpeciam os sentidos e aliviavam a dor. Embora algumas pessoas ainda se refiram a todas os fármacos como “narcóticos”, atualmente, eles se referem ao ópio, derivados do ópio e seus substitutos semissintéticos. Um termo mais atual para esses fármacos, com menos incerteza quanto ao seu significado, é “opioide”. Os exemplos incluem a heroína (droga ilícita) e fármacos como oxicodona, hidrocodona, codeína, morfina, metadona e fentanil.
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QUAL É SUA ORIGEM?
A papoula Papaver somniferum é a fonte de todos os opioides naturais, enquanto os opioides sintéticos são produzidos inteiramente em laboratório, e incluem meperidina, fentanil e metadona. Os opioides semissintéticos são sintetizados a partir de produtos de ópio de ocorrência natural, como morfina e codeína, e incluem heroína, oxicodona, hidrocodona e hidromorfona.
Veja os principais medicamentos entorpecentes.
	Principais medicamentos entorpecentes da Lista A1
	Acetilmetadol
	Alfaprodina
	Alfacetilmetadol
	Alfentanila
	Alfameprodina
	Alilprodina
	Alfametadol
	Anileridina
	Principais medicamentos entorpecentes da Lista A2
	Acetildiidrocodeina
	Etilmorfina
	Codeína
	Folcodina
	Dextropropoxifeno
	Nalbufina
	Di-hidrocodeína
	Nalorfina
Extraído de: Portaria nº 344/98 do Ministério da Saúde.
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PSICOTRÓPICOS
Os psicotrópicos são uma ampla categoria de medicamentos que tratam muitas condições diferentes. Eles funcionam ajustando os níveis de neurormônios, ou neurotransmissores, como dopamina, ácido gama aminobutírico (GABA), norepinefrina e serotonina. Existem cinco classes principais de medicamentos psicotrópicos legais:
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AGENTES ANSIOLÍTICOS
ANTIDEPRESSIVOS
ANTIPSICÓTICOS
ESTABILIZADORES DE HUMOR
AGENTES ANSIOLÍTICOS
Esses medicamentos atuam na comunicação eletroquímica dos neurônios no sistema nervoso central (SNC) para regular suas próprias funções. Os ansiolíticos podem, por exemplo, aumentar a ação do neurotransmissor GABA, resultando em uma inibição do SNC.
ANTIDEPRESSIVOSAgentes como os antidepressivos tricíclicos em nível pré-sináptico favorecem o bloqueio da recaptura das monoaminas, como a norepinefrina (NE) e a serotonina (5-HT), e, numa proporção menor, a dopamina (DA).
ANTIPSICÓTICOS
Esses fármacos agem como antagonistas do receptor D2, diminuindo a ação promovida pela dopamina endógena.
ESTABILIZADORES DE HUMOR
São medicamentos muito importantes e devem ser utilizados em indivíduos com diagnóstico de transtorno bipolar. Eles controlam o que chamamos de processo de ciclagem de um episódio a outro, diminuindo a quantidade de depressões e as (hipo)manias, bem como a gravidade delas. Eles podem variar entre si entre o efeito antidepressivo e antimaníaco.
Veja os principais medicamentos psicotrópicos.
	Principais medicamentos psicotrópicos da Lista A3
	anfetamina
	clorfentermina
	atomoxetina
	dexanfetamina
	catina
	dronabinol
	clobenzorex
	femetrazina
	Principais medicamentos psicotrópicos da Lista B1
	Alprazolam
	Flurazepam
	Bromazepam
	Glutetimida
	Clonazepam
	Lorazepam
	Clordiazepóxido
	Midazolam
	Diazepam
	Pentobarbital
	Fenobarbital
	Tiopental
Extraído de: Portaria nº 344/98 do Ministério da Saúde.
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ANOREXÍGENOS
Os medicamentos anorexígenos, como o próprio nome indica, são substâncias que, quando administradas em dose adequada, produzem um estado de anorexia, uma condição definida como "falta de apetite"; na verdade, os medicamentos anorexígenos são frequentemente chamados de "inibidores de apetite".
FOME VERSUS APETITE
Imagem: Shutterstock.com, adaptado por Thaiane Andrade e Rossana Ramos
O termo apetite refere-se à tendência de um indivíduo de sentir “fome”, um estado que, por sua vez, pode ser definido como “desejo de comer”; a fome é, geralmente, considerada uma sensação mais imediata do que o apetite. Ela pode mudar de hora em hora, enquanto o apetite, embora também se refira ao desejo por comida, é, geralmente, usado em um contexto em que a mudança é menos rápida.
 SAIBA MAIS
Os anorexígenos podem ser divididos com base em seu mecanismo de ação em anfetaminas e outras feniletilaminas, que deprimem a ingestão de alimentos pela interação com catecolaminas cerebrais, além de fenfluramina e alguns derivados de piperazina, nos quais a serotonina desempenha um papel importante. Essa segunda classe é de particular interesse, uma vez que a ingestão de alimentos é reduzida em doses que não causam sinais de estimulação central.
Veja os principais medicamentos anorexígenos.
	Principais medicamentos psicotrópicos da Lista B2
	Aminorex
	Mefenorex
	Fendimetrazina
	Sibutramin
Extraído de: Portaria nº 344/98 do Ministério da Saúde.
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OUTRAS SUBSTÂNCIAS SUJEITAS A CONTROLE ESPECIAL
Outras substâncias sujeitas a controle especial possuem ação no Sistema Nervoso Central e, por isso, são capazes de causar dependência física ou psíquica. Por essa razão, necessitam de um controle mais rígido dos órgãos sanitários em comparação com outros medicamentos, não pertencentes às listas da Portaria nº 344/98.
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	Principais medicamentos psicotrópicos da Lista C1
	Ácido valproico
	Gabapentina
	Amantadina
	Haloperidol
	Amitriptilina
	Imipramina
	Biperideno
	Lamotrigina
	Bupropiona
	Lítio
	Buspirona
	Loperamida
	Canabidiol
	Memantina
	Carbamazepina
	Metoxiflurano
	Cetamina
	Misoprostol
	Citalopram
	Naloxona
	Clomipramina
	Oxcarbazepina
	Clorpromazina
	Paroxetina
	Dissulfiram
	Promazina
	Divalproato De Sódio
	Quetiapina
	Droperidol
	Risperidona
	Escitalopram
	Selegilina
	Fenitoína
	Sertralina
	Flumazenil
	Tetracaína
	Fluoxetina
	Trazodona
	Fluvoxamina
	Ziprazidona
Extraído de: Portaria nº 344/98 do Ministério da Saúde.
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RETINOIDES
Os retinoides são um grupo de medicamentos relacionados à vitamina A. Eles são usados para tratar várias doenças inflamatórias da pele, câncer de pele e envelhecimento da pele. Eles são eficazes no tratamento de uma série de condições dermatológicas. Também pode ser verificada a utilização em afecções cutâneas comuns tratadas por retinoides, como acne e psoríase. A isotretinoína não é apenas considerada uma forma possível de cura para a acne em alguns pacientes, mas era originalmente um tratamento quimioterápico para certos tipos de câncer, como a leucemia. Os retinoides ainda são conhecidos por reduzir o risco de câncer de cabeça e pescoço.
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	Principais medicamentos da Lista C2
	Acitretina
	Isotretinoína
	Adapaleno
	Tretinoína
Extraído de: Portaria nº 344/98 do Ministério da Saúde.
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TALIDOMIDA (IMUNOSSUPRESSORA)
A talidomida é uma droga desenvolvida na década de 1950 pela empresa farmacêutica da Alemanha Ocidental Chemie Grünenthal GmbH. Foi originalmente concebido como um sedativo ou tranquilizante, mas logo foi usado para tratar uma ampla gama de outras condições, incluindo resfriados, gripes, náuseas e enjoos matinais em mulheres grávidas.
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Durante os primeiros testes, os pesquisadores da empresa descobriram que era virtualmente impossível dar aos animais de teste uma dose letal da droga (com base no teste DL50, que é a dose necessária de determinada substância para matar 50% de uma população em experimento). Com base nisso, a droga foi considerada inofensiva para os humanos e a talidomida foi licenciada em julho de 1956 para venda sem receita na Alemanha.
Como resultado, a Organização Mundial da Saúde (OMS) conduziu um ensaio clínico sobre o uso da talidomida para a hanseníase em 1967. E depois de resultados mais positivos, a talidomida foi usada como tratamento para a hanseníase em muitos países. Mais recentemente, tem sido usada com sucesso para controlar algumas condições relacionadas à AIDS e como medicamento contra o câncer direcionado para o tratamento de cânceres como o mieloma múltiplo.
O uso renovado da talidomida, entretanto, permanece controverso por causa de sua história passada, pois esse medicamento causou uma série de más formações congênitas, como visto, conhecida como focomelia, em que os bebês nasciam com má formação óssea, que, na maioria das vezes, caracterizava-se por má formação dos membros superiores ou inferiores.
	Único medicamento da Lista C3
	Ftalimidoglutarimida, conhecida popularmente como talidomida
Extraído de: Portaria nº 344/98 do Ministério da Saúde.
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ANABOLIZANTES
Os esteroides anabolizantes são versões sintéticas da testosterona. Ela é o principal hormônio sexual nos homens. É necessária para desenvolver e manter as características do sexo masculino, como pelos faciais, voz profunda e crescimento muscular. As mulheres têm um pouco de testosterona em seus corpos, mas em quantidades muito menores.
Foto: Shutterstock.com
Os esteroides anabolizantes são medicamentos sujeitos à receita, que, às vezes, são tomados sem orientação médica para aumentar a massa muscular e melhorar o desempenho atlético. Se usados dessa forma, podem causar efeitos colaterais graves e dependência. Os esteroides anabolizantes são medicamentos manufaturados que imitam os efeitos do hormônio masculino. Eles têm uso médico limitado e não devem ser confundidos com corticosteroides, um tipo diferente de esteroide comumente prescrito para uma variedade de condições.
	Principais medicamentos da Lista C4
	Androstanolona
	Metandriol
	Bolasterona
	Metenolona
	Clostebol
	Metiltestosterona
	Deidroclormetiltestosterona
	Nandrolona
	Drostanolona
	Oxandrolona
	Estanolona
	Oximetolona
	Estanozolol
	Prasterona (Deidroepiandrosterona - DHEA) 
	Etilestrenol
	Somatropina (Hormônio Do Crescimento Humano)
	Fluoximesterona Ou Fluoximetiltestosterona
	Testosterona
Extraído de: Portaria nº 344/98 do Ministério da Saúde.
 Atenção! Para visualização completa databela utilize a rolagem horizontal
ATENÇÃO
Os medicamentos da Lista C4, os antirretrovirais, foram retirados da lista de medicamentos controlados pela Portaria nº 344/98.
O quadro a seguir descreve as principais regras da Portaria SVS/MS nº 344/98. Repare que a cor das células faz referência às cores das respectivas notificações de receita.
	Lista
	Documento
	Quantidade para Tratamento
	Quantidade de substâncias
	Validade
	Receituário
	A1
	Notificação de receita A
(amarela)
	5 ampolas ou tratamento para 30 dias
	1
	30 dias / Todo território nacional
	Distribuição gratuita pela vigilância sanitária municipal
	A2
	Notificação de receita A
(amarela)
	5 ampolas ou tratamento para 30 dias
	1
	30 dias / Todo território nacional
	Distribuição gratuita pela vigilância sanitária municipal
	A3
	Notificação de receita A
(amarela)
	5 ampolas ou tratamento para 30 dias
	1
	30 dias / Todo território nacional
	Distribuição gratuita pela vigilância sanitária municipal
	B1
	Notificação de receita B
(azul)
	5 ampolas ou tratamento para 60 dias
	1
	30 dias / Somente no estado emitente
	Numeração fornecida pela vigilância sanitária municipal / Talonário impresso pelo prescritor
	B2
	Notificação de receita B
(azul)
	Tratamento para 30 dias
	1
	30 dias / Somente no estado emitente
	Numeração fornecida pela vigilância sanitária municipal / Talonário impresso pelo prescritor
	C1
	Receita de controle especial
(branca)
	5 Ampolas ou tratamento para 60 dias / Antiparkinsonianos e anticonvulsivantes, tratamento de 180 dias
	3
	30 dias / Todo território nacional
	Prescritor responsável pela confecção
	C2
	Receita de controle especial de retinoides sistêmicos
(branca)
	5 ampolas ou tratamento para 30 dias
	1
	30 dias ou 7 dias para mulheres em idade fértil / Somente no estado emitente
	Numeração fornecida pela vigilância sanitária municipal / Talonário impresso pelo prescritor
	C3
	Receita de controle especial de talidomida
(branca)
	Tratamento para 30 dias
	1
	20 dias / Somente no estado emitente
	Vigilância sanitária municipal
	C5
	Receita de controle especial
(branca)
	5 Ampolas ou tratamento para 60 dias
	1
	30 dias / Todo território nacional
	Prescritor responsável pela confecção
Extraído de: Portaria SVS/MS nº 344/98.
 Atenção! Para visualização completa da tabela utilize a rolagem horizontal
ATUALIZAÇÕES RECENTES DA PORTARIA Nº 344/98
Cabe à Anvisa atualizar as listas de medicamentos da Portaria nº 344/1998, sendo que esta tarefa pode ser iniciada mediante solicitação ou alertas de entidades nacionais ou internacionais como a OMS. Também é comum a Anvisa iniciar esse procedimento por iniciativa própria, devido a registro de medicamentos novos ou até mesmo devido a informações veiculadas por meios de comunicação quando identificado risco potencial de algum fármaco.
A seguir, há alguns exemplos de publicações de atualizações das substâncias sujeitas a controle especial (Portaria nº 344/1998 e atualizações).
RESOLUÇÃO RDC Nº 337, DE 11/02/2020
Inclui o medicamento miltefosina na lista C1, e atrela a prescrição a um termo de responsabilidade/esclarecimento, que deve ser assinado pelo prescritor e pelo paciente.
RESOLUÇÃO RDC Nº 345, DE 09/03/2020
Atualização do Anexo I, incluindo o Adendo 6 na Lista "A3"; Adendo 7 na Lista "A3"; Adendo 8 na Lista "A3"; Adendo 13 na Lista "B1"; Adendo 13 na Lista "C1"; Lista "D1": helional; Adendo 7 na Lista "D1"; Adendo 10 na Lista "E" e altera o Adendo 5 da Lista "E" e Adendo 7 da Lista "E".
RESOLUÇÃO RDC Nº 351, DE 20/03/2020
Inclusão da cloroquina e hidroxicloroquina na Lista C1. No período em que essa resolução foi publicada, a Anvisa considerou que havia risco de desabastecimento do medicamento no mercado brasileiro, devido à procura da população por ele para a incorreta profilaxia da COVID-19.
RESOLUÇÃO RDC Nº 354, DE 23/03/2020
Retira a cloroquina e hidroxicloroquina na Lista C1.
RESOLUÇÃO RDC Nº 368, DE 07/04/2020
Inclui na Lista "C1" o brexpiprazol.
RESOLUÇÃO RDC Nº 372, DE 15/04/2020
Inclui na Lista "C1" o nitazoxanida.
RESOLUÇÃO RDC Nº 404 DE 21/07/2020
Inclui na Lista "A3" o armodafinila e altera o Adendo 4 da Lista "A3".
RESOLUÇÃO RDC Nº 473, DE 24/02/2021
Inclui nas listas "B1" o flualprazolam e o etizolam; Lista "D1" o mapa (metil alfa-fenilacetoacetato); Lista "F1" o crotonilfentanil e o valerilfentanil, Lista "F2" o ab-fubinaca, o 5F-AMB-PINACA (5F-AMB, 5F-MMB-PINACA), o 5F-MDMB-PICA (5F-MDMB-2201), o 4-F-MDMB-BINACA e o ALFA-PHP. Além do remanejamento da substância CLOBENZOREX da Lista "A3" para a Lista "F2" e alterar os Adendos 4 da Lista "A3" e 16 da Lista "F2".
 SAIBA MAIS
As resoluções que incluíram as substâncias cloroquina, hidroxicloroquina e nitazoxanida foram publicadas durante a pandemia da COVID-19, uma vez que a Anvisa entendeu que existia risco de desabastecimento desses medicamentos no mercado brasileiro. No momento que tal risco não era mais observado, foram publicadas novas resoluções para que esses medicamentos deixassem de fazer parte da lista de medicamentos sujeitos a controle especial.
CUIDADOS NA DISPENSAÇÃO
Devemos ter redobrada atenção na dispensação de medicamentos controlados pela Portaria nº 344/98. Assim, no caso de você encontrar prescritas quantidades acima das máximas permitidas, essa prescrição deverá conter uma justificativa indicando o CID ― Classificação Internacional de Doenças, ou diagnóstico e posologia, que deverá ser datada, assinada e entregue junto com a notificação de receita ao paciente, para que o medicamento possa ser dispensado em farmácia e/ou drogaria.
Quando se tratar de medicamentos constantes das listas “C1” e “C5”, deverá ser apresentada justificativa com o CID ou diagnóstico e posologia, que deverá conter data e assinatura nas duas vias do receituário. Para medicamentos da lista “C2” esse procedimento não é permitido.
O farmacêutico deverá apresentar à autoridade sanitária local, dentro do prazo de 72 horas, para averiguação e visto, os receituários de controle especial e notificação de receita “A”, procedentes de outros estados.
As notificações da receita “A” devem ser acompanhadas de receita com justificativa do uso, para aquisição de medicamentos fora dos estados onde foram prescritos.
A notificação de receita especial para retinoides sistêmicos para uso em pacientes em idade fértil possui validade de, no máximo, 7 dias, precisando ser revalidada mensalmente, com quantidade de medicamento prescrito suficiente para 30 dias de uso.
O QUE OBSERVAR NAS RECEITAS PARA MEDICAMENTOS SUJEITOS A CONTROLE ESPECIAL?
O FARMACÊUTICO DEVERÁ SEMPRE OBSERVAR OS ASPECTOS TÉCNICOS E LEGAIS DO RECEITUÁRIO. DESSA FORMA, DEVEM SER AVALIADOS OS SEGUINTES ITENS:
ausência
data
Identificação
medicamento
prescritor
tratamento
Parte superior do formulário
• Legibilidade e  de rasuras e emendas
•  do paciente
• Identificação do , concentração, dose, forma farmacêutica e quantidade
• Posologia
• Duração do 
• Local e  da emissão
• Assinatura e identificação do  com o número de registro do seu conselho profissional
Parte inferior do formulário
RESPOSTA
A sequência correta é:
• Legibilidade e ausência de rasuras e emendas
• Identificação do paciente
• Identificação do medicamento, concentração, dose, forma farmacêutica e quantidade
• Posologia
• Duração do tratamento
• Local e data da emissão
• Assinatura e identificação do prescritor com o número de registro do seu conselho profissional
Você deve atentar-se que os receituários e as notificações de receita apresentam campos obrigatórios que devem ser preenchidos pelo prescritor e pelo estabelecimento farmacêutico (farmácia ou drogaria).
Agora, conheça as notificações de receita de medicamentos.
Imagem: Informações sobre Receituários, Talonários e Medicamentos Controlados. Prefeitura Municipal de Campinas, Secretaria Municipal de Saúde, 2015.
Notificação de receita de medicamentos da Lista A
Imagem: Informações sobre Receituários, Talonários e Medicamentos Controlados. Prefeitura Municipal de Campinas, Secretaria Municipal de Saúde, 2015.
Notificação de receita de medicamentosda Lista B
Imagem: Informações sobre Receituários, Talonários e Medicamentos Controlados. Prefeitura Municipal de Campinas, Secretaria Municipal de Saúde, 2015.
Notificação de receita de medicamentos da Lista C
SNGPC
O SNGPC (Sistema Nacional de Gerenciamento de Produtos Controlados) é um sistema informatizado online, no qual é realizada a escrituração, que permite um controle efetivo da dispensação (entradas e saídas) dos medicamentos sujeitos ao controle especial nas farmácias e drogarias do país.
Os principais objetivos do sistema são:
Realizar monitoramento da dispensação de medicamentos e substâncias controladas e seus precursores.
Aperfeiçoar o sistema de escrituração.
Monitorar os hábitos de prescrição e consumo de substâncias controladas nas diversas regiões do país.
Formar banco de dados.
Agilizar as ações da vigilância sanitária.
Todas as drogarias e farmácias privadas que dispensam medicamentos da Portaria nº 344/98 e/ou antimicrobianos devem obrigatoriamente utilizar o SNGPC. Para que esses estabelecimentos possam ter acesso ao sistema da Anvisa, devem obedecer aos seguintes requisitos:
Ser cadastrados no Sistema de Cadastro de Empresa da Anvisa.
Ter a Autorização de Funcionamento Especial (AFE) em dia.
Possuir responsável técnico farmacêutico.
O responsável técnico deve estar em dia com as obrigações com o Conselho Regional de Farmácia.
O responsável técnico deve ter um perfil cadastrado para acesso ao SNGPC no Sistema de Segurança.
ATENÇÃO
As farmácias e drogarias devem obrigatoriamente estar com seu cadastro na Anvisa em dia, com informações quanto a sua localização, dados de contato e cadastro de seus responsáveis legais (geralmente os donos) e técnicos (farmacêuticos). Sem isso, não é possível acessar o SNGPC e trabalhar com os medicamentos antimicrobianos e os sujeitos a controle especial.
DISPENSAÇÃO DE MEDICAMENTOS CONTROLADOS
Agora, o especialista Eduardo Freire abordará as classes e listas dos medicamentos controlados pela Portaria nº 344/98, bem como as principais observações na dispensação desses produtos.
VERIFICANDO O APRENDIZADO
Parte superior do formulário
1. QUAL É O DOCUMENTO NECESSÁRIO PARA QUE FARMÁCIAS E DROGARIAS POSSAM TRABALHAR COM MEDICAMENTOS CONTROLADOS PELA PORTARIA 344/98?
Autorização de Funcionamento Especial (AFE)
Notificação de receita
SNGPC
Receita médica
Certificado de Responsabilidade Técnica
Parte inferior do formulário
Parte superior do formulário
2. UM FARMACÊUTICO RECEBE UMA RECEITA CONTENDO A PRESCRIÇÃO DE UM MEDICAMENTO PSICOTRÓPICO. DESSA FORMA, QUAL DOCUMENTO ELE DEVE SOLICITAR AO PACIENTE PARA DISPENSAR ESTE TIPO DE MEDICAMENTO EM UMA FARMÁCIA COMUNITÁRIA?
Notificação de receita A
Notificação de receita C
Termo de consentimento
Notificação de receita A ou B
CPF do paciente
Parte inferior do formulário
GABARITO
1. Qual é o documento necessário para que farmácias e drogarias possam trabalhar com medicamentos controlados pela Portaria 344/98?
A alternativa "A " está correta.
Os estabelecimentos farmacêuticos, além da autorização de funcionamento emitida pela Vigilância Sanitária, devem ter também a autorização de funcionamento especial, caso queiram trabalhar com Medicamentos da Portaria nº 344/98.
2. Um farmacêutico recebe uma receita contendo a prescrição de um medicamento psicotrópico. Dessa forma, qual documento ele deve solicitar ao paciente para dispensar este tipo de medicamento em uma farmácia comunitária?
A alternativa "D " está correta.
Para uma melhor forma de controle dos medicamentos da Portaria nº 344/98, são utilizadas notificações de receitas diferentes para cada lista de medicamentos. Os psicotrópicos são os medicamentos constantes nas listas A3 e B, como, por exemplo: anfetamina, alprazolam e sibutramina.
CONCLUSÃO
CONSIDERAÇÕES FINAIS
Este conteúdo trouxe as principais características da atenção farmacêutica e da regulamentação de medicamentos controlados pela Portaria nº 344/98. Você pôde compreender os princípios da atenção farmacêutica e da dispensação de medicamentos controlados.
Como foi visto, a atenção farmacêutica é um modelo de prática farmacêutica ao qual o farmacêutico dispõe seus cuidados com foco no paciente, e a dispensação de medicamentos controlados pela Portaria º 344/98 deve seguir uma série de normatizações estabelecidas pela legislação vigente.
Além disso, você pôde observar que esses dois assuntos apresentam íntima correlação, uma vez que a dispensação de medicamentos é uma prática atrelada à orientação e ao segmento farmacoterapêutico, realizados durante a atenção farmacêutica.
AVALIAÇÃO DO TEMA:
REFERÊNCIAS
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BRASIL. Resolução - RDC nº 337, de 11 de fevereiro de 2020. Dispõe sobre a atualização do Anexo I (Listas de Substâncias Entorpecentes, Psicotrópicas, Precursoras e outras sob Controle Especial) da Portaria SVS/MS nº 344, de 12 de maio de 1998, e dá outras providências. Diário Oficial da União, Brasília, 2020.
BRASIL. Resolução - RDC nº 351, de 20 de março de 2020. Dispõe sobre a atualização do Anexo I (Listas de Substâncias Entorpecentes, Psicotrópicas, Precursoras e Outras sob Controle Especial) da Portaria SVS/MS nº 344, de 12 de maio de 1998, e dá outras providências. Diário Oficial da União, Brasília, 2020.
BRASIL. Resolução - RDC nº 354, de 23 de março de 2020. Altera a Resolução de Diretoria Colegiada - RDC nº 351, de 20 de março de 2020. Diário Oficial da União, Brasília, 2020.
BRASIL. Resolução - RDC nº 368, de 7 de abril de 2020. Dispõe sobre a atualização do Anexo I (Listas de Substâncias Entorpecentes, Psicotrópicas, Precursoras e Outras sob Controle Especial) da Portaria SVS/MS nº 344, de 12 de maio de 1998, e dá outras providências. Diário Oficial da União, Brasília, 2020.
BRASIL. Resolução - RDC nº 372, de 15 de abril de 2020. Dispõe sobre a atualização do Anexo I (Listas de Substâncias Entorpecentes, Psicotrópicas, Precursoras e Outras sob Controle Especial) da Portaria SVS/MS nº 344, de 12 de maio de 1998, e dá outras providências. Diário Oficial da União, Brasília, 2020.
BRASIL. Resolução de diretoria colegiada - RDC nº 345, de 9 de março de 2020. Dispõe sobre a atualização do Anexo I (Listas de Substâncias Entorpecentes, Psicotrópicas, Precursoras e Outras sob Controle Especial) da Portaria SVS/MS nº 344, de 12 de maio de 1998, e dá outras providências. Diário Oficial da União, Brasília, 2020.
BRASIL. Resolução de diretoria colegiada - RDC nº 404, de 21 de julho de 2020. Dispõe sobre a atualização do Anexo I (Listas de Substâncias Entorpecentes, Psicotrópicas, Precursoras e Outras sob Controle Especial) da Portaria SVS/MS nº 344, de 12 de maio de 1998, e dá outras providências. Diário Oficial da União, Brasília, 2020.
BRASIL. Resolução de diretoria colegiada - RDC nº 473, de 24 de fevereiro de 2021. Dispõe sobre a atualização do Anexo I (Listas de Substâncias Entorpecentes, Psicotrópicas, Precursoras e Outras sob Controle Especial) da Portaria SVS/MS nº 344, de 12 de maio de 1998. Diário Oficial da União, Brasília, 2021.
CONSELHO FEDERAL DE FARMÁCIA. CFF. Dados 2020. In: CFF, 2021.
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EXPLORE+
Para saber mais sobre os assuntos explorados neste conteúdo:
Verifique detalhes sobre Atenção Farmacêutica no artigo A importância da prática em assistência farmacêutica através do programa de integração acadêmico profissional: vivência em uma farmácia comunitária, do autor Paulo Ricardo de Souza Melo e colaboradores.
Entenda as nuances da dispensação de medicamentos controlados pela Portaria nº 344/98 lendo o artigo Análise dos dispositivos legais de prescrições de psicotrópicos em uma drogaria do interior do Paraná, do autor G. F. Bozz e outros colaboradores.
Aprofunde-se mais sobre a atenção farmacêutica na dispensação de medicamentos controlados lendo o artigo A atenção farmacêutica no uso racional de antibióticos: uma revisão narrativa, do autor R. do Prado Souza e outros.
Para entender melhor ainda a dinâmica da prescrição e dispensação de medicamentos sob controle especial, leia o artigo Análise das prescrições e notificações de psicotrópicos dispensadas em uma farmácia da cidade de Sobral, Ceará, Brasil, do autor Nícolas Matheus Ponte.
Acompanhe, no site da Anvisa, as atualizações dos Anexos da Portaria SVS/MS nº 344/1998.
CONTEUDISTA
Eduardo Corsino Freire
CURRÍCULO LATTES
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