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Relatório Final de Estágio

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FACULDADE PITÁGORAS DE MACEIÓ 
BACHARELADO EM FARMÁCIA 
MARIANA GOMES AMORIM SOARES 
RA: 35993024793 
 
 
 
Relatório Final de Estágio Programas Estratégicos 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
Maceió 
Junho/2021 
 
 
MARIANA GOMES AMORIM SOARES 
RA: 35993024793 
 
 
 
 
 
 
 
 
Relatório Final de Estágio Programas Estratégicos 
 
 
 
 
 
Maceió 
Junho/2021 
 
Relatório apresentado como requisito final 
para a conclusão da disciplina de estágio 
supervisionado dos programas estratégicos, 4° 
período de Farmácia na Faculdade Pitágoras 
de Maceió. 
Orientador: Prof. Msc. Fábio Pacheco Pereira 
da Costa. 
 
 
LISTA DE FIGURAS 
 
Figura 1 - Amostra sorológica HIV/AIDS (P1) ....................................................................... 19 
Figura 2 - Materiais utilizados HIV/AIDS (P1) ....................................................................... 20 
Figura 3 – Reagentes HIV/AIDS (P1) ...................................................................................... 20 
Figura 4 - Sequência da prática HIV/AIDS (P1) ...................................................................... 21 
Figura 5 - Resultados do grupo x turma HIV/AIDS (P1) ......................................................... 22 
Figura 6 - Amostra sorológica HIV/AIDS (P2) ....................................................................... 23 
Figura 7 - Materiais utilizados HIV/AIDS (P2) ....................................................................... 24 
Figura 8 - Reagentes HIV/AIDS (P2) ...................................................................................... 24 
Figura 9 - Sequência da prática HIV/AIDS (P2) ...................................................................... 26 
Figura 10 - Resultado TR DPP (P2) ......................................................................................... 26 
Figura 11 - Resultados do grupo x turma (P2) ......................................................................... 27 
Figura 12 - Materiais utilizados Sífilis/VDRL (P3) ................................................................. 33 
Figura 13 - Reagentes Sífilis/VDRL (P3) ................................................................................ 34 
Figura 14 – Resultado Qualitativo (POS) Sífilis/VDRL (P3) .................................................. 36 
Figura 15 - Resultado Qualitativo (NEG) Sífilis/VDRL (P3) .................................................. 36 
Figura 16 - Sequência da prática Sífilis/VDRL (P3) ................................................................ 37 
Figura 17 – Resultado: Titulação Sífilis/VDRL 1:16 (P3) ....................................................... 37 
Figura 18 - Amostras (Sorológica e sangue total) Sífilis Bio (P4) ........................................... 39 
Figura 19 - Materiais utilizados Sífilis Bio (P4)....................................................................... 40 
Figura 20 - Reagentes Sífilis Bio (P4) ...................................................................................... 40 
Figura 21 - Sequência da prática com Sangue total - Sífilis Bio (P4) ...................................... 41 
Figura 22 – Resultado com sangue total Sífilis Bio (P4) ......................................................... 42 
Figura 23 - Sequência da prática com Soro Sífilis Bio (P4) ..................................................... 42 
Figura 24 - Resultado sorológico Sífilis Bio (P4) .................................................................... 43 
Figura 25 - Materiais utilizados Hepatite HBsAg (P5) ............................................................ 50 
Figura 26 - Reagentes Hepatite HBsAg (P5)............................................................................ 50 
Figura 27 - Resultado sangue total Hepatite HBsAg (P5) ........................................................ 51 
Figura 28 - Resultado sorológico Hepatite HBsAg (P5) .......................................................... 52 
Figura 29 - Amostras Hepatite C - Alere HCV (P6) ................................................................ 59 
Figura 30 - Materiais utilizados Hepatite C - Alere HCV (P6) ................................................ 60 
Figura 31 - Reagentes Hepatite C - Alere HCV (P6) ............................................................... 60 
Figura 32 - Sequência da prática com sangue total Hepatite C – HCV (P6) ............................ 61 
 
 
Figura 33 - Resultado sangue total Hepatite – HCV (P6) ........................................................ 62 
Figura 34 - Resultado sorológico Hepatite C – HCV (P6) ....................................................... 63 
Figura 35 - Amostra de secreção Tuberculose (P7) ...................................................................71 
Figura 36 - Materiais utilizados Tuberculose (P7) ....................................................................72 
Figura 37 - Coloração Zlehl-Neelsen Tuberculose (P7) ............................................................73 
Figura 38 - Sequência da prática Tuberculose (P7) ...................................................................74 
Figura 39 - Resultado positivo e negativo Tuberculose (P7) .....................................................74 
Figura 40 - Discussão Tuberculose (P7) ....................................................................................75 
 
 
 
LISTA DE TABELAS 
 
Tabela 1 – descrição dos medicamentos da Hepatite B .............................................................47 
Tabela 2 – esquema de tratamento para Hepatite C ...................................................................56 
Tabela 3 – esquema básico da Tuberculose ...............................................................................68 
Tabela 4 – classificação dos grupos do esquema .......................................................................70 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
LISTA DE A SIGLAS E ABREVIATURAS 
 
HIV Vírus da Imunodeficiência Humana 
Aids Síndrome da Imunodeficiência Adquirida 
T CD4+ Linfócito T CD4+ 
PVHA Pessoas Vivendo com HIV/dias 
TARV Terapia Antirretroviral 
RAM Reação Adversa ao Medicamento 
CV Carga Viral 
UETDI Unidade Especial de Tratamento de Doenças Infecciosa 
SICLOM Sistema de Controle Logístico de Medicamentos 
IST Infecção Sexualmente Transmissível 
Art Artigo 
PCDT Protocolo Clínico e Diretrizes Terapêuticas 
UDM Unidade Dispensadora de Medicamentos 
ARV Retrovirais 
 
 
 
 
SUMÁRIO 
 
1 INTRODUÇÃO ..................................................................................................................... 8 
2 OBJETIVOS ........................................................................................................................ 10 
2.1 Objetivo geral ................................................................................................................ 10 
2.2 Objetivo específico ........................................................................................................ 10 
3 METODOLOGIA ................................................................................................................ 11 
4 DESENVOLVIMENTO ...................................................................................................... 12 
4.1 ASSISTÊNCIA FARMACÊUTICA NO SERVIÇO DE ATENDIMENTO 
ESPECIALIZADO - HIV/AIDS........................................................................................ 12 
4.1.2 Mecanismos fisiopatológico e transmissão ............................................................. 14 
4.1.3 Aspectos clínicos ..................................................................................................... 14 
4.1.4 Atenção e assistência farmacêutica dos medicamentospara hiv/aids (seleção, 
programação, aquisição, distribuição, armazenamento e dispensação) ........................... 15 
4.1.5 Acompanhamento e tratamento do paciente hiv positivo e notificações no sistema 
de controle logístico de medicamentos antirretrovirais (siclom) ..................................... 17 
4.1.6 Aulas práticas de hiv e diagnóstico laboratorial preconizado pelo ministério da 
saúde: realização de testes sorológicos ............................................................................. 18 
4.1.6.1 AULA PRÁTICA I: Teste rápido para investigação da infecção pelo HIV por 
meio do kit ABON HIV ............................................................................................... 18 
4.1.6.2 AULA PRÁTICA II: Teste rápido para investigação da infecção pelo HIV por 
meio do TR DPP® HIV 1/2 Bio-Manguinhos com amostra de soro ........................... 22 
4.1.7 Acompanhamento e tratamento do paciente hiv positivo das gestantes e os 
procedimentos na hora do parto e na amamentação ......................................................... 27 
4.2 OUTRAS DOENÇAS SEXUALMENTE TRANSMISSÍVEIS (DST) - SÍFILIS, .. 28 
4.2.1 Introdução, conceitos, epidemiologia e históricos .................................................. 28 
4.2.2 Agente etiológico; transmissão; período de incubação ........................................... 29 
4.2.3 Mecanismos fisiopatológico .................................................................................... 30 
4.2.4 Aspectos clínicos ..................................................................................................... 30 
4.2.5 Tratamento com medicamentos padronizados pelo ministério da saúde para 
tratamento de DST: informações sobre posologia, tempo de tratamento e efeitos 
colaterais ........................................................................................................................... 31 
4.2.6 Aulas práticas de sífilis e diagnóstico: testes laboratoriais para sífilis (realização de 
teste rápido - imunocromatográfico) pelo ministério da saúde ........................................ 32 
 
 
4.2.6.2 PRÁTICA 2: Teste confirmatório para diagnóstico de Sífilis (Teste rápido – 
Bioclin) ......................................................................................................................... 32 
4.3 DOENÇAS SEXUALMENTE TRANSMISSÍVEIS (DST) - HEPATITE B .......... 43 
4.3.1 Introdução, conceitos, epidemiologia e históricos .................................................. 43 
4.3.2 Agente etiológico; transmissão; período de incubação ........................................... 44 
4.3.3 Mecanismos fisiopatológico .................................................................................... 46 
4.3.4 Aspectos clínicos ..................................................................................................... 46 
4.3.5 Tratamento com medicamentos padronizados pelo ministério da saúde para 
tratamento de dst: informações sobre posologia, tempo de tratamento e efeitos colaterais
 .......................................................................................................................................... 47 
4.3.6 Aulas práticas de hepatite b e diagnóstico: testes laboratoriais para hepatite b 
(realização de teste rápido - imunocromatográfico) pelo ministério da saúde ................. 48 
4.3.6.1 AULA PRÁTICA: Teste qualitativo para diagnóstico de Hepatite B - Blioclin 
HBsAg .......................................................................................................................... 48 
4.4 DOENÇAS SEXUALMENTE TRANSMISSÍVEIS (DST) - HEPATITE C .......... 53 
4.4.1 Introdução, conceitos, epidemiologia e históricos .................................................. 53 
4.4.2 Agente etiológico; transmissão; período de incubação ........................................... 53 
4.4.3 Mecanismos fisiopatológico .................................................................................... 54 
4.4.4 Aspectos clínicos ..................................................................................................... 55 
4.4.5 Tratamento com medicamentos padronizados pelo ministério da saúde para 
tratamento de DST: informações sobre posologia, tempo de tratamento e efeitos 
colaterais ........................................................................................................................... 56 
4.4.6 Aulas práticas de hepatite c e diagnóstico: testes laboratoriais para hepatite c 
(realização de teste rápido - imunocromatográfico) pelo ministério da saúde ................. 57 
4.4.6.1 AULA PRÁTICA: Teste qualitativo para diagnóstico de Hepatite C – Alere 
HCV .............................................................................................................................. 57 
4.5 PROTOZOÁRIOS - DOENÇA DE CHAGAS .......................................................... 63 
4.6 MICROBACTÉRIAS - HANSENÍASE E TUBERCULOSE .................................. 65 
4.6.1 Introdução, conceitos, epidemiologia (situação epidemiológica da hanseníase e 
tuberculose no mundo, no Brasil e no Estado) e históricos .............................................. 65 
4.6.2 Classificação clínica das formas evolutivas (indeterminada, tuberculóide, 
virchowiana e diforma) e classificação operacional (paucibacilar e multibacilar) da 
doença ............................................................................................................................... 67 
4.6.3 Mecanismos fisiopatológico .................................................................................... 68 
 
 
4.6.4 Medicamentos padronizados pelo ministério da saúde segundo o protocolo de 
tratamento da tuberculose para os casos novos (informações sobre posologia, tempo de 
tratamento e efeitos colaterais .......................................................................................... 68 
4.6.5 Medicamentos padronizados pelo ministério da saúde segundo o protocolo para os 
casos resistentes ou reincidentes (informações sobre posologia, tempo de tratamento e 
efeitos colaterais) .............................................................................................................. 69 
4.6.6 Aulas práticas de preparo de lâminas com o material biológico e coloração de 
ziehl-neelsen a frio segundo o guia de procedimentos técnicos para a baciloscopia da 
hanseníase do ministério da saúde .................................................................................... 71 
5 CONCLUSÃO ...................................................................................................................... 76 
6 REFERÊNCIAS .................................................................................................................. 77 
8 
 
1 INTRODUÇÃO 
 
 O estágio dispõe a oportunidade de obtermos conhecimento na área, segundo o Art. 1 
da Lei 11.788/08 que descreve “estágio é ato educativo escolar supervisionado, desenvolvido 
no ambiente de trabalho, que visa à preparação para o trabalho de educandos que estejam 
frequentando o ensino regular em instituições de educação superior (BRASIL, 2008). 
 Por intermédio da inserção dos estudantes em projetos de atividades de extensão, por 
conta da COVID-19, a utilização de metodologias ativas de aprendizagem foram as aulas 
práticas na disciplina de estágio supervisionado, conforme foram descritos nos planos de ensino 
para aquisição de conhecimentos e experiencias no campo de prática, em cenários simulados 
como vivencias reais nos serviços de saúde pública e privada, assim, propiciando a aplicação 
dos conhecimentos adquiridos, de ordem técnica, cientifica e sociocultural no âmbito da 
farmácia universitária. 
O programa estratégico é um conjunto de medicamentos utilizados para o tratamento de 
patologias contempladas em programas específicos do Ministério da Saúde (MS). Estes 
medicamentos têm controlee tratamento definidos por meio de protocolos e normas 
estabelecidas. São programas de fundamental importância para a sociedade tendo em vista 
promover a saúde e a melhora de cada paciente. 
O MS dispõe desses medicamentos, pois são de alta vigilância e podem trazer sérios 
danos à saúde se usados de forma inadequada. Dentro desses programas, encontramos 
medicamentos que são de uso de imunossupressores como HIV, SÍFILIS, TUBERCULOSE 
e HEPATITES VIRAIS (A, B e C). 
O Componente Estratégico da Assistência Farmacêutica (CESAF) destina-se à garantia 
do acesso equitativo a medicamentos e insumos, para prevenção, diagnóstico, tratamento e 
controle de doenças e agravos de perfil endêmico, com importância epidemiológica, impacto 
socioeconômico ou que acometem populações vulneráveis, contemplados em programas 
estratégicos de saúde do SUS. 
 A programação desses medicamentos é feita pela Coordenação Nacional de 
DST/Aids, com base nas séries históricas do total de pacientes adultos e pediátricos em 
tratamento com antirretrovirais (ARV), no número e percentual de pacientes em uso de cada 
medicamento e no tipo de esquema terapêutico utilizado. Essas informações são repassadas 
mensalmente pelas Coordenações Estaduais de DST/Aids e pela Assistência Farmacêutica, por 
meio do Boletim Mensal para Avaliação do Uso de Medicamentos/Aids e Mapa de Movimento 
Mensal de Medicamentos/Aids. 
9 
 
Os medicamentos e insumos são financiados e adquiridos pelo Ministério da Saúde 
(MS), sendo distribuídos aos estados e Distrito Federal. Cabem a esses o recebimento, 
armazenamento e a distribuição aos municípios. O Sistema Nacional de Gestão da Assistência 
Farmacêutica (HÓRUS) e outros sistemas próprios são utilizados na logística e gestão, 
contribuindo com as ações e serviços de Assistência Farmacêutica. 
Os medicamentos e insumos do CESAF estão relacionados nos anexos II e IV da 
Relação Nacional de Medicamentos Essenciais (Rename). A gestão no nível federal desse 
componente é realizada pela Coordenação Geral de Assistência Farmacêutica e Medicamentos 
Estratégicos (CGAFME). 
 O sistema de saúde brasileiro, engloba estabelecimentos públicos e o setor privado 
de prestação de serviços, inclui desde unidades de atenção básica até centros hospitalares de 
alta complexidade. A importância e o volume dos serviços prestados pelo setor público de 
saúde no Brasil – composto pelos serviços estatais e privados conveniados ou contratados pelo 
SUS. 
É indiscutível, portanto, a importância dos serviços de saúde, os quais constituem, ao 
lado de uma série de outros, fatores de extrema importância para a qualidade de vida da 
população. Esses serviços representam, hoje, preocupação de todos os gestores do setor, seja 
pela natureza das práticas de assistência neles desenvolvidas, seja pela totalidade dos recursos 
por eles absorvidos. 
Verifica-se, constantes mudanças no perfil epidemiológico que, atualmente, 
compreende doenças típicas de países em desenvolvimento e agravos característicos de países 
desenvolvidos. Assim, ao mesmo tempo em que são prevalentes as doenças crônico-
degenerativas, aumenta a morbimortalidade decorrente da violência, especialmente dos 
homicídios e dos acidentes de trânsito. 
Além disso, aparecem e reaparecem outras doenças, tais como a cólera, a dengue, a 
malária, as doenças sexualmente transmissíveis e a AIDS. 
 
 
 
 
 
 
 
10 
 
2 OBJETIVOS 
 
2.1 OBJETIVO GERAL 
 
Elaborar relatório referente as atividades do estágio dos Programas Estratégicos do 4° 
período noturno, semestre 2021/1. 
 
2.2 OBJETIVO ESPECÍFICO 
 
• Desenvolver os aspectos da Assistência Farmacêutica no Serviço de Atendimento 
Especializado - HIV/AIDS. 
• Explanar detalhadamente as Doenças Sexualmente Transmissíveis (DST) - Sífilis, 
Gonorreia, Herpes Simples e Genital Papilomavirus Humano (HPV). 
• Desenvolver detalhadamente as Doenças Sexualmente Transmissíveis (DST) 
Hepatite B. 
• Explanar detalhadamente as Doenças Sexualmente Transmissíveis (DST) Hepatite C. 
• Caracterizar o contexto das doenças causadas por Protozoários - Malária, 
Leishmaniose e Doença de Chagas. 
• Informar as principais características das Microbactérias - Hanseníase e Tuberculose. 
 
11 
 
3 METODOLOGIA 
 
O estudo se trata de um levantamento bibliográfico em que o método é a revisão de 
literatura, tendo como bases de pesquisa científica o SCIELO, LILACS, Google acadêmico e o 
material (boletim epidemiológico, protocolos clinico e diretrizes terapêuticas e manuais) cedido 
pelo professor da disciplina de estágio supervisionado dos programas estratégicos, onde a busca 
de informação foi através dos descritores: programas estratégicos; síndrome da 
imunodeficiência adquirida, antirretrovirais, sífilis, sífilis congênita, diagnóstico por teste 
rápido e imunocromatografia. 
Na revisão integrativa, a buscou foi realizada nos meses de fevereiro a junho do correte 
ano, com o intuito de conseguir artigos mais recentes, adotando o período de publicação de 
2010 a 2020, porém foram também incluídos trabalhos com anos de publicação anteriores, 
considerando a relevância de suas informações para a elaboração deste relatório. Optou-se ainda 
como critério de inclusão o uso dos descritores em língua inglesa por ampliar os resultados, 
quando comparados ao montante de estudos resgatados a partir das suas traduções em português 
e espanhol. 
 
12 
 
4 DESENVOLVIMENTO 
 
4.1 ASSISTÊNCIA FARMACÊUTICA NO SERVIÇO DE ATENDIMENTO 
ESPECIALIZADO - HIV/AIDS 
O sistema público de saúde, chamado Sistema Único de Saúde (SUS), é uma grande 
conquista da sociedade, reconhecido pelos seus princípios e igualdade no atendimento e de 
integralidade das ações e serviços de saúde. Porém para atingir o patamar de excelência, o 
mesmo precisa de várias melhorias, assim podendo oferecer seus serviços para mais pessoas da 
sociedade. O SUS, foi criado pela Constituição Federal de 1988 pela Lei Orgânica da Saúde, 
para integrar as ações de promoção, proteção e recuperação da saúde que não podem ser 
separadas. Assim, as unidades prestadoras de serviço devem contemplar os vários graus de 
complexidade da assistência à saúde. 
A assistência à população com Aids no Brasil com o Sistema Único de Saúde (SUS), é 
de prover intervenções para enfrentamento da epidemia e discutir a sustentabilidade da 
iniciativa brasileira de distribuição universal e gratuita dos antirretrovirais. Assim considerando 
dados originais de uma pesquisa sobre a capacidade potencial de distribuição de uma futura 
vacina anti-HIV no Brasil, envolvendo 119 entrevistados. Nas abordagens da assistência 
hospitalar e da assistência farmacêutica foram utilizados dados do Sistema de Informações 
Hospitalares do SUS e do Sistema de Controle Logístico de Medicamentos do Programa 
Nacional de DST/Aids. Os resultados mostraram bom desempenho da política de distribuição 
de anti-retrovirais. Entretanto, o acesso ao tratamento de doenças oportunistas foi ineficiente. 
Os valores pagos pelo Sistema Único de Saúde pelas internações por Aids mantiveram-
se muito baixos, com valor médio em torno de R$700,00, em 2004. A assistência a pacientes 
com HIV/Aids no Brasil tem sido tratada como um direito do cidadão, com o respaldo de uma 
articulação efetiva entre as esferas de governo e a sociedade civil. Os desafios que se colocam 
atualmente dizem respeito ao monitoramento mais fino dos processos e resultados obtidos e à 
sustentabilidade da distribuição universal e gratuita de antirretrovirais. 
O processo de avaliação do cumprimento das metas estabelecidas suscita, portanto, 
questões que transcendem a simples observância das metas, no plano formal. Ele coloca 
desafios que apontam a necessidade de um monitoramento mais fino dos processos e resultados 
relacionados à assistência de indivíduos afetados pelo HIV/Aids no âmbito farmacêutico, no 
contexto de utilização deserviços do sistema de saúde ou ainda no nível comunitário. Também 
instiga indagações acerca da qualidade da assistência resultante das ações de um programa 
13 
 
nacional diferenciado, sob diversos aspectos, mas que não prescinde do sistema de saúde 
brasileiro com um todo, às voltas com sérios problemas operacionais. Finalmente, evidencia 
questões colocadas na pauta do governo brasileiro em relação a como garantir a sustentabilidade 
da política de assistência farmacêutica a indivíduos com HIV/Aids, considerando os custos cada 
vez mais elevados. 
O acesso das pessoas vivendo com HIV e AIDS a uma assistência farmacêutica de 
qualidade representa um dos maiores desafios para os sistemas de saúde, principalmente nos 
países subdesenvolvidos. O ritmo acelerado da expansão da epidemia nos países pobres tem 
acarretado uma crescente demanda por cuida- dos médicos, incluindo o uso de medicamentos 
antirretrovirais (ARV), o que impõe aos governantes a necessidade de buscar soluções 
economicamente viáveis para a questão (BERMUDEZ et al., 2000). 
No Brasil, país que possui um programa nacional de controle da infecção pelo 
HIV/AIDS considerado como um modelo para o mundo, muitas questões estão na ordem do 
dia, incluindo a qualidade da assistência farmacêutica. 
Ressalta-se ainda, a importância da implantação do Sistema de Controle Logístico de 
Medicamentos (SICLOM) que, uma vez funcionando conforme o planejado, certamente 
permitirá́ uma agilização e melhor controle de todo o processo logístico dos medicamentos, 
reduzindo a carga burocrática e promovendo a racionalização do trabalho. 
Essas medidas certamente trarão benefícios, não somente aos clientes do programa de 
AIDS, mas ao conjunto dos pacientes atendidos nessas unidades, na medida em que, a melhoria 
da qualidade do programa de AIDS acontecer, certamente terá́ reflexos nas demais atividades 
da assistência farmacêutica. Concluindo, ressalta-se ainda a importância desse tipo de estratégia 
de avaliação, enquanto metodologia testada e validada, que permite o monitoramento para a 
melhoria continua da qualidade da assistência farmacêutica (BRASIL, 1999a, 1999b). 
 A assistência terapêutica integral, incluindo a assistência farmacêutica, também é área 
de atuação do SUS (2). A Política Nacional de Medicamentos (PNM) definiu a assistência 
farmacêutica como um "grupo de atividades relacionadas com o medicamento, destinadas a 
apoiar as ações de saúde demandadas por uma comunidade". Marin et al., (ano) esclarecem que, 
"(...) para o Brasil, o termo Assistência Farmacêutica envolve atividades de caráter abrangente, 
multiprofissional e intersetorial, que situam como seu objeto de trabalho a organização das 
ações e serviços relacionados ao medicamento em suas diversas dimensões, com ênfase à 
relação com o paciente e a comunidade na visão da promoção da saúde". Em 2004, o Conselho 
Nacional de Saúde publicou o documento da Política Nacional de Assistência Farmacêutica 
(PNAF), que reforça a ideia de que a assistência farmacêutica é parte do cuidado à saúde 
14 
 
individual ou coletiva, tendo no medicamento o insumo essencial, cujo acesso deve ser 
garantido com uso racional. 
 
4.1.1 INTRODUÇÃO, CONCEITOS, EPIDEMIOLOGIA E HISTÓRICOS 
 
 HIV é a sigla em inglês do vírus da imunodeficiência humana. Causador da aids, 
ataca o sistema imunológico, responsável por defender o organismo de doenças. As células 
mais atingidas são os linfócitos T CD4+. E é alterando o DNA dessa célula que o HIV faz 
cópias de si mesmo. Depois de se multiplicar, rompe os linfócitos em busca de outros para 
continuar a infecção. O H IV é um retrovírus, classificado na subfamília dos Lentiviridae. 
Esses vírus compartilham algumas propriedades comuns: período de incubação prolongado 
antes do surgimento dos sintomas da doença, infecção das células do sangue e do sistema 
nervoso e supressão do sistema imune (BRASIL, 2013). 
Ter o HIV não é o mesmo que ter Aids, há muitos soropositivos que vivem anos sem 
apresentar sintomas e sem desenvolver a doença. Mas podem transmitir o vírus a outras 
pessoas pelas relações sexuais desprotegidas, pelo compartilhamento de seringas 
contaminadas ou de mãe para filho durante a gravidez e a amamentação, quando não tomam as 
devidas medidas de prevenção (BRASIL, 2017). 
 
4.1.2 MECANISMOS FISIOPATOLÓGICO E TRANSMISSÃO 
 
A transmissão do HIV e da AIDS, acontece das seguintes formas: 
• Sexo vaginal sem camisinha; 
• Sexo anal sem camisinha; 
• Sexo oral sem camisinha; 
• Uso de seringa por mais de uma pessoa; 
• Transfusão de sangue contaminado; 
• Da mãe infectada para seu filho durante a gravidez, no parto e na amamentação; 
• Instrumentos que furam ou cortam não esterilizados (BRASIL, 2019) 
 
4.1.3 ASPECTOS CLÍNICOS 
 
15 
 
Após um tempo da invasão do HIV, consequências mais graves dão as caras, como: 
perda de peso, anemia e doenças oportunistas (hepatites virais, pneumonia, tuberculose e 
candidíase) 
 
4.1.4 ATENÇÃO E ASSISTÊNCIA FARMACÊUTICA DOS MEDICAMENTOS PARA 
HIV/AIDS (SELEÇÃO, PROGRAMAÇÃO, AQUISIÇÃO, DISTRIBUIÇÃO, 
ARMAZENAMENTO E DISPENSAÇÃO) 
 
A seleção de medicamentos é o eixo do ciclo da Assistência Farmacêutica, pois todas 
as outras atividades lhe são decorrentes (MARIN et al., 2003). É a atividade responsável pela 
formulação da lista de medicamentos e é a medida decisiva para garantir o acesso a esses 
medicamentos. Cada estado tem o direito de determinar quais medicamentos escolher para 
compor sua lista com base no perfil de morbi-mortalidade e nas prioridades estabelecidas, a fim 
de contribuir para a resolutividade do tratamento, o custo-efetividade do tratamento, a 
racionalidade das prescrições, e o uso correto de medicamentos, e proporcionar maior eficiência 
administrativa e financeira. 
Para tanto, a seleção deve ser baseada em critérios técnico-científicos, entre os quais a 
adoção de planos de tratamento e critérios administrativos e legais. A seleção deve ser feita 
pelo Comissão/Comitê Nacional de Farmacologia e Terapêutica, com o objetivo de estabelecer 
a Lista Nacional de Medicamentos (Reme), que define o uso dos medicamentos fornecidos pela 
SES para cuidados primários, moderados ou de alta complexidade. Padronizar o trabalho do 
Comitê de Padronização de Medicamentos, formular os critérios de inclusão e exclusão, 
métodos de aplicação e revisar a frequência dos medicamentos. 
A seleção de medicamentos deve ser formalizada por decreto ou resoluções específicas, 
e as normas técnicas de inclusão e exclusão de medicamentos devem ser divulgadas, para que 
o processo tenha a transparência necessária. Sempre que possível, a publicação de Reme deve 
ser acompanhada por um formulário de tratamento para orientar os prescritores e dispensadores 
sobre as indicações e uso dos medicamentos. 
Aquisição de medicamentos, é um conjunto de procedimentos pelos quais o processo é 
realizado em cronograma, com o objetivo de disponibilizá-los de forma quantitativa, qualitativa 
e com menor custo / eficácia, de forma a manter a regularidade e funcionamento do sistema. 
Deve ter uma qualificação permanente, levando em consideração aspectos legais 
(cumprimento das formalidades legais), técnicos (cumprimento das especificações técnicas), 
16 
 
administrativos (cumprimento das datas de entrega) e financeiros (disponibilidade orçamentária 
e financeira e avaliação de mercado). 
Existem diversas alternativas estratégicas para tornar atrativa a aquisição pela SES e 
municípios, com preços reduzidos e agilidade no processo, seja por meio de leilões eletrônicos 
ou presenciais, compras anuais consolidadas e parcelamento, formação de consórcios entre 
gestores, implantação de o Sistema de Registro de Preços, avaliação de desempenho dos 
fornecedores quanto ao atendimento de requisitos técnicos, administrativos, etc. Considerar a 
alternativa mais adequada para cada situação. Quantomais forem consideradas as observações 
e experiências dos atores que conduzem a ação, maior será a consistência das decisões 
(CONASS, 2004a). 
A armazenagem é caracterizada por uma série de procedimentos técnicos e 
administrativos que incluem o recebimento, armazenamento, segurança e preservação dos 
medicamentos, bem como o controle de estoque. 
O gerenciamento adequado dessa etapa do ciclo reduz as perdas e deve seguir 
determinados procedimentos e atividades, entre os quais se destacam: 
a) Conformidade / adequação do armazém às Boas Práticas de Armazenamento como limpeza 
e higienização; delimitar o espaço para armazenamento adequado, coleta e transporte dos 
medicamentos, minimizando o risco de reposição; controle de temperatura e umidade; 
monitoramento da rede fria; entre outros. 
b) Qualificação do recebimento dos medicamentos, melhorando os processos de verificação das 
quantidades na separação, reduzindo o número de erros em termos de quantidade, lote, prazo 
de validade, etc. 
c) Desenvolvimento de Procedimentos Operacionais Padrão (POPs) que descrevem todas as 
atividades realizadas. 
d) Existência de um sistema de controle de estoque de medicamentos aprovado que forneça 
informações de gestão, como balanços, relatórios e gráficos; e) Melhorar a capacidade 
administrativa e os recursos humanos para garantir que todas as atividades são realizadas de 
forma adequada. A distribuição dos medicamentos, de acordo com a necessidade dos 
requerentes, deve garantir rapidez na entrega, segurança e eficiência no sistema de informação 
e controle. É necessário formalizar o cronograma de distribuição, determinar os fluxos, as datas 
de entrega e a frequência de entrega dos medicamentos. 
A dispensação é responsabilidade da distribuição dos medicamentos para os usuários, 
são das Unidades dispensadoras de medicamentos (UDM), assim que a prescrição médica for 
verificada se os medicamentos prescritos correspondem aos parâmetros determinados, nas 
17 
 
normas do Consenso Nacional ou Guia de Tratamento Clínico do Ministério da Saúde, esse 
medicamento poderá ser dispensado, pois a dispensação de medicamentos tem como propósito 
assegurar o comprometimento e empenho na concessão desses fármacos adequado para a 
população que faz uso, na fórmula correta, assim respeitando a prescrição médica com a quantia 
correta e com as informações eficientes para que a sua utilização seja de forma exata e que sua 
preservação seja de modo a garantir sua peculiaridade do produto. 
Essa metodologia, é executada com a contribuição do Sistema de Controle Logístico de 
Medicamentos (Siclom) que depois de sua comprovação de cadastro o pedido instantaneamente 
emite avaliações a respeito do atendimento assistencial as normas legitimas pelo acordo 
permitindo ou não a dispensação dos medicamentos para o usuário. 
É uma das peças chaves, esses componentes vitais para a racionalização dos fármacos. 
Compete ao profissional que irá fazer a dispensação o compromisso e seu comprometimento 
pela sua assistência e auxilio ao usuário a respeito da conduta do uso do fármaco. A fundação 
da Atenção Farmacêutica é justamente um plano para proporcionar um atributo na 
sociabilização da assistência dos pacientes. Para a dispensação de medicamentos sujeitos ao 
controle especial, deve ser observado o estabelecido na Portaria SVS/MS n. 344, de 12 de maio 
de 1998 e suas atualizações (BRASIL, 1998a). 
 
4.1.5 ACOMPANHAMENTO E TRATAMENTO DO PACIENTE HIV POSITIVO E 
NOTIFICAÇÕES NO SISTEMA DE CONTROLE LOGÍSTICO DE MEDICAMENTOS 
ANTIRRETROVIRAIS (SICLOM) 
 
O SICLOM, é um sistema logístico dos medicamentos antirretrovirais, que permite o 
fornecimento dos medicamentos para a prevenção e Controle das IST, do HIV/Aids e das 
Hepatites Virais. Esses pacientes precisam realizar um cadastramento para ter acesso. Segundo 
o Governo o Guia de Referência Rápida aponta que esse cadastramento dos usuários SUS é 
obrigatório para a realização da dispensa dos ARV dos pacientes de uso contínuo e tem por 
finalidade os seguintes aspectos: 
1. Realizar o controle do uso dos ARV dispensados, visando o controle do número de 
usuários SUS (quantitativo) e os tipos de esquemas terapêuticos utilizados (qualitativo); 
2. Evitar a duplicidade de cadastros de um mesmo usuário SUS em várias UDM; 
3. Diminuir a possibilidade de realização de mais de uma dispensa de medicamentos 
Antirretrovirais, dentro do prazo mínimo estabelecido pelo PN DST/AIDS, em uma ou 
várias UDM pelo mesmo usuário SUS; 
18 
 
4. A obtenção e elaboração de dados estatísticos, como por exemplo, a quantidade de 
usuários SUS por UDM ou mesmo a distribuição por classe Socioeconômico- Cultural, 
para auxiliar no processo Logístico de Aquisição e Distribuição dos Antirretrovirais 
paras os Estados e Municípios; 
5. Para cadastrar um usuário SUS visando o recebimento de medicamentos 
Antirretrovirais pelo Sistema Único de Saúde, a UDM. deverá observar e cumprir os 
seguintes critérios: 
1. a) O usuário deverá possuir sorologia confirmatória para o virus HIV (acrescentar CÓPIA 
no formulário de cadastramento); 
2. b) Ter indicação para iniciar o tratamento com medicamentos Antirretrovirais, apresentando 
também os valores de CD4 e Carga viral que motivaram o início da terapia (cópia dos exames). 
3. c) Ser brasileiro nato e/ou naturalizado domiciliado no Brasil; ter acompanha- mento de 
médico brasileiro (CRM local). 
Com os aspectos da Assistência Farmacêutica no Serviço de Atendimento 
Especializado - HIV/AIDS, o profissional farmacêutico tem que está preparado para uma forma 
de assistência de qualidade as pessoas vivendo com HIV/Aids, com a finalidade de prestar 
assistência clínica, terapêutica, farmacêutica e psicossocial, em nível ambulatorial, fixando o 
paciente a uma equipe multidisciplinar que o acompanhará ao longo de sua doença. 
 
4.1.6 AULAS PRÁTICAS DE HIV E DIAGNÓSTICO LABORATORIAL 
PRECONIZADO PELO MINISTÉRIO DA SAÚDE: REALIZAÇÃO DE TESTES 
SOROLÓGICOS 
 
4.1.6.1 AULA PRÁTICA I: Teste rápido para investigação da infecção pelo HIV por meio 
do kit ABON HIV 
 
Fundamento teórico: Trata-se de um teste rápido contra o Vírus da Imunodeficiência Humana, 
qualitativo, baseado em membrana de nitrocelulose, para a detecção de anticorpos do HIV 
1(IgM e IgG), incluindo grupo M, grupo O e HIV 2 em sangue total, soro ou plasma. A 
membrana está pré-revestida com antígenos do HIV recombinante nas regiões das linhas de 
teste, T1 e T2. (Manual do teste) 
 
Princípio: O teste rápido ABON HIV, utilizado para investigar a infecção pelo vírus da 
imunodeficiência humana (HIV, do inglês Human Immunodeficiency Virus), baseia-se na 
19 
 
tecnologia de imunocromatografia de fluxo lateral. Este teste permite a detecção de anticorpos 
específicos para HIV-1, incluindo o grupo O, e HIV-2, em sangue total, soro ou plasma. 
(Manual do teste) 
 
Objetivo: Obter resultados na prática, através de uma ferramenta clara e simples, determinando 
a presença/ausência de infecção através do teste qualitativo, realizado por meio de amostras 
sorológicas e do kit. 
 
Amostra: Foi fornecido a turma amostras sorológicas positivas e negativas para a realização 
do teste. 
 
Figura 1 - Amostra sorológica HIV/AIDS (P1) 
 
Fonte: Foto da prática 
 
Materiais utilizados: 
- Pipeta automática/semiautomática - Azul (10 a 100 microlitros) 
- Pipeta automática/semiautomática - Vermelha (100 a 1000 microlitros) 
- Ponteiras - Amarelas (0 a 200 microlitros) 
- Água destilada 
- Álcool 70% 
- Tubos de vidro de Bioquímica 
- Estante para tubos 
- Papel tolha 
- Becker de vidro (400ml) – Solução de hipoclorito 10% (Usado para descontaminar material 
da prática 
- Gaze (não estéril) 
20 
 
- Coletor de material perfurocortante 
 
Figura 2 - Materiais utilizados HIV/AIDS (P1) 
 
Fonte: Fotos da prática 
 
Reagentes: 
- Tampão 
- Dispositivo de teste (Sabonetinho) 
- Solução de hipoclorito10% 
 
Figura 3 – Reagentes HIV/AIDS (P1) 
 
Fonte: Manual kit de teste rápido Abon HIV/ Fotos da prática 
 
Materiais complementares: 
- Luva 
- Touca 
- Máscara 
 
Procedimentos técnicos: 
21 
 
1. Antes do início da prática, forrar papel absorvente na superfície que será feito o 
procedimento e organizar todo material que será utilizado; 
2. Se paramentar com os equipamentos de proteção individual (EPI), como luvas, touca e 
máscara; 
3. A prática inicia com a abertura da embalagem do dispositivo de teste; 
4. Anotar a identificação da amostra na parte frontal do dispositivo, para que 
posteriormente possa relacionar o resultado com a amostra; 
5. Com a pipeta automática de cor azul calibrada em 50 microlitros, foi feito a coleta da 
amostra sorológica e em seguida dispensada na região “S” do dispositivo, descartando 
posteriormente a ponteira amarela utilizada na solução de hipoclorito, localizada no 
interior do Becker; 
6. Adicionar de imediato duas gotas de tampão na mesma região “S”; 
7. Cronometrar dez minutos logo em seguida para a leitura de resultados; 
8. Passado o tempo cronometrado, foi analisado a eficácia do teste, tendo como referência 
a linha colorida de controle (C) do dispositivo, estando está visível e confirmando sua 
eficiência; 
9. Na sequência, é observado a presença e/ou ausência de linhas coloridas nas áreas T1 
e/ou T2 do teste, sendo considerado REAGENTE o teste que apresentar linhas coloridas 
em T1 e/ou T2 e NÃO REAGENTE o teste que apresentar linha apenas na área de 
controle. O resultado será invalido se for constatado a ausência de linha vermelha na 
região de controle (C), sendo necessário repetir o teste com um novo dispositivo. 
 
Figura 4 - Sequência da prática HIV/AIDS (P1) 
 
Fonte: Fotos da prática 
 
Resultado: A amostra analisada pelo grupo obteve resultado NÃO REAGENTE (negativo). 
22 
 
 
Discussão: 
- Recomenda-se não ultrapassar os vinte minutos após a adição do tampão para leitura de 
resultados para que o teste não perca a sua eficácia. 
- Pacientes em tratamento podem apresentar resultados negativos devido a eficácia do 
tratamento. 
- A pipeta azul foi calibrada para 50 microlitros por instrução do professor, porém, deixando 
claro que essa quantidade é usada na punção capilar. 
- As amostras de outros grupos apresentaram resultados diferentes, observando-se amostras 
positivas para HIV 1, HIV 2 e HIV1 e HIV2 simultaneamente. 
 
Figura 5 - Resultados do grupo x turma HIV/AIDS (P1) 
 
Fonte: Foto da prática 
 
4.1.6.2 AULA PRÁTICA II: Teste rápido para investigação da infecção pelo HIV por 
meio do TR DPP® HIV 1/2 Bio-Manguinhos com amostra de soro 
 
Fundamento teórico: Trata-se de um teste qualitativo, baseado na combinação de antígenos 
de HIV-1 e HIV-2 ligados a uma membrana (fase sólida), anticorpos específicos e um 
conjugado de proteína A com partículas de ouro coloidal, que é o revelador do resultado do 
teste. (Ref.: Manual do teste) 
 
Princípio: O teste rápido TR DPP® HIV 1/2 Bio-Manguinhos para amostras de sangue, 
utilizado para investigação da infecção pelo vírus da imunodeficiência humana (HIV, do inglês 
Human Immunodeficiency Virus), baseia-se na tecnologia de imunocromatografia e utiliza 
plataforma de duplo percurso, que permite detecção de anticorpos específicos para o HIV-1, 
23 
 
incluindo o grupo O e HIV-2. Este kit permite a utilização de sangue total, soro, plasma ou 
fluido oral. (Ref.: Manual do teste) 
 
Objetivo: Obter resultados na prática, através de uma ferramenta clara e simples, que determine 
a presença/ausência de infecção através do teste qualitativo, realizado por meio de amostras 
sorológicas e do kit DPP. 
 
Amostras: Foi fornecido a turma amostras sorológicas positivas e negativas para a realização 
do teste. 
 
Figura 6 - Amostra sorológica HIV/AIDS (P2) 
 
Fonte: Foto da prática 
 
Materiais utilizados: 
- Alça coletora (10 microlitros) 
- Pipeta automática/semiautomática - Azul (10 a 100 microlitros) 
- Pipeta automática/semiautomática - Vermelha (100 a 1000 microlitros) 
- Ponteiras - Amarelas (0 a 200 microlitros) 
- Água destilada 
- Álcool 70% 
- Tubos de vidro de Bioquímica 
- Estante para tubos 
- Papel tolha 
- Becker de vidro (400ml) – Solução de hipoclorito 10% (Usado para descontaminar material 
da prática 
- Gaze (não estéril) 
- Coletor de material perfurocortante 
24 
 
- Manual de instrução de uso do kit 
 
 
Figura 7 - Materiais utilizados HIV/AIDS (P2) 
 
Fonte: Fotos da prática 
 
Reagentes: 
- Tampão 
- Frasco de eluição 
- Dispositivo de teste DPP 
- Solução de hipoclorito 10% 
 
Figura 8 - Reagentes HIV/AIDS (P2) 
 
Fonte: Foto da prática 
 
Materiais complementares: 
- Luva 
- Touca 
- Máscara 
25 
 
Procedimentos técnicos: 
1. Antes do início da prática, forrar papel absorvente na superfície que será feito o 
procedimento e organizar todo material que será utilizado; 
2. Se paramentar com os EPI, como luvas, toucas e máscara; 
3. A prática inicia com a abertura da embalagem do dispositivo de teste DPP e a sua 
validação, observando a presença de 2 linhas, sendo uma de cor verde e uma de cor azul, 
nas áreas de teste (T) e de controle (C), encontradas na janela de leitura dos resultados. 
Não sendo constatado a presença das duas linhas, o mesmo deve ser trocado; 
4. Anotar a identificação da amostra no dispositivo e no frasco para a eluição, para 
relacionar o resultado posteriormente; 
5. Coletar 10µl da amostra com a alça coletora e inserido no interior do frasco de eluição, 
quebrando a alça no ponto de ruptura, recolocando a tampa do frasco e posteriormente 
homogeneizando-o por dez segundos com movimentos circulares; 
6. Em seguida, deve-se desenroscar a tampa do dosador do frasco de eluição e adicionar, 
com este na vertical, duas gotas da solução no poço 1 (um) do dispositivo de teste e 
cronometrar cinco minutos, para que as duas linhas (azul e verde) da janela de leitura 
do dispositivo desapareçam; 
7. Passados os cinco minutos e com o frasco na vertical, adicionar quatro gotas do tampão 
no poço 2 (dois) do dispositivo e aguardar entre 10 e 25 minutos para a leitura do 
resultado; 
8. Passado o tempo cronometrado, analisar a eficácia do teste, tendo como referência a 
linha colorida de controle (C) do dispositivo na cor roxa/rosa. Estando visível, é 
confirmado sua eficiência; 
9. Na sequência é observado a presença ou ausência de linha roxa/rosa na área de teste (T), 
sendo considerado REAGENTE o teste que apresentar linhas coloridas em (T) e (C), e 
NÃO REAGENTE o teste que apresentar linha apenas na área de controle (C). O 
resultado será inválido se for constatado ausência da linha vermelha na região de 
controle (C), sendo necessário repetir o teste com um novo dispositivo. 
 
26 
 
Figura 9 - Sequência da prática HIV/AIDS (P2) 
 
Fonte: Fotos da prática 
 
Resultado: A amostra analisada pelo grupo obteve resultado REAGENTE (positivo). 
Figura 10 - Resultado TR DPP (P2) 
 
Fonte: Foto da prática 
 
Discussão: 
- Diferente do kit de teste da ABON, feito na primeira prática, o dispositivo DPP permite a 
utilização de fluido oral (saliva). Difere também no dispositivo de teste, composta por duas 
regiões denominadas poço, sendo um para a amostra e outro para o tampão, e uma janela de 
leitura de resultados que não especifica o tipo de HIV. 
- Recomenda-se não ultrapassar os 25 minutos após a adição do tampão para leitura de 
resultados para que o teste não perca a sua eficácia. 
- Pacientes em tratamento podem apresentar resultados negativos devido a eficácia do 
tratamento. 
- As amostras de outros grupos apresentaram resultados diferentes, observando-se outras 
amostras positivas e amostras negativas. 
 
27 
 
Figura 11 - Resultados do grupo x turma (P2) 
 
Fonte: Fotos da prática 
 
4.1.7 ACOMPANHAMENTO E TRATAMENTO DO PACIENTE HIV POSITIVO DAS 
GESTANTES E OS PROCEDIMENTOSNA HORA DO PARTO E NA 
AMAMENTAÇÃO 
 
 Segundo Brasil (2007) o risco de transmissão por via vertical do HIV ocorre durante 
o trabalho de parto ou o próprio parto em aproximadamente 65% dos casos, o restante é 
classificado como transmissão intra-útero ou quando a mulher está próxima das últimas 
semanas da gestação. A mulher ainda assim, pode infectar o bebê através do leite materno, e 
esta classificação apesar de ser pequena, é necessário estar atento pois, a cada ano o risco 
adicional renova-se a cada exposição. 
A escolha pela via de parto vai depender muito da carga viral da mulher, as gestantes 
que estiverem com idade gestacional ≥ 34 semanas, e com a carga viral de ≥ 1.000 cópias ou 
carga viral desconhecida, a recomendação é uma via de parto por operação cirúrgica eletiva 
(cesárea), para as gestantes com idade gestacional igual ou superior, mas com uma carga viral 
de < 1.000 cópias/ml ou indetectável opta-se por uma recomendação da médica especialista, o 
parto por via vaginal não é descartado (BRASIL, 2007). 
Ainda, reconhece algumas ações para o manejo correto desse parto independente da 
via, a zidovudina deve ser administrada em duas fases, a dose de ataque a dose de manutenção. 
A primeira dose é de 2mg/kg na primeira uma hora pós parto, a dose de manutenção é 
administrada 1mg/kg, por hora de forma continua até o clampeamento do cordão umbilical 
(BRASIL, 2007) 
 
 
28 
 
 
4.2 OUTRAS DOENÇAS SEXUALMENTE TRANSMISSÍVEIS (DST) - SÍFILIS, 
 
4.2.1 INTRODUÇÃO, CONCEITOS, EPIDEMIOLOGIA E HISTÓRICOS 
 
 A sífilis é uma doença infectocontagiosa transmitida por via sexual e verticalmente 
durante a gestação. Caracterizada por períodos de atividade e latência, acometendo os sistemas 
de forma disseminada e pela evolução para complicações graves em parte dos pacientes que 
não trataram ou que foram tratados inadequadamente (BRASIL, 2007). 
 De acordo com o MS (2007) a Sífilis tem aumento de mais de 4.000% dos casos no 
Brasil, pesquisas mostram que o uso dos preservativos sexuais vem caindo ao longo dos anos, 
especialmente entre os jovens. As consequências da rejeição ao preservativo já são notadas 
pelas autoridades de saúde brasileiras. Segundo o último Boletim Epidemiológico do Ministério 
da Saúde, entre 2010 e 2018, houve um aumento de 4.157% nos casos de sífilis no país. 
 Apenas em 2018, foram registrados mais de 246 mil casos entre sífilis adquirida, em 
gestantes e congênitas. Em relação às mortes, foram 241 – todas devido à sífilis congênita, que 
ocorre quando a mãe transmite a doença para a criança durante a gestação. Em comparação com 
2017, esses números representam um aumento de 25,7% nos casos em gestantes, 28,3% na 
adquirida e 5,2% na congênita. Em comparação com 2017, esses números representam um 
aumento de 25,7% nos casos em gestantes, 28,3% na adquirida e 5,2% na congênita (BRASIL, 
2007). 
De acordo com a Organização Mundial da Saúde (OMS), a sífilis no mundo 
diariamente ocorrem 1 milhão de novas infecções em todo o mundo. Os dados são preocupantes 
já que a presença de infecções sexualmente transmissíveis (ISTs) aumenta em até 18 vezes o 
risco de um indivíduo ser infectado pelo HIV. Para os especialistas, a queda no uso dos 
preservativos vem da ausência de campanhas de prevenção aliada a uma geração que não 
conviveu com o retrato da AIDS da década de 1980 e, por causa disso, subestima o valor da 
prevenção. Com o objetivo de mudar essa realidade, o Ministério da Saúde lançou uma 
campanha contra o IST (BRASIL, 2007). 
 
 
29 
 
4.2.2 AGENTE ETIOLÓGICO; TRANSMISSÃO; PERÍODO DE INCUBAÇÃO 
 
 A sífilis é causada por uma bactéria chamada Treponema pallidum, gênero 
Treponema, da família dos Treponemataceae, que inclui ainda dois outros 
gêneros: Leptospira e Borrelia. O gênero possui quatro espécies patogênicas e pelo menos seis 
não patogênicas. As patogênicas são o Treponema pallidum subsp pallidum, causador da sífilis, 
o Treponema carateum, responsável pela pinta, e o Treponema pertenue, agente da bouba ou 
framboesia. O bejel ou sífilis endêmica é atribuído à variante T. pallidum subsp endemicum 
(AVELLEIRO; BOTTINO, 2006) 
 
 O T. pallidum não é cultivável e é patógeno exclusivo do ser humano, apesar de, 
quando inoculado, causar infecções experimentais em macacos e ratos. É destruído pelo calor 
e falta de umidade, não resistindo muito tempo fora do seu ambiente (26 horas). Divide-se 
transversalmente a cada 30 horas (AVELLEIRO; BOTTINO, 2006). 
A pequena diferença de densidade entre o corpo e a parede do T. pallidum faz com que 
seja prejudicada sua visualização à luz direta no microscópio. Cora-se fracamente; daí o nome 
pálido, do latim pallidum. O genoma do T. pallidum subsp pallidum foi recentemente 
seqüenciado. É um cromossoma circular de 1138006bp (bases de pares) e com 1041ORFs (fase 
de leitura aberta/open reading frame). É limitada a capacidade de biossíntese, e por isso, prefere 
locais com baixo teor de oxigênio e apresenta poucos componentes protéicos em sua parede 
externa (AVELLEIRA; BOTTINO, 2006). 
A sífilis é doença transmitida pela via sexual (sífilis adquirida) e verticalmente (sífilis 
congênita) pela placenta da mãe para o feto. O contato com as lesões contagiantes (cancro duro 
e lesões secundárias) pelos órgãos genitais é responsável por 95% dos casos de sífilis. Outras 
formas de transmissão mais raras e com menor interesse epidemiológico são por via indireta 
30 
 
(objetos contaminados, tatuagem) e por transfusão sangüínea. O risco de contágio varia de 10% 
a 60% (AVELLEIRA; BOTTINO, 2006). 
 
4.2.3 MECANISMOS FISIOPATOLÓGICO 
 
A penetração do treponema é realizada por pequenas abrasões decorrentes da relação 
sexual. Logo após, o treponema atinge o sistema linfático regional e, por disseminação 
hematogênica, outras partes do corpo. A resposta da defesa local resulta em erosão e 
exulceração no ponto de inoculação, enquanto a disseminação sistêmica resulta na produção de 
complexos imunes circulantes que podem depositar-se em qualquer órgão. Entretanto, a 
imunidade humoral não tem capacidade de proteção. A imunidade celular é mais tardia, 
permitindo ao T. pallidum multiplicar e sobreviver por longos períodos (AVELLEIRO; 
BOTTINO, 2006). 
 
4.2.4 ASPECTOS CLÍNICOS 
 
Sífilis primária - sintomas 
• Ferida, geralmente única, no local de entrada da bactéria (pênis, vulva, vagina, colo uterino, 
ânus, boca, ou outros locais da pele), que aparece entre 10 a 90 dias após o contágio. 
Essa lesão é rica em bactérias. 
• Normalmente não dói, não coça, não arde e não tem pus, podendo estar acompanhada de 
ínguas (caroços) na virilha. 
Sífilis secundária - sintomas 
• Os sinais e sintomas aparecem entre seis semanas e seis meses do aparecimento e cicatrização 
da ferida inicial. 
• Pode ocorrer manchas no corpo, que geralmente não coçam, incluindo palmas das mãos e 
plantas dos pés. Essas lesões são ricas em bactérias. 
• Pode ocorrer febre, mal-estar, dor de cabeça e ínguas pelo corpo. 
Sífilis latente – fase assintomática - sintomas 
• Não aparecem sinais ou sintomas. 
31 
 
• É dividida em sífilis latente recente (menos de dois anos de infecção) e sífilis latente tardia 
(mais de dois anos de infecção). 
• A duração é variável, podendo ser interrompida pelo surgimento de sinais e sintomas da 
forma secundária ou terciária. 
Sífilis terciária - sintomas 
• Pode surgir de dois a 40 anos depois do início da infecção. 
Costuma apresentar sinais e sintomas, principalmente lesões cutâneas, ósseas, cardiovasculares 
e neurológicas, podendo levar à morte (BRASIL, 2005). 
 
4.2.5 TRATAMENTO COM MEDICAMENTOS PADRONIZADOS PELO 
MINISTÉRIO DA SAÚDE PARA TRATAMENTO DE DST: INFORMAÇÕES SOBRE 
POSOLOGIA, TEMPO DE TRATAMENTO E EFEITOS COLATERAIS 
 
Segundo o Ministério da Saúde (2005) quando não tratada, a sífilis pode causar um 
grande comprometimento orgânico, no que é conhecido como sífilis terciária, com 
desenvolvimentode aortite, aneurismas, paralisia de pares de nervos cranianos, alterações de 
marcha, demência ou destruição tecidual de pele, mucosas ou ossos. A penicilina é considerada 
o padrão-ouro de tratamento de sífilis em todas as suas formas e estágios. Para os casos de sífilis 
primária, secundária ou latente recente, o tratamento preconizado é com penicilina Benzatina 
2.400.000 UI, IM, em dose única. Já para os quadros de sífilis latente tardia, terciária ou de 
duração desconhecida, recomenda-se três doses de penicilina Benzatina na mesma dose, com 
uma semana de intervalo entre cada dose. Para os casos de comprometimento neurológico, o 
tratamento deve ser realizado com penicilina cristalina, na dose de 18-24 milhões UI/dia, IV, 
por 14 dias. 
Ainda de acordo com o MS o uso de Ceftriaxona na dose de 2 g/dia é a principal opção 
terapêutica quando penicilina não está disponível ou é contraindicada. Entretanto, para as 
gestantes, o tratamento somente é considerado adequado quando realizado com penicilina nas 
doses e intervalos corretos, devidamente documentados (BRASIL, 2005). Ainda segundo o MS 
o gráfico abaixo mostra a predominância de tratamento por gestante, onde a Penicilina se 
manteve em primeira opção no tratamento das gestantes. 
32 
 
 Fonte: Ministério da Saúde/SVS. Brasil, 2021. 
 
4.2.6 AULAS PRÁTICAS DE SÍFILIS E DIAGNÓSTICO: TESTES LABORATORIAIS 
PARA SÍFILIS (REALIZAÇÃO DE TESTE RÁPIDO - IMUNOCROMATOGRÁFICO) 
PELO MINISTÉRIO DA SAÚDE 
 
4.2.6.2 PRÁTICA 2: Teste confirmatório para diagnóstico de Sífilis (Teste rápido – 
Bioclin) 
1 Teste Qualitativo e Semiquantitativo para Triagem do Diagnóstico de Sífilis (Kit 
Wama). 
 
Fundamento teórico: O VDRL da WAMA Diagnóstica é um teste de floculação, não-
treponêmico, para diagnóstico da sífilis, através da pesquisa de anticorpos (reaginas) no soro, 
plasma ou líquido céfalo-raquidiano (LCR), com a grande vantagem sobre o VDRL clássico 
por consistir em uma suspensão estabilizada e pronta para uso. 
 
Princípio: Quando a suspensão antigênica do é misturada com o soro, plasma ou líquido céfalo-
raquidiano (LCR) que contenham anticorpos (reaginas), as partículas de antígeno floculam e o 
resultado da reação é observado ao microscópio. A ausência de floculação indica resultado 
negativo. 
0
20.000
40.000
60.000
80.000
100.000
120.000
140.000
160.000
180.000
200.000
Penicilina Outro Esquema Não realizado Ignorado
Casos de gestantes com sífilis segundo esquema de tratamento 
por ano diagnóstico. Brasil, 2016 - 2019.
2016 2017 2018 2019
https://www.avaeduc.com.br/mod/page/view.php?id=1000804
https://www.avaeduc.com.br/mod/page/view.php?id=1000804
33 
 
 
Objetivo: Obter resultados na prática através de teste qualitativo e semiquantitativo, que 
determine a presença/ausência de infecção por meio da observação microscópica e análise de 
floculação, vista ao microscópio e obtidas por meio de amostras sorológicas e do kit WAMA. 
 
Amostras: Foi fornecido ao grupo amostras sorológicas e de plasma, positiva e negativa para 
a realização do teste. 
 
Materiais utilizados: 
- Placa de Kline 
- Pipeta automática/semiautomática - Azul (10 a 100 microlitros) 
- Pipeta automática/semiautomática - Vermelha (100 a 1000 microlitros) 
- Ponteiras - Amarelas (0 a 200 microlitros) 
- Soro fisiológico 0,9% 
- Água destilada 
- Álcool 70% 
- Tubos de vidro de Bioquímica 
- Estante para tubos 
- Papel tolha 
- Becker de vidro (400ml) – Solução de hipoclorito 10% (Usado para descontaminar material 
da prática 
- Gaze (não estéril) 
- Coletor de material perfurocortante 
- Manual de instrução de uso do kit 
 
Figura 12 - Materiais utilizados Sífilis/VDRL (P3) 
 
Fonte: Foto da prática 
 
34 
 
Reagentes: 
- Suspensão antigênica 
- Soro controle positivo 
- Soro controle negativo 
- Solução hipoclorito 10% 
 
Figura 13 - Reagentes Sífilis/VDRL (P3) 
 
Fonte: Fotos da prática 
 
Materiais/Instrumentos complementares: 
- Luva 
- Touca 
- Máscara 
- Microscópio 
 
Procedimentos técnicos: 
A) TESTE QUALITATIVO: Tem como objetivo a triagem e eliminação de amostras 
negativas. 
 
1. Antes do início da prática, forrar papel absorvente na superfície que será feito o 
procedimento e organizar todo material que será utilizado; 
2. Se paramentar com os EPI, como luvas, touca e máscara; 
3. A prática inicia com o posicionamento da placa de Kline na bancada, a graduação da 
pipeta para 50µl e a inserção da ponteira; 
4. Em seguida é selecionado uma das amostras para que seja pipetado 50µl de soro/plasma 
no primeiro poço da placa de Kline, que será a amostra pura (amostra + reagente); 
35 
 
5. Para identificar se há o efeito prozona, é necessário que seja feita uma diluição com 
50µl de soro fisiológico a 0,9% nos três poços seguintes, também conhecida como 
diluição 1:8; 
6. Posteriormente é colocado 50µl da amostra no primeiro poço (1:2) de diluição e 
homogeneizado (7x à 8x). Em seguida é pipetando 50µl dessa diluição e colocado no 
segundo poço de diluição (1:4), onde é feito o mesmo processo de homogeneização e 
retirado 50µl deste para ser homogeneizado no terceiro poço de diluição (1:8), 
descartando os últimos 50µl retirados; 
7. Repetir esse mesmo processo com a segunda amostra de soro/plasma; 
8. Após finalizar essas etapas (com as duas amostras), pipetar 20µl da suspensão 
antigênica no primeiro poço da primeira amostra pura e 20µl no último poço de diluição 
(1:8); 
9. Repetir esse mesmo processo com a segunda amostra de soro/plasma; 
10. Finalizado todo o processo diluição e adição da suspensão antigênica nas duas amostras 
soro/plasma, movimentar a placa de Kline em sentido circular durante 4 minutos a 
180rpm para que haja a reação de floculação; 
11. Imediatamente após os 4 minutos, levar a placa de Kline para observação em 
microscópio com a lente objetiva 10; 
12. A amostra é negativa (NÃO REAGENTE) quando não houver floculação na amostra 
pura e na amostra diluída a 1:8. Havendo floculação na amostra pura ou na amostra 
diluída a 1:8, o resultado é positivo (REAGENTE). Havendo um resultado que constate 
que a amostra pura obtenha resultado negativo e a amostra diluída a 1:8 seja positiva, 
deve-se identificar o efeito prozona. Após identificar resultado, lavar a placa de Kline 
com água destilada, álcool 70% e secar com gaze. 
 
Resultados do teste Qualitativo: 
 
36 
 
Figura 14 – Resultado Qualitativo (POS) Sífilis/VDRL (P3) 
 
Fonte: Fotos da prática 
 
Figura 15 - Resultado Qualitativo (NEG) Sífilis/VDRL (P3) 
 
Fonte: Fotos da prática 
 
B) TESTE SEMIQUANTITATIVO: Tem como objetivo determinar a titulação da amostra 
REAGENTE. 
 
1. Com a placa de Kline higienizada e enxuta, posicioná-la na bancada para dar 
continuação ao teste; 
2. Inicialmente pipetar 50µl de diluente (soro fisiológico 0,9%) em todos os 12 poços da 
placa de Kline, para que seja feito o processo de diluição posteriormente; 
3. Em seguida, pipetar 50µl da amostra positiva no primeiro poço e homogeneizar no 
primeiro e nos demais poços, dispensando os últimos 50µl após homogeneizar o último; 
4. Após fazer a diluição em todos os poços, pipetar 20µl da suspensão antigênica nos dois 
primeiros poços, agitar a placa de Kline em sentido circular por 4 minutos a 180rpm e 
após o término, levar imediatamente para a observação ao microscópio; 
5. Deve-se observar a presença ou ausência de floculação em cada poço contendo a 
suspensão antigênica, devendo ser repetido o mesmo processo nos próximos poços até 
37 
 
que seja detectado a ausência de floculação, que será determinante apara estabelecer a 
titulação da amostra, sendo esta, dada pela última diluição que ainda apresenta presença 
de agregados. 
 
Figura 16 - Sequência da prática Sífilis/VDRL (P3) 
 
Fonte: Foto da prática 
 
Resultado: A amostra analisada obteve a titulação de 1:16 (REAGENTE 1:16). 
 
Figura17 – Resultado: Titulação Sífilis/VDRL 1:16 (P3) 
 
Fonte: Fotos da prática 
 
38 
 
 
Discussão: 
- A amostra pura (1º poço), é feita apenas com 50µl de soro mais 20µl de reagente 
- O efeito prozona causa ausência de aglutinação/floculação na amostra pura devido ao excesso 
de anticorpos na amostra, ocasionando complexos muito pequenos que não produzem 
aglutinação visível. Essa desproporção de anticorpos, faz com que eles ocupem todos os locais 
de ligações nas micelas, impedindo a formação dos flocos, resultando em resultado falso-
negativo, sendo necessário testar a amostra pura e diluída de 1:8. 
- O processo de homogeneizar é feito com o uso da pipeta, sendo feito movimentos de 
pipetagem dentro da mistura de diluição. 
- A cada pipetagem de amostras diferentes, é feito o descarte da ponteira utilizada por uma 
nova, para que não haja contaminação. 
 
2 Teste confirmatório para diagnóstico de Sífilis (Teste rápido – Bioclin) 
 
Fundamento teórico: Teste imunocromatográfico rápido para determinação qualitativa de 
anticorpos totais (IgG, IgM e IgA) anti-Treponema pallidum em amostras de soro, plasma ou 
sangue total. 
 
Princípio: O Sífilis Bio é um ensaio imunocromatográfico (teste rápido) para a detecção 
qualitativa de anticorpos totais (IgG, IgM e IgA) anti-Treponema pallidum em amostras de soro, 
plasma ou sangue total. Neste kit, antígenos recombinantes de T. pallidum estão imobilizados 
na região da linha teste. Quando uma amostra é adicionada, esta reage com partículas coradas 
conjugadas a antígenos de T. pallidum. Este complexo migra ao longo da tira teste e interage 
com os antígenos imobilizados. Se a amostra apresentar anticorpos anti-Treponema pallidum, 
uma linha colorida irá aparecer na região teste indicando um resultado reagente. Se a amostra 
não apresentar anticorpos anti-Treponema pallidum, essa linha não irá aparecer indicando um 
resultado não reagente. 
 
Objetivo: Obter resultados na prática, através de uma ferramenta clara e simples, que confirme 
a presença de infecção através do teste qualitativo, realizado por meio de amostra sorológica, 
sangue total e do kit Sífilis Bio – Bioclin. 
39 
 
Amostras: Foi fornecido ao grupo amostra sorológica positiva e amostra de sangue total, obtida 
através de punção digital, para a realização do teste. 
 
Figura 18 - Amostras (Sorológica e sangue total) Sífilis Bio (P4) 
 
Fonte: Fotos da prática 
 
Materiais utilizados: 
- Lanceta (estéril) 
- Pipeta/capilar plástica descartável 
- Pipeta automática/semiautomática - Azul (10 a 100 microlitros) 
- Pipeta automática/semiautomática - Vermelha (100 a 1000 microlitros) 
- Ponteiras - Amarelas (0 a 200 microlitros) 
- Água destilada 
- Álcool 70% 
- Tubos de vidro de Bioquímica 
- Estante para tubos 
- Papel tolha 
- Becker de vidro (400ml) – Solução de hipoclorito 10% (Usado para descontaminar material 
da prática 
- Gaze (não estéril) 
- Coletor de material perfurocortante 
- Manual de instrução de uso do kit 
 
40 
 
Figura 19 - Materiais utilizados Sífilis Bio (P4) 
 
Fonte: Foto da prática 
 
Reagentes: 
- Dispositivo de teste 
- Solução tampão 
- Solução hipoclorito 10% 
 
Figura 20 - Reagentes Sífilis Bio (P4) 
 
Fonte: Foto da prática 
 
Materiais/Instrumentos complementares: 
- Luva 
- Touca 
- Máscara 
 
Procedimentos técnicos (Sangue total): 
1. Antes do início da prática, forrar papel absorvente na superfície que será feito o 
procedimento e organizar todo material que será utilizado; 
41 
 
2. Se paramentar com equipamentos de proteção individual (EPI), como luvas, touca e 
máscara; 
3. A prática inicia com a abertura da embalagem do dispositivo de teste e a sua 
identificação, sendo colocada na superfície plana da bancada; 
4. Para o teste com sangue total, é necessário o uso da técnica de punção digital/capilar 
para obtenção do sangue; 
5. A coleta se dá a partir de uma punção, onde será aspirado de 10 a 20µl do sangue através 
da pipeta/capilar plástica, dispensando o sangue coletado no poço de amostra (menor) 
do dispositivo de teste; 
6. Imediatamente após a dispensação do sangue no poço menor, deve-se aplicar duas gotas 
da solução tampão no poço de diluente (maior); 
7. É necessário cronometrar o tempo após colocar a solução tampão, devendo o resultado 
ser interpretado entre 15 e 30 minutos, no máximo; 
8. Passado o tempo cronometrado, analisar a eficácia do teste, tendo como referência a 
linha colorida de controle (C) do dispositivo. Estando visível, é confirmado sua 
eficiência; 
9. É considerado REAGENTE o teste que apresentar duas linhas vermelhas, nas regiões 
controle (C) e teste (T) e NÃO REAGENTE o teste que apresentar linha vermelha 
apenas na região de controle (C). O resultado será inválido se for constatado ausência 
de linha vermelha na região de controle (C), sendo necessário repetir o teste com um 
novo dispositivo. 
 
Figura 21 - Sequência da prática com Sangue total - Sífilis Bio (P4) 
 
Fonte: Foto da prática 
 
Resultado: A amostra de sangue total analisada pelo grupo obteve resultado NÃO 
REAGENTE (negativo). 
42 
 
 
Figura 22 – Resultado com sangue total Sífilis Bio (P4) 
 
Fonte: Foto da prática 
 
Procedimentos técnicos (Amostra sorológica): 
1. Para o teste com amostra de soro, é necessário o uso da pipeta automática, regulada para 
10µl; 
2. Após posicionar e identificar o dispositivo de teste, transferir 10µl da amostra - com o 
auxílio da pipeta - para o poço menor, aplicando de imediato 2 gotas da solução tampão 
no poço maior; 
3. Posteriormente, segue a mesma sequência do procedimento da amostra de sangue total, 
cronometrando e esperando o tempo de reação entre 15 e 30 minutos, no máximo; 
4. Segue-se o mesmo critério para a leitura do resultado, sendo a linha de controle (C) 
necessária para a validar o teste e a linha (T) para determinar se a amostra é REAGENTE 
ou NÃO REAGENTE. 
 
Figura 23 - Sequência da prática com Soro Sífilis Bio (P4) 
 
Fonte: Fotos da prática 
 
43 
 
Resultado: A amostra sorológica analisada pelo grupo obteve resultado REAGENTE 
(positivo). 
 
Figura 24 - Resultado sorológico Sífilis Bio (P4) 
 
Fonte: Foto da prática 
 
 
 
Discussão: 
- Antes de iniciar a punção digital/capilar, deve-se fazer a higienização da mão e antissepsia da 
ponta do dedo com álcool 70%. 
- O dispositivo de teste, a pipeta plástica e a lanceta são descartáveis e não podem ser 
reutilizados. 
 
4.3 DOENÇAS SEXUALMENTE TRANSMISSÍVEIS (DST) - HEPATITE B 
 
4.3.1 INTRODUÇÃO, CONCEITOS, EPIDEMIOLOGIA E HISTÓRICOS 
 
É a inflamação no fígado que pode ser causada por vírus ou pelo uso de alguns 
remédios, álcool e outras drogas, assim como também por doenças autoimunes metabólicas e 
genéticas. Em alguns casos são por doenças silenciosas, que nem sempre apresentam sintomas. 
As hepatites virais são causadas por diferentes agentes etiológicos, de distribuição universal, 
que têm em comum o hepatotropismo. Possuem semelhanças do ponto de vista clínico-
laboratorial, mas apresentam importantes diferenças epidemiológicas e quanto à sua evolução 
(BRASIL, 2015). 
Existem métodos mais complexos de vigilância epidemiológica para a sua prevenção, 
além de uma estatística geral da população, os indivíduos que constituem grupos de risco devem 
44 
 
ser avaliados também. A prevenção se dar por meio de vacinas, em cada criança é dada em 
quatros doses, sendo ao nascer, dois meses, quatro meses e seis meses. Para os adultos que 
nunca se vacinaram quando criança, serão três doses dependendo de cada situação. A hepatite 
B tem tratamento e pode ser controlada, evitando que se torne uma cirrose ou câncer (BRASIL, 
2015). 
A epidemiologia da hepatite B não é homogênea no cenário nacional (LOPES; 
SCHINORI, 2011). Essa infecção apresenta uma concentração dos casos na região Amazônica, 
e em alguns pontos da região Sul. Além disso, alguns grupos são consideradosmais vulneráveis 
à infecção pelo aumento de sua exposição ao vírus, a saber: trabalhadores do sexo, pessoas que 
usam drogas, pessoas privadas de liberdade e pessoas em situação de rua (BRASIL, 2015). 
No período de 1999 a 2018, foram notificados 233.027 casos confirmados de hepatite 
B no Brasil, período com poucas variações na taxa de detecção, atingindo 6,7 casos para cada 
100 mil habitantes no país em 2018. As taxas de detecção das regiões Sul e Norte têm se 
mostrado superiores à taxa nacional (BRASIL, 2019). 
 
4.3.2 AGENTE ETIOLÓGICO; TRANSMISSÃO; PERÍODO DE INCUBAÇÃO 
 
A hepatite viral B é causada por um vírus pertencente à família Hepadnaviridae, o 
vírus da hepatite B (HBV). É um DNA-vírus envelopado, com fita de DNA dupla incompleta 
e replicação do genoma viral por enzima transcriptase reversa (BRASIL, 2016). 
 
 
O HBV pode sobreviver por períodos prolongados fora do corpo (BOND et al., 1981), 
e tem maior potencial de infecção que os vírus da hepatite C (HCV) e da imunodeficiência 
humana (HIV), em indivíduos suscetíveis. As principais formas de transmissão são: 
• Da mãe infectada para o filho, durante a gestação e o parto; 
45 
 
• Compartilhamento de material para uso de drogas (seringas, agulhas, cachimbos); 
• Por contato próximo de pessoa a pessoa (presumivelmente por cortes, feridas e soluções 
de continuidade); 
• Transfusão de sangue (mais relacionadas ao período anterior a 1993). 
• Relações sexuais sem preservativo com uma pessoa infectada; 
• Na confecção de tatuagem e colocação de piercings, procedimentos odontológicos ou 
cirúrgicos que não atendam às normas de biossegurança; 
• Compartilhamento de materiais de higiene pessoal (lâminas de barbear e depilar, 
escovas de dente, alicates de unha ou outros objetos que furam ou cortam) (BRASIL, 
2016). 
A doença da hepatite B, tem um período que seu vírus fica incubado, assim, tendo um 
intervalo entre a exposição efetiva do hospedeiro suscetível ao vírus. Podemos observar no 
quadro abaixo: 
 
Agente 
Etiológico 
Genoma Modo de 
transmissão 
Período de 
incubação 
Período de 
transmissibilidade 
HAV RNA Fecal-oral 15-45 dias 
(média de 30 
dias) 
Desde duas semanas antes do 
início dos sintomas até́ o final 
da segunda semana da doença 
 
 
 
HBV 
 
 
 
DNA 
 
Sexual, 
parenteral, 
percutânea, 
vertical 
 
30-180 dias 
(média de 60 a 
90 dias) 
Duas a três semanas antes dos 
primeiros sintomas, 
se mantendo durante a 
evolução clínica da doença. 
O portador crônico pode 
transmitir o HBV durante 
anos 
 
 
HCV 
 
 
RNA 
 
Parenteral, 
percutânea, 
vertical, sexual 
 
 
15-150 dias 
Uma semana antes do início 
dos sintomas e mantem-se 
enquanto o paciente 
apresentar HCV-RNA 
detectável 
46 
 
 
HDV 
 
RNA 
Sexual, 
parenteral, 
percutânea, 
vertical 
30-180 dias. Este 
período é menor 
na superinfecção 
Uma semana antes do início 
dos sintomas da infecção 
conjunta (HBV e HDV). Na 
superinfecção não se conhece 
este período 
HEV RNA Fecal-oral 14-60 dias 
(média de 42 
dias) 
Duas semanas antes do início 
dos sintomas até́ o final da 
segunda semana da doença. 
Fonte: BRASIL, 2007. 
 
4.3.3 MECANISMOS FISIOPATOLÓGICO 
 
 O vírus da hepatite B é um vírus de DNA não citopático que precisa se estabelecer no 
tecido hepático para completar seu ciclo de vida. A partir daí, a força da resposta imune 
determinará a gravidade da doença. Por ser um vírus não citopático, ele produz uma resposta 
imune, produzindo citocinas e interleucinas, como o interferon-γ e o fator de necrose tumoral. 
Nesse caso, a chuva de citocinas inflamatórias causará danos ao fígado e manifestações extra-
hepáticas. O HBV possui três tipos de partículas não infecciosas, cada uma das quais representa 
um antígeno diferente, como HBsAg, HBcAg e HBeAg. O HBsAg é uma partícula de superfície 
que induz a formação de anticorpos anti-HBs e se localiza na superfície, enquanto o HBcAg 
tem localização nuclear. Por outro lado, o HBeAg é excretado pelos hepatócitos infectados e 
está relacionado à replicação viral e à indução da formação de anticorpos anti-HBe (BRASIL, 
2007). 
4.3.4 ASPECTOS CLÍNICOS 
 
 A narrativa da infecção é apontada por progressão emudecida, onde normalmente com 
a análise após décadas da infecção. Os sinais e sintomas, quando existentes, são normais às 
outras doenças crônicas do fígado e habituam costumam mostrar-se somente em etapas mais 
progressistas da doença, na forma de fadiga, vertigem, mal-estar e/ou ânsias de vômitos, 
hipertermia e dor abdominal. Acontece da pele e olhos ficarem amarelados, é notório em menos 
de um terço dos pacientes com hepatite B (BRASIL, 2016) 
 
47 
 
4.3.5 TRATAMENTO COM MEDICAMENTOS PADRONIZADOS PELO 
MINISTÉRIO DA SAÚDE PARA TRATAMENTO DE DST: INFORMAÇÕES SOBRE 
POSOLOGIA, TEMPO DE TRATAMENTO E EFEITOS COLATERAIS 
 
 O Ministério da Saúde através do Protocolo Clínico e Diretrizes Terapeuticas para 
Hepatite B e Coinfecções (2017) descreve os seguintes esquemas para tratamento da Hepatite 
B, dentre eles destaco a Alfapeguinterferona 2a 40 KDa de 180mcg, por semana, via 
subcutânea, a Alfapeguinterferona 2b 12 KDa de 1,5mcg, por kg, por semana, via subcutânea, 
o Entecavir de 0,5mg, administrado em duas versão, uma com 0,5mg e a outra de 1,0mg, sendo 
administrado por dia, e por via oral, e por último o Tenofovir de 300mg, via oral, dose diária 
(BRASIL, 2017). 
O Ministério da Saúde ainda esclarece por meio do mesmo documento que o 
tratamento por Entecavir pode apresentar efeitos de coadministração, por ser um fármaco 
excretados pelos rins, afetando principalmente a função renal e o Tenovofir possuem um risco 
para eventos adversos, sobre a Alfapeguinterferona não foi observado interações 
medicamentosas. A descrição do tratamento será apresentada na Tabela 1 abaixo: 
 
Tabela 1 – descrição dos medicamentos da Hepatite B, segundo Brasil, 2017. 
 
MEDICAMENTO DESCRIÇÃO 
 
 
Tenofovir 
Primeira linha, potência de supressão viral 
elevada, alta barreira genética de resistência 
contra as mutações dos vírus, bem tolerado, é 
contraindicado em pacientes com doença 
renal crônica, osteoporose e doenças que 
afetem o metabolismo ósseo, além de 
pacientes portadores de HIV em TARV. 
 
 
Entecavir 
Usado para o usuário que tem 
contraindicação ao Tenofovir, ou seja, 
pacientes que apresentaram alterações da 
função renal, medicamento também de 
primeira linha. Contudo, apresenta eficácia 
diminuída as mutações. 
48 
 
 
 
 
 
 
Alfapeguinterferona 
Fármaco pertencente a um grupo de proteínas 
e glicoproteínas com atividade antiviral, 
antiproliferativa e imunomoduladora, 
indicada para tratamento alternativo de 48 
semanas, ciclo de tratamento com este 
medicamento de apenas uma única vez, 
contraindicado o paciente ingerir álcool, 
drogas, ser portador de cardiopatias graves, 
disfunção da tireoide e distúrbios 
psiquiátricos não tratados. Além de ser 
contraindicado para gestantes. 
Fonte: Ministério da Saúde. Brasil, 2017. 
 
 
 
4.3.6 AULAS PRÁTICAS DE HEPATITE B E DIAGNÓSTICO: TESTES 
LABORATORIAIS PARA HEPATITE B (REALIZAÇÃO DE TESTE RÁPIDO - 
IMUNOCROMATOGRÁFICO) PELO MINISTÉRIO DA SAÚDE 
 
4.3.6.1 AULA PRÁTICA: Teste qualitativo para diagnóstico de Hepatite B - Blioclin 
HBsAg 
 
Fundamento teórico: Teste imunocromatográfico rápido para determinação qualitativa de 
antígeno de superfície do vírus da Hepatite B (HBsAg / subtipos ad e ay) em amostras de soro, 
plasma ou sangue total. 
 
Princípio: O kit HBsAg é um teste imunocromatográfico que contém conjugado IgG (anti HBs) 
- ouro coloidal que se liga ao HBsAg presente na amostra e forma um complexo antígeno / 
anticorpo / ouro coloidal. O complexo migra através da membrana por ação da capilaridade em 
direção aos anticorpos anti-HBsAg na região teste (T). Ao se ligar aos anticorpos presentes na 
região teste, ocorre o aparecimento

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