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1 Tutorial 7 – Vitor Benincá Nos EUA, a cada 10 000 indivíduos, um desenvolve leucemia. É uma neoplasia maligna aguda, que possui elevada letalidade 9ª neoplasia mais comum no Brasil em homens e 10ª em mulheres. A forma mais comum é a LMA (leucemia mieloide aguda), por sua maior incidência em populações orientais. Em países ocidentais a forma mais comum é a LLC (Leucemia linfocítica crônica). Na criança com menos de 15 anos – leucemias costumam ser agudas – sendo mais frequente a LLA (leucemia linfoblástica aguda) – que também é o câncer mais comum em crianças. O que caracteriza leucemias como agudas → acúmulo de progenitores linfoide ou mieloide, que recebem denominação de blastos – que são incapazes de se dividir e diferenciar em células maduras. Bloqueio da maturação é o marco da doença. CRÔNICA → Acúmulo de células maduras ou quase maduras. Podem ser derivadas de clones neoplásicos mais jovens, que seguiram o processo normal de maturação. PATOGÊNESE A doença começa quando uma célula progenitora, ao sofrer mutações genéticas, se torna incapaz de prosseguir na diferenciação hematopoiética. Essa célula não vai além da forma jovem e começa a se proliferar descontroladamente, ocupando a MO e impedindo o crescimento e diferenciação de células normais. A célula-tronco inicialmente se diferencia em 2 tipos celulares (CFU) – Um composto com a linhagem linfoide (para produzir linfócitos) e outro para linhagem mieloide (para produzir granulócitos, monócitos, hemácias e plaquetas) Qualquer uma dessas células pode sofrer uma transformação neoplásica – inviabilizando o processo de maturação. Na LMA, clone pode ter origem → célula tronco, CFU Mieloide, CFU-GM, ou CFU-E, entre outras. Cada subtipo morfológico de LMA depende do tipo de célula que sofre transformação. Assim, a morfologia do blasto irá caracterizar 8 subtipos de LMA, segundo classificação da FAB. Na LLA, como vimos, o clone neoplásico vem de um progenitor linfoide, uma célula pré-T ou pré-B precoce. Todas essas células são os linfoblastos. 80% das LLA são de origem da linhagem B. 20% da T. Na de origem de células T, a leucemia pode cursar com proliferação de linfoblastos no timo, levando a uma entidade análoga ao linfoma linfoblástico – um tipo de linfoma não Hodgkin, de alto grau de malignidade em crianças. São 3 subtipos morfológicos de LLA. A identificação precoce e precisa do subtipo de LMA ou LLA é fundamental – porque há implicações no quadro clínico, prognóstico e tratamento. EVOLUÇÃO DA LEUCEMIA AGUDA Os blastos leucêmicos primeiramente infiltram a MO, ocupando mais de 20-30% do total de células nucleadas, podendo chegar a 80-100% de ocupação. Primeira consequência é a supressão da hematopoiese normal. Essa expansão então culmina em pancitopenia Blastos anormais também secretam fatores inibitórios e indutores de fibrose – tornando a disfunção medular ainda Tutorial 7 2 Tutorial 7 – Vitor Benincá mais grave do que o esperado somente pela ocupação de espaço. Esses blastos podem ser lançados na corrente sanguínea – determinando o termo leucemia, com frequência atingindo um grande número de células a ponto de determinar uma leucocitose. E como essas células não tem capacidade de amadurecer, não exercem nenhuma função fisiológica. As defesas do organismos vão depender dos poucos neutrófilos e monócitos existentes. Uma vez no sangue, os blastos podem infiltrar órgãos, com preferência pra linfonodos, baço, fígado, gengiva, órbita, SNC, meningite, testículo, pele. O paciente vai a óbito pela infiltração tecidual maciça e pela pancitopenia e suas consequências (anemia, infecção, hemorragia) TIPAGEM E IMUNOFENOTIPAGEM Os blastos da LMA são um pouco maiores que os da LLA e geralmente apresentam grânulos azurófilos em seu citoplasma, o que define a linhagem granulocítica. Presença de bastonetes de auer no citoplasma de filamentos eosinofílicos – patognomônico de LMA. A citoquímica – ajuda na diferenciação. Coloração positiva para mieloperoxidase indica LMA mieloblástica, e para esterases não específicas indica LMA monoblástica. Coloração positiva para PAS – Sugere LLA de células B. Já a coloração positiva para fosfatase ácida indica LLA derivada de células T. Para definir com precisão o subtipo de célula leucêmica, criou-se a imunofenotipagem – Método padrão ouro para tipar as leucemias. É a pesquisa de marcadores na membrana ou citoplasma do blasto – através da administração de anticorpos específicos ligados a substâncias imunoflorescentes. Marcadores são vistos na citometria de fluxo, sendo nomeados como CD (Cluster Designation). Cada subtipo de leucemia tem uma combinação própria de marcadores: CD13, 14 e 33 – Definem a origem mieloide do blasto. CD 34 determina que vem de célula tronco, tendo pior prognóstico. TdT é um marcador detectado nos linfoblastos. C10, 19, 20 – Blasto linfoide Fator de Von Willebrand e Glicoproteína IIb/IIIa na superfície do blasto caracteriza a LMA-M7 (Megacariocítica) CITOGENÉTICA Hoje se sabe que por trás da maioria das neoplasias está a expressão de um ou mais oncogenes – responsáveis pela produção celular desordenada ou bloqueio da apoptose. Normalmente os oncogenes estão em regiões inativas do genoma. Diversas formas de mutação podem transformar os oncogenes inativos em oncogenes ativos. Os antioncogenes – são responsáveis pela inibição dos oncogenes, podendo ser inativados, o que facilita expressão de oncogenes. Mutações identificadas nas leucemias agudas se associam a desarranjos estruturais nos cromossomos, recebendo a denominação genérica de anomalias citogenéticas – Que são deleções, inversões, translocações e perdas cromossomias completas que podem ativar oncogenes e suprimir os antioncogenes. Anomalias citogenéticas podem ser visualizadas no exame do cariótipo ou pela técnica de FISH. Anomalias citogenéticas mais comuns leucemia. – Deleções, inversões e translocações. Alterações citogenéticas na LMA → Translocações e inversões. Alterações citogenéticas na LLA → Hiperploidia. Um número de cromossomos acima de 46, podendo chegar a mais que 60. Indica forma infantil, com bom prognóstico. Se ocorre translocação o prognóstico não vai ser tão bom assim. FATORES DE RISCO As leucemias podem ser primárias quando surgem em um paciente sem nenhuma doença hematológica e sem uso prévio de quimioterápicos leucemogênicos, ou secundárias, quando surgem em pacientes com doenças hematológicas pré-leucêmicas, tais como síndromes mielodisplásicas, mieloproliferativas, uso prévio de certos quimioterápicos... Toda leucemia secundária tem prognóstico mais reservado, porque o clone neoplásico é mais resistente ao tratamento. Leucemias secundárias são geralmente LMA Radiação Ionizante, Exposição A Benzeno, Inseticidas, Herbicidas, Agentes Alquilantes, Inibidores Da Topoisometase, Distúrbios Hereditários, Anomalias Citogenéticas Congênitas. CLASSIFICAÇÃO OMS Feita em 2008. A OMS reclassificou as leucemias agudas, sendo muito importante para a terapia. Leucemia Mieloide Aguda É o tipo mais comum no mundo. Sua incidência é elevada a partir dos 15 anos e aumenta progressivamente com a idade. Assim, um adulto com leucemia aguda provavelmente tem LMA. A doença prefere o sexo masculino. MANIFESTAÇÕES CLÍNICAS Evolução dos sintomas pode ser aguda (dias) ou subaguda (semanas), embora metade dos pacientes apresentem queixas inespecíficas nos últimos 3 meses. Tríade → Astenia, hemorragia e febre 3 Tutorial 7 – Vitor Benincá Astenia é o sintoma inicial em metade dos casos. Esses pacientes geralmente desenvolvem uma anemia moderada a grave de instalação rápida. Outros sintomas da síndrome anêmica também podem estar presentes – dispneia,cefaleia e tontura postural. Sangramento – Pela plaquetopenia grave e eventual distúrbio da coagulação (chamado de CIVD) Se o sangramento for por plaquetopenia – petéquias, equimoses, gengiva, epistaxe, metrorragia, digestiva... Se for por CIVD – Sangramentos orgânicos graves, intracraniana, pulmonar. Febre – Neutropenia ou disfunção neutrofilia que favorece infeções sistêmicas. Tem também a febre neoplásica, que é consequente da rápida proliferação clonal. Todo paciente com leucemia aguda que se apresenta com febre deve ser avaliado e tratado como se possuísse infecção grave. Hepatoesplenomegalia – infiltração leucêmica Linfadenopadia – pode ocorrer, mas é mais comum na LLA. Dor óssea – Mais comum na LLA – mas é um sintoma decorrente da expansão medular pela proliferação dos blastos ou invasão do periósteo. Manifestações infiltrativas – Sangramento gengival (nos subtipos M4 e M5). Placas eritrematosas ou violáceas, cloroma (tumor de órbita – mais comum por uma translocação) Quando a leucometria alcança valores exorbitantes – uma condição conhecida como hiperleucocitose se instala – Leucostase. Leucócitos aumentam a viscosidade sanguínea e podem se aderir ao endotélio das vênulas pulmonares e outros órgãos, como o cérebro Sintomas neurológicos, pulmonares, geniturinários (priapismo, IRA). Esta condição trata com leucoaférese (tirar leucócitos do sangue) + quimioterapia. ACHADOS LABORATORIAIS Hemograma caracterizado por ANEMIA + PLAQUETOPENIA. Anemia é universal, sendo moderada a grave, normocítica, normocrômica e sem reticulocitose. Leucocitose é comum, embora alguns casos abram com leucopenia. Blastos no esfregaço de sangue periférico, podendo ser contados no hemograma. Numa minoria, os blastos estão aumentados na periferia, sendo encontrados apenas na MO, uma condição denominada leucemia aleucêmica. Blastos são leucócitos de maior tamanhom com cromatina nuclear imatura e contendo mais de um nucléolo. Bastonetes de auer. Hiperuricemia – 50% dos casos – pelo aumento na produção de ácido úrico pela hiperproliferação celular. Síndrome da lise tumoral – Temida complicação da quimioterapia, devendo ser prevenida. Aumento do nível sérico de lisozima – característico do subtipo M4 e M5 – Pode levar a lesão tubular renal, levando a IRA. DIAGNÓSTICO Sempre confirmado pelo mielograma – aspirado de MO. Obtido da crista ilíaca. Necessária presença de mais de 20% de blastos entre as células nucleadas do aspirado. Aspirado é analisado do ponto de vista morfológico, citoquímico, imunofenotípico, citogenético e molecular. Exames devem tipar a subtipar a leucemia, definindo dados prognósticos. Biópsia de MO também deve ser realizada para análise das alterações displásicas. LMA – M3 – um caso à parte Os promielócitos neoplásicos secretam fatores pró-coagulantes, tais como o fator tecidual, induzindo a CIVD (Coagulação intravascular disseminada) Pacientes vão apresentar quadro marcado pelo sangramento, desproporcional ao grau de plaquetopenia. Graves hemorragias, como AVE hemorrágico. Hoje, com advento da terapia com ácido trans retinóico (ATRA) pacientes tem melhor prognóstico, se tornando a LMA com melhor prognóstico. ATRA induz maturação dos promielócitos. TRATAMENTO E PROGNÓSTICO TRATAMENTO DAS COMPLICAÇÕES – SUPORTE NEUTROPENIA FEBRIL – antibioticoterapia empírica após a imediata coleta de duas amostras de hemocultura. ATBterapia deve ser feita com ATB de amplo espectro e cobertura antipseudomonas → Cefepime, ou Imipenem ou Meropenem ou Ceftazidime. Vancomicina deve ser acrescentada se casos mais graves Após 3 dias de tratamento, deve-se reavaliar paciente. Se o paciente se torna afebril, mas cresceu um germe específico na hemocultura: direciona a antibioticoterapia e mantem ela por 14 dias. Se o paciente está afebril, clinicamente estável e não houve crescimento de nenhum germe na hemocultura: mantêm antibioticoterapia enquanto a contagem neutrofílica estiver abaixo de 500. Se a febre se manter: reavaliar antibioticoterapia, considerar o resultado da hemocultura. Se a febre persistir por mais de 5-7 dias ou se houver recidiva, há chance de ser infecção fúngica. Por isso, deve-se acrescenter um antifúngico empírico → Anfotericina B. Em pacientes neutropênicos febris considerados de “baixo risco” (neutrófilos maior que 1000/mm³) podem ser tratados ambulatorialmente com: Ciprofloxacina + Amoxicilina + Clavulanato. O uso de GM-CSF reduz a neutropenia em cerca de 5 dias, mas não tem benefício na redução da mortalidade. Portanto NÃO são recomendados rotineiramente. PLAQUETOPENIA – Transfusão de plaquetas profilática ou terapêutica. Sempre transfundir plaquetas com HLA compatível. ANEMIA – Transfusão de concentrados de hemácias – manter hemoglobina acima de 8g/dl. CIVD – ATRA. 4 Tutorial 7 – Vitor Benincá PREVENÇÃO DA SÍNDROME DE LISE TUMORAL – Ocorre em 50% dos casos pela liberação aguda de ácido úrico pela lise dos blastos, gerando nefropatia por obstrução tubular por cristais de ácido úrico. Hidratação venosa, alopurinol VO – antes da quimioterapia. Em casos mais graves trata-se com diálise. LEUCOSTASE – Tratamento é pela própria quimioterapia da LMA ou com hidroxiureia em altas toses. Leucoaférase para casos em que quimioterapia não pode ser iniciada de imediato. A leucostase gera taquidispneia, hipoxemia, distúrbios neurológicos e predisposição à hemorragia. TERAPIA ESPECÍFICA DE LMA Deve ser feita com quimioterapia de alto poder mielotóxico para tentar destruir completamente o clone mieloblastico. Transplante alogênico de células hematopoiéticas é um importante item da terapia, sendo única chance de cura em alguns pacientes. Terapia é dividida em 2 fases – indução da remissão e terapia pós remissão INDUÇÃO DA REMISSÃO É para exterminar o clone neoplásico (produção de blastos). Remissão completa – Desaparece blastos do sangue periférico, MO com menos de 5% dos blastos, ausência de células com bastonetes de Auer, recuperação hematopoiética. Avaliação da remissão completa é feita 1 semana após terminar a QT pela realização de novo mielograma e uma nova hematoscopia. Único ciclo de potentes agentes citotóxicos – arabnosídeo C + daunorrubicina. Se depois de um ciclo não houver remissão completa, faz outro ciclo. Remissão é atingida em 60-80% os casos. TERAPIA PÓS-REMISSÃO Terapia depois do paciente atingir a remissão completa. É obrigatória e tem como objetivo prolongar a remissão completa, através da prevenção da recaída da doença, maximizando a chance de cura. Sem essa terapia, a remissão é alta, ocorrendo em poucos meses. Há 3 maneiras: quimioterapia de consolidação, transplante alogênico de células hematopoiéticas, transplante autólogo de células hemaotpoiéticas. Quimioterapia de consolidação – Altas doses de citarabina (ARA-C). Transplante de células hematopoéticos – Alogênico é a terapia mais eficaz de LMA. TERAPIA DE RECIDIVA A recidiva da LMA quase sempre ocorre na MO com aumento percentual de blastos. A recidiva da LMA após QT de consolidação pode ser curável ainda com transplante alogênico de células hematopoiéticas. (por isso a terapia de escolha) FATORES PROGNÓSTICOS NA LMA Fenótipo MDR-1 – Significa presença de uma bomba na membrana dos blastos leucêmicos que retira o quimioterápico da célula, tornando a doença resistente a quimioterapia. Idosos – Grupo de pior prognóstico. Tem menor tolerância às doses de quimioterapia, mortalidade proibitiva no transplante alogênico. Há também a classificação pelo status de performance – Paciente assintomático, sintomático ambulatorial, sintomático com menos de 50% do tempo acamado, sintomático mais de 50% do tempo acamado, acamado o tempo todo. Leucemia Linfocítica Aguda É a leucemia mais comum na infância. Com pico de incidência entre2-10 anos. Mais comum na raça branca e tem discreta predominância no sexo masculino. LLA responde muito bem à quimioterapia, com chance de cura infantil pero de 90%. LLA também pode ocorrer no adulto, apresentando pior prognóstico. Respondem bem a quimioterapia, mas a remissão ocorre quase sempre. MANIFESTAÇÕES CLÍNICAS Semelhante ao LMA, tendo algumas diferenças. Dor óssea – Mais frequente. 80% Casos. Adenomegalia cervical / generalizada – Mais frequente – 75% dos casos. Massas mediastinais no subtipo de células T do timo. Acometimento do SNC e testículos – Mais comum Febre neoplásica – Mais comum – 70% casos. Hiperplasia gengival – Não tem. DIAGNÓSTICO E TIPAGEM O critério diagnóstico para LLA é a presença de linfoblastos na MO em >25% do total de células nucleadas. A diferença entre linfoblastos e blastos da LMA é feita por critérios morfológicos, citoquímicos e imunofenotipagem. LINHAGEM LINFOIDE IMATURA → Ausência de grânulos azurófilos e bastonetes de Aueres, coloração positiva para PAS (Células B) ou fosfatase ácida (Célula T) na citoquímica e presença de TdT citoplasmático e dos antígenos CD10, CD5, CD19, CD20 na membrana. Pelos critérios da FAB tem 3 subtipos de LLA. L1 é o mais comum na fase infantil. L2 nos adultos. L3 menos comum. LLA de células T é menos frequente. Nesse caso, o clone neoplásico é idêntico ao do linfoma linfoblástico e geralmente se apresenta com massa mediastinal (origem no Timo) TRATAMENTO E PROGNÓSTICO Terapia de suporte é a mesma para LMA, a diferença é a menor mielotoxicidade do esquema indutor de remissão da LLA infantil, com critérios prognósticos favoráveis e necessidade de profilaxia com sulfametoxazol-trimetropim contra a pneumocistose devido ao alto uso de corticoide. TERAPIA ESPECÍFICA DE LLA A quimioterapia da LLA divide-se em 4 fases: Indução da remissão (4 semanas), profilaxia do SNC, consolidação da remissão (2-8 meses) e manutenção INDUÇÃO DA REMISSÃO LLA INFANTIL → Corticoesteroide VO + Vincristina + L- asparaginase. 4 semanas. Adulto prognóstico desfavorável → Acrescenta Antraciclina no esquema 5 Tutorial 7 – Vitor Benincá 90-95% das crianças e 75% dos adultos atinge a remissão completa. PROFILAXIA DO SNC Ao contrário da LMA, a LLA tem grande tendência à recidiva no SNC após quimioterapia. SNC funciona como um santuário para os linfoblastos, pois os quimioterápicos não passam pela barreira hematoencefálica. Profilaxia é iniciada junto com o esquema de indução, sendo feita com Metotrexate (MTX) intratectal (por punção lombar). Alguns usam esquema triplo: MTX + ara-C + prednisona CONSOLIDAÇÃO DA REMISSÃO Sem essa fase, todos os casos recidivam em poucos meses. Esquemas contendo drogas diferentes das utilizadas na indução são utilizadas. Geralmente é o MTX em doses intermediárias. Exige o “resgate” com ÁCIDO FOLÍNICO para diminuir a toxicidade medular e da mucosa. Esquemas duram de 2-8 meses. Sendo divididos em intensificação precoce, ínterim e intensificação tardia. MANUTENÇÃO Feita com: 6-mercaptopurina VO + metotrexate por 2-3 anos. Com essas 4 fases de tratamento, há cura em 70-85% dos casos em crianças e cerca de 30-40% em adultos. RECIDIVA DA LLA Observada em 15-30% dos casos de LLA em crianças e 60-70% em adultos. Maioria das recidivas ocorre na MO. Um novo curso de QT pode curar as recidivas que ocorreram após 2 anos da primeira QT. Mas, se ocorrerem nos primeiros 2 anos durante a fase de consolidação, as chances de cura são precárias. Nas recidivas precoces a melhor terapia é o transplante alogênico de células hematopoiéticas, com chance de cura entre 20-40%. Recidivas no SNC → Suspeitadas por cefaleia, náuseas, vômitos e outros sinais de hipertensão intracraniana, além de paralisias de nervos cranianos. O diagnóstico é feito pelo exame do líquor revelando blastos. Trata com radioterapia craniana + QT intratectal + QT sistêmica com drogas de maior penetrância no SNC Testículo – Trata recidiva com Radioterapia. COMPLICAÇÕES TARDIAS DA QUIMIOTERAPIA Declínio neurocognitivo das crianças, com déficit de aprendizado, relativamente comum naquelas que recebem radioterapia craniana ou QT intratectal. Tumores intracranianos também são comuns. Pacientes que receberam QT de consolidação mais intensa possuem risco de 5% de desenvolver LMA. Cardiotoxicidade – Pode ocorrer com altas doses cumulativas de antraciclina. Déficit de crescimento em algumas crianças. FATORES PROGNÓSTICOS NA LLA Prognóstico desfavorável → Idade <1 ano ou >10 anos, hiperleucocitose e o cromossomo Filadélfia. Lactentes costumam ter a translocação. Caracterizam-se pelo acúmulo lento e gradativo de leucócitos neoplásicos na MO e sangue. Ao contrário das leucemias agudas, as células que se acumulam estão numa fase tardia de maturação. Representadas pela LMC (leucemia mieloide crônica), LLC (leucemia linfocítica crônica) e Leucemia de células pilosas (tricoleucemia). Embora insidiosas, se não tratadas, provocam redução na sobrevida do paciente. LMC gira em torno de 2-5 anos de sobrevida. Na LLC, dependendo do estágio, de 1-10 anos. Nos países ocidentais, a LLC é a mais comum. Leucemia Mieloide Crônica É uma síndrome mieloproliferativa crônica, junto com a policitemia vera, mielofibrose idiopática e trombocitemia essencial. Fomam um grupo de neoplasias hematológicas que se origina da célula tronco ou de um progenitor próximo a esta em sua maturação. Porém, ao contrário das leucemias agudas, esse clone segue o curso normal de maturação até as células finais – Granulócitos, hemácias, plaquetas – não há bloqueio de maturação. Pico de incidência é na fase adulta – 55 anos, podendo ocorrer em crianças também. Predomínio no sexo masculino. PATOGÊNESE O clone neoplásico da LMC provavelmente é uma célula tronco. Por razões desconhecidas, essas células adquirem uma anomalia citogenética que se denomina cromossomo filadélfia – que é uma translocação entre os braços longos do cromossomo 9 e 22 t(9;22) Essa simples translocação aproxima o gene c-abl, presente no cromossomo 9, a um gene do cromossomo 22 denominado bcr. → aposição desses genes forma um oncogene chamado de BCR/ABL (detectado na MO ou sangue periférico) – responsável pela síntese da proteína P210 → aumenta divisão celular e bloqueia apoptose (morte celular programada). Cerca de 95% dos pacientes com LMC apresenta o cromossomo Filadélfia. Nos 5% restantes detecta-se o oncogene BCR/ABL Clone neoplásico é capaz de se diferenciar em células maduras, diferente das leucemias agudas – diferenciação ocorre preferencialmente para a série granulocítica, levando ao acúmulo na MO e no sangue periférico de neutrófilos, bastões, metamielócitos e mielócitos. Monócitos e plaquetas podem se elevar, mas a hematimetria tende a reduzir (anemia), por conta da ocupação medular neoplásica, inibindo eritropoiese. 6 Tutorial 7 – Vitor Benincá MANIFESTAÇÕES CLÍNICAS Muitos pacientes com LCM são descobertos em fase assintomática – com exame físico mostrando esplenomegalia e hemograma com leucocitose neutrofílica acentuada com desvio à esquerda. Esplenomegalia pode ser indolor ou dolorosa Existe relatos de rotura esplênica espontânea – bastante dramático, capaz de levar ao óbito por choque hemorrágico. Hepatomegalia indolor presente em 50% dos casos. Sintomas mais comuns da doença são decorrentes do estado hipercatabólico, da esplenomegalia, da anemia e da disfunção plaquetária. Febre, perda ponderal, astenia, sudorese noturna, desconforto abdominal no hipocôndrio esquerdo, saciedade precoce, palpitação, dispneia, equimoses. Infecções na LMC não são frequentes, nem caracterizam a doença, pois o neutrófilo maduro possui função normal. Achado pouco comum: dor óssea por expansão da medula. EXAMES LABORATORIAISAcentuada leucocitose neutrofílica. Intenso desvio para a esquerda, havendo muitas formas jovens granulocíticas na periferia – bastões, metamielócitos, mielócitos e até mieloblastos. Contagem de eosinófilos e basófilos está tipicamente alta. LMC é uma das poucas causas de basofilia proeminente e persistente. Anemia normocítica e normocrômica presente em 50% dos casos. Trombocitose é regra. Apesar disso, pacientes estão propensos ao sangramento, porque há disfunção plaquetária. Também no mesmo tempo tem risco de trombose – pela leucostase e trombocitose acentuada. Apesar da contagem de leucócitos ser maior na LMC do que na LMA – A síndrome é mais frequente na LMA. Blastos aumentam mais a viscosidade sanguínea que os neutrófilos maduros, considerando a mesma contagem na periferia, devido ao seu tamanho maior com citoplasma grande. Na LMC, como as células leucêmicas são relativamente maduras, a hiperleucocitose não costuma gerar sintomas. Outros achados laboratoriais são hiperuricemia (risco gota), aumento dos níveis de B12, aumento de LDH e lisozima. ANEMIA + HIPERLEUCOCITOSE + TROMBOCITOSE DIAGNÓSTICO Inicialmente suspeitado diante da presença de leucocitose acentuada da presença de esplenomegalia. Confirmação é dada pela detecção do RNAm da mutação BCR/ABL – que pode ser feito através da técnica de RT-PCR no sangue periférico. Aspirado de MO não é indispensável – acaba sempre sendo realizado, porque estratifica melhor o paciente, também vendo outras anomalias como o aumento na contagem de blastos e presença de alterações cromossômicas adicionais. Também melhor de acompanhar a resposta terapêutica. Histologicamente – Medula apresenta hiperplasia mieloide acentuada. Pode ocorrer algum grau de mielofibrose, que eventualmente pode ser acentuado. Avaliação citogenética – Acha o cromossomo Filadélfia nas células do aspirado/biópsia. EVOLUÇÃO E PROGNÓSTICO Maioria dos pacientes com LMC é diagnosticada ainda na fase crônica da doença. Após 3-5 anos de LMC não tratada, evolui para crise aplásica – Uma leucemia aguda rapidamente fatal, sendo a causa mais comum de óbito na doença, apresentando sobrevida média de 3 meses. Alguns pacientes não evoluem diretamente para a crise aplásica, antes chegam numa fase acelerada de LMC – Caracterizada por uma alta contagem granulocítica e esplenomegalia refratárias à terapia mielossupressora e perda progressiva da capacidade de diferenciação do clone neolplásico, surgindo maior número de blastos na medula e sangue periférico. Logo, irão complicar para leucemia aguda. SOKAL – Modelo prognóstico que divide os pacientes em categoriais de risco baixo, intermediário e alto, a partir de variáveis → idade, tamanho do baço, contagem plaquetária, basófilos, eosinófilos e blastos. TRATAMENTO TERAPIA MEDICAMENTOSA ESPECÍFICA (INIBIDORES DA TIROSINA QUINASE) Mesilato de imatinibe (Glivec) – revolucionou a terapêutica da LMC ao propiciar taxas impressionantes de remissão da doença. Tratamento de primeira linha. Ele atua nas células neoplásicas, transformando o clone neoplásico em uma célula que segue o curso normal de maturação e apoptose, evitando seu acúmulo no organismo Efeitos adversos são leves – anasarca, náuseas, diarreia, hemorragias, cãibras e rash cutâneo. Ocorre normalização do hemograma e da esplenomegalia após 3 meses. Pode haver desaparecimento do cromossomo philadelfia. Monitoramento → dosagem de bcr/abl por PCR quantitativa a cada 3 meses e com exame citogenético do aspirado de MO a cada 6 meses. Transplante alogênico de células hematopoiéticas em segundo plano. TRANSPLANTE DE MO É indicado para portadores de LMC que falham na terapia com inibidores de tirosina quinase. Pré-requisito: Idade <55-60 anos. Deve se buscar um doador com HLA compatível (irmão). Chance de cura aumenta para 50-60%. Se menos de 50 anos, aumenta para 70-80% TERAPIA PARA ALGUNS SINTOMAS Drogas mielossupressoras: bussulfan e hidroxiureia. Promovem remissão hematológica e controla sintomas e esplenomegalia. Alopurinol utilizado na prevenção para gota e nefropatia por deposição de urato. 7 Tutorial 7 – Vitor Benincá Leucemia Linfocítica Crônica Representa cerca de 30% das leucemias. Acomete população idosa (> 60 anos) com predominância de 2:1 em homens. Praticamente não é vista em pessoas com menos de 30-40 anos e não acomete crianças. São colocadas ao lado dos linfomas, no grupo das síndromes linfoproliferativas. Tem curso indolente, o clone neoplásico é linfócito B maduro, bloqueado na sua fase de diferenciação, que impede que ele se transforme em plasmócito, célula que produz anticorpos Esse linfocito tem bastante IgM no citoplasma, mas pouco na membrana. Além de ter marcador do linfócitos B (CD19, CD20….) ele também tem o CD5, que é marcador dos linfócitos T, sendo o grande marco da doença, junto com a negatividade do FMC7. Cerca de 3% da população tem uma populaçao de celulas B com marcadores idênticos aos da LLC, e hoje sabe-se que essa condição é precursora da LLC. A imunofenotipagem é bem importante para o diagnóstico da patologia. Porque ser positivo pra CD38 e ZAP 70 indica um subtipo de LLC de pior prognóstico. A LLC não tem relação com radiação ionizante, benzeno ou agente alquilantes. 10% têm história familiar positiva. A LLC é uma doença cumulativa, e não proliferativa como as outras. Os linfócitos B neoplásicos CD5+ são células de turnover lento, com meia vida bem superior à do linfócito B normal. A doença evolui com o acúmulo desses linfócitos na MO, passando para o sangue periférico e atingindo linfonodos, baço e fígado. O paciente vai se tornando debilitado e propenso a morrer de infecções bacterianas. MANIFESTAÇÕES CLÍNICAS E LABORATORIAIS Maioria diagnosticado na fase assintomática da doença, com encontro de linfocitose (> 3.000/mm³). Ocorre também adenomegalia cervical. Os linfonodos aumentados são menores que 2 cm, depois aumentam, podendo se tornar grandes massas cervicais. A adenomegalia pode atingir até linfonodos viscerais. A mononucleose infecciosa e a coqueluche também são causas de linfocitose acentuada, acometendo pessoas mais jovens. (DD) Linfocitose é a principal característica da doença, sendo definida por valores acima de 5.000/mm³, mas podendo ser entre 25.000/mm³- 150.000/mm³. O esfregaço de sangue periférico mostra que esses linfócitos são morfologicamente idênticos aos linfócitos normais. Pode ser encontrado linfócitos destruídos ou amassados / smudge cells/ manchas de gumprecht. Pode ter também esplenomegalia (40%), hepatomegalia (10%) e derrame pleural ou ascite. Pode ter anemia hemolítica autoimune com anticorpos quentes “IgG”. Pode haver púrpura trombocitopênica imune. Anemia: normocítica normocrômica hipoproliferativa (reticulócitos baixos). Hipogamaglobulinemia: decorre do bloqueio de maturação dos linfócitos B. Isso gera infecções de repetição por bactérias encapsuladas, sinusite, pneumonia. DIAGNÓSTICO Confirmado por um dos seguintes critérios: 1. Linfocitose persistente > 10 mil + aspirado de MO com > 30% de linfócitos 2. Linfocitose persistente > 5 mil + aspirado de MO com > 30% de linfócitos + imunofenotipagem com marcadores de linfócitos B maduro com o marcador CD5. ESTADIAMENTO E PROGNÓSTICO Baseado no exame físico e hemograma. Elementos utilizados: linfadenopatia, hepatoesplenomegalia, anemia, plaquetopenia. Mais utilizado: estadiamento de Rai. Quanto mais alto o estágio, menor a sobrevida do paciente A maioria dos pacientes vai à óbito devido associação com infecções bacterianas que se transformam em sepse. Uma complicação grave é a síndrome de Richter, em 5% dos casos. É uma transformação neoplasica do LLC em linfoma não hodgkin agressivo. Sobrevida de poucos meses. TRATAMENTO LLC em estágios iniciais (RAI0 ou I) = não necessitam de tratamento, apenas acompanhamento, pois os efeitos adversos da quimioterapia não resultam em benefício. A indicação para tratamento ocorre quando o paciente desenvolve os seguintes sintomas: fadiga progressiva, linfadenopatia sintomática, anemia, trombocitopenia. Pacientes com menos de 70 anos, sem comorbidades tem como esquema de primeira escolha: Fludarabina + Rituximab podendo ou não ser associada a Ciclofosfamida. Pacientes com mais de 70 anos de idade e com comorbidades significativas tem como esquema: Clorambucil + Obinutuzumab. TERAPIA DE RESGATE Se tiver recidiva da LLC após tratamento inicial ou refratariedade ao tratamento inicial Presença de fatores de prognóstico altamente adversos. (Sobrevida aumenta pra mais de 2 anos, o que é um grande avanço) Usa o Ibrutinib, inibidor da tirosina quinase específico de linfócitos B, porém o efeito colateral é agravar a linfocitose no início do tratamento. ANEMIA HEMOLÍTICA E/OU TROMBOCITOPENIA AUTOIMUNE Complicação da LLC e deve ser tratada com corticoterapia em dose imunossupressora TRANSPLANTE Não há estudos que comprovem benefício de sobrevida com essa modalidade e transplante. TERAPIAS ADJUVANTES Esplenectomia, radioterapia local (reduzir massas linfonodais), leucoferese, repor imunoglobulina humana endovenosa em casos de infecção grave por repetição quando há hipogamaglobulinemia. 8 Tutorial 7 – Vitor Benincá Leucemia de Células Pilosas Tricoleucemia. Muito importante fazer o diagnóstico dela, pois o prognóstico é muito favorável e tem ótima resposta terapêutica. Acomete adultos, com idade em 50 anos, 5:1 Homens. O clone neoplásico é derivado do linfócito B, que infiltra MO e produz fatores de fibrose. Tem o citoplasma em forma de pelo. Parecido com síndromes mieloproliferativas, com esplenomegalia e rara adenomegalia. Hemograma com pancitopenia, monocitopenia (marco da doença). Pancitopenia + Esplenomegalia De Grande Monta Linfocitose relativa + monocitopenia + aspirado seco porque tem fibrose na MO. Paciente propenso a infecções, sepse, tuberculose, doenças fúngicas etc. Cansaço, sangramentos, dor abdominal e saciedade precoce. Confirma diagnóstico → biopsia de MO, com linfócitos maiores que o normal. Tratar com Cladribina, com boa resposta ao tratamento. Pode usar também Pentostatina. Células tronco transplantadas podem ser extraídas não só da MO, mas também do sangue periférico e do cordão umbilical de RN. Tipos de Transplante 1. Alogênicos: doador é outro ser humano. Considerado o melhor tipo de transplante para se obter a cura. O ideal é que seja um parente de primeiro grau (irmão) com HLA compatível. Mas também pode ser o doador parcialmente compatível (50%). 2. Singênico: o doador é um irmão gêmeo univitelino. Transplante com menor complicação de rejeição, porém com grande chance de recidiva de leucemias. 3. Autólogo: doador é o próprio paciente. Extração das células citopreservadas para serem infundidas após quimio ou radioterapia mieloablasiva. COMPLICAÇÕES 1. Rejeição do enxerto, Falha de enxertia → a recuperação hematopoiética esperada ocorre após uma média de 3 semanas após o transplante bem-sucedido. Definida então com contagem de neutrófilos acima de 500/mm³ e de plaquetas acima de 20.000/mm³. 2. Reações adversas não infecciosas imediatas → náuseas, vômitos, diarreia, enterite, estomatite, alopecia, convulsões. 3. Infecções → Junto com a reação enxerto vs. Hospedeiro, são as maiores responsáveis pela mortalidade relacionada ao transplante de células hematopoiética. Infecções bacterianas são as mais comuns. A imunização (vacinação) está indicada em contra alguns micro-organismos após o transplante. Os pacientes devem tomar vacina antipneumocócica polivalente, anti-hemófilo tipo B, anti-influenza, anti-hepatite B. 4. Doença enxerto vs. Hospedeiro aguda → Uma das principais causas de mortalidade após o transplante alogênico. Ocorre em 30% dos casos quando o irmão é o doador, em 60% quando o HLA é parcialmente compatível ou não aparentado. Paciente se apresenta com: febre, rash cutâneo maculopapular, anorexia, náuseas, vômitos, diarreia, icterícia com elevação de enzimas hepáticas. Deve ser diferenciada da sepse. Tratamento: metilprednisolona. 5. Doença enxerto vs. Hospedeiro crônica → Ocorre em 20-50% dos pacientes que sobrevivem após 3 meses de transplante. Mesmos fatores de risco para a aguda (idade avançada, não compatibilidade total do HDL e do doador). Doença semelhante a uma autoimune, manifestando-se com rash malar, poliartrite, síndrome de Sjogren, colestase intra- hepática. Tratamento: prednisona + ciclofosporina. 6. Outras complicações → Disfunção gonadal (amenorreia, esterilidade), hipotireoidismo, linfomas não Hodgkin
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