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Brend a Aburqu e t iR E S U M O 1 BECK, J. S. Terapia cognitivo-comportamental: teoria e prática. 3. ed. cap. 1, 2 e 3. Porto Alegre: Artmed, 2022 WRIGHT, J.H.; BASCO, M.R.; THASE, M.E. Aprendendo a terapia cognitivo- comportamental: um guia ilustrado. Tradução: Mônica Giglio Armando, cap. 1 e 3. Porto Alegre: Artmed, 2008 Introdução A TCC não se constrói em torno de uma teoria. As ideias de terapia foram construídas essencialmente ao processo de intervenção do cliente. É uma proposta empírica (baseado em experiência e experimentação). É influenciada pelo advento do computador (tentativa do homem de reproduzir a mente humana). Integra técnicas e conceitos de duas principais abordagens: cognitiva e comportamental. O tratamento é baseado em uma formulação cognitiva: crenças mal- adapatativas, estratégias comportamentais e a manutenção dos fatores que caracterizam um transtorno específico. Além da conceitualização (compreensão) de cada cliente e de suas crenças subjacentes específicas e padrões de comportamento. Princípios Centrais Nossas cognições têm influência controladora sobre nossas emoções e comportamentos. O modo como agimos ou nos comportamentos pode afetar profundamente nossos padrões de pensamentos e de emoções. Cognição São os processos pelos quais a informação sensorial recebida é transformada, reduzida, elaborada, armazenada, recuperada e usada. Está envolvida em tudo que o ser humano é capaz de realizar. Refere-se não só aos “conteúdos” cognitivos, mas também às formas pelas quais as informações são representadas na memória e aos procedimentos de mediação ou controle pelos quais as informações são processadas ou utilizadas. Podem ser vistas como um conjunto de habilidades complexas. As cognições (adaptativas e mal-adaptativas) ocorrem em três níveis: superficial (pensamentos automáticos), intermediário (pressupostos subjacentes) e profundo (crenças nucleares sobre si mesmo). Modelo Cognitivo Modelo Comportamental Epistemologicamente falando, Behaviorismo e TCC não coincidem. Para os behavioristas radicais, aceitar o uso da palavra “cognição” seria aderir a uma postura dualista, o que constituiria um sério problema metodológico. Deste modo, referem-se às reações cognitivas como “comportamentos encobertos” (exemplo: pensamentos). Behavioristas radicais enfatizam a determinação ambiental na compreensão dos comportamentos (abertos e encobertos) do indivíduo. Entendem que o enfoque cognitivo descaracteriza o modelo comportamental em suas bases filosóficas e teóricas. O comportamento é construído a partir da história de consequências do comportamento. A resposta pode ser cognitiva (acessada pelo relato verbal; experiência subjetiva; comportamento privado); motora ou autonômica (fisiológica). Princípios da TCC Conceitualização cognitiva em desenvolvimento contínuo. Conceitua o caso com os conceitos da teoria, reconhecendo os pontos chaves e aplicando na teoria – destacando todos os fatores e não apenas os negativos. Aliança terapêutica sólida. Trabalha em conjunto o cliente e o terapeuta. O terapeuta não julga o cliente e adapta o processo do “tratamento” necessário e adequado para ele – sendo sempre otimista para a melhora do paciente. Feedback. É o monitoramento contínuo do processo – relatos do cliente, fazendo pontuações importantes e registros escritos. As anotações são importantes para se ter de forma clara e detalhada o progresso do cliente. Cultura adaptada e adaptada ao tratamento do cliente. É importante a compreensão da diversidade cultural para a relevância na implicação na história do sujeito. Para isso, é importante conhecer diversas culturas para melhor compreensão. Enfatizar o positivo. Deve-se enfatizar a emoção e a cognição positiva (até mesmo no tratamento depressivo) para cultivar pensamentos positivos – porém sem distorcer a realidade. Colaboração e participação ativa. Ideia de que o cliente é um ser participativo. O paciente experimenta aquilo que foi proposto pelo terapeuta durante a sessão. É aspiracional. Na sessão inicial, são estabelecidos valores e objetivo (faz saber onde quer chegar, mesmo que não chegue). Enfatiza o presente. O foco da TCC é o presente e o futuro. É educativa. Um objetivo importante do tratamento é tornar o processo terapêutico mais compreensível. Visa ensinar ao paciente a ser seu próprio terapeuta (ensina como fazer) e enfatiza a prevenção da recaída. O terapeuta orienta quanto ao modelo cognitivo comportamental (psicoeducação). Tempo de tratamento. Normalmente, é de curta duração. São estruturadas. A terapia é conduzida com a maior eficiência possível para ajudar o paciente a se sentir melhor mais rapidamente. Utiliza a descoberta guiada e ensina os clientes a responderem às suas cognições disfuncionais. No contexto de um problema ou objetivo, são feitas perguntas para auxiliar o cliente a identificar seu pensamento disfuncional (perguntando o que estava passando na sua mente), avaliar a validade e a utilidade dos seus pensamentos para assim formular um plano de ação. Inclui plano de ação. Utiliza técnicas para mudar humor, pensamento e comportamento. ➜ O tratamento em TCC leva em conta a cultura, história familiar e outras características importantes dos indivíduos; a natureza das suas dificuldades, seus objetivos e aspirações; sua habilidade para formar um vínculo terapêutico forte; sua motivação para mudar; sua experiência previa com terapia; e suas preferências. O fundamento do tratamento é sempre uma relação terapêutica sólida. Conceitualização É crucial para determinar o curso de tratamento mais efeito e eficiente; auxilia no desenvolvimento de empatia. Começa no primeiro contato e é um processo contínuo, sujeito a modificações. As hipóteses são baseadas nas informações coletadas, utilizando as explicações mais parcimoniosas e evitando interpretações e inferências que não estão baseadas em dados reais. Níveis de Processamento Cognitivo Foram identificados três níveis básicos no processamento cognitivo: Nível pré-consciente; Nível consciente (nível mais alto e mais importante na terapia; estado de atenção na qual decisões podem ser tomadas mais racionalmente); Nível metacognitivo. Pensamentos Automáticos São cognições que passam rapidamente por nossas mentes quando estamos em meio a situações (ou relembrando acontecimentos). Diante das situações, eles aparecem rápida e espontaneamente. Podem ser positivos ou negativos. São aceitos como verdadeiros. O indivíduo, normalmente, não questiona sua veracidade. Podem surgir de forma verbal (como numa frase), visual (imagens) ou das duas maneiras. Ajudam a explicar as reações do cliente. Erros Cognitivos Beck teorizou que existem equívocos característicos na lógica dos pensamentos automáticos e outras cognições de pessoas com transtornos emocionais. *Pode haver grande superposição entre os erros cognitivos. Ao implementar métodos de TCC para reduzir erros cognitivos, os terapeutas normalmente ensinam os pacientes que o objetivo mais importante é simplesmente reconhecer que se está cometendo erros cognitivos – e não identificar todo e qualquer erro de logica que esteja ocorrendo. Esquemas Crenças nucleares que agem como matrizes ou regras subjacentes para o processamento das informações. Servem como função crucial ao sujeito visto que permite selecionar, filtrar, codificar e atribuir significado as informações vindas do ambiente. Crenças Intermediárias: são os pressupostos subjacentes ou condicionais, ou seja, um conjunto de regras, atitudes ou suposições. Podem ser mais facilmente identificadas atravésde afirmações do tipo "se... então" ou "deveria". Elas norteiam os comportamentos do sujeito, são muito imperativas e estão diretamente ligadas as crenças centrais. Nucleares (centrais): São formadas desde a infância, se solidificam e se fortalecem ao longo da vida. Elas são o nível cognitivo mais profundo, consiste em ideias globais, absolutistas e rígidas. Podem ser sobre a pessoa, os outros ou o mundo o que forma a chamada tríade cognitiva. As crenças nucleares são ideias enraizadas e cristalizadas as quais moldam o jeito de ser e agir das pessoas. As crenças centrais podem ser divididas em: adaptativas (eficiência, amabilidade e de valor) ou disfuncionais (desamor, desamparo e desvalor). Conceituação de Caso
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