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Laís Molitor Fisiologia metabólica Carboidratos, lipídeos e proteínas (da alimentação e produção pelo corpo) são oxidados e isso libera energia, que é utilizada para formar ATP, mas parte é perdida na forma de calor (controle da T corporal). ATP tem muitas funções – moeda energética; mediador químico; nucleotídeo (DNA/RNA). ATP é uma molécula instável, por conta das cargas do fosfato que se repelem; quando há a quebra libera energia. ATP quebrado forma ADP + Pi que forma AMP + Pi. Metabolismo de carboidratos: CHO que chegam ao sangue pela alimentação – gli, fru e gala. 80% é glicose. Vão para a circulação esplânica – veia porta – fígado. O fígado transforma a frutose e galactose em glicose (99% dos CHO do sangue são glicose). • Espermatozoide prefere frutose. A glicose (grande e tem carga) entra na célula pelo transportador GLUT. Glicose (grande e tem carga) entra do lúmen na célula intestinal e renal junto com o Na+ pelo transportador SGLT – transporte ativo secundário. Quando ela está no sangue, a glicose entra na célula pelo transportador GLUT – difusão facilitada. Célula do tecido muscular e tecido adiposo: Tem-se o GLUT-4, que está preso numa vesícula dentro da célula, o que não permite que a glicose entre. A insulina é responsável por estimular o GLUT-4 a vir para a membrana, de modo que a glicose consiga se ligar. Tecidos insulino dependentes: tecido muscular e tecido adiposo. Tecidos insulino independentes. (GLUT já está na membrana): neurônios, hemácias, fígado e pâncreas. Assim que a glicose entra na célula, ela sofre uma reação e é convertida em glicose-6- fosfato pela ação da enzima hexoquinase (no fígado, é chamada de glicoquinase). Glicose livre tanto pode entrar, quanto sair da célula pelo GLUT. Ao sofrer essa reação, ela não tem mais a capacidade de sair. Essa reação é irreversível na maioria dos tecidos, mas há três exceções – fígado, rim e intestino. Nesses tecidos, a glicose-6-fosfato pode ser convertida novamente em glicose pela ação da glicose-6-fosfatase. Intestino: Glicose sai do lúmen e entra na célula pelo SGLT (cotransporte com o Na+). A glicose vira glicose-6-fosfato pela ação da enzima hexoquinase. Intestino faz a conversão pela glicose-6-fosfatase para que a glicose possa ir para o sangue, como glicose-6-fosfato, ela não consegue sair. Rim: Glicose não pode sair na urina. Glicose entra no rim e a hexoquinase converte em glicose- 6-fosfato, que depois é convertida novamente em glicose pela hexoquinase e a glicose livre consegue voltar para o sangue. Todo transporte com carreador é saturável → excesso de glicose pode sair na urina. Laís Molitor Fígado: Fígado é o órgão que controla a glicemia. Quando tem pouca glicose no sangue, o fígado faz esse controle. Glicose entra no fígado pelo GLUT → vira glicose-6-fosfato pela ação da glicoquinase (tem esse nome apenas no fígado). Fígado converte glicose-6-fosfato em glicose pela ação da glicose-6-fosfatase e envia para o sangue. Glicose-6-fosfato na célula: Pode ser consumida pela glicólise ou via glicolítica → fazer ATP. Pode ser armazenada na forma de glicogênio. Pode virar gordura. Pode ir para a via das pentoses. Gliconeogênese: o corpo produz glicose. Glicogênio: todas as células fazem; forma de armazenamento de glicose. Principais reservas: fígado (guarda para os outros) e músculo (para ele; não tem enzima que desfaz glicose-6-fosfato em glicose – logo, ela não vai para o sangue). A glicose livre é osmótica – puxa água – por isso que a glicose é armazenada como glicogênio. Vias: Glicose → glicogênio – glicogênese – enzima principal: glicogênio sintetase. GASTA ATP. Glicogênio → glicose – glicogenólise – enzima principal: glicogênio fosforilase. Regulação da síntese/quebra do glicogênio: Insulina: hormônio do bem alimentado – favorece síntese de glicogênio – estimula o OH. Glucagon: hormônio contrário; liberado no jejum – favorece fosforilação (adrenalina também) – quebra do glicogênio. Via glicolítica/glicólise: Quebra a glicose. Ocorre no citosol. Sem O2. NAD+: é uma coenzima (ajuda a enzima de forma essencial) → necessita de vitamina B2 para ser formado. Destinos do piruvato: Acetil CoA (acontece na mitocôndria, com O2); lactato (ácido lático; via anaeróbia – no citosol; não produz mais ATPs); fermentação alcoólica (não acontece em seres humanos). Laís Molitor Piruvato vai para a mitocôndria: Vitamina B5 forma coenzima A. Acetil CoA se junta no oxalo acetato → Ciclo de Krebs. Cada volta do Ciclo (uma glicose gera duas voltas): 2 CO2; 1 ATP; 3 NADH; 1 FADH2 (vitamina B3). H do NADH e do FADH2 é entregue para o complexo de proteínas da cadeia respiratória. H é formado por um próton (H+) e um elétron. Quando o NADH e o FADH entregam o H ele é desmembrado. O complexo proteico transporta o elétron do I para o II, II para o III, III para o IV. No IV, tem- se aceptor final de elétrons (O2) → vira H2O. Ao mesmo tempo, o complexo proteico bombeia os prótons para o espaço intermembrana – isso gera energia → os prótons precisam voltar para a matriz, mas só conseguem passar pela ATP sintase → volta para a matriz – ATP sintase muda de conformação, gira e se ativa, logo, converte ADP + Pi em ATP. C6H12O6 + 6O2 → 6CO2 + H2O O corpo faz muitas etapas para conseguir realizar a combustão. Cálculo de ATP: 4ATPs (2 da glicólise e 2 do ciclo de Krebs); NADH: 10x3 = 30; FADH2: 2x2 = 4 = 38 ATPS. Via das pentoses: Gera ribose 5 P (DNA, RNA) e NADPH. NADPH é diferente de NADH. NADPH entrega o H para reações de síntese. Ex: síntese de colesterol, de AG e de esteroides. Usado em reações antioxidantes. NADH entrega o H na cadeia respiratória para produzir ATP. Gliconeogênese é diferente de glicogênese. Glicogênese é a síntese de glicogênio. Gliconeogênese é síntese de “nova” glicose a partir de compostos não glicídicos. Precursores: aminoácidos, glicerol, lactato. Ocorre no fígado e rim; gasta ATP. Fígado mantém a glicemia. Se a glicemia está baixa – glicogenólise e gliconeogênese; Se a glicemia está alta – glicogênese. Reserva de glicogênio é finita. Se ela estiver no limite, o excesso de glicose vira gordura. Metabolismo de lipídeos: colesterol, triglicerídeos (AG) e fosfolipídios. Triglicerídeos: podem vir da dieta ou podem ser sintetizados principalmente pelo fígado. Funções: reserva energética e isolante térmico (ajudam na manutenção da T corporal). 3 AG + Glicerol → TG (armazenamento) 1. Via de síntese → lipogênese (bem alimentado) Laís Molitor 3 AG + Glicerol TG 2. Via de degradação → lipólise (atividade física, jejum). As duas vias têm influência hormonal. Ácidos graxos: podem vir da dieta ou podem ser sintetizados pelo corpo. Principal função: gerar ATP. Ácidos graxos essenciais: corpo não produz, vêm da alimentação. Ex: ômega 3, ômega 6. Ácidos graxos não essenciais: o corpo produz. Ex: ácido palmítico. Colesterol: pode vir da dieta ou o corpo pode produzir (no fígado). Para o fígado produzir colesterol existe uma enzima importante: enzima HMGCoA redutase (as estatinas inibem essa enzima). Usos: composição de membranas; síntese de hormônios esteroidais (ex: hormônios sexuais); sais biliares; na pele, evita excesso de evaporação de H2O. Colesterol não vira energia. Fosfolipídeos: pode vir da dieta ou ser produzido pelo corpo (fígado). Usos: composição de membranas; coagulação; bainha de mielina; formam as lipoproteínas; geram substâncias de sinalização celular. Lipoproteínas: complexos de lipídeos e proteínas, cuja porção central é hidrofóbica e a porção externa é hidrofílica. Função: transporte de lipídeos nos líquidosorgânicos (sangue). Na parte externa, têm-se fosfolipídeos, colesterol, apoproteínas (proteínas das lipoproteínas). Na parte interna, têm-se TG, ésteres de colesterol e vitaminas lipossolúveis. Alimentação: Lipídeos no intestino → digestão (enzimas e bile) → lipídeos digeridos → absorção → entram nos enterócitos → monta o QM (tipo de lipoproteína; principal lipídeo é o TG; apo B48) → linfa → sangue. QM entrega os lipídeos para as células; mas TG não consegue atravessar a parede celular, ele precisa ser quebrado antes. No endotélio, tem uma enzima chamada LPL (lipoproteína lipase), que quebra TG e sofre influência hormonal. LPL quebra TG em AG e glicerol, o AG entra na célula e o glicerol fica na circulação. O AG pode ser armazenado como TG no tecido adiposo (tem que ser transformado novamente em TG) ou vai ser usado para fazer ATP na célula muscular esquelética e no coração. QM entrega os lipídeos e fica cada vez menor, formando o QM remanescente, que é captado e destruído pelo fígado. Fígado produz lipídeos e ainda pega o QM – logo, tem-se colesterol, TG, fosfolipídeos. No jejum, por exemplo, o fígado manda esse lipídeo para o sangue (não pode acumular lipídeo nele). Fígado pega esses lipídeos e produz VLDL, que é mandado para o sangue. O principal lipídeo do VLDL é o TG e a principal apoproteínas é a B100. VLDL vai entregar TG, que vai ser quebrado pela LPL no endotélio, o AG entra nas células. O VLDL, ao entregar o TG, gera o IDL (lipoproteína de densidade intermediária). O IDL gera o LDL no sangue. O principal lipídeo do LDL é o colesterol e ele aumenta os riscos de doenças cardiovasculares (placas de ateroma). Laís Molitor HDL: lipoproteína de alta densidade – tem muita apoproteínas (mais importantes: A1 e A2). Principal lipídeo: colesterol. O HDL faz o transporte reverso do colesterol. Fígado: Chegou muita glicose e aminoácidos – geram muito acetil coA – produzem AG + glicerol = TG; colesterol, fosfolipídeos. Quando tem muito acetil coA no fígado ativa-se duas enzimas para a via do ácido graxo: 1. Acetil CoA carboxilase 2. Ácido graxo sintetase Para essas 3 sínteses precisa de NADPH. O fígado faz o VLDL que armazena as moléculas, que vai para o sangue. A célula adiposa armazena o AG juntando-o com o glicerol e forma o TG novamente. A glicose é convertida em glicerol, através de uma enzima chamada glicerol-3-fosfato- desidrogenase, que tem controle hormonal. Situação de necessidade de energia pelas células do corpo: ex: no jejum. Se o corpo precisa de energia, ele irá quebrar TG em AG + glicerol pela LHS (lipase hormônio sensível). A via que faz lipogênese (síntese de TG) estará inibida. O AG vai para o sangue, liberado pelo tecido adiposo, mas por ser muito pequeno, não precisa de lipoproteína para entrar. Ele torna solúvel no sangue ao se ligar na albumina. AG entra na célula e é ativado (essa reação de ativação tem gasto de 2 ATP) e forma-se uma substância chamada Acil CoA (AG ativado). Acil CoA tem que entrar na mitocôndria e isso ocorre pela carnitina, que é o transportador. Dentro da mitocôndria, o Acil CoA vai ser oxidado para liberar ATP por ligações de beta oxidação. Ex: Ag de 18 C O Acil CoA é quebrado de 2 em 2 C, sendo necessárias 8 beta oxidações. Esse composto de 2 C é o acetil CoA (foram formados 9). Cada beta oxidação gera 1 NADH e 1 FADH2. O acetil CoA vai para o ciclo de Krebs (a cada volta forma 1ATP, 3NADH e 1FADH2). 8 Beta oxidações = 8 NADH e 8 FADH2. 9 acetil CoA = 9 ATP + 27 NADH + 9 FADH2. Os NADH e os FADH (tanto do CK, quanto da beta oxidação) precisam entregar o H para proteínas da cadeia respiratória. Voltam a ser NAD+ e FAD+ e vão ajudar as enzimas. O H é separado em um próton e um elétron. As proteínas do complexo proteico transportam o elétron até o aceptor final, que é o oxigênio e torna-se H2O. Ao mesmo tempo, o próton é bombeado para o espaço intermembrana. Passa pela ATP sintetase, que muda de conformação e sintetiza ATP. Quando é o NADH que doa o H formam-se 3 ATPs e quando é o FADH2 formam se 2 ATPs. 8 Beta oxidações = 8 NADH x 3 e 8 FADH2 x 2 9 acetil CoA = 9 ATP + 27 NADH x 3 + 9 FADH2 x 2. TOTAL: 148 ATPs - 2 que foram gastos para ativar o AG = 146 ATP. Para quebrar AG e gerar ATP é obrigatório oxigênio, não existe via anaeróbia de quebra de ácido graxo para gerar ATP, como a via anaeróbia da glicose. Tecido adiposo marrom: termogênese – manutenção da temperatura corporal. TG → AG + glicerol, acontece todas as etapas igualmente, mas esse tecido não tem ATP sintase, tem uma proteína chamada termogenina, que é um canal de prótons (faz com que o próton volte para a matriz) – NÃO FORMA ATP, toda energia gerada vira calor. Laís Molitor Adultos não têm muito tecido adiposo marrom, mas os bebês têm bastante. Corpos cetônicos: Produzidos no fígado em situações de muita lipólise (muito AG no sangue – muito AG e acetil coA no fígado → vários acetil coA se condensam e formam corpos cetônicos. O fígado manda os corpos cetônicos para o sangue e nas células eles viram acetil coA para dar energia – são outra fonte energética. Corpos cetônicos são ácidos e, em excesso, alteram o pH. 1. Um tipo de CC específico sai na respiração → gera hálito cetônico. Paciente DM tipo I: sem insulina → glicose não entra nas células → fica no sangue (hiperglicemia) → célula não consegue obter ATP pela glicose → vai quebrar lipídeo → AG no sangue de um diabético não controlado é alto → corpos cetônicos → cetoacidose diabética. Metabolismo de proteínas: Aminoácidos vêm da dieta e produzidos pelo corpo. Aminoácidos essenciais: corpo não produz; deve ser obtido da dieta. Aminoácidos não essenciais: o corpo produz e também podem vir da dieta. Aminoácidos no sangue → rim: aa é filtrado por ser pequeno, mas é 100% reabsorvido; Têm concentração constante – as células captam conforme a necessidade (por difusão facilitada ou por transporte ativo). Aminoácidos dentro da célula → síntese proteica → proteína (forma de armazenamento). Aminoácido é usado para o que a célula precisar e o que sobrar é armazenado em forma de proteína. Proteína → proteólise → aminoácidos. Os hormônios têm bastante influência se ocorrerá síntese proteica ou proteólise. Ex: pessoa bem alimentada, será estimulado síntese proteica. Numa situação inversa, de jejum, estará ocorrendo, em maior quantidade, proteólise. A concentração de aas livres na célula é baixa e constante. Intercâmbio e equilíbrio de aas: As proteínas teciduais podem ser quebradas em aas teciduais, que podem ir para o sangue (aas plasmáticos) e vice-versa (proteólise e síntese proteica). Vai depender do quanto de aas tem no sangue, o corpo sempre irá manter o equilíbrio/concentração constante. Proteínas na célula – estruturais (ex: histonas, receptores, citoesqueleto) e de armazenamento (funcionais) → as funcionais são facilmente mobilizáveis, ou seja, podem ser quebradas quando necessárias. Síndrome de Kwashiorkor: criança não possui os aas necessários para fazer albumina (deficiência proteica grave; pressão oncótica muito baixa – líquido extravasa) →quase não existem proteínas funcionais – logo, pode começar a ter quebra de proteínas estruturais, o que faz com que as células comecem a perder função. Hipertireoidismo: metabolismo muito acelerado – precisa de muito ATP → usa muita glicose e lipídeo → a necessidade de energia é tão grande que podem quebrar proteínas para gerá-la. Pode ter até perda muscular por quebra de proteínas estruturais que formam os músculos. A fonte de aa plasmático pode ser das proteínas teciduais, mas também pode ser das proteínas plasmáticas – fígado sintetiza as proteínas plasmáticas.Três principais: albumina, globulinas e fibrinogênio. Aminoácidos dentro da célula: podem sofrer interconversões (aa ser convertido em outro) → para isso, são necessárias enzimas chamadas aminotransferases. Duas muito importantes: AST (TGO) e ALT (TGP). Laís Molitor ALT aumentada no sangue (devem estar dentro das células; indicativo de lesão celular): 90% dos casos é indicativo de problemas no fígado. AST aumentada: problemas cardíacos. Aminoácidos são armazenados como proteína (mas é uma reserva finita) – aa em excesso e reserva proteica máxima/no limite: O aa em excesso vai para o fígado → Aminoácidos têm um grupo amino (-NH2) → Para esse aa ser usado, ele vai ter perda do grupo amino, que sai como -NH3 ou NH4+ (amônia) → amônia é tóxica, principalmente para o sistema nervoso. O fígado converte a amônia em ureia pelo ciclo da ureia, logo, problemas hepáticos podem gerar encefalopatias, pois um fígado doente não irá conseguir fazer essa transformação. A amônia que ficará sobrando irá ser tóxica para o cérebro e o paciente pode chegar coma hepático e até morte. Paciente com cirrose + encefalopatia é comum. O aa perde o grupo amino e sobra a cadeia carbônica. O destino da cadeia carbônica de aa dependerá da necessidade, pode virar acetil CoA (ATP), lipídeo, glicose e corpos cetônicos. Metabolismo de bilirrubina: Vem da quebra das hemácias (duram em média 120 dias) → degradação pelo baço → hemoglobina → divide-se em grupo heme e globina. A globina é a porção proteica → é quebrada em aminoácidos, que vão para o sangue. O grupo heme perde o Fe, que se liga a transferrina (proteína do sangue que transporta o Fe; ele não pode ficar livre). Se nenhum tecido quiser o Fe, o fígado armazena como ferritina. O grupo heme sem o Fe sofrerá uma reação com um grupo de enzimas chamadas heme oxidase e se transformará em biliverdina que se tornará bilirrubina pela ação da biliverdina redutase. A bilirrubina é amarela e lipossolúvel. • A bilirrubina não tem função. A bilirrubina é eliminada a partir da bile, precisa chegar ao fígado. Sai do baço e cai na corrente sanguínea, mas precisa se ligar a albumina para se tornar solúvel e se deslocar no sangue. Bilirrubina + albumina = bilirrubina indireta ou não conjugada. Chega ao fígado e dentro dele, ela sofre uma reação de conjugação, sendo transformada na bilirrubina direta ou conjugada (BD). Essa reação no fígado é feita pela enzima glicuronosil transferase. Por um transportador, a bilirrubina direta consegue entrar na bile → vai para o intestino delgado → chega ao intestino grosso, que tem a microbiota intestinal, onde tem enzimas que quebram a BD em urobilinogênio, chamadas de beta- glicuronidases. O urobilinogênio tem dois caminhos: pode virar estercobilinogênio e sair nas fezes (é ele quem dá cor às fezes) e também pode voltar para o sangue e seguir dois caminhos – o fígado pode pegar e mandar para a bile novamente ou pode ser captado pelo rim – ser transformado em urobilina e sair na urina (dá cor à urina). Acúmulo de BI, BD ou ambas → icterícia. Em adultos, a icterícia em si não é um problema, mas indica que existe alguma patologia. Icterícia pré-hepática ou hemolítica: o problema está antes do fígado. Principal causa é excesso de hemólise, forma muito heme e, consequentemente, muita bilirrubina. Como as enzimas são saturáveis, tem-se um acúmulo de BI. Malária e Laís Molitor talassemias, por exemplo, podem gerar icterícia. Icterícia hepática: Ex: hepatite, cirrose, insuficiência hepática. Pode ter excesso tanto de BD, quanto de BI. Icterícia pós-hepática ou obstrutiva: problema está depois do fígado. Tem um acúmulo de BD. Ex: um cálculo fazendo obstrução total no canal biliar, logo, não consegue ir para o intestino delgado e a BD pode voltar para o hepatócitos, que manda novamente para o sangue – vai acumular BD, pois o fígado fez a conjugação. A BD vai sair na urina → cor de Coca-Cola. Também pode formar fezes brancas. Não tem urobilinogênio. Teste de Van der Berg – diferencia BI de BD. A BI não sai na urina, pois está ligada à albumina, que não é filtrada. Em um ciclo normal, a BD também não sai na urina, mas em patologias ela pode sair (urina com colúria/cor de Coca-Cola). Obstrução parcial: não tem acolia fecal; mas colúria ainda é possível pela presença da BD na urina. Recém-nascidos: pode ocorrer por dois motivos – imaturidade hepática e por hemólise (Hb do bebê é diferente da Hb da mãe; quando ele nasce, começa a trocar essa Hb, o que gera hemólise). A tendência é sobrar BI, o fígado não consegue conjugar por ser prematuro ou pela quantidade de hemólise. O problema do excesso de bilirrubina no recém-nascido é que a barreira hematoencefálica não está totalmente formada e a bilirrubina consegue ultrapassá- la, causando lesões neurológicas (Kernicterus) irreversíveis, possivelmente fatais. Fototerapia: Altera a estrutura da bilirrubina, que se torna muito solúvel e é eliminada na urina. Pode causar cegueira, então é necessário proteger os olhos. Urina alaranjada: excesso de urobilinogênio. Regulação da T corporal: T do corpo é estritamente regulada e essa regulação é feita pelo hipotálamo. Dois centros importantes no hipotálamo: área pré-óptica hipotalâmica anterior – possui receptores que detectam T (região cerebral) e hipotálamo posterior – recebe informações da área pré-óptica hipotalâmica anterior, de termorreceptores da pele e de termorreceptores dos tecidos profundos e faz a integração desses sinais. Essa área é o termostato (sensor), sabe que o ponto fixo é 37ºC (recebe os estímulos e compara). ª 35ºC: ativa mecanismos para aumentar a produção de calor e para diminuir a perda de calor. 40ºC: ativa mecanismos para diminuir a produção de calor e para aumentar a perda de calor. Sistemas de isolamento térmico para manter a temperatura: tecido adiposo; pele e tecido subcutâneo. Sempre que o corpo produz ATP, também é produzido calor. 1ª situação: hipotálamo detecta que T está menor que o normal. Ativa mecanismos para aumentar a produção de calor e diminuir a perda de calor. 1. Calafrios – contração involuntária de musculatura esquelética → uso e produção de ATP geram calor. 2. Ativação do SNS SNS: aumento do metabolismo – aumenta a produção de calor. SNS aumenta a termogênese (ativa tecido adiposo marrom e aumenta síntese de termogenina). Tecido adiposo marrom: TG → AG + glicerol, acontece todas as etapas igualmente, mas esse tecido não tem ATP sintase, tem uma proteína chamada termogenina, que é um canal de prótons (faz Laís Molitor com que o próton volte para a matriz) – NÃO FORMA ATP, toda energia gerada vira calor. 3. Aumento da liberação dos hormônios tireoidianos (T3 e T4) – aumenta metabolismo e aumenta termogênese (ativa tecido adiposo marrom e aumenta síntese de termogenina). 4. Vasoconstrição dos vasos sanguíneos cutâneos: diminui perda de calor pela pele. 5. Piloereção: retém ar próximo à pele, evitando perda de calor. 6. Inibição da sudorese. 2ª situação: Hipotálamo detectou que a T está maior que o normal. Ativa mecanismos para diminuir a produção de calor e aumentar a perda de calor. 1. Aumenta sudorese – perda de calor. Exceção: Glândulas sudoríparas são controladas pelo SNS, mas o neurônio pós é colinérgico. Toxina botulínica é usada para diminuir a secreção do suor, pois não deixa a Ach sair. 2. Vasodilatação dos vasos sanguíneos cutâneos – calor passa mais próximo da pele e consegue sair mais facilmente. 3. Diminuição da produção de calor. Controle comportamental da T corporal: consciente; ajuda o hipotálamo. É o que o individuo faz quando sente frio ou calor. Muito potente.Ajuste do individuo em relação às sensações de T. Único controle realmente eficaz em ambientes muito frios. Perda/ganho de calor pela pele: 1. Radiação: perder/ganhar calor na forma de raios infravermelhos. 2. Condução: perder/ganhar pelo contato com objetos e ar. Tanto na radiação, quanto na condução – o calor vai de onde tem mais para onde tem menos. 3. Evaporação: sempre perder calor do corpo. Ex: suor. Corpo perde mais calor para a água do que para o ar – o processo é bem mais rápido. Febre: ativa a 1ª situação para desenvolver a febre. Hipotálamo entende que o normal não é 37ºC, mas sim uma temperatura maior, exemplo 40ºC → Anormalidades cerebrais (como tumores) ou pirogênios (substâncias químicas liberadas em inflamações e infecções, que confundem o hipotálamo). O hipotálamo entende que a temperatura normal é 40ºC, por exemplo, e ativa os mecanismos da 1ª situação. Quando o paciente toma um antitérmico, os pirógenos são destruídos e o hipotálamo trabalha com os mecanismos da 2ª situação para abaixar a temperatura. Intermação: T corporal > T crítica (temperatura máxima/mínima que o hipotálamo ainda controla). Hipotermia: T corporal < T crítica. Equilíbrios dietéticos: Condições estáveis: equilíbrio → gera estabilidade de peso e manutenção da composição corporal. Esse equilíbrio envolve a ingestão alimentar (carboidratos, lipídeos (usados como ATP ou armazenados) e proteínas) e o gasto energético. O centro que regula a ingestão e o estoque energético é o hipotálamo (outros locais menos importantes relacionados também – amigdala e córtex pré-frontal). Sinais que chegam no hipotálamo: - Sinais hormonais do TGI → grelina, CCK, incretinas. - Sinais neurais do TGI. - Sinais de hormônio do tecido adiposo (leptina). - Nutrientes no sangue. - Sinais do córtex cerebral → visão, olfação e audição. Centros hipotalâmicos importantes: Centro da fome – quando ativado, aumenta ingestão. Dois núcleos envolvidos: Núcleo dorso medial e núcleos laterais. Centro da saciedade – quando ativado, diminui ingestão. Laís Molitor Estimulam a saciedade: núcleo paraventricular e núcleo ventromedial. Núcleo arqueado é um mediador/integrador entre os núcleos. Substâncias orexígenas: aumentam a ingestão. Cortisol; grelina; endocanabinoides; endorfinas; NPY; Ag RP. Substâncias anorexígenas: diminuem a ingestão. GLP-; NOR; serotonina; leptina; CCK; insulina; alfa- MSH. Controle do processo mecânico da alimentação (mastigação, deglutição, salivação) – função do tronco encefálico. Neurônios do núcleo arqueado: 1. Neurônios POMC: Neurotransmissor – alfa-MSH (receptores: MCR3 e MCR4). Efeitos: diminui ingestão e aumenta o gasto energético – ativa centro da saciedade. Deficiência nessa via: obesidade. Ativação excessiva dessa via: caquexia. 2. Neurônios NPY/Ag RP Neurotransmissores – NPY/Ag RP → bloqueiam os receptores MCR. Efeitos: aumenta ingestão e diminui gasto energético – ativa centro da fome. Ex: jejum → grelina → ativa NPY/Ag RP → ativa os núcleos do centro da fome. Regulação da quantidade de ingestão: A curto prazo: previne superalimentação – enchimento GI, hormônios GI e receptores orais. A longo prazo: manutenção dos estoques – nutrientes no sangue, temperatura (no frio sentimos mais fome) e leptina. Leptina é um hormônio anorexígeno (quanto maior o tecido adiposo maior a quantidade de leptina). Entretanto, o consumo de gordura excessivo ativa genes que produzem enzimas de clivagem, as quais cortam outras proteínas. A enzima MMP2 cliva o receptor de leptina e ela não consegue se ligar, perdendo-se esse controle relacionado à leptina.
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