Buscar

PAPER CANTEIRO DE OBRAS

Faça como milhares de estudantes: teste grátis o Passei Direto

Esse e outros conteúdos desbloqueados

16 milhões de materiais de várias disciplinas

Impressão de materiais

Agora você pode testar o

Passei Direto grátis

Você também pode ser Premium ajudando estudantes

Faça como milhares de estudantes: teste grátis o Passei Direto

Esse e outros conteúdos desbloqueados

16 milhões de materiais de várias disciplinas

Impressão de materiais

Agora você pode testar o

Passei Direto grátis

Você também pode ser Premium ajudando estudantes

Faça como milhares de estudantes: teste grátis o Passei Direto

Esse e outros conteúdos desbloqueados

16 milhões de materiais de várias disciplinas

Impressão de materiais

Agora você pode testar o

Passei Direto grátis

Você também pode ser Premium ajudando estudantes
Você viu 3, do total de 6 páginas

Faça como milhares de estudantes: teste grátis o Passei Direto

Esse e outros conteúdos desbloqueados

16 milhões de materiais de várias disciplinas

Impressão de materiais

Agora você pode testar o

Passei Direto grátis

Você também pode ser Premium ajudando estudantes

Faça como milhares de estudantes: teste grátis o Passei Direto

Esse e outros conteúdos desbloqueados

16 milhões de materiais de várias disciplinas

Impressão de materiais

Agora você pode testar o

Passei Direto grátis

Você também pode ser Premium ajudando estudantes

Faça como milhares de estudantes: teste grátis o Passei Direto

Esse e outros conteúdos desbloqueados

16 milhões de materiais de várias disciplinas

Impressão de materiais

Agora você pode testar o

Passei Direto grátis

Você também pode ser Premium ajudando estudantes
Você viu 6, do total de 6 páginas

Prévia do material em texto

ERGONOMIA E RISCOS EM UM CANTEIRO DE
OBRAS.
RESUMO 
As transformações no cenário nas últimas décadas trouxeram grandes desafios com relação ao entendimento dos fenômenos que direta e indiretamente afet am o trabalho das pessoas. Concernem as mudanças organizacionais que diz respeito às condições de trabalho, que nada mais é do que a ergonomia. A ergonomia vem assumindo um papel de grande importância no ambiente de trabalho, que envolvem a relação do home m com as diversas tecnologias presentes nesses ambiente s e as necessidades de qualidade, e de produtividade. A Construção Civil é um setor que se destaca no cenário nacional no que diz respeito a afastamentos devido a doenças ocupacionais ou acidentes de trabalho. As obras de peque no porte hoje de pendem ainda da força dos homens, os quais apresentam baixo grau de instrução, trabalhando normalmente ao ar livre com condições de segurança precárias e materiais e ferramentas inadequadas no que se refere à ergonomia. Ao longo deste Pape r será apresentado um estudo sobre o aspecto conceitual da ergonomia e seus benefícios para o ambiente produtivo e com obje tivo geral mostrar a importância da ergonomia para a saúde do trabalhador dentro de um canteiro de obras e avaliar os constrangimentos ergonômicos. Para obter as referências necessárias ao entendimento do tema, este Paper foi baseado em pesquisa bibliográfica e estudo in loco. 
Palavras-chave: Ergonomia. NR17. Riscos. 
1. INTRODUÇÃO 
O trabalho que a princípio surgiu para suprir as necessidades básicas de subsistência do homem tornou-se o ponto central da vida cotidiana após a Revolução Industrial, ocupando a maior parte do tempo da sociedade moderna (DEJOURS, 1993). Atualmente a disputa acirra da em um mercado competitivo tem transformando a organização e gestão de empresas de um modo geral, frente a um novo cenário empresarial e com a globalização tem sido evidente a mudança de paradigmas no ambiente empresarial em busca de melhores condições e desempenhos em termos de qualidade e produtividade. Nesse contexto, as boas condições de trabalho vêm sendo gradualmente reconhecidas como de grande importância para que a s organizações cumpram suas metas, prazo e demandas do mercado de trabalho. 
No mundo todo se tem observado, principalmente na indústria da construção civil, que novos métodos, controles e planejamentos inseridos na execução das obras, nãoacompanham o ritmo, por exemplo, de teorias a plicadas a projetos ou tecnologias inseridas em outros setores da indústria (GEHBAUER, 2002). 
Segundo Guérin et al (2001), é através da análise do trabalho que é possível entender a atividade dos trabalhadores (incluindo, por exemplo, postura , esforços, informação, condições ambientais, psíquicas, dentre outras) como uma resposta pessoal a uma série de determinantes, algumas das quais relacionadas à empresa (organização do trabalho formal, restrições de tempo, etc.) e outras relacionadas ao operário (idade, características pessoais, experiência, etc.). A ergonomia neste sentido vem a contribuir para o processo organizacional por ser uma forma de disciplina orientada que abrange as atividades do ser humano, principalmente, em um ambiente de produção. 
A ergonomia como ciência teve suas origens na Segunda Guerra Mundial, quando as relações entre o homem e a máquina se tornaram fundamentais para as corridas armamentistas e os avanços tecnológicos na área bélica, embora em situações desfavoráveis, como o campo de batalha, essas funções exigissem precisão e habilidade dos trabalhadores. Como os erros eram críticos nessas situações, houve um aumento em pesquisa para adaptar os instrumentos para as 
características e habilidades do operador, princípio que inicia a modelagem da ergonomia como a que conhecemos hoje (PINHEIRO e FRANÇA, 2006). 
A indústria da construção civil representa uma da s áreas de trabalho mais primitivas e com menor enfoque ergonômico atualmente. Segundo Iida (2005) isso se deve ao fato das atividades serem dispersas e do pouco poder de organização entre os trabalhadores . Estes estão sujeitos à realização de tarefas manuais árduas, e muitas vezes sem o uso de equipamentos de proteção. 
Associando-se às baixas remunerações e níveis de escolaridade, e longas jornadas, tornam os profissionais mais suscetíveis aos riscos físicos e mentais devido ao trabalho. 
Diante desse contexto este Paper tem como objetivo geral demonstrar à importância da aplicabilidade dos conceitos e ideias da ergonomia, realizando um a análise ergonômica do trabalho em um canteiro de obras. A partir desta, comparar os resultados obtidos com as normas e bibliografias disponíveis, identificando se os m esmos estão dentro dos valores estipulados, a fim de sugerir melhorias viáveis, portanto, através desse estudo busca-se um a forma de demonstrar os perigos associados à atividade, a forma como o operário trabalha e se submete a riscos por ele não identificados e que são costumeiros. 
FUNDAMENTAÇÃO TEÓRICA
Considerando-se que o presente estudo busca avaliar riscos e adequar as práticas incorretas visando um maior bem-estar ao trabalhador em um ca nteiro de obras, este Paper segui u diretivas presentes em Normas Regulamentadoras para a correta fundamentação teórica e legal da pesquisa. 
A vista disto, este estudo baseia-se principalmente na NR 17 (Norma Regulamentadora 17) que se refere à ergonomia, a qual estabelece parâmetros que possibilitem a adequação das condições e do ambiente de trabalho, garantindo além de tudo, saúde e segurança do trabalhador juntamente com a eficácia do processo.
Entende-se que o estado de saúde de um trabalhador não independe de sua atividade profissional, porém, de um modo geral, o assunto acerca da relação saúde -trabalho, está mais voltado à de gradação de saúde enquanto ausência de doença ou dano funcional ao seu organismo. 
Não obstante isso se deve ter em m ente que as marcas deixa das por uma atividade profissional dependem de fatores, como a natureza da atividade, a s condições nas quais ela se realiza, o tempo de duração desta atividade e as características individuais do trabalhador (TEIGER et al., 1981 apud 
MUSSI, 2006). 
A análise do trabalho busca encontrar dados que permitam a diminuição da disfunção do sistema de produção, entre as concepções prescritas s do trabalho e a atividade real do trabalhador. 
Existem diversas definições de ergonomia, pois muitas procuram ressaltar o caráter interdisciplinar e como diz Ii da (2005, p. 02) “o objeto de estudo é a interação entre o homem e o trabalho no sistema homem-máquina-ambiente, ou m ais precisamente, as interfaces desse sistema, onde ocorrem trocas de informações e energias entre o homem, máquina e ambiente, resultando na realização do trabalho”. 
Segundo o mesmo autor, ressalta que a melhor definição é da Associação Brasileira de 
Ergonomia que adota a seguinte definição: 
Entende-se por Ergonomia o estudo das interações das pessoas com a tecnologia, a organização e o ambiente, objetivando intervenções e projetos que visem melhorar, de forma integrada e não-dissociada, a segurança, o conforto, o bem -estar e a eficácia das atividades humanas. 
Wachowicz (2013), destaca que a ergonomia, independente da situação, visa sempre adaptar o trabalho ao homem e para tal, a NR 17 estabelece que as condições de trabalho levem em consideração a s características psicofisiológicas dos operários juntamente com a natureza da obra executada, tais condições incluem manuseio de materiais, utilização de equipamentos, condições ambientais e a própria organização das tarefa s. Ou seja, cabe à chefia e aos profissionais habilitados, adequar o volume de trabalho físico /mental que o operário poderá realizar a fim de protegê-lo de acidentes e doenças ocupacionais (WACHOWICZ, 2013).
Segundo Vieira (2010), a indústria da construção civil gira em torno de investimentos que possibilitem a produtividade esperada, porém, tal produtividade só acontece com o envolvimento do trabalhador. Para isso, é de suma importância cuidar da saúde e segurançadesse trabalhador, o qual impacta diretamente em perdas e qualidade de produção no setor (NETTO, 2015).
Silva (2001) afirma que o setor da construção civil possui área de atuação para todos os tipos e tamanhos de empresas, com diferenças, que mostram como as empresas que atuam neste setor pode m ter características bem diferentes, tanto no que diz respeito à parte tecnológica, capacidade de investimento, especialidade nos serviços, sem falar na rotatividade das empresas, e também pela diferença no número de empregados dos subsetores. 
Conforme Silva (2014), o ramo da construção civil é destaque em afastamentos e acidentes de trabalho no Brasil, pois se trata de um trabalho árduo e de intenso esforço físico. Reforça ainda, que a ergonomia deve ser um fator de preocupação, pois através de boas práticas podemos minimizar riscos laborais e proteger a integridade física dos trabalhadores do setor. Com base nos dados do MPT (Ministério Público do Trabalho, 2018), em um intervalo de tempo de apenas cinco a nos, entre 2012 a 2017, a construção civil apresentou uma taxa de afastamentos de 2,4% do total de ocorrências no país, o que corresponde a 7,5 milhões de dias de trabalho perdidos. 
Tabela 1. Quantidade de acidentes do trabalho por situação do registro e motivo na construção civil no Brasil 
Tabela 1. Quantidade de acidentes do trabalho por situação do registro e motivo na construção civil no Brasil 
(Fonte: Anúario Estático de Acidentes do Trabalho – MTPS)
Observa-se que, no período de 2013 a 2015, houve uma queda na quantidade de acidentes do trabalho, mas apesar dessa queda, o alto índice de acidentes a inda é preocupante, pois segundo a Organização Internacional do Trabalho (OIT), estima -se que 6.000 sofram acidentes no mundo devido a atividade relacionadas com o trabalho 
Barkokébas Jr. et al. (2003) comenta que as condições e meio ambiente de trabalho na construção civil apresentam diversos riscos de acidentes do trabalho, isso devido à mutação constante do ambiente de trabalho e a confusão que se faz e m a creditar que o “provisório” significa “improvisado”, ou seja, medidas falhas. 
A Lei 8.213/91 (Plano de Benefícios da Previdência Social), em seu artigo 19, define acidente de trabalho como da seguinte forma: 
Acidente do trabalho é o que ocorre pelo exercício do trabalho a serviço da empresa, ou pelo exercício do trabalho dos segurados referidos no inciso VII do artigo 11 desta lei, provocando lesão corporal ou perturbação funcional que cause a morte, ou a perda ou redução permanente ou temporária da capacidade para o trabalho. 
Dentre as principais doenças que a cometem o trabalhador, faz-se destaque para a LER 
(Lesões por Esforços Repetitivos) e a DORT (Distúrbios Osteomusculares Relacionados ao Trabalho), sendo atualmente as mais conhecidas e que atingem principalmente a coluna vertebral e os membros superiores (JUNIOR, 2005)
Conforme Netto (2015) apud Guimarães (2009), a LER e a DORT são decorrentes de diversas atividades praticadas pelo trabalhador, as quais se manifestam em músculos, articulações, tendões, ligamentos, nervos e vasos e, a dor provocada por tais lesões, são as causas principais dos afastamentos devido a incapacidade laborativa gerada por ela . 
Os riscos ergonômicos mais frequentes na construção civil, na opinião de FERNANDES et al. (1989), são: levantamento e transporte manual de peso, postura e jornada de trabalho.
A intervenção ergonômica na construção civil é mais difícil do que na s outras indústrias. São vá rios os fatores que contribuem para isto: O local de trabalho é mudado todo di a; há grande rotatividade dos trabalhadores; muitos trabalhadores são contratados por empreiteiras e os proprietários da obra alegam não terem condições de contratarem um especialista e m ergonomia (SCHENEIDER, 1995). 
O sistema terceirizado de produção acaba sendo um método das empresas desvincularem o vínculo empregatício dos trabalhadores, e com este os direitos a seguridade social dos obreiros. Segundo Barros (2003) este modelo de produção, negligencia direitos como aposentadoria, INSS, FGTS, plano de saúde, entre outros, submetendo o trabalhador à exclusão social. 
MATERIAIS E MÉTODOS
A pesquisa é sempre a possibilidade de sair de uma situação de mero reconhecimento/desconhecimento dos rituais prá ticos da vida cotidiana, para produzir conhecimento dos dispositivos engendrados na atividade, desnaturalizando formas cotidianas de existência. Tal a firmação valida à experiência e o saber dos trabalhadores, assim como mobiliza os próprios participantes/pesquisadores, o que possibilita a transformação das condições e dos processos de trabalho (ALTHUSSER, 1980). O desenvolvimento deste Paper toma a seguinte sistematização, pesquisa, análise e propostas de soluções. O levantamento de dados se deu a partir da realização de visitação in l oco, da realidade dos canteiros de obras da região da Amurel . A maioria das obras estava na fase de levantamento de paredes, porém executando tarefas diversas, tais com o: preparo e lançamento do concreto, montagem e colocação das formas, armação das ferragens. 
Inicialmente foram realizadas observações “ in loco”, onde foi possível analisar aspectos gerais referentes às condições de trabalho num canteiro, sendo nota dos vários fatores como: condições ambientais, o meio ambiente físico, as instalações dos operários, a organização do canteiro e aspectos relacionados à segurança do trabalho.

Continue navegando