AULA 1 e 2

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CENTRO UNIVERSITÁRIO DE CARATINGA 2ª GRADUAÇÃO 
UNEC / EAD DISCIPLINA: LÍNGUA PORTUGUESA I 
 
NÚCLEO DE ENSINO A DISTÂNCIA - NEAD Página | 1 
Professora: Cláudia Cardoso da Cruz Gomes – letrascoordenacaounec@gmail.com 
 
 
 
 
1.1 TIPOS DE LINGUAGEM 
 
1.1.1 LINGUAGEM ESCRITA E LINGUAGEM ORAL 
1.1.2 LINGUAGEM VERBAL, NÃO-VERBAL E MISTA 
 
Ao estudar essa disciplina você deverá alcançar o objetivo de analisar os e-
lementos linguísticos, isto é, palavras, expressões, pontuação, imagens, títulos, fon-
te, que construirão o sentido do texto. 
Nosso estudo, nesta aula, será discutir alguns elementos de alguns gêneros 
textuais dentre eles a linguagem escrita e oral, a linguagem verbal e não verbal. 
Nesta aula, nosso objetivo é que você reflita sobre os aspectos presentes em 
um texto que envolvem o processo de comunicação e permitem a interação entre 
sujeitos e que se realizará por meio da linguagem. 
Você sabia que, de acordo com o grande 
filósofo da linguagem Mikhail Bakhtin, cada ser 
humano é um texto? 
Pois é, o raciocínio desse filósofo russo 
faz sentido se pensarmos que quando estamos 
interagindo com outras pessoas, fazemos a “lei-
tura” da fisionomia, dos gestos, dos sentimentos 
e das emoções dessas pessoas enquanto elas 
também fazem a mesma leitura de nós, que es-
tamos interagindo com ela. 
As reflexões realizadas por esse filósofo podem ser percebidas em qualquer 
imagem ou fotografias do cotidiano das relações familiares, amorosas ou dos mais 
diversos tipos de trabalho. Somente para exemplificar, observe e analise as fisiono-
mias, os gestos, os sentimentos e as emoções expressas nos dois conjuntos de i-
magens a seguir: 
UNIDADE 01 
INTERAÇÃO E LINGUAGEM 
 
 
Fonte: https://www.pinterest.pt/pin/ 
465348573972414752/ 
Aulas 
01 E 02 
 
 
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Conjunto 1 de imagens (textos): 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
Conjunto 2 de imagens (textos): 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
Qual a leitura que você faz: 
 Do conjunto de imagens 1: 
___________________________________________________________________
___________________________________________________________________ 
 
Do conjunto de imagens 2: 
___________________________________________________________________
___________________________________________________________________ 
 
 
Fonte: delas.ig.com.br/amoresexo/2019-06-14/o-
corpo-conta-tudo-como-descobrir-uma-traicao-pela-
linguagem-corporal.html 
 
Fonte: https://bemestaresaude.org/ hipera-
cidez-corporal-a-causa-de-muitas-doencas/ 
 
Fonte: https://dozeroafluencia.com/blog/5-expressoes-
uteis-para-conversar-em-ingles/ 
 
Fonte: https://munzner.co/dedicar-sua-atencao-
ao-outro-pode-mover-montanhas/ 
 
 
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Após suas observações analíticas dos conjuntos de imagens anteriores, po-
demos afirmar que um texto se constitui por enunciados em múltiplas linguagens, 
dentre elas a linguagem escrita e, ainda, que um texto escrito em palavras não é 
apenas um aglomerado de palavras e sim forma de comunicação e interação huma-
na. 
Todo texto que comunica tem uma função social e estabelece interação entre 
interlocutores, ou seja, pessoas envolvidas no processo de comunicação, e se reali-
za através da linguagem que se manifesta por meio de uma infinidade de gêneros 
textuais como: conversas entre amigos, conversas pelo whattapp, notícias, cartazes, 
e-mail, propagandas, ofícios, discursos, manifestos, palestras, certidões, atestados, 
aulas virtuais, declarações e assim por diante, uma vez que os gêneros textuais são 
incontáveis, pois são criados ou evoluem de acordo com a necessidade de seus u-
suários. A carta e o e-mail ilustram nossa afirmação, pois o e-mail é a evolução da 
carta que surge junto com as novas tecnologias. 
As múltiplas formas de linguagem se manifestam nos múltiplos tipos e gêne-
ros textuais. As características dos textos de linguagem escrita se diferem das carac-
terísticas dos textos com uso de linguagem oral que, por sua vez, se diferem dos 
textos com uso de linguagem não verbal. Vejamos os textos a seguir: 
Ao final de cada um deles, você deverá identificar e escrever a característica 
principal da linguagem usada no texto. 
 
 
TEXTO I 
 
UM HOMEM DE CONSCIÊNCIA 
 
 Chamava-se João Teodoro, só. O mais pacato e modesto dos homens. 
Honestíssimo e lealíssimo, com um defeito apenas: não dar o mínimo valor a si pró-
prio. Para João Teodoro, a coisa de menos importância no mundo era João Teodo-
ro. 
 Nunca fora nada na vida, nem admitia a hipótese de vir a ser alguma coi-
sa. E por muito tempo não quis nem sequer o que todos queriam: mudar-se para 
terra melhor. 
 
 
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 Mas João Teodoro acompanhava com aperto de coração o desapareci-
mento visível de sua Itaoca. 
 – Isto já foi muito melhor, dizia consigo. Já teve três médicos bem bons – 
agora só um, e bem ruinzote. Já teve seis advogados e hoje mal dá serviço para um 
rábula ordinário como o Tenório. Nem circo de cavalinhos bate mais por aqui. A gen-
te que presta se muda. Fica o restolho. Decididamente, a minha Itaoca está se aca-
bando…(personagem) 
 João Teodoro entrou a incubar a ideia de também mudar-se, mas para is-
so necessitava dum fato qualquer que o convencesse de maneira absoluta de que 
Itaoca não tinha mesmo conserto ou arranjo possível. 
Um dia aconteceu a grande novidade: a nomeação de João Teodoro para de-
legado. Nosso homem recebeu a notícia como se fosse uma porretada no crânio. 
Delegado, ele! Ele que não era nada, nunca fora nada, não queria ser nada, não se 
julgava capaz de nada… 
 Ser delegado numa cidadezinha daquelas é coisa seríssima. Não há cargo 
mais importante. É o homem que prende os outros, que solta, que manda dar sovas, 
que vai à capital falar com o governo. Uma coisa colossal ser delegado – e estava 
ele, João Teodoro, de-le-ga-do de Itaoca! 
 João Teodoro caiu em meditação profunda. Passou a noite em claro, pen-
sando e arrumando as malas. Pela madrugada, botou-as num burro, montou no seu 
cavalinho magro e partiu. 
 Antes de deixar a cidade, foi visto por um amigo madrugador. 
 – Que é isso, João? Para onde se atira tão cedo, assim de armas e baga-
gens? 
 – Vou-me embora, respondeu o retirante. Verifiquei que Itaoca chegou 
mesmo ao fim. 
 – Mas como? Agora que você está delegado? 
 – Justamente por isso. Terra em que João Teodoro chega a delegado, eu 
não moro. Adeus. 
 E sumiu. 
 
(Monteiro Lobato, CIDADES MORTAS. 12
a
 Edição. São Paulo, Editora Brasiliense, 1965) 
Disponível em: https://revista.uniabeu.edu.br/index.php/RE/article/view/390 acesso fev. 2020 
 
 
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Qual a principal característica da linguagem do texto 1: ________________________________________________________________________________________ 
 
 
TEXTO II 
 
 Casa mal assombrada? 
 [...] então uma noite nós fomos ao chiqueiro que fica perto desta fazen-
da e escureceu muito rapidamente porque estava ameaçando chuva... então o ne-
gócio era o seguinte... nós não vamos passar perto da casa velha... sim... nós va-
mos passar perto da casa velha... absolutamente não tem perigo.... está bom... e foi 
aquela coisa... uma pilha de crianças... sete crianças... eu e mais duas moças: va-
mos passar em frente da casa velha... e passamos... aí: vamos entrar? Vamos en-
trar... e entramos... as crianças... apavoradas... mas ninguém com coragem de de-
monstrar... nós não tínhamos nada... bom... começou realmente a chover porque 
estava ameaçando chover e um vento... sabe dessas coisas de cinema... aquele 
Morro dos ventos uivantes... o vento batendo... as janelas batendo... aquela coisa 
toda... aí nós ficamos meio assim... vamos esperar passar a chuva... não sei mais o 
quê... está bom... aí sentamos no chão... ficamos contando histórias pras crianças... 
brincando... de repente... nós escutamos um barulho... mas uma coisa assim... nós 
nos olhamos nos entreolhamos... e... alguém tem que saber por que está havendo... 
né... porque o barulho não é normal... aí fomos ver... as três juntas de mãos dadas... 
pálidas... brancas... só faltava os cabelos estarem eriçados... disfarçando pras crian-
ças... dois cavalos entraram dentro da casa e começaram a... a ficar... ficaram de-
sesperados... estavam presos... né? Mas faziam um barulho ensurdecedor... mas 
não foi nada de mais não... deu susto... deu... 
CALLOU, Dinah; LOPES, Célia R. (org.). A linguagem falada culta na cidade do Rio de Janei-
ro. Rio de Janeiro: UFRJ/Capes, 1993. P. 52-3. (Fragmento). 
 
 
Qual a principal característica da linguagem do texto II: ______________________ 
__________________________________________________________________ 
 
 
 
 
 
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TEXTO III 
 
Fonte: https://www.seton.com.br/pictograma-simbolo-proibido-fumar.html acesso em fev. 2020 
. 
Qual a principal característica da linguagem do texto III: ______________________ 
___________________________________________________________________ 
 
TEXTO IV 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
Fonte: https://www.seton.com.br/pictograma-simbolo-proibido-fumar.html acesso em fev. 2020 
 
Qual a principal característica da linguagem do texto IV: ______________________ 
___________________________________________________________________ 
 
 
 
 
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Agora continue a ler o texto a seguir e confira as respostas que escreveu aci-
ma. 
A leitura dos Textos I, II, III e IV nos possibilita fazer algumas distinções nes-
tes quatro gêneros textuais, apresentam objetivos comunicativos em tipos de lingua-
gens diferentes. O texto I apresenta características de linguagem escrita enquanto o 
texto II apresenta predominantemente características da linguagem oral. 
A linguagem oral se distingue da linguagem escrita porque naquela o contexto 
no qual ocorre a interlocução é comum aos falantes, permitindo desta forma, inter-
rupções – marcadas no texto II pelas reticências-, por repetições e por expressões 
próprias da linguagem oral como mostra o fragmento a seguir do texto II: “dois cava-
los entraram dentro da casa e começaram a... a ficar... ficaram desesperados... es-
tavam presos... né?” 
Na linguagem escrita, no entanto, é preciso usar outros recursos linguísticos 
para permitir que o texto seja compreendido como, por exemplo, a pontuação que 
indica a fala de personagens, presente no fragmento do texto I: “– Justamente por 
isso. Terra em que João Teodoro chega a delegado, eu não moro. Adeus.” 
Portanto é possível afirmar que o texto I é predominante da linguagem escrita 
e que o texto II é predominantemente da linguagem oral. 
No texto III temos uma linguagem não-verbal, isto é, a comunicação se realiza 
através imagem na qual está explícito que naquele é proibido fumar e no texto IV 
temos um texto misto com linguagem verbal e não-verbal, isto é texto com palavras 
e imagem. 
Nota-se que cada um dos textos traz características singulares que atenderão 
ao propósito comunicativo. O texto I conta a história de um homem simples, por meio 
de um texto escrito, o texto II conta uma história cujos interlocutores estão frente a 
frente. O texto III comunica através de uma linguagem não-verbal, ou seja, usa um 
símbolo, que representa algo abstrato, cujos interlocutores entendem seu significado 
e o texto IV, um texto misto, ou seja, utiliza uma linguagem que mescla símbolo e 
texto escrito. 
 
 
 
 
 
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CONCLUINDO A NOSSA AULA... 
A comunicação humana é a manifestação do pensamento que se concretiza 
por meio da linguagem em um ato social e que envolve interlocutores. Assim, por 
meio da linguagem, materializada em alguma forma textual cujo sentido é construído 
por seus interlocutores, interagimos com o outro. 
Portanto nos comunicamos através de gêneros textuais que são textos pre-
sentes em nossa vida diária que concretizam as relações humanas e apresentam 
características definidas para atender o propósito da comunicação. Na definição de 
Luiz Antônio Marcuschi gêneros textuais, 
 
“são textos que encontramos em nossa vida diária e que apresentam pa-
drões socio-comunicativos característicos definidos por composições fun-
cionais, objetivos enunciativos e estilos concretamente realizados de forças 
históricas, sociais, institucionais e técnicas.” (MARCUSCHI, 2018) 
 
No entanto, que cada gênero textual traz consigo particularidades pertinentes 
ao processo de comunicação em curso, ou seja, um e-mail escrito para um familiar 
será diferente de um e-mail escrito para um cliente da empresa, isto é, a linguagem 
usada naquele será mais informal que neste. 
Portanto cada gênero textual terá o efeito desejado, no processo de comuni-
cação, se seus elementos constituintes estiverem de acordo com o propósito de co-
municação.