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Prof. Me. Maurício Cassar UNIDADE II Gestão Estratégica da Qualidade e de Processos A administração estratégica é um processo que consiste no conjunto de decisões e ações que visam proporcionar uma adequação competitivamente superior entre a organização e seu ambiente, de forma a permitir que ela alcance seus objetivos. (SOBRAL; PECI, 2013, pp. 205-206). A estratégia está intrinsecamente relacionada com competição. Qualquer empresa pode atuar em um mercado sem competição, mas diante da competição são necessárias ações que a diferencie de seus rivais, obtendo vantagens para que consiga sobreviver. A estratégia se refere ao caminho que a organização segue para conseguir sobreviver. É uma busca deliberada por um plano de ação que permita desenvolver, e continuamente ajustar, vantagens competitivas sobre seus concorrentes. A essência de sua formulação consiste em escolher como a organização pretende ser diferente. (SOBRAL; PECI, 2013, p. 206). Gestão Estratégica da Qualidade A estratégia necessariamente muda com o tempo para se adequar às condições ambientais – o ambiente muda e as necessidades também, tanto de clientes quanto de empresários, colaboradores, parceiros e demais partes interessadas. Para permanecerem competitivas, as organizações devem ser capazes de oferecer, de forma sustentável, mais valor a seus clientes do que os concorrentes. Planejamento estratégico é, então, um processo formal de determinação de objetivos e metas básicas de longo prazo de uma empresa e adoção de planos de ações que envolvem tarefas, atividades, métodos, recursos, responsabilidades e controles, organizados e dirigidos para alcançar esses objetivos. (SOBRAL; PECI, 2013). Administração e planejamento estratégico A principal fonte de desempenho superior é a capacidade de oferecer valor para o cliente. O processo de administração estratégica Fonte: Adaptado de: Sobral; Peci (2013). Propósito da organização – sua razão de existência Diretrizes organizacionais VISÃO DE FUTURO NEGÓCIO E MISSÃO VALORES ORGANIZACIONAIS (fundamentos da excelência da gestão) Análise ambiental Análise interna Diagnóstico da situação atual Formulação estratégica Implementação estratégica Controle estratégico A elaboração do planejamento estratégico se inicia com a revisão dos propósitos e objetivos da organização. Esta é uma atividade de responsabilidade da alta administração que deve engajar os colaboradores no processo. Para definir objetivos e direcionamento estratégico, é necessário realizar a análise do ambiente organizacional e seus elementos do ambiente externo e interno à organização. A obtenção de informações úteis para o direcionamento estratégico pode ser realizada através de análise Pestal, ferramenta de gestão que sistematiza a avaliação de elementos do ambiente externo. Análise do ambiente organizacional P – políticos E – econômicos S – sociais e culturais T – tecnológicos A – ambientais L – legais Pestal: análise do ambiente organizacional. Modelo de análise a partir dos fatores básicos descritos na figura. Obs.: uma análise do ambiente internacional pode possuir outros elementos, diante da complexidade das relações internacionais. Análise do ambiente global – em busca de oportunidades e ameaças Fonte: Adaptado de: https://rls50.com/blogb50/analise-/pestal/ P • Políticas Governamentais • Eleições e tendências • Mudança de Governo • Políticas de Negociação • Financiamentos, Bolsas e Incentivos • Guerras, Terrorismo e Conflitos • Problemas Políticos Internos • Relações Entre Países • Corrupção E • Economia Local • Tributação • Inflação • Juros • Tendências Econômicas • Problemas Sazonais • Crescimento da Industria • Taxas lmport. e Exportação • Comércio Internacional • Taxas de Câmbio Internacional S • Taxa Crescimento • Mudança de Gerações • Tendência Estilo de Vida • Tabus Culturais • Atitude e Opiniões Consumidores • Problemas Éticos T • Tecnologias Emergentes • Maturidade Tecnológica • Legislação Tecnologia • Pesquisa e Inovação • Tecnologia da Concorrência • Propriedade Intelectual A • Regulamentação Ambiental • Redução de Carbono • Sustentabilidade • Gestão de Resíduos • Poluição L • Legislação em Vigor • Legislação Futura • Legislação Internacional • Órgãos e Processos Regulatórios • Lei Trabalhista • Proteção do Consumidor • Normas de Saúde e Segurança • Regulamentos Fiscais • Normas Específicas da Industria A partir da análise do ambiente externo, definimos prioridades entre os diferentes fatores relevantes para a construção da matriz SWOT, ferramenta utilizada para estabelecer o direcionamento estratégico da organização e auxiliar na definição dos desdobramentos da estratégia organizacional para as diferentes áreas funcionais. Para a análise do ambiente interno, as organizações podem se utilizar de diferentes metodologias. O uso de conjunto de reuniões estruturado da base para o topo da organização permite o engajamento de todas as equipes e a identificação de fortalezas e oportunidades de melhoria nas áreas organizacionais e seus processos. Administração estratégica e planejamento estratégico A organização deve realizar a análise dos elementos dos ambientes externo e interno para definir suas oportunidades e ameaças, seus pontos fortes e fracos e a partir dai definir como irá alocar seus recursos na busca dos melhores resultados em função do potencial que a organização possui. Este direcionamento estratégico geralmente é estabelecido através do alinhamento a oportunidades identificadas. Assinale a alternativa que indica corretamente uma oportunidade para a organização. a) As competências que a organização possui através de sua força de trabalho. b) A elevada qualidade de seus produtos. c) Problemas de qualidade em produtos da concorrência, noticiados pela mídia. d) A instabilidade da demanda pelo produto da empresa. e) Orçamento insuficiente para fazer frente aos gastos da organização. Interatividade A organização deve realizar a análise dos elementos dos ambientes externo e interno para definir suas oportunidades e ameaças, seus pontos fortes e fracos e a partir dai definir como irá alocar seus recursos na busca dos melhores resultados em função do potencial que a organização possui. Este direcionamento estratégico geralmente é estabelecido através do alinhamento a oportunidades identificadas. Assinale a alternativa que indica corretamente uma oportunidade para a organização. a) As competências que a organização possui através de sua força de trabalho. b) A elevada qualidade de seus produtos. c) Problemas de qualidade em produtos da concorrência, noticiados pela mídia. d) A instabilidade da demanda pelo produto da empresa. e) Orçamento insuficiente para fazer frente aos gastos da organização. Resposta Modelo de análise das forças competitivas que atuam em um determinado setor de um mercado. Leva em consideração a capacidade de obter e manter a lucratividade em um setor econômico de um determinado mercado, a partir da capacidade de atuação junto às cinco forças competitivas indicadas a seguir: Atratividade de mercado – as Cinco Forças de Porter Estrutura do mercado e rivalidade entre empresas existentes Ameaça de entrada de novos concorrentes Poder de barganha das empresas com os clientes Ameaça de surgimento de produtos substitutos Poder de barganha da empresa com os fornecedores Ferramenta administrativa usada para identificar oportunidades a serem exploradas pela organização, os recursos e potencialidades disponíveis para tal e os cuidados a serem tomados com ameaças e pontos fracos. A análise pode se dar a partir das características de cada área da empresa, pelos processos etc. Matriz SWOT (S) Strengths(Pontos Fortes) (O) Opportunities (Oportunidades) (T) Threats (Ameaças) (W) Weaknesses (Pontos Fracos) E X T E R N O I N T E R N O FAVORÁVEL DESFAVORÁVEL Porter (1991) propõe um conjunto de tipos de estratégias genéricas para a obtenção de vantagem competitiva na atuação em segmentos de mercado. Estas estratégias genéricas servem como referência para a elaboração das estratégias organizacionais e estratégias de marketing a serem aplicadas em situações específicas, como um determinado segmento selecionado no mercado de um país-alvo. A organização pode inclusive se utilizar da integração dessas estratégias, ampliando a abrangência do segmento-alvo. Estratégias de liderança em custo. Estratégias de foco em nichos de mercado específicos. Estratégia de diferenciação, com maior entrega de valor, personalização com preços e lucro mais elevado. Estratégias competitivas segundo Porter Organizações podem atuar em mercados não segmentados, geralmente por meio de produtos genéricos. A questão nesse caso é a baixa capacidade de defender o mercado diante de ataques de concorrentes com ofertas de valor mais específicas, em que os clientes identificam vantagens em relação ao genérico. Em função do direcionamento estratégico da organização, cabe à gestão da qualidade traduzir as estratégias organizacionais em estratégias (ações) específicas da área de qualidade, por meio da elaboração de planos de ações. Estratégias competitivas segundo Porter Escopo competitivo Custo do produto Valor percebido Alvo amplo Liderança em custo Diferenciação Alvo restrito Foco específico Oportunidades + pontos fortes possíveis direcionamentos estratégicos a serem adotados pela empresa como um todo. Definição de prioridade entre os diferentes fatores de análise (determina a importância de cada fator na avaliação do ambiente) análise GUT (gravidade, urgência e tendência) ou outra similar. Desdobramento das estratégias organizacionais para as diferentes áreas, processos ou unidades de negócios (em função da departamentalização utilizada pela empresa). Definição das estratégias para a qualidade alinhamento com as estratégias organizacionais. As estratégias da gestão da qualidade têm a peculiaridade de estarem disseminadas nos produtos e processos, nas funções organizacionais e na relação com parceiros e partes interessadas. Direcionamento estratégico Não existe administração sem controle. O que não se controla não se administra. Organização sem sistemas de controle é como um barco à deriva, sem saber para onde ir. Sistemas de controle e indicadores de desempenho são medidas e métodos utilizados para obter informações sobre o desempenho de produtos e processos da organização, avaliar a eficácia das atividades operacionais e gerenciais, além de monitorar as necessidades de partes interessadas. Os objetivos relacionados com a qualidade, alinhados ao direcionamento estratégico da organização, deverão dar origem a metas específicas para os processos da qualidade e suas atividades. As ações a serem realizadas devem ser definidas através de planos de ações, com metodologia determinada, responsabilidade, prazos, recursos e controle através de determinados indicadores. Objetivos e metas para a qualidade Desdobramento das estratégias da qualidade alinhadas à organização Analisar o ambiente e as condições organizacionais, bem como as características e resultados dos processos da qualidade. QUESTÕES DE PLANEJAMENTO ABORDAGEM DE DIAGNÓSTICO Onde estamos agora? Onde queremos chegar? Como sair daqui e chegar lá? Definir e formular a política geral, a missão e os objetivos da gestão da qualidade baseados nos desafios organizacionais. Definir as estratégias da qualidade, estabelecendo processos críticos e definindo os recursos necessários para concretizá-la. Analisar os resultados e promover ajustes, para manter-se permanentemente alinhado e contributivo com o direcionamento organizacional. Como fizemos? Onde estamos agora? Trilogia da qualidade de Juran Gestão da qualidade Planejamento da qualidade Controle da qualidade Implementação (melhoria) da qualidade Fonte: Juran; Godfrey (1998). Estabelecer metas de qualidade. Identificar quem são os clientes (conhecer e segmentar o mercado, definindo clientes-alvo). Determinar as necessidades dos clientes. Desenvolver atributos de produtos e serviços que atendam às necessidades dos clientes. Desenvolver processos capazes de disponibilizar os atributos desejados do produto. Estabelecer controles de processo. Transferir os planos para as forças operacionais. Processo de planejamento da qualidade Definir indicadores e ferramentas capazes de medir o desempenho de fatores críticos do produto e dos processos. Avaliar o desempenho real e sua tendência ao longo do tempo. Comparar o desempenho real com metas de qualidade previamente definidas a partir de benchmarking e demandas organizacionais oriundas do planejamento estratégico. Agir sobre possíveis diferenças observadas, identificando possíveis causas e promovendo melhorias em produtos e processos. Ferramentas de análise de problemas: brainstorming, Diagrama de Ishikawa (espinha de peixe/diagrama de causa e efeito); gráfico de Pareto; histograma; fluxograma; lista de verificação / checklist; gráfico de controle. Ferramentas para planejamento de soluções de problemas: 5W2H, Masp ou PDCA, PDCL (incorpora aprendizado / melhoria contínua ao PDCA), planos de ação. Processo de controle da qualidade Identificar necessidades/oportunidades de melhorias. Estabelecer a infraestrutura necessária e adequações em processos e produtos. Identificar as necessidades/oportunidades de melhorias. Estabelecer equipes de projeto. Fornecer às equipes recursos, treinamento e motivação para: Diagnosticar as causas; Definir propostas de melhorias através de planos de ação e suas metas; Estabelecer controles para gerenciar os resultados. Processo de implementação de melhorias da qualidade Entendemos como fatores críticos para processos de gestão da qualidade: a) Atividades e métricas cujos resultados impactam diretamente no valor entregue a clientes. b) O comportamento da liderança diante de seus subordinados em relação ao estilo de liderança praticado. c) Sugestões de melhorias de clientes obtidas através do SAC da empresa. d) As fontes de financiamento dos projetos da empresa. e) O desempenho de vendas dos produtos em cada canal de distribuição. Interatividade Entendemos como fatores críticos para processos de gestão da qualidade: a) Atividades e métricas cujos resultados impactam diretamente no valor entregue a clientes. b) O comportamento da liderança diante de seus subordinados em relação ao estilo de liderança praticado. c) Sugestões de melhorias de clientes obtidas através do SAC da empresa. d) As fontes de financiamento dos projetos da empresa. e) O desempenho de vendas dos produtos em cada canal de distribuição. Resposta A explosão do consumo trouxe consigo não apenas uma maior prosperidade para a sociedade, mas também uma variedade de questões éticas, ambientais e sociais que têm preocupado muitos consumidores. O efeito estufa, o desmatamento, a crise potencial de abastecimento de água no planeta, os desequilíbrios climáticos e a pandemia, por exemplo, tornaram o consumidor mais consciente e ativista. Nesse contexto de transformação, um novo tipo de consumidor passou a fazer parte do cenário mercadológico. Nomeado de várias formas (consumidor global, consumidor consciente, consumidor cidadão ou consumidor pós-moderno), esse novo consumidor, em essência, é um ser nitidamente diferente de seus predecessores. Podemos definir o consumidor da era digital como global, consciente, mais bem informado, participante de redes sociais, digital,individualista, envolvido, independente. Por outro lado, é inseguro diante da grande oferta de informações e possibilidades de escolha. A dinâmica da estratégia a partir das transformações nas razões do consumo Para conquistar e fidelizar o novo consumidor, a gestão da qualidade também precisa evoluir, sendo demandadas soluções e formas de atender o novo consumidor, além de novas maneiras de se relacionar com ele. Os novos consumidores Fonte: Adaptado de: Samara; Morsch (2005, p. 248). Velhos consumidores Novos consumidores Mais passivos e pouco empoderados Ativistas e mais empoderados Mais fiéis Menos fiéis Com tempo Sem tempo Predominantemente locais Locais e globais Procuram satisfazer necessidades Buscam experiências e satisfazer desejos Menos informados Bem informados Buscam conveniência Buscam autenticidade Sincronizados Individuais Conformistas Independentes Eventualmente envolvidos Constantemente envolvidos Fator motivador da decisão de compra do consumidor é a confiança conquistada pelo processo produtivo. Ou seja, o entendimento adequado sobre a forma de produção, sobre o processo produtivo e, por fim, a confiança nessas etapas da elaboração do produto ou serviço podem gerar a decisão de compra por parte do consumidor. Essa abordagem prioriza o processo produtivo e os aspectos a ele relacionados, como o atendimento a especificações básicas, as normas operacionais, os requisitos legais ou contratuais. A ênfase no processo requer normas e procedimentos operacionais e gerenciais específicos que garantam o desempenho dos produtos e processos da organização e, principalmente, a entrega de valor proposta. A percepção da qualidade do processo como percepção de valor A organização que conquista a confiança do consumidor por sensibilizá-lo pela qualidade do seu processo produtivo pressupõe uma estrutura interna ágil que assegure a continuidade das conquistas obtidas junto ao mercado. Enquanto no plano externo a organização tem que ser eficaz, obtendo resultados econômicos favoráveis, internamente há a necessidade de uma infraestrutura administrativa que promova a convergência de suas ações de forma coerente com as mutações ambientais. A abordagem de processos dos negócios constitui a área de maior ganho de eficiência por meio da melhoria da interface entre o nível estratégico e o nível operacional da empresa, bem como possibilita um incremento no âmbito da eficácia empresarial, na medida em que permite estruturar uma organização centrada no cliente e no mercado, com características de flexibilidade e adaptabilidade às novas situações, implantar mudanças e quebrar barreiras entre unidades organizacionais. A percepção da qualidade do processo como percepção de valor Se a primeira visão (processo) caracteriza o esforço inicial da organização, a segunda abordagem (produto) sinaliza para o primeiro movimento do consumidor em direção à seleção do que vai adquirir. O primeiro impulso de consumo é orientado pelas características que o consumidor vê no produto em si. Assim, é o impulso inicial que pode se desdobrar na análise dos itens que compõem o produto. Os aspectos que constituem a demanda de um produto, centrados na percepção inicial do consumidor, partem da avaliação das características que o produto apresenta. Logo a seguir o consumidor começa a comparar o produto com ofertas similares existentes no mercado – daí a importância de atributos distintivos. Há um comportamento evidenciado pelo consumidor que está diretamente relacionado ao conceito de posicionamento, que pode ser da marca, da empresa ou do produto. O posicionamento não é o que você faz com o produto, mas o que você faz na mente do cliente. A percepção da qualidade do produto como fator de decisão de compra Posicionamento e qualidade Fonte: http://lounge.obviousmag.org/ide ias_de_guerrilha/2016/07/o- significado-por-tras-de-30- marcas-famosas.html Fonte: https://www.dinheirovivo.pt/empresas/estas-marcas- famosas-podem-estar-em-risco-12800083.html Fonte: http://manualdemarcas.inpi.go v.br/projects/manual/wiki/02_ O_que_%C3%A9_marca Fonte: https://123marcas.com.br/esp/2017/04/20/tudo- sobre-marcas-nominativas-marcas-figurativas-marcas- mistas-marcas-tridimensional/ Valor é algo que é objeto de uma experiência, de uma vivência, de uma observação, de necessidade atendida. Todos nós valoramos e não podemos deixar de valorar. Não é possível a vida sem proferirmos constantemente juízos de valor. É da essência do ser humano conhecer e querer, tanto como valorar. E até, se pretendermos ver na vontade o centro da gravidade da natureza humana, mais uma razão para afirmar que o valorar pertence a essência do homem. Todo querer, com efeito, pressupõe um valorar. Nada podemos querer senão aquilo que de qualquer maneira nos pareça valioso e como tal digno de ser desejado (HESSEN,1946, p. 36). Cada cultura possui valores, ou seja, uma categoria geral de objetivos que muitos membros de uma sociedade procuram alcançar. Tais valores representam um dos aspectos culturais que mais influenciam no desenvolvimento das características individuais. O valor como fator de percepção da qualidade e decisão de compra Uma decorrência está na constatação de que preço e qualidade não são elementos inteiramente distintos e independentes entre si, ou mesmo antagônicos, mas partes de um mesmo todo. São conceitos com origens diferentes: preço é uma função de mercado e custo uma função de produção; mas têm fins comuns: reduzem-se custos para gerar produtos baratos, ou aumentam-se custos por agregar elementos que podem incrementar o consumo ou ampliar as faixas de mercado nas quais a organização atua. Assim, o preço integra a adequação ao uso, criando uma nova dimensão, os chamados níveis de aceitação do preço. Essa análise determina limites de concordância que geram um determinado intervalo. No extremo superior, o consumidor se dispõe a pagar até determinado preço por um produto, não indo além disso ainda que haja benefícios durante seu uso. No extremo inferior do intervalo, estão os produtos excessivamente baratos, que geram desconfiança. O valor como fator de percepção da qualidade e decisão de compra O processo de decisão de compra do consumidor se inicia com o reconhecimento de uma necessidade (ou problema), isto é, o consumidor sente a diferença entre o seu estado atual e algum estado desejado. O reconhecimento da necessidade ou desejo a ser satisfeito desencadeia o processo de sua satisfação (a compra ou uso de um bem ou serviço para atingir o estado de equilíbrio desejado). O reconhecimento do problema pode ocorrer por meio de um estímulo interno ou externo. Considerando que os estímulos internos são estados percebidos de desconforto físico ou psicológico (como fome ou aborrecimento, por exemplo) e que os estímulos externos são sugestões do mercado e do ambiente que levam o consumidor a conscientizar-se do problema (as redes sociais, por exemplo). A imagem e a marca: uma abordagem emocional da qualidade A entrada no processo decisório por reconhecimento de uma necessidade funcional tem importância consideravelmente maior para os consumidores. Uma necessidade funcional surge quando o consumidor está em busca de uma solução para uma exigência específica e geralmente mais importante. A necessidade de transporte (um automóvel), de um ambiente mais confortável (móveis e aparelhos domésticos) ou de roupas exemplifica essa categoria. #funcionalidade_$$ A entrada do consumidor em um processo decisório motivado pelo reconhecimento de uma necessidade emocional constitui um desafio para os estrategistas da gestão da qualidade. Tais necessidades podem se manifestar no desejo por uma ampla gama de produtos, uma vez que osconsumidores costumam buscar a satisfação de necessidades emocionais como status, prestígio, conquista ou uma sensação de pertencimento em produtos de escolha de compra e especialidades caras. #desejo_status_reconhecimento_$$$$ A imagem e a marca: uma abordagem emocional da qualidade Para Deming (1990), o mais importante é o princípio de que o objetivo das pesquisas de mercado é atender às necessidades dos consumidores, seus desejos e criar produtos e serviços que lhes propiciem uma vida melhor no futuro. Um segundo princípio, para ele, é que ninguém pode adivinhar o prejuízo futuro de um negócio, prejuízo esse gerado por um cliente insatisfeito. O custo de substituição de um item defeituoso na linha de produção é relativamente fácil de ser estimado, mas o custo de um item defeituoso que é entregue a um cliente desafia qualquer medida. “Um cliente insatisfeito não reclama: ele apenas muda de fornecedor” (DEMING, 1990, p. 130). A visão do usuário: foco no consumidor Em relação à fidelidade e satisfação do cliente, podemos apontar as seguintes situações: O consumidor fica insatisfeito com o produto, e deixa de comprá-lo no futuro (consumidor insatisfeito). O consumidor fica satisfeito com o produto e pode ser que volte a comprar outro da mesma marca (consumidor satisfeito). O produto supera as expectativas do consumidor e, então, ele voltará a comprar outros da mesma marca (consumidor encantado – agiliza a fidelização). A visão do usuário Podemos observar que um comportamento do consumidor parece evidente: ele associa suas necessidades ou suas características pessoais a itens que o produto deve portar. Além disso, ele seleciona produtos adequados a essas prioridades, o que favorece a fixação de uma política da qualidade que pode, por exemplo, levar a organização a oferecer produtos que cubram toda uma gama de demandas. Nesse caso, estamos nos referindo a um comportamento do consumidor que se traduz em: a) Foco no consumidor e sua visão de usuário. b) Foco na percepção de qualidade do produto. c) Foco na qualidade do processo de produção. d) Foco na imagem e na marca. e) Foco no preço do produto. Interatividade Podemos observar que um comportamento do consumidor parece evidente: ele associa suas necessidades ou suas características pessoais a itens que o produto deve portar. Além disso, ele seleciona produtos adequados a essas prioridades, o que favorece a fixação de uma política da qualidade que pode, por exemplo, levar a organização a oferecer produtos que cubram toda uma gama de demandas. Nesse caso, estamos nos referindo a um comportamento do consumidor que se traduz em: a) Foco no consumidor e sua visão de usuário. b) Foco na percepção de qualidade do produto. c) Foco na qualidade do processo de produção. d) Foco na imagem e na marca. e) Foco no preço do produto. Resposta Projeto pode ser definido como um empreendimento temporário que visa a um objetivo particular, com início e fim definidos, que demanda planejamento e controle, com desenvolvimento realizado em etapas, por pessoas e com recursos limitados. Identificamos a abrangência da qualidade total, partindo da etapa da elaboração do projeto do produto e do processo produtivo que entrega como resultado a percepção satisfatória do consumidor em relação aos respectivos produtos ou serviços. A gestão de projetos não é mais percebida como um sistema de interesse exclusivo do plano interno das organizações; trata-se agora de uma arma competitiva que representa níveis crescentes de qualidade e que agrega valor aos interesses dos clientes. A qualidade do projeto ao produto O cliente, quando vê o produto ou toma o serviço pela primeira vez, normalmente faz uma avaliação global do produto ou serviço, considerando seus aspectos mais gerais, como o design e sua apresentação física. Ele observa as características básicas do produto, na sua forma de apresentação e os aspectos externos que mais impressionam. A qualidade de projeto nada mais é do que a expressão concreta da concepção do produto. Assim, intimamente associado ao projeto do produto, encontra-se o modelo de operacionalização do processo produtivo, que viabilizou o projeto originalmente formulado. Podemos observar a existência de dois conceitos críticos para a produção da qualidade: o da qualidade de projeto e o da qualidade da produção. Em seu conjunto, esses conceitos abrangem a avaliação global do produto, que parte exatamente da visão integral que o consumidor tem do bem ou do serviço que ele pensa em adquirir. Qualidade do projeto ao produto O conceito técnico de projeto é simples: trata-se da transformação dos requisitos da qualidade, definidos pelo consumidor, em especificações de produto. Assim, a primeira missão de quem projeta é entender o que quer o mercado, ou seja, quais atributos são valorizados pelos clientes. Para avaliar o grau de sucesso do projeto, é preciso verificar se a necessidade ou interesse do cliente foram atendidos. Em geral, isso significa fornecer o produto dentro dos requisitos definidos pelo cliente, do prazo planejado e do orçamento definido. A organização precisa dominar a metodologia e as ferramentas de gestão de projetos, aplicando-a à concepção de produtos e de processos de transformação e geração de valor. A gestão da qualidade objetiva, portanto, visa gerar produtos e serviços adequados ao uso, mesmo que o consumidor ainda não tenha consciência da necessidade (ou do desejo) ou, enfim, alguma razão prática que o levará a adquirir o produto ou contratar o serviço. A gestão de projetos como base estruturante da qualidade total Fazer um bom planejamento, avaliar os recursos aplicados, o tempo estimado e prever os possíveis riscos são ações necessárias para a elaboração de um bom projeto. O Project Management Institute (PMI) desenvolveu um guia mundialmente conhecido que serve como referência para os gestores na elaboração e análise de projetos: o guia PMBOK. Um projeto adequado, com foco definido, planejamento de recursos (inclusive orçamentários e temporais) é condição básica para o desenvolvimento de produtos e serviços com qualidade e sistemas de transformação aptos a desenvolver excelência na gestão. No início do projeto, busca-se obter junto ao cliente os requisitos em relação ao produto: atributos básicos, atributos de desempenho e atributos de encantamento (desenvolvimento da percepção de qualidade por diferenciação, exclusividade, inovação etc.). Gestão de projetos Afinal, o que é um projeto? Projeto é uma mobilização específica e temporária de recursos com a finalidade de criar valor contextualizado – que pode ser um produto ou serviço distintivos. O resultado é uma proposta de valor diferenciada. Tem início e fim bem definidos. Fonte: Autoria própria. A realização de um projeto segue um roteiro definido (um processo) com atividades estruturadas que agregam valor ao resultado final do projeto. Processos de iniciação: onde são identificadas as partes interessadas e definidos seus requisitos; Processos de planejamento: definem o escopo, o processo a ser realizado e suas atividades, estimam os recursos necessários e os custos, desenvolvem cronograma, orçamento, preparam os colaboradores, planejam a qualidade, as comunicações e o sistema de gestão; Processos de execução: gerenciam a execução, expectativas das partes interessadas e a equipe do projeto; Processos de monitoramento e controle: desenvolvem os sistemas de controle e indicadores de desempenho e executam os controles, apontando desvios e monitorando riscos; Processos de encerramento: encerram as atividades e avaliam os resultados. O fluxo do projeto O risco do projeto é um evento ou condição de incerteza que, se ocorrer, terá um efeito positivo ou negativo sobre, pelo menos, um objetivo do projeto, como tempo, custo,escopo ou qualidade. Avaliar riscos pressupõe a definição de grau de importância das atividades ligadas ao risco (críticas, estratégicas, apoio, gerenciais e operacionais). É importante definir quais são os riscos do projeto, avaliá-los qualitativa e quantitativamente, definir mecanismos para mitigação dos riscos e sistemas de controle para monitoramento das situações de risco. Risco em projetos Como consequência de uma determinada causa de risco, um evento incerto poderá ocorrer, o que poderá conduzir a um possível efeito que poderá ser positivo ou negativo. Caso isso ocorra, a mitigação do risco deverá ser feita segundo um plano definido. Auxilia a identificar riscos comuns. As probabilidades são aplicadas aos riscos, não às atividades Possibilita a simulação por categorias e tipos de riscos Categorização dos principais tipos de riscos Partes interessadas do projeto Interveniente Descrição Patrocinadores Quem está patrocinando o projeto. Diretores da empresa Fazem parte da direção da empresa. Clientes Destinatários do resultado do projeto. Funcionários Colaboradores da empresa. Equipe do projeto Colaboradores da equipe de projetos. Órgãos anuentes Entidade responsável por autorizar e fiscalizar as normas e ordenamentos legais. Fornecedores Fornecem insumos para o projeto. Fonte: Autoria própria. A qualidade de projeto cria uma relação entre o produto e o segmento de mercado ao qual ele se destina. Já a viabilização prática do projeto, ou seja, a transformação do projeto em produto, é analisada no contexto da qualidade de conformação (JURAN, 2004). A qualidade de conformação é definida pelo esforço de viabilização do produto segundo as especificações do projeto e pela busca do atendimento preciso a todas as exigências contidas no projeto. A qualidade de conformação é avaliada pelo grau de fidelidade com que o produto fabricado atende aos parâmetros do projeto e consequentemente aos requisitos do cliente. A qualidade de conformação, consequentemente, resulta do gerenciamento de desvios que o processo produtivo gera em relação ao projeto original, sendo a fórmula para esse tipo de gestão o controle de variações. Transformação de projeto em produto – qualidade da conformação Avalie os itens a seguir sobre os riscos de um projeto. I. O risco do projeto é um evento ou condição de incerteza que, se ocorrer, terá um efeito positivo ou negativo exclusivamente sobre o custo do projeto. II. Avaliar o risco pressupõe a definição de graus de importância das atividades ligadas a esse risco (críticas, estratégicas, de apoio, gerenciais e operacionais). III. É importante definir quais são os riscos do projeto, avalia-los qualitativa e quantitativamente, definir mecanismos para mitigação de tais riscos e sistemas de controle para monitoramento das situações de risco. Está correto o que se afirma em: a) I e II, apenas. b) II e III, apenas. c) I e III, apenas. d) III, apenas. e) I, II e III. Interatividade Avalie os itens a seguir sobre os riscos de um projeto. I. O risco do projeto é um evento ou condição de incerteza que, se ocorrer, terá um efeito positivo ou negativo exclusivamente sobre o custo do projeto. II. Avaliar o risco pressupõe a definição de graus de importância das atividades ligadas a esse risco (críticas, estratégicas, de apoio, gerenciais e operacionais). III. É importante definir quais são os riscos do projeto, avalia-los qualitativa e quantitativamente, definir mecanismos para mitigação de tais riscos e sistemas de controle para monitoramento das situações de risco. Está correto o que se afirma em: a) I e II, apenas. b) II e III, apenas. c) I e III, apenas. d) III, apenas. e) I, II e III. Resposta DEMING. W. E. Qualidade: a revolução da administração. Rio de Janeiro: Saraiva, 1990. HESSEN, J. Filosofia dos valores. São Paulo: Saraiva, 1946. JURAN, J. M. A qualidade desde o projeto: os novos passos para o planejamento da qualidade em produtos e serviços. São Paulo: Pioneira Thomson, 2004. SAMARA, B. S.; MORSCH, M. A. Comportamento do consumidor: conceitos e casos. São Paulo: Prentice Hall, 2005. SOBRAL, F. PECI, A. Administração: teoria e prática no contexto brasileiro. 2. ed. São Paulo: Pearson Education do Brasil, 2013. Referências ATÉ A PRÓXIMA!
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