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Aluna: Isabella do Socorro Neves Mergulhão ELEMENTOS DO SES O sistema de esgoto sanitário, segundo a NBR 9648/1986, é o “conjunto de condutos, instalações e equipamentos destinados a coletar, transportar, condicionar e encaminhar, somente esgoto sanitário, a uma disposição final conveniente, de modo contínuo e higienicamente seguro”. As principais finalidades, na implantação de sistema de esgoto sanitário numa cidade, relacionam-se a três aspectos: higiênico, social e econômico. Do ponto de vista higiênico, o objetivo é a prevenção, o controle e a erradicação das muitas doenças de veiculação hídrica. Nesse sentido, o sistema promove o tratamento do efluente a ser lançado nos corpos receptores naturais, de maneira rápida e segura. Sob o aspecto social, o objetivo visa à melhoria da qualidade de vida da população, pela eliminação de odores desagradáveis, repugnantes e que prejudicam o aspecto visual, a estética, bem como a recuperação das coleções de água naturais e de suas margens para a prática recreativa, esportes e lazer. Do ponto de vista econômico, o objetivo envolve questões como o aumento da produtividade geral, em particular das produtividades industrial e agropastoril, devido à melhoria ambiental, tanto urbana como rural, à proteção aos rebanhos e à maior produtividade dos trabalhadores. Também as questões ecológicas relativas à fauna e à flora terrestre ou aquática refletem-se na economia de modo geral, pela preservação dos recursos hídricos e das terras marginais a jusante, considerados os usos econômicos da água: irrigação, geração de energia, etc. Quanto às partes do sistema, tem-se a rede coletora, os interceptores e emissários, os sifões invertidos e passagens forçadas, as estações elevatórias de esgoto (EEE), a estação de tratamento de esgoto (ETE) e o corpo receptor. A rede coletora é constituída por ligações prediais, coletores de esgoto e os órgãos acessórios. A ligação predial é o trecho do coletor predial compreendido entre o limite do terreno e o coletor de esgoto. O coletor de esgoto é a tubulação da rede coletora que recebe contribuição de esgoto dos coletores prediais em qualquer ponto ao longo de seu comprimento. O coletor principal é o coletor de esgoto de maior extensão dentro de uma mesma bacia. O coletor tronco é a tubulação da rede coletora que recebe apenas contribuição de esgoto de outros coletores. O coletor predial é o trecho de tubulação da instalação predial de esgoto compreendido entre a última inserção das tubulações que recebem efluentes de aparelhos sanitários e o coletor de esgoto. Finalizando, os órgãos acessórios são dispositivos fixos desprovidos de equipamentos mecânicos, como poço de visita (PV), terminal de limpeza (TL), caixa de passagem (CP), tubo de inspeção e limpeza (TIL), etc. Interceptor, de acordo com a NBR 12207/1989, é uma “canalização cuja função precípua é receber e transportar o esgoto sanitário coletado, caracterizado pela defasagem das contribuições, da qual resulta o amortecimento das vazões máximas”. O emissário é definido simplesmente como a tubulação que recebe as contribuições de esgoto exclusivamente na extremidade montante. As estações elevatórias são unidades responsáveis por bombear os esgotos para um nível mais elevado, quando as profundidades das tubulações tornam-se demasiadamente elevadas e estações de tratamento são unidades responsáveis por remover os poluentes dos esgotos antes do lançamento dele no corpo d’água. COLETA DE ESGOTO SANITÁRIO As tubulações que recebem e transportam o esgoto, do coletor predial até a unidade de tratamento ou de destino final formam a unidade de coleta de esgoto sanitário. Sendo o coletor predial o conjunto de tubulações, conexões e dispositivos destinados ao escoamento do esgoto do imóvel até a rede coletora. De acordo com a NBR 9649/1986, considera-se ligação predial o trecho do coletor predial compreendido entre o limite do terreno e a rede coletora de esgoto e ela deve ter rápido escoamento do esgoto, não ter vazamento de esgoto e saída de gases, não acumular e reter sólidos, não ter passagem de animais, possibilitar a inspeção e desobstrução em toda a instalação e não prejudicar a qualidade da água de abastecimento em nenhuma hipótese. Em relação aos tipos de coleta de esgoto tem-se duas opções: a convencional e a condominial. A coleta convencional é a mais utilizada, localizada em área pública e constituída por coletor predial, secundário, primário e interceptor. Por meio de tubulações e conexões os esgotos são conduzidos por gravidade dos pontos mais altos para os pontos mais baixos da rede. Os secundários recebem a contribuição de esgoto sanitário das ligações prediais em qualquer ponto da extensão deles. Os primários são tubulações que podem receber e transportar contribuições de esgoto de ligações prediais e de coletores secundários, geralmente instalados na rua. O interceptor recebe e transporta o esgoto dos coletores primários da bacia de esgotamento até a estação elevatória ou de tratamento. Por último, o emissário é o conduto que transporta o esgoto (tratado ou não) até o destino final. No início e no final de cada trecho do coletor são instalados dispositivos acessórios destinados a facilitar a inspeção e limpeza dos coletores. São eles: poço de visita (PV - possibilita o acesso de pessoas e equipamentos para a realização de inspeção, desobstrução e limpeza do coletor), terminal de limpeza (TL - destinado à introdução de equipamentos de desobstrução e limpeza dos coletores, recomendado apenas nos trechos de montante), caixa de passagem (CP - utilizada apenas em casos de necessidade para conexão de coletor ou de ligação predial de grande diâmetro), tubo de inspeção e limpeza (TIL - destinado à inspeção visual e à introdução de equipamentos de desobstrução e limpeza dos coletores) e caixa de inspeção ou de ligação (CI ou CL - permite a inspeção e a desobstrução do coletor de esgoto, utilizada em coletores instalados em pequena profundidade ou para conexão da ligação predial). Quanto à coleta condominial, ela é formada pela rede condominial e rede básica, tendo como principais características a participação da população, a locação de coletor em área particular, a redução de diâmetros dos coletores e a escavação de valas menores em relação à coleta convencional. Em relação aos acessórios, podem ser usados os mesmos dispositivos da convencional. Existem três tipos de coleta condominial, quanto à localização dela: a) No passeio: semelhante à coleta convencional, a rede condominial é instalada em área pública e é utilizada caixa de ligação para conectar o coletor predial de esgoto com a rede condominial. Retira-se a ideia do condomínio. b) Na frente do lote: a rede coletora é assentada na parte frontal da propriedade particular e o ideal é que as residências disponham de terreno livre na parte da frente. Um dos inconvenientes é quando são construídas garagens nos imóveis, pois a entrada e saída de carros pode danificar a rede assentada e dificultar as atividades de manutenção. c) No fundo do lote: deve ser evitada em grandes comunidades pois apresenta algumas dificuldades como possibilidade de ampliações ou construções, lançamento indevido de resíduos sólidos e desentendimento entre vizinhos. Quanto a contribuição, a unidade de coleta pode ser do tipo: a) unitário ou combinado: é utilizada apenas uma tubulação para receber os esgotos sanitários e as águas provenientes de precipitações pluviométricas, as obras tem maior investimento inicial e toda a vazão é transportada até a EEE ou ETE. b) separador parcial: são instaladas duas tubulações coletoras, uma para esgoto e outra para drenagem de águas pluviais, mas apresenta difícil quantificação da vazão das águas pluviais de telhados e pátios das residências nos projetos da rede coletora de esgoto. c) separador absoluto: são instaladas duas tubulações coletoras, uma exclusiva para esgoto e outra para drenagem pluvial. ESTUDOSDE CONCEPÇÃO Antes de implantar um sistema de esgoto sanitário é necessário o planejamento e para isso realizam-se estudos de concepção. As principais atividades incluem levantamento de dados e características da comunidade, análise do sistema de esgoto existente, realização de estudos demográficos e de uso e ocupação do solo, definição de parâmetros e critérios de projeto, cálculo das contribuições de esgoto, alternativas de concepção, estudo dos corpos receptores, pré-dimensionamento das unidades e estimativa de custos. Uma das atividades mais importantes desse processo é a estimativa das populações, avaliadas ano a ano. É necessário observar a população atual, caso exista, como ela cresceu nos últimos anos, assim como a expectativa de crescimento, que depende do uso futuro do solo, se ela é permanente (moradores) ou temporária (trabalhadores), dentre outros, para ter-se a noção de quanto e como o esgoto vai ser produzido para então seguir para os dimensionamentos das tubulações, por exemplo. Se essas análises não forem feitas todo o projeto de um sistema de abastecimento de esgoto fique prejudicado, ou seja, elas contribuem para que ele seja adequado e duradouro para uma região, contribuindo com o bom uso do dinheiro investido na construção dele, tendo em vista que essas obras são extremamente caras.
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