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Aluna: Isabella do Socorro Neves Mergulhão SANEAMENTO, ESGOTAMENTO SANITÁRIO, SAÚDE E AMBIENTE Saúde e saneamento estão muito relacionados. De acordo com a Organização Mundial de Saúde, a saúde não é apenas não ter doenças, mas inclui também o bem estar físico, mental e social. As condições de alimentação, habitação, trabalho, saneamento, recreação e prevenção de doenças estão englobadas. Portanto, nos locais onde todas existem há saúde (MOTA, 2012). A falta de saneamento e saúde são problemas que causam doenças e os dejetos são parte importante dessa discussão pois podem ser responsáveis por grande parte das doenças veiculadas pela água. Como ela é essencial para a sobrevivência humana, pode-se associá-la a um ciclo de transmissão de doenças: Muitos microrganismos patogênicos são parasitas do intestino humano e são eliminados juntamente com as fezes. Por falta de adequados sistemas de esgotamento, muitas vezes os dejetos de origem humana alcançam mananciais superficiais ou subterrâneos de água, nele introduzindo microrganismos patogênicos. A água desses mananciais, ao ser utilizada para beber ou outros fins, pode resultar no acesso desses microrganismos ao organismo de uma pessoa, causando-lhe doenças. (MOTA, 2012). As doenças transmitidas pela água são chamadas de doenças de veiculação hídrica. Entre aquelas transmitidas por microrganismos patogênicos destacam-se: febre tifóide, febre paratifóide, cólera, disenteria bacilar, amebíase, enteroinfecções em geral, hepatite infecciosa, giardíase e poliomielite. Entre aquelas transmitidas por meio do contato com a pele ou mucosas, tem-se: esquistossomose, doenças de pele, infecções dos olhos, ouvidos, nariz e garganta. Há ainda as doenças transmitidas por mosquitos que se procriam na água: dengue, febre amarela, malária, filariose e elefantíase. Por fim, também existe a transmissão pelo carregamento de substâncias químicas e radioativas, por exemplo: saturnismo (envenenamento causado pelo chumbo), fluorose (devido ao excesso de flúor), câncer e outros (MOTA, 2012). A água para consumo humano não deve conter microorganismos patogênicos e para saber se ela está em condições de ser ingerida (padrão de potabilidade) exige-se a ausência total de coliformes fecais nas amostras de água destinada ao abastecimento da população. Para descobrir isso deve-se realizar a análise bacteriológica. Entretanto, com o objetivo de não realizar inúmeras análises da água, utiliza-se as bactérias do grupo coliforme como indicador, sendo a Ellem Cristiane Morais de Sousa Contente nao somente dejetos, concordas? Escherichia coli uma das mais importantes pois existe em grande quantidade nos intestinos dos mamíferos. Ela é inofensiva nos intestinos mas quando consegue alcançar outros órgãos causam doenças (MOTA, 2012). Os coliformes fecais não são, de um modo geral, patogênicos. No entanto, como existem em grande quantidade nas fezes, a sua presença na água indica que a mesma recebeu dejetos, podendo, então, conter microrganismos patogênicos (MOTA, 2012). Em Manaus, em todas as zonas da cidade, é possível observar a existência de igarapés, afluentes do rio Negro, poluídos. Assim como, as tubulações das redes de drenagem e de esgoto sem tratamento despejando as águas nesses locais. De acordo com Bourscheit e Schmidt (2021), “(...) nove em cada 10 residentes não têm acesso ao sistema de esgoto, e apenas um terço dos esgotos da cidade recebe qualquer tipo de tratamento antes de ser despejado em uma das centenas de cursos d’água que correm por Manaus.” De acordo com o Trata Brasil (c2021), que além de fazer as próprias pesquisas reúne dados de outras fontes como o Sistema Nacional de Informações sobre Saneamento, apenas 54,1% dos brasileiros têm acesso à coleta de esgoto, o que representa quase 100 milhões de brasileiros sem acesso ao serviço. Na região Norte, apenas 12.3% da população tem acesso aos esgotos e apresenta a pior situação do país se comparada às outras. Já em relação ao tratamento de esgoto, apenas 49,1% dos esgotos do país são tratados, sendo que na região Norte esse número cai para 22%. Quanto às doenças, segundo o diretor técnico da Fundação de Vigilância em Saúde (FVS), o médico infectologista Bernardino Albuquerque “(...) a precariedade do sistema de esgoto de Manaus (...) favorece a ocorrência de doenças graves como hepatites A, malária e febre tifóide. A cidade já registra 798 casos, seguido pelo tipo B, com 225 casos e C, com 32 infectados.” (TRATA BRASIL, 2009) e apesar da declaração ser de 2009, essa situação ainda é comum na cidade e sem grandes perspectivas de mudança. Sendo assim, as ações de Saúde Pública que têm como objetivo evitar as doenças, por meio de medidas preventivas, destacando-se, entre as mesmas, o saneamento são muito importantes. Ou seja, deve-se garantir às pessoas água de boa qualidade e adequado destino para os dejetos, compreendendo as atividades básicas: abastecimento de água, esgotamento sanitário, drenagem e transporte e tratamento de resíduos sólidos, pois onde existem adequados sistemas de saneamento, há saúde e nde as condições de saneamento são precárias, proliferam as doenças (MOTA, 2012). REFERÊNCIAS BOURSCHEIT, Aldem; SCHMIDT, Steffanie. A maior cidade da Amazônia despeja quase tudo no rio. Infoamazonia, 2021. Disponível em: <https://infoamazonia.org/2021/03/26/a-maior-cidade-da-amazonia-despeja-quase-t udo-no-rio/>. Acesso em: 12 ago. 2021. Manaus: falta de saneamento básico ameaça saúde da população. Trata Brasil, 2009. Disponível em: <https://www.tratabrasil.org.br/blog/2009/06/09/manaus-falta-de-saneamento-basico- ameaca-saude-da-populacao/>. Acesso em: 13 ago. 2021. Esgoto. Trata Brasil, c2021. Disponível em: <https://www.tratabrasil.org.br/saneamento/principais-estatisticas/no-brasil/esgoto>. Acesso em: 12 ago. 2021. MOTA, Suetônio. Introdução à Engenharia Ambiental. 5. ed. Rio de janeiro: ABES, 2012. p. 63-89.
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