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1 UNIP DISCIPLINA: RECURSOS CIVIS PROFESSOR: VARCILY QUEIROZ BARROSO 2 AULA N. 09 RECURSOS EM ESPÉCIE APELAÇÃO Art. 1009 a 1014 do CPC • Sentença é o pronunciamento por meio do qual o juiz, com fundamento nos arts. 485 e 487, põe fim à fase cognitiva do procedimento comum, bem como extingue a execução. SENTENÇA (art. 203, §1º) 3 • “É o pronunciamento do juiz que contém uma das matérias dos arts. 485 e 487 do CPC e, cumulativamente, extingue a fase de conhecimento do processo comum ou a execução”. (Nelson Nery) • É o recurso típico, cabível contra sentença proferida no processo de conhecimento, no de execução, no de urgência, nos procedimentos especiais de jurisdição contenciosa ou voluntária. 4 • Processo de conhecimento: • Declaratório; • Condenatório; • Constitutivo. • Processo de execução; • Processo de tutelas provisórias • Processo de jurisdição contenciosa ou voluntária. SENTENÇA APELAÇÃO CONCEITO • Apelação é o recurso cabível contra sentença que extingue o processo com resolução ou sem resolução do mérito. CABIMENTO 5 Sentenças definitivas Sentenças terminativa ART. 487, CPC ART. 485, CPC 6 • Primeiro sentimento de injustiça surgiu a necessidade de reforma da decisão. • Lesão ≠ Injustiça ASPECTOS HISTÓRICOS é violação do direito, que para sua reparação, caso não se dê voluntariamente, é necessário o exercício do direito de ação. Decorre de uma decisão incorreta. Sua fonte é a não reparação do ato lesivo (sentença de improcedência que deve ser reformada), ou a transformação indevida, potencial ou efetiva, do mundo fático fundada em decisão judicial (sentença de procedência que deve ser reformada). 7 Direito Romano (paradigma para as civilizações atuais) período medieval (Direito Romano Canônico) Direito Processual Civil Português as apellationes remontam ao reinado de D. Afonso III Ordenações Afonsinas, Manuelinas e Filipinas (todas previam apelação) No Brasil tem início com a vigência das ordenações Afonsinas CPC de 1939 atribuía ao agravo de petição parte das funções que hoje são da apelação CPC 1973 e atual 2015 (apelação) 8 CPC 1973 agravo retido. CPC 2015 não manteve o agravo retido. Procedimento das decisões interlocutórias que não cabem agravo de instrumento: PEDIDO DE REAPRECIAÇÃO DAS DECISÕES INTERLOCUTÓRIAS NÃO PRECLUSAS Não listadas no art. 1015; Devem ser suscitadas em preliminares de apelação ou contrarrazões; Suscitadas em contrarrazões, o recorrente será intimado para se manifestar em 15 dias (art. 1009, §2º); Art. 1009 § 1o As questões resolvidas na fase de conhecimento, se a decisão a seu respeito não comportar agravo de instrumento, não são cobertas pela preclusão e devem ser suscitadas em preliminar de apelação, eventualmente interposta contra a decisão final, ou nas contrarrazões. 9 TOTAL (PLENA) PARCIAL Quando a parte vencida, conformando-se com parte da decisão, recorre requerendo a reforma de apenas uma parcela do julgado. Voluntariamente parcial Necessariamente parcial Quando a sucumbência também for parcial, podendo a parte recorrer apenas quanto à parte em que sucumbiu. Quando a parte vencida recorre pedindo a reforma total do julgado. APELAÇÃO QUANTO A EXTENSÃO 10 • Requisitos gerais: • Prazo: 15 dias (obs.: art. 180, 183 e 229, CPC) • Preparo • Legitimidade, interesse etc. • Requisitos formais (art. 1.010): • Ser interposta no juízo de primeiro grau, por petição acompanhada das respectivas razões (dirigidas ao Tribunal); • os nomes e a qualificação das partes; • A exposição do fato e do direito; • o pedido (reforma, nulidade ou de nova decisão. APELAÇÃO REQUISITOS DE ADMISSIBILIDADE 11 • Requisitos formais (art. 1.010): • Ser interposta no juízo a quo por petição acompanhada das respectivas razões; • os nomes e a qualificação das partes; • os fundamentos de fato e de direito; • o pedido de nova decisão. Dirigidas ao Tribunal Endereçada ao juiz da causa Necessário quando for terceiro APELAÇÃO REQUISITOS DE ADMISSIBILIDADE 12 EFEITOS DA APELAÇÃO DEVOLUTIVO (Art. 1.013) A apelação devolve ao juízo ad quem o conhecimento da causa decidida no juízo a quo. Art. 1.013. A apelação devolverá ao tribunal o conhecimento da matéria impugnada. O órgão ad quem ao proferir novo julgamento terá de reexaminar a causa com o material, inclusive o produzido no órgão a quo. § 1o Serão, porém, objeto de apreciação e julgamento pelo tribunal todas as questões suscitadas e discutidas no processo, ainda que não tenham sido solucionadas, desde que relativas ao capítulo impugnado. Não se restringe ao conteúdo da petição do recurso. 13 DEVOLUTIVO (Art. 1013) Limites do pedido recursal segundo o brocado Tatum devolutum quantum apellatum Devolvido tanto quanto apelado EFEITOS DA APELAÇÃO Art. 1.013. A apelação devolverá ao tribunal o conhecimento da matéria impugnada. 14 DEVOLUTIVO (Art. 1.013, §2º) Devolução é ampla §2o Quando o pedido ou a defesa tiver mais de um fundamento e o juiz acolher apenas um deles, a apelação devolverá ao tribunal o conhecimento dos demais. EFEITOS DA APELAÇÃO A apelação devolve ao tribunal o conhecimento dos fundamentos não acolhidos (analisados) pelo juiz . 15 DEVOLUTIVO (Art. 1.013, §3º) Devolução é ampla § 3o Se o processo estiver em condições de imediato julgamento, o tribunal deve decidir desde logo o mérito quando: I - reformar sentença fundada no art. 485; II - decretar a nulidade da sentença por não ser ela congruente com os limites do pedido ou da causa de pedir; III - constatar a omissão no exame de um dos pedidos, hipótese em que poderá julgá-lo; IV - decretar a nulidade de sentença por falta de fundamentação. EFEITOS DA APELAÇÃO • reformar sentença fundada no art. 485; • decretar a nulidade da sentença; • Julgar se observar omissão no exame de um dos pedidos; • decretar a nulidade de sentença por falta de fundamentação. 16 DEVOLUTIVO (Art. 1013, §4º) Prescrição ou decadência § 4o Quando reformar sentença que reconheça a decadência ou a prescrição, o tribunal, se possível, julgará o mérito, examinando as demais questões, sem determinar o retorno do processo ao juízo de primeiro grau. Reforma de sentença que reconhece a prescrição ou decadência o Tribunal julgará o mérito não analisado no primeiro grau. EFEITOS DA APELAÇÃO 17 SUSPENSIVO A apelação suspende os efeitos da sentença. Art. 1.012. A apelação terá efeito suspensivo. EFEITOS DA APELAÇÃO Consiste na suspensão da eficácia natural da sentença, isto é, dos seus efeitos normais, sejam declaratórios, condenatórios ou extintivos. A apelação, como norma, tem efeito suspensivo. 18 § 1o Além de outras hipóteses previstas em lei, começa a produzir efeitos imediatamente após a sua publicação a sentença que: I - homologa divisão ou demarcação de terras; II - condena a pagar alimentos; III - extingue sem resolução do mérito ou julga improcedentes os embargos do executado; IV - julga procedente o pedido de instituição de arbitragem; V - confirma, concede ou revoga tutela provisória; VI - decreta a interdição. Não terá efeito suspensivo a sentença: EFEITOS DA APELAÇÃO 19 REGRESSIVO A apelação só será dotada desse efeito quando: • Interposta contra sentença de indeferimento da inicial (art. 331); • Improcedência de plano (art. 332,§3º) Art. 331. Indeferida a petição inicial, o autor poderá apelar, facultado ao juiz, no prazo de 5 (cinco) dias, retratar-se. Permite ao juiz exercer o direito de retratação Art. 332. Nas causas que dispensem a fase instrutória, o juiz, independentemente da citação do réu, julgará liminarmente improcedente o pedido que contrariar: 3o Interposta a apelação, o juiz poderá retratar-se em 5 (cinco) dias. EFEITOS DA APELAÇÃO 20 TRANSLATIVO A apelação é dotada desse efeito. Permite ao tribunal conhecer de ofício matéria de ordem pública EXPANSIVO A apelação terá esse efeitonos casos em que ensejar decisão mais abrangente do que o reexame da matéria impugnada. EFEITOS DA APELAÇÃO 21 Art. 1014. As questões de fato não propostas no juízo inferior poderão ser suscitadas na apelação, se a parte provar que deixou de fazê-lo por motivo de força maior. INOVAÇÃO NA APELAÇÃO • As questões de fato não propostas no juiz a quo NÃO PODERÃO ser suscitadas na apelação. EXCEÇÃO: • Se as partes deixaram de fazer por motivo de força maior (art. 1.014); • Matéria de ordem pública. 22 Petição de interposição (dirigida ao juízo a quo) a) Nome das partes; b) Intimação da parte contrária para oferecer contrarrazões; c) Juntada das custas recursais (preparo); d) Remessa dos autos para a instância superior. Razões da Apelação (dirigida ao Tribunal competente) Em preliminar, suscitar as matérias objeto de decisões interlocutórias não recorríveis por meio de agravo de instrumento. Deve-se falar da tempestividade e do cabimento do recurso. Nas razões recursais dividir em três partes: a) A narrativa da relação jurídica e um breve resumo da causa até a sentença; b) Um breve resumo da sentença que se quer atacar; c) Os motivos do recurso: aquilo que se almeja (reforma ou nulidade da sentença). Formular pedido requerendo: a) Admissão do recurso; b) Recebimento nos efeitos (o duplo efeito é a regra, salvo nos casos em que o CPC ou lei extravagante excepcionarem (art. 1.012, CPC); c) O provimento do recurso; d) A inversão do ônus de sucumbência; e) A majoração dos honorários advocatícios nos termos do art. 85, §11, CPC. PARTES DA APELAÇÃO 23 Requisitos Art. 1009 e ss. Do CPC. Interposição Petição de interposição endereçada ao juízo a quo, que apenas abrirá vistas para as contrarrazões e remeterá o tribunal. Tratamento das partes Apelante (recorrente) apelado (recorrido). Hipóteses de cabimento Decisões que extinguem o processo sem resolução de mérito (art. 485, CPC) e que resolvem o mérito (art. 487, CPC). Prazo para interposição 15 dias Fundamento legal Art. 1009 e ss. Do CPC. Efeitos Em regra: devolutivo e suspensivo. Apenas efeito devolutivo: sentenças enumeradas no art. 1.012, CPC; art. 58, V, da Lei n. 8.245/91 e art. 14 da Lei de Mandado de Segurança. Petição de interposição Dirigida ao juiz prolator da decisão recorrida com os requisitos formais; Requerer retratação nos casos dos arts. 331, 332 e 485 do CPC. Requerer a Intimação da parte contrária para oferecer contrarrazões; Juntada das guias de custas recursais (preparo); Requerer a remessa dos autos para a instância superior. Razões de Apelação a) Em preliminar, suscitar as matérias objeto de decisões interlocutórias não recorríveis por meio de agravo de instrumento. b) Demonstrar a tempestividade e o cabimento do recurso. c) Mérito do recurso: atacar a decisão recorrida. d) Pedido de conhecimento e provimento para anulação ou reforma da sentença: Anulação: no caso de error in procedendo, determinando a remessa dos autos ao primeiro grau de jurisdição para nova sentença; reforma: quando houver na análise de mérito error in judicando. e) Inversão de sucumbência e majoração dos honorários; f) Verificar a possibilidade de aplicação do §3º do art. 1.013 do CPC. ESTRUTURA DA APELAÇÃO 24 PEÇA PRÁTICA 25 Aterios Pena sofreu acidente automobilístico e foi encaminhado ao Hospital Francisco de Assis, mantido pela sociedade Saritas Serviços Médicos e Hospitalares Ltda. para tratamento. O hospital é, notoriamente, conhecido pela sua agilidade e eficiência na prestação de serviços médicos, constantemente objeto de propaganda nos meios de comunicação, mantendo para tanto equipe de profissionais médicos empregados. Todavia, em que pese a cirurgia a que se submeteu ter sido bem-sucedida, Aterios Pena moveu ação pelo rito comum contra a sociedade mantenedora, postulando indenização por danos morais e materiais, estes consistentes em lucros cessantes pelo óbice do exercício de sua atividade profissional (representante comercial) durante o tempo de internação. A sociedade ré alegou, em contestação, exclusivamente, não ter concorrido com culpa para o dano sofrido. A ação tramitou perante o Juízo de Direito da 35ª Vara Cível desta Capital e foi julgada improcedente, sob o fundamento de que Áterios Pena não havia comprovado a culpa dos profissionais que o atenderam, como exige o artigo 14, §4º, do Código de Defesa do Consumidor, instituído pela Lei n. 8.078/90. Como advogado(a) de Aterios Pena, considerando que a sentença foi publicada hoje, exercite o meio processual hábil à defesa dos interesses de seu constituinte.
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