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@JESSICALECRIM Vias Aéreas 1. Componentes A via aérea pode ser dividida em superior e inferior. Cada parte da via possui seus componentes. Ainda, pode ser subdivida em porção condutora, responsável pela condução e preparação do ar (fossas nasais, nasofaringe, laringe, traqueia, brônquios e bronquíolos terminais), e porção respiratória, onde ocorre a hematose (composta por bronquíolos respiratórios, ductos alveolares e alvéolos). → Os bronquíolos respiratórios possuem parede descontínua, capilares aderidos e alvéolos. A partir deles, ocorre a troca gasosa. → A porção condutora purifica, umidifica e aquece o ar. Muco, redes de capilares sanguíneos e preparam o ar para ser conduzido aos bronquíolos respiratórios. ⠀⠀⠀⠀⠀⠀⠀ ⠀Vias Aéreas Superiores ⠀⠀⠀⠀⠀⠀⠀⠀ O epitélio respiratório reveste a maior parte da porção condutora com tecido epitel ial pseudoestratificado colunar ciliado com células caliciformes. Não participa das trocas gasosas. As células se apoiam na lâmina basal do epitélio (tecido conjuntivo frouxo), mas possuem alturas diferentes. Células caliciformes e glândulas seromucosas produzem muco para nutrir a via. Cílios têm por função movimentar, de forma ordenada, o muco pelo sistema à fora. As células basais cúbicas, por sua vez, se diferenciam – atuando como células-tronco. Recobre toda a cavidade nasal, parte da faringe, da laringe e dos brônquios. A nível de alvéolos, é mais interessante modificar esse tecido para epitélio simples pavimentoso. → Em tabagistas, ocorre metaplasia: uma modificação do epitélio respiratório em epitélio estratificado pavimentoso sem células mucosas e cílios. Assim, eles se tornam suscetíveis a ter infecções de repetição no trato respiratório. O muco pode ser eliminado apenas de forma mecânica por “escarros”. MEDICINA NOVE DE JULHO JÉSSICA SANTANA SILVA @JESSICALECRIM Na cavidade nasal possuímos mucosas específicas. Região olfatória: mucosa olfatória, epitélio olfatória (células colunares ou de sustentação, células basais, células olfatórias ou neurônios bipolares com microvilosidades), lâmina própria de tecido conjuntivo frouxo, vasos, nervos e glândulas olfatórias (de Bowman). Região vestibular: mucosa vestibular, epitélio estratificado pavimentoso não queratinizado com lâmina própria de tecido conjuntivo frouxo. Presença de vibrissas e glândulas. Região respiratória: mucosa respiratória, epitélio pseudoestratificado colunar ciliado com células caliciformes, lâmina própria de tecido conjuntivo frouxo, glândulas mistas e vasos sanguíneos. Nos seios paranasais, a mucosa é composta por epitélio respiratório com células colunares mais baixas e menor porcentagem de células caliciformes. Possui lâmina própria de tecido conjuntivo frouxo e menor porcentagem de glândulas. A faringe pode ser dividida em oral (anterior) e nasal (posterior). A orofaringe é composta de epitélio estratificado pavimentoso, advindo da boca, e lâmina própria de tecido conjuntivo frouxo. Já a nasofaringe possui epitélio pseudoestratificado colunar ciliado e lâmina própria. Encontramos queratina no palato duro, nas gengivas e em algumas papilas da língua. Na laringe possuímos pregas ou cordas vocais. A primeira é falsa, ou ventricular, possui epitélio respiratório e muitas glândulas. A segunda é verdadeira, composta por epitélio estratificado pavimentoso, fibras elásticas, tecido muscular e cartilagem hialina. Epitélio olfatório MEDICINA NOVE DE JULHO JÉSSICA SANTANA SILVA @JESSICALECRIM ⠀⠀⠀⠀⠀⠀⠀ ⠀Vias Aéreas Inferiores ⠀⠀⠀⠀⠀⠀⠀⠀⠀ A via aérea inferior tem enfoque na porção respiratória, em especial na árvore brônquica (parte interna dos pulmões). Abrange também a traqueia e pulmão. É ramificada. As principais estruturas da árvore brônquica são: - Brônquios - Principais - Lobares - Segmentares - Bronquíolos - Terminais - Respiratórios - Ductos alveolares - Sacos alveolares - Alvéolos pulmonares A traqueia é um tubo que se continua com a laringe e termina ramificando-se nos dois brônquios extrapulmonares. É revestida internamente por epitélio respiratório (epitélio pseudoestratificado colunar ciliado com células caliciformes). A lâmina própria da mucosa é formada por tecido conjuntivo frouxo, rico em fibras elásticas. Contém glândulas seromucosas, cujos ductos se abrem no lúmen traqueal. → A movimentação do muco é unidirecional, seguindo da cavidade nasal para a cavidade oral. O muco, tanto das glândulas como das células caliciformes do epitélio superficial, forma uma lâmina viscosa contínua sobre o epitélio, que é levada em direção à faringe pelos batimentos ciliares e, dessa maneira, remove partículas de pó e microrganismos que entraram com o ar inspirado e aderiram ao muco. → As células em escova estão envolvidas de forma somatosensorial, associadas a nervos cranianos, que reconhecem partículas na cavidade nasal e as expulsam por meio do espirro. Apresenta um número variável (16 a 20) de cartilagens hialinas, além de anéis traqueais em formato de “C”. A cartilagem permite que o órgão fique aberto para a passagem do ar. Posteriormente aos anéis traqueais, encontramos músculo liso. A presença dos anéis evita atrito com o músculo. O músculo liso prende-se ao pericôndrio e impede a excessiva distensão do lúmen, e os feixes musculares possibilitam sua regulação. A contração do músculo causa redução do lúmen traqueal, participando do reflexo da tosse. O estreitamento do lúmen pela contração muscular aumenta a velocidade do ar expirado, e isso torna mais fácil expulsar, pela tosse, a secreção acumulada na traqueia e os corpos estranhos MEDICINA NOVE DE JULHO JÉSSICA SANTANA SILVA @JESSICALECRIM que possam ter penetrado, por exemplo, durante a deglutição. A traqueia é revestida externamente por um tecido conjuntivo frouxo, constituindo a camada adventícia, que se continua com os tecidos análogos de órgãos adjacentes. Nos ramos maiores dos brônquios, a mucosa é semelhante à da traqueia, revestida por epitélio respiratório. Já nos ramos menores, o epitélio é cilíndrico simples ciliado. A lâmina própria é rica em fibras elásticas. Externamente à mucosa segue-se uma camada de músculo liso, formada por feixes musculares dispostos em espiral. Em torno da camada de músculo, existem glândulas seromucosas, cujos ductos se abrem no lúmen brônquico. Externamente à camada muscular, estão situadas as peças cartilaginosas dos brônquios. Diferente das cartilagens em forma de C da traqueia, a parede dos brônquios tem várias pequenas peças cartilaginosas de formato irregular, cujo conjunto circunda o tubo inteiramente. As peças cartilaginosas são envolvidas por tecido conjuntivo rico em fibras elásticas. A camada adventícia apresenta fibras conjuntivas do parênquima pulmonar adjacente. Tanto na adventícia como na mucosa, são frequentes os acúmulos de linfócitos. Particularmente nos pontos de ramificação da árvore brônquica, é comum a existência de nódulos linfáticos pertencentes ao BALT, tecido linfático associado à mucosa brônquica. O muco estará presente até os brônquios segmentares. TRAQUEIA CAMADA TECIDO Mucosa Epitélio respiratório Lâmina própria de tecido conjuntivo frouxo rico em fibras elásticas e tecido linfoide (MALT → BALT) Submucosa Tecido conjuntivo com glândulas seromucosas e tecido linfoide Cartilaginosa Anel de cartilagem hialina unido por tecido conjuntivo denso não modelado Tecido muscular liso Adventícia Tecido conjuntivo frouxo BRÔNQUIOS CAMADA TECIDO Mucosa Epitélio respiratório Lâmina própria de tecido conjuntivo frouxo rico em fibras elásticas e tecido linfoide (MALT → BALT) Músculo liso em espiral Submucosa Tecido conjuntivo frouxo com glândulas seromucosas e fibras elásticas Peças ou placas isoladas de cartilagem hialina MEDICINA NOVE DE JULHO JÉSSICA SANTANA SILVA @JESSICALECRIM Os bronquíolos são segmentos intralobulares,com diâmetro de 1 mm ou menos. Além do diâmetro menor, algumas de suas características diferenciais com os brônquios são: ausência de cartilagem e de glândulas em suas paredes. Nódulos l infát icos do BALT são pouco encontrados. Seu epitélio é colunar simples ciliado nas porções iniciais, passando, na porção final, a cúbico simples inicialmente ciliado e finalmente sem cílios. As células caliciformes estão ausentes completamente no final dos bronquíolos. O epitélio dos bronquíolos apresenta regiões especializadas, os corpos neuroepiteliais. Cada corpo neuroepitelial é constituído por 80 a 100 células que contêm grânulos de secreção e recebem terminações nervosas colinérgicas. Os bronquíolos terminais possuem, em sua camada mucosa, epitélio simples cúbico com presença de células ciliadas e células de Clara. Também, possuem lâmina própria delgada. → Presença das células de Clara (ou claviforme) impede que as paredes dos bronquíolos se fechem. São secretoras, cilíndricas e não ciliadas. Atuam como células progenitoras (células- tronco) para a renovação das células do epitélio bronquiolar. Secretam proteínas CC16 que identificam DPOCs (doença pulmonar obstrutiva crônica) quando em excesso no sangue. Há uma camada de músculo liso disposto circularmente e camada adventícia formada por tecido conjuntivo frouxo com fibras elásticas. Os bronquíolos respiratórios possuem parede aberta com alvéolos partindo de sua parede. Possui epitélio simples cúbico baixo com células de Clara e camada delgada de músculo liso e fibras elásticas. Adventícia Tecido conjuntivo frouxo BRONQUÍOLOS CAMADA TECIDO Mucosa Epitélio simples colunar ciliado na porção inicial Epitélio simples cúbico na porção final Lâmina própria delgada, rica em fibras elásticas Espessa Músculo liso Ausência de glândulas, tecido linfoide ou cartilagem Adventícia Tecido conjuntivo frouxo Bronquíolo terminal Bronquíolo respiratório MEDICINA NOVE DE JULHO JÉSSICA SANTANA SILVA @JESSICALECRIM À medida que o bronquíolo respiratório se p r o l o n g a , a u m e n t a o n ú m e r o d e descontinuidades de sua parede acompanhadas de alvéolos que se abrem no seu lúmen. Quando a parede passa a ser constituída quase só de saídas de alvéolos, o tubo passa a ser considerado um ducto alveolar. Os ductos alveolares são revestidos por epitélio simples cúbico, mas um epitélio simples pavimentoso pode ser observado em suas extremidades. Devido à grande quantidade de interrupções, a parede passa a ser percebida sob a forma de pequenos “botões” constituídos principalmente de epitélio e tecido muscular liso. Os botões localizam-se entre as saídas dos alvéolos. Os ductos alveolares mais distais deixam de apresentar músculo liso em sua parede. O ducto alveolar termina em um alvéolo único, ou mais comumente em sacos alveolares, que são espaços nos quais se abrem diversos alvéolos. Estes constituem as últimas porções da árvore brônquica e ocupam a maior parte do volume dos pulmões, sendo responsáveis pela estrutura esponjosa do parênquima pulmonar. → Sacos alveolares são pequenas evaginações em forma de saco compondo a estrutura esponjosa dos pulmões. Constituídos de parede fina epitelial (epitélio simples pavimentoso) associada a capilares (tecido conjuntivo delicado). Os alvéolos são pequenas bolsas semelhantes aos favos de uma colmeia e apresentam uma abertura. Assim como os sacos alveolares, quase sempre a parede de um alvéolo é comum a dois alvéolos adjacentes, sendo denominada parede alveolar ou septo interalveolar. O septo interalveolar é composto por duas camadas de células epiteliais separadas por uma delgada lâmina de tecido conjuntivo formado de fibras reticulares e elásticas, substância fundamental e células do conjuntivo. No tecido conjuntivo do interior dos septos, há também uma extensa rede de capilares sanguíneos. DUCTOS ALVEOLARES CAMADA TECIDO Epitélio simples cúbico com lâmina própria Aglomerados de músculo liso Presença de fibras elásticas e reticulares que sustentam os ductos alveolares e os capilares sanguíneos MEDICINA NOVE DE JULHO JÉSSICA SANTANA SILVA @JESSICALECRIM → Nos septos interalveolares podem existir poros que permitem a passagem de ar de um alvéolo ao outro. → Alguns tipos celulares encontrados nos septos alveolares são pneumócitos tipo I (célula epitelial pavimentosa com desmossomos e zônula oclusiva) e II (célula arredondada apresentando microvilosidades e RER bem desenvolvido, formam grupos de 2 a 3 células e apresentam corpos multilamelares), macrófagos alveolares (fagocita partículas de poeira) e células endoteliais dos capilares sanguíneos. → Líquido surfactante (fosfolipídeos, proteínas, glicosaminoglicanos) que recobre toda a superfície interna dos alvéolos (diminui a tensão superficial) é produzido pelo pneumócito tipo II. Já a troca gasosa ocorre no pneumócito tipo I, o qual impede a passagem de líquido intersticial. Ambos os pneumócitos têm função de revestimento. → A barreira hemato-aérea, ou membrana respiratória, está localizada em áreas onde ocorre a hematose – entre alvéolos e capilares. Possui pneumócito I e células endotelial e suas lâminas basais. A pleura é uma membrana que reveste externamente os pulmões. Possui lâmina visceral (em contato direto com o pulmão) e parietal (em contato com as paredes pulmonares), formadas por epitélio simples pavimentoso (mesotélio) e tecido conjuntivo frouxo. CASO CLÍNICO) Homem, 30 anos, relatou ter sofrido um traumatismo cranioencefálico a 2 meses atrás após se envolver em um acidente automobilístico que ocasionou ao paciente uma fratura de face com comprometimento da lâmina cribriforme do osso etmoide. Durante a consulta, foi verificado que o paciente apresentou uma recuperação esperada, porém, foi notado que o mesmo apresentava anosmia pós-traumática. O que é anosmia? Perda de olfato. Qual a principal relação da anosmia apresentada pelo paciente com o acidente sofrido dois meses atrás? Houve dano causado ao bulbo olfatório localizado na lâmina cribriforme (parte óssea perfurada que sustenta a mucosa olfatória) do osso etmoide. Assim, as células olfatórias (neurônios bipolares) tiveram sua função prejudicada. Qual mucosa afetada na anosmia? Mucosa olfatória. Quais as principais células encontradas nessa mucosa? Células colunares, basais e olfatórias. MEDICINA NOVE DE JULHO JÉSSICA SANTANA SILVA REVISÃO
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