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16/08/2018 Profa. Dra. Simoni M. Gheno 1 TRANSFERÊNCIA DE CALOR Trocadores de Calor CASCO-TUBO Profa. Dra. Simoni Maria Gheno Projeto Térmico do Trocador de Calor do tipo Casco-Tubos �Partes do Trocador �Dimensões dos Tubos: Comprimento e Diâmetro �Disposição dos tubos �Casco �Bocais �Chicanas �Número de passagens dos fluidos no casco e no tubo �Diferença de temperatura média 2Profa. Dra. Simoni M. Gheno Profa. Dra. Simoni M. Gheno 3 Projeto Térmico Normalmente, o projeto térmico de um trocador de calor inicia com o preenchimento preliminar de uma folha de dados, completada posteriormente após a definição do tipo construtivo e do projeto térmico do trocador. Esta folha de dados, juntamente com os desenhos do fabricante, fazem parte da documentação do equipamento Profa. Dra. Simoni M. Gheno 44 Propriedades físicas dos fluidos » Viscosidade » Condutividade térmica » Calor específico » Densidade Considerações gerais » A incrustação é normalmente suave a temperaturas abaixo de 120 °C. » A vaporização num trocador de calor pode causar severa incrustação, devido a concentração das sujeiras no líquido. » ↑ velocidades tendem a ↓ incrustação. 16/08/2018 Profa. Dra. Simoni M. Gheno 2 5 Critérios para Alocação das Correntes Incrustação: o fluido mais incrustante deve ser alocado no lado do tubo Corrosão: o fluido mais corrosivo deve ser alocado no lado do tubo. Dessa forma apenas os tubos sofreriam danos. Pressão: o fluido com maior pressão deve ser alocado no lado do tubo. Tubos com pequenos diâmetros resistem a altas pressões Viscosidade: o fluido mais viscoso deve ser alocado no lado do casco, pois será mais fácil atingir-se regime turbulento 6 Critérios para Alocação das Correntes Coeficiente de TC (h): o fluido com menor valor de h deve ser alocado no lado do casco, pois há maiores possibilidades de elevar-se esse valor, por exemplo, por meio de chicanas. Vazão: o fluido com menor vazão deve ser alocado no lado do casco. Profa. Dra. Simoni M. Gheno 77 Fluidos que devem ser alocados nos tubos » Água de resfriamento » Fluidos corrosivos ou que podem provocar incrustações » Fluido operando em P elevadas » Se (Tin – Tout) > 150 °C, este fluido usualmente circulará pelo casco, se houver mais que um passe no lado dos tubos. Profa. Dra. Simoni M. Gheno 8 A chicana é uma parte integral do projeto de TROCADOR DE CALOR casco tubo. É projetada para suportar o feixe de tubos e direcionar o fluido escoando externamente aos tubos para a máxima eficiência de troca térmica 16/08/2018 Profa. Dra. Simoni M. Gheno 3 Profa. Dra. Simoni M. Gheno 9 Funções suportar os tubos, evitando os problemas causados pelas vibrações, garantir o fluxo cruzado do fluido do casco, aumentando a convecção forçada sobre os tubos. O corte das chicanas é definida como a razão entre a abertura e o diâmetro interno de um casco. Profa. Dra. Simoni M. Gheno 10 Espaçamento: norma TEMA O passo das chicanas é definido como o espaçamento entre as chicanas longitudinalmente dentro do casco. comprimento máximo do tubo não suportado (Lm) 0,75 em 74dL = Tubos de aço carbono e suas ligas, Ni e suas ligas Subtrair 12% para tubos de Cu, Al, Ti, Zr de: diâmetro externo do tubo Profa. Dra. Simoni M. Gheno 11 passo mínimo é recomendado como sendo 2in ou (1/5 D interno do casco) - o que for maior A distância entre as chicanas e os espelhos é definida em função dos detalhes construtivos do trocador. A redução do espaçamento da chicana, na etapa de projeto, tende a elevar o coeficiente de troca de calor do lado do casco, entretanto, o aumento do número de chicanas tende a aumentar os vazamentos da corrente principal no casco, reduzindo o efeito da diminuição do espaçamento. Profa. Dra. Simoni M. Gheno 12 A chicana mais conhecida é a segmentar A parte cinza representa a chicana que consiste em um disco cortado, o setor cortado é a janela (J) da chicana, por onde escoará o fluido do lado do casco. 16/08/2018 Profa. Dra. Simoni M. Gheno 4 Profa. Dra. Simoni M. Gheno 13 A altura da janela (J) da chicana é representada por Lc, e razão Lc/Ds é o corte da chicana sc/DLchicana da corte = Ds: diâmetro interno do casco O corte das chicanas segmentares pode variar de 15% a 40%, sendo o intervalo de 20% a 30% o mais comum e 25% o valor típico. Quando o objetivo da chicanas for apenas suportar os tubos o corte pode atingir até 48% Profa. Dra. Simoni M. Gheno 14 Quando o trocador de calor exigir perda de carga reduzida, utilizam-se chicanas duplamente ou triplamente segmentares Profa. Dra. Simoni M. Gheno 15 Passe ou passagem está relacionada ao percurso de um fluido de uma extremidade a outra do trocador. Trocador casco tubo n-m: n: passagem no casco m: passagem no tubo Profa. Dra. Simoni M. Gheno 16 1 passe no casco 1 passe nos tubos � Fluido que escoa do lado do tubo entra através de um bocal, percorre o trocador de ponta a ponta uma única vez e sai pelo outro bocal �Casco: (mesmo raciocínio) �Toda a vazão se distribuirá por todos os tubos �Área total: Atubo*nro de tubos I - Trocador casco tubo 1- 1 16/08/2018 Profa. Dra. Simoni M. Gheno 5 Profa. Dra. Simoni M. Gheno 17 II - Trocador casco tubo 1- 2 1 passe no casco 2 passagens nos tubos Os 2 bocais do fluido do lado do tubo estão na mesma extremidade do trocador. O carretel frontal possui uma divisória que impede que o fluido que entra pelo bocal 3 tenha acesso a todos os tubos. Profa. Dra. Simoni M. Gheno 18 2 passagens nos tubos: Uma estará paralela com o fluido do casco enquanto a outra estará em contra-corrente Profa. Dra. Simoni M. Gheno 19 � Em termos de ∆T e fixadas as 4 temperaturas terminais, esse modelo de trocador de calor apresentará valor inferior ao obtido em contra-corrente pura, pois uma das passagens está em paralelo com o casco. � Pergunta: Se o ∆T do trocador 1-2 é inferior ao ∆T do trocador 1-1 em contra-corrente, com as mesmas temperaturas terminais, porque utilizá-lo? ? Profa. Dra. Simoni M. Gheno 20 � Vazão do lado tubo deverá passar por metade dos tubos � Área total: Atubo*(1/2nro de tubos) � Dessa forma: a velocidade será o dobro daquela para o trocador 1-1 � Aumento de velocidade: aumento de h, U, redução da incrustração, mas aumento da perda de carga �Uso de passagens múltiplas no tubo implica em aumento da velocidade do fluido 16/08/2018 Profa. Dra. Simoni M. Gheno 6 Profa. Dra. Simoni M. Gheno 21 Possibilidades: � O aumento de U implicará em menor área de troca, podendo compensar a redução de ∆T � Aumento de velocidade reduz efeito da incrustação (uma passagem do lado dos tubos não é suficiente para atingir a velocidade mínima que atenuaria a incrustação. 22Profa. Dra. Simoni Maria Gheno Trocador de calor de correntes paralelas ( ) ( )[ ] ( ) − − −−− == scsh eceh scsheceh paralelo TT TT TTTT MLDT ,, ,, ,,,, ln ln ΔT 23Profa. Dra. Simoni Maria Gheno Trocador de calor de correntes contrárias ( ) ( )[ ] ( ) ( ) − − −−− == ecsh sceh ecshsceh contra TT TT TTTT MLDT ,, ,, ,,,, corrente ln ln ΔT Profa. Dra. Simoni M. Gheno 24 Fator de correção - F O fator de correção F é definido como a relação entre a diferença de temperatura média real no trocador e a média das diferenças de temperatura (MLDT) em contracorrente, ou seja: corrente contraMLDT TF ∆= F: indicação de penalidade que ocorre devido ao fato de o escoamento não ser totalmente em contracorrente 16/08/2018Profa. Dra. Simoni M. Gheno 7 Profa. Dra. Simoni M. Gheno 25 Ainda precisaremos de 2 adicionais de temperatura: R e S R - razão entre a queda de temperatura do fluido quente e o aumento de temperatura do fluido frio. 12 21 tt TTR − − = 11 12 tT tt − − =S S (efetividade térmica) - razão entre o aumento de temperatura do fluido frio e o máximo aumento que esse fluido poderia ter em contracorrente Profa. Dra. Simoni M. Gheno 26 Linha pontilhada: situação de encontro das temperaturas T2=t2 T: temperatura do fluido quente (1→2: resfriamento) t: temperatura do fluido frio (2→1: aquecimento) Profa. Dra. Simoni M. Gheno 27 Dessa forma é possível calcular-se o ∆T real ( )corrente contraln MLDTFT =∆ ( )corrente contra ln MLDTFAUQ ΔTAUQ ⋅⋅= ⋅⋅= Para um trocador com diferentes passagens no casco e no tubo, a equação de projeto passa a ser: Profa. Dra. Simoni M. Gheno 28 O fator F definirá, no projeto, o número de passagens no casco. Costuma-se utilizar um valor mínimo para F de 0,8, mas caso o trocador em estudo apresente valor de F inferior, seu uso fica inviabilizado e deve-se buscar uma nova configuração Como aumentar F? aumentando-se o número de passagens pelo casco 16/08/2018 Profa. Dra. Simoni M. Gheno 8 Profa. Dra. Simoni M. Gheno 29 III - Trocador casco tubo 2- 4 Profa. Dra. Simoni M. Gheno 3030 Projeto Mecânico Requisitos a serem observados »Transferência de Calor » Perda de Carga » Restrições de Tamanho » Materiais » Custos Profa. Dra. Simoni M. Gheno 31 Profa. Dra. Simoni M. GhenoProfa. Dra. Simoni M. Gheno Norma TEMA – Tubular Exchangers Manufactured Association Utiliza um código com números e letras que define as dimensões e o tipo de trocador de calor casco e tubo. As dimensões fornecidas (números) são o diâmetro nominal do casco e o comprimento dos tubos. O tipo de trocador (letras) refere-se ao cabeçote anterior (fixo), tipo de casco e cabeçote posterior Profa. Dra. Simoni M. Gheno 32 Profa. Dra. Simoni M. GhenoProfa. Dra. Simoni M. Gheno Norma TEMA – Tubular Exchangers Manufactured Association Tipos: Cabeçote anterior A: carretel com tampa removível B: carretel tipo boné com tampa integral C: carretel integral com o espelho com tampa removível e feixe removível N: carretel integral com o espelho com tampa removível e feixe não removível D: vedamento especial para altas pressões 16/08/2018 Profa. Dra. Simoni M. Gheno 9 Profa. Dra. Simoni M. Gheno 33 Profa. Dra. Simoni M. GhenoProfa. Dra. Simoni M. Gheno Norma TEMA – Tubular Exchangers Manufactured Association Tipos: Casco E: uma passagem pelo casco F: duas passagens pelo casco G: fluxo dividido H: fluxo duplamente dividido J: fluxo de entrada ou saída dividido K: tipo refervedor “Kettle” X: fluxo cruzado Profa. Dra. Simoni M. Gheno 34 Profa. Dra. Simoni M. GhenoProfa. Dra. Simoni M. Gheno Norma TEMA – Tubular Exchangers Manufactured Association Tipos: Cabeçote posterior L: espelho fixo com cabeçote estacionário tipo A M: espelho fixo com cabeçote estacionário tipo B N: espelho fixo com cabeçote estacionário tipo N P: cabeçote flutuante com gaxeta externa S: cabeçote flutuante com anel bipartido T: espelho flutuante removível pelo carretel (pull-through) U: feixe em U W: espelho flutuante com anel de vedamento especial Profa. Dra. Simoni M. Gheno 35 Profa. Dra. Simoni M. GhenoProfa. Dra. Simoni M. Gheno Norma TEMA – Tubular Exchangers Manufactured Association Exemplo Um trocador de calor casco e tubo, com espelho flutuante, com anel bipartido, com carretel e tampo removível, casco de passe simples, com diâmetro interno 21,25 polegadas e tubos de 16ft de comprimento, será designado pela norma TEMA: Tamanho 21-192 Tipo AES (Size 21-192 Type AES) Profa. Dra. Simoni M. Gheno 36 Profa. Dra. Simoni M. GhenoProfa. Dra. Simoni M. Gheno Tipos de Trocadores Casco Tubo – Norma TEMA Tipo E Com 1 passe no lado do casco Tipo F Com 2 passe no lado do casco 16/08/2018 Profa. Dra. Simoni M. Gheno 10 Profa. Dra. Simoni M. Gheno 37 Profa. Dra. Simoni M. GhenoProfa. Dra. Simoni M. Gheno A Norma TEMA estabelece os critérios para o projeto, construção, teste, instalação e manutenção destes aparelhos. São definidas 3 classes de trocadores: • Classe R • Classe B • Classe C Profa. Dra. Simoni M. Gheno 38 Profa. Dra. Simoni M. GhenoProfa. Dra. Simoni M. Gheno » Classe R: para uso em aplicações relacionadas ao processamento de Petróleo. Considerado serviço severo. » Classe B: para uso na indústria química em geral. » Classe C: para serviço considerado moderado na indústria em geral. Profa. Dra. Simoni M. Gheno 39 Equações Fundamentais fluxo de massa (Gt) para o escoamento dentro dos tubos pode ser escrito ρ: densidade média do fluido dos tubos (Kg/m3) vt: velocidade média dentro dos tubos (m/s) Nt: número de trajeto nos tubos N: número total de tubos Sti: área da seção de escoamento interna de um tubo (m2) ti t . t ttt S N N m vρG == Profa. Dra. Simoni M. Gheno 40 fluxo de massa (Gc) fluxo de massa para o escoamento no casco C . S G bc m = Fac DLC ⋅⋅=S s desCC ba − = Sc: área da seção de escoamento para o fluxo cruzado através do feixe de tubos mb: descarga da fração do escoamento total que realmente cruza o feixe de tubos L : distância entre duas chicanas adjacentes (m) 16/08/2018 Profa. Dra. Simoni M. Gheno 11 Profa. Dra. Simoni M. Gheno 41 C . S G bc m = Fac DLC ⋅⋅=S s desCC ba − = DF: diâmetro do feixe (m) s: passo dos tubos Profa. Dra. Simoni M. Gheno 42 Profa. Dra. Simoni M. Gheno 42 Coeficiente Global de TC O coeficiente global de transferência de calor em um trocador ( UC ) é definido assim : U h h C i e = + 1 1 1 1 1 1 U h hC i e = + Profa. Dra. Simoni M. Gheno 43 Profa. Dra. Simoni M. Gheno 43 Fator de Incrustação As incrustações (sujeira ou corrosão) vão significar uma resistência térmica adicional à troca de calor. Rd: denominada fator fuligem ( ) 11 . d ei totale R hh TAq ++ ∆ =& = = += externo fuligemfator interno fuligemfator fuligemfator = e de di ddedid R R RRRR Profa. Dra. Simoni M. Gheno 44 Trocadores Casco-Tubo testados e certificados segundo NR-13 Brunnschweiler Latina 16/08/2018 Profa. Dra. Simoni M. Gheno 12 Profa. Dra. Simoni M. Gheno 45 Trocadores Casco-Tubo testados e certificados segundo NR-13 Brunnschweiler Latina 46 Trocadores Casco-Tubo 47 Exercício Exercício 1. Um trocador de calor TC do tipo 1.1 apresenta as seguintes correntes de fluidos: o fluido quente entra a 400oC e sai a 120oC e o fluido frio entra 25oC e sai a 78oC. Determine a MLDT para esse trocador de calor considerando que as correntes sejam: a) correntes paralelas; b) correntes opostas. Escolha a melhor opção de uso. ( ) ( )[ ] ( ) ( ) − − −−− = ecsh sceh ecshsceh TT TT TTTT LDT ,, ,, ,,,, ln M corrente contra ( ) ( )[ ] ( ) − − −−− = scsh eceh scsheceh TT TT TTTT LDT ,, ,, ,,,, ln M paralelo