Orientação, memória e atenção _221011_115111

Atenção 1 \u26a0 A t e n ç ã o Rebeca Galdino 79 \u2661 Direção da consciência - estado de concentração da atividade mental sobre determinado objeto. Processos psicológicos que tornam o ser humano capaz de selecionar , filtrar e organizar as informações em unidades controláveis e significativas. Atenção voluntária: concentração ativa e intencional X Atenção espontânea: atenção suscitado pelo interesse momentâneo, incidental. Atenção externa: para fora do mundo subjetivo do sujeito X Atenção interna: voltada para os processos mentais do próprio indivíduo Atenção focal X Atenção dispersa T enacidade: capacidade do indivíduo de fixar sua atenção sobre determinada área ou objeto Vigilância: qualidade da atenção que permite ao indivíduo mudar seu foco de um objeto para outro Atenção flutuante: Freud; como deve funcionar a atenção do analista, deixando livre a atenção e suspendendo ao máximo as motivações, desejos e planos próprios Subdivide-se a atenção em quatros aspectos: capacidade e foco de atenção, atenção seletiva, atenção de resposta e controle executivo, atenção constante ou sustentada Capacidade e foco de atenção: focalização da atenção associada à Atenção seletiva: processo que permitem a seleção de informações Atenção 2 concentração, flutuante em função de fatores extrínsecos e intrínsecos. relevantes para o sujeito e seu processamento cognitivo, limitando as infos que chegam ao sistema cerebral. Atenção constante ou sustentada: capacidade de manter atenção ao longo do tempo. V ariável pelo nível de consciência, motivação (excitação ou tédio com a tarefa) e fadiga. Seleção de resposta e controle seletivo: caráter da atenção de estar voltado a certos objetivos, sendo ação planejada, envolvendo também o controle e as respostas às informações obtidas. Função executiva. As principais estruturas do sistema nervoso relacionadas à atenção são: o sistema reticular ativador ascendente (SRAA) no tronco cerebral, o tálamo e o corpo estriado, em nível subcortical, e, em nível cortical, o córtex parietal posterior direito (não dominante), o córtex pré-frontal, o giro cingulado anterior (também na região frontal), assim como estruturas do lobo temporal medial do sistema límbico. An orm al id a d es d a a t en ç ã o Hipoprosexia: diminuição global da atenção Aprosexia: total abolição da capacidade de atenção Hiperprosexia: estado de atenção exacerbada, com tendência a obstinar-se Distração: sinal de superconcentração ativa sobre determinados conteúdos ou objetos, com a inibição de tudo o mais. Hipertenacidade e hipovigilância. Distratibilidade: estado patológico que se exprime por instabilidade marcante mobilidade acentuada da atenção voluntária, com dificuldade ou incapacidade para fixar-se ou deter-se em qualquer coisa que implique esforço produtivo As alterações da atenção podem ocorrer em distúrbios neurológicos e neuropsicológicos, assim como em transtornos mentais Di stú rb io s ne u r ol ó g ic o s e ne uro ps ic o l óg i c os Atenção 3 Encefalopatias metabólicas Meningoencefalites A VEs Esclerose múltipla Demências Quadros tumorais T r a ns tor nos m en t a is T ranstornos do humor (depressão e transtorno bipolar), transtorno obsessivo compulsivo (TOC), esquizofrenia e transtorno de déficit de atenção/hiperatividade (TDAH) são os que mais apresentam alterações da atenção. Quadros maníacos: diminuição da atenção voluntária e aumento da atenção espontânea, com hipervigilância e hipotenacidade. A atenção do indivíduo em fase maníaca salta rapidamente de um estímulo para outro, sem se fixar em algo. Quadros depressivos: diminuição geral da atenção, ou seja, hipoprosexia. Em alguns casos graves, ocorre a fixação da atenção em certos temas depressivos (hipertenacidade), com rigidez e alguma diminuição da capacidade de mudar o foco da atenção (hipovigilância), devido à forte atenção interna. TOC: atenção ou vigilância excessiva e desregulada Esquizofrenia: dificuldade em anular adequadamente estímulos sensoriais irrelevantes enquanto realizam determinada tarefa, e portanto se distraem facilmente. TDAH: dificuldade marcante de prestar atenção a estímulos internos e externos, pois o paciente, geralmente criança ou adolescente, tem a capacidade prejudicada em organizar e completar tarefas, assim como relutância em controlar seus comportamentos e impulsos. Atenção 4 Orientação 1 \ud83e\udded O r i e n t a ç ã o Rebeca Galdino 79 \u2661 Capacidade de situar-se quanto a si mesmo e quanto ao ambiente. Requer , de forma consistente, a integração das capacidades de atenção, percepção e memória. \u2192 Alterações da atenção e retenção (memória imediata e recente) apenas um pouco mais intensas do que leves costumam resultar em alterações globais da orientação Autopsíquica: orientação do indivíduo em relação a si mesmo. Nome, idade, data de nascimento\u2026 Alopsíquica: orientação em relação ao mundo - quanto ao espaço (espacial) e quanto ao tempo (temporal) espacial: tipo de lugar em que está, nome do lugar e onde se situa (cidade) temporal: ano, mês, dia da semana, dia do mês. É a mais prejudicada pelos distúrbios, por ser mais elaborada. Ne uro ps ic o l og i a d a or i e nt a ç ão A desorientação temporoespacial ocorre, de modo geral, em quadros psico- orgânicos, quando três áreas encefálicas são comprometidas: 1 . Nas lesões corticais difusas e amplas ou em lesões bilaterais, como na doença de Alzheimer . 2 . Nas lesões mesotemporais do sistema límbico, como na síndrome de Korsakoff. 3 . Em patologias que afetam o tronco cerebral e o sistema reticular ativador ascendente (comprometendo o nível de consciência), como no delirium e nas demais síndromes decorrentes de alteração do nível de consciência Orientação 2 A perda da orientação ocorre em ordem decrescente de como é adquirido: temporal \u2014> espacial \u2014> autopsíquica Al ter aç õe s da o ri e n ta ç ã o Desorientação por redução do nível de consciência: desorientação torporosa ou confusa, indivíduo está desorientado por turvação da consciência. Desorientação por déficit de memória imediata e recente: desorientação amnéstica - o indivíduo não consegue reter as informações ambientais básicas em sua memória. Não conseguindo fixar as informações, perde a noção do fluir do tempo, do deslocamento no espaço, passando a ficar desorientado temporoespacialmente. A desorientação amnéstica é típica da síndrome de Korsakoff. Desorientação demencial: muito próxima à amnéstica. Ocorre não apenas por perda da memória de fixação, mas por déficit de reconhecimento ambiental (agnosias) e por perda e desorganização global das funções cognitivas. Desorientação apática ou abúlica: Ocorre por apatia ou desinteresse profundos, comum em quadros depressivos. Desorientação delirante: Ocorre em indivíduos que se encontram imersos em profundo estado delirante, vivenciando ideias delirantes muito intensas, crendo com convicção plena que estão \u201chabitando\u201d o lugar (e/ou o tempo) de seus delírios. Desorientação por déficit intelectual Desorientação por dissociação/histérica - normalmente associada a alterações da consciência secundárias à dissociação histérica e alterações da identidade pessoal Desorientação por desagregação: Ocorre em pacientes psicóticos, geralmente esquizofrênicos em estado crônico e avançado da doença, quando o indivíduo, por desagregação profunda do pensamento, apresenta toda a sua atividade mental gravemente desorganizada, o que o impede de se orientar de forma adequada quanto ao ambiente e quanto a si mesmo. Desorientação quanto à própria idade. É definida como uma discrepância de cinco anos ou mais entre a idade real e aquela que o paciente diz ter . Memória 1 \ud83d\udcbe M e m ó r i a Rebeca Galdino 79 \u2661 Capacidade de registrar , manter e evocar as experiências e os fatos já ocorridos. Relaciona-se intimamente com o nível de consciência, com a atenção e com o interesse afetivo A memória cognitiva é composta de três fases ou elementos básicos: Fase de registro (percepção, gerenciamento e início da fixação) Fase de conservação (retenção) Fase de evocação (também denominada de lembranças, recordações ou recuperação) Para a engramação mnéstica, ou seja, para a formação das unidades de memória, as estruturas límbicas temporomediais (principalmente relacionadas ao hipocampo, à amígdala e ao córtex entorrinal) são fundamentais Fa tor es p s i co l ó gi c o s d o p r o ce s s o d e me mor iz aç ã o Fi xa ção Depende de: Nível de consciência e estado geral do organismo Atenção global e capacidade de manutenção de atenção concentrada sobre o conteúdo a ser fixado (capacidade do indivíduo concentrar- se) Sensopercepção preservada: Interesse e colorido emocional relacionado ao conteúdo mnêmico a ser fixado (vontade e afetividade) Memória 2 Conhecimento anterior (elementos já conhecidos ajudam a adquirir elementos novos) Capacidade de compreensão do conteúdo a ser fixado Organização temporal das repetições (distribuição harmônica e ritmada no tempo auxilia na fixação de novos elementos) Canais sensoperceptivos envolvidos na percepção, já que, quanto maior o número de canais sensoriais, mais eficaz a fixação (p. ex., o método audiovisual de ensino de línguas). Co ns erv aç ão (r et en ção ) Depende de: Repetição Associação com outros elementos Ev oc açã o Capacidade de recuperar e atualizar os dados fixados. Esquecimento, por sua vez, é a impossibilidade de evocar e recordar A memória é dividida em 4 tipos: Memória imediata ou de curtíssimo prazo (de poucos segundos até 1-3min): confunde-se com a atenção e a memória de trabalho. Limitada e depende de concentração, fatigabilidade e treino. Memória recente ou de curto prazo (de poucos min a 3-6hrs) Memória remota ou de longo prazo (meses - muitos anos) \u2192 Priming: fenômeno normal e importante do processo de recordação ou evocação. Fragmentos de um conteúdo mnêmico amplo são evocados e, a partir deles, todo o resto é gradativamente recuperado. Es qu eci me nt o normal: por desinteresse, desuso Memória 3 por repressão: conteúdo desagradável ou pouco importante, mas pode ser recuperado por esforço próprio por recalque: banimento da consciência por serem fatos emocionalmente insuportáveis, recuperados apenas em circunstâncias especiais Lei de Ribot/lei da regressão mnêmica: o esquecimento se dá na ordem e no sentido inverso de aquisição. Primeiro elementos recentes, depois mais antigos; primeiro mais complexos, depois mais simples; primeiro mais estranhos e depois mais familiares; primeiro mais neutros, depois mais afetivos e por último hábitos e comportamentos costumeiros T ip os de mem óri a Memória explícita/declarativa: adquirida de forma consciente Memória implícita/não-declarativa: adquirida de forma mais ou menos automática; o indivíduo não se dá conta de que está aprendendo a habilidade (ex.: como andar de bicicleta). A última a se perder em quadros demenciais. Segundo a estrutura cerebral envolvida: memória de trabalho, episódica, semântica ou de procedimentos Memória de trabalho Atenção + memória imediata (guardar um número de telefone para discar em seguida, seguir um endereço orientado por alguém na rua) Executiva Explícita e declarativa Memória episódica Forma mais relevante de memória para a clínica neurológica, psiquiátrica e neuropsicológica. Memória explícita e declarativa relacionada a eventos específicos da experiência pessoal do indivíduo, ocorridos Memória 4 De curtíssimo prazo Regiões corticais pré-frontais estão envolvidas Memória semântica Registro e retenção de conteúdos em função do significado que têm Aprendizado, conservação e utilização de algo que pode ser designado como o arquivo geral de conceitos e conhecimentos factuais do indivíduo. Cor de um leão (marrom) ou quem foi o maior jogador de futebol do Brasil (Pelé) Explícita e declarativa Ex.: lembrar como foi um almoço com os avós, em Belo Horizonte, durante as férias do mês passado, depende do sistema de memória episódica. Já o conhecimento do significado das palavras \u201calmoço\u201d, \u201cBelo Horizonte\u201d, \u201cférias\u201d, \u201cavós\u201d, etc., depende da memória semântica. A semântica é uma das últimas a serem perdidas em determinado contexto. Relatar o que foi feito na noite anterior é um típico exemplo de memória episódica Relacionada às regiões da face medial dos lobos temporais, particularmente o hipocampo e os córtices entorrinal e perirrinal Memória de procedimentos Habilidades motoras e perceptuais (andar de bicicleta, digitar no computador) + Visuoespaciais (soluções de quebra-cabeças) + aprendizado de línguas (regras gramaticais, conjugação de verbos) Implícita e não declarativa , mas durante a aquisição da habilidade, pode ser explícita, como quando se aprende a dirigir seguindo orientações verbais Al ter aç õe s pa t o ló g i ca s da m em ó r ia Qu an tit at iv as

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