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– Sentidos especiais (capítulos 50, 51, 53 e 54 – Guyton) VISÃO (CÁP 50/51) PERGUNTAS CÁP 50 1) O que é acomodação da visão? - É um fenômeno em que ocorre a mudança do poder refrativo do olho (mudança da velocidade dos raios luminosos) devido as suas estruturas (córnea, humor vítreo, humor aquoso), bem como a mudança de curvatura do cristalino, garantindo que a imagem seja focalizada no plano retiniano. Ou seja, o cristalino muda de forma através da contração do músculo ciliar para haja desvio dos raios luminosos que penetram, fazendo com que sejam focalizados na retina 2) Como a visão está relacionada com o fenômeno de acomodação? - A visão está relacionada ao fenômeno de acomodação, pois a contração do músculo ciliar representa o mecanismo periférico da acomodação, secundário a um mecanismo central. Este mecanismo central é ativado por um estímulo visual (a imagem desfocada na retina). Através desse estímulo, a córnea e o cristalino refratam os raios de luz que penetram, focando-os na retina. A forma da córnea é fixa, mas o cristalino muda de forma (curvatura) para focalizar objetos situados a diferentes distâncias do olho. Ao se tornar mais redondo/bojudo, o cristalino permite que objetos próximos entrem em foco. Ao ficar mais fino, o cristalino permite focalizar objetos distantes 3) O que é ponto focal? - É o ponto de convergência da luz em um local na retina. Na fóvea é onde a visão é melhor 4) O que é ponto cego? - É o local onde há uma pequena parte da retina, ligada ao nervo óptico (responsável por transportar as sensações visuais do olho para o cérebro), que não consegue detectar a luz que forma a imagem, que será reconhecida no cérebro. É o lugar no campo visual que corresponde à falta de células fotorreceptoras no disco óptico da retina. Não percebemos essa falha, pois a imagem de um olho compensa a do outro 5) O que é daltonismo? - Também chamado de discromatopsia ou discromopsia, é uma perturbação da percepção visual caracterizada pela incapacidade de diferenciar todas ou algumas cores 6) O que é acuidade visual? - É a capacidade da pessoa de enxergar dois pontos de luz como corpos distintos a determinada distância. Ou seja, a pessoa pode normalmente distinguir dois pontos separados, caso seus centros situem-se distantes por até dois micrômetros na retina, o que é discretamente maior que a largura de um cone da fóvea (1,5 micrômetros). Para medição é feito o teste de Snellen *É a aptidão do olho para distinguir os detalhes espaciais. Em outras palavras, é a capacidade de identificar a forma e o contorno dos objetos 7) O que é miopia? - Na “visão para perto”, quando o músculo ciliar está completamente relaxado, os raios de luz que vêm de objetos distantes são focalizados antes da retina. Esse distúrbio geralmente se deve ao globo ocular longo demais, mas pode resultar de demasiado poder refrativo no sistema de lentes do olho. A pessoa míope não tem mecanismo pelo qual focaliza objetos distantes nitidamente na retina. Contudo, à medida que um objeto se aproxima do olho da pessoa, ele finalmente chega perto o suficiente para que a imagem possa ser focalizada e quanto mais próximo do olho, a pessoa pode usar o mecanismo de acomodação para manter a imagem focalizada claramente. 8) O que é catarata? https://pt.wikipedia.org/wiki/Cores - A catarata é uma área ou áreas nubladas/opacas no cristalino. A patologia poderá ser corrigida por remoção cirúrgica do cristalino. Quando essa intervenção é realizada, o olho perde grande parte de seu poder refrativo que precisa ser substituído mediante a colocação de uma lente convexa poderosa à frente do olho; muitas vezes, contudo, implanta-se lente plástica artificial no olho, no lugar do cristalino removido Obs: na cirurgia de catarata é retirada a lente (cristalino) e, apesar da inserção de uma lente artificial com a gradação de dioptria desejada, a pessoa perde a capacidade de acomodação do olho 9) O que é glaucoma? - É uma doença do olho em que a pressão intraocular fica patologicamente alta, podendo causar cegueira ou lesão das estruturas associadas (fibras do nervo óptico, lesão neuronal e na retina) 10) O que é refração? - Fenômeno que se caracteriza pela mudança de velocidade dos raios de luz ao atravessarem diferentes estruturas antes de convergirem para retina 11) O que é dioptria? - Medida do poder refrativo de uma lente. Quantifica a capacidade de refração do sistema óptico. Essa unidade permite, portanto, calcular o grau de correção dos óculos, assim temos que um grau é igual a uma dioptria. *Capacidade de alteração do ponto focal, vai adaptar a acomodação da visão. Quanto mais idade menos existe essa capacidade de adaptação *Relação entre a distância de um metro e a distância focal 12) O que é hipermetropia? - Na “visão boa para longe”, em geral, se deve a um globo ocular curto demais ou, ocasionalmente, a sistema de lentes fraco demais. Nessa condição, os raios de luz paralelos não são curvados o suficiente, pelo sistema de lentes relaxado, para chegar ao foco quando alcançam a retina. Para superar essa anormalidade, o músculo ciliar precisa contrair-se para aumentar a força do cristalino. Pelo uso do mecanismo da acomodação, a pessoa hipermetrope é capaz de focalizar objetos distantes na retina 13) O que é ponto próximo e remoto/distante? - Ponto próximo é o ponto mais próximo da vista que se consegue ver com nitidez, na qual a distância ao olho é denominada distância mínima de visão distinta *Nesse ponto, a vista conjuga imagem nítida com máximo esforço de acomodação. Nesse caso, os músculos ciliares mostram-se contraídos e a lente assume mínima distância focal - Ponto remoto/distante é o ponto mais distante da vista que se consegue ver com nitidez, na qual a distância ao olho é denominada distância máxima de visão distinta *Nesse ponto, a vista conjuga imagem nítida com mínimo esforço de acomodação. Nesse caso, os músculos ciliares mostram-se relaxados e a lente assume máxima distância focal CÁP 50 - ACOMODAÇÃO: é a capacidade do olho de ajustar sua potência óptica para manter um objeto em foco enquanto o objeto se move a várias distâncias do olho. Conforme o objeto é trazido para mais perto do olho, haverá um ponto em que ele não poderá mais focalizá-lo. Essa distância é chamada de ponto próximo. *Acomodação é quando o parassimpático, , via fotoreatividade, realiza o fechamento da pupila (miose), através da contração da musculatura ciliar => cristalino fica mais bojudo, devido ao ligamento ficar mais frouxo, com o parassimpático ativado Obs: simpático é responsável pela midríase, através da contração da musculatura radial - PONTO CEGO: para que possamos ver um objeto, os raios de luz desse objeto devem incidir sobre os fotorreceptores da retina (são as células que podem capturar a energia da luz para produzir uma resposta biológica). Esses estão localizados na retina, dentro do olho e na parte posterior do globo ocular. A retina é continua na parte de trás do olho, exceto por uma região chamada de disco óptico (ponto cego), onde as fibras nervosas deixam o olho para transportar informações sobre o que vemos para o cérebro Obs: 3 coisas são responsáveis pela profundidade da visão: linha e memória de tamanho de objeto; paralaxe e visão binocular - ESPECTRO CORES: temos fotorreceptores chamados cones, que possuem moléculas de fotopigmento que diferem dos fotorreceptores de bastonetes (dos quais dependemos para a visão noturna) e que também diferem entre si em uma das três classes. Os três fotopigmentos de cone (apenas um encontrado em qualquer cone) contém uma opsinaapoproteina, covalentemente ligada a 11-cis-hidrorretinal, que é molécula que absorve aluz. Ligeiras diferenças a apoproteína significam que existem diferenças entre os cones quanto às suas sensibilidades espectrais (isto é, faixa de comprimentos de onda da luz na qual eles melhor absorvem energia) - REFRAÇÃO DE LUZ: fenômeno que se caracteriza pela mudança de velocidade dos raios de luz ao atravessarem estruturas curvadas antes de convergirem para retina, devido ao índice de refração. Caso essa estrutura seja concava os raios irão divergir, caso seja convexa os raios irão convergir - TIPOS DE LENTE: Usado para alterar as distancias focais *Lente convexa: focaliza (convergem) os raios de luz para um ponto focal *Lente côncavas: divergem os raios de luz - DIOPTRIA: relação entre a distância de um metro e a distância focal *Quanto maior a dioptria, menor a distância focal *Medida do poder refrativo de uma lente. Quantifica a capacidade de refração do sistema óptico. Essa unidade permite, portanto, calcular o grau de correção dos óculos, assim temos que um grau é igual a uma dioptria. CÁP 51 - Epitélio pigmentado absorve o excesso de luz - Retina determina ausência de luz ou comprimento de onda enquanto a luz está entrando *Temos dois tipos de células: uma para determinar o formato (ausência de luz) e uma para determinar comprimento de onda - Fóvea: ponto de visão mais nítido, camadas + internas e a de cones e bastonetes é lateralizada, luz chega mais rápido na fóvea FOTOTRANSDUÇÃO - Ocorre na retina -> os fotorreceptores da retina convertem a energia luminosa em sinais elétricos - Fototransdução é o processo pela qual a energia luminosa é convertida em sinais elétricos. Atrás da porção fotossensível da retina humana há uma camada escura de epitélio pigmentado (estrato pigmentoso), sua função é absorver qualquer raio de luz que não chegue aos fotorreceptores, evitando que essa luz seja refletida no interior do olho e provoque distorção na imagem *Existe tanto transmissão vertical quanto horizontal, isso ocorre para que seja melhor a detecção da luz - A célula ganglionar, possivelmente, transforma luz em potencial de ação, que faz o caminho contrário nas camadas e, vai para o nervo óptico *Transmissão da luz é por condução até chegar na célula ganglionar e ser transformado em potencial de ação - A substância fotoquímica, sensível à luz, é encontrada no segmento externo. No caso dos bastonetes, a substância fotoquímica é a rodopsina; nos cones, são pigmentos coloridos Obs.: bastonetes tem a função de detectar ausência de luz e definir contorno/forma. Já os cones, detectam a cor - Hiperpolarização do bastonete: fototransdução no segmento externo da membrana do fotorreceptor (bastonete ou cone). Quando a luz incide sobre o fotorreceptor, a porção retinal da rodopsina que absorve a luz é ativada. Essa ativação causa o descoramento da rodopsina, que induz a diminuição de GMPc (segundo mensageiro). A redução do GMPc, então, leva ao fechamento dos canais de sódio que, por sua vez, causam hiperpolarização do fotorreceptor - Despolarização do bastonete: no escuro (ausência de luz), não há o descoramento da rodopsina. Então, a concentração de GMPc se mantém elevada, mantendo os canais de sódio abertos, o que causa despolarização do fotorreceptor ** Vitamina A é um componente da rodopsina (fotopigmento), que vai auxiliar no processo de despolarização e hiperpolarização - Cones: os pigmentos visuais dos cones são excitados por diferentes comprimentos de onda da luz, o que nos permite a visão colorida. Cada tipo de cone é estimulado por uma faixa de comprimentos de onda, porém, é mais sensível a um comprimento de onda especifico. *Cores primárias: vermelho, verde e azul (RGB) => formam as diferentes cores através da junção dessas cores primárias *Branco = é uma combinação de cores -> pode-se observar isso quando separa a luz branca passando- a através de um prisma - Retina por condução eletrotônica e não por potenciais de ação: os únicos neurônios da retina que sempre transmitem sinais visuais por meio de potenciais de ação são as células ganglionares, enviando seus sinais para o sistema nervoso central pelo nervo óptico. Todos os neurônios da retina conduzem seus sinais visuais por condução eletrotônica *A condução eletrotônica significa fluxo direto de corrente elétrica, e não potenciais de ação, no citoplasma neuronal e nos axônios nervosos do ponto de excitação por todo o trajeto até as sinapses de eferência - A retina usa o contraste e, não a intensidade absoluta de luz, para uma boa detecção de estímulos fracos - Dois tipos de células bipolares são responsáveis por sinais opostos excitatórios e inibitórios na via visual: (1) a célula bipolar despolarizante; e (2) a célula bipolar hiperpolarizante, isto é, algumas células bipolares se despolarizam quando os bastonetes e cones são excitados, e outras se hiperpolarizam - O glutamato liberado de fotorreceptores para os neurônios bipolares inicia o processamento do sinal. Há dois tipos de células bipolares, luz-ligada (células bipolares ON) e luz-desligada (células bipolares OFF) *As células bipolares ON são ativadas na luz quando a secreção de glutamato pelos fotorreceptores diminui *No escuro, as células bipolares ON estão inibidas pela liberação de Glutamato. Já as células bipolares OFF são excitadas pela liberação de glutamato no escuro Obs.: células bipolares fazem o refinamento do contraste, mediado pelo glutamato que pode ter papel excitatório ou inibitório -> inibe pontos de pouca luz e excita o que tem mais luminosidade para melhorar o contraste DESPOLARIZAÇÃO HIPERPOLARIZAÇÃO AUDIÇÃO (CÁP 53) PERGUNTAS CÁP 53 1) Como localizamos a distância e a posição do som? - A pessoa determina a direção horizontal da qual vem o som por dois meios principais: (1) o intervalo de tempo entre a entrada do som em um ouvido e sua entrada no ouvido oposto; e (2) a diferença entre as intensidades de sons nos dois ouvidos. O mecanismo do intervalo de tempo discrimina a direção muito mais precisamente do que o mecanismo da intensidade, por não depender de fatores alheios, mas somente do intervalo exato de tempo entre dois sinais acústicos. Se a pessoa estiver olhando com precisão na direção da fonte de som, ele chegará a ambos os ouvidos exatamente no mesmo instante, enquanto, se o ouvido direito estiver mais próximo do som que o esquerdo, os sinais sonoros do ouvido direito entrarão no cérebro à frente dos do ouvido esquerdo. Os dois mecanismos mencionados não podem dizer se o som está emanando da parte da frente ou de trás da pessoa ou de cima ou de baixo. Essa discriminação é dada principalmente pelos pavilhões auditivos dos dois ouvidos. A forma do pavilhão auditivo muda a qualidade do som que entra na orelha, dependendo da direção de que vem o som. Acontece assim ao enfatizar frequências sonoras específicas que chegam de diferentes direções. 2) Porque o osso tem a propriedade de propagar o som? - Como o ouvido interno, a cóclea está incrustada na cavidade óssea no osso temporal, chamada labirinto ósseo, as vibrações do crânio inteiro podem causar vibrações do líquido na cóclea. Portanto, sob condições apropriadas, diapasão ou vibrador eletrônico colocado em qualquer protuberância óssea do crânio, mas especialmente no processo mastoide perto da orelha, faz que a pessoa ouça o som. 3) O que significa retroalimentação auditiva? - A retroalimentação auditiva é um sistema que monitora auditivamente a fala sequencial e, para que hajao monitoramento efetivo, é necessária a garantia da integridade da via auditiva eferente, sendo a resposta reflexa estapediana aos sons de forte intensidade sonora uma das mais evidentes, constantes e estáveis, dentre as respostas eferentes da via auditiva. Para além desta função, o reflexo acústico também é responsável pela melhora na discriminação de fala em fortes intensidades e na seletividade de frequência, justificando, assim, a relação entre o reflexo acústico e a diferença de frequência, antes e após o ruído mascarante. - Na presença de eventuais falhas no mecanismo de retroalimentação auditiva, é muito comum observar ausência ou insuficiência de regulação do parâmetro acústico de intensidade vocal, induzindo ao abuso e/ou mau uso vocal e, por conseguinte, ao surgimento dos quadros de disfonia, situação compatível com uma das etiologias dos casos de rouquidão nos indivíduos, bem como das recidivas frequentes desses sintomas, pós-tratamento **Em síntese, a retroalimentação auditiva é como um feedback auditivo, em que se tem audição por uma pessoa de sua própria voz, gerando assim uma resposta de controle (aumento ou diminuição do timbre da voz, do volume, etc) CÁP 53 - O som, geralmente, é causado pela movimentação do ar, podendo ser, também, pela vibração do processo mastoide principalmente, movimentando, diretamente, a perilinfa. Como o ouvido interno está embutido no osso, vibrações de todo o crânio podem causar vibrações na cóclea e produzirem som - O estímulo auditivo transmitido pelo ar vibra a membrana timpânica, a qual possui o músculo tensor do tímpano responsável por controlar a sua vibração (sua contração atenua sons altos). Essa vibração é transpassada aos ossículos (martelo – que fica preso ao umbigo na parte interna do tímpano, bigorna e estribo, respectivamente). Por possuírem diferença de tamanho, a força exercida é 22x maior no fluido da cóclea (sem a membrana timpânica e ossículos as ondas sonoras ainda passariam para a cóclea, mas com uma sensibilidade muito reduzida) - O estribo envia essa vibração até a janela oval/janela do vestíbulo, a qual é controlada através do musculo estapédio (menor musculo corporal, o qual sua contração atenua sons altos) e inervado pelo nervo facial. Essa vibração é encaminhada para a perilinfa. - Essa perilinfa se desloca na região coclear, primeiro, pela rampa de subida/vestibular e, logo após (pela dissipação de energia) pela rampa de descida/timpânica. Nesse momento a janela redonda fica abaulada com uma concavidade interna ao ducto coclear enquanto se desloca, e a perilinfa caminha-se até determinado local, a depender da sua vibração e do tipo de som escutado. *Essa vibração pode ser aguda (alta frequência) ou grave (baixa frequência e de melhor acusia) -> quanto mais grave é uma vibração, mais próximo do helicotrema essa perilinfa se desloca - Essa movimentação excita, na região de rampa média/ducto coclear, uma estrutura chamada de órgão de corte, contida dentro desse compartimento, tanto através da rampa de subida, quanto através da rampa de descida - Pela rampa de subida: ocorre a movimentação da membrana de Reussnier/vestibular (que separa a rampa media da rampa vestibular), a qual movimenta a endolinfa (dentro do ducto coclear). Essa endolinfa vibra a membrana tectória, a qual movimentará, em vai-vem, os estereocílios das células pilosas (um apoiando-se sobre o outro, por possuírem tamanhos gradativamente menores). Essa movimentação de estereocílios para determinado lado abre canais mecânicos de potássio (K+), muito presente na endolinfa, fazendo despolarização. Essa despolarização abre canais de cálcio voltagem-dependentes, o qual entra liberando vesículas de glutamato (excitatório) para as células nervosas logo abaixo *Quando não há sinal de perilinfa e endolinfa, não estimulando as células pilosas, esses estereocílios movimentam-se na direção oposta, fazendo com que canais de K+ se fechem, gerando hiperpolarização - Pela rampa de descida: quando a perilinfa para em uma região especifica da rampa de subida e excita um órgão de corte especifico, essa energia é dissipada para a rampa de descida, movimentando a perilinfa do outro lado. Essa perilinfa da rampa de descida movimenta a endolinfa, a qual empurra a membrana basilar (entre a rampa media e a rampa timpânica), a qual aumenta o atrito entre os estereocílios e a membrana tectoria, sendo mais importante na formação de potencial *Por isso, sons mais graves são de melhor acusia: passam por mais receptores sensoriais da audição (órgão de corte) *No final da rampa de descida, existe a janela redonda (parte da orelha media) que é responsável por dissipar essa energia de movimentação de endolinfa para impedir aumento de pressão na região - Sistema vestibular de equilíbrio: diferentemente do sistema coclear (responsável pela audição), existe o sistema vestibular de equilíbrio, o qual é acionado pela movimentação da endolinfa sendo causada pela movimentação corpórea, podendo ser superoinferior a anteroposterior (aceleração linear do sáculo e utrículo) ou de rotação (canais semicirculares), não sofrendo qualquer ação direta ou indireta da perilinfa. - A partir disso, a parte coclear do nervo vestíbulococlear, recebe as informações de audição, une-se a parte vestibular, e se encaminha para o TE *A parte coclear adentra as estrias medulares e se funde ao corpo trapezoide, encaminhando-se para os dois hemisférios cerebrais através do lemnisco lateral, localizando-se no lobo temporal, giro transverso *A parte vestibular faz sinapse entre a ponte e bulbo, nos núcleos vestibulares - Função do córtex na audição: percepção de frequência sonora; discriminação de padrões sonoros; determinação da direção de qual som vem - Existem 2 formas de gerar estimulo auditivo: transmissão aérea e transmissão óssea *A perda da membrana timpânica não impede que se escute, pois, um estímulo na parte petrosa do temporal é capaz de movimentar a perilinfa sem necessidade de passar pelo meato acústico externo e, portanto, gera a audição. GUSTAÇÃO E OLFATO (CÁP 54) PERGUNTAS CÁP 54 1) Como transformar estímulo gustativo em potencial? - O mecanismo pelo qual a maioria das substâncias estimulatórias interage com as vilosidades gustatórias, para iniciar o potencial receptor se dá por meio da ligação da substância à molécula receptora proteica, localizada na superfície da célula receptora gustatória, próxima da membrana das vilosidades ou sobre elas. Essa interação resulta na abertura de canais iônicos, que permitem a entrada de íons sódio e hidrogênio, ambos com carga positiva, despolarizando a célula, que normalmente tem carga negativa. Então, a substância estimulatória é deslocada da vilosidade gustatória pela saliva, removendo, assim, o estímulo. *O tipo do receptor proteico em cada vilosidade gustatória determina o tipo de gosto que é percebido. Para os íons sódio e hidrogênio, que provocam as sensações gustatórias salgada e azeda, respectivamente, as proteínas receptoras abrem canais iônicos específicos, nas membranas apicais das células gustatórias, ativando, assim, os receptores. Entretanto, para as sensações gustatórias doce e amarga, as porções das moléculas proteicas receptoras, que se projetam através da membrana apical, ativam substâncias transmissoras que são segundos mensageiros nas células gustatórias e esses segundos mensageiros produzem alterações químicas intracelulares, que provocam os sinais do gosto. 2) Como separa o que é doce do que não é tão doce? - Tem relação com processo de transdução, pois o receptor para doce tem parte especifica e parte inespecífica,então quanto melhor o encaixo a substância no receptor maior será a sensação de doce. Como é o exemplo do adoçante e do açúcar, que o adoçante uma gota é suficiente para adoçar, já no açúcar é necessário uma maior quantidade 3) Porque no COVID-19 produz alterações da percepção da gustação? - A proteina SPIKE se acopla a receptores ECA onde são identificados receptores desse tipo nas células de sustentação ao redor dos neurônios olfatórios. Quando se ligam a essas células de sustentação, e não nos próprios neurônios olfatórios, essas células ficam edemaciadas e com isso diminuem a chegada da partícula olfatória até o receptor olfatório. Então cria-se uma barreira pelo edema, que nessa região impede a chegada da partícula olfatória diretamente no receptor olfatório nasal. Ou seja, então não é uma lesão diretamente no nervo, e sim, ao redor das células de sustentação desse nervo. Obs.: no COVID paladar não é perdido, pois continuamos sentindo gosto (azedo, salgado, doce, ácido e umami), mas não sentimos o aroma que é responsável por criar o sabor que sentimos das comidas => “comemos com o olfato” *Teoria: comemos por prazer, pois os núcleos para-olfatórios estão no giro do cíngulo (região mesolímbica), próximo da amigdala que é responsável por padrões comportamentais -> temos a teoria do padrão primitivo (padrões comportamentais) e consciente (reconhecer cheiro) *Temos memória olfativa extremamente boa 4) O que são sensações primárias? - Com o sentido do paladar, somos capazes de distinguir 4 sabores básicos: amargo, azedo, doce e salgado. Além, de um 5º sabor, que é umami *Gosto azedo: é causado pelos ácidos, isto é, pela concentração do íon hidrogênio, e a intensidade dessa sensação é aproximadamente proporcional ao logaritmo da concentração do ion hidrogênio (quanto mais ácido o alimento , mais forte se torna a sensação de azedo) *Gosto salgado: é provocado por sais ionizados, principalmente pela [ ] de íons sódio. A qualidade do gosto varia ligeiramente de um sal para outro porque alguns sais provocam outras sensações gustatórias além do salgado. Os cátions dos sais, em especial o sódio, são os principais responsáveis pelo gosto salgado, mas os ânions também contribuem, porém em menor grau-> gosto salgado tem relação com a capacidade de liberar cátions que irá gerar um estimulo mais ou menos intenso *Gosto doce: não é induzido por categoria única de substâncias químicas. Alguns tipos de substâncias que provocam este gosto são: açúcares, glicóis, álcoois, aldeídos, cetonas, amidos, ésteres, alguns aminoácidos, algumas proteínas pequenas, ácidos sulfônicos, ácidos halogenados, e sais inorgânicos de chumbo e berilio. Deve-se ressaltar que a maioria das substâncias que induzem o gosto doce é orgânica. É especialmente interessante o fato de que pequenas alterações na estrutura química, tais como a adição de radical simples, podem frequentemente mudar a substância de doce para amarga. *Gosto amargo: não é induzido por tipo único de agente químico. Nesse caso, as substâncias que provocam o gosto amargo são quase exclusivamente substâncias orgânicas. Duas classes de substâncias destacam-se como indutoras das sensações de gosto amargo: (1) substâncias orgânicas de cadeia longa, que contêm nitrogênio; e (2) alcaloides – esses incluem muitos dos fármacos utilizados como medicamentos, como quinina, cafeína, estricnina e nicotina. Algumas substâncias que inicialmente têm gosto doce induzem no final um gosto amargo. Essa característica ocorre com a sacarina, por exemplo. Quando ocorre em alta intensidade, faz com que frequentemente a pessoa ou animal rejeite o alimento. Essa reação é, sem dúvida, função importante da sensação de gosto amargo porque muitas toxinas letais, encontradas em plantas venenosas são alcaloides, e quase todos esses provocam gosto amargo intenso, o que gera repulsa pelo alimento. *Gosto umami: uma palavra japonesa que significa “delicioso”, designa a sensação de gosto prazerosa que é qualitativamente diferente do azedo, do salgado, do doce ou do amargo. Umami é o gosto predominante dos alimentos que contêm glutamato monossódico, tais como caldos de carne e queijo amadurecido. Alguns fisiologistas o consideram como categoria separada, a quinta categoria de estímulo primário do paladar. O receptor gustatório para o glutamato monossódico pode estar relacionado a um dos receptores sinápticos para o glutamato que também são expressos nas sinapses neuronais do cérebro. Entretanto , os mecanismos moleculares precisos responsáveis pelo gosto umami ainda não estão esclarecidos. Obs.: doce e amargo independentemente da quantidade/concentração, podemos sentir diferentes intensidades do gosto devido à ligação/encaixe da molécula com o receptor 5) Qual o nosso limiar para o gosto? - O limiar de detecção ou limiar absoluto é o menor estímulo capaz de produzir a menor sensação de gosto; o limiar de reconhecimento é o nível de estímulo no qual é reconhecido seu gosto específico *Quanto maior o índice, menor o limiar. Por exemplo: uma gosta de sacarina é suficiente para adoçar um copo de suco, já se fosse usado açúcar seria necessário uma maior quantidade para adoçar o copo de suco do mesmo tamanho CÁP 54 - GUSTAÇÃO: sentimos o gosto (azedo, salgado, doce, ácido e umami) - OLFATO: sentimos o aroma (cheiro) dos alimentos -> para cada aroma existe um receptor específico (cada receptor é sensível a um tipo de molécula) 1) a ativação da proteína receptora pela substância odorante ativa o complexo da proteína G que, por sua vez; 2) ativa muitas moléculas de adenilil ciclase, que se encontram do lado intracelular da membrana da célula olfatória, levando a que; 3) Muitas moléculas de AMPc sejam formadas; e, finalmente, 4) o AMPc induz a abertura de número muitas vezes maior de canais de sódio => Olfato: ativação de segundos mensageiros e abertura de canais de sódio que geram potencial de ação Obs.: ao comer uma coisa o olfato permanece por mais tempo que o gosto, isto devido ao mecanismo de adaptação - ÁREAS OLFATORIAS Área olfatória medial: mais primitiva, conexão com sistema límbico Área olfatória lateral: conexão direta com tálamo - PALADAR: sentimos o sabor dos alimentos por junção da gustação, do olfato, a textura e a temperatura, que se complementam e “formam” o sabor que sentimos - Flavorizantes: são substâncias (naturais ou sintéticas) que, adicionadas a um alimento, conferem-lhe um sabor característico - QUIMIORRECEPÇÃO: receptores que transformam o estímulo químico (informações do ambiente) em potencial de ação, que podem ser interpretados pelo encéfalo, esse processo recebe o nome de transdução *As evidências atuais sugerem que a modulação da informação sensorial inicia no epitélio olfatório. Um processamento adicional ocorre no bulbo olfatório. Algumas vias descendentes de modulação provenientes do córtex terminam no bulbo olfatório, e existem conexões moduladoras recíprocas dentro e entre os dois bulbos olfatórios. Vias ascendentes do bulbo olfatório também levam à amígdala e ao hipocampo, partes do sistema límbico envolvidas na emoção e na memória. Obs.: memória olfativa e gustativa: somos capazes de pensar no alimento e lembrar do gosto => memoria olfativa é mais intensa