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Ética e bioética (med) ciclo 1


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Ética e bioética (med) – ciclo 1
MORTE 
-> MORTE CELULAR: são essenciais para a vida 
da célula: membrana celular, metabolismo 
energético e síntese proteica. Então, problema 
nesses processos podem ocasionar a morte celular 
Ex causas: privação de O2 
-> MORTE DO CORPO: 
“Um indivíduo que tenha sofrido parada 
irreversível das funções circulatórias e respiratória 
ou parada irreversível de todas as funções do 
cérebro, incluindo o tronco cerebral, está morto” 
-> MORTE CEREBRAL: 
Ex causas: TCE, AVE, encefalopatia anóxica e 
neoplasias 
- Subdividida em três vertentes: 
1. Morte cortical: morte da consciência 
- Estágio vegetativo persistente, coma, perda de 
consciência 
2. Morte encefálica: coma não perceptível e 
ausência de funções do tronco encefálico (morte da 
consciência + morte do centro respiratório) 
- Estabelecer a causa e a irreversibilidade do coma; 
afastar fatores de erro (intoxicações, hipotermia, 
distúrbios metabólicos); ausência de reflexos do 
tronco cerebral e ausência de reação à dor 
provocada 
- Críticas ao EEG: 
*Possibilidade de o traçado sofrer alteração por 
interferência vinda do ambiente do CTI (resultado 
pode ser um falso negativo para morte encefálica) 
*Pode ser muito afetado por intoxicação e 
hipotermia 
*Avalia apenas o córtex cerebral 
- Teste usados atualmente: 
*Arteriografia cerebral, EEG e Cintilografia; 
Tomografia Computadorizada associada a 
arteriografia contrastada; Doppler transcraniano; 
Tomografia por emissão de fótons ou pósitrons; 
Registro de potencial evocado auditivo ou 
somatossensorial; Saturação de oxigênio no sangue 
da veia jugular. 
- Maior causa de morte encefálica: TCE 
COMO É ATESTADO MORTE ENCEFÁLICA 
- Parâmetros clínicos para o início do diagnóstico: 
coma não perceptivo, ausência de atividade 
supraespinhal, apneia persistente. 
*Deve apresentar lesão encefálica de causa 
conhecida, irreversível e capaz de causar a morte 
encefálica, ausência de fatores tratáveis que possam 
confundir o diagnóstico de morte encefálica. 
- Fatores de erro (tratáveis): temperatura corporal 
superior a 35º, saturação arterial de oxigênio acima 
de 94% e pressão arterial sistólica maior ou igual a 
100 mmhg para adultos 
- Tempo de observação para que seja iniciado o 
diagnóstico: mínimo de 6 horas em adultos ou em 
caso de encefalopatia hipóxico-isquêmica intervalo 
de 24 horas 
- Intervalo mínimo entre as 2 avaliações clínicas: 
*De 7 dias a 2 meses incompletos: 24 horas 
*De 2 meses a 24 meses incompletos: 12 horas 
*Acima de 2 anos: 1 hora 
- Confirmação da morte encefálica 
a) Dois exames clínicos realizados por médicos 
diferentes, especificamente capacitados para 
confirmar o coma não perceptivo e a ausência de 
função do tronco encefálico; 
b) Um teste de apneia; 
c) Um exame complementar que comprove a 
ausência de atividade elétrica. Este exame deve 
comprovar: ausência de perfusão sanguínea 
encefálica, ou ausência de atividade metabólica 
encefálica ou ausência de atividade elétrica 
encefálica 
 
- Formação dos médicos examinadores: 
a) Será considerado especificamente capacitado o 
médico com um ano de experiência no 
atendimento de pacientes em coma e que tenha 
acompanhado ou realizado pelo menos dez 
determinações de morte encefálica, ou que tenha 
realizado curso de capacitação para determinação 
de morte encefálica; 
b) Um dos médicos especificamente capacitado 
deverá ser especialista em uma das seguintes 
especialidades: medicina intensiva, medicina 
intensiva pediátrica, neurologia, neurologia 
pediátrica, neurocirurgia ou medicina de 
emergência. 
c) Nenhum desses médicos pode fazer parte da 
equipe de transplante. 
3. Morte do tronco cerebral: perda dos reflexos 
com centro no tronco encefálico (morte do centro 
respiratório) -> maior causa de morte do tronco 
cerebral: AVE 
OBS: neoplasias 
- Neoplasia benigna: cresce empurrando estruturas 
adjacentes, não está aderido à planos 
- Neoplasia maligna: aderido à planos profundos, 
indolor, sem limites precisos 
DISTANÁSIA 
- É a prática pela qual se prolonga, através de 
meios artificiais e desproporcionais, a vida de um 
enfermo incurável 
- Princípios éticos para evitar a distanásia: 
a. Beneficência; 
b. Respeito à privacidade e à autonomia do 
paciente 
c. Liberação do leito de UTI para doentes com 
melhor prognóstico 
MORTE REAL X MORTE APARENTE 
- Diagnostico de morte: parada irreversível da 
respiração e da circulação, exceto casos 
excepcionais 
- Morte aparente: estado transitório em que as 
funções vitais "aparentemente" estão abolidas, em 
consequência de uma doença ou entidade mórbida 
que simula a morte 
Ex: traumatismos, causas naturais (coma epilético, 
estados sincopais, morte aparente do RN), por 
ação de energias externas (asfixia, envenenamentos, 
eletropressão, fulguração e hipotermia) 
AUSÊNCIA DE FUNÇÕES CEREBRAIS 
- Imobilidade, flacidez muscular difusa, 
insensibilidade e sinais cadavéricos tardios 
AUSÊNCIA DE CIRCULAÇÃO 
- Ausculta por 5 minutos 
- Testes: torniquete no dedo, gota de éter no fundo 
do saco conjuntival, injeção de éter subcutâneo, 
exame de fundo de olho 
Obs.: debito cardíaco = volume sistólico x 
frequência cardíaca 
AUSÊNCIA DE RESPIRAÇÃO: 
- Inspeção, palpação, ausculta 
ACIDIFICAÇÃO DE LÍQUIDOS 
TISSULARES 
- ↓ pH (azul de bromotimol) 
ESTUDO MÉDICO LEGAL DOS 
TRANSPLANTES 
TIPOS DE TRANSPLANTES 
- Autotransplantes: transplante de uma área do 
corpo para outra área na mesma pessoa 
- Isotransplantes: transplantes em gêmeos 
univitelinos (carga genética idênticas) 
- Alotransplantes: transplante em gêneros iguais, 
mas carga genicas diferentes 
- Xenotransplantes: transplantes entre espécies 
diferentes (animais para humanos) 
ASPECTOS BIOLÓGICOS 
- Influência da “natureza imunológica” 
- Alotransplantes em animais recém-nascidos tem 
menor índice de rejeição -> SI imaturo 
- Causadores de rejeição: 
*Antígenos de histocompatibilidade -> para duas 
pessoas serem compatíveis elas devem ter pelo 
menos 4 marcadores iguais e quais são esses 
antígenos -> alguns marcadores tem maior risco de 
rejeição 
SUCESSO DOS TRANSPLANTES 
- Medicações imunossupressoras (ciclosporina, 
azatioprina, corticoides, soros antilinfocitários) 
*Malefícios da imunossupressão: causa baixa da 
imunidade (RI menos eficaz), pacientes ficam mais 
suspensos a adquirir doenças, não respondem bem 
a vacinas, etc 
Obs: Córnea -> índice de rejeição é muito baixo 
por não ter circulação 
APROVEITAMENTO DE ÓRGÃOS DE 
CADÁVERES 
 
ASPECTOS ÉTICOS 
- Beneficência; autonomia e justiça 
- Comércio de órgãos é expressamente proibido no 
Brasil, mas há países como a Índia que é permitido 
- Doador: existe contraindicações absolutas e 
relativas 
*Criança viva, só em caso de gêmeos univitelinos é 
permitido a doação de órgãos 
- Doação post mortem 
*Grande risco de deterioração dos órgãos, por 
isso, são utilizados fármacos, como a Dopamina, 
para manter o órgão o mais integro possível 
-> Escolha do receptor: 
*Contraindicações ligadas ao receptor: 
1. Existência de sensibilização prévia aos antígenos 
do doador (se ocorrer uma rejeição após o 
transplante, não deve ser usado o mesmo doador 
da próxima vez); 
2. Neoplasia maligna (trata a neoplasia prévia antes 
de transplantar); 
3. Infecção grave em atividade (imunossupressão 
pode piorar a situação); 
4. Idade avançada; 
5. Mau estado de outros órgãos vitais que não 
aquele a ser substituído 
Obs: os riscos nunca devem superar os benefícios; 
tratamentos devem ser individualizados 
*Contraindicações específicas: 
1. O tamanho do órgão a ser transplantado; 
2. Transplante de fígado -> alcoolismo crônico; 
3. Transplante de rim -> glomerulonefrite em 
atividade; 
4. Transplante de coração -> aterosclerose 
MORTE SÚBITA E MORTE SUSPEITA 
- Morte súbita: engloba toda morte que gera 
surpresa, espanto.Pode ser fulminante ou não 
fulminante, mas que é desconhecido uma patologia 
que a justificasse a morte 
Ex: IAM (principal causa de morte súbita) 
- Morte suspeita: engloba morte causada por algum 
tipo de violência, como: assassinato, 
envenenamento, etc 
*Toda morte súbita é considerada suspeita até que 
se prove o contrário 
CRONOTANATOGNOSE 
FENÔMENOS ORDEM FÍSICA 
-> Desidratação 
- Dependem de temperatura, baixa umidade do ar 
e boa ventilação 
- Ocorre: perda de peso, apergaminhamento da 
pele, dessecamento de mucosas e fenômenos 
oculares 
- Fenômenos oculares: 
*Tela viscosa (alguns minutos póst mortem); 
 
 
 
 
 
 
*Córnea opaca e leitosa ( 10-12hs); 
 
 
 
 
 
 
*Mancha negra da esclerótica ( 1-3hs) Da região 
temporal até nasal, inicia amarelada, evolui para 
azulada e depois enegrecido; 
*Hipotensão do globo ocular; 
-> Resfriamento do corpo (Algidez cadavérica) 
- Temperatura do corpo tende a se equivaler à 
temperatura ambiente; 
- Existe um aumento momentâneo da temperatura 
interna imediatamente após a morte; 
- O resultado pode ser variável se na hora da morte 
o corpo estiver com temperatura superior a 37 C. 
- Fatores que influenciam a temperatura do corpo: 
*Posição do corpo; agasalhos; nutrição; vestuário; 
idade 
*Velocidade de resfriamento (exposição ao meio 
ambiente, chuvas, sol direto, umidade do ar, 
aquecimento ou resfriamento do ambiente) 
*Temperatura retal é valiosa se tomada nas 
primeiras 18 horas do óbito => logo após a morte a 
temperatura interna do corpo ainda está elevada, 
então a temperatura retal se eleva, mas ao longo do 
tempo a temperatura interna do corpo se dissipa, 
diminuindo também a temperatura retal. Assim, o 
corpo tende a se igualar a temperatura ambiente 
(37ºC – temperatura retal) + 3 = intervalo de 
tempo, em hora, do tempo de óbito 
-> Livores de hipóstase (hipostáticos) 
- Ocorrem: por ação da gravidade, viscosidade do 
sangue, a depender dos calibres dos vasos. Cuja 
coloração depende de fatores etiológicos 
- Podem evoluir com formação de petéquias e 
equimoses post mortem -> formam em locais que 
não estão sendo pressionados (serve de referência 
para ver se o corpo foi movido ou não) 
 
 
 
 
 
 
 
- Fixação dos livores: 
30% de 6 a 12 h 
50% de 12 a 24 h 
70% de 1 a 3 dias 
Obs: segundo Knight os livores se iniciam em 30 
minutos a 4 h, atingem o máximo em 12 h e 
persistem até a putrefação. 
- Coloração dos livores dependem da causa da 
morte 
- Situações que antecipam os livores: temperatura 
ambiente alta, morte rápida sem perda sanguínea, 
asfixias, intoxicações 
- Situações que retardam os livores: frio, anemias, 
morte lenta, diarreias, vômitos, causas de 
desidratação 
FENÔMENOS ORDEM QUÍMICA 
-> Autólise 
- Degradação de enzimas proteolíticas por órgãos 
que tem maior concentração desse tipo de enzimas 
-> Rigidez muscular 
- Aumento da consistência muscular que torna o 
manuseio do cadáver mais difícil. 
- Depende de pH e deficiência de ATP. 
- Regra de Nysten: Rigidez é descendente, 
principiando em nuca e mandíbula e atinge 
sucessivamente membros superiores e inferiores. 
- É o fenômeno cadavérico mais incerto e menos 
confiável 
- Intensidade da rigidez: 
*Pequena e imperceptível em recém nascidos, 
crianças pequenas, idosos ou muito emagrecidos 
por síndromes consumptivas. 
*Pessoas de maior musculatura gera rigidez 
intensa, mais tardia e duradoura. 
*A causa da morte influencia tanto na intensidade, 
na duração da rigidez. 
*Em mortes violentas demora mais a se instalar e 
atingir o seu máximo, perdurando por mais tempo. 
*Nas asfixias e anemias agudas aparece mais cedo 
e dura menos 
*Depende do teor de ATP muscular no momento 
da morte. 
- Evolução da rigidez cadavérica: 
*É uma sequência de instalação, generalização, 
máxima intensidade e desfazimento. 
*A sequência habitual pode ser alterada por fatores 
etiológicos como passagem de correntes elétricas 
com precipitar o enrijecimento assim como a 
denervação o atrasa. 
*O frio retarda o enrijecimento, assim como o 
prolonga, sendo o contrário em vigência de calor. 
- Espasmo cadavérico: 
*É a manutenção da última posição do indivíduo 
antes de morrer, fixada pela rigidez muscular. 
*Pode ser associada a situações de dano de SNC, 
como lesões traumáticas violentas, meningites ou 
convulsões. 
 
 
 
 
 
 
 
-> Putrefação 
- Decomposição do corpo por bactérias saprófitas 
(se alimentam a partir da decomposição de matéria 
orgânica) que usualmente se encontram no 
intestino como o Clostridium welchii. 
*Há grande produção de gases como gás sulfídrico, 
amônia, mercaptano e gás carbônico. 
*A quebra de proteínas por autólise gera triptofano 
que é quebrado em indol e escatol, que tem odor 
desagradável. 
*É um processo bioquímico de bactérias que 
crescem em temperatura entre 30 e 40 graus. 
*No Brasil varia de acordo com a região, umidade 
do ar e época do ano. 
- Fases da putrefação: 
1. Fase da coloração: ação da combinação de gás 
sulfídrico com hemoglobina formando a 
sulfometemoglobina. 
*Aumenta a produção de gás. 
*Circulação póstuma de Brouardel -> ocorre 
quando todo o corpo está em processo de 
decomposição, impregnado de uma mancha verde 
e em forma arborescente 
*Se inicia de 18 a 48 h após o óbito 
*Coloração esverdeada, principalmente no 
abdome 
 
 
 
 
 
 
2. Fase do enfisema: maior produção de gases, 
maior degradação proteica, pior odor. 
*Leva a modificações do corpo como prolapso de 
útero e reto. 
*Se inicia de 2 a 3 dias até 1 semana após o óbito 
 
 
 
 
 
 
 
 
3. Fase de coliquação: ocorre a deliquescência total 
do corpo -> decomposição do corpo até chegar na 
fase de esqueletização 
*Depende do clima 
*Acelerado pela fauna cadavérica (bichos que vão 
alimentar dos restos mortais) 
*Inicia-se 3 semanas após a morte 
4. Fase de esqueletização: processo final de 
destruição das partes moles. 
*Depende do clima; se está na água, no solo ou ar 
livre. 
 
 
 
 
 
 
 
Fauna cadavérica 
Depositam ovos em fendas palpebrais, narinas, 
lábios, conduto auditivo e feridas traumáticas. 
Dípteros, coleópteros, ortópteros, lepidópteros e 
himenópteros. 
Descaracterizam feridas traumáticas, como por 
armas brancas e armas de fogo. 
Ciclo evolutivo pode ajudar a datação da morte. 
- Fase da putrefação de mortes dentro da água: 
a. Maceração 
*Fenômenos putrefativos que ocorrem em corpos 
submersos, modificados pelo excesso de umidade. 
*Encontrada em fetos que morreram intra-útero, 
evoluindo rapidamente de poucas horas levando 
de 3 a 5 dias. 
*A pele se destaca, com deformação das faces, o 
tronco se achata sob pressão, os membros 
apresentam flacidez extrema. 
 
 
ESTADOS DE CONSEVAÇÃO DO CADÁVER 
-> Saponificação 
- São formados compostos que são semelhantes a 
ceras. 
- É raro 
- Forma material mole, esbranquiçado, friável, 
céreo, surge nas áreas de tecido adiposo. 
- É denominado adipocera 
- Tem participação de bactérias do gênero 
Clostridium para gerar hidrolise das gorduras 
neutras. 
- Forma em locais de baixa oxigenação, difícil 
acesso ao oxigênio atmosférico e com calor úmido 
(solos argilosos). 
- Termina a formação em 3 meses 
-> Mumificação 
- Processo de conservação de cadáveres por 
evaporação rápida que impede o processo de 
putrefação. 
- Locais secos, bem ventilados, temperatura 
elevada (solos arenosos com pouca chuva). 
- Ocorre mais em corpos magros, e mais em 
crianças 
ESTADOS DE CONSEVAÇÃO DO CADÁVER 
- Bioquímica do sangue 
- Bioquímica do líquido cefalorraquidiano 
- Dosagem de potássio no humor vítreo 
- Estimulação química da íris (16-46h) 
- Atividade enzimática dos tecidos 
- Excitação muscular: 
*Excitação mecânica 
*Excitação por ação elétrica