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PRÁTICA PENAL 1ª AULA SUMÁRIO: 1. Noções introdutórias 2. Investigação preliminar criminal – notícia crime 2.1 Inquérito policial 3. Representação 4. Requerimento 5. Queixa-crime 1. NOÇÕES INTRODUTÓRIAS O jus puniendi (abstrato e concreto) Pretensão punitiva - o poder do Estado de exigir de quem comete um delito a submissão à sanção penal. Através da pretensão punitiva, o Estado procura tornar efetivo o ius puniendi. 1. NOÇÕES INTRODUTÓRIAS A pretensão punitiva não pode ser voluntariamente resolvida sem um processo regular (o Estado não pode punir de qualquer maneira), assegurando-se, assim, a aplicação da lei penal ao caso concreto, consoante as formalidades prescritas em lei, e sempre por meio dos órgãos jurisdicionais (nulla poena sine judicio). NOÇÕES INTRODUTÓRIAS : PERSECUÇÃO PENAL: (3 FASES) - 1ª FASE – INVESTIGATÓRIA - coleta de informações - 2ª FASE – PROCESSUAL - sequência de atos - 3ª FASE – EXECUÇÃO PENAL -cumprimento da pena PERSECUÇÃO PENAL - É INDISPENSÁVEL A PRESENÇA DE ELEMENTOS DE INFORMAÇÃO QUANTO À AUTORIA E QUANTO À MATERIALIDADE DA INFRAÇÃO PENAL., OU SEJA, LASTRO PROBATÓRIO MÍNIMO. NOÇÕES INTRODUTÓRIAS : PROCEDIMENTO GERAL DO PROCESSO CRIMINAL INVESTIGAÇÃO PRELIMINAR: É a fase de investigação criminal, que antecede a instauração do processo. Esta fase é destinada à coleta de elementos relativos à materialidade (existência do crime) e autoria ou participação na infração penal. A investigação preliminar é de fato plural. E dentre as diversas hipóteses de investigação, temos: (1) Inquérito policial - principal modalidade de investigação criminal no Brasil; (2) PIC (procedimento de investigação criminal) – MP – Teoria dos poderes implícitos; (3) Inquéritos parlamentares das Comissões Parlamentares de Inquérito (CPI’s). INVESTIGAÇÃO PRELIMINAR: (4) Inquérito da polícia da Câmara dos Deputados ou Senado Federal (Súmula nº 397 do STF); (5) IPM – Forças armadas e polícias militares – crimes militares; (6) TCO – crimes de menor potencial ofensivo (Lei nº 9.099/95) - INVESTIGAÇÃO PRELIMINAR: Finalidade da fase investigatória: (1) coletar informações a respeito da materialidade e autoria da infração penal; (2) esclarecer o delito e sua autoria; (3) fornecer ao titular da ação penal elementos necessários para a sua propositura; (4) poder influenciar no convencimento judicial, desde que as informações coletadas sejam confirmadas em juízo (salvo perícia), já que os elementos colhidos na investigação não são definitivos, constituindo apenas começo ou elemento de prova. INVESTIGAÇÃO PRELIMINAR: Atribuição: (1) Inquérito policial - tal fase será conduzida pela Polícia Civil ou Federal, após receber a notícia da prática de uma infração penal. (2) PIC – Ministério Público. (3) IPM - as infrações criminais de natureza militar são investigadas pela Polícia Judiciária Militar, que é constituída pelas autoridades militares e seus auxiliares. (4) Inquérito da polícia da Câmara dos Deputados ou Senado Federal (Súmula nº 397 do STF); (5) TCO – Polícia Civil ou Polícia Federal INVESTIGAÇÃO PRELIMINAR: Notícia do crime (notitia criminis) - A notícia do crime pode chegar à autoridade policial das seguintes formas: a) coercitiva: pela condução e apresentação de uma pessoa presa em flagrante na Delegacia; b) imediata ou direta: através das atividades rotineiras (por exemplo, ronda) ou através de comunicação não formal, como no caso da denúncia anônima. É possível a deflagração de investigação criminal com base em matéria jornalística (Informativo n. 652/2019 do STJ); c) mediata ou indireta: mediante comunicação formal, como requisição do juiz, requerimento ou representação da vítima. INVESTIGAÇÃO PRELIMINAR: INQUÉRITO POLICIAL Conceito - É o procedimento administrativo inquisitório e preparatório, presidido pela autoridade policial, consistente em um conjunto de diligências objetivando a identificação das fontes de prova e a colheita de elementos de informação relacionados à autoria e materialidade do delito, a fim de que o titular da ação penal possa ingressar em juízo. INVESTIGAÇÃO PRELIMINAR: INQUÉRITO POLICIAL Formas de instauração INVESTIGAÇÃO PRELIMINAR: INQUÉRITO POLICIAL Diligências – arts. 6º e 7º do CPP Relatório - indiciamento INVESTIGAÇÃO PRELIMINAR: INQUÉRITO POLICIAL REPRESENTAÇÃO 1. Cabimento: ação penal pública condicionada à representação. Tal ação é identificada quando aparecer na legislação a expressão “somente se procede mediante representação da vítima ou do seu representante legal”. 2. Prazo: em regra, são seis meses, a contar da ciência do dia em que o titular do direito de representação veio a saber quem é o autor do crime (CP, art. 103 e CPP, art. 38); trata-se de um prazo de natureza decadencial, penal e improrrogável. 3. Competência: pode ser endereçada ao juiz, Delegado ou Promotor, nos termos do art. 39 do Código de Processo Penal. REPRESENTAÇÃO 4. Requisitos: nome do ofendido, nome do ofensor e menção do fato criminoso; se há vestígios, juntar laudo; rol de testemunhas; autoria. 5. Finalidade: comunicar infração penal e pedir providências para o Estado apurar a ocorrência e punir o respectivo infrator. 6. Retratação: é o cancelamento da representação (autorização para agir) ao Ministério Público. Após o oferecimento da denúncia, a representação torna-se irretratável; é possível retratação da retratação, desde que seja feita no prazo decadencial. REPRESENTAÇÃO 7. Fundamento: a necessidade da representação fundamenta-se no princípio da oportunidade, ou seja, no interesse da vítima de decidir processar o criminoso ou não, de acordo com sua vontade. 8. Legitimidade ativa: ofendido ou representante legal; pode ser feita por procurador (não precisa ser advogado), desde que seja maior de 18 anos e tenha poderes especiais. No caso de morte ou ausência, o direito passará para o cônjuge, ascendente, descendente e irmão. O representante legal é o responsável (pai, tutor, curador, parentes em geral). Se houver divergência entre os pais, a solução cabe ao juiz, em face do princípio da igualdade jurídica dos pais. 9. Natureza da representação: condição de procedibilidade REPRESENTAÇÃO 9. Natureza da representação: condição de procedibilidade (autorização para agir) e instituto híbrido, pois regulado no direito processual penal e no direito penal. 10. Falta de representação – impede a instauração do inquérito Policial e da ação penal pelo Ministério Público. É causa de nulidade no processo, mas pode ser suprida a todo tempo, antes da sentença final (art. 564, III, a). 11. Oferecimento da ação penal sem representação: haverá ilegitimidade de parte. REPRESENTAÇÃO 12. Não oferecimento da representação no prazo legal: ocorrerá decadência, ou seja, extinção de punibilidade nos termos do art. 107, inciso VI, do CP c/c o art. 38 do CPP. 13. Conteúdo da representação: informações sobre indícios de autoria e materialidade do crime, nos termos do art. 39, § 2º. REPRESENTAÇÃO
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