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4 - SEMINÁRIO IV - REALIZAÇÃO DA DÍVIDA ATIVA EXECUÇÃO FISCAL, MEDIDA CAUTELAR FISCAL E OS MEIOS DE DEFESA DO CONTRIBUINTE

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SEMINÁRIO IV - REALIZAÇÃO DA DÍVIDA ATIVA: EXECUÇÃO FISCAL, MEDIDA
CAUTELAR FISCAL E OS MEIOS DE DEFESA DO CONTRIBUINTE
ALUNO: LEONARDO RODRIGUES DE LIMA
Questões
1. Qual a natureza jurídica da execução fiscal e da medida cautelar fiscal?
Identificar o fundamento e os requisitos legais da medida cautelar fiscal, bem
como apontar qual o momento oportuno para a sua propositura. (Vide anexos I
e II)
A execução fiscal possui natureza executória ou não tributária existente, podedendo
ser entendida como instrumento de tutela jurisdicional, de acordo com o descrito no
art. 1º da lei 6.830/80:
Art. 1º - A execução judicial para cobrança da Dívida Ativa
da União, dos Estados, do Distrito Federal, dos Municípios e
respectivas autarquias será regida por esta Lei e,
subsidiariamente, pelo Código de Processo Civil.
Cumpre ressaltar que tanto a execução fiscal quanto a medida cautelar fiscal são
ações de provocação exclusiva do Fisco, com o fulcro de permitir a efetivação
prática da prestação de uma obrigação tributária, oriunda do inadimplemento pelo
sujeito passivo. Compondo-se, pela veiculação da norma individual e concreta
constitutiva do modo de efetivação da obrigação tributária.
A medida cautelar fiscal encontra abrigo na lei 8.397/92. É utilizada pelo sujeito ativo
para buscar a decretação imediata da indisponibilidade dos bens do sujeito ativo até
o limite da satisfação da obrigação tributária assumida, segundo o art. 4º da lei
8.397/92 “Art. 4° A decretação da medida cautelar fiscal produzirá, de imediato, a
indisponibilidade dos bens do requerido, até o limite da satisfação da obrigação.”. O
objetivo é o de garantir o adimplemento de obrigações tributárias de contribuintes
que demonstram comportamentos imbuídos do propósito de fugir ao pagamento do
tributo.
Os requisitos legais que amparam a medida cautelar fiscal estão listados no art. 2º
da lei 8.397/92. Os requisitos são:
Art. 2º A medida cautelar fiscal poderá ser requerida contra o
sujeito passivo de crédito tributário ou não tributário, quando
o devedor: (Redação dada pela Lei nº 9.532, de 1997)
(Produção de efeito)
I - sem domicílio certo, intenta ausentar-se ou alienar bens
que possui ou deixa de pagar a obrigação no prazo fixado;
II - tendo domicílio certo, ausenta-se ou tenta se ausentar,
visando a elidir o adimplemento da obrigação;
III - caindo em insolvência, aliena ou tenta alienar bens que
possui; contrai ou tenta contrair dívidas extraordinárias; põe
ou tenta pôr seus bens em nome de terceiros ou comete
qualquer outro ato tendente a frustrar a execução judicial da
Dívida Ativa;
III - caindo em insolvência, aliena ou tenta alienar bens;
(Redação dada pela Lei nº 9.532, de 1997) (Produção de
efeito)
IV - notificado pela Fazenda Pública para que proceda ao
recolhimento do crédito fiscal vencido, deixa de pagá-lo no
prazo legal, salvo se garantida a instância em processo
administrativo ou judicial;
IV - contrai ou tenta contrair dívidas que comprometam a
liquidez do seu patrimônio; (Redação dada pela
Lei nº 9.532, de 1997) (Produção de efeito)
V - possuindo bens de raiz, intenta aliená-los, hipotecá-los
ou dá-los em anticrese, sem ficar com algum ou alguns,
livres e desembaraçados, de valor igual ou superior à
pretensão da Fazenda Pública.
V - notificado pela Fazenda Pública para que proceda ao
recolhimento do crédito fiscal: (Redação dada pela Lei nº
9.532, de 1997) (Produção de efeito)
a) deixa de pagá-lo no prazo legal, salvo se suspensa sua
exigibilidade; (Incluída pela Lei nº 9.532, de 1997) (Produção
de efeito)
b) põe ou tenta por seus bens em nome de terceiros;
(Incluída pela Lei nº 9.532, de 1997) (Produção de efeito)
VI - possui débitos, inscritos ou não em Dívida Ativa, que
somados ultrapassem trinta por cento do seu patrimônio
conhecido; (Incluído pela Lei nº 9.532, de 1997) (Produção
de efeito)
VII - aliena bens ou direitos sem proceder à devida
comunicação ao órgão da Fazenda Pública competente,
quando exigível em virtude de lei; (Incluído pela Lei nº 9.532,
de 1997) (Produção de efeito)
VIII - tem sua inscrição no cadastro de contribuintes
declarada inapta, pelo órgão fazendário;
(Incluído pela Lei nº 9.532, de 1997) (Produção de efeito)
IX - pratica outros atos que dificultem ou impeçam a
satisfação do crédito. (Incluído pela Lei nº 9.532, de 1997)
(Produção de efeito)
Como demonstração do momento oportuno para a propositura da medida cautelar
fiscal, podemos afirmar que poderá ser instaurado após a constituição do crédito,
inclusive no curso da execução judicial da Dívida Ativa da União, dos Estados, do
Distrito Federal, dos Municípios e respectivas autarquias, conforme redação do art.
1º da mesma lei 8.397.
Contudo, o parágrafo único do mesmo artigo apresenta uma exceção, permitindo
que o requerimento da medida cautelar poderá ser instaurado antes ou no curso da
execução fiscal, independentemente da prévia constituição do crédito tributário, com
base nos requisitos positivados no art. 2º, incisos V, alínea "b", e VII, quais sejam:
V - notificado pela Fazenda Pública para que proceda ao
recolhimento do crédito fiscal: (Redação dada pela Lei nº
9.532, de 1997) (Produção de efeito)
b) põe ou tenta por seus bens em nome de terceiros;
(Incluída pela Lei nº 9.532, de 1997) (Produção de efeito)
VII - aliena bens ou direitos sem proceder à devida
comunicação ao órgão da Fazenda Pública competente,
quando exigível em virtude de lei; (Incluído pela Lei nº 9.532,
de 1997) (Produção de efeito)
Da leitura do Anexo II REsp n. 1.314.033/RJ DJe 18/10/2013 do presente seminário,
verifica-se que a efetiva aplicação do art. 1º parágrafo único da Lei 8.397, onde a
egrégia corte denegou o manejo da medida cautelar fiscal sem a constituição do
crédito tributário por não atender aos requisitos previstos no art. 2º, V, “b” ou VII da
referida lei, qual seja: “A cautelar fiscal nessa situação precisa ter amparo expresso
no art. 2º, V, “b” ou VII, da Lei n. 8.397/92, o que não ocorreu.”
2. Ao responder justifique suas respostas. Quanto à exceção de
pré-executividade, pergunta-se:
(a) Em que consiste a exceção de pré-executividade? É uma ação ou meio de
defesa?
A exceção de pré-executividade pode ser definida como um meio de defesa do
sujeito passivo executado no âmbito fiscal, possibilitando ao executado alegar vício
de matéria de ordem pública mediante simples petição e sem a necessidade de
garantia do juízo. Cumpre ressaltar que não existe uma lei que ampare o manejo da
referida defesa, contudo, a doutrina que também é considerada como fonte do
direito, admite amplamente nos tribunais a sua utilização como meio de defesa.
(b) Qual seu fundamento legal?
A exceção de pré-executividade encontra fundamento na Súmula 393 do Superior
Tribunal de Justiça: "A exceção de pré-executividade é admissível na execução
fiscal relativamente às matérias conhecíveis de ofício que não demandem dilação
probatória", combinado com os artigos 518 e 803, ambos do CPC.
(c) Há limite temporal para o seu oferecimento no processo executivo?
Tendo em vista que há previsão de prazo para interposição da exceção de
pré-executividade, entendemos que essa poderá ser arguida em qualquer fase do
processo. Sendo assim, cumpre ressaltar que os Tribunais Estaduais têm adotado o
entendimento de que por se tratar de defesa de matéria de ordem pública, pode ser
interposta a qualquer tempo, até o trânsito em julgado da ação. Para corroborar tal
entendimento, vejamos a decisão do TJ-MG na AC: 10024111968319001:
EMENTA: APELAÇÃO CÍVEL. AÇÃO DE EXECUÇÃO.
EXCEÇÃO DE PRÉ-EXECUTIVIDADE – PRAZO PARA
INTERPOSIÇÃO – INEXISTÊNCIA – CONTRATO DE
PROMESSA DE COMPRA E VENDA DE IMÓVEL – TÍTULO
LÍQUIDO, CERTO E EXIGÍVEL. – A exceção de
pré-executividade, por comportar apenas matéria de ordem
pública, não possui prazo legalmente previsto e, portanto,
pode ser oposta a qualquer momento – O contrato de
compra e venda de bens móveis pode ser considerado como
título executivo hábil a embasar uma ação de execução,
porquanto está assinado pelas partes e por duas
testemunhas,se enquadrando na hipótese prevista no inciso
III do artigo 784 do novo CPC.”
TJ-MG – AC: 10024111968319001 MG, Relator: Pedro
Aleixo, Data de Julgamento: 02/05/2018, Data de
Publicação: 11/05/2018
(d) Há limite lógico-processual para o seu oferecimento?
Como respondido no item c, o fato de comportar apenas matéria de ordem pública e
não possui prazo legalmente previsto, podendo ser oposta a qualquer momento,
não há que se falar em limite lógico-processual para o seu oferecimento, devendo
se atentar somente para a oposição anterior a decisão transitada em julgado.
(e) Quais matérias são passíveis de arguição?
Com base no disposto na Súmula 393 do STF, as matérias passíveis de arguição na
exceção de pré-executividade deverão ser aquelas de ordem pública, conhecidas
de ofício e que não demandem dilação probatória.
(f) A oposição de exceção de pré-executividade tem o condão de suspender o
trâmite do processo de execução?
Sim, conforme entendimento da jurisprudência. Como exemplo, podemos citar o
Tribunal de Justiça do Estado de Sergipe, por meio da AI nº 2004.206099, que
entendeu de forma unânime que a exceção de pré-executividade tem o condão de
suspender o processo de execução fiscal, tendo em vista que a análise da EPE é
fundamental para o prosseguimento do feito.
Isso porque após a análise da EPE, pode ser possível a demonstração de que o
crédito tributário exigido poderia estar extinto, e, por conseguinte, resultar na perda
do objeto da execução fiscal, além da possibilidade de evitar a realização da
constrição indevida do patrimônio do sujeito passivo.
‘EMENTA. AGRAVO DE INSTRUMENTO. PROCESSO
CIVIL. EXECUÇÃO EXTRAJUDICIAL. EXCEÇÃO DE
PRÉ-EXECUTIVIDADE. MEIO APROPRIADO PARA A
SUSPENSÃO DO PROCESSO EXECUTÓRIO PARA
RESGUARDAR AS PARTES LITIGANTES DE UM
PREJUÍZO EM FACE DA ALTERAÇÃO DO TÍTULO
EXECUTIVO, ATRAVÉS DO JULGAMENTO DA AÇÃO
REVISIONAL QUE CORRE PARALELAMENTE. A AÇÃO
REVISIONAL FOI JULGADA PROCEDENTE ANULANDO
CLÁUSULAS DO CONTRATO. TÍTULO EXECUTIVO.
AUSÊNCIA DE LIQUIDEZ. ALTERAÇÃO DO “QUANTUM
DEBEATUR”. NECESSIDADE DE LIQUIDAÇÃO DO REAL
VALOR DEVIDO. EXCEÇÃO DE PRÉ-EXECUTIVIDADE
PROCEDENTE. SUSPENSÃO DA EXECUÇÃO. AGRAVO
CONHECIDO E PROVIDO. DECISÃO UNÂNIME.’ (Tribunal
de Justiça do Estado de Sergipe, AI nº 2004.206099, Rel.
Desa. Josefa Paixão de Santana, j. 06/12/2005).
“‘EMENTA. EXCEÇÃO DE PRÉ-EXECUTIVIDADE.
SUSPENSÃO DO PROCESSO. O ajuizamento de exceção
de pré-executividade é meio hábil para, enquanto não
apreciada, suspender a execução fiscal.’(…) VOTO: Entendo
que a execução deva permanecer suspensa, uma vez
que não teria eficácia a oposição de exceção de
pré-executividade se não suspendesse o andamento do
feito executivo, evitando-se a realização da constrição
do patrimônio do devedor. Se assim não fosse, o
executado aguardaria a efetivação da penhora para a
oposição de embargos, meio processual de cognição mais
ampla. Nesse sentido já decidiu a Segunda Turma desta
Corte, no julgamento do agravo de instrumento nº
2002.04.01.040131-0, publicado no DJU de 08.01.2003, em
que fui Relator, assim ementado: “EXECUÇÃO FISCAL.
EXCEÇÃO DE PRÉ-EXECUTIVIDADE. SUSPENSÃO DA
EXECUÇÃO. POSSIBILIDADE. O ajuizamento de exceção
de pré-executividade é meio hábil para, enquanto não
apreciada, suspender a execução fiscal.”
(g) A oposição de exceção de pré-executividade impede o ajuizamento de
embargos à execução fiscal?
A oposição da exceção de pré-executividade não impede o ajuizamento de
embargos à execução fiscal, haja vista que a EPE versa somente sobre matérias de
ordem pública, conhecidas de ofício e que não demandem dilação probatória.
Desse modo, caso exista alguma matéria ou fato que não possa ser arguido na
EPE, poderá o executado opor os embargos à execução, observando as
formalidades exigidas pela lei e o prazo legal.
3. Considerando as alterações relativas ao processo de execução trazidas
pelo CPC/15, pergunta-se:
(a) Aplicam-se os arts. 914 (admite a oposição de embargos à execução
sem garantia da execução), 915 (fixa prazo para oposição de embargos à
execução – 15 dias) e 919 (estabelece que os embargos à execução não são
dotados de efeito suspensivo), todos do CPC/15 nos processos de execução
fiscal? (Vide anexo III)
Considerando o princípio da especialidade e tendo em vista que a Lei de Execução
Fiscal é matéria especial, enquanto o CPC é norma genérica em relação ao
processo de execução fiscal, entende-se que os artigos 914, 915 e 919 não são
aplicáveis à execução fiscal. Para reforçar tal entendimento, cito um trecho do
anexo III do presente seminário:
Em atenção ao princípio da especialidade da LEF, mantido
com a reforma do CPC/73, a nova redação do art. 736, do
CPC dada pela Lei n. 11.382/2006 – artigo que dispensa a
garantia como condicionante dos embargos – não se aplica
às execuções fiscais diante da presença de dispositivo
específico, qual seja o art. 16, §1º da Lei n. 6.830/80, que
exige expressamente a garantia para a apresentação dos
embargos à execução fiscal.
(b) Na execução fiscal, ao executado ainda persiste o direito de, no
prazo de 5 dias da sua citação, “garantir a execução”? Justifique sua
resposta.
Sim, com base na aplicação do princípio da especialidade, conforme demonstrado
no item a e com fulcro no disposto no art. 8º da lei 6.830:
Art. 8º - O executado será citado para, no prazo de 5 (cinco)
dias, pagar a dívida com os juros e multa de mora e
encargos indicados na Certidão de Dívida Ativa, ou garantir
a execução, observadas as seguintes normas:
4. Com relação ao instrumento constritivo do patrimônio do
contribuinte-devedor previsto no art. 185-A do CTN (conhecido como penhora
“on-line”). Pergunta-se:
(a) Qual sua natureza jurídica? Trata-se de espécie de penhora ou de medida
cautelar?
A natureza jurídica da penhora on-line pode ser entendida como uma espécie de ato
executivo processual, conforme previsto no art. 835, I do CPC. Tem por objetivo de
garantir a individualização e indisponibilidade do bem executado, a fim de satisfazer
a realização do crédito em questão, obtida com a conversão em dinheiro. Cumpre
ressaltar que o § 1º do referido artigo determina que o valor da penhora deverá
limitar-se-á ao valor total exigível.
Em relação à espécie, não deve ser entendida como medida cautelar, mas sim
como espécie de penhora. Para corroborar tal entendimento, vejamos o que leciona
Simone:
a natureza jurídica da penhora é de ato executório, não
sendo confundido com natureza cautelar, ou seja, a penhora
para que ocorra, ela decorre da execução do devedor para
satisfação do credor, mesmo que a posteriori o bem seja
alienado para transformar-se em dinheiro. disponível em
<https://jus.com.br/artigos/53734/penhora-de-acordo-com-o-
codigo-de-processo-civil> acesso em 13/05/2022.
(b) A decretação da indisponibilidade a que se refere o art. 185-A do CTN é
fato jurídico suficiente à abertura de prazo para apresentação de embargos?
No caso de inadimplemento do crédito tributário pelo sujeito passivo devidamente
citado, tanto pelo não pagamento quanto pela não apresentação de bens à penhora
no prazo legal, o juiz determinará a penhora on-line, conforme redação do art. 185-A
do CTN.
Porém, cumpre ressaltar que a mera decretação da indisponibilidade não é fato
jurídico suficiente para a abertura do prazo para apresentação dos embargos,
conforme o que disciplina o art. 16, III da lei 6.830:
Art. 16 - O executado oferecerá embargos, no prazo de 30 (trinta) dias, contados:
III - da intimação da penhora.
Para início da contagem do prazo para oferecimento dos embargos, faz-se
necessária a ciência inequívoca do sujeito passivo, que ocorrerá após a intimação
da penhora e não da realização da penhora on-line. Tal medida visa garantir a
aplicação dos princípios do contraditório e ampla defesa e do devido processo legal.
(c) Quais seus pressupostos e limites legais? É necessária demonstração por
parte da Fazenda de que inexistem outros bens capazes de garantir a dívida?
Ou aplica-se o art. 854 do CPC/15 (admite a constrição de ativos financeiros
sem aprévia ciência do executado)? (Vide anexo IV e V)
Conforme extraído da leitura do anexo IV do presente seminário, importante se
atentar:
A interpretação sistemática dos artigos 185-A, do CTN, com
os artigos 11, da Lei 6.830/80 e 655 e 655-A, do CPC,
autoriza a penhora eletrônica de depósitos ou aplicações
financeiras independentemente do exaurimento de
diligências extrajudiciais por parte do exequente.
Sendo assim, conforme disposto no art. 185-A do CTN, é necessário considerar que
para a determinação da penhora on-line, é preciso que o devedor tenha sido
devidamente citado e não tenha cumprido com a obrigação tributária, nem oferecido
garantia à execução. Como se não bastasse, cumpre observar que a garantia
deverá ser efetivada até o limite do valor total da execução.
Referente a necessidade de esgotamento das medidas adversas para que seja
autorizada a penhora on-line, é preciso observar o princípio da menor onerosidade
ao executado.
5. Na execução fiscal o devedor-executado é citado para pagar ou indicar
bem(ns) em garantia em cinco dias. Na hipótese de oferecimento de
seguro-garantia, terá o devedor-executado que acrescentar 30% do valor do
débito executado ao seguro para que essa modalidade de garantia seja
aceita? Considere em sua resposta o teor do art. 7º, II da Lei n. 6.830/80 e o §
2º do art. 835 do CPC/15.
Sim, conforme redação do art. 835 § 2º do CPC/15, qual seja:
Art. 835. A penhora observará, preferencialmente, a seguinte
ordem:
§ 2º Para fins de substituição da penhora, equiparam-se a
dinheiro a fiança bancária e o seguro garantia judicial, desde
que em valor não inferior ao do débito constante da inicial,
acrescido de trinta por cento.
Além disso, o art. 7º II da lei 6.830, estabelece que o despacho do Juiz que deferir a
inicial importa em ordem para a penhora, se não for paga a dívida, nem garantida a
execução, por meio de depósito, fiança ou seguro garantia;
Sendo assim, conforme texto citado do CPC, quando a penhora é substituída pelo
seguro garantia, é necessário observar o requisito previsto no texto normativo,
sendo necessário o acréscimo de 30% do valor do débito executado, haja vista que
o referido acréscimo é decorrente da necessidade de preservação do direito ao
crédito e seu poder econômico. Isso se dá porque no curso da execução fiscal, é
preciso realizar os acréscimos devidos, principalmente em relação às atualização
monetárias e os juros legais, com objetivo de preservação do poder econômico da
moeda no decurso da demanda.
6. Qual o termo inicial para consideração da fraude à execução fiscal? Há
alguma divergência entre o art. 185 do CTN e o art. 792 do CPC/15? (Vide
anexo VI)
De acordo com o novo entendimento dado ao art. 185 do CTN, por consequência da
Lei Complementar nº 118/05, presume-se fraudulenta a alienação ou oneração de
bens ou rendas, pelo sujeito passivo em débito com o sujeito ativo por crédito
tributário após a regular inscrição crédito tributário na dívida ativa, desde que não
tenha sido reservado pelo devedor bens ou rendas suficientes ao total pagamento
da dívida inscrita.
Sendo assim, de acordo com a leitura do Anexo VI, verifica-se que para
determinação do termo inicial para a consideração de fraude à execução fiscal,
exige-se apenas a inscrição em dívida ativa prévia à alienação de ativos pelo sujeito
passivo, ocasião em que incorrem o alienante e o adquirente.
Considerando o que disciplina o art. 792 do CPC/15, para que seja caracterizada a
fraude à execução, é necessário o efetivo registro da penhora do bem alienado ou
da prova de má-fé do terceiro adquirente.
Diante disso, verifica-se claramente uma divergência quanto a fraude à execução
fiscal, prevista no art. 185 do CTN e a fraude à execução do CPC, ao passo que
para o CTN, considera-se como termo inicial a inscrição prévia do crédito tributário
em dívida ativa, e para o CPC, é levado em consideração o efetivo registro da
penhora do bem alienado ou da prova de má-fé do terceiro adquirente.
Tal diferença entre os referidos diplomas legais pode ser explicada da seguinte
forma: O combate à fraude à execução fiscal visa tutelar o interesse público, haja
vista que o recolhimento dos tributos tem por objetivo o funcionamento da máquina
pública, servindo à satisfação das necessidades coletivas, enquanto a fraude à
execução segundo o CPC afronta o interesse privado.
7. A Fazenda Nacional ajuizou, no ano de 2016, execução fiscal contra a
empresa XPTO, requerendo, na petição inicial, o redirecionamento fiscal para
seu sócio Luis Antônio, com lastro no art. 135, III, do CTN, tendo por
fundamento fático o encerramento irregular da sociedade. Considerando a
vigência do CPC/15, pergunta-se:
a) é necessária, no caso relatado, a instauração do incidente de
desconsideração da personalidade jurídica (IDPJ)? Sendo negativa ou positiva
a resposta, justifique? Se for negativa em que hipóteses o IDPJ seria cabível?
Como o CTN não disciplinou a responsabilidade tributária dos grupos econômicos,
faz-se necessário recorrer ao Código Civil, mais precisamente art. 50, qual seja:
Art. 50. Em caso de abuso da personalidade jurídica,
caracterizado pelo desvio de finalidade ou pela confusão
patrimonial, pode o juiz, a requerimento da parte, ou do
Ministério Público quando lhe couber intervir no processo,
desconsiderá-la para que os efeitos de certas e
determinadas relações de obrigações sejam estendidos aos
bens particulares de administradores ou de sócios da
pessoa jurídica beneficiados direta ou indiretamente pelo
abuso.
Acreditamos que a dissolução irregular só poderia autorizar a responsabilização
pessoal dos administradores se ela própria tiver sido determinante para o
nascimento da relação jurídica tributária. Ocorre que não é o que se dá na prática.
Independentemente de ter desencadeado a obrigação inadimplida, a dissolução da
sociedade, é o fundamento frequentemente invocado pela fazenda pública e aceito
pelo Poder Judiciário para que se dê o redirecionamento da execução. Conforme
pondera Maria Rita FERRAGUT, “há responsabilidade quando a infração resulta na
obrigação tributária”. E ainda: “como o artigo 135 determina que o fato lícito resulte
na obrigação tributária, ele deverá ser, necessariamente, anterior a ela, para poder
implicá-la”.
SÚMULA N. 435-STJ: Presume-se dissolvida irregularmente
a empresa que deixar de funcionar no seu domicílio fiscal,
sem comunicação aos órgãos competentes, legitimando o
redirecionamento da execução fiscal para o sócio-gerente.
b) uma vez instaurado o IDPJ, a defesa apresentada pelo sócio ou
pessoa jurídica que se pretende atribuir responsabilidade pela obrigação
tributária pode versar sobre o mérito da cobrança (inexigibilidade do crédito
tributário), ou apenas sobre a ilegitimidade de sua responsabilização
patrimonial pela dívida objeto da execução fiscal?
No caso de instauração de IDPJ, a defesa apresentada pelo sujeito passivo deverá
versar sobre a ilegitimidade da responsabilização patrimonial pela dívida tratada em
execução fiscal, tendo em vista que o incidente tem por objetivo a resolução de
questões incidentais no processo. Além disso, cumpre ressaltar que o mérito da
cobrança deverá ser arguido por meio de embargos à execução.
8. Em sua opinião, para que a execução fiscal seja proposta já com o
sócio no pólo passivo (seu nome consta na certidão de dívida ativa) é
necessário que tenha participado do processo administrativo para apuração
de sua responsabilidade? Justifique sua resposta indicando o dispositivo
normativo processual (CPC/2015 ou lei de execução fiscal) que confirma ou
infirma a legitimidade passiva do sócio na execução fiscal.
Para a proposição da ação de execução com a figura do sócio no polo passivo,
faz-se necessário a realização de processo administrativo para apuração da sua
respectiva responsabilidade, ou ao menos sua inequívoca notificação, respeitando o
princípio do devido processo legal, contraditório e ampla defesa, conforme previsto
nos arts. 133 a 137 do CPC.
Cumpre ressaltar que o entendimento majoritárioda jurisprudência determina que é
necessário ao sócio, no caso em tela, possuir poderes de administração
necessários para gerenciar e emitir atos de gestão. Sendo assim, caso haja a
indicação do sócio na certidão de dívida ativa , é imprescindível que este tenha a
qualificação de sócio-gerente ou administrador. Sendo assim, entendo que o
simples fato de ser sócio, não configura por si só requisito válido para que configure
no polo passivo da execução fiscal, haja vista não possuir legitimidade passiva.

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