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SISTEMA DE CONTROLE DA QUALIDADE Análise do modo e do efeito da falha (FMEA) Objetivos de aprendizagem Ao final deste texto, você deve apresentar os seguintes aprendizados: � Identificar a ferramenta metodológica de análise do modo e efeito de falha – FMEA. � Descrever as etapas para aplicação do FMEA. � Definir os termos, o fluxograma de preenchimento do formulário FMEA e os documentos necessários para análise do FMEA. Introdução Neste capítulo, você vai estudar sobre FMEA, que vem do inglês Failure Mode and Effect Analysis. Essa metodologia representa uma ferramenta pre- ventiva que auxilia com grande eficiência a busca do que é fundamental na análise de falhas, que é a causa pela qual aconteceu ou potencialmente acontecerá. Essa técnica vem demonstrando um grande sucesso no uso em empresas do mundo inteiro, pois indica a solução de problemas que dificilmente seriam localizados sem que antes tivesse acontecido. E, ainda, fornece isso com relativa facilidade. A FMEA identifica essas causas de falhas e propõe melhorias e ações preventivas a serem tomadas para, cada vez mais, melhorar o processo ou produto. Com a diminuição ou eliminação das chances de o produto ou processo falharem durante sua operação, aumenta a sua confiabilidade, proporcionando maior satisfação para a organização e seus consumidores, reduzindo custos e trazendo melhorias de fabricação e de operação. Neste capítulo, o tema de FMEA será abordado e você vai entender os conceitos da ferramenta, tendo a metodologia, a aplicação e o seu funcionamento identificados. Você vai ver as etapas que constituem a aplicação dessa metodologia. Serão definidos todos os termos de preenchimento do formulário, que é feito com ajuda do fluxograma, e também serão listados os documentos necessários para FMEA. Metodologia FMEA A metodologia FMEA é uma ferramenta indutiva que analisa minuciosamente todos os modos de falhas de um sistema e identifica os efeitos que essas falhas resultam sobre o sistema e outros itens que possam ser prejudicados. Essa metodologia permite ver de cima para baixo, ou seja, uma macrovisão até os detalhes (top-down), ou uma abordagem de baixo para cima, abordando todos os componentes até chegar ao sistema/produto/processo geral (bottom-up). Nessa metodologia, você deve analisar cada modo e efeito de falha chegando à causa dela. Após, é analisado o seu risco, individualmente, por meio de índices e, posteriormente, algumas medidas são tomadas para que diminuam esses riscos, aumentando a confiabilidade do produto/processo. Objetivos A FMEA tem como objetivo identificar e analisar os modos e efeitos de falha, diminuir a probabilidade de ocorrência dessas falhas e aumentar a confiabi- lidade do sistema. Tipos Existem vários tipos de FMEAs utilizados em diferentes setores no mundo todo. Dentre eles, alguns são mais utilizados do que outros, tendo diferença em alguns aspectos, como classificação dos riscos e nomenclatura dos elementos. Entretanto, o objetivo da ferramenta permanece o mesmo independentemente de qual tipo de FMEA for utilizado. Os tipos mais comuns de FMEA são os de produto e os de processo, segundo Silveira ([2012?]), mas existem outros, que serão vistos a seguir. A Figura 1 menciona cada tipo de FMEA e suas relações. Análise do modo e do efeito da falha (FMEA)2 Segundo Stamatis (2003), o foco e objetivo de cada tipo de FMEA são apresentados a seguir: � FMEA de sistema: tem como foco principal as funções globais de sistemas tanto nas fases conceituais quanto nas de projeto, em razão das deficiências no modelo. Tem como objetivo analisar os modos de falhas entre essas funções, maximizando a qualidade e a confiabili- dade, e baixar custos. Auxilia aumentando a probabilidade que ocorra detecção de falhas potencias, define uma base nivelando diagnósticos de um sistema e também ajuda escolhendo a melhor forma de projeto de um sistema. � FMEA de projeto ou FMEA de produto: também comumente conhe- cida, são analisadas as falhas que poderão ocorrer nas especificações do produto, focando em componentes e subsistemas, antes de serem fabricados, de forma a minimizar essas falhas. Tem como foco evitar essas falhas no produto ou no processo decorrente do projeto. Tem como objetivo analisar os modos de falhas, maximizando a qualidade e a confiabilidade, e baixar custos. Prioriza ações de melhoria e identifica a criticidade de características no desenvolvimento de um equipamento ou produto. � FMEA de processo: foca em analisar as falhas no planejamento e na execução do processo com a intenção de evitá-las, tendo como base as diferenças entre o produto com as especificações do processo na fabricação e montagem. O objetivo é maximizar a qualidade, a con- fiabilidade, a manutenção e a produtividade, minimizando o custo de processo. Auxilia identificando erros e a criticidade de características no processo. � FMEA de serviço: o foco é prevenir a ocorrência de falhas durante a produção dos serviços, de modo que sempre atendam às expectativas dos clientes. É desenvolvida como uma ferramenta de prevenção. Tem como objetivo a satisfação máxima dos clientes, prestando qualidade e alta confiabilidade nos serviços. Auxilia analisando fluxos do sistema e trabalhos, identificando erros, criticidade e tarefas significativas. Segundo Stamatis (2003), as interações entre os tipos de FMEAs podem ser vistas na Figura 1. A saída da FMEA de sistema (causa) é usada como entrada (modo de falha) da FMEA de projeto, e a saída da FMEA de projeto também é usada como entrada na FMEA de processo/serviço. 3Análise do modo e do efeito da falha (FMEA) Figura 1. Tipos de FMEAs e suas relações. Fonte: Adaptada de Stamatis (2003). A relação entre a causa e o modo de falha não é linear. O melhor a fazer é listar todas as causas possíveis, pois quanto mais causas listadas na FMEA de sistema, por exemplo, mais fácil será de realizar a FMEA de projeto. Aplicações Segundo Toledo e Amaral ([2006?]), a FMEA pode ser aplicada para diminuir a probabilidade de falhas em novos projetos e produtos, tanto quanto em projetos que já estão em operação (falhas potenciais). Pode também ser usada para diminuir os riscos de erros, aumentando a qualidade nos procedimentos administrativos, e para aumentar a confiabilidade dos processos em operação, tendo como base em análise nas falhas que já ocorreram. Ou seja, você terá uma ampla área de aplicação dessa ferramenta de análise, pois o produto/ processo poderá estar tanto na fase inicial quanto na fase final, ou até mesmo quando for exigida uma ampliação ou modificação. Análise do modo e do efeito da falha (FMEA)4 A ferramenta FMEA surgiu no ano de 1949 com o propósito de analisar falhas ocorridas em equipamentos do exército americano, baseando-se na eficiência de uma missão ou no êxito da defesa pessoal de cada combatente. Por volta do ano de 1960, a metodologia FMEA foi aplicada pela NASA para realizar uma análise preventiva dos potenciais erros envolvidos no projeto Apolo. Em 1972, a ferramenta FMEA foi utilizada pela Ford na linha de produção de veículos automotores. A aplicação dessa ferramenta estava inicialmente voltada para a pre- venção da ocorrência de erros em desenvolvimento de produtos (equipamentos) ou projetos. No ano de 2002, a ferramenta foi incluída como pré-requisito para a avaliação do sistema de gestão de qualidade na série ISO 9000 (International Organization for Standardization – Organização Internacional de Normalização). Atualmente, a FMEA vem fornecendo contribuições com a aplicação da sua metodologia em processos administrativos e na execução de serviços. Fonte: Pinho et al. ([2008?], p. 6). Funcionamento básico Segundo Toledo e Amaral ([2006?]), não importa qual será o tipo de FMEA ou qual será a sua aplicação, pois sempre seguirá um mesmo princípio de metodologia, ou seja, a análise do modo e do efeito da falha pode ser de pro- cesso ou de produto, pode ser para projeto em faseinicial ou final, que nada mudará no processo. A primeira etapa do processo dependerá da análise de um grupo de pessoas para identificar: as funções, os tipos de falhas potenciais e os efeitos e causas dessas falhas, de um determinado processo ou produto. Já na segunda etapa, são avaliados os riscos de cada causa de falha por meio de índices preestabelecidos (Tabela 1). A terceira etapa parte das avaliações, pois, com elas, serão tomadas ações necessárias para diminuir os riscos e aumentar a confiabilidade do processo. Todas essas informações são definidas, elaboradas e preenchidas em um formulário FMEA (documento que será abordado, ainda), seguindo um flu- xograma com perguntas que devem ser respondidas pelos membros do grupo. Segundo Toledo e Amaral ([2006?]), a FMEA não é somente preencher um documento, pois a discussão que gera no decorrer deste é que representa o verdadeiro valor, trazendo causas e possíveis melhorias para o futuro. 5Análise do modo e do efeito da falha (FMEA) Severidade Índice Severidade Critério 1 Mínima O cliente percebeu que a falha ocorreu. 2 3 Pequena Ligeira deterioração no desempenho com leve descontentamento do cliente. 4 5 6 Moderada Deterioração significativa no desempenho de um sistema com descontentamento do cliente. 7 8 Alta Sistema deixa de funcionar e grande descontentamento do cliente. 9 10 Muito alta Idem ao anterior, porém afeta a segurança. Ocorrência Índice Ocorrência Proporção Cpk 1 Remota 1:1.000.000 Cpk > 1,67 2 3 Pequena 1:20.000 1:4.000 Cpk > 1,00 4 5 6 Moderada 1:1.000 1:400 1:80 Cpk < 1,00 7 8 Alta 1:40 1:20 9 10 Muito alta 1:8 1:2 Detecção Índice Detecção Critério 1 2 Muito grande Certamente será detectado. 3 4 Grande Grande probabilidade de ser detectado. 5 6 Moderada Provavelmente será detectado. Tabela 1. Índices FMEA (Continua) Análise do modo e do efeito da falha (FMEA)6 Fonte: Adaptada de Toledo e Amaral ([2006?], p. 9). Tabela 1. Índices FMEA Detecção Índice Detecção Critério 7 8 Pequena Provavelmente não será detectado. 9 10 Muito pequena Certamente não será detectado. (Continuação) Etapas para aplicação de FMEA As etapas são de suma importância para que o processo ocorra dentro dos parâmetros idealizados para essa ferramenta. Estas, segundo Toledo e Amaral ([2006?]), são formadas por: planejamento, análise de falhas em potencial, avaliação dos riscos, melhoria e continuidade. A seguir você entenderá cada uma. Planejamento Fase que será realizada pelo responsável pela aplicação da metodologia e entende: 1. Descreve a dimensão e os objetivos da análise, identificando quais produtos ou processos serão analisados. 2. Formam-se grupos pequenos (quatro a seis pessoas) de trabalho com membros de várias áreas (multidisciplinar), como: gestão de qualidade, desenvolvimento e produção. 3. Agendamento de reuniões. Essa etapa deve ser feita com antecedência e aprovação de todos, para que não tenha desencontros. 4. Preparar toda a documentação necessária. 7Análise do modo e do efeito da falha (FMEA) Análise de falhas em potencial Nesta fase, é discutido e preenchido o formulário FMEA pelo grupo de tra- balho, definindo: � Funções e características do produto e do processo. � Tipos de falhas potenciais para cada função. � Efeitos do tipo de falha. � Possíveis causas de cada falha. Avaliação dos riscos Na avaliação dos riscos, basicamente o grupo de trabalho define todos os índices de severidade, ocorrência e detecção para cada causa de falha de acordo com critérios previamente definidos pela empresa dentro da sua necessidade e realidade. Por fim, calcula-se o coeficiente de prioridade de risco, multiplicando os três índices (severidade x ocorrência x detecção). É importante que a avaliação de cada um dos índices seja feita individualmente e independentemente um dos outros, pois nenhum dos índices deve ser levado em conta em um mesmo momento. Em outras palavras, o índice de severidade, por exemplo, não pode influenciar a escolha do índice de detecção. Melhoria Nesta fase, o grupo precisa desenvolver e listar ações de melhorias para dimi- nuir os riscos, podendo usar ferramentas como o Brainstorming para auxiliar. Essas medidas, que não necessariamente serão escolhidas, pois antes terão sua viabilidade estudada, podem ser para: Análise do modo e do efeito da falha (FMEA)8 � Prevenir o tipo de falha. � Prevenir a causa de falha. � Diminuir a ocorrência de falhas. � Limitar o efeito do tipo de falha. � Aumentar a probabilidade de detecção do tipo ou da causa de falha. O Brainstorming é muito utilizado em todos os ramos e níveis de trabalhos. É uma ferramenta muito útil e eficiente, que conta com a criatividade e o conhecimento para solucionar problemas dos mais variados níveis. Neste link, você vai ver um vídeo muito didático para relembrar como usar essa ferramenta incrível: https://goo.gl/Rmk2MK Continuidade Por último, nesta fase, será dada continuidade, como o nome já diz, ao pro- cesso, ou seja, o formulário sempre deverá estar ativo, sendo feitas correções, adaptações e/ou alterações em falhas potenciais imaginadas pelo grupo com as que estão acontecendo no dia a dia da empresa, ajustando algo que não tinha sido previsto pelos analistas em um primeiro momento, e fazer sempre uma reavaliação dos parâmetros mencionados anteriormente. Você sabe qual é a melhor hora para realizar uma mudança no projeto para que tenha o menor custo possível? A resposta é no início do ciclo, pois é onde se encontra uma maior confiabilidade do produto estudado. O gráfico que indica custo x tempo de processo, na Figura 2 a seguir, deixa bem claro que quanto mais demorar em prever uma mudança, maior será a probabilidade de o custo elevar. E será exponencial o aumento em relação ao início. 9Análise do modo e do efeito da falha (FMEA) Hora errada para mudança Hora certa para mudança Projeto de concepção Engenharia detalhada Engenharia de processo Lote piloto na produção Assistência técnica (reclamações de campo) Cu st o da s m od i� ca çõ es Figura 2. Gráfico – custo x tempo de processo. Fonte: Adaptada de UNINTER ([201-?]). Fluxograma de preenchimento do formulário FMEA O formulário junto com o fluxograma que auxilia na aplicação de FMEA está na Figura 3, que está ilustrando a lógica da aplicação e também todos os elementos necessários para preenchimento. Você verá a definição e a utilidade de cada um a seguir. � Descrição do produto/processo: neste espaço, você deve perguntar: quem está sendo analisado?” Ou seja, é preciso identificar o que será analisado. É importante que o nome contenha informações consideradas pertinentes ao processo. � Função do produto/processo: quais funções ou características devem ser atendidas? Neste espaço, é solicitada a identificação do que o processo se propõe a fazer. Caso tenha processos ou produtos com mais de uma função, todas devem ser listadas para uma análise mais detalhada. Análise do modo e do efeito da falha (FMEA)10 Fi gu ra 3 . F lu xo gr am a e fo rm ul ár io d e FM EA . Fo nt e: A da pt ad a de T ol ed o e A m ar al ([ 20 06 ?] ). Co d_ pe c: N om e da P eç a: D at a: Fo lh a N o. _ __ __ __ __ _ de _ __ __ __ __ __ D es cr iç ão do Pr od ut o/ Pr oc es so Fu nç ão (õ es ) do p ro du to Ti po d e Fa lh a Po te nc ia l Ef ei to d e Fa lh a Po te nc ia l Ca us a da Fa lh a em Po te nc ia l Co nt ro le s At ua is Ín di ce s Aç õe s d e M el ho ria S O D R S O D R Aç õe s Re co m en da da s Re sp on sá ve l/ Pr az o M ed id as Im pl an ta da s Ín di ce s A tu ai s (1 6) (1 5) (1 4) (1 3) (1 2) (1 1) (1 0) (9 ) (8 ) (7 ) (6 ) (5 ) (4 ) (3 ) (2 ) (1 ) (0 ) S E V E R I D A D E O C O R R Ê N C I A D E T E C Ç Ã O R I S C O S FL U XO G RA M A Q ue m es tá se nd o an al isa do Q ua is fu nç õe s o u cara ct er íst ic as de ve m se r at en di do s? Co m o a fu nç ão o u ca ra ct er íst ic a po de n ão se r cu m pr id a? Q ue e fe ito s te m e st e tip o de fa lh a? Q ua is po de ria m se r as c au sa s? Q ua is m ed id as de p re ve nç ão e de sc ob er ta po de ria m se r to m ad as ? Q ua is os ris co s pr io rit ár io s? Q ua is m ed id as po de m se r to m ad as p ar a at en ua r o s ris co s? O R D S 11Análise do modo e do efeito da falha (FMEA) � Tipo da falha potencial: como a função desse produto pode não ser cumprida? Aqui, são listadas maneiras de como o componente falharia, de modo a não cumprir sua função requerida e impactar diretamente na empresa por meio de operações seguintes ou até mesmo nos clientes. � Efeito da falha potencial: o efeito potencial da falha são as consequências imaginadas que a falha pode acarretar no sistema. Aqui, o questio- namento é: o que acontece em razão de cada tipo de falha? Ou seja, procura-se saber a maneira como ela atuará. Diminuir ao máximo os efeitos desconhecidos que podem ter impactos até mesmo na qualidade final do produto. � Causa da falha em potencial: quais causas poderiam ser? Com essa pergunta que você deve começar a discussão, pois é o potencial da causa que proporciona situações que levariam a falha a acontecer e isso deve ser controlado e corrigido. A causa tem papel fundamental para que seja elaborado um programa de manutenção preventivo logo no início do processo. Ferramentas como diagrama de Ishikawa podem auxiliar na determinação de possíveis causas no processo. � Controles atuais: quais medidas de prevenção e descoberta poderiam ser tomadas para controlar as falhas antes mesmo que elas aconteçam? Controle de qualidade é um modo eficiente de não ter problemas exter- nos, por exemplo, com clientes. As inspeções periódicas também ajudam nesse quadro, pois detectam o tipo de falha que viria a acontecer. Os controles normalmente são utilizados nas entradas e saídas de processos. � Severidade: a severidade é um índice que indica a gravidade do efeito do modo de falha em potencial. Quanto mais alto é o índice de seve- ridade, mais grave será o efeito. Esse índice só pode ser alterado com mudança no projeto. � Ocorrência: a ocorrência é o índice, baseado na causa e no modo de falha, que representa a probabilidade de determinada falha ocorrer. Pegando o histórico do processo, há probabilidade. � Detecção: a detecção é um índice de 1 a 10 e tem a finalidade de detectar falhas, causa ou modo sem que chegue aos clientes. A detecção e os controles atuais andam juntos, pois um alimenta o outro. Então, depende da qualidade de controle para que se consiga uma boa probabilidade de detecção. Análise do modo e do efeito da falha (FMEA)12 � Risco: o risco é o produto da multiplicação dos três índices (R = S x O x D), ele define a prioridade que será dada à falha. Quanto maior o índice de risco, maior será a prioridade. Esse índice ajuda na classificação das carências do sistema. � Ações recomendadas: quais os riscos prioritários? Quais medidas podem ser tomadas para atenuar os riscos? O Quadro 1 demonstra exemplos do que considerar e qual o objetivo dessa consideração para propor reduções nos índices de riscos (severidade, ocorrência e detecção). Fonte: Adaptado de Roggero ([201-?]). Para reduzir Considere Com o objetivo Severidade Alterar o processo ou projeto (material máquina). Eliminar a falha potencial. Ocorrência Alterar o processo ou projeto. Prevenir ou reduzir a ocorrência de uma ou mais causas. Detecção Adicionar ou melhorar os controles. Aumentar a probabilidade de detectar o modo de falha. Quadro 1. Ações recomendadas para minimizar as falhas � Responsável/prazo: necessita de um responsável colaborador para definir ações e tomar decisões e prazos para entrega dessas ações realizadas. Fica a cargo do responsável cobrar e se certificar de que as ações foram iniciadas e finalizadas. � Medidas implantadas: devem ser documentados não só medidas e ações futuras, mas também o que já foi implantado. � Índices atuais: é feita uma nova análise dos riscos. Como pode observar, o preenchimento é bastante sistemático para que flua bem e tenha o máximo de informações capturadas e, posteriormente, analisadas. Deve-se ter o cuidado com a obtenção dessas informações, pois são primordiais para que toda a FMEA tenha o maior êxito possível. 13Análise do modo e do efeito da falha (FMEA) Na Figura 4 a seguir, veja um exemplo de aplicação de FMEA para inspeção de rece- bimento de matéria-prima que contextualiza o capítulo e que ajuda você a entender melhor como realizar esse formulário. Como se pode ver, não se trata de algo complexo, com ideias inovadoras. São medidas simples, na maioria dos casos, que tornam o serviço mais eficaz. Documentos necessários para a FMEA Segundo Silva (2007) e Toledo e Amaral ([2006?]), a seguir estão indicados os documentos necessários para a realização de uma FMEA. � Lista de peças e minutas de componentes. � Fluxogramas de engenharia do sistema. � Memorial descritivo do sistema, incluindo a filosofia de projeto. � Lista de equipamentos do sistema. � Desenhos de engenharia dos equipamentos, incluindo detalhes do projeto. � Folhas de dados de todos os equipamentos da instalação. � Relatórios de manutenção de equipamentos similares aos analisados. � Planos de inspeção. � Desenhos mostrando interfaces e conexões com outros equipamentos na fronteira do sistema analisado. � Estudos de capacidade de máquina. � Estatísticas de falhas do processo. � FMEA de produto similar. Análise do modo e do efeito da falha (FMEA)14 Fi gu ra 4 . A pl ic aç ão d e FM EA p ar a in sp eç ão d e re ce bi m en to d e m at ér ia -p rim a. Fo nt e: A gu ia r e M el lo (2 00 8) . 15Análise do modo e do efeito da falha (FMEA) AGUIAR, D. C. de; MELLO, C. H. P. FMEA de processo: uma proposta de aplicação ba- seada nos conceitos da ISO 9001:2000. In: ENCONTRO NACIONAL DE ENGENHARIA DE PRODUÇÃO, 28., 2008, Rio de Janeiro. Anais eletrônicos... Disponível em: <http:// www.abepro.org.br/biblioteca/enegep2008_TN_STO_070_501_10838.pdf>. Acesso em: 04 jul. 2018. PINHO, L. de A. et al. Failure Mode and Effect Analysis (FMEA): uma ferramenta para promoção da qualidade no setor fiscal das empresas de serviços contábeis. [2008?]. Disponível em: <https://www.aedb.br/seget/arquivos/artigos08/458_FEMEA.pdf>. Acesso em: 04 jul. 2018. ROGGERO, P. Ferramentas da qualidade: FEMEA: análise do modo e efeito das fa- lhas. [201-?]. Disponível em: <http://agente.epse.com.br/banasqualidade/quali- dade28281021282828.PDF>. Acesso em: 04 jul. 2018. SILVA, A. H. de C. Aplicação da metodologia FMEA (Failure Mode AND Effect Analysis) para realização de análise de falhas em um sistema de pontes de embarque de um aeroporto. In: ENCONTRO NACIONAL DE ENGENHARIA DE PRODUÇÃO, 27., 2007, Foz do Iguaçu. Anais eletrônicos... Disponível em: <http://www.abepro.org.br/biblioteca/ enegep2007_TR570432_0566.pdf>. Acesso em: 04 jul. 2018. 16Análise do modo e do efeito da falha (FMEA) SILVEIRA, C. B. FMEA: análise dos modos de falha e seus efeitos. [2012?]. Disponível em: <https://www.citisystems.com.br/fmea-processo-analise-modos-falhas-efeitos/>. Acesso em: 04 jul. 2018. STAMATIS, D. H. Failure Mode and Effect Analysis: FMEA from theory to execution. Milwaukee: Quality Press, 2003. TOLEDO, J. C. de; AMARAL, D. C. FMEA: análise do tipo e efeito de falha. [2006?]. Disponível em: <http://www.gepeq.dep.ufscar.br/arquivos/FMEA-APOSTILA.pdf>. Acesso em: 04 jul. 2018. UNINTER. Centro de Criação e Desenvolvimento Dialógico. Tema: projeto de pro- duto: FMEA: parte 1. [201-?]. Disponível em: <http://ava.grupouninter.com.br/tead/ CCDD2/ccdd_Pos/engProducao/engProdutoQfdFmeaDoe/t4/slides.pdf>. Acesso em: 04 jul. 2018. Leituras recomendadasCAPÍTULO 5: FMEA: análise dos modos de falha e seus efeitos. [201-?]. Disponível em: <http://www.daelt.ct.utfpr.edu.br/professores/marcelor/Cap.fmea.pdf>. Acesso em: 04 jul. 2018. D’ALESSANDRO NETO, M.; ALMEIDA, R. H. C.; FREITAS, V. H. de F. FMEA: análise do modo de falha e seus efeitos. [2018?]. Disponível em: <http://docplayer.com.br/70766100- Fmea-analise-dos-modos-de-falha-e-seus-efeitos-mario-d-alessandro-neto-grupo-3- raphael-helio-costa-almeida-vinicius-henriques-de-freitas.html>. Acesso em: 04 jul. 2018. PARIS, W. S. Ferramentas da qualidade: material de apoio dos seminários. Curitiba: [s.n.], 2002. SILVA, S. R. C.; FONSECA, M.; BRITO, J. Metodologia FMEA e sua aplicação à constru- ção de edifícios. [201-?]. Disponível em: <http://www.fep.up.pt/disciplinas/pgi914/ ref_topico3/fmea_ss_mf_jb_qic2006.pdf>. Acesso em: 04 jul. 2018. Análise do modo e do efeito da falha (FMEA)17
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