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Universidade Federal De São João Del Rei Campus Centro – Oeste Bacharelado Em Bioquímica Maturação do RNA Izabelle Catarine Gonçalves Maia Simone Silva Souto Victória Silva Júdice Divinópolis/Mg Agosto 2022 Maturação do RNA • Procariotos A ausência de membrana nuclear faz com que o genoma fique disperso no citosol, sendo assim os processos de transcrição e tradução são acoplados de forma que antes mesmo de terminar a transcrição, a tradução já se inicia. Uma das consequências disso é que, em geral, os mRNAs de procariotos não sofriam modificações. (Assim que o RNA é transcrito ele já vira molde para ser traduzido pelos ribossomos). O tRNA e o rRNA de procariotos, podem ser alterados de diferentes formas para se transformarem em um RNA funcional. • Eucariotos O transcrito primário (produto imediato da transcrição), não é necessariamente uma entidade funcional. Para se tornar funcional, a maioria deles, precisa sofrer uma série de modificações que podem envolver adição ou remoção de nucleotídeos ou modificações de nucleotídeos específicos. - mRNA, tRNA e rRNA podem ser alterados de diferentes formas para serem um RNA funcional. - Processamento co-transcricional: é o conjunto de modificações sofrida pelo transcrito primário. - Transcrição e tradução estão temporal e espacialmente isolados: - A transcrição ocorre no núcleo e a tradução no citoplasma. Os transcritos primários que vão originar o mRNA, antes de atravessarem a membrana nuclear, sofrem extensiva modificação. • Tipos de modificações em eucariotos Podem ser de três tipos, esses conjuntos de modificações no transcrito primário nuclear originará o mRNA maduro que migrará para o citoplasma. Adição do “capacete” na extremidade 5’ do mRNA O “capacete” é uma estrutura química formada por um resíduo de 7- metilguanosina ligado a extremidade 5’ no mRNA através de uma ligação 5’,5’ trifosfato. - Funções: proteger o mRNA e permitir a ligação do mRNA ao ribossomo. - Síntese: acontece logo no início da transcrição, quando transcrito cerca de 20 a 30 nucleotídeos o “capacete” já é sintetizado por enzimas específicas. Logo após a sintetização ocorre a ligação a duas proteínas. É sintetizado através de 4 a 5 reações químicas envolvendo diferentes enzimas. - Processo: o primeiro ribonucleotídeo que é adicionado pelo RNA polimerase na extremidade 5’, ele permanece como trifosfato. Logo após é catalisado pela enzima fosfohidrolase (que remove o fosfato gama). Depois a guanililtranferase une uma molécula de GTP a extremidade 5’, com isso há a hidrolise do pirofosfato restando o fosfato alfa, resultando em guanosina trifosfato (Gppp) na extremidade 5’. Então ocorre a metilação do N7 da guanina, a guanina 7- metil transferase transfere o grupamento metil ficando 7- metil guanosina trifosfatado. Podem acontecer também reações de metilação no 1° e 2° ribonucleotídeos, essa reação é catalisada pela enzima 2’- O metil transferase, que transfere o grupamento metil para a -OH 2’ do 1° e 2° ribonucleotídeo formando por fim a cobertura do capacete. Splicing: montagem dos segmentos codificadores (éxons) - Os genes do genoma de eucariotos podem ser fragmentados, regiões fragmentadas são regiões codificantes (éxons) alternando-se com regiões não codificantes (introns). - O splicing ocorre no núcleo. O transcrito primário só poderá ser traduzido se for devidamente montado, descartando-se os introns e unindo-se os éxons em sequência ordenada. - Os introns são frequentes em genes de eucariotos e são mais extensos que os éxons. - Processo: a remoção dos introns e a união dos éxons ocorre via reações específicas, em prontos de junção definidos, garantindo que a mensagem na sequência de éxons não seja alterada durante a montagem. - Sítios de splicing que estão presentes nas fronteiras onde ocorrem as junções de éxons e introns: - Doadores de splicing: bordas éxon-introns (inicia a reação) - Receptoras de splicing: bordas introns-éxons (recebe a reação) - Classes principais de introns - Introns autoprocessantes: enzimas proteicas não estão envolvidas; grupo I e II. - Grupo I: - Estão presentes em genes nucleares, mitocôndrias e cloroplastos que codificam para mRNA, tRNA e rRNA, alguns vírus e bactérias. - Não necessita de ATP, são raros. - Precisa de cofator externo: guanosina (GMP, GDP e GTP). - Processo Introns Grupo I: para a incisão do intron no transcrito primário é necessária a presença de um cofator externo. A -OH 3’ da guanosina atua como nucleófilo atacando o fosfato no sítio cortado 5’ clivando a ligação fosfodiéster e a guanosina fica ligada na extremidade 5’ do intron. Após a quebra (remoção do intron) gera uma -OH livre que age como nucleófilo e ataca a extremidade 5’ do éxon, ocorrendo a clivagem da ligação fosfodiéster, o intron é eliminado na forma linear que é posteriormente degradado e os éxons se unem. - Grupo II - São encontrados nos transcritos primários do mRNA de mitocôndria e nos dos cloroplastos, em fungos, algas, plantas e bactérias. - Não necessitam de ATP, são raros. - Adenilato interno (próximo a extremidade 3’) promove a clivagem. - Formação de uma alça. - Processo Introns Grupo II: há a presença de uma adenosina específica interna presente na região ponto de ramificação, dessa maneira o intron ataca o seu próprio sitio de corte. Da mesma forma do grupo I o intron é eliminado, porém em forma de laço, o intron é removido e os éxons se ligam. - Introns de terceira classe - São os mais comuns e a maior classe de introns. - Presentes nos transcritos primários de mRNA nucleares. - Introns processados no spliceossomo. - O corre consumo de ATP para a montagem do spliceossomo. - Características do intron processado no spliceossomo: começa com a sequência GU e termina com AG; terá resíduo de Adenilato fazendo parte do sítio de ramificação; próximo a extremidade 3’ trecho rico em pirimidinas. - Para o processamento é necessário RNA nucleares pequenos (U1, U2, U4, U5 e U6) que reconhece os trechos. O U1 e U2 definem onde vai ocorrer as reações de splicing. Isso forma o spliceossomo. Poliadenilação: adição da cauda de poli-A na extremidade 3’ do mRNA - Cauda poli-A: é um trecho de várias adeninas, de 80 a 250 resíduos de adenilatos, adicionados no fim da transcrição, a cauda protege o mRNA e permite a ligação do mRNA ao ribossomo. - Sintetizada: a sequência consenso é alvo de ligação de um complexo de proteínas, proteínas específicas (endonucleases) clivam AAUAAA, depois há a adição de 80 a 250 adenilatos pela poliadenilato polimerase formando a cauda. • Forma especiais de processamento do RNA - Introns nos genes de eucariotos: custo energético alto (desvantagem), possibilitam o processamento alternativo (vantagem). - Processamento alternativo: reconhece diferentes sítios de corte para a remoção dos introns, com isso cada mRNA maduro terá diferentes éxons, o que resulta em diferentes cadeias polipeptídicas originadas a partir de um mesmo gene. O transcrito primário de RNA contém sinais moleculares para todas as vias de processamento alternativo e a via favorecida em um determinado tecido é determinada por fatores de processamento, proteínas de ligação do RNA que promovem uma via particular. - Diferentes proteínas podem ser formadas através do splicing alternativo, dependendo do tecido.
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