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Resumo - Clínica Cirúrgica

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Clínica Cirúrgica Júlia Araújo Medicina 
Clínica Cirúrgica 
- Desnutrição aumenta 
em 3x o risco de 
complicações pós-
operatórias e 4x maior de 
óbito quando comparado 
com pacientes eutróficos -
> aumento da 
morbimortalidade 
- Procedimentos cirúrgicos 
podem proporcionar 
desnutrição global ou 
específica 
- Prevenção de complicações no pós-operatório imediato ou 
tardio 
Perda de peso ≥ 20% + Diminuição da albumina (21 dias) OU 
Pré-albumina (14 dias de aporte nutricional) 
 
 DESNUTRIÇÃO -> Desvios do estado nutricional, como 
obesidade ou deficiência de micronutrientes 
Cicatrização -> diminuição da força tênsil de suturas 
Resposta Imunológica 
Catabolismo/ Energia 
Reserva funcional -> hipoproteinúria 
→ NUTRIÇÃO PRÉ-OPERATÓRIA 
 
→ ANTROPOMETRIA 
- Peso 
- Altura 
- Músculo bucinador 
consumido 
(bochechas) -> 
musculatura estriada 
está sendo digerida, 
levando a uma 
diminuição das 
proteínas viscerais 
 
AUMENTA O RISCO DE DIMINUI 
Infecções 
Mortalidade 
Morbidade 
Tempo de hospitalização 
Tempo de convalescença 
Custos 
Processo de cicatrização 
Motilidade intestinal 
Força muscular 
Proteínas (albumina -> edema) 
Força inspiratória 
Capacidade vital 
Capacidade residual funcional 
Oxigenação 
- Diminuição da ingesta oral 
- Aumento do catabolismo nitrogenado 
- Aumento da morbimortalidade 
→ DESNUTRIÇÃO X CICATRIZAÇÃO 
- Desnutrição causa um impacto importante na síntese do 
colágeno, dificultando a cicatrização no pós-operatório 
→ CAUSAS DE DESNUTRIÇÃO CALÓRICA PÓS-OPERATÓRIA 
- Baixa ingesta via oral 
- Alto catabolismo nitrogenado (Produção < Quebra de 
proteínas) 
- Desnutrição pré-operatória 
- Complicações pós-operatórias 
→ EFEITOS NO PÓS-OPERATÓTIO 
- Diminui a cicatrização -> diminui a força tênsil das suturas -> 
Processo inflamatório deficitário -> Formação deficitária das 
redes de fibrina 
- Desnutrição grave -> Edema -> Alças intestinais -> Íleo paralítico 
→ DEPLEÇÃO PROTEÍCA 
Saúde (100% de nitrogênio proteico) X Morte (70% do nitrogênio 
corpóreo) 
 Massa muscular (estriada) 
 Proteína visceral (albumina) 
 Resposta imune (linfócitos, leucócitos e anticorpos) 
 Cicatrização (resposta ao trauma) 
 Função orgânica 
 Adaptação reduzida 
→ SÍTIOS DE ABSORÇÃO 
- Estômago -> cálcio, ferro, monossacarídeos, vitaminas, 
eletrólitos, gorduras, proteínas, água e magnésio 
- Cólon -> água, eletrólitos e ácidos graxos de cadeia curta 
→ INÍCIO DA TERAPIA NUTRICIONAL 
Clínica Cirúrgica Júlia Araújo Medicina 
 
7-10 dias de espera de resposta à nutrição 
- Obs: iniciar terapia nutricional 10 dias antes da intervenção 
cirúrgica (pré-operatório) 
2 a 3 dias Sem modificações prognósticas 
5 a 7 dias Reduz complicações 
7 a 10 dias Reduz morbimortalidade 
→ INÍCIO DA TERAPIA NUTRICIONAL X EVOLUÇÃO 
 - Nutrição enteral precoce relaciona-se com menor resposta 
catabólica e maior força da cicatriz 
- Não há eficácia em paciente cirúrgico eletivo 
- Em caso de trauma, há indicação de nutrição enteral precoce 
→ PRÉ-OPERATÓRIA 
- Correção/ prevenção da desnutrição pré-operatória tem a 
capacidade de reduzir a frequência das complicações e a 
mortalidade no pós-operatório 
→ CIRURGIA 
Balanço nitrogenado (quebra menor ou igual a produção de 
proteínas) 
Proteínas viscerais 
Massa magra (produção e manutenção da musculatura) 
Defesa imunológica 
→ PRÉ-OPERATÓRIA 
- Desnutrição grave em pacientes que farão intervenção 
cirúrgica de grande porte 
→ PÓS-OPERATÓRIA 
- Pacientes não desnutridos, sem ingestão VO por mais de 5 dias 
(jejum prolongado) 
- Pacientes não desnutridos que não apresentam vantagem 
quanto a reposição glico-hidroeletrolítica convencional 
Precoce Tardia 
Evitar complicações 
imediatas relativas ao 
procedimento 
Prevenir e tratar 
complicações tardias 
referentes ao procedimento 
Sondas SNE (Nasoenteral) 
Estomias Faringostomia 
Gastrostomia 
Jejunostomia 
→ ESCOLHA 
Tempo disponível 
Gravidade do caso 
Impacto cirúrgico preivsto 
→ MELHOR VIA 
- Pós pilórica -> evitar refluxo e broncoaspiração (gástrica ou 
jejunal) 
- Jejuno reservado para casos de intolerância gástrica 
- Dieta contínua é mais bem tolerada 
NUTRIÇÃO ENTERAL NUTRIÇÃO PARENTERAL 
- Menor custo e risco de 
complicações sépticas 
- Manutenção da integridade da 
mucosa intestinal e pulmonar 
- Menor tempo de internação e 
melhor cicatrização 
- Diminui mortalidade séptica 
após trauma ou pancreatite 
- Maior custo e complicações 
sépticas 
→ DIETA IMUNOMODULADORA 
- Reduz complicações infecciosas e tempo de internação 
- Iniciar, se possível, antes da lesão (pré-operatório de pacientes 
desnutridos por 7-10 dias) 
→ GLUTAMINA E FUNÇÕES METABÓLICAS 
- Feito por sonda 
- Substrato: células endoteliais, enterócitos e túbulos renais 
- Metabolismo energético 
- Integridade intestinal 
- Síntese de proteínas e glicogênio 
 
 
 
- Identificar e quantificar uma comorbidade que possa causar 
complicações no resultado operatório 
- Determinada de acordo com o procedimento planejado (risco 
baixo, médio ou alto), a técnica anestésica e ambiente pós-
operatório (ambulatório, enfermaria ou assistência intensiva) - 
Base de preparo: anamnese e exame físico, avaliação funcional, 
avaliação nutricional, preparo e cuidados 
→ ANAMNESE E EXAME FÍSICO 
- HDA e tratamento 
- Tolerância ao exercício 
- Última visita ao clínico 
- Medicações em uso e alergias 
- História social 
- Condições de doença crônica 
- Antecedentes anestésicos e cirúrgicos 
- Sangramento e cicatrização 
Clínica Cirúrgica Júlia Araújo Medicina 
- Via aérea 
- História anestésica familiar 
- Acesso venoso 
- Local de punções 
- Exames laboratoriais 
→ FATORES RELACIONADO AO PACIENTE 
- Idade 
- Doenças associadas 
- Estado geral 
- Tabagismo 
- Obesidade 
→ AVALIAÇÃO FUNCIONAL PRÉ-OPERATÓRIA 
 
→ ÍNDICE DE LEE 
 
→ EXAMES COMPLEMENTARES 
- < 40 anos -> nenhum 
1- ECG, hemograma e coagulograma (+ 40 anos e 
comorbidades) 
2- Bioquímica (glicose, ureia, creatinina e eletrólitos) -> idoso e 
comorbidades 
3- EAS (urina) + cultura (cirurgia urológica, gestante, paciente 
sintomático, idoso e tabagista) 
4- Radiografia de tórax (idoso, tabagista e cirurgia em andar 
alto do abdome) 
→ ESTADO NUTRICIONAL 
- Paciente desnutrido não opera 
AP% = peso atual x 100/peso ideal 
- 80-90% desnutrição leve 
- 70-80% desnutrição moderada 
- Menor 70% desnutrição grave 
- Proteínas 
 . 2,8-3,5 g/dl depleção leve 
 . 2,2-2,7 g/dl depleção moderada 
 . Menor 2,2 g/dl depleção grave 
→ MEDICAMENTOS 
1- ANTICOAGULANTES 
-Cumarínicos: 5 dias 
- HNF: 6hrs antes + 24 hrs depois 
- HBPM: 24 hrs antes + 24 hrs depois 
2- ANTIPLAQUETÁRIOS 
- AAS: manter no alto risco e suspender no baixo risco (7 a 10 
dias antes da cirurgia) 
- Clopidogrel: suspende por 5 dias e inicia heparina (paciente 
de alto risco) 
3- ANTIDIABÉTICOS E INSULINA 
- Suspende anti-hipoglicemiantes e faz conforme DEXTRO 
- Manhã da cirurgia: 
NPH: 2/3 dose a noite + ½ manhã 
HGT: 6/6hrs + insulina R esquema 
4- MANTER 
- Corticoides 
- Anti-hipertensivos 
- Estatinas 
- Beta-bloqueadores 
→ TRICOTOMIA E PREPARO DA PELE 
- Não é obrigatório 
- Só pode ser feita na sala de cirurgia, já na mesa 
- Lesar o menos possível -> microlesões são porta de entrada para 
bactérias 
→ CATETERISMO 
- Vesical: apenas se nescessário (útil, tiro abdominal, cirurgia 
demorada/oncológica) 
- Nasogástrico: aspirar/filtrar o estômago (não é para 
alimentação) 
 . Dieta zero 
→ ANTIBIOTICOPROFILAXIA 
- Cefazolina: se cirurgia > 4 
horas repete dosagem 
- Obs: profilaxia se faz 30 
min antes, não 24 horas 
antes 
→ SUPORTE NUTRICIONAL 
- Perda ponderal > 10% em 6 meses ou 5% em 1 mês 
- Previsão de jejum > 7 dias 
- Proteínas que refletem o estado nutricional 
Pré- albumina: 3-5 dias 
Transferrina: 7 diasAlbumina: 14-18 dias 
→ AVALIAÇÃO HEMATOLÓGICA 
- Transfusão pré-operatório 
Hb < 6 
Hb 6 a 10 + comorbidades ou previsão de sangramento ativo 
Hb > 6 + sangramento ativo 
- Transfusão de plaquetas 
História de previsão de sangramento 
Plaquetopenia < 50.000 
→ PROFILAXIA TROMBOSE VENOSA PROFUNDA (TVP) E 
TROMBOEMBOLISMO PULMONAR (TEP) 
- Deambulação precoce, recrutamento vias aéreas 
- Meias compressivas 
- Fisioterapia 
Clínica Cirúrgica Júlia Araújo Medicina 
 
→ EXAME FÍSICO DIÁRIO 
- Nível de consciência 
- Ausculta cardíaca 
- Estado hemodinâmico 
- Abdome 
- Grau de hidratação 
- Ferida operatória 
- Urina 
- Drenos 
- Aparelho respiratória 
- Panturrilha 
→ PRESCRIÇÃO MÉDICA 
1- Medicamentos (reposições, analgesia, profilaxias e tratamento 
das doenças de base) 
2- Cuidados pós-operatórios (dieta, cateteres, drenos e curativos) 
3- Nutrição 
- Manipulação cirúrgica x peristalse 
- Retorno: gástrico (24-28 hrs) | cólon (48 hrs) 
- Reintrodução da alimentação: enteral x parenteral 
4- Sintomáticos 
- Antieméticos 
 . Metoclopramida: uso cuidadoso (síndrome extrapiramidal) 
 . Ondansetron: casos mais acentuados 
→ ESPECIFICIDADES 
- Cirurgia eletiva: tratar doenças de base antes da cirurgia, 
paciente tem que ser: estável, tratado e compensado 
- Tabagismo: cessar 8 semanas antes da cirurgia (atrapalha 
cicatrização e aumenta secreção pulmonar), paciente tem pior 
pós-operatório 
- HIV +: precisa de CD4 alto, carga indetectável e laudo do 
infectologista 
- Renal crônico: realizar diálise 1 dia antes
→ CICATRIZAÇÃO: processo que depende de uma sequência de 
eventos moleculares e celulares que interagem com o objetivo 
de restaurar o tecido lesado 
- Limita o dano tecidual e permite o restabelecimento da 
integridade e função dos tecidos afetado 
- Não há retorno por completo ao estado prévio, uma vez que o 
processo tem como característica deposição de tecido 
conjuntivo específico 
→ REGENRAÇÃO: restauração por completo da arquitetura de 
um tecido, ou seja, não há formação de cicatriz 
- Únicos tecidos onde a cicatrização “caminha” para a 
regeneração são os embrionários e aqueles pertencentes a 
órgãos internos, como fígado e osso 
Agudas Crônicas 
Processo cicatricial ocorre de 
forma ordenada e em tempo 
hábil, determinando resultado 
anatômico e funcional 
satisfatório 
Cicatrização não ocorre de 
forma ordenada, estacionando 
na fase inflamatória, o que 
impede sua resolução e a 
restauração da integridade 
funcional do tecido lesado 
→ FECHAMENTO PRIMÁRIO/ POR PRIMEIRA INTEÇÃO 
- Mecanismos de fechamento 
1- Aproximação de seus bordos através de sutura 
2- Utilização de enxertos cutâneos 
3- Emprego de retalhos 
- Caracteriza-se por rápida epitelização e mínima formação de 
tecido de granulação, apresentando melhor resultado estético 
- Recomendada em ferida sem contaminação e localizada em 
área bem vascularizada 
→ FECHAMENTO SECUNDÁRIO/ POR SEGUNDA INTEÇÃO/ 
ESPONTÂNEO 
- Ferida é deixada propositadamente aberta, sendo a 
cicatrização dependente da granulação e contração para a 
aproximação das bordas 
- Recomendado em algumas situações como biópsias de pele 
tipo punch, cirurgias em canal anal ou margem anal e feridas 
com alto grau de contaminação 
→ FECHAMENTO PRIMÁRIO TARDIO/ POR TERCEIRA INTEÇÃO 
- Ferida inicialmente é deixada aberta, geralmente por 
apresentar contaminação grosseira 
- Em seguida, a infecção local é tratada com desbridamentos 
repetidos, somados ou não à antibioticoterapia 
- Após alguns dias, a ferida é fechada mecanicamente através 
de sutura, enxertos cutâneos ou retalhos 
→ FASE INFLAMATÓRIA 
- Resposta imediata à lesão consiste em inflamação, também 
conhecida como fase reativa, que tem como objetivo inicial 
limitar o comprometimento do tecido 
Vasoconstrição 
 
Hemostasia -> Matriz inicial (fibrina/ trombo) 
 
Permeabilidade vascular -> Polimorfonucleares (PMN) 
 
Citocinas () 
- Dominada por dois processos: hemostasia e resposta 
inflamatória aguda 
- Objetivo: limitar a extensão da lesão tecidual através da 
interrupção do sangramento, do combate à contaminação 
bacteriana e do controle do acúmulo de debris celulares 
Clínica Cirúrgica Júlia Araújo Medicina 
- Estímulo que deflagra o processo de cicatrização é a lesão do 
endotélio vascular, com exposição de fibra subendoteliais de 
colágeno do tipo IV e V que promovem adesão plaquetária, 
seguida de ativação e agregação 
- Ativação do sistema de coagulação, tanto pela via intrínseca 
como pela extrínseca -> objetivo formar a fibrina, que envolve e 
estabiliza o tampão plaquetário 
- Após a hemostasia ser atingida com a formação do trombo, 
componentes do complemento e leucotrieno promovem 
aderência e quimiotaxia de neutrófilos para a ferida -> aumento 
da permeabilidade capilar facilita a passagem dos PMN para o 
sítio da lesão 
- Desbridamento precoce de feridas infectadas diminui o 
estímulo quimiotáxico, fenômeno que resulta em um menor 
recrutamento de neutrófilos, com uma menor quantidade destas 
células, a resposta inflamatória passa a ser mais branda e o 
resultado é uma cicatrização mais rápida e com melhor 
resultado estético 
 
- 24-48 horas da lesão: monócitos circulantes são recrutados da 
circulação para participar do processo de reparo das lesões 
teciduais 
 . Uma vez no sítio lesado, diferenciam-se em macrófagos, 
células fundamentais no controle da fase inflamatória e 
proliferativa 
 . Macrófagos induzem apoptose dos PMN 
- Macrófagos são considerados o tipo celular predominante na 
fase inflamatória -> dão continuidade às funções de “limpeza” 
da ferida operatória e são responsáveis pela liberação de 
diversas citocinas que regulam o processo de síntese dos 
componentes do tecido cicatricial 
- IL-1 é uma citocina pró-inflamatória de fase aguda, se 
comportando como pirogênio endógeno e ocasionando uma 
resposta febril 
 . Aumenta a atividade da colagenase, regula as moléculas de 
adesão e promove quimiotaxia 
 . Age também na fase proliferativa, promovendo o 
crescimento de fibroblastos e queratinócitos e estimulando a 
síntese do colágeno 
- TNF-alfa é detectado na ferida por volta de 12 horas e atinge 
um pico por volta de 72 horas -> estímulo à aderência dos PMN 
ao endotélio, estímulo à hemostasia, aumento da 
permeabilidade capilar e aumento da proliferação endotelial 
- Linfócito T é recrutado para a ferida por volta do quinto dia da 
lesão, estando em maior quantidade em sete dias -> são 
encontradas em grande número em feridas com contaminação 
bacteriana importante, com presença de corpos estranhos ou 
com grandes quantidades de tecido desvitalizado 
→ FASE PROFILFERATIVA/ REGENERATIVA 
- Caracterizada por angiogênese, fibroplasia e epitelização 
- Continuidade tecidual é restabelecida 
- Células endoteliais e os fibroblastos são os últimos tipos celulares 
a infiltrarem a ferida 
- Fibroplasia -> migração, ativação e proliferação de fibroblastos, 
responsáveis pela síntese de MEC, principalmente colágeno 
- Fibroblasto, considerado o principal tipo celular da fase 
proliferativa, tem origem a partir da diferenciação de células 
mesenquimais do tecido conjuntivo, o que leva cerca de três a 
cinco dias para acontece 
- Incialmente colágeno tipo III -> Posteriormente colágeno tipo I 
- Em aproximadamente duas a três semanas após o início do 
processo cicatricial o acúmulo de colágeno é máximo 
- Queratinócitos assumem configuração mais colunar e iniciam 
proliferação em direção vertical (de baixo para cima), 
arrastando consigo tecidos necróticos e corpos estranhos, 
separando-os da ferida 
- Assim que a integridade da camada epitelial da ferida é 
alcançada, as células formam hemidesmossomas (junções firmes 
e impermeáveis) e iniciam a produção de queratina 
→ FASE DE MATURAÇÃO/ REMODELAMENTO 
- Formação do tecido de granulação, que consiste em leito 
capilar,fibroblastos, macrófagos e um arranjo pouco consistente 
de colágeno, fibronectina e ácido hialurônico 
- Formação do tecido cicatricial propriamente dito, que 
histologicamente consiste em tecido pouco organizado, 
composto por colágeno e pobremente vascularizado 
- Processo de remodelamento da ferida implica no equilíbrio 
entre a síntese e a degradação do colágeno, na redução da 
vascularização e na diminuição da infiltração de células 
inflamatórias, até que se atinja a maturação da ferida 
- Pode ser avaliado clinicamente através da força tênsil da 
ferida, indicador da quantidade de tração que o tecido 
cicatricial consegue suportar 
- Contração da ferida -> ocorre por movimento centrípeto pelos 
miofibroblastos de toda a espessura da pele em torno da ferida, 
aproximando progressivamente suas bordas e reduzindo a 
quantidade de cicatriz desorganizada 
- Em alguns casos, a contração da ferida pode levar a 
deformidade estética e funcional, fenômeno conhecido como 
contratura 
LOCAIS SISTÊMICOS 
- Infecção 
- Perda tecidual 
- Local do trauma 
- Isquêmicos (hipóxia tecidual e 
anemia) 
- Angiovasculares 
- Desnutrição 
- HPP/ HPS (DM, idade, uso de 
glicocorticoides, quimioterapia, 
radioterapia) 
Clínica Cirúrgica Júlia Araújo Medicina 
→ DEFINIÇÃO – REMIT: conjunto de reações de natureza 
endócrina, metabólica e imunológica desenvolvidas pelo 
organismo para tentar manterá homeostasia em circunstâncias 
relacionadas a traumas de etiologias diversas e desencadeadas 
por vários componentes, como perda sanguínea, lesão tecidual, 
ansiedade, dor e outros 
- Precisa desencadear estratégias que visem: 
1- Geração de energia 
2- Manutenção do volume intravascular 
3- Hipermetabolismo 
- Diante disso, há necessidade de promover ao paciente: 
1- Estabilidade hemodinâmica 
2- Preservação do aporte de oxigênio 
3- Mobilização de substratos calóricos (glicose) 
4- Redução da dor e manutenção da temperatura 
- A sobrevivência do paciente depende da qualidade do 
atendimento (reconhecimento da magnitude do trauma) e a 
capacidade de resposta orgânica do indivíduo (possível 
controlar as respostas ao trauma através da modulação das vias 
involuntárias dos receptivos órgãos efetores) 
REMIT está diretamente relacionada ao tamanho da agressão, 
ou seja, quanto maior o trauma, maior será a resposta e vice-
versa 
 
TODA resposta ao trauma é CATABÓLICA -> degradação de 
macromoléculas para produção de energia 
- Reação do organismo a esta agressão será mais significativa 
quanto mais grave for a intensidade da lesão 
- Resposta endócrina e humoral (inflamatória) observada terá 
correlação direta com a extensão da lesão tecidual 
- Suporte cirúrgico, nutricional e de terapia intensiva são 
essenciais para melhorarmos o prognóstico do paciente 
→ FISIOPATOLOGIA DO TRAUMA OPERATÓRIO 
 
1- EFEITOS DELETÉRIOS DA RESPOSTA EXARCEBADA 
- Em vítimas de lesões acidentais graves, o desgaste da proteína 
muscular é mais acelerado -> estado catabólico mais intenso 
- Proteólise descontrolada leva a um comprometimento da 
musculatura diafragmática utilização contínua de aminoácidos 
para a gliconeogênese -> prejuízo a dinâmica respiratória, e a 
perda de proteínas viscerais 
- Persistência da lipólise pode determinar a formação de 
microêmbolos gordurosos, agravada pelo decúbito dorsal e 
imobilidade do paciente 
- Vasoconstrição microcirculatória mantida (aumento persistente 
do tônus adrenérgico) pode ocasionar uma hipóxia plégica com 
abertura de shunts e má perfusão celular 
2- FASE DE BAIXO FLUXO (EBB) 
- Débito cardíaco diminui, a resistência vascular aumenta e o 
volume circulatório se encontra depletado 
- Alterações são determinadas por perda de volume do 
compartimento intravascular 
- Queda na temperatura central e hipometabolismo 
3- FASE DE REFLUXO (FLOW) 
- Inicia-se a partir da restauração da volemia por meio da infusão 
de cristaloides 
- Intenso hipermetabolismo 
- Febre pós-traumática -> ocasionada por uma intensa produção 
de citocinas (IL-1) 
- Alteração do metabolismo proteico e mobilização de 
aminoácidos a partir do músculo esquelético se faz de modo 
intenso -> Proteólise acelerada 
- Glutamina -> substrato para a gliconeogênese hepática -> 
utilizada como combustível para os enterócitos 
- Ciclo de Felig -> proteólise faz com que a alanina seja liberada 
do músculo, ganhe a circulação e seja “transformada” no fígado 
em glicose 
- Ciclo de Cori -> glicose é preferencialmente utilizada pelo 
sistema nervoso central, rins e por células especializadas 
(leucócitos, macrófagos e fibroblastos) localizadas na região do 
trauma -> Neste último local, a glicose é consumida através de 
um metabolismo anaeróbico, dando origem ao lactato -> 
Lactato retorna ao fígado para ser utilizado como substrato para 
a gliconeogênese 
Clínica Cirúrgica Júlia Araújo Medicina 
- Com o tempo, caso o paciente permaneça em jejum ou com 
os suprimentos calóricos abaixo de suas necessidades diárias, 
sobrevém a cetose -> corpos cetônicos são utilizados pelos rins, 
músculo esquelético e cardíaco como fonte energética 
→ CARACTERÍSTICAS DAS FASES EBB e FLOW 
 
→ EFEITOS DAS CITOCINAS NA RESPOSTA AO TRAUMA 
 
→ CONSEQUÊNCIAS METABÓLICAS DA LIBERAÇÃO HORMONAL DE 
CATECOLAMINAS E GLICOCORTICOIDES 
 
→ RESPOSTA METABÓLICA AO HIPERMETABOLISMO 
→ DEFINIÇÃO: agressão do trato urinário por patógenos 
- Presente em todas as faixas etárias 
- Bebês < 1 ano (fimose) e idosos (aumento da próstata) -> sexo 
masculino 
- Infância, adolescência e idade adulta -> sexo feminino (10 a 
20X mais) 
→ ITU DE REPETIÇÃO 
- > 3 episódios/ ano ou > 2 episódios/6 meses 
- Sinais e sintomas: disúria, dor supra púbica e polaciúria 
- Mulheres (4:) 
 , Vida sexual (proximidade ânus/ uretra) 
 . Hipoestrogenismo 
 . Constipação intestinal (proliferação e translocação 
bacteriana) 
 . História familiar/ infância 
 . DM 
 . Gravidez 
- Fisiopatologia? 
→ MULHERES- CAUSAS 
- Pré-menopausa 
 . Atividade sexual 
 . Uso contínuo de espermicidas/ diafragma 
 . Uso repetido de antibióticos (resistência e alteração da flora) 
- Pós-menopausa 
 . Alteração anatômica da pelve 
• Flacidez 
• Retração da bexiga 
• Prolapso uterino 
• Outros 
 . Alterações funcionais da pelve 
• Perda urinária (uretra curta) 
 . Alterações estrogênicas 
→ DIAGNÓSTICO 
- Sintomas 
- Urina tipo 1 -> jato médio 
 . Leucocitúria 
 . Hematúria 
 . Nitrito positivo (produto da degradação das bactérias 
quando atacam os ureteres) 
- Urocultura > 100.000 UFC/ml 
 . Suspeita de pielonefrite (dor lombar e febre) 
 . Cistite persistente ou recorrente (4 semanas) 
 . Sintomas atípicos 
 . Grávidas 
- Outros métodos: UCM (uretrocistografia miccional e 
retrógrada), USG, TC e UDN (urodinâmica) 
→ URO PATÓGENOS 
- E. coli 
- S. saprophyticus 
- Klebisiella spp. 
- Proteus spp. 
Clínica Cirúrgica Júlia Araújo Medicina 
- Pseudomonas 
- Enterococcus 
→ TRATAMENTO 
 - Complicada X Não complicada (mulher, não grávida e pré-
menopausa) 
- Homem X Mulher 
- Presença ou não de febre 
- Paciente fazendo uso de sonda e idosos -> tratar se sintomas 
- Grávidas (Macrodantina e Cefalexina) e antes de 
procedimentos urológicos -> tratar sempre 
- Antibioticoterapia 
- Medidas gerais: ingerir bastante líquido para aumentar a 
micção 
→ PREVENÇÃO 
- Ingestão hídrica 
- Micção programada -> realização de higiene perineal e 
micção precocemente após o coito, além da ingesta 
abundante de líquidos visando aumentar o débito urinário, pode 
contribuir para redução do risco 
- Ato sexual (higiene e micção após) -> uso de diafragma, capuz 
cervical e espermicidas (mesmo preservativos masculinos 
contendo espermicidas) eleva o risco de ITU recorrente 
- Método contraceptivo 
- Hábitos de higiene (desencorajar ducha, limpeza íntima) 
- Obstipação intestinal→ MEDIDAS PROFILÁTICAS -> episódios de repetição 
- Antibioticoprofilaxia (1/4 a metade da dose 1x ao dia durante 
3-6 meses) 
- Antibiótico pós-coital 
- Cramberry (rico em vitamina C e acidifica a urina) 
- Imunomodulador 
- Creme vaginal com estrógenos -> eficaz em reduzir o risco de 
recorrências. O hormônio tópico reestabelece a flora vaginal 
normal, com redução do pH vaginal e menor potencial de 
colonização por enterobactérias 
 
 
 
- Cálculos renais habitualmente são indolores, porém necessitam 
de seguimento com o urologista 
- DOR -> cálculo uretral -> dilatação da cápsula 
 . Localização (proximal, média, distal) 
 . Tamanho (> 1cm -> tratamento cirúrgico -> dupla J ou 
nefrostomia) 
- Tumores (colo de útero) 
- Iatrogênicos 
- Sintomas típicos: doe em flanco +/- irradiação para FI e 
escroto/vagina 
- Sinais de alarme: febre, piora da função renal e derivado de 
cirurgias 
- Atenção para: 
 . Características do cálculo (USG + RX/TC) 
 . Febre (hemograma/ EAS/ urocultura) 
 . Piora da função renal (ureia, creatinina, sódio e potássio) 
→ TRATAMENTO CONSERVADOR 
- Terapia expulsiva 
- Analgésicos -> dipirona/ paracetamol 
- AINEs -> ibuprofeno/ cetoprofeno -> não usa se creatinina 
elevada 
- Analgésico de resgate -> tramal/ paco 
- Dilatadores -> doxazosina/ tansulina 
→ TRATAMENTO CIRÚRGICO 
- Intervenção cirúrgica (derivação urinária) -> processo de duplo 
J ou nefrostomia 
* Independente do tamanho do cálculo 
 . Pielonefrite (dor + febre) 
 . Piora da função renal 
 . Rim único 
 . Ureterolitíase bilateral 
 . Dor refratária 
 . Tumores e causas iatrogênicas 
→ CAUSAS 
- Litíase 
- HPB – Hiperplasia Prostática Benigna 
- Estenose 
- Câncer 
- Coágulos 
- Outros 
→ TRATAMENTO 
- Sonda vesical de demora (número 16 ou 18) 
- HPB -> terapia combinada com Doxalosina/ Tansulosina + 
Finasterida/ Dutasterida (associados em próstatas maiores que 
40g) 
- Hematúria -> SVD (número 20-22) 3 vias + lavagem 
 . Iniciar irrigação contínua com SF 0,9% gelado pela SVD 
→ ORQUIEPIDIDIMITE OU TORÇÃO? 
- Torção Testicular -> ENOVELAMENTO DO CORDÃO 
ESPERMÁTICO 
 . Pacientes jovens 
 . Cefalizado (testis redux) 
 . Horizontalizado (sinal de Angel) 
 . Não melhora à suspensão (Sinal de Prehn -) 
 . Sem reflexo cremastérico (Sinal de Rabinowitz) 
 . EMERGÊNCIA (< 6h) 
- Orquiepididimite -> DOPPLER VAI ESTAR “ACESO” -> 
INFLAMAÇÃO 
Hematúria Microscópica: duas ou mais hemácias 
por campo nos sedimentos da urina 
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 . Aumentado e endurecido 
 . Dor melhora à suspensão 
 . Reflexo cremastérico presente 
- ULTRASSOM COM DOPPLER 
→ TRATAMENTO 
- Orquiepididimite -> Ciprofloxacino 500mg 12/12h por 14 dias 
- Torção testicular -> CIRURGIA IMEDIATA 
 . Distorção manual -> movimento de abrir um livro 
- Ereção > 4 horas 
- Baixo fluxo X Alto fluxo 
 . Dor/ rigidez X Trauma perineal 
 . pH ácido, Pco2 > 60 E Po2 < 30 -> gasometria da punção da 
base do pênis 
- Tratamento: punção e drenagem 
- Estrangulamento da glande pelo prepúcio 
- Tratamento: redução por compressão manual da glande e 
tração do prepúcio
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