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Introdução ao Direito do Trabalho Conceito de Direito do Trabalho Inicialmente cabe aqui conceituar a matéria ora em estudo, ou seja, o Direito do Trabalho. Para o brilhante professor Maurício Godinho Delgado (Curso de Direito do Trabalho), direito do trabalho é um “complexo de princípios, regras e institutos jurídicos que regulam a relação empregatícia de trabalho e outras relações normativamente especificadas, englobando, também, os institutos, regras e princípios jurídicos concernentes às relações coletivas entre trabalhadores e tomadores de serviços, em especial de suas associações coletivas.” Partindo-se do princípio que a palavra Direito nos leva a um conjunto de regras contidas em um ordenamento jurídico capazes de nos mostrar alguns direitos (em seu sentido estrito) como também alguns deveres, fácil de se concluir então que o Direito do Trabalho é o conjunto de direitos e deveres aplicados à relação de emprego, ou ainda, o conjunto de direitos e deveres previstos na Consolidação das Leis Trabalhistas. Porém, acreditamos que este conceito é um limitador da real amplitude do Direito do Trabalho, pois na verdade este vem a ser o conjunto de direitos e deveres que regulam as relações de trabalho, que é gênero da espécie relação de emprego. Tal conceito fica evidenciado, quando pensamos, por exemplo, no trabalhador eventual, que não é protegido pela Consolidação das Leis Trabalhistas, nem se observa nesse tipo de relação um contrato de trabalho caracterizador da relação de emprego, mas mesmo assim, é o trabalhador eventual protegido pelo Direito do Trabalho. Logo, podemos conceituar o Direito do Trabalho como sendo o conjunto interpretativo, protetivo e exemplificativo aplicado às relações de trabalho. A CLT A Consolidação das Leis do Trabalho (Decreto-Lei nº 5.452, de 1º de maio de 1943) foi sancionada no Governo de Getúlio Vargas e unificou a legislação sobre o assunto, por isso o nome de Consolidação, tendo regulamentado as relações de trabalho, tanto individuais, quanto coletivas. Apesar das inúmeras alterações ao longo do tempo, permanece ainda como o principal instrumento regulamentador de proteção aos trabalhadores “Art. 1º da CLT: Esta Consolidação estatui as normas que regulam as relações individuais e coletivas de trabalho, nela previstas.” Relação de Emprego X Relação de Trabalho A diferença básica entre a relação de emprego e a relação de trabalho é que na primeira fala-se na espécie da segunda, ou seja, o empregado que está no exercício de uma relação de emprego fatalmente estará trabalhando, mas nem todo o empregado que está trabalhando estará no exercício de uma relação de emprego. Logo, é possível concluir que toda relação de emprego é uma relação de trabalho, mas nem toda relação de trabalho é uma relação de emprego. Temos como exemplo o caso do trabalhador autônomo, que embora esteja trabalhando não estará no exercício de uma relação de emprego, pois do tipo de seu contrato não há que se falar em direito e deveres com relação a nenhum empregador, sendo certo ainda que na relação de trabalho autônomo o mesmo não está subordinado a ninguém. Requisitos da relação de emprego Sujeitos do contrato de trabalho São as partes envolvidas, ou seja, o empregado e o empregador. Empregador Analisando o caput do artigo 2º da CLT, verifica-se que o empregador é: “Art. 2º - Considera-se empregador a empresa, individual ou coletiva, que, assumindo os riscos da atividade econômica, admite, assalaria e dirige a prestação pessoal de serviço. § 1º - Equiparam-se ao empregador, para os efeitos exclusivos da relação de emprego, os profissionais liberais, as instituições de beneficência, as associações recreativas ou outras instituições sem fins lucrativos, que admitirem trabalhadores como empregados.” Empregado O conceito de empregado está previsto no artigo 3º da CLT, que assim expressa: “Art. 3º - Considera-se empregado toda pessoa física que prestar serviços de natureza não eventual a empregador, sob a dependência deste e mediante salário.” Hipóteses de Relações de Trabalho Autônomo – Sem vínculo empregatício, de forma eventual e não habitual. Avulso – Exercido por quem presta serviços com a intermediação de classe, geralmente cooperativas, a vários tomadores de serviços. Doméstico – De acordo com o art. 1º da Lei Complementar nº 150/2015, é aquele que presta serviços de âmbito residencial por mais de 2 (dois) dias por semana, de maneira contínua e remunerada. Estágio profissional – Regulamentado pela Lei nº 11.788/2008, refere-se à contratação de estudantes para fins de trabalho remunerado, para atividades relacionadas à área de formação. Eventual – Prestação de serviços em caráter esporádico a uma ou mais empresas, sem, contudo, manter relação de emprego com qualquer delas. Temporário – Serviço prestado para atendimento de necessidade transitória de substituição de pessoal Voluntário – Atividade não remunerada prestada a entidade pública ou privada sem fins lucrativos.
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