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Wellington Saraiva - Técnica de elaboração de denúncia

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18/05/2014
1
MINISTÉRIO PÚBLICO FEDERALMINISTÉRIO PÚBLICO FEDERAL
ProcuradoriaProcuradoria--Geral da RepúblicaGeral da República
X Curso de Ingresso e X Curso de Ingresso e VitaliciamentoVitaliciamento
para Procuradores da Repúblicapara Procuradores da República
Brasília, Brasília, 18 18 de maio de 2014de maio de 2014
2
Denúncia: Técnica de Elaboração.Denúncia: Técnica de Elaboração.
Questões Relevantes.Questões Relevantes.
Wellington Cabral SaraivaWellington Cabral Saraiva
 Procurador Regional da RepúblicaProcurador Regional da República
 Mestre em Direito (Universidade de Brasília)Mestre em Direito (Universidade de Brasília)
 Coordenador da Assessoria Jurídica Constitucional do Coordenador da Assessoria Jurídica Constitucional do 
ProcuradorProcurador--Geral da RepúblicaGeral da República
TwitterTwitter: @: @WSaraiWSarai –– InstagramInstagram: : WSaraiWSarai –– Blog: Blog: wsaraiva.comwsaraiva.com
3
SumárioSumário
Aspectos gerais
Linguagem
Algumas “regras de ouro” para denúncias
Disciplina no CPP
Identificação dos denunciados
Descrição dos crimes
Definição jurídica dos crimes
Requerimentos
Outros aspectos
Relevância do confisco
Trabalho em equipe
4
SumárioSumário
Aspectos gerais
Linguagem
Algumas “regras de ouro” para denúncias
Disciplina no CPP
Identificação dos denunciados
Descrição dos crimes
Definição jurídica dos crimes
Requerimentos
Outros aspectos
Relevância do confisco
Trabalho em equipe
5
Aspectos gerais (1)Aspectos gerais (1)
A sociedade quer 
RESULTADOS da atuação 
do Ministério Público
6
Aspectos gerais (2)Aspectos gerais (2)
A denúncia é peça essencial do 
processo penal
Fixa o litígio a ser julgado e serve como 
baliza para toda a atuação do MP e da 
defesa daí em diante
Estabelece a definição jurídica da conduta 
delituosa para todos os efeitos 
(prescrição, suspensão 
condicional do processo, 
liberdade provisória etc.), 
até a sentença ou acórdão
18/05/2014
2
7
Aspectos gerais (3)Aspectos gerais (3)
Defeitos da denúncia, a depender de 
sua gravidade, podem dar ensejo à 
rejeição dela (CPP, art. 43), à 
absolvição indevida, ao trancamento 
da ação penal por habeas corpus, à 
anulação do processo (mesmo após 
condenação transitada em julgado) e 
até à responsabilização do PR
Exemplo: caso juiz Casem Mazloum (STF, 
HC 89.310/SP, G. Mendes)
8
Aspectos gerais (4)Aspectos gerais (4)
“HABEAS CORPUS. QUADRILHA OU BANDO. INÉPCIA DA DENÚNCIA. 
POSSIBILIDADE DE EXAME MESMO DEPOIS DE JULGADA A AÇÃO PENAL. 
ORDEM DEFERIDA. 1. A sobrevinda de acórdão condenatório 
julgando procedente a denúncia cuja inépcia é questionada no 
habeas corpus não afasta o interesse de exame do writ, sendo 
plenamente possível o reconhecimento da inviabilidade da inicial 
acusatória e o trancamento da respectiva ação penal, mesmo 
considerando-se a posterior confirmação levada a efeito pelo 
Superior Tribunal de Justiça no exame de recurso especial. [...] 3. 
Denúncias genéricas, que não descrevem os fatos na sua devida 
conformação, não se coadunam com os postulados básicos do 
Estado de Direito. 4. Não é difícil perceber os danos que a mera 
existência de uma ação penal impõe ao indivíduo. Daí a necessidade 
de rigor e prudência por parte daqueles que têm o poder de 
iniciativa nas ações penais e daqueles que podem decidir sobre o 
seu curso. 5. Ordem deferida para determinar o trancamento da 
ação penal instaurada em face do paciente.”
STF. 2a T. HC 89.310/SP. Rel.: Min. Gilmar Mendes. 31 mar. 2009, maioria. DJe 
213, publ. 13 nov. 2009.
9
Aspectos gerais (5)Aspectos gerais (5)
Defeitos da denúncia:
dificultam a compreensão exata dos crimes 
por parte de todos os membros que 
venham a intervir no processo (audiências, 
substituições, precatórias, sessões etc.), 
de juízes e de testemunhas
podem gerar aplicação incorreta de rito 
processual, de concurso material ou 
formal, de continuidade delitiva, de 
circunstâncias agravantes, de causas de 
aumento ou diminuição da pena etc.
10
Aspectos gerais (6A)Aspectos gerais (6A)
“Em uma palavra: denúncia que não descreve, 
adequadamente, o fato criminoso e que também deixa de 
estabelecer a necessária vinculação da conduta individual de 
cada agente ao evento delituoso qualifica-se – como 
ressaltado pela jurisprudência constitucional do Supremo 
Tribunal Federal - como denúncia inepta (RTJ 57/389 –
RTJ 163/268-269).
Essa diretriz jurisprudencial, que tem preponderado na 
prática processual desta Suprema Corte, nada mais reflete 
senão antigo e clássico magistério de JOÃO MENDES DE 
ALMEIDA JÚNIOR (O Processo Criminal Brasileiro, vol. 
II/183, item n. 305, 4. ed., 1959, Freitas Bastos), eminente 
Professor da Faculdade de Direito do Largo de São Francisco e 
Ministro deste Supremo Tribunal Federal: 
11
Aspectos gerais (6B)Aspectos gerais (6B)
“Vamos, agora, determinar as formalidades da queixa e 
da denúncia.
.......................................................
É uma exposição narrativa e demonstrativa. Narrativa, 
porque deve revelar o fato com todas as suas 
circunstâncias, isto é, não só a ação transitiva, como a 
pessoa que a praticou (quis), os meios que empregou 
(quibus auxiliis), o malefício que produziu (quid), os 
motivos que o determinaram a isso (cur), a maneira por 
que a praticou (quomodo), o lugar onde a praticou (ubi), 
o tempo (quando). Demonstrativa, porque deve descrever 
o corpo de delito, dar as razões de convicção ou 
presunção e nomear as testemunhas e informantes.” 
(grifei)
STF. 2a T. HC 93.033/DF. Rel.: Min. Celso de Mello. Decisão 
monocrática, 1o ago. 2011. DJe 151, divulg. 5 ago. 2011. 12
SumárioSumário
Aspectos gerais
Linguagem
Algumas “regras de ouro” para denúncias
Disciplina no CPP
Identificação dos denunciados
Descrição dos crimes
Definição jurídica dos crimes
Requerimentos
Outros aspectos
Relevância do confisco
Trabalho em equipe
18/05/2014
3
13
Linguagem (1)Linguagem (1)
Uma denúncia bem construída pode salvar
investigação deficiente; uma denúncia 
mal redigida pode fazer naufragar uma 
ótima investigação
A denúncia clara e suficiente facilita a 
apresentação das alegações finais em 
audiência (arts. 403 e 534 do CPP) e a 
sustentação oral na sessão
14
Linguagem (2)Linguagem (2)
A denúncia é o relato de uma 
história, que precisa ser clara e 
completa para todos os que 
intervenham no processo
A denúncia é uma peça de trabalho 
processual, não é uma peça literária, 
muito menos de estilo gongórico
A sabedoria do subscritor revela-se na 
clareza, não no rebuscamento nem na 
afetação
15
Linguagem (3)Linguagem (3)
A denúncia deve transmitir 
segurança à acusação
Deve refletir consistência, ainda que a 
acusação não esteja plenamente provada 
(e não precisa estar nesse momento)
A denúncia deve demonstrar segurança, 
ainda que seu autor não a sinta 
plenamente (in dubio 
pro societate!)
16
Linguagem (4)Linguagem (4)
É recomendável utilizar linguagem 
precisa e acessível na denúncia. Riscos 
da linguagem rebuscada:
O alvo da denúncia é o réu, que tem direito 
de compreendê-la (e os colegas também...)
Dificulta a compreensão por parte de 
testemunhas, quando lhes for lida ou 
resumida, como frequentemente ocorre em 
audiências
Pode gerar problemas graves no caso de 
tradução, seja para pedidos de cooperação 
internacional, seja para réus que não 
falem português
17
Linguagem (5)Linguagem (5)
Abolir o futuro do pretérito
Evitar adjetivos ao máximo
Cuidado com saltos lógicos
Provou-se X. X causou Y. Então π...
Abolir referências desnecessárias ao 
relatório do inquérito e à polícia
A acusação é do Ministério Público, não 
da polícia criminal
18
Linguagem (6)Linguagem (6)
São dispensáveis e indesejáveis: 
“Consta que...”, “Segundo o anexo 
inquérito policial...”, “Conforme a 
digna autoridade policial” e 
equivalentes
A denúncia narra os fatos, não a 
investigação
O que narra a investigação é o relatório 
do inquérito
18/05/2014
4
19
Linguagem (7)Linguagem (7)
Exemplos do que não fazer:
“Consoante consta do fólio investigativo, o 
increpadoassacou contra a desditosa 
vítima golpes que, por sua sede, extensão 
e letalidade, a levaram a óbito.”
“De acordo com o relatório conclusivo da 
digna autoridade policial, o denunciando, 
à testa do ente da administração pública 
direta, tredestinou recursos públicos de 
monta das burras da edilidade, os quais 
haviam sido transferidos da peça 
orçamentária da União por esta, na 
qualidade de convenente.”
20
SumárioSumário
Aspectos gerais
Linguagem
Algumas “regras de ouro” para denúncias
Disciplina no CPP
Identificação dos denunciados
Descrição dos crimes
Definição jurídica dos crimes
Requerimentos
Outros aspectos
Relevância do confisco
Trabalho em equipe
21 22
23 24
18/05/2014
5
25
Identificação das fotografiasIdentificação das fotografias
Foto 1: Carl Bernstein e Bob Woodward, 
Califórnia, 1974
Foto 2: W. Mark Felt, Chefe do Escritório do FBI 
em Salt Lake City, 20/1/1958
Foto 3: W. Mark Felt sai de tribunal em 1978
Foto 4: W. Mark Felt e sua filha, após a 
revelação da identidade do “Garganta 
Profunda”, 2005
26
Algumas “regras de ouro”Algumas “regras de ouro”
1) Entenda o caso! 
Faça que os outros o entendam!
2) “Follow the money.”
(“Siga o dinheiro” – Deep Throat)
3) “A quem aproveitar o fato,
este o terá praticado.”
(“Cui prodest scelus, is fecit.” – Sêneca)
27
Exemplos de aplicação da regraExemplos de aplicação da regra
Peculato
Fraudes em licitação
Desvio de verbas federais
Lavagem de bens
Estelionato
Crimes financeiros
Sonegação tributária e 
previdenciária
28
SumárioSumário
Aspectos gerais
Linguagem
Algumas “regras de ouro” para denúncias
Disciplina no CPP
Identificação dos denunciados
Descrição dos crimes
Definição jurídica dos crimes
Requerimentos
Outros aspectos
Relevância do confisco
Trabalho em equipe
29
Disciplina no CPP (1)Disciplina no CPP (1)
Art. 41. A denúncia ou queixa conterá 
a exposição do fato criminoso, com 
todas as suas circunstâncias, a 
qualificação do acusado ou 
esclarecimentos pelos quais se possa 
identificá-lo, a classificação do crime
e, quando necessário, o rol das 
testemunhas.
30
Disciplina no CPP (2)Disciplina no CPP (2)
Art. 395. A denúncia ou queixa será 
rejeitada quando:
I – for manifestamente inepta; 
II – faltar pressuposto processual ou 
condição para o exercício da ação 
penal; ou
III – faltar justa causa para o exercício 
da ação penal.
18/05/2014
6
31
Disciplina no CPP (3)Disciplina no CPP (3)
Art. 397. Após o cumprimento do disposto no 
art. 396-A, e parágrafos, deste Código, o juiz 
deverá absolver sumariamente o acusado 
quando verificar:
I - a existência manifesta de causa excludente 
da ilicitude do fato;
II - a existência manifesta de causa excludente 
da culpabilidade do agente, salvo 
inimputabilidade;
III - que o fato narrado evidentemente não 
constitui crime; ou
IV - extinta a punibilidade do agente.
32
SumárioSumário
Aspectos gerais
Linguagem
Algumas “regras de ouro” para denúncias
Disciplina no CPP
Identificação dos denunciados
Descrição dos crimes
Definição jurídica dos crimes
Requerimentos
Outros aspectos
Relevância do confisco
Trabalho em equipe
33
A identificação dos denunciados deve 
ser o mais cabal possível
identificação completa: nome completo, 
alcunha, nacionalidade, estado civil, 
ocupação, data de nascimento, idade na 
época do crime, naturalidade, grau de 
instrução, filiação, documentos de 
identidade (cédula de identidade, CIC, 
CTPS, passaporte, título eleitoral, 
identidade profissional etc.), residências, 
endereços profissionais
Identificação dos denunciados (1)Identificação dos denunciados (1)
34
Se não estiverem disponíveis todos 
os dados, pode oferecer-se 
denúncia com os existentes
Na filiação, frequentemente não se 
sabe o nome do pai; indica-se 
apenas o da mãe
Identificação dos denunciados (2)Identificação dos denunciados (2)
35
A identificação é importante na própria 
denúncia
Evita homonímia
Facilita futuras pesquisas relativas ao 
réu (endereços, antecedentes, 
mandados de prisão etc.)
Auxilia a identificação do réu em caso 
de precatória ou CJI (cooperação 
jurídica internacional) e até em simples 
diligências (citação, intimação etc.)
Serve para extração de carta de guia
Identificação dos denunciados (3)Identificação dos denunciados (3)
36
Evitar “o primeiro”, “o oitavo”... “o 
décimo terceiro” denunciado: os 
denunciados têm nome, e isso 
facilita o trabalho de todos
Identificação dos denunciados (4)Identificação dos denunciados (4)
18/05/2014
7
37
Se o crime se prolongou no tempo, 
convém indicar a idade do denunciado 
no início dos fatos (chama a atenção 
para a menoridade e para a condição 
pessoal do denunciado)
Se o denunciado estiver preso, deve-se 
indicar o local da prisão, para que aí 
seja citado
Identificação dos denunciados (5)Identificação dos denunciados (5)
38
Se existir mais de um endereço em que 
haja probabilidade de o denunciado 
ainda poder ser encontrado, todos 
devem ser indicados
Serve para que o denunciado seja 
sucessivamente procurado em todos eles, 
caso não seja localizado, a fim de evitar 
nulidade
Evita a necessidade
de depois rever os autos 
por completo, à procura de 
endereços do denunciado
Identificação dos denunciados (6)Identificação dos denunciados (6)
39
SumárioSumário
Aspectos gerais
Linguagem
Algumas “regras de ouro” para denúncias
Disciplina no CPP
Identificação dos denunciados
Descrição dos crimes
Definição jurídica dos crimes
Requerimentos
Outros aspectos
Relevância do confisco
Trabalho em equipe
40
Descrição dos crimes (1)Descrição dos crimes (1)
O CPP exige que a descrição do crime 
se faça com todas as suas 
circunstâncias relevantes
41
Descrição dos crimes (2)Descrição dos crimes (2)
É absolutamente indispensável que 
todos os elementos dos tipos penais 
aplicáveis sejam concretamente 
apontados, sob pena de a denúncia 
poder ser tida como inepta, a qualquer 
momento
O perigo dos HCs e o 
acesso per saltum ao
STJ e STF: 
o “HC canguru”
42
Descrição dos crimes (3)Descrição dos crimes (3)
A narrativa deve ser completa, 
precisa, clara e (tanto quanto 
possível) breve
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8
43
Descrição dos crimes (4)Descrição dos crimes (4)
A narrativa deve ter a extensão 
necessária para a compreensão 
cabal e o mais fácil possível do caso
O tamanho correto da denúncia é o 
recomendado pelo binômio 
necessidade—bom senso
O objetivo a alcançar é a descrição 
completa do relevante, 
com a brevidade possível
44
Descrição dos crimes (5)Descrição dos crimes (5)
Todos os fatos narrados devem ser 
imputados aos denunciados
As frases devem ser diretas e dizer o 
que os denunciados fizeram a cada 
momento
45
Descrição dos crimes (6)Descrição dos crimes (6)
Cuidado com orações sem sujeito, com 
sujeito indeterminado, com a voz 
passiva
“Apurou-se na investigação que houve desvio 
de verba pública.”
“A empresa sonegou R$...”
“Conforme demonstrou o 
Ibama, ocorreu supressão 
de Mata Atlântica.”
“Os documentos anexos 
mostram que o convênio 
não foi cumprido.”
46
Descrição dos crimes (7)Descrição dos crimes (7)
É fundamental rever a interpretação 
jurisprudencial e doutrinária acerca do 
tipo penal invocado, para verificar se 
foram apontados TODOS os elementos 
que configuram o delito, sob risco 
de inépcia
47
Descrição dos crimes (8)Descrição dos crimes (8)
datas, o mais 
aproximado 
possível
horários, se 
possível
valores (históricos, 
corrigidos e em 
reais)
nome dos 
envolvidos, com o 
papel de cada qual 
no crime
laudos periciais
fluxo dos bens
documentos que 
provem o delito (autos 
de infração, autos de 
apreensão etc.)
volumes e folhas em 
que se encontram 
todos os elementos 
mencionados na 
denúncia
Conforme o caso, devem-se indicar:
48
Descrição dos crimes (9)Descrição dos crimes (9)
É indispensável indicar o elemento 
subjetivo do crime
No crime doloso, fazer referência pelo
menos à “vontade livre e consciente” de o 
denunciado praticar o crime
No crime culposo, se legalmente admitido 
(CP, art. 18, parágrafo único), indicar a 
modalidadede culpa e de que forma o réu 
a praticou
No concurso de agentes, indicar a “unidade 
de desígnios”
18/05/2014
9
49
Descrição dos crimes (10)Descrição dos crimes (10)
Não se deve, em princípio, fazer 
discussão acerca dos elementos da 
investigação
Por ser apenas hipótese de trabalho para a 
ação penal, a denúncia deve descrever o 
crime como se ele estivesse 
induvidosamente provado
A discussão da prova é, em regra, para as 
alegações finais
Regra temperada nas ações penais 
originárias e em casos especiais
50
Descrição dos crimes (11)Descrição dos crimes (11)
Não se devem transcrever 
depoimentos, em princípio
Exceções possíveis: denúncia por crime 
contra a honra, em que a ofensa haja sido 
proferida em depoimento; crime de falso 
testemunho
Transcrever interceptação telefônica 
pode ser útil, eloquente e saboroso, 
mas insuficiente para atender ao art. 
41 do CPP
51
Descrição dos crimes (12)Descrição dos crimes (12)
Transcrever trechos de laudos, 
informações técnicas, autos etc. pode 
ser relevante ou até essencial
A mera remissão pode resultar 
insuficiente, seja porque o juiz poderá 
não consultar o documento, seja porque 
cópia da denúncia usada em outros autos 
(HCs, precatórias etc.) pode não estar 
acompanhada dos documentos citados
Use notas de rodapé, se for o caso
52
Descrição dos crimes (13)Descrição dos crimes (13)
No caso de ação criminosa complexa ou 
no concurso de muitos crimes, pode ser 
conveniente dividir a denúncia em 
capítulos
Pode ser necessário capítulo de 
introdução, para esclarecer aspectos 
gerais do caso ou da investigação
O uso de capítulos organiza a denúncia, o 
raciocínio do autor e facilita a 
compreensão
53
Descrição dos crimes (14)Descrição dos crimes (14)
Capítulos (cont.):
Os capítulos podem destinar-se a cada 
crime ou conjunto de crimes 
Podem também destinar-se a descrever a 
participação diferenciada de cada 
denunciado ou grupo de denunciados
Pode ser conveniente inserir índice
54
Descrição dos crimes (15)Descrição dos crimes (15)
Capítulos (cont.):
Em casos de grandes proporções, os 
capítulos podem destinar-se a delimitar a 
atuação de núcleos da quadrilha ou 
organização criminosa, a fim de permitir, 
se for o caso, posterior desmembramento 
dos autos
Pode ser indispensável inserir capítulo 
final, com resumo das condutas e da 
função dos denunciados ou com outros 
elementos
Não é caso de desmembrar?
18/05/2014
10
55
Descrição dos crimes (16)Descrição dos crimes (16)
A depender do caso, pode ser 
conveniente inserir no corpo da 
denúncia:
reprodução gráfica de documentos
atalho para arquivos de som ou imagem 
(para reprodução de imagem de alvos 
monitorados, de comunicações telefônicas 
interceptadas etc.) – anexar, à denúncia 
impressa, CD, DVD ou HD com o arquivo da 
denúncia e os arquivos a ela vinculados
56
Descrição dos crimes (17)Descrição dos crimes (17)
Nos crimes societários, é importante 
indicar, o mais detalhadamente possível, 
a função do sócio na empresa, a 
participação dele nos atos delitivos e o 
proveito que sua conduta tenha gerado 
para si ou para a empresa
A mera condição de sócio não implica 
responsabilidade penal
Cautela recomendável em face da mudança 
hermenêutica – virtual ou real – no STF e 
STJ no que tange à chamada “denúncia 
genérica”
57
Descrição dos crimes (18)Descrição dos crimes (18)
Quando o crime tiver tido repercussão 
econômica, é importante citar os valores 
envolvidos na moeda da época e também 
corrigi-los monetariamente, para permitir 
a compreensão da magnitude do dano 
gerado pela conduta ilícita
Importante para o recebimento da 
denúncia, para requerimento de prisão 
preventiva, para a fixação 
da pena, para a definição do dano
(CPP, art. 387, IV) e até para a 
atenção que o juiz dará ao caso)
58
Descrição dos crimes (19)Descrição dos crimes (19)
Conforme o caso, deve-se indicar 
desde logo a lesão econômica que 
sofreu o ofendido, se possível, para 
reparação na sentença condenatória 
(CPP, art. 387, IV)
59
Descrição dos crimes (20)Descrição dos crimes (20)
Deve-se atentar para requisitos 
especiais de certos crimes
Exemplo 1:Exemplo 1: Nos crimes contra a honra crimes contra a honra e no 
de desacatodesacato, convém, em face da 
jurisprudência, transcrever as palavras ou 
descrever os gestos que consubstanciaram 
a ofensa 
60
Descrição dos crimes (21)Descrição dos crimes (21)
Exemplo 2:Exemplo 2: No crime de sonegação de sonegação de 
autosautos (CP, art. 356), deve-se indicar a 
data da intimação prévia não atendida 
para a devolução dos autos
18/05/2014
11
61
Descrição dos crimes (22)Descrição dos crimes (22)
Exemplo 3:Exemplo 3: No crime de patrocínio infielpatrocínio infiel
(CP, art. 355, caput), é indispensável 
indicar o prejuízo sofrido pelo cliente
Exemplo 4:Exemplo 4: No crime de estelionatoestelionato, 
deve-se indicar a vantagem ilícita, o 
prejuízo alheio (inclusive o valor dele) e 
o meio fraudulento
62
Descrição dos crimes (23)Descrição dos crimes (23)
Exemplo 5:Exemplo 5: No crime de falso falso 
testemunhotestemunho (CP, art. 342), deve-se 
indicar em que consistiu a mentira, sua 
potencialidade lesiva e com base em 
que se chegou à conclusão de ser falso o 
depoimento
63
Descrição dos crimes (24)Descrição dos crimes (24)
Exemplo 6:Exemplo 6: Nas fraudes para obtenção fraudes para obtenção 
de benefício previdenciáriode benefício previdenciário, deve-se 
indicar o valor pago pelo INSS, o 
período em que o benefício foi pago, a 
espécie e os dados de identificação do 
benefício: NB (número do benefício), DIB 
(data de início)
64
Descrição dos crimes (25)Descrição dos crimes (25)
Exemplo 7:Exemplo 7: No não recolhimento de não recolhimento de 
contribuição previdenciária descontadacontribuição previdenciária descontada
(“apropriação indébita previdenciária” 
— CP, art. 168-A) e nos crimes 
societários em geral, devem-se indicar 
os dirigentes da empresa, a função de 
cada qual e o período em que estiveram 
à frente da pessoa jurídica
65
Descrição dos crimes (26)Descrição dos crimes (26)
Exemplo 8:Exemplo 8: Na operação clandestina de operação clandestina de 
estação de telecomunicaçõesestação de telecomunicações (“rádio 
pirata” — Lei 9.472/97, art. 183), deve-
se indicar a potência do transmissor
(em watts), o alcance dele, se 
disponível, e a ausência de 
requerimento administrativo de 
autorização da estação
66
Descrição dos crimes (27)Descrição dos crimes (27)
Exemplo 9:Exemplo 9: No crime de lavagem de lavagem de 
bensbens, é necessário delinear como 
ocorreram os crimes antecedentes, com 
indicação adequada e suficiente de 
detalhes e de que modo ocorreu a 
lavagem
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67
Descrição dos crimes (28)Descrição dos crimes (28)
Exemplo 9Exemplo 9 (cont.): atentar para as fases do 
processo de lavagem:
• placement: captação, concentração e 
conversão/colocação dos ativos no sistema
• layering: estratificação ou dissimulação, 
movimentação dos recursos e despistamento dos 
vestígios da operação
• integration: integração e reciclagem (especialização 
do crime); colocação dos ativos à disposição dos 
criminosos, mantendo o sigilo da fonte, com 
utilização dos ativos
Em determinados casos, essas fases podem não 
estar presentes ou claramente separadas
68
Descrição dos crimes (29)Descrição dos crimes (29)
Exemplo 10:Exemplo 10: No caso de delitos delitos 
tributários e previdenciários de tributários e previdenciários de 
natureza materialnatureza material, indicar o trânsito 
em julgado do procedimento 
administrativo-fiscal, em face do 
julgamento do HC 81.611/DF (Plenário. Rel.: 
Min. Sepúlveda Pertence. 10 dez. 2003, maioria. DJ 1, 
13 maio 2005, p. 6)
69
Descrição dos crimes (30)Descrição dos crimes (30)
Exemplo 11:Exemplo 11: No crime de prevaricaçãoprevaricação, 
é indispensável indicar o ato de ofício
do agente e o sentimento ou interesse 
pessoal que ele pretendeu satisfazer
Exemplo 12:Exemplo 12: No caso de desvio de verba desvio de verba 
por gestor público oriundade convêniopor gestor público oriunda de convênio
(p.ex., Decreto-lei 201/67, art. 1o, I), a 
prova da inexecução do ajuste não 
demonstra automaticamente o desvio
70
SumárioSumário
Aspectos gerais
Linguagem
Algumas “regras de ouro” para denúncias
Disciplina no CPP
Identificação dos denunciados
Descrição dos crimes
Definição jurídica dos crimes
Requerimentos
Outros aspectos
Relevância do confisco
Trabalho em equipe
71
Definição jurídica dos crimes (1)Definição jurídica dos crimes (1)
É necessário completa correlação entre 
a descrição dos atos e a definição 
jurídica apontada na denúncia
Se a conduta se adequar à definição 
jurídica do tipo básico, indicar a 
incidência do caput do dispositivo penal 
(ex.: CP, art. 171, caput)
Se não for aplicável o tipo básico, 
indicar o parágrafo, inciso 
e alínea aplicáveis 
(ex.: CP, art. 171, § 2o, VI)
72
Definição jurídica dos crimes (2)Definição jurídica dos crimes (2)
No caso de concurso de pessoas, indicar 
o art. 29 do CP
Deve-se examinar se incidem 
circunstâncias agravantes ou 
atenuantes ou causas de aumento ou 
diminuição da pena e desde logo 
indicá-las
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13
73
Definição jurídica dos crimes (3)Definição jurídica dos crimes (3)
No caso de concurso de pessoas, 
deve-se indicar a capitulação 
aplicável a cada denunciado, se 
diversa
74
Definição jurídica dos crimes (4)Definição jurídica dos crimes (4)
Ao longo do processo, deve-se 
permanentemente atentar para a 
possibilidade de surgirem elementos que 
recomendem a correção da definição jurídica 
apontada na denúncia (emendatio libelli —
CPP, art. 383) ou a alteração dela (mutatio 
libelli — CPP, art. 384)
Nesse caso, oferecer aditamento à denúncia 
(o recomendável) ou, nas alegações finais, 
requerer que se considere a correta definição 
jurídica (emendatio libelli)
75
SumárioSumário
Aspectos gerais
Linguagem
Algumas “regras de ouro” para denúncias
Disciplina no CPP
Identificação dos denunciados
Descrição dos crimes
Definição jurídica dos crimes
Requerimentos
Outros aspectos
Relevância do confisco
Trabalho em equipe
76
Requerimentos (1)Requerimentos (1)
A fase do art. 402 do CPP não serve 
para suprir deficiências probatórias 
originárias da denúncia
“Art. 402. Produzidas as provas, ao final 
da audiência, o Ministério Público, o 
querelante e o assistente e, a seguir, o 
acusado poderão requerer diligências cuja 
necessidade se origine de circunstâncias ou 
fatos apurados na instrução.”
Documentos e provas essenciais devem 
acompanhar a denúncia
77
Requerimentos (2)Requerimentos (2)
Convém que todas as diligências 
ainda necessárias sejam de logo 
requeridas
Diminui o risco de rejeição da 
denúncia por ausência de justa causa
Diminui o risco de indeferimento dos 
requerimentos posteriormente
Evita atrasos no processo
78
Requerimentos (3)Requerimentos (3)
(cont.):
Evita surpresas para o MP em fases 
posteriores da ação penal
Evita o esquecimento de diligências 
relevantes, caso futuramente o autor 
da denúncia não mais acompanhe o 
processo ou esteja com 
pouco tempo para 
examiná-lo
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14
79
Requerimentos (4)Requerimentos (4)
Convém requerer os antecedentes 
dos denunciados (FAC – folha de 
antecedentes criminais), caso os 
disponíveis sejam antigos
Se o denunciado não souber se 
expressar em português, requerer 
a nomeação de intérprete (CPP, 
art. 193)
80
Requerimentos (5)Requerimentos (5)
Se o denunciado era menor de 21 
anos ao tempo dos fatos, requerer 
a designação de curador (CPP, 
arts. 262 e 564, III, c)
A Lei 10.792, de 1o/12/2003, revogou 
o art. 194, mas não os outros acima
81
Requerimentos (6)Requerimentos (6)
Se o denunciado for estrangeiro e se 
encontrar preso, requerer a 
comunicação do fato à representação 
diplomática do país dele, para evitar 
nulidade processual e relaxamento da 
prisão
Art. 36, seção 1, letra b, da Convenção 
de Viena sobre Relações Consulares 
(aprovada pelo Decreto Legislativo 6, 
de 5/4/1967, e promulgada pelo 
Decreto 61.078, de 26/7/1967)
82
Requerimentos (Requerimentos (7a)7a)
Ao lado do nome das testemunhas, 
indicar todas as folhas em que haja 
referência a elas e que seja 
conveniente abordar durante a 
inquirição
Isso facilita que, no momento da 
audiência ou sessão, se saiba que folhas 
examinar para obter depoimento 
produtivo
Máximo: oito (por fato) – CPP, art. 401. 
O excesso é mera irregularidade
83
Requerimentos (Requerimentos (7b)7b)
Testemunhas (cont.): 
Se for o caso, o rol pode indicar que 
certas testemunhas se referem apenas 
a determinadas acusações
84
Requerimentos (8)Requerimentos (8)
Avaliar a necessidade de requerer 
cooperação internacional
Recorrer à Secretaria de Cooperação 
Internacional da PGR (SCI) – PRR 
Vladimir Aras; Assessora Geórgia Diogo
Verificar cabimento de requerimentos 
para tutela do ofendido (CPP, art. 201)
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85
Requerimentos (9)Requerimentos (9)
No caso de crimes ambientais, usar a 
ação penal para obter a reparação do 
dano (Lei 9.605/98, arts. 27 e 28)
86
SumárioSumário
Aspectos gerais
Linguagem
Algumas “regras de ouro” para denúncias
Disciplina no CPP
Identificação dos denunciados
Descrição dos crimes
Definição jurídica dos crimes
Requerimentos
Outros aspectos
Relevância do confisco
Trabalho em equipe
87
Outros aspectos (1)Outros aspectos (1)
Muita atenção aos detalhes (nomes, 
datas, valores, locais, folhas etc.)
Atenção à notação de moeda 
estrangeira
dólar dos Estados Unidos: US$
euro: €
libra esterlina: £
iene: ¥
Atenção a nomes de pessoas e 
localidades, sobretudo se estrangeiros
88
Outros aspectos (2)Outros aspectos (2)
Verificar cabimento de ação por 
improbidade administrativa ou outra 
ação
Verificar necessidade de requerer 
medidas de cunho patrimonial
Em caso de rejeição, a depender do 
fundamento, nova denúncia deve ser 
oferecida
Se o crime deixou vestígios, o laudo 
pericial deve acompanhar a denúncia 
(pena de nulidade: CPP, art. 564, III, b)
89
Outros aspectos (3)Outros aspectos (3)
Cuidado com documentos e fontes de 
segunda mão
90
Aditamento (1)Aditamento (1)
Finalidades:
suprir deficiências da denúncia, até a 
sentença (CPP, art. 569)
nova definição jurídica do
fato, ao fim da instrução, 
por prova dos autos de 
elemento ou circunstância não 
contida na acusação (CPP, art. 384)
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16
91
Aditamento (2)Aditamento (2)
Se o aditamento não incluir nova 
acusação, requerer intimação dos 
réus e prosseguimento do 
processo, para evitar reinício 
desnecessário
92
SumárioSumário
Aspectos gerais
Linguagem
Algumas “regras de ouro” para denúncias
Disciplina no CPP
Identificação dos denunciados
Descrição dos crimes
Definição jurídica dos crimes
Requerimentos
Outros aspectos
Relevância do confisco
Trabalho em equipe
93
Relevância do confisco (1)Relevância do confisco (1)
Juan Carlos Ramírez Abadía, vulgo “Chupeta”
Operação Faraó (Operación Faraón)
Fiscalía General de la Nación e
Policía Nacional de Colombia – 2006/2007
Preso em São Paulo em 7/8/2007
94
Valor apreendido na casa:
US$ 13.474.632,00 + € 1.923.510,00 + 
$ 25.000.000,00 (pesos colombianos 
 US$ 11.800,00) 
Relevância do confisco (2)Relevância do confisco (2)
95
Valor apreendido na casa:
US$ 19.789.380,00
Relevância do confisco (3)Relevância do confisco (3)
96
Valor apreendido na casa: Total apreendido:
US$ 18.999.350,00 US$ 90 milhões
Relevância do confisco (4)Relevância do confisco (4)
18/05/2014
17
97
Outros bens arrestados (no Brasil)
Relevância do confisco (5)Relevância do confisco (5)
Casa em Campinas (SP)Lancha em Vila Velha (ES)
Patrimônio estimado: US$ 1,8 bilhão
98
Relevância do confisco (6)Relevância do confisco (6)
Asfixia economicamente o esquema ou 
organização criminosa
Ex.: EUA, ano fiscal de 2004: US$ 614 milhões 
confiscados; em 2005: US$ 767 milhões*
Insuficiência e ineficiência das penas 
privativas de liberdade
• Capacidade de controle de organizações 
criminosas do interior de estabelecimentos 
prisionais
• Rápida substituição dos administradoresde 
organizações criminosas
[Continua]
* Fonte: 2007 National Money Laundering Strategy, Apêndice D, p. 103-4
99
Relevância do confisco (7)Relevância do confisco (7)
[Continuação]
Insuficiência e ineficiência das penas 
privativas de liberdade
• Possibilidade de investimento ou guarda de 
valores para uso após cumprimento da pena
• Regime legal deficiente de 
acompanhamento da execução da pena
• Inutilidade da prisão para reinserção social 
de certos criminosos da elite social ou 
econômica ou do crime organizado
• Possibilidade de deixar a salvo dos efeitos 
da condenação bens transferidos a 
terceiros (familiares, comparsas, 
procuradores etc.)
100
Relevância do confisco (8)Relevância do confisco (8)
Permite a indenização de vítimas 
específicas (ação civil ex delicto)
Enseja melhor aparelhamento do 
Estado para o combate ao crime
Capacitação
Equipamentos
Custeio ordinário
Montagem e custeio de equipes especiais 
(forças-tarefa etc.)
Desenvolvimento de sistemas
101
Relevância do confisco (9)Relevância do confisco (9)
Possibilita melhor cooperação 
internacional:
mediante rateio de valores confiscados 
(asset sharing)
por meio da punição econômica de agentes 
de crimes transnacionais ou praticados no 
exterior (evita a importação de criminosos 
e valores de procedência delitiva)
102
SumárioSumário
Aspectos gerais
Linguagem
Algumas “regras de ouro” para denúncias
Disciplina no CPP
Identificação dos denunciados
Descrição dos crimes
Definição jurídica dos crimes
Requerimentos
Outros aspectos
Relevância do confisco
Trabalho em equipe
18/05/2014
18
103
Trabalho em equipe (1)Trabalho em equipe (1)
Caso da Força-tarefa CC-5
16 acordos escritos de colaboração (21 
colaboradores), com reversão de R$ 27,46 
milhões para a União
cerca de R$ 333,5 mi em bloqueios no Brasil
cerca de R$ 34,6 mi em bloqueios no 
exterior
R$ 1,94 bi em autuações fiscais 
mais de 200 pedidos de cooperação 
internacional desde 2004 (mais do que todo 
o resto do país)
104
Trabalho em equipe (2)Trabalho em equipe (2)
Força-tarefa CC-5 (cont.)
mais de 1.170 contas investigadas no 
exterior
631 denunciados em 100 ações penais
denúncias envolvendo US$ 27,5 mi
formação de base de dados com 1,9 mi de 
registros, correspondentes a movimentação 
superior a US$ 105 bi
instauração de milhares de inquéritos no 
Brasil
105
Trabalho em equipe (3)Trabalho em equipe (3)
Atuação: 
Ministério Público Federal
Secretaria da Receita Federal
Departamento de Polícia Federal
Banco Central do Brasil
Departamento de Recuperação de Ativos e 
Cooperação Jurídica Internacional (DRCI/MJ)
Department of Homeland Security (DHS)
Immigration and Customs Enforcement (ICE)
New York District Attorney’s Office
(Poder Judiciário Federal)
106
Trabalho em equipe (4)Trabalho em equipe (4)
Fatores: 
Alocação de pessoal qualificado e em 
número suficiente 
Aquisição de equipamentos e softwares de 
investigação
Conjugação de membros de todas as 
esferas do MPF
Apoio efetivo da Procuradoria-Geral da 
República
Concentração da persecução em fatos 
relevantes
107
Trabalho em equipe (5)Trabalho em equipe (5)
Fatores (cont.): 
Formação de bancos de dados para 
retroalimentar a investigação
Seguimento de trilhas no exterior, com 
formação de “árvore genealógica” de 
contas e subcontas de doleiros
Aplicação intensa de técnicas especiais de 
investigação, especialmente delação 
premiada, com pagamento de pesadas 
multas previstas como condição do acordo
Efetiva coordenação com o DPF, a Receita 
Federal e o Banco Central
108
Trabalho em equipe (6)Trabalho em equipe (6)
Fatores (cont.): 
Diuturna cooperação internacional com 
agências norte-americanas 
(principalmente DHS/ICE e DA/NY), com 
contato e intercâmbio de informação 
direto e quase diário
Alocação de espaço físico específico em 
modelo de trabalho colegiado
Foco no bloqueio e congelamento de ativos 
aqui e no exterior
18/05/2014
19
109
AgradecimentoAgradecimento
WellingtonWellington Cabral SaraivaCabral Saraiva
Assessoria Jurídica 
Constitucional do 
Procurador-Geral da 
República
Tel.: (61) 3105-7094
Cel.: (81) 9217-8254
E-mail:
wsaraiva@mpf.mp.br
Twitter: @WSarai

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