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O presente trabalho tem como objetivo apresentar as funcionalidades e realizar a comparação dos seguintes levantamentos topográficos: convencional e de modelo GNSS-RTK, com o uso de exemplos e tópicos que serão mencionados ao longo do texto. Para alcançar uma representação gráfica o mais detalhada possível, a topografia estuda os instrumentos, métodos de levantamentos no terreno, cálculos e desenhos necessários. Sua finalidade são os contornos, dimensões e posições relativas de partes finitas da superfície da Terra, sem levar em conta a curvatura da Terra causada por sua esfericidade. 1. Condições de uso de cada tecnologia 1.1 GNSS-RTK Um dos métodos que vem ganhando cada vez mais atenção é o posicionamento GNSS (Global Navigation Satellite System) utilizando o método RTK (Real Time Kinematics) devido a sua alta produtividade em campo e a possibilidade de alcance com alta precisão. A utilização da tecnologia RTK vem se mostrando benéfica em relação aos levantamentos topográficos tradicionais, pois nos possibilita adquirir as informações dos levantamentos de campo em tempo real (RIBAS; THUM, 2014). Quando ocorre esse levantamento em tempo real, os dados podem ser obtidos diretamente em campo, pois este método não requer pós-processamento e alcança excelente precisão. O posicionamento GNSS pode ser realizado usando uma variedade de métodos, incluindo posicionamento relativo estático e posicionamento baseado em cinemática em tempo real (Real Time Kinematic- RTK). O método RTK pode determinar a posição horizontal e a altitude do elipsoide mais rapidamente, o que melhora muito a eficiência da coleta de pontos de campo. As correções GNSS determinam as alturas do elipsoide, não as altitudes ortométricas obsoletas (vinculadas ao geóide). No entanto, para pequenas áreas isso não é um problema, pois a mudança na altura do geoide é praticamente zero.: A tecnologia RTK envolve o recebimento de correções em tempo real de uma estação de referência. Essas correções podem ser fornecidas de várias maneiras, como: 1.2 RTK/UHF UHF é o nome em inglês para Ultra High Frequency, que define a faixa de frequência de rádio entre 300 MHz e 3 GHz. A tecnologia RTK UHF consiste em criar um link de rádio entre a estação base e o rover dentro desta faixa de frequência e enviar as correções em tempo real de forma que possamos ter uma estação base emitindo correções enquanto várias estações móveis as recebem simultaneamente. Basicamente, temos dois tipos de rádios UHF: rádios internos que variam em potência entre 1 e 2 watts, e rádios externos que variam em potência entre 5 e 35 watts. A potência de rádio determina a distância de comunicação possível entre a estação base e o dispositivo móvel, bem como o consumo de energia. O rádio interno usa bateria e pesa cerca de 300 gramas, enquanto o rádio externo usado na estação base utiliza uma bateria semelhante à usada no carro como fonte de energia. 1.3 RTK/ GSM DIRETO Os modelos de correção na tecnologia RTK UHF e RTK GSM Direct diferem apenas na forma de comunicação entre a base e o rover, ao invés de usar um link de rádio para transmitir as correções, o receptor é fornecido com um modem GSM no qual eles inserem o chip do celular para comunicação. A estação móvel faz uma chamada telefônica para a estação base para estabelecer um link de comunicação. A desvantagem desta técnica em comparação com a comunicação UHF é que a estação base fornece apenas correções para o rover porque o link entre eles é uma chamada telefônica e a estação base não pode receber várias ligações de outro rover. 1.4 RTK/NTRIP A Internet possibilitou uma explosão em relação a expansão da tecnologia e, no caso da geodésia, permite que os usuários recebam os desenvolvimentos corrigidos das estações RBMC pela Internet. Conhecida como RTK NTRIP (Networked Transport of RTCM via Internet Protocol). De acordo com LENZ (2004), essa tecnologia foi desenvolvida pela Agência Federal de Cartografia e Geodésia da Alemanha (BKG) em parceria com a Universidade de Dortmund, Trimble, e outros, e seu principal objetivo foi utilizar a internet como uma alternativa às tecnologias existentes de correção via rádio (UHF) e telefonia celular (GSM, GPRS, EDGE, e etc.). O sistema é composto de receptores que enviam continuamente dados no formato RCTM a um servidor denominado "Caster", localizado em um aplicativo chamado "Cliente" no dispositivo da parte recebe a correção. O IBGE oferece esse serviço gratuitamente por meio do RBMC-IP, bastando se cadastrar no site do IBGE. No aplicativo Cliente, o interessado em receber a correção seleciona a estação RBMC-IP que deseja receber os dados. Conforme Waese (2006), a banda de internet necessária para comunicação entre o servidor Caster o Cliente variam entre 0.5 a 5 kbit/s. 2 Vantagens e Desvantagens Tendo como vantagem o GPS RTK, o uso de drones está se tornando mais comum no levantamento de áreas maiores. Com ele, é possível sobrevoar uma área de interesse e realizar procedimentos fotogramétricos, ou seja, capturar imagens de diversos locais do voo. Com a sobreposição de áreas iguais entre as fotos, tem-se um modelo 3D do terreno, gerado por um estereoscópio fotogramétrico, que consegue gerar uma nuvem de pontos e assim uma medição planar do terreno. Hoje, seu uso é comum, pois permite processar dados em campo e fornecer soluções precisas, medidas em centímetros, sem precisar retornar ao escritório. Além de também permitir maior agilidade, ganhar velocidade, levantar todos os pontos sem se preocupar com os obstáculos à sua frente. Em situações de difícil acesso, apenas desvie e continue verificando pontos do outro lado. Em relação aos drones e os produtos que eles geram: acreditamos que os modelos tridimensionais são feitos em processamento computacional. O software de fotogrametria irá sobrepor a imagem, identificando pixels em múltiplas imagens com pontos homólogos e ligando-os aos pontos de controle no solo, medidos pelo próprio GPS RTK. Na amarração no ponto de controle, alguns pontos foto-identificáveis são mostrados na foto, que foram medidos com receptores GNSS. Em um programa de drone, em relação a outros equipamentos, o computador amplia a imagem e marca o alvo, coordenadas confiáveis, e informa os parâmetros ao software para processar dados precisos. O software gera ortofotos e nuvens de pontos após o processamento. Neste produto final, a imagem pode ser medida para calcular distâncias. A partir da nuvem de pontos, você pode obter as curvas de nível do terreno, calcular o volume e outras informações. De outro modo, também há desvantagens na utilização desse levantamento. O GPS limita-se a cobrir obstáculos como árvores, prédios ou qualquer coisa que interfira no sinal recebido dos satélites em órbita. Se um trabalho precisar ser demarcado, como um gabarito com precisão de 1 mm ou zerar se necessário, o próprio GPS RTK por si só, trabalha na casa dos centímetros, logo fica inviável demarcar este tipo de obra. Tudo depende das exigências do trabalho, do serviço que você tem que prestar, para que você possa escolher o equipamento certo, com velocidade e qualidade. Além disso, o sistema não é totalmente infalível. Devido à natureza do processo, algumas leituras imprecisas podem ser consideradas precisas mesmo com algum erro (1 a 5% das medições). Os fabricantes de equipamentos têm trabalhado arduamente para reduzir a incidência dessas situações, mas essa particularidade exige que os topógrafos e agrimensores se atentem para garantir que seus resultados sejam precisos. O RTK é uma grande evolução em relação aos sistemas GPS convencionais e representa a possibilidade de substituição frequente de níveis e estações totais com grandes vantagens. No entanto, sua plena utilização depende do conhecimento técnicode seus operadores, devendo-se ter o cuidado de ir além dos indicados pelos fornecedores desses dispositivos. REFERÊNCIAS BIBLIOGRÁFICAS CRUVINEL, Liliane; MATSUOKA, Jaqueline Vicente; SILVA NETO, João Batista; SÁ, Ester Oliveira de; RODRIGUES, Bruno Póvoa; ROFATTO, Vinícius Francisco; MATSUOKA, Marcelo Tomio. ELABORAÇÃO E ANÁLISE DE MODELO DIGITAL DE TERRENO COM DADOS DE POSICIONAMENTO GNSS-RTK E DOIS INTERPOLADORES. Getec, Campinas, v. 34, n. 10, p. 45- 63, 2021. Disponível em: http://www.fucamp.edu.br/editora/index.php/getec/article/viewFile/2567/1599. Acesso em: 05 abr. 2022. RIBAS, Artur Amaral; THUM, Adriane Brill. A utilização da tecnologia RTK NTRIP: análise da viabilidade do uso para georreferenciamento de imóveis rurais. Curso de Especialização em Informações Espaciais Georreferenciadas. Universidade do Vale do Rio dos Sinos – UNISINOS. São Leopoldo/RS, 2014. Disponível em: <www.repositorio.jesuita.org.br/handle/UNISINOS/5490?show=full>. Acesso em: 05 abr. de 2022. SILVA, Eberson; FERREIRA, Manoel Reginaldo; RIBEIRO, Kleber Mariano; AGUIAR, Osório Gonçalves; BORGES JUNIOR, Alexandre Silveira. GEORREFERENCIAMENTO DE IMÓVEIS RURAIS ATRAVÉS DE GPS GEODÉSICO RTK E POR MEIO DE ANÁLISE DE IMAGENS POR SATÉLITE. In: CONGRESSO TÉCNICO CIENTÍFICO DA ENGENHARIA E DA AGRONOMIA - CONTECC, 76., 2019, Palmas/To: SOEA, 2019. Disponível em: https://confea.org.br/sites/default/files/uploads- imce/Contecc2019/Agrimensura/GEORREFERENCIAMENTO%20DE%20IM% C3%93VEIS%20RURAIS%20ATRAV%C3%89S%20DE%20GPS%20GEOD% C3%89SICO%20RTK%20E%20POR%20MEIO%20DE%20AN%E2%94%9C% C3%BCLISE%20DE%20IMAGENS%20POR%20SAT%C3%89LITE.pdf. Acesso em: 05 abr. 2022. INOVAR TOPOGRAFIA. Estação Total – GPS RTK – DRONE. Disponível em: https://inovartopografia.com.br/estacao-total-gps-rtk-drone/. Acesso em: 05 abr. 2022. GEOSENSORI. O RTK e suas aplicações. Disponível em: https://www.geosensori.com.br/2019/05/27/o-rtk-e-suas-aplicacoes/. Acesso em: 05 abr. 2022. http://www.fucamp.edu.br/editora/index.php/getec/article/viewFile/2567/1599 https://inovartopografia.com.br/estacao-total-gps-rtk-drone/ https://www.geosensori.com.br/2019/05/27/o-rtk-e-suas-aplicacoes/
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