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FISIOLOGIA DO PARTO EUTÓCICO

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FISIOLOGIA DO PARTO EUTÓCICO 
 Parto eutócico: conjunto de fenômenos mecânicos 
 e fisiológicos que culminam com a expulsão do(s) 
 feto(s) e seus anexos para o meio exterior; 
 MECANISMO ENDÓCRINO DO PARTO: o parto é 
 iniciado pelo feto, que sinaliza por meio de um 
 'disparo' (stress fetal), onde há liberação do útero 
 do estado de quiescência (progesterona); a 
 contração uterina dá continuidade ao parto; 
 Stress fetal: dependente da maturação do eixo 
 hipotálamo-hipofisário-adrenal ao reconhecer o final da 
 gestação produzindo e liberando cortisol que age sobre as 
 células corticotróficas da hipófise determinando a 
 liberação de ACTH que age sobre a adrenal fetal 
 resultando no aumento de cortisol na circulação fetal, da 
 secreção de glândulas cervicais, como também a 
 maturação pulmonar fetal; além disso, também atua na 
 placenta ao converter progesterona em estrógeno; 
 Dessa forma, o aumento de E2 e redução de P4 causa um 
 desequilíbrio, onde a cérvix relaxa, há o aumento do fluxo 
 de Ca e dos receptores de ocitocina, e dessa forma, o 
 miométrio fica mais sensível a contração; 
 Com a presença de PGF2a, há lise do CL, queda da P4 
 (causa a perda da flacidez miometrial e dilatação da 
 cérvix) e ação mio-contrátil uterina; 
 O feto é lançado de encontro à cérvix, gerando impulsos 
 nervosos que agem nos centros medulares e são 
 transmitidos ao hipotálamo que responde liberando 
 ocitocina; 
 Logo, temos uma consonância de eventos que aumentam 
 as contrações miometriais e dilatação cervical (aumento 
 de E2 e ocitocina, estimulação da PGF2a e cálcio, 
 diminuição de P4, receptores mais sensíveis, e a secreção 
 de relaxina de origem ovariana), levando ao parto; 
 < 
 REFLEXO DE FERGUSON: as contrações miometriais 
 forçam o feto a cavidade abdominal em direção à 
 cavidade pélvica causando as contrações 
 abdominais; a pressão do feto contra a cérvix e 
 vagina estimula a liberação de ocitocina pela 
 hipófise posterior que por sua vez estimula as 
 contrações miometriais; 
 REFLEXO DE EXPULSÃO OU MEDULAR: considerado 
 por alguns como parte do reflexo de Ferguson, ao 
 levar em conta que no processo ocorre um arco 
 reflexo medular; via aferente (endométrio), segue 
 para medula, e volta pela via eferente (abdome); 
 FASES DO PARTO EUTÓCICO 
 Estágio I (24-48h antes): inicial fase prodrômica 
 ou preparatória , onde há o relaxamento dos 
 ligamentos pélvicos, edemaciação e maciez 
 vulvar, fluxo vaginal mucoso (tampão mucoso), 
 queda da temperatura corpórea (1 - 1,5°C), 
 secreção abundante colostro, mudança do 
 comportamento, e hiporexia ou anorexia; 
 A fase de dilatação ou insinuação é marcada 
 pelo relaxamento da cérvix, início das primeiras 
 contrações uterinas e aparecimento dos sinais do 
 parto, além de sinais de inquietação e 
 desconforto; no final há a completa dilatação da 
 cérvix; em equinos é nesse momento que há a 
 rotação do feto; 
 CADELA e GATA: há hiporexia ou anorexia, taquipnéia, 
 agitação e nervosismo; lambedura, andar em círculos e 
 vocalização (gatas), queda da temperatura corpórea 
 (-1/1,5°C em 8-24 horas) (menos evidente na gata); 
 comportamento característico da preparação do “ninho”; 
 produção de leite em 2 sem/2d antes do parto; 
 VACA: relaxamento da sínfise púbica e articulações 
 sacro-ilíacas e sacro-isquiática (1-2 semanas antes do 
 parto); edema vulvar e hiperemia vaginal; secreção 
 abundante de colostro; eliminação do tampão mucoso e 
 dilatação cervical (ambos 24h antes do parto); queda da 
 temperatura (0,5-1°C); aumento da frequência cardíaca e 
 respiratória; isolamento, inquietude (sinais de 
 desconforto abdominal); o colostro vem antes do parto; 
 Os sinais são mais evidentes em nulíparas e primíparas que 
 pluríparas; 
 ÉGUA: agitação e inquietação semelhante à cólica (sinais 
 da rotação fetal); sudorese no flanco e membros; cauda 
 afastada ou levantada; comportamento de olhar o flanco; 
 troca constante de apoio dos membros (“sapatear”); 
 Glândula mamária: começa a se desenvolver 3-6 semanas antes 
 do parto, e o colostro 2-3 dias antes (aspecto ressecado, 
 semelhante a cera); 
 PEQUENOS RUMINANTES: isolamento do grupo, e com isso 
 há maior seleção e preparação da área do parto; aumento 
 geral de atividade, inquietação (deitar e levantar), bater o 
 membro no chão (escavar), e estática durante as 
 contrações; úbere aumentado com presença de secreção 
 láctea; queda da temperatura (24h antes do parto); 
 liberação do tampão mucoso (marrom avermelhado); 
 PORCA: isolamento completo, preparação do ninho e 
 inquietação (~24hs antes do parto); edema de vulva e 
 aumento da glândula mamária (4d antes); secreção láctea 
 (12h antes), e ejeção em jato (6h antes); taquipnéia; 
 aumento da temperatura (12-15h antes, e se mantém alta 
 durante a lactação); secreção vulvar sanguinolenta (devido 
 a ruptura de placenta, porém torna-se anormal quando 
 constante); próximo ao parto a vulva perde o edema, mas 
 mantém a flacidez; 
 Estágio II: início com o rompimento da membrana 
 corioalantóide e termina com a expulsão do(s) 
 feto(s); contrações uterinas e abdominais rítmicas 
 (quanto a frequência e intensidade); fêmeas 
 politócicas tem intervalos de descanso após a 
 liberação de cada filhote (bem variável); 
 Cadelas e gatas : normalmente noturno; tempo variável; 
 cadela permanece deitada, e normalmente rompe as 
 membranas por lambedura e a ingere (quando em excesso 
 pode causar êmese); em gatas a lambedura é constante, 
 por isso o parto é limpo; 
 Porcas: normalmente noturno; 1 - 6 horas; 
 Éguas: normalmente noturno; ~15 min (até 70 min); devido 
 ser rápido, uma problemática é o rompimento do amnon 
 que deve ser assegurado; partos distócicos devem ser 
 acompanhados para intervenção; 
 Pequenos ruminantes normalmente diurno; até 1 hora 
 (gestação única) até 3 hs (múltiplas); processo tranquilo; 
 partos gemelares devem ser considerados; pode 
 acontecer tanto em pé quanto deitada; 
 Vacas: normalmente diurno; 30 min - 4 horas; processo 
 tranquilo; 
 Estágio III: início imediatamente após a expulsão 
 dos fetos, e termina com a expulsão total da 
 placenta e membranas fetais; necessariamente 
 deve ocorrer uma separação das vilosidades 
 coriônicas das criptas maternas, e 
 vasoconstrição arterial da parte materna e fetal 
 da placenta; 
 ESPÉCIE TEMPO 
 Cadela e gata variável 
 Égua 30 min a 3 horas 
 Pequenos ruminantes 30 min a 8 horas 
 Porca 2 a 4 horas 
 Vaca até 12 horas

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