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COMUNICAÇÃO E EXPRESSÃO Apanhadão Objetivas EFT 11/10/2022 1. Foi solicitado a um aluno a paráfrase do trecho a seguir, de um ensaio do professor e crítico literário Antônio Cândido. Considere o texto original e a paráfrase feita pelo estudante e analise as afirmativas. Texto original: A composição da obra literária (ANTÔNIO CÂNDIDO, 1965) Antes procurava-se mostrar que valor e o significado de uma obra dependiam de ela exprimir ou não certo aspecto da realidade, e que este aspecto constituía o que ele tinha de essencial. Depois, chegou-se à posição oposta procurando-se mostrar que a matéria de uma obra é secundária, e que a sua importância deriva das operações formais postos em jogo, conferindo-lhe uma peculiaridade que a torna de fato independente de quaisquer condicionamentos, sobretudo social, considerando inoperante como elemento de compreensão. Hoje sabemos que a integridade da obra não permite adotar nenhuma dessas visões dissociadas; e que só a podemos entender fundindo texto e contexto numa interpretação dialeticamente íntegra, em que tanto o velho ponto de vista que explicava pelos fatores externos, quanto o outro, norteado pela convicção de que estrutura é virtualmente independente, se combinam como momentos necessários do processo interpretativo. Sabemos, ainda, que o externo (no caso, o social) importa, não como causa, nem como significado, mas como elemento que desempenha um certo papel da constituição da estrutura tornando-se, portanto, interno. Paráfrase feita pelo aluno: “Segundo Antônio Cândido 1965, o valor e o significado de uma obra depende de seu grau de realidade, pois os aspectos externos são incorporados pelo texto. Sem a compreensão dos fatores sociais, a obra é inoperante, embora mantenha integridade. No plano virtual do texto, a estrutura é independente e necessária ao processo interpretativo. I. A paráfrase expressa corretamente as ideias apresentadas no trecho, e o aluno preocupou-se adequadamente com a referência ao autor. II. O aluno procurou usar algumas palavras presentes no trecho, mas não soube compreender e expressar corretamente as ideias do autor. III. O aluno comete um erro de concordância verbal na primeira linha, o correto seria “dependem”. É correto o que se afirma somente em: A) I. B) II. C) III. D) I e III. E) II e III. 2. Leia o texto abaixo, que é um fragmento extraído de um vídeo protagonizado pelo dramaturgo Plínio Marcos e exibido na casa de detenção de São Paulo, para ensinar aos detentos formas de prevenção contra Aids. Em seguida analise as afirmativas. “Aqui é bandido: Plínio Marcos. Atenção, malandrage! Eu num vô pedir nada, vô te dar um alô! Te liga aí: Aids é uma praga que rói até os mais fortes, e rói devagarinho. Deixa o corpo sem defesa contra a doença. Quem pegá essa praga está ralado de verde e amarelo, de primeiro ao quinto, e sem vaselina. Num tem dotô que dê jeito, nem reza brava, nem choro, nem vela, nem ai, Jesus. Pegou Aids, foi pro brejo! Agora sente o aroma da perpétua: Aids pega pelo esperma e pelo sangue, entendeu? Pelo esperma e pelo sangue! [...] Então já viu: transá, só de acordo com o parceiro e de camisinha!” I. O trecho tem estrutura narrativa com enredo personagens e narrador em primeira pessoa II. O nível de linguagem utilizado é um recurso do enunciador para deixar seu texto mais persuasivo, pois leva em consideração o universo do público-alvo. III. O texto dirige-se diretamente ao receptor e apresenta marcas de oralidade. É correto o que se afirma somente em: A) I e II. B) II e III. C) II. D) I. E) III. 3. Considere a charge abaixo e analise as afirmativas: I. Humor dos quadrinhos é construído pela ambiguidade presente na segunda pergunta formulada por Hagar no primeiro quadrinho. II. O outro personagem, Edge, interpretou a pergunta como se o referente do advérbio “aqui” fosse o bar. III. Há um erro na grafia do “porque” no último quadrinho, pois, como se trata de uma pergunta, o correto é “por que”. É correto o que se afirma em: A) I, II e III. B) II e III, apenas. C) II, apenas. D) I e III, apenas. E) I e II, apenas. 4. Leia os quadrinhos e analise as asserções e a relação proposta entre elas: I. Humor dos quadrinhos é provocado pela incoerência entre a proposta e a intenção expressas pelo primeiro personagem. Porque II. Sua proposta para reduzir a violência do mundo é violenta. Assinale a alternativa correta: A) As duas asserções são verdadeiras, e a segunda justifica a primeira. B) As duas asserções são verdadeiras, e a segunda não justifica a primeira. C) A primeira asserção é verdadeira, e a segunda é falsa. D) A primeira asserção é falsa, e a segunda é verdadeira. E) As duas asserções são falsas. 5. (Enade – letras – 2014) os casos de interpretação ambígua em textos jornalísticos ocorrem as vezes porque o leitor só lê a manchete não o texto total. Considerando o exposto, avalie as manchetes transcritas a seguir: I. Jovem tenta assaltar PM com arma de brinquedo e é baleado na zona sul de São Paulo. II. A ONU está à procura de um técnico para ocupar o cargo de diretor daquele centro de estudos sobre o que vai se instalar no Rio. III. Macarrão levou Eliza Samudio para ser morta por amar Bruno, diz advogado do goleiro. IV. Governo inclui vacina contra hepatite A no calendário de vacinação do sul. É correto afirmar que há ambiguidade apenas em: A) I e IV. B) II e a III. C) III e IV. D) I, II e III. E) I, II e IV. 6. Observe o texto e analise as afirmativas: I. O gênero a que pertence o texto, o meme, trabalha com linguagem não verbal e verbal e utiliza o nível informal de linguagem. II. No meme do enunciado, há um erro de concordância verbal, o correto, pela norma culta é “sobraram”. III. O humor é uma das principais características desse gênero textual. Assinale a alternativa correta: A) Apenas a afirmativa I é correta. B) Apenas a afirmativa II é correta. C) Apenas as afirmativas I e III são corretas. D) Apenas as afirmativas I e II são corretas. E) Todas afirmativas são corretas. 7. Considere o anúncio e analise as afirmativas. I. No alto da página à esquerda, os pontos finais não obedecem às regras da norma culta, pois a intenção é representar, por meio deles, as pausas para mudanças de marcha. II. Na página direita, deveria haver uma, depois de “dirigir”, mas ela foi suprimida para não indicar pausa no movimento do carro. III. Há um erro de regência verbal com o uso de preposição “em que”. É correto o que se afirma em: A) I, II e III. B) I e II, apenas. C) II e III, apenas. D) I e III, apenas. E) I, apenas. 8. Leia o texto e analise as afirmativas. Texto verbal: Desde pequena eu já sabia o que eu queria. Eu me lembro até hoje, eu e minha melhor amiga num domingo ensolarado. A gente tinha uns 11 anos. “O que você quer fazer?”, ela perguntou. “Quero casar, quero ter dois filhos lindos, quero um apartamento na cidade, uma casa na praia ou no campo, mas tudo com louças e metais Deca, tudo lindo... quero aquele banheiro que é uma casa, que você entra e não quer mais sair, aquelas torneiras que parecem esculturas, aquela louça branquinha, tudo novo, desde o banheiro até a área de serviço”. E ela respondeu: “Hoje, Paulinha... Eu perguntei o que você quer fazer hoje, não daqui a 15 anos!” I. O texto tem narrador em primeira pessoa. II. Há um erro ortográfico, pois o correto é “daqui há 15 anos”. III. Trata-se um anúncio publicitário, com estrutura argumentativa, pois a intenção é vender os produtos. É o correto o que se afirma em: A) I, II e III. B) I e II, apenas. C) II e III, apenas. D) I e III, apenas. E) I, apenas. 9. Considere o título jornalístico e as afirmativas. AlinneAraújo, famosa blogueira, comete suicídio após ser abandonada pelo noivo e ataques na internet. I. Há um problema de falta de paralelismo na construção do título. II. O problema do título seria consertado se fosse acrescentado o verbo “sofrer” antes de “ataques na internet”. III. O erro de pontuação provoca ambiguidade no título. É correto o que se afirma em: A) I, II e III. B) II e II, apenas. C) I e II, apenas. D) I e III, apenas. E) II, apenas. 10. Considere o cartaz e as afirmativas a seguir: I. A mensagem é bem construída e compreensível, pois o cartaz cumpre o seu papel de comunicação. II. Há falta de paralelismo entre os itens que são proibidos no local. III. A expressão “sem camisa” parece referir-se a “animais”, o que causa problema na mensagem. IV. Se a ordem dos itens fosse “sem camisa, animais, fumar” o texto não apresentaria nenhum problema de construção. É correto o que se afirma somente em: A) I e IV. B) II, III e IV. C) II e III. D) I, II e III. E) III e IV. 11. Considere os raciocínios expressos nos enunciados I e II: I. Todo italiano gosta de vinho. Pedro gosta de vinho. Logo, Pedro é italiano. II. Meu namorado é negro e nunca foi alvo de preconceitos. Logo, o racismo não existe no Brasil. Assinale a alternativa correta: A) O raciocínio expresso em I é um exemplo de silogismo com dedução correta em relação às premissas. B) Em I, aplica-se o raciocínio por analogia e parte-se de uma premissa consensual. C) Os enunciados I e II apresentam falhas argumentativas. Em I, a conclusão não é válida em relação às premissas e, em II, faz-se uma afirmação geral com base apenas na experiência pessoal. D) Os enunciados I e II apresentam raciocínios válidos, consistentes do ponto de vista da lógica. E) Em II, aplica-se corretamente o raciocínio dedutivo, em forma de silogismo. 12. Leia o texto e analise as afirmativas: Coringa POR EM PAUTA – PUBLICADO EM 13/10/2019 Por Graça Vignolo de Siqueira “Arthur Fleck (Joaquin Phoenix) trabalha como palhaço para uma agência de talentos e, toda semana, precisa comparecer a uma agente social, devido aos seus conhecidos problemas mentais. Após ser demitido, Fleck reage mal à gozação de três homens em pleno metrô e os mata. Os assassinatos iniciam um movimento popular contra a elite de Gotham City, da qual Thomas Wayne (Brett Cullen) é seu maior representante.” Aguardado há algum tempo, Coringa chega com muitas filas e sessões lotadas nos cinemas. Mas não espere ver um filme de super-herói tradicional. Nada de ficção. Muita realidade, numa cidade sem regras, com um povo transgressor e censura de 16 anos. Toddy Phillips, o diretor, nos apresenta um filme tenso, com trilha sonora, ora em violoncelo dissonante, ora em música pura. E alta. Penetrante. Não há quem saia indiferente a Joaquin Phoenix e sua entrega. Ele é o Coringa. Sem qualquer referência aos outros filmes, essa é uma história original. Em que você é jogado na vida de Arthur com tanta precisão, que fica preso a ela por 2h02. Sem perceber. A começar com a risada, incontrolável de Arthur. Que mesmo lutando, não tem qualquer controle sobre isso. E o mais importante: a risada evolui. Até que ele mesmo se sinta confortável com ela. Um trabalho artístico impressionante. Assisti a cópia dublada, infelizmente as sessões legendadas estavam lotadas, e adorei que as páginas do diário de Arthur, em que ele anota suas piadas e sentimentos, são todas em português. Não me lembro de já ter visto isso antes. Ajudem aí, por favor, citando outro filme em que isso aconteça. A construção de Arthur em Coringa é um exemplo do que um bom roteiro é capaz de fazer. Ele não nasceu pronto. A vida, a doença e a realidade o transformam, pouco a pouco, de palhaço a assassino. Suas reações nos fazem a todo o momento perguntar: ele já está Coringa? Outro aspecto positivo do filme é a admirável ambientação de época, anos 70. Tudo perfeito. E um elenco competente, inclusive com o astro Robert de Niro, aqui completamente ofuscado pelo brilho de Phoenix. Aos poucos somos levados ao início de Batman, pois o candidato à Prefeitura de Gothan, provocador do levante do povo oprimido, é nada mais nada menos do que Thomas Wayne, pai de Bruce. Coringa é muito real. Sua transformação poderia acontecer em qualquer cidade, de qualquer país. Seu estado psicológico demente cresce conforme as respostas às reações que provoca. Talvez muitos se lembrem do personagem na pele de Jack Nicholson ou do memorável Heath Ledger. Para mim, Joaquin está em igual condição à Heath. Ou até melhor. O físico, a risada, a dança, os trejeitos… Tudo está perfeito. Atentem para a cena no banheiro. Emblemática. Era uma cena simples, em que ele se olharia no espelho e tiraria a maquiagem. Faltava algo. Então, após uma hora com toda a equipe esperando, Toddy Phillips mostra à Phoenix um trecho de uma das composições de Hildur Gudnadottir. O ator simplesmente começou a dançar, dando origem à cena. Coringa é perturbador. Comovente. Fantástico. O melhor trabalho de Joaquin Phoenix. Não é sorumbático somente (palavras usadas por meu irmão), mas é um prêmio para nós espectadores (nas palavras de meu primo). Não há previsão de sequência, pois o diretor informou antes da estreia que “apresentei para a Warner Bros. a ideia de um filme. Ele existe no seu próprio mundo. É isso”. Mas o público quer mais. No fim de semana de estreia, nos EUA, arrecadou mais de US$ 93 milhões. E lá tem um público limitado, pois a censura é 18 anos. Por aqui vai lotando sessões. Vá logo, confira, mas deixe as crianças em casa! Disponível em: https://wp.ufpel.edu.br/empauta/resenha-coringa/ Acesso em: 26 fev. 2020 I. O texto é uma resenha crítica do filme Coringa e tem como objetivo apresentar e defender um ponto de vista sobre a obra. II. A sinopse, apresentada no início do texto, tem estrutura narrativa. III. O texto tem caráter argumentativo, com efeito de objetividade, marcado pelo pouco uso de palavras valorativas. É correto o que se afirma em: A) I, II e III. B) I e II, apenas. C) I e III, apenas. D) II e III, apenas. E) I, apenas. 13. Considere os períodos a seguir e assinale a alternativa correta: I. O chefe quis saber por que o funcionário estava atrasado. II. Se não fosse a chuva, ele não teria chego atrasado. III. Faziam dois meses que ele não se atrasava. A) Apenas o período I está de acordo com a norma culta. B) Apenas o período III está de acordo com a norma culta. C) Apenas os períodos II e III estão de acordo com a norma culta. D) Apenas os períodos I e III estão de acordo com a norma culta. E) Apenas os períodos I e II estão de acordo com a norma culta. 14. Considere o texto e as afirmativas. Caro Paulo boa tarde! Escrevo para confirmar a minha presença na reunião da próxima quinta-feira, às 15h. Segue anexo as cópias dos documentos solicitados. Atenciosamente, Ricardo. I. O texto apresenta elementos constitutivos do gênero, como vocativo, despedida e assinatura. II. Há problemas de pontuação no texto, como a falta de vírgula depois de “Paulo”. III. Há erro de concordância, pois o correto é “seguem anexas”. É correto o que se afirma em: A) I, II e III. B) I e II, apenas. C) II e III, apenas. D) I e III, apenas. E) I, apenas. 15. Considere o resumo do texto publicado na revista Ouvindo Racionais MC’S Walter Garcia RESUMO A violência que estrutura a sociedade brasileira é o tema fundamental do Racionais MC’s Seus raps são narrativas construídas a partir do ponto de vista da periferia, sem que se aceite a já histórica humilhação imposta ao negro pobre e com pouca instrução escolar. O principal valor artístico do grupo está na adequação entre a técnica de feitura da obra e o tema cantado. Da escolha daspalavras a difusão, todos os elementos do trabalho provocam no ouvinte não apenas sentimentos e sensações, mas reflexão crítica sobre as Origens econômicas (capitalismo e generalização da forma mercadoria) e sociais (preconceito e segregação racial) dessa violência e sobre a sua consequência inevitável (a morte). Palavras-chave: Racionais MC’s, Música Popular Brasileira, rap, composição Garcia W Ouvindo Racionais MC’s Teresa, n. 4-5 p.166-180, 2003. Disponível em http://www.revistas.usp.br/teresa/article/view/116377 I. O texto apresenta elementos constitutivos de um artigo científico, como resumo e palavras-chave. II. A linguagem do discurso acadêmico deve ser formal como se observa no texto apresentado no enunciado. III. No resumo observa-se o predomínio da função emotiva da linguagem com o uso da primeira pessoa. É correto o que se afirma em: A) I, II e III. B) I e II. C) II e III. D) I e III. E) II. 16. Leia o trecho a seguir, do livro A Hora da Estrela, de Clarice Lispector, e analise as afirmativas: Quando Olímpico lhe dissera que terminaria deputado pelo Estado da Paraíba, ela ficou boquiaberta e pensou: quando nos casarmos então serei uma deputada? Não queria, pois deputada parecia nome feio. (Como eu disse, essa não é uma história de pensamentos. Depois provavelmente voltarei para as inominadas sensações, até sensações de Deus. Mas a história de Macabéa tem que sair senão eu estouro.) As poucas conversas entre os namorados versavam sobre farinha, carne-de-sol, carne-seca, rapadura, melado. Pois esse era o passado de ambos e eles esqueciam o amargor da infância porque esta, já que passou, é sempre acre- doce e dá até nostalgia. Pareciam por demais irmãos, coisa que — só agora estou percebendo — não dá para casar. Mas eu não sei se eles sabiam disso. Casariam ou não? Ainda não sei, só sei que eram de algum modo inocentes e pouca sombra faziam no chão. Não, menti, agora vi tudo: ele não era inocente coisa alguma, apesar de ser uma vítima geral do mundo. Tinha, descobri agora, dentro de si a dura semente do mal, gostava de se vingar, este era o seu grande prazer e o que lhe dava força de vida. Mais do que ela que não tinha anjo da guarda. Enfim o que fosse acontecer, aconteceria. E por enquanto nada acontecia, os dois não sabiam inventar acontecimentos. Sentavam-se no que é de graça: banco de praça pública. E ali acomodados, nada os distinguia do resto do nada. Para a grande glória de Deus. Ele: – Pois é. Ela: – Pois é o quê? Ele: – Eu só disse pois é! Ela: – Mas “pois é” o quê? Ele: – Melhor mudar de conversa porque você não me entende. Ela: – Entender o quê? Ele: – Santa Virgem, Macabéa, vamos mudar de assunto e já! Ela: – Falar então de quê? Ele: – Por exemplo, de você. Ela: – Eu?! Ele: – Por que esse espanto? Você não é gente? Gente fala de gente. Ela: – Desculpe mas não acho que sou muito gente. Ele: – Mas todo mundo é gente, meu Deus! Ela: – É que não me habituei. Ele: – Não se habituou com quê? Ela: – Ah, não sei explicar. Ele: – E então? Ela: – Então o quê? Ele: – Olhe, eu vou embora porque você é impossível! I. A função fática da linguagem na conversa do casal é importante para mostrar a incapacidade da personagem em estabelecer, com desenvoltura, um diálogo. II. O texto tem estrutura narrativa, com narrador em terceira pessoa, que observa o comportamento dos personagens. III. Há vários elementos no texto que permitem que o leitor trace um perfil dos personagens. É correto o que se afirma somente em: A) I. B) II. C) III. D) I e II. E) I e III. 17. Considere os quadrinhos e analise as afirmativas. Disponível em: http://revide.blogspot.com/2015/03/charge-para-incoerencia-diaria.html. Acesso em: 26 fev. 2020. I. Os quadrinhos evidenciam e criticam a falta de compatibilidade entre o discurso e a prática de algumas pessoas. II. Os quadrinhos são incoerentes porque se oferece suborno ao guarda ao mesmo tempo que se defende o fim da corrupção. III. Os quadrinhos apresentam problema de coesão, pois os personagens adultos, que mantêm o diálogo, não estão inteiramente representados. É correto o que se afirma somente em: A) I. B) II. C) III. D) I e II. E) I e III. 18. Leia o texto da filósofa Marilena Chauí e analise as afirmativas. O antropólogo Claude Lévi-Strauss estudou o “pensamento selvagem” para mostrar que os chamados selvagens não são atrasados nem primitivos, mas operam com o pensamento mítico. O mito e o rito, escreve Lévi-Strauss, não são lendas nem fabulações, mas uma organização da realidade a partir da experiência sensível enquanto tal. Para explicar a composição de um mito, Lévi- Strauss refere-se a uma atividade que existe em nossa sociedade e que, em francês, se chama bricolage. O que faz um bricoleur, ou seja, quem pratica bricolage? Produz um objeto novo a partir de pedaços e fragmentos de outros objetos. Vai reunindo, sem um plano muito rígido, tudo o que encontra e que serve para o objeto que está compondo. O pensamento mítico faz exatamente a mesma coisa, isto é, vai reunindo as experiências, as narrativas, os relatos, até compor um mito geral. Com esses materiais heterogêneos, produz a explicação sobre a origem e a forma das coisas, suas funções e suas finalidades, os poderes divinos sobre a Natureza e sobre os humanos. O mito possui, assim, três características principais, citadas a seguir. 1. Função explicativa: o presente é explicado por alguma ação passada cujos efeitos permaneceram no tempo. Por exemplo, uma constelação existe porque, no passado, crianças fugitivas e famintas morreram na floresta e foram levadas ao céu por uma deusa que as transformou em estrelas; as chuvas existem porque, nos tempos passados, uma deusa apaixonou-se por um humano e, não podendo unir-se a ele diretamente, uniu-se pela tristeza, fazendo suas lágrimas caírem sobre o mundo etc. 2. Função organizativa: o mito organiza as relações sociais (de parentesco, de alianças, de trocas, de sexo, de idade, de poder etc.) de modo a legitimar e garantir a permanência de um sistema complexo de proibições e permissões. Por exemplo, um mito como o de Édipo existe (com narrativas diferentes) em quase todas as sociedades selvagens e tem a função de garantir a proibição do incesto, sem a qual o sistema sociopolítico, baseado nas leis de parentesco e de alianças, não pode ser mantido. 3. Função compensatória: o mito narra uma situação passada, que é a negação do presente e que serve tanto para compensar os humanos de alguma perda como para garantir-lhes que um erro passado foi corrigido no presente, de modo a oferecer uma visão estabilizada e regularizada da Natureza e da vida comunitária. Por exemplo, entre os mitos gregos, encontra-se o da origem do fogo, que Prometeu roubou do Olimpo para entregar aos mortais e permitir-lhes o desenvolvimento das técnicas. Numa das versões desse mito, narra-se que Prometeu disse aos homens que se protegessem da cólera de Zeus realizando o sacrifício de um boi, mas que se mostrassem mais astutos do que esse deus, comendo as carnes e enviando-lhe as tripas e gorduras. Zeus descobriu a artimanha e os homens seriam punidos com a perda do fogo se Prometeu não lhes ensinasse uma nova artimanha: colocar perfumes e incenso nas partes dedicadas ao deus. CHAUÍ, M. Convite à filosofia. São Paulo: Ática, 1994. Adaptado. I. De acordo com o antropólogo Levi Strauss, os mitos são fabulações que correspondem a uma explicação racional e verdadeira do universo e, por isso, não se pode considerar que os povos indígenas são atrasados. II. O texto tem como tema os mitos e seus objetivos é expor uma visão antropológica deles. III. No trecho “entre os mitos gregos, encontra-se o da origem do fogo, que Prometeu roubou do Olimpo para entregar aos mortais e permitir-lheso desenvolvimento das técnicas”, há um problema de concordância, pois o pronome “lhes” deveria estar no singular. Assinale a alternativa correta: A) Nenhuma afirmativa é correta. B) Apenas a afirmativa II é correta. C)Apenas as afirmativas II e III são corretas. D)Apenas as afirmativas I e II são corretas. E) Todas as afirmativas são corretas. 19. Considere os quadrinhos. O humor dos quadrinhos é construído: A) Pelo uso de uma máquina de escrever no século XXI. B) Pela inadequação da linguagem e da estrutura textual em uma declaração de amor. C) Pelo simples fato de alguém fazer uma declaração de amor na pós- modernidade. D) Pelo teor burocrático e pelo nível coloquial de linguagem na declaração. E) Pela estrutura narrativa e pelo narrador em primeira pessoa. 20. Leia o título e o subtítulo jornalísticos a seguir e analise as afirmativas. Bloco de carnaval não é lugar para mulher direita, diz 49% dos homens em pesquisa Estudo feito sobre o que pensam os homens acerca das mulheres que vão ao carnaval surpreende. Disponível em: https://br.blastingnews.com/brasil/2016/02/bloco-de-carnaval-nao-e-lugar-para- mulher-direita-diz-49-dos-homens-em-pesquisa-00777277.html. Acesso em: 25 jun. 2016. I. Há um erro de concordância verbal no título, pois o correto é “dizem” no lugar de “diz”. II. Há um erro ortográfico em “acerca”. III. Há um erro de pontuação no subtítulo, pois deveria haver uma vírgula depois de carnaval. É correto o que se afirma em: A) I e III, apenas. B) I, apenas. C) II e III, apenas. D) I e II, apenas. E) I, II e III. 21. Considere o aviso a seguir e analise as afirmativas. O mês de novembro finalizará com uma missa cantada por todos os defuntos da paróquia. I. A mensagem apresenta ambiguidade porque falta uma vírgula após “missa”. II. O sentido que causa estranheza refere-se ao fato de associarmos o termo “por todos os defuntos da paróquia” como agentes de “cantada”. III. Uma possível redação para eliminar a ambiguidade é “O mês de novembro finalizará com uma missa cantada em homenagem a todos os defuntos da paróquia”. A) II e III, apenas. B) I e II, apenas. C) I e III, apenas. D) III, apenas. E) I, II e III. 22. Leia o texto e analise as afirmativas. Hora de dormir Fernando Sabino — Por que não posso ficar vendo televisão? — Porque você tem de dormir. — Por quê? — Porque está na hora, ora essa. — Hora essa? — Além do mais, isso não é programa para menino. — Por quê? — Porque é assunto de gente grande, que você não entende. — Estou entendendo tudo. — Mas não serve para você. É impróprio. — Vai ter mulher pelada? — Que bobagem é essa? Ande, vá dormir que você tem colégio amanhã cedo. — Todo dia eu tenho. — Está bem, todo dia você tem. Agora desligue isso e vá dormir. — Espera um pouquinho. — Não espero não. — Você vai ficar aí vendo e eu não vou. — Fico vendo não, pode desligar. Tenho horror de televisão. Vamos, obedeça a seu pai. — Os outros meninos todos dormem tarde, só eu que durmo cedo. — Não tenho nada ver com os outros meninos: tenho que ver com meu filho. Já para a cama. — Também eu vou para a cama e não durmo, pronto. Fico acordado a noite toda. — Não comece com coisa não, que eu perco a paciência. — Pode perder. — Deixe de ser malcriado. — Você mesmo que me criou. — O quê? Isso é maneira de falar com seu pai? — Falo como quiser, pronto. — Não fique respondendo não: cale essa boca. — Não calo. A boca é minha. — Olha que eu ponho de castigo. — Pode pôr. — Venha cá! Se der mais um pio, vai levar umas palmadas. — ... — Quem é que anda ensinando esses modos? Você está ficando é muito insolente. — Ficando o quê? — Atrevido, malcriado. Eu com sua idade já sabia obedecer. Quando é que eu teria coragem de responder a meu pai como você faz. Ele me descia o braço, não tinha conversa. Eu porque sou muito mole, você fica abusando... Quando ele falava está na hora de dormir, estava na hora de dormir. — Naquele tempo não tinha televisão. — Mas tinha outras coisas. — Que outras coisas? — Ora, deixe de conversa. Vamos desligar esse negócio. Pronto, acabou-se. Agora é tratar de dormir. — Chato. — Tome, para você aprender. E amanhã fica de castigo, está ouvindo? Para aprender a ter respeito a seu pai. —... — E não adianta ficar aí chorando feito bobo. Venha cá. — Amanhã eu não vou ao colégio. — Vai sim senhor. E não adianta ficar fazendo essa carinha, não pense que me comove. Anda, venha cá. — Você me bateu... — Bati porque você mereceu. Já acabou, pare de chorar. Foi de leve, não doeu nem nada. Peça perdão a seu pai e vá dormir. —... — Por que você é assim, meu filho? Só para me aborrecer. Sou tão bom para você, você não reconhece. Faço tudo que você me pede, os maiores sacrifícios. Todo dia trago para você uma coisa da rua. Trabalho o dia todo por sua causa mesmo, e quando chego em casa para descansar um pouco, você vem com essas coisas. Então é assim que se faz? —... — Então você não tem pena do seu pai? Vamos! Tome a bênção e vá dormir. — Papai. — Que é? — Me desculpe. — Está desculpado. Deus te abençoe. Agora vai. — Por que não posso ficar vendo televisão? I. O texto tem estrutura dissertativo-argumentativa, uma vez que o pai tenta convencer o filho a dormir. II. O texto trabalha com elementos concretos e, por isso, é figurativo. III. O texto apresenta trechos predominantemente descritivos, que embasam o enredo. É correto o que se afirma em: A) I, II e III. B) II e III, apenas. C) II, apenas. D) I e III, apenas. E) I e II, apenas. 23. O anúncio abaixo segue o padrão coloquial da linguagem, pois procura estabelecer um contato mais próximo com o consumidor. Leia-o e assinale a alternativa que apresenta uma reformulação que esteja de acordo com a norma culta. Aqui você tem o dinheiro que precisa. A) Aqui você tem o dinheiro o qual precisa. B) Aqui você tem o dinheiro de que precisa. C) Aqui você tem o dinheiro no qual precisa. D) Aqui você tem o dinheiro onde precisa. E) Aqui você tem o dinheiro na qual precisa. 24. Leia o fragmento do texto “Direito ao delírio”, de Eduardo Galeano. A publicidade manda consumir e a economia proíbe. As ordens de consumo, obrigatórias para todos, mas impossíveis para a maioria, são convites ao delito. Sobre as contradições de nosso tempo, as páginas policiais dos jornais ensinam mais do que as páginas de informação política e economia. Esse mundo, que oferece o banquete a todos e fecha a porta no nariz de tantos, é ao mesmo tempo igualador de desigual: igualador nas ideias e nos costumes que impõem e desigual nas oportunidades que proporciona. Disponível em: https://www.cartamaior.com.br/?/Editoria/Politica/Galeano-na-Carta- Maior/4/15005. Acesso em: 26 fev. 2020. Assinale a alternativa que expressa corretamente a ideia do trecho: A) As páginas policiais dos jornais têm mais qualidade do que as que abordam política ou economia porque a sociedade de hoje é marcada pelo crime e pelo descrédito nos governos. B) A globalização permite que todos tenham acesso ao banquete do consumo, embora haja desigualdades. C) A publicidade tem mais força que a lei e impõe o consumo; essa é a causa de todos os crimes praticados. D) A sociedade atual é marcada pela igualdade nas ideias e nos costumes, reforçados pela publicidade, e pela desigualdade socioeconômica, que impede o acesso de muitos a diversos bens e gera crimes. E) O acesso aos bens de consumo é oferecido a todos, mas é necessário mérito para ter um bom padrão de vida, o que não acontece para a maioria da população. 25.Leia a letra da canção e analise as afirmativas. Um dia ele chegou tão diferente Do seu jeito de sempre chegar Olhou-a de um jeito muito mais quente Do que sempre costumavaolhar E não maldisse a vida Tanto quanto era seu jeito de sempre falar E nem deixou-a só num canto Pra seu grande espanto convidou-a pra rodar Então, ela se fez bonita Como há muito tempo não queria ousar Com seu vestido decotado Cheirando a guardado de tanto esperar Depois o dois deram-se os braços Como há muito tempo não se usava dar E cheios de ternura e graça Foram para a praça e começaram a se abraçar E ali dançaram tanta dança Que a vizinhança toda despertou E foi tanta felicidade Que toda cidade se iluminou E foram tantos beijos loucos Tantos gritos roucos como não se ouvia mais Que o mundo compreendeu E o dia amanheceu em paz Disponível em: https://www.letras.mus.br/chico-buarque/45186/. Acesso em: 12 jul. 2019. I. No texto, predomina a função apelativa da linguagem, pois o compositor apela para o sentimento do leitor. II. A letra apresenta uma narrativa que aborda a quebra de rotina na vida de um casal. III. Trata-se de um texto predominantemente temático, pois trabalha o tema do amor. É correto o que se afirma em: A) I, II e III. B) II e III, apenas. C) I e III, apenas. D) I e II, apenas. E) II, apenas. 26. Considere o texto abaixo e analise as afirmativas. “Doutor: temos um tipo de operação que vai fazer muito bem ao senhor.” Se você é médico ou dentista, saiba que temos uma receita para você montar, ampliar e informatizar seu consultório. É o Dr. Leasing BCN. Uma linha de crédito, com ótimas taxas, para compra de equipamentos e até automóveis. Faça uma simulação de seu leasing pela internet: www.bcn.com.br ou peça mais informações sobre este tratamento especial para o seu gerente BCN. I. Trata-se de um anúncio publicitário, com estrutura narrativa e narrador em segunda pessoa. II. O texto usa como argumento básico a analogia. III. Há um erro de regência verbal no texto. Assinale a alternativa correta: A) Nenhuma afirmativa está correta. B) Apenas a afirmativa III está correta. C) Apenas as afirmativas II e III estão corretas. D) Apenas as afirmativas I e II estão corretas. E) Todas as afirmativas estão corretas. 27. Considere o post e as afirmativas: “Sempre se bate no que está mais reto. Os tortos, normalmente são deixados de lado.” I. O post baseia-se no raciocínio por analogia para defender sua ideia. II. Há um erro de concordância verbal. III. O post vale-se de elementos abstratos para sugerir que os indivíduos bem adaptados são os mais prejudicados. É correto o que se afirma em: A) I, II e III. B) I e II, apenas. C) I e III, apenas. D) I, apenas. E) III, apenas. 28. Leia o texto e analise as afirmativas. O fim do trabalho? Thomaz Wood Jr. O trabalho é ideia milenar nem sempre muito apreciada. A Grécia antiga não o tinha em grande conta e o considerava um inimigo da virtude, a cercear os homens de suas mais nobres aptidões, as quais deveriam ser desenvolvidas na filosofia e na política. As sociedades industrializadas modernas, contrariamente aos gregos, celebram o trabalho como valor central, algo capaz de gerar riqueza e bem-estar, beneficiando o indivíduo e a sociedade. Algumas tendências em curso sinalizam, entretanto, o declínio dos empregos estáveis, de tempo integral. A crise econômica do fim dos anos 2000 e a presente recessão brasileira nos levam a relembrar o drama do desemprego. Quando cortam quadros ou encerram atividades, as empresas projetam uma sombra sobre as comunidades. A arrecadação diminui, o consumo cai, os serviços básicos são afetados, a coesão cultural é enfraquecida e multiplicam-se patologias sociais e dramas pessoais. Os últimos séculos foram marcados por reinvenções sucessivas do trabalho, da agricultura para a indústria e desta para os serviços. As transições foram traumáticas, mas cada estado final representou uma evolução em relação ao seu ponto de partida, com mais empregos e mais riqueza. As tendências atuais apontam, entretanto, para a criação de uma massa paralela de destituídos, sem emprego ou competências para subsistir em um mundo intensivo em tecnologia. Podemos identificar três grandes tendências. A primeira delas é a superação do trabalho pelo capital. Desde os anos 1980, as empresas investiram em reestruturações e em automação industrial, na busca de formas eficientes para organizar o trabalho e automatizar seus processos. O resultado foi o enxugamento dos quadros e uma perda progressiva do poder de barganha do trabalho diante do capital. A segunda tendência é o desaparecimento progressivo do trabalhador. Estatísticas norte-americanas indicam um aumento inexorável do porcentual de homens que não estão trabalhando ou procurando por trabalho. A terceira tendência relaciona-se ao avanço das tecnologias de informação e comunicação. Os impactos de mudanças tecnológicas podem demorar anos para se manifestar, mas, quando ocorrem, são contundentes. Vendedores, caixas, atendentes e funcionários de escritórios são os primeiros na linha de fogo. O trabalho preenche três funções sociais: é uma forma pela qual a economia produz bens, um meio de as pessoas garantirem seu sustento e uma atividade que provê sentido e propósito à vida das pessoas. O que ocorrerá se as tendências acima mencionadas se aprofundarem? A primeira função social parece cada vez menos dependente de trabalhadores. A economia poderá continuar produzindo bens, com menor número de empregos. Mas sem salários, quem irá consumi-los? A terceira função social poderá ser substituída, uma vez que há outras atividades passíveis de prover sentido e propósito para os indivíduos. Mas o que ocorrerá com a segunda função social? Como continuar a garantir o sustento sem uma oferta condizente de empregos? Muitas pessoas detestam sua profissão, seu emprego ou ambos. Porém perder o ganha-pão pode ser trágico. Nos países desenvolvidos, a infraestrutura madura e as redes de proteção social, aliadas a certa criatividade individual e doses crescentes de empreendedorismo, poderão tornar a vida na informalidade laboral passável, até recompensadora. Nos países em desenvolvimento, a transição poderá ser mais dura e trágica. Entretanto, o pessimismo necessário deve ser temperado com doses homeopáticas de otimismo. Trabalhos estáveis e de tempo integral talvez sejam vistos no futuro como peculiaridade de uma época. Os nostálgicos talvez lamentem seu desaparecimento. Outros talvez celebrem seu declínio, como uma porta aberta para o cultivo das virtudes, como desejavam os antigos gregos. Disponível em http://www.cartacapital.com.br/revista/860/o-fim-do-trabalho-5512.html. Acesso em 3 ago. 2015. Adaptado. Com base na leitura, analise as afirmativas. I. Segundo o texto, as novas tecnologias melhoram a produção e a vida dos trabalhadores, que poderão se dedicar a outras atividades mais virtuosas. II. Depreende-se do texto que a virtude humana sempre esteve associada ao trabalho e à produtividade, uma vez que o trabalho enobrece e dignifica o homem. III. O texto tem estrutura narrativo-descritiva, pois tem como objetivo contar a história do trabalho ao longo da história. Assinale a alternativa correta: A) Apenas a afirmativa I é correta. B) Apenas a afirmativa III é correta. C) Apenas a afirmativa II e III são corretas. D) Nenhuma afirmativa é correta. E) Apenas as afirmativas I e II são corretas. 29. Leia o texto e a charge. Certas expressões populares se tornam de tal forma parte de nosso vocabulário e repertório que é como se sempre tivessem existido. Dor de cotovelo, chorar as pitangas, dar com os burros n’água, engolir um sapo ou salvo pelo gongo, tudo é dito como se fosse a coisa mais natural e normal do mundo. Mas se mesmo as palavras mais corriqueiras têm uma história e sua própria árvore etimológica, naturalmente que toda e qualquer expressão popular,das mais sábias e profundas às mais bestas e sem sentido, tem uma origem, ora curiosa e interessante, ora sombria e simbólica de um passado sinistro. Pois muitas das expressões que usamos no dia a dia e que hoje comunicam somente seu sentido funcional – aquilo que atualmente a frase “quer dizer” – são originárias de um vergonhoso e longo período da história do Brasil: a escravidão. Ainda que os sentidos originais tenham se diluído em algo trivial, essa origem permanece, como em toda palavra ou frase comum, feito um DNA marcando nossa própria história. O Brasil foi o país que mais recebeu escravos no mundo, e o último país independente do continente americano a abolir a escravidão. Conhecer o sentido original e a história de uma expressão é saber, afinal, o que é que estamos falando. Por isso, esta seleção de expressões populares criadas durante o período da escravidão no Brasil – uma época que faz parte de nosso passado, mas que exerce ainda forte influência sobre nossa realidade atual. Tem caroço nesse angu A expressão, que significa que alguém estaria escondendo algo, tem sua origem em um truque realizado pelos escravos para melhor se alimentarem. Se geralmente o prato servido era composto exclusivamente de uma porção de angu de fubá, a escrava que lhes servia por vezes conseguia dar um jeito de esconder um pedaço de carne ou alguns torresmos embaixo do angu. A expressão nasceu do comentário de um ou outro escravo a respeito de certo prato que lhe parecesse suspeito. Para inglês ver Essa expressão tem sua origem na escravidão e também no mau hábito ainda atual brasileiro de aprovar leis que não “pegam” (que ninguém cumpre e nem é punido por isso). Em 1830, a Inglaterra exigiu que o Brasil criasse um esforço para acabar com o tráfico de escravos e impusesse enfim leis que coibissem tal prática. O Brasil acatou a exigência inglesa, mas as autoridades daqui sabiam que tal lei simplesmente não seria cumprida –eram leis existentes somente em um papel, “para inglês ver”. Bucho cheio ou encher o bucho Expressões mais comuns em Minas, eram usadas tanto pelos escravos quanto por seus exploradores, evidentemente que com outra conotação da que se usa hoje. Atualmente significam estar bem alimentado, de barriga cheia; na época, significavam a obrigação que os escravos que trabalhavam nas minas de ouro tinham de preencher com ouro um buraco na parede, conhecido como “bucho”, para só então receber sua tigela de comida. Meia tigela A partir da expressão anterior, a história segue, dando origem à expressão “meia tigela”, que significa algo sem valor, medíocre, desimportante. Quando o escravo não conseguia preencher o “bucho” da mina com ouro, ele só recebia metade de uma tigela de comida. Muitas vezes, o escravo que com frequência não conseguia alcançar essa “meta” ganhava esse apelido. Tais hábitos não eram, porém, restritos às minas, e a punição de retirar parte da comida era comum na maioria das obrigações dos escravos. Lavei a égua Por fim, a expressão “lavar a égua”, que quer dizer aproveitar, se dar bem, se redimir em algo, vem também da exploração do ouro, quando os escravos mais corajosos tentavam esconder algumas pepitas debaixo da crina do animal, ou esfregavam ouro em pó em sua pele. Depois pediam para lavar o animal e, com isso, recuperar o ouro escondido para, quem sabe, comprar sua própria liberdade. Os que eram descobertos, porém, poderiam ser açoitados até a morte. Disponível em: https://www.hypeness.com.br/2016/09/9-expressoes-populares-com-origens- ligadas-a-escravidao-e-voce-nem-imaginava/. Acesso em: 26 fev. 2020. Adaptado. Disponível em: http://proximap.blogspot.com/2008/02/porque-me-ufano-de-ribeiro-ou-o-que- bom.html. Acesso em: 26 fev. 2020. I. Na charge, a expressão “lavar a égua” não pode ser compreendida com o sentido explicado no texto. II. O texto mostra a origem escravocrata de expressões populares e atribui a alteração de sentido delas ao fim do racismo na sociedade brasileira. III. A charge é uma crítica a políticos que agem de forma antiética e se beneficiam financeiramente de obras públicas, como no caso da transposição do rio São Francisco. É correto o que se afirma somente em: A) I. B) II. C) III. D) I e III E) II e III. 30. Considere o post veiculado em rede social e analise as afirmativas. I. Infere-se que o interlocutor intencionava que “linda” fosse vocativo, mas a moça compreendeu como um predicativo seu. II. A falta de vírgula antes de “linda” na pergunta torna possível a interpretação da moça. III. Trata-se de uma conversa por meio de um aplicativo, marcada pelo uso do nível informal de linguagem. É correto o que se afirma em: A) I, II e III. B) I e II, apenas. C) II e III, apenas. D) I e III, apenas. E) III, apenas. 31. Leia um trecho da notícia a seguir e analise as afirmativas. A Vai-Vai e a Acadêmicos do Tucuruvi não conseguiram se manter no Grupo Especial do Carnaval e desfilarão no grupo de acesso no ano que vem. A apuração das notas dos desfiles das escolas de São Paulo ocorreu hoje no Sambódromo do Anhembi. (...) Apesar de elogiada por suas alegorias e energia na avenida, a escola teve um mau desempenho no quesito comissão de frente, onde obteve duas notas 9,7. A escola também perdeu pontos no quesito fantasia. Disponível em: https://noticias.uol.com.br/carnaval/2019/noticias/redacao/2019/03/05/vai-vai-e- tom-maior-sao-rebaixadas-para-o-grupo-de-acesso-em-sao-paulo.htm?cmpid. Acesso em: 5 mar. 2019. I. O texto tem estrutura argumentativa, com uso de dados numéricos na defesa da tese. II. O conectivo “onde” está empregado corretamente, de acordo com a norma culta. III. A expressão “apesar de elogiada” pode ser substituída, sem alteração de sentido, por “embora tenha sido elogiada”. É correto o que se afirma somente em: A) I. B) II. C) III. D) I e II. E) II e III. 32. Considere a placa e as afirmativas. Disponível em https://brainly.com.br/tarefa/12774389. Acesso em: 26 fev. 2020. I. O texto é bem redigido, pois expressa claramente a mensagem. II. A expressão “sem alvará” deveria ser deslocada para depois de “ambulante”. III. O texto apresenta problema de concordância. É correto o que se afirma em: B) II. 33. Considere o período e as afirmativas. O acúmulo de placas de gordura nas paredes das artérias levam ao estreitamento das mesmas, já que facilita o aparecimento de hipertensão, onde ocasiona problemas ao indivíduo. I. Há um erro de concordância verbal – o correto é “leva”. II. O conectivo “já que”, que indica relação de causa, é adequado no período. III. O conectivo “onde” está empregado de forma adequada. É correto o que se afirma em: A) I, II e III. B) I e II, apenas. C) I e III, apenas. D) II, apenas. E) I, apenas. 34. Considere os quadrinhos e analise as afirmativas. Disponível em: https://descomplica.com.br/artigo/saiba-tudo-sobre- ambiguidade-polissemia-tipos-de-discursos-e-intertrxtualidade/4kG/. Acesso em: 26 fev. 2020. I. O humor dos quadrinhos é construído pela ambiguidade do verbo “vendo”, que pode ser entendido como o presente de “vender” e como o gerúndio de “ver”. II. O fato de o menino segurar uma placa contribui para a interpretação do adulto que mostra curiosidade sobre a venda. III. O objetivo dos quadrinhos é demonstrar que as pessoas não sabem se expressar corretamente e isso provoca mal-entendidos. É correto o que se afirma em: A) I, II e III. B) II e III, apenas. C) I e III, apenas. D) I e II, apenas. E) II, apenas. 35. Considere os anúncios a seguir, publicados no século XIX, ainda na época da escravidão. Texto 1 Escravo á venda Para fora da capital vende-se um, robusto, de 18 annos, perfeito copeiro, cosinha o trivial e bom pagem, preferindotodo e qualquer serviço de lavoura. Rua da Constituição, 72. Escravo fugido A 24 de Novembro de 1877, fugiu da fazenda de S. José em Taubaté, propriedade de João Francisco Malta, o escravo Gregório, pardo, edade 32 annos mais ou menos, altura mais que regular, corpo reforçado, falla descançada, bons dentes, olhos grandes e sanguíneos, quando quer mover-se depressa; porém, seu natural é pesado, pouca barba. Occupação, roça, porém, faz qualquer serviço como carrear, etc. Gosta de lidar com animaes, como cães, espingarda e caçar. Também gosta de batuque. Com base na leitura, analise as afirmativas. I. O texto 2 tem estrutura descritiva, com o objetivo de que o escravo fugitivo fosse identificado. II. As características do escravo, no texto 2, são apresentadas de forma totalmente objetiva, com ausência de subjetividade. III. O escravo é apresentado, no texto 1, como uma mercadoria a ser comercializada. IV. O texto 1 tem estrutura narrativa, com narrador em terceira pessoa. É correto o que se afirma somente em: A) I, II e III. B) II, III e IV. C) II e III. D) I e III. E) I, II e IV. 36. (SEDUC-SP-2013) Todos os pinguins são em preto e branco. Alguns programas antigos de TV são em preto e branco. Logo, alguns pinguins são programas de TV antigos. A charge acima se refere com humor à estrutura do silogismo aristotélico, com um tipo de argumento: A) Dedutivo válido e correto. B) Indutivo correto. C) Dedutivo válido e incorreto. D) Indutivo inválido. E) Dedutivo inválido. 37. O diretor de uma gráfica enviou para um fornecedor o seguinte. No campo “assunto”, ele escreveu “Contato”. Prezado José Gomes, Venho solicitar o documento onde consta os novos valores da resma de 500 folhas de papel sulfite, pois houveram divergências entre o que foi acordado e o que está sendo cobrado. Atenciosamente, Paulo Fernandes Diretor da PF Gráfica. Sobre o e-mail, analise as afirmativas. I. O e-mail escrito pelo diretor apresenta elementos composicionais do gênero, como vocativo, despedida e assinatura. II. O e-mail escrito pelo diretor apresenta erros de concordância verbal. III. O campo “assunto”, apesar de estar preenchido, é pouco específico em relação ao que é tratado na mensagem. É correto o que se afirma em: A) I, II e III. B) I e II apenas. C) I e III apenas. D) II e III apenas. E) III, apenas. 38. Mesmo após morte, moradores de BH são flagrados andando de patinete sem equipamentos de segurança. I. Predomina no título a função referencial da linguagem. II. O título não é claro, pois permite compreender que mortos-vivos estão andando de patinete em Belo Horizonte. III. Há um erro ortográfico em “flagrados”. É correto o que se afirma em: A) I, II e III. B) II, apenas. C) II e III, apenas. D) I e II, apenas. E) I e III, apenas. 39. Leia a história em quadrinhos e analise as asserções e a relação proposta entre elas. I. O garoto consegue dar uma boa desculpa ao adulto para atingir seu objetivo, comer goiabas, sem, no entanto, desobedecer ao que está escrito literalmente no aviso pregado na árvore. PORQUE II. A fala do garoto demonstra que ele não domina a norma culta da língua portuguesa, motivo pelo qual ele não foi capaz de entender o aviso pregado na árvore. Assinale a alternativa correta: A) As duas asserções são verdadeiras, e a segunda justifica a primeira. B) As duas asserções são verdadeiras, e a segunda não justifica a primeira. C) A primeira asserção é verdadeira, e a segunda é falsa. D) A primeira asserção é falsa, e a segunda é verdadeira. E) As duas asserções são falsas. 40. Considere os textos 1 e 2 e analise as afirmativas. Texto 1 De frente Pro Crime João Bosco 'Tá lá o corpo estendido no chão Em vez de rosto, uma foto de um gol Em vez de reza, uma praga de alguém E um silêncio servindo de amém O bar mais perto depressa lotou Malandro junto com trabalhador Um homem subiu na mesa do bar E fez discurso pra vereador Veio o camelô vender Anel, cordão, perfume barato Baiana pra fazer Pastel e um bom churrasco de gato Quatro horas da manhã Baixou o santo na porta-bandeira E a moçada resolveu Parar, e então Sem pressa, foi cada um pro seu lado Pensando numa mulher ou no time Olhei o corpo no chão e fechei Minha janela de frente pro crime Disponível em: https://www.letras.mus.br/joao-bosco/46513/. Acesso em: 8 jul. 2019. Texto 2 Os altos índices de violência no Brasil têm como um dos seus efeitos a banalização da morte. Segundo o Atlas da Violência de 2018, elaborado pelo Instituto de Pesquisa Econômica Aplicada (Ipea) e pelo Fórum Brasileiro de Segurança Pública (FBSP), foram cometidos 62.571 assassinatos no país em 2016. Só na última década, 563 mil brasileiros foram vítimas de homicídios. Esse cenário faz com que, infelizmente, muitas pessoas, incluindo jovens e crianças, habituem-se a presenciar agressões e mortes no cotidiano. I. Os dois textos abordam a banalização da morte e pertencem ao mesmo gênero textual. II. O texto 2 apresenta, como argumento, dados estatísticos. III. No texto 1, as ações das pessoas que se reúnem em torno do cadáver, contradizem a ideia defendida no texto 2. É correto o que se afirma somente em: A) I e II. B) II e III. C) II. D) I e III. E) I. 41. Considere os textos a seguir: O homem nasce bom. Mas as mensagens do WhatsApp o corrompe. Amigaaaaa vc nem vai acreditar Fala?? Nossa que seca Nem vou mais falar tbm I. No texto 1, observa-se um erro de concordância verbal – o correto, de acordo com a norma culta, é (...) II. O gênero a que pertence o texto 1, o meme, trabalha com linguagem não verbal e verbal e utiliza o nível informal de linguagem. III. No texto 2, o prolongamento da letra “a” tem como objetivo reproduzir graficamente a entonação da fala. IV. O mau isso da pontuação no texto 2 é uma característica comum no gênero textual em questão e, no caso, impede a compreensão adequada da mensagem. É correto o que se afirma em: A) I, II, III e IV. B) I, II e III, apenas. C) II e II, apenas. D) I, III e IV, apenas. E) I e IV, apenas. 42. Veja a charge a seguir: Disponível em: https://cdn.estuda.com/sis_questoes/posts/298359_pre.jpg?1530274357. Acesso em: 03 dez. 2019. A respeito da charge, podemos afirmar que: A) Ela busca mostrar as diferenças entre o conhecimento com base na razão e o conhecimento com base nas crenças e nas opiniões. B) Ela busca evidenciar a subjetividade do pensamento racional. C) Ela pretende mostrar a lógica e a consciência do senso comum. D) Ela mostra que não há possibilidade de diálogo entre o conhecimento racional e o senso comum. E) Ela comprova que não há diferença alguma entre o conhecimento racional e o senso comum. 43.O professor Paulo Artaxo, do Instituto de Física da USP, publicou em fevereiro de 2019, o seguinte texto: O recente movimento global “anticiência”, do qual o presidente Trump é um dos expoentes, tenta colocar a ciência em xeque, quando os resultados científicos não apoiam seus interesses. Com a questão das mudanças climáticas não poderia ser diferente. Portanto, pode-se afirmar, de antemão, que as manifestações “anticiência” não são questionamentos científicos propriamente ditos, mas uma clara investida no sentido de desconstruir discursivamente a credibilidade científica com o objetivo de defender posições econômicas, políticas ou até religiosas próprias. Assim, qualquer tentativa de trazer ao debate o método científico nesta discussão é inócua. Disponível em https://jornal.usp.br/artigos/a-quem-interessa-atacar-a-ciencia-e-por-que/ Acesso em: 3 ago 2020. Segundo o professor: I. Em tempos recentes, a questão das mudançasclimáticas não está sendo debatida em função de critérios única e exclusivamente científicos. II. Posições econômicas e políticas podem interferir no julgamento de métodos e resultados científicos. III. A crítica aos métodos e resultados científicos sobre as mudanças climáticas tem ocorrido em função de a comunidade cientifica não ter qualquer consenso a respeito do significado de ciência. Está correto apenas o que se afirma em: A) II. B) III. C) I e II. D) II e III. E) I e III. 44. Leia o trecho a seguir. “As universidades têm procurado coibir a prática do plágio por meio de uma adequada formação discente e docente e com a oferta de softwares que identificam coincidência de texto publicados na internet.” (LEME-SILVA. 2010, p. 32) O trecho acima corresponde a: A) Uma citação direta, com dois autores inseridos. B) Uma citação direta, com dois autores não inseridos. C) Uma citação indireta, com dois autores inseridos. D) Uma citação indireta, com dois autores não inseridos. E) Uma paráfrase, sem autores inseridos. 45. Leia o texto abaixo. Publicado no Jornal GGN, em 14 de fevereiro de 2017 A Rede de Pesquisa Empírica em Direito (REED), associação civil que reúne pesquisadoras e pesquisadores em direito de todo o Brasil, à luz de seu dever estatutário de promover as melhores práticas metodológicas e éticas em pesquisa, diante do debate público recente sobre uso de trechos de decisões judiciais e outros textos não protegidos por direito autoral, vem a público manifestar-se nos seguintes termos: 1. A integral observância dos parâmetros éticos na pesquisa e redação científicas é fundamental à qualidade e reputação da academia jurídica brasileira. Alunas e alunos de direito de nosso país aprendem os princípios básicos da ética acadêmica em cursos de graduação e pós-graduação, tendo dever incontornável de cumpri-los. 2. O plágio acadêmico é uma violação ética de enorme gravidade. O uso de ideias e frases de terceiros deve ser indicado com precisão na parte textual de um texto acadêmico. Isso é indispensável para que o leitor possa distinguir o pensamento do autor do texto daquele que venha de outras fontes. A entrada bibliográfica pós-textual, na lista de referências, não supre este dever. 3. Caso o autor do texto científico se valha da forma textual de expressão da ideia alheia, é imperioso que assim o indique por meio de aspas ou pelo alargamento da margem esquerda, a depender da extensão do trecho citado, nos termos da Norma Brasileira de Referência (NBR) 10.520, da Associação Brasileira de Normas Técnicas (ABNT). Tal norma é bastante simples, largamente conhecida e facilmente consultável em bibliotecas universitárias de todo país. 4. Enquanto violação ética, o plágio acadêmico não se restringe às hipóteses em que também possa ser caracterizado como violação ao direito autoral, quer na esfera cível, quer na criminal. Apropriar-se indevidamente do texto de quaisquer registros administrativos, tais como decisões judiciais ou documentos públicos, configura plágio acadêmico, mesmo quando não constitua violação ao direito autoral. Trata-se, ainda, de má prática metodológica, ao confundir o texto produzido pela pesquisadora ou pesquisador com os textos que são objeto de sua investigação. 5. Deve-se reconhecer que a organização do trabalho atualmente vigente na redação acadêmica e na prática do direito vem gerando condições propícias à disseminação do plágio, mas essa realidade não autoriza sua naturalização, que deve ser diuturnamente combatida por todos profissionais sérios. 6. O plágio é eticamente reprovável em face da autora ou do autor do texto plagiado, por deixar de reconhecer-lhe o trabalho. É também eticamente reprovável em face do leitor, por privar-lhe do direito de saber com precisão a autoria daquilo que lê. Finalmente, é eticamente reprovável em face de todas as pesquisadoras e pesquisadores em direito do Brasil, pelos prejuízos reputacionais gerados ao campo acadêmico ao qual dedicam seu labor, com integridade e responsabilidade. Disponível em: https://jornalggn.com.br/analise/associacao-de-pesquisadores-em-nota- condena-plagio-academico/. Acesso em: 03 dez. 2019. A respeito do texto, podemos afirmar que: I. A citação de texto de outrem não se configura como plágio, caso o autor tenha sido referenciado conforme as normas previstas pela ABNT. II. As inovações tecnológicas existentes facilitam a prática do plágio. III. Apenas os alunos estão sujeitos a sanções no caso de plágio; isso não ocorre com os professores. Está correto apenas o que se afirma em: A) I. B) II. C) III. D) I e II. E) II e III. 46. Analise a charge a seguir: A respeito da charge, podemos afirmar que: A) Ela mostra os conflitos existentes entre o contexto do senso comum e o contexto do conhecimento científico. B) Ela busca defender a ideia de que não há opiniões, mas somente as certezas produzidas pela ciência. C) Ela insinua que devem ser levadas em conta apenas as opiniões dos cientistas. D) Ela mostra que pessoas que fazem uso constante da internet não acreditam na ciência. E) Ela comprova que a internet não divulga conhecimento científico. 47. A ABNT (Associação Brasileira de Normas Técnicas) conceitua normalização da seguinte forma: Atividade que estabelece, em relação a problemas existentes ou potenciais, prescrições destinadas à utilização comum e repetitiva com vistas à obtenção do grau ótimo de ordem em um dado contexto. Consiste, em particular, na elaboração, difusão e implementação das Normas. A normalização é, assim, o processo de formulação e aplicação de regras para a solução ou prevenção de problemas, com a cooperação de todos os interessados, e, em particular, para a promoção da economia global. No estabelecimento dessas regras recorre-se à tecnologia como o instrumento para estabelecer, de forma objetiva e neutra, as condições que possibilitem que o produto, projeto, processo, sistema, pessoa, bem ou serviço atendam às finalidades a que se destinam, sem se esquecer dos aspectos de segurança. Norma é o documento estabelecido por consenso e aprovado por um organismo reconhecido, que fornece regras, diretrizes ou características mínimas para atividades ou para seus resultados, visando à obtenção de um grau ótimo de ordenação em um dado contexto. A norma é, por princípio, de uso voluntário, mas quase sempre é usada por representar o consenso sobre o estado da arte de determinado assunto, obtido entre especialistas das partes interessadas. Disponível em: http://www.abnt.org.br/normalizacao/o-que-e/o-que-e. Acesso em: 3 ago. 2020 Caso apliquemos o conteúdo acima ao contexto do trabalho acadêmico, podemos concluir que: I. As normas para a elaboração de um texto acadêmico devem obedecer às necessidades e preferencias de cada grupo de pesquisa ou instituição, não sendo necessária à sua aceitação consensual pela sociedade. II. As normas para realização de um texto acadêmico podem ser utilizadas ou adaptadas conforme critérios próprios do pesquisador e essas mudanças devem ser aceitas pela sociedade de forma obrigatória. III. A ABNT é uma entidade reconhecida pela comunidade científica brasileira e suas normas dizem respeito a regras e diretrizes para a realização e publicação de trabalhos acadêmicos. Está correto o que se afirma em: A) I. B) II. C) III. D) II e III. E) I e II. 48. Em seu trabalho, o aluno Bastos Ferreira incluiu a citação a seguir: “Em relação à teoria política, qual a natureza do Estado moderno segundo o Novo Desenvolvimentismo? Nos países ricos, ele começou absolutista, transformou-se no Estado liberal e no Estado liberal-democrático, à medida que seus povos conquistavam o direito ao sufrágio universal. Um pouco mais adiante, com apressão popular por menor desigualdade, mudou novamente, transformando-se no Estado social.” (BRESSER-EREIRA, 2016, p. 241). Segundo a norma ABNT: A) O texto e a ideia são de autoria de Bastos Ferreira, autor por Bresser-Pereira. B) Apenas a ideia é de Bresser-Pereira, sendo o texto de autoria de Bastos Ferreira. C) Apenas o texto é de Bresser-Pereira, sendo a ideia de autoria de Bastos Ferreira. D) O texto e a ideia são de Bresser-Pereira, autor citado por Bastos Ferreira. E) Segundo as normas disponibilizadas pela ABNT, não há como identificar o autor da ideia, tampouco do texto citado por Bastos Ferreira. 49. No texto abaixo, a ABNT (Associação Brasileira de Normas Técnicas) explica como funcionam os processos de elaboração de normas técnicas. O processo de elaboração de um Documento Técnico ABNT é iniciado a partir de uma demanda, que pode ser apresentada por qualquer pessoa, empresa, entidade ou organismo regulamentador, que estejam envolvidos com o assunto a ser normalizado. A pertinência da demanda é analisada pela ABNT e, sendo viável, o tema (ou o assunto) é levado ao Comitê Técnico correspondente para inserção no Programa de Normalização Setorial (PNS) respectivo. Caso não exista Comitê Técnico relacionado ao assunto, a ABNT propõe a criação de um novo Comitê Técnico, que pode ser uma Comissão de Estudo Especial (ABNT/CEE). O assunto é discutido amplamente pelas Comissões de Estudo dos Comitês Técnicos, com a participação aberta a qualquer interessado, independentemente de ser associado à ABNT, até atingir um consenso, gerando um Projeto de Norma. Disponível em: http://www.abnt.org.br/normalizacao/elaboracao-e-participacao/como-se- elaboram. Acesso em: 3 ago. 2020. Quando do contexto do trabalho acadêmico, e com base no texto acima, podemos afirmar que: I. As regras ABNT para elaboração de trabalhos acadêmicos existem em função de demandas existentes na comunidade em relação às formas de realização e publicação de textos acadêmicos. II. As regras da ABNT para a realização e publicação de textos acadêmicos são fruto de debates e consultas à comunidade acadêmica de forma geral, e são definidas a partir do consenso entre os interessados. III. As regras para a inclusão de normas a respeito do trabalho acadêmico são simples, bastando que, para sua vigência, seja realizado um requerimento formal a qualquer instituição ou organismo de normalização. Está correto apenas o que se afirma em: D) I e II. 50. Segundo Lima (2002, p. 45), “as mídias sociais devem assumir um papel responsável enquanto disseminadores de conhecimento”. O trecho acima corresponde a: A) Uma citação direta, com autor inserido. B) Uma citação direta, sem autor inserido. C) Uma citação indireta, com autor inserido. D) Uma citação indireta, sem autor inserido. E) Uma paráfrase, com autor inserido. 51. (UFRJ 2014, com modificações) O conhecimento científico distingue-se do conhecimento de senso comum sob muitos aspectos. Sob a perspectiva científica, é correto afirmar que: A) A tradição e os costumes são as principais fontes do conhecimento confiável. B) A obtenção de evidência empíricas é um método para obtenção do conhecimento científico. C) Todo o conhecimento confiável provém do conhecimento filosófico. Sem a colaboração do arsenal filosófico, não há como realizar pesquisas, em especial as experiências. D) O conhecimento bem estabelecido em um dado momento não está sujeito a críticas. E) No campo do conhecimento científico prevalece a existência de dogmas, isto é, verdades definitivas que podem, mas não devem ser críticas. 52. Considere a charge abaixo e analise as afirmativas: I. O humor dos quadrinhos é construído pela ambiguidade presente pela segunda frase formulada por Hagar no primeiro quadrinho. II. O outro personagem, Eddie, interpretou a pergunta como se o referente advérbio “aqui” fosse o bar. III. Há erro na grafia do “porque” no último quadrinho, pois, como se trata de uma pergunta, o correto é “por que”. É correto o que se afirma em: A) I, II e III. B) II e III, apenas. C) II, apenas. D) I e III, apenas. E) I e II, apenas. 53. Leia os quadrinhos e analise as afirmativas e a relação proposta entre elas: Disponível em: https://escolakids.uol.com.br/portugues/funcao-fatica.htm. Acesso em 12 jul. 2019. I. A fala de Calvin é um exemplo do uso da função fática da linguagem. PORQUE II. Na situação de apresentada, o foco encontra-se em manter ativo o canal de comunicação. Assinale a alternativa correta: A) As afirmativas I e II são verdadeiras e a II justifica a I. B) As afirmativas I e II são verdadeiras e a II não justifica a I. C) A afirmativa I é verdadeira e a II é falsa. D) A afirmativa II é falsa e a I é verdadeira. E) As afirmativas I e II são falsas. 54. Nós acessamos a internet constantemente e fazemos leitura de diversos textos e, como leitores experientes, sabemos reconhecer os objetivos do produtor do texto. Assinale o único texto cujo objetivo é informar, e não vender algum produto. A) Senhores usuários, não é permitido ocupar os elevadores comendo lanches ou ingerindo líquidos, como água, refrigerantes ou café. Nosso objetivo é manter os elevadores limpos e, também, evitar possíveis acidentes desagradáveis provocados por esbarrões. Agradecemos a colaboração. O síndico. B) Nossa confecção atua há dez anos no mercado, com duas lojas situadas no coração do atacado da moda de São Paulo, o Bom Retiro. Trabalha no sistema de pronta entrega de moda jovem feminina, lançando constantemente o que está no auge da moda, seja em tecidos planos, malhas, tricô etc. O sistema de vendas é com cadastros automáticos e prazo de pagamento. Regularmente nossos artigos são divulgados nas revistas de moda de maior circulação do país, como Claudia, Toda Teen, Nova etc. C) Cestas de café da manhã, Anna’s Cestas & Telemensagens nasceu de um momento de inspiração em busca de algo que satisfizesse o prazer pelo trabalho. Sua criadora foi em busca de levar alegria e prazer para seu público-alvo: aniversariantes, pessoas apaixonadas, comemoração de datas festivas, como Dia das mães, Dia dos pais, Dia dos namorados, Natal, Páscoa etc. D) Tele Sena Completa: em um sorteio único, são sorteadas tantas dezenas quantas forem necessárias, até que alguém complete o quadro referente a essa modalidade de premiação. Você pode ganhar até R$ 400 mil. Se houver mais de um ganhador, os prêmios serão divididos em partes iguais. E) Fique linda neste verão sem gastar uma fortuna! Por tempo limitado, o Clara Hair está dando a clientes novos, 25% de desconto em todos os serviços de cabeleireiro e 30% de desconto em todos os produtos. Agende um horário antes de 29 de novembro e economize! 55. Leia o fragmento da pesquisa, realizada por Tania Maas, as afirmações sobre ele, e assinale a alternativa correta. Estresse é definido por Smeltzer e Bare (199 8, p. 93) como “um estado produzido por uma mudança no ambiente que é percebido como desafiador, ameaçador ou perigoso para o balanço ou equilíbrio dinâmico da pessoa”. Há um desequilíbrio real ou percebido na capacidade da pessoa de atender às demandas da nova situação. Nesse caso, o estressor é o que gera a mudança, a doença crônica e as sucessivas hospitalizações. I. No tocante à intertextualidade, há referência explícita de outro texto por meio de aspas. II. No tocante à intertextualidade, verifica-se a presença de outro text o, mas não ocorre referência explícita a esse outro texto. III. No tocante à intertextualidade, há referência explícita a outro texto cuja ideia é refutada por Maas. A) Apenas a I é verdadeira. B) Apenas a I e II são verdadeiras. C) Apenas a III é verdadeira. D) Apenas a II e I II são verdadeiras. E) Todas asafirmativas são verdadeiras. 56. Durante o desenvolvimento do texto, o produtor lança um referente e, para evitar repetição, retoma o referente, substituindo-se por outros termos da língua. Identifique os termos que retomam, respectivamente, os referentes grifados: Entre os hebreus há relatos com suspeita da ocorrência do diabetes gestacional. No entanto, somente cerca de 2000 mil anos depois, por volta de 70 d.C., o médico Areteu da Capadócia, na Grécia, conseguiu descrever o diabetes. Areteu observou que aquele silencioso problema desenvolvia quatro complicações: muita fome (polifagia), muita sede (polidipsia), muita urina (poliúria) e fraqueza (poliastenia). Areteu observou também que, quase sempre, as pessoas com esses sintomas entravam em coma antes da morte. A) Areteu; polifagia. B) Polifagia; Areteu. C) Aquele problema silencioso; hebreus. D) Polifagia; hebreus. E) Aquele problema silencioso; Areteu. 57. Apesar de a oralidade e a escrita permitirem a construção de textos coesos e coerentes, são duas modalidades da língua com características próprias. Leia a seguir o fragmento do texto “A vaguidão específica”, de Millôr Fernandes, e assinale a alternativa INCORRETA. “– Maria, ponha isso lá fora em qualquer parte. – Junto com as outras? – Não ponha junto com as outras, não. Senão pode vir alguém e querer fazer coisas com elas. Ponha no lugar do outro dia.” A) Trata-se de um texto escrito cujos referentes – “isso”, “lá fora”, “qualquer parte”, “as outras” etc. – não são possíveis de serem recuperados pelo leitor. B) O texto de Millôr Fernandes é um ótimo exemplo de características da oralidade na produção escrita. C) Se fosse um texto oral, os referentes seriam recuperáveis na própria situação discursiva, bastando, por exemplo, apontar para eles. D) O texto de Millôr Fernandes não tem coerência, pois não se pode saber se ele é de ficção ou não; se tem humor ou não, fatores (ficção e humor) que dariam coerência a ele. E) Apesar de as referencias de “isso”, “lá fora”, “qualquer parte”, “as outras” etc. não serem recuperadas pelo leitor, o texto é coerente devido ao humor com que foi escrito. 58. Segundo Ernani Terra: “Numa situação de caráter informal, como num bate-papo descontraído entre amigos, é ‘certo’, isto é, é adequado que se utilize a língua de maneira espontânea, em seu nível coloquial, portanto. Já numa situação formal, como num discurso de formatura, por exemplo, não seria ‘certo’, isto é, não seria adequado utilizar-se a língua em sua forma coloquial. Tal situação exige não somente uma vestimenta, mas também uma linguagem adequada”. Conclui-se, diante do exposto, que cada situação comunicativa é necessário selecionar um uso da língua portuguesa. Assinale a alternativa que cumpre essa necessidade de adequar a língua a uma determinada situação. A) Seu doutor, o patuá é o seguinte: depois de um gelo da coitadinha, resolvi esquiar e caçar outra cabrocha. Plantando como um poste na quebrada da rua, veio uma paraquedas se abrindo. Eu dei a dica, ela bolou... chutei.” B) Cara progenitora, gostaria de lhe solicitar que por obséquio trouxesse-me o produto da ordenha de um mamífero ruminante, conhecido como vaca.” C) Gerente: “Boa tarde. Em que posso ajudá-lo?” Cliente: “Estou interessado em financiamento para compra de veículo.” D) “Sou seu pai, por isso perdoar-lhe-ei”, diz o pai em conversa com o filho. E) Então disse o professor em aula: “A gente já tá cheio de tanta corrupção.” 59. Para entender a fala do primeiro pinheiro, na tira abaixo, é preciso que o leitor deduza que: Ufa... O Natal passou! A) Pela expressão feliz do pinheiro, ele não gosta de época natalina. B) Pela distância entre os pinheiros que conversam e os outros no fundo da tira, os pinheiros que conversam são contrários aos outros pinheiros, que gostam do Natal. C) Pelos cortes dos pinheiros, o pinheiro que fala está aliviado por não ter sido cortado para se tornar árvore de Natal. D) Pela expressão feliz do pinheiro, ele gosta da época natalina, apesar de ser uma época cansativa devido a tantos preparativos. E) Pela imagem, há muitos pinheiros no local. 60. As frases a seguir são da famosa escritora Raquel de Queiroz, em cuja linguagem impera a metáfora. Assim, encontraram-se inúmeros pensamentos metafóricos e raros não metafóricos. Assinale a opção que não apresenta metáfora: A) Lembrar é um inferno de curvas e derrapagens, a gente não sabe se já caiu ou se ainda vai se esborrachar (Raquel de Queiroz). B) Não estou certa de que se trate de um processo, mas suspeito que o tempo, único juiz de coisas dessa natureza, não está nunca do lado de quem tenta driblá-lo (Raquel de Queiroz). C) Na ficção, ele pelo menos está neutro, ali cabe ao autor decidir que ida é, se chove, se faz sol. No memorialismo tudo é mais vago: a mente é pintora, não é boa fotógrafa (Raquel de Queiroz). D) Mas voltando ao assunto da vocação literária: para escrever, tem que haver o dom da escrita, tal como para o cantor é preciso o dom da voz (Raquel de Queiroz). E) É o coração que faz o caráter (Raquel de Queiroz). 61. O operador de coesão grifado no texto abaixo pode ser substituído por qual outro do mesmo sentido? Em algum lugar do Oriente, onde o clima é ameno e não são necessárias muitas roupas, havia um homem que resolveu desistir de todas as questões materiais e retirou-se para a floresta, onde construiu uma choça para morar. A) Mas. B) Para. C) Como também. D) Que. E) Até mesmo. 62. Leia os enunciados que seguem e assinale a alternativa em que ocorre incoerência: A) Daniel é um adolescente encantado por filosofia e contra todas as terapias alternativas. Quando trouxe uma fotografia de seu quarto para que seus professores o conhecessem, esta revelava a presença de amuletos, cristais, pirâmides e pêndulos. B) Mário foi à solenidade; todavia, não fora convidado. C) Prezado cliente, solicitamos sua presença para acerto de seus débitos. D) Aninha era uma menina que sonhava em ter um patinete, sempre que via Paula brincando com o dela. E) “Não só de repolhos, nabos e batatas viverá o homem, mas também de violetas, orquídeas e rosas.” (Rubem Alves) 63. No primeiro quadrinho, o garoto diz que não se casaria com a menina da tira a menos que ela fosse a última garota na Terra. De acordo com a continuidade da conversa entre eles, NÃO podemos considerar: A) A expressão “a menos que” tem sentido oposto de “se”. B) A menina sabe o significado dos termos “a menos que” e “se”. C) A fala final deixa implícita a possibilidade de casamento entre ambos. D) A menina não fica ofendida com a resposta (do 1º quadrinho) do garoto. E) O termo “esperança”, no último quadrinho, torna o texto incoerente, porque não tem ligação com o restante da história. 64. Considere o texto de Rubem Alves e analise as afirmativas. Há escolas que são gaiolas e há escolas que são asas. Escolas que são gaiolas existem para que os pássaros desaprendam a arte do voo. Pássaros engaiolados são pássaros sob controle. Engaiolados, o seu dono pode levá-los para onde quiser. Pássaros engaiolados sempre têm um dono. Deixaram de ser pássaros. Porque a essência dos pássaros é o voo. Escolas que são asas não amam pássaros engaiolados. O que elas amam são pássaros em voo. Existem para dar aos pássaros coragem para voar. Ensinar o voo, isso elas não podem fazer, porque o voo já nasce dentro dos pássaros. O voo não pode ser ensinado. Só pode ser encorajado. I. O texto tem como tema o aprisionamento das aves em cativeiros. II. O autor defende um ponto de vista sobre o papel da escola: ela deve estimular o desenvolvimento do aluno, sem aprisioná-lo. III. A argumentação do texto baseia-se na comparação do ensino com elementos concretos, como gaiolas e asas.
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