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ARQUITETURA BRASILEIRA ARQUITETURA COLONIAL PROFESSORA: TAIS TREVISAN CENTRO UNIVERSITÁRIO FACVEST - UNIFACVEST SEMESTRE: 2022.2 AULA 03 Identificar as características da arquitetura e das cidades portuguesas. Descrever como era o contexto urbano na época em que os portugueses chegaram ao Brasil. Indicar as primeiras ações portuguesas no Brasil quanto à arquitetura e ao urbanismo. OBJETIVOS O território português foi povoado, ao longo dos anos, por diversas civilizações, que deram suas contribuições para a formação das cidades portuguesas. Devido as várias influências que as cidades portuguesas sofreram apresentam formas variadas, com algumas características em comum, as quais foram transpostas para o Brasil anos depois. Para Neves (2009), é possível destacar três tipos de cidades portuguesas: 1. cidades erguidas em morros, com o intuito de defesa; 2. cidades lineares, que surgem as margens dos rios ou no litoral atlântico; 3. cidades que unem as duas características anteriores. ANTECEDENTES: CARACTERÍSTICAS DAS CIDADES PORTUGUESAS C o im b ra (B ra u n – H o g e n b e rg , 1 5 9 8 ) Grande parte dessas cidades está em uma posição geográfica privilegiada, com condições naturais favoráveis ao seu desenvolvimento. Em geral, implantam-se em um ponto elevado do terreno, o que lhes permite o domínio visual sobre a envolvente e uma melhor defesa natural. Cercadas por muralhas, com poucas ruas e se conectavam ao exterior por meio de portas. CARACTERÍSTICAS DAS CIDADES PORTUGUESAS As igrejas estavam sempre localizadas na parte central da cidade. Devido a grande importância na época, passou a ser junto ao castelo, elemento central na cidade, em torno da qual se desenrola a vida quotidiana. Os castelos, câmaras, conventos, pelourinhos e judiarias eram os espaços urbanos principais e se destacavam na paisagem. Quanto a morfologias das cidades, não havia um padrão, existiam as cidades radiocêntricas, as de forma linear, as poligonais e outras próximas às encostas que tinham determinadas suas formas pelo rio ou mar. CARACTERÍSTICAS DAS CIDADES PORTUGUESAS ÓBIDOS ELVAS Considerada pela UNESCO como Patrimônio Mundial por conta dos conjuntos de fortificações datadas do século XVII a XIX. Entre os monumentos reconhecidos estão as Muralhas Seiscentistas de Elvas (século VXII), o Aqueduto de Amoreira (século VXII), os Fortes de Santa Luzia (século VXII) e de Nossa Senhora da Graça (século VXIII), os fortins de Santo Domingos, São Pedro e de São Mamede (século XIX) e o Centro Histórico da antiga praça-forte de Elvas. MONSARAZ MARVÃO Os elementos reguladores do território, os principais são os rios e o mar - barreiras geográficas de crescimento. As cidades se adaptavam aos sítios irregulares. As muralhas são fortificações medievais que nunca foram um obstáculo ao desenvolvimento da malha urbana, tendo as novas portas e as próprias muralhas acabado por estruturar os eixos de circulação e as funcionalidades da nova zonificação, criada em função dos novos espaços urbanos . À medida que os centros urbanos cresciam, novas construções surgiam nos lados externos das muralhas, sendo estas incapazes de controlar esse crescimento. O crescimento da maioria das cidades ocorre de modo orgânico e por consolidação da malha urbana. VALENÇA M a p a d e B ra u n io d e B ra g a ( 1 5 9 4 ) 1 - Sé; 2 - Castelo; 3 - Paço Arquiepiscopal; 4 - Casa da Câmara; 5 – Estudos Públicos. As cidades medievais portuguesas possuem muitos elementos em comum: as estreitas ruas formadas por pedras, grandes muralhas, castelos, pelourinhos, igrejas, torres e graciosas casinhas medievais. As aldeias foram resultado de diversas gerações de reis que queriam defender seu território, povoar e fortificar regiões. CARACTERÍSTICAS DAS CIDADES PORTUGUESAS apresentar malhas pouco regulares; grande dificuldade de orientação dentro das cidades, em virtude das malhas irregulares; fraco controle das cidades, tendo pouca relação de controle com seus vizinhos imediatos; apresentar espaços muito profundos, o que resultava em um alto grau de segregação; apresentar um desenvolvimento orgânico à medida que o tecido urbano ficava maior ; CARACTERÍSTICAS DAS CIDADES PORTUGUESAS ter nomes relacionados às atividades, como rua dos sapateiros, rua dos artesãos, etc.; ter um tecido urbano adaptado às condições topográficas; possuir áreas segregadas, por questões culturais, religiosas e sociais; não ter condições de promover um crescimento urbano que se valesse de planos, normas e leis passíveis de serem aplicadas na época; CARACTERÍSTICAS DAS CIDADES PORTUGUESAS CONTEXTO DO TERRITÓRIO BRASILEIRO EM 1500 A época do descobrimento do território brasileiro pelos europeus é uma parte da história que corresponde não só à realidade das nossas terras, mas ao contexto da Europa nesse período. A vinda dos portugueses se deu em um momento em que a Europa sofria uma transição no seu modo de produção: CAPITALISMO - FEUDALISMO Essas mudanças nos modos de produção fizeram o comércio se desenvolver, gerando um grande crescimento na economia europeia, pois visava ao acúmulo das riquezas. Na época, uma importante atividade e que gerava muito lucro era a Ida até as Índias para comprar suas famosas especiarias e revender na Europa. Juntamente ao desenvolvimento do comércio, ocorreu também o avanço da navegação marítima, incentivada pela busca de novas rotas comerciais e novos mercados para venda. Nesse momento, iniciaram-se as grandes navegações, das quais Portugal foi o grande pioneiro. CONTEXTO DO TERRITÓRIO BRASILEIRO EM 1500 A chegada dos portugueses ao Brasil iniciou o período conhecido como Pré-colonial No primeiro momento, os europeus se incorporaram na vida cotidiana dos indígenas, sem afetar a sua unidade e autonomia. Essa relação favoreceu o intercâmbio pacífico e as trocas de produtos entre os europeus e os indígenas. a política adotada pelos portugueses no Brasil foi o incentivo a construção de feitorias, como as quatro construídas em Pernambuco, Cabo Frio, Rio de Janeiro e na Baía de Todos os Santos - funcionavam como entrepostos comerciais de mercadorias para a Europa. CONTEXTO DO TERRITÓRIO BRASILEIRO EM 1500 As primeiras iniciativas de exploração do território brasileiro se deram no período entre 1503 e 1505. Durante essas explorações, iniciou-se a principal atividade econômica do Brasil da fase pré -colonial: a exploração do pau- brasil . A partir de 1530 é que de fato houve a colonização efetiva do território brasileiro, por meio da expedição de Martim Afonso de Sousa. Essa expedição culminou no reconhecimento da terra, introdução ao cultivo da cana-de-açúcar e criação e instalação dos primeiros engenhos. A partir do início da produção açucareira é que começaram a se formar povoados e pequenas vilas, que foram se expandindo aos poucos às regiões do país ao longo das décadas. Neste período, que vai de 1500 até 1600, a formação urbana do Brasil não foi muito desenvolvida. CONTEXTO DO TERRITÓRIO BRASILEIRO EM 1500 TRATADO DE TORDESILHAS Mapa O Brasil no planisfério anónimo português de 1502 A tarefa da colonização foi transferida para particulares , implantando as capitanias hereditárias. Nesse modelo, dividiu-se a colônia em lotes que foram doados a alguns donatários, cuja tarefa era desenvolver a área com recursos próprios, recebendo em troca uma parcela do poder público e alguns privilégios. Esses donatários tinham como obrigação doar latifúndios a quem tivesse capital e escravos para cultivá -los, criar vilas, cobrar impostos e repassá-los a coroa, administrar a justiça e estimular a agricultura. Esse sistemafracassou. Entre os principais motivos podemos citar: a falta de terras férteis em algumas áreas; o desinteresse de muitos donatários, aliado à falta de capital para investir; os ataques de índios que destruíram alguns engenhos e vilas; e a falta de comunicação entre as diversas capitanias. CONTEXTO DO TERRITÓRIO BRASILEIRO EM 1500 Em 1548, Portugal resolve criar o Governo-geral. O objetivo era auxiliar as capitanias hereditárias que, apesar de seu fracasso, não foram extintas, além de centralizar a administração da colônia. A primeira porção do território brasileiro que foi ocupada foi a área do litoral. Poucas cidades surgiram nesses primeiros anos sucessivos à vinda de Pedro Álvares Cabral para c. Podemos destacar o surgimento de Salvador, que era a capital do Governo geral do Brasil, e algumas cidades ligadas à produção e ao escoamento do açúcar, como Olinda, Recife e São Vicente. CONTEXTO DO TERRITÓRIO BRASILEIRO EM 1500 Observe a divisão de território: A vida social no período do Brasil colônia passava-se nas fazendas e engenhos de açúcar, que abrigavam o senhor responsável por coordenar a produção, sua família e seus escravos. Com o surgimento da pecuária, algumas vilas foram se formando, com o intuito de oferecer abrigo, descanso e algum comércio para os condutores das tropas de mulas que transportavam mercadorias para o interior do país. Nesse período, existiam poucas cidades no Brasil prevalecendo pequenos vilarejos - a população dessa época era ruralizada. Nos primeiros 30 anos após a vinda os portugueses buscavam defender a nova colônia contra as invasões de outros países. Quanto à economia, nesse período se criaram as bases econômicas que seguiram pelos três séculos seguintes: CONTEXTO DO TERRITÓRIO BRASILEIRO EM 1500 a produção voltada apenas a um produto, no caso a cana -de-açúcar – monocultura; o latifúndio, que eram grandes porções de terra para produção; e a mão de obra escrava. Conforme os anos passaram houve o processo de miscigenação entre os povos europeus, africanos e indígenas, gerando uma mistura de culturas que até hoje prevalece no nosso território. Outro ponto importante é que os padres jesuítas eram os responsáveis pela catequização dos indígenas e pelo ensino dos poucos habitantes que existiam na colônia. CONTEXTO DO TERRITÓRIO BRASILEIRO EM 1500 A definição da arquitetura colonial no Brasil é a construção realizada no atual território brasileiro desde 1500 até a independência do Brasil no inicio do século 19 (1822). Durante esse período, os colonos introduziram estilos da Europa nas colônias para adaptá-los às condições materiais e socioeconômicas locais. A importância do legado arquitetônico e artístico colonial no Brasil é atestada pelos conjuntos e monumentos desta origem que foram declarados Patrimônio Mundial pela UNESCO. Estes são os centros históricos de Salvador, Ouro Preto, Olinda, Diamantina, São Luís do Maranhão, Goiás Velho, o Santuário do Bom Jesus de Matosinhos em Congonhas do Campo e as ruínas das Missões Jesuíticas Guarani em São Miguel das Missões. ARQUITETURA COLONIAL NO BRASIL Olinda - Pernambuco Ouro Preto – Minas Gerais CENTRO HISTÓRICO DE SALVADOR As cidades deste período possuíam aspecto uniforme, com ruas delimitadas pelas edificações e sem passeio público . A ausência de vegetação também é uma característica marcante destas cidades. As tipologias arquitetônicas residenciais eram a casa térrea e o sobrado, ambas construídas sobre os l imites laterais e frontais do terreno, com padronização de suas plantas. Outras cidades fundadas no século XVI, como Olinda (1535) e o Rio de Janeiro (1565), caracterizam-se por terem sido fundadas perto do mar, mas sobre elevações do terreno, dividindo -se o povoamento em uma cidade alta e uma cidade baixa. De maneira geral a cidade alta abrigava a parte habitacional e administrativa e a parte baixa as áreas comercial e portuária. Essa disposição obedeceu a considerações de defesa, uma vez que nos primeiros tempos os assentamentos coloniais corriam constante risco de ataques de indígenas e europeus de outras nações. ARQUITETURA COLONIAL NO BRASIL PLANTA DE RESTITUIÇÃO DA BAHIA – SALVADOR – 1631 – João Albernaz A religião católica trazida pelas missões jesuítas, trouxeram com ela vieram as edificações religiosas ( igrejas, mosteiros, colégios e conventos) localizadas em locais altos, recebendo destaque na paisagem urbana. Não houve grandes modificações na configuração urbana das cidades. As edificações residenciais renunciavam a sua individualidade plástica para integrar -se a composição urbana da cidade, deixando o papel de destaque para os edifícios públicos, principalmente as igrejas. ARQUITETURA COLONIAL NO BRASIL Período referente à chegada dos portugueses: Ocupação do território = Arquitetura urbana Proteção do território = Arquitetura de defesa Evangelização = Arquitetura religiosa Ciclo econômico do açúcar = Arquitetura rural ARQUITETURA COLONIAL NO BRASIL Principais características da arquitetura colonial brasileira Forte influência de esti lo arquitetônico português da época. Na construção de residências era muito uti l izada a técnica da taipa de pilão (barro misturado com pedras pequenas). Muitos Fortes (com objetivos militares) foram construídos no l itoral brasileiro. Eram feitos, geralmente, de pedras e cal. Tinham formatos de castelos, com presença de torres. As igrejas também se destacaram muito na arquitetura colonial brasileira. No início da colonização eram simples capelas. Na época do Barroco (séculos XVII e XVIII) passaram a ser imponentes construções com lindas e detalhadas decorações internas (pinturas, entalhes e esculturas de imagens cristãs). Podemos destacar também a construção das residências dos senhores de engenho, que eram conhecidas como casas-grandes. Possuíam vários cômodos, portas grandes e varandas com alpendres . CARACTERISTICAS PRINCIPAIS SÍTIOS DO PATRIMÔNIO MUNDIAL CULTURAL NO BRASIL 1980 - A Cidade Histórica de Ouro Preto, Minas Gerais fundada no final do século XVII Fundada no final do século XVII, Ouro Preto foi o ponto central da corrida do ouro dos anos áureos da mineração no Brasil, no século XVIII. Com o esgotamento das minas de ouro, no século XIX, a influência da cidade diminuiu, mas muitas igrejas, pontes e chafarizes permanecem como testemunhos de seu passado de prosperidade e do excepcional talento do escultor barroco Aleijadinho. SÍTIOS DO PATRIMÔNIO MUNDIAL CULTURAL NO BRASIL SÍTIOS DO PATRIMÔNIO MUNDIAL CULTURAL NO BRASIL SÍTIOS DO PATRIMÔNIO MUNDIAL CULTURAL NO BRASIL 1982 - O Centro Histórico de Olinda, Pernambuco Fundada pelos portugueses no século XVI, a cidade tem uma história ligada à produção de açúcar. Reconstruída após ser saqueada por holandeses, seu tecido urbano central data do século XVIII. O equilíbrio harmonioso entre construções, jardins, 20 igrejas barrocas, conventos e numerosos pequenos passos (capelas) contribui para o charme particular de Olinda. SÍTIOS DO PATRIMÔNIO MUNDIAL CULTURAL NO BRASIL SÍTIOS DO PATRIMÔNIO MUNDIAL CULTURAL NO BRASIL 1985 - O Centro Histórico de Salvador, Bahia Como primeira capital do Brasil, entre 1549 e 1763, Salvador da Bahia testemunhou a mistura das culturas europeias, africanas e ameríndias. A cidade se tornou o primeiro mercado de escravos do Novo Mundo, com escravizados que chegavam para trabalhar nas plantações de açúcar. Salvador tem sido capaz de preservar muitos edifícios renascentistas excepcionais, com casas de cores intensas, decoradas com finos trabalhos de estuque. SÍTIOS DO PATRIMÔNIO MUNDIAL CULTURAL NO BRASIL SÍTIOS DO PATRIMÔNIO MUNDIAL CULTURAL NO BRASIL 1985 - O Santuáriodo Senhor Bom Jesus de Matosinhos, em Congonhas do Campo, Minas Gerais Este santuário, localizado em Congonhas, foi construído a partir da segunda metade do século XVIII. É formado por uma igreja, cujo interior é decorado em magnífico estilo rococó, de inspiração italiana; por uma escadaria externa decorada com estátuas dos Doze Profetas; e por seis capelas (passos) que representam as Estações da Cruz, que abrigam esculturas poli crômicas de Aleijadinho, obras-primas da arte barroca. SÍTIOS DO PATRIMÔNIO MUNDIAL CULTURAL NO BRASIL 1997 - O Centro Histórico de São Luís do Maranhão O centro histórico de São Luís – cidade fundada pelos franceses e ocupada pelos holandeses antes do domínio português – data do final do século XVII e preservou completamente o planejamento original, com ruas organizadas de maneira retangular. Graças a um período de estagnação econômica no início do século XX, um número excepcional de edifícios históricos foi conservado, um extraordinário exemplo de uma cidade colonial das nações ibéricas. SÍTIOS DO PATRIMÔNIO MUNDIAL CULTURAL NO BRASIL 1999 - Centro Histórico da Cidade de Diamantina, Minas Gerais Diamantina, uma cidade colonial encravada como uma joia em um colar de montanhas rochosas inóspitas, relembra a façanha dos garimpeiros de diamantes do século XVIII e testemunha o triunfo do esforço cultural e artístico dos sores humanos sobre o meio ambiente. SÍTIOS DO PATRIMÔNIO MUNDIAL CULTURAL NO BRASIL SÍTIOS DO PATRIMÔNIO MUNDIAL CULTURAL NO BRASIL 2001 - Centro Histórico da Cidade de Goiás A Cidade de Goiás testemunha a ocupação e a colonização das terras do Brasil central ao longo dos séculos XVIII e XIX. O traçado urbano é um exemplo do desenvolvimento orgânico de uma cidade mineradora, adaptada às condições da região. Ainda que modestas, tanto a arquitetura pública quanto a arquitetura privada formam um todo harmonioso, graças ao uso coerente de materiais e técnicas locais. SÍTIOS DO PATRIMÔNIO MUNDIAL CULTURAL NO BRASIL SÍTIOS DO PATRIMÔNIO MUNDIAL CULTURAL NO BRASIL 2019 - Paraty Localizada entre a Serra da Bocaina e o Oceano Atlântico, essa paisagem cultural inclui o centro histórico de Paraty, uma das cidades costeiras mais bem preservadas do Brasil , além de quatro áreas naturais protegidas da Mata Atlântica brasileira, um dos cinco principais focos de biodiversidade do mundo. No final do século XVII, Paraty foi o ponto final do Caminho do Ouro, a rota de envio do ouro para a Europa. Seu porto também serviu como ponto de entrada de ferramentas e escravos africanos trazidos para trabalhar nas minas. Um sistema de defesa foi construído para proteger a riqueza do porto e da cidade. O centro histórico de Paraty manteve seu projeto urbanístico do século XVIII e grande parte de sua arquitetura colonial, que data do século XVIII e início do século XIX. SÍTIOS DO PATRIMÔNIO MUNDIAL CULTURAL NO BRASIL PERIODO Séc. XVI (Descobrimento) – Séc. XIX (Independência do Brasil) Colonizadores importaram as correntes estilísticas da Europa, adaptando-as às condições ambientais, materiais e socioeconômicas locais. Renascentista - Maneirista - Barroco Rococó – Neoclássico ARQUITETURA COLONIAL NO BRASIL ARQUITETURA BRASIL COLÔNIA Período referente à chegada dos portugueses: Ocupação do território = Arquitetura urbana Proteção do território = Arquitetura de defesa Evangelização = Arquitetura religiosa Ciclo econômico do açúcar = Arquitetura rural OS ENGENHOS - ARQUITETURA RURAL Os Engenhos de cana eram formados basicamente por quatro edificações independentes: Moita – fábrica; Senzala; Casa - grande; Capela. O que os portugueses defendiam eram os portos por onde escoava a produção de açúcar. Os engenhos – unidades produtoras, são assentamentos rurais disseminados nos litorais paulista, carioca e nordestino. OS ENGENHOS localizavam-se próximo aos rios, pois a energia hidráulica era a mais barata e usavam-se os leitos dos rios também para escoar a produção em barcaças, em direção aos portos. as rodas d’água e a lógica da produção definiam o partido arquitetônico das moitas. A Casa Grande era a sede das fazendas, que abrigava o senhor de engenho, sua família seus agregados e hóspedes. A disposição dos ambientes internos é uma sequência de compartimentos, quartos ou alcovas, ligados por um corredor e contando, eventualmente, com uma varanda. Estas casas eram de apenas um pavimento de habitação, levantado do solo. A parte de baixo era ocupada por armazéns e pessoal de serviço. A técnica construtiva é a melhor disponível, podendo ser de alvenaria de pedra ou taipa de pilão, dependendo da região. Telhados de madeira e telhas de barro. CASA GRANDE As moitas dos engenhos ou fábricas, também foram construídas com caráter exclusivamente util itário, o que aproxima o engenho da construção militar. 1- Almanjarra e moenda; 2-Reservatório de madeira para o caldo de cana; 3- Bateria para evaporação e cozimento 4- Chaminé; 5- Depósito de cana. Consistia em uma vasta coberta sustentada por pilastras de ti jolos, fechada apenas até a altura de um homem. As canas verdes empilhadas em uma das extremidades, as parelhas girando sem cessar. MOITAS Casa Grande e Moita conjugadas Engenho Olhos d água, Ilhabela - SP Moita Engenho Poço Comprido, PE, Século XVII Fazenda Babilônia, Pirenópolis GO, Século XVII Casa Grande, Capela e Moita conjugadas SENZALAS As senzalas dos escravos negros, como expressão mais simples de uma habitação, não foram concebidas e construídas com intenção plástica alguma. O tipo mais frequente caracteriza-se por um conjunto de pequenos compartimentos conjugados, dispostos em linha reta, nem sempre com janelas, e com portas voltadas para um alpendre contínuo. Consistia em um comprido telheiro, feito de alvenaria de tijolos ou pau-a-pique, com celas medindo aproximadamente 3 m de comprimento e largura, cobertas também com telhas, as terças apoiando-se diretamente nas paredes. As portas eram de tábuas de madeira. O piso de terra batida e sem forro ou outra abertura. SENZALAS PLANTA BAIXA E CORTE DE UMA SENZALA SENZALAS Fazenda Paudalho, São José do Barreiro - SP FORTIFICAÇÕES ARQUITETURA DE DEFESA Essenciais para a defesa do território e espalhados ao longo de toda a costa. Os projetos eram da responsabilidade dos engenheiros militares e as construções apresentavam, apesar das dimensões, grande simplicidade plástica e soluções racionais. Forte de Santo Antônio da Barra - SalvadorForte de Copacabana – RJ – Séc. XIX Forte de São José da Ponta Grossa (SC) - 1740 Forte de São João da Bertioga (SP) - 1532 F o rt e d e S ã o M a rc e lo - S a lv a d o r- 1 6 2 3 F o rt e d e S a n ta C ru z d a B a rr a ( R J) FORTIFICAÇÕES CONSTRUÍDAS NO BRASIL INFLUÊNCIA RENASCENTISTA (ITALIANOS). No século XVII principalmente no litoral, mas ocupavam também o interior. Localizavam-se em sítio elevado, na proximidade das povoações, ou nas confluências das águas. O traçado dos recintos era determinado pelas novas técnicas bélicas (pólvora, canhão), modificando a altura das muralhas, agora mais baixas e grossas, afim de assimilar o impacto dos projéteis. A técnica construtiva era a taipa de pilão, considerada melhor até que as alvenarias e pedras, que acabavam se desgastando com os impactos das balas. Desenvolvimento das armas de fogo. As lutas passam a se desenrolar a distância. A forma das muralhas muda: poligonais ou estrelares (saliências e reentrâncias), permitindo manter sob fogo próximo as tropas que se aproximavam das portas das cidades. São eliminadas as torres, os muros são mais baixos (facili tar o transporte de armamentos)e adquirem mais massa. Surgem os engenheiros militares FORTIFICAÇÕES ARQUITETURA DE DEFESA As formas das nossas fortificações lembram estrelas, regulares e irregulares, poligonais (hexágono e eneágono) e circulares estas mais raras, reservadas aos fortes no mar. Nos fortes situados em terra é comum formas diferentes. Forte das Cinco Pontas Recife, PE (1608)Forte dos Reis Magos Natal Recife, RN (1608) FORTIFICAÇÕES ARQUITETURA DE DEFESA Forte Príncipe da Beira, Guajará Mirim – RO FORTIFICAÇÕES SÉCULO XVII I - CONSTRUÇÕES NA AMAZÔNIA – 3ª ETAPA Os fortes foram construídos adaptando-se ao relevo dos locais. Não faltavam capelas, os portais, o paiol, os alojamentos, as aberturas para canhões e eventualmente, elementos como fosso, poço, cisterna e sistema de captação de água de chuva. A fortaleza construída em Niterói assemelha-se a uma pequena cidade: possui escadas, túneis, celas e calabouços, capela e até ruas e vielas, quase formando um labirinto (ou uma pequena vila medieval). FORTIFICAÇÕES Fortaleza de Santa Cruz (Niterói-RJ)
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