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AULA 03_ARQUITETURA COLONIAL

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ARQUITETURA BRASILEIRA
ARQUITETURA COLONIAL
PROFESSORA: TAIS TREVISAN
CENTRO UNIVERSITÁRIO FACVEST - UNIFACVEST
SEMESTRE: 2022.2
AULA 03
 Identificar as características da arquitetura e das cidades 
portuguesas. 
 Descrever como era o contexto urbano na época em que os 
portugueses chegaram ao Brasil.
 Indicar as primeiras ações portuguesas no Brasil quanto à 
arquitetura e ao urbanismo.
OBJETIVOS
 O território português foi povoado, ao longo dos anos, por 
diversas civilizações, que deram suas contribuições para a 
formação das cidades portuguesas. 
 Devido as várias influências que as cidades portuguesas 
sofreram apresentam formas variadas, com algumas 
características em comum, as quais foram transpostas para o 
Brasil anos depois.
 Para Neves (2009), é possível destacar três tipos de cidades 
portuguesas:
1. cidades erguidas em morros, com o intuito de defesa; 
2. cidades lineares, que surgem as margens dos rios ou 
no litoral atlântico; 
3. cidades que unem as duas características anteriores.
ANTECEDENTES: 
CARACTERÍSTICAS DAS CIDADES PORTUGUESAS
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 Grande parte dessas cidades está em uma posição 
geográfica privilegiada, com condições naturais 
favoráveis ao seu desenvolvimento. 
 Em geral, implantam-se em um ponto elevado do 
terreno, o que lhes permite o domínio visual sobre a 
envolvente e uma melhor defesa natural.
 Cercadas por muralhas, com poucas ruas e se 
conectavam ao exterior por meio de portas.
CARACTERÍSTICAS DAS CIDADES 
PORTUGUESAS
 As igrejas estavam sempre localizadas na parte central da 
cidade. Devido a grande importância na época, passou a 
ser junto ao castelo, elemento central na cidade, em torno 
da qual se desenrola a vida quotidiana. 
 Os castelos, câmaras, conventos, pelourinhos e judiarias 
eram os espaços urbanos principais e se destacavam na 
paisagem.
 Quanto a morfologias das cidades, não havia um padrão, 
existiam as cidades radiocêntricas, as de forma linear, as 
poligonais e outras próximas às encostas que tinham 
determinadas suas formas pelo rio ou mar.
CARACTERÍSTICAS DAS CIDADES 
PORTUGUESAS
ÓBIDOS
ELVAS
Considerada pela UNESCO como Patrimônio Mundial por conta dos conjuntos de fortificações
datadas do século XVII a XIX.
Entre os monumentos reconhecidos estão as Muralhas Seiscentistas de Elvas (século VXII), o
Aqueduto de Amoreira (século VXII), os Fortes de Santa Luzia (século VXII) e de Nossa Senhora
da Graça (século VXIII), os fortins de Santo Domingos, São Pedro e de São Mamede (século XIX)
e o Centro Histórico da antiga praça-forte de Elvas.
MONSARAZ
MARVÃO
 Os elementos reguladores do território, os principais são os 
rios e o mar - barreiras geográficas de crescimento. 
 As cidades se adaptavam aos sítios irregulares.
 As muralhas são fortificações medievais que nunca foram um 
obstáculo ao desenvolvimento da malha urbana, tendo as 
novas portas e as próprias muralhas acabado por estruturar 
os eixos de circulação e as funcionalidades da nova 
zonificação, criada em função dos novos espaços urbanos .
 À medida que os centros urbanos cresciam, novas 
construções surgiam nos lados externos das muralhas, sendo 
estas incapazes de controlar esse crescimento.
 O crescimento da maioria das cidades ocorre de modo 
orgânico e por consolidação da malha urbana. 
VALENÇA
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1 - Sé; 2 - Castelo; 3 - Paço Arquiepiscopal; 
4 - Casa da Câmara; 5 – Estudos Públicos.
 As cidades medievais portuguesas possuem muitos 
elementos em comum: 
 as estreitas ruas formadas por pedras, 
 grandes muralhas, 
 castelos, 
 pelourinhos, 
 igrejas, 
 torres e 
 graciosas casinhas medievais. 
As aldeias foram resultado de diversas gerações de reis que 
queriam defender seu território, povoar e fortificar regiões.
CARACTERÍSTICAS DAS CIDADES 
PORTUGUESAS
 apresentar malhas pouco regulares; 
 grande dificuldade de orientação dentro das cidades, em 
virtude das malhas irregulares;
 fraco controle das cidades, tendo pouca relação de 
controle com seus vizinhos imediatos;
 apresentar espaços muito profundos, o que resultava em 
um alto grau de segregação;
 apresentar um desenvolvimento orgânico à medida que o 
tecido urbano ficava maior ;
CARACTERÍSTICAS DAS CIDADES 
PORTUGUESAS
 ter nomes relacionados às atividades, como rua dos 
sapateiros, rua dos artesãos, etc.;
 ter um tecido urbano adaptado às condições topográficas; 
 possuir áreas segregadas, por questões culturais, religiosas 
e sociais; 
 não ter condições de promover um crescimento urbano que 
se valesse de planos, normas e leis passíveis de serem 
aplicadas na época;
CARACTERÍSTICAS DAS CIDADES 
PORTUGUESAS
CONTEXTO DO TERRITÓRIO 
BRASILEIRO EM 1500
 A época do descobrimento do território brasileiro pelos 
europeus é uma parte da história que corresponde não só à 
realidade das nossas terras, mas ao contexto da Europa nesse 
período. 
 A vinda dos portugueses se deu em um momento em que a 
Europa sofria uma transição no seu modo de produção:
CAPITALISMO - FEUDALISMO
 Essas mudanças nos modos de produção fizeram o comércio 
se desenvolver, gerando um grande crescimento na economia 
europeia, pois visava ao acúmulo das riquezas. 
 Na época, uma importante atividade e que gerava muito lucro 
era a Ida até as Índias para comprar suas famosas 
especiarias e revender na Europa. 
 Juntamente ao 
desenvolvimento do 
comércio, ocorreu também o 
avanço da navegação 
marítima, incentivada pela 
busca de novas rotas 
comerciais e novos 
mercados para venda. Nesse 
momento, iniciaram-se as 
grandes navegações, das 
quais Portugal foi o grande 
pioneiro. 
CONTEXTO DO TERRITÓRIO 
BRASILEIRO EM 1500
 A chegada dos portugueses ao Brasil iniciou o período 
conhecido como Pré-colonial
 No primeiro momento, os europeus se incorporaram na vida 
cotidiana dos indígenas, sem afetar a sua unidade e 
autonomia. 
 Essa relação favoreceu o intercâmbio pacífico e as trocas 
de produtos entre os europeus e os indígenas. 
 a política adotada pelos portugueses no Brasil foi o 
incentivo a construção de feitorias, como as quatro 
construídas em Pernambuco, Cabo Frio, Rio de Janeiro e na 
Baía de Todos os Santos - funcionavam como entrepostos 
comerciais de mercadorias para a Europa. 
CONTEXTO DO TERRITÓRIO 
BRASILEIRO EM 1500
 As primeiras iniciativas de exploração do território brasileiro se 
deram no período entre 1503 e 1505. 
 Durante essas explorações, iniciou-se a principal atividade 
econômica do Brasil da fase pré -colonial: a exploração do pau-
brasil .
 A partir de 1530 é que de fato houve a colonização efetiva do 
território brasileiro, por meio da expedição de Martim Afonso de 
Sousa. 
 Essa expedição culminou no reconhecimento da terra, introdução 
ao cultivo da cana-de-açúcar e criação e instalação dos 
primeiros engenhos.
 A partir do início da produção açucareira é que começaram a se 
formar
 povoados e pequenas vilas, que foram se expandindo aos poucos 
às regiões do país ao longo das décadas. 
 Neste período, que vai de 1500 até 1600, a formação urbana do 
Brasil não foi muito desenvolvida. 
CONTEXTO DO TERRITÓRIO 
BRASILEIRO EM 1500
TRATADO DE TORDESILHAS 
Mapa 
O Brasil no planisfério anónimo
português de 1502
 A tarefa da colonização foi transferida para particulares , 
implantando as capitanias hereditárias. 
 Nesse modelo, dividiu-se a colônia em lotes que foram doados a 
alguns donatários, cuja tarefa era desenvolver a área com 
recursos próprios, recebendo em troca uma parcela do poder 
público e alguns privilégios. 
 Esses donatários tinham como obrigação doar latifúndios a 
quem tivesse capital e escravos para cultivá -los, criar vilas, 
cobrar impostos e repassá-los a coroa, administrar a justiça e 
estimular a agricultura. 
 Esse sistemafracassou. 
 Entre os principais motivos podemos citar:
 a falta de terras férteis em algumas áreas; 
 o desinteresse de muitos donatários, aliado à falta de capital para 
investir; 
 os ataques de índios que destruíram alguns engenhos e vilas; 
 e a falta de comunicação entre as diversas capitanias.
CONTEXTO DO TERRITÓRIO 
BRASILEIRO EM 1500
 Em 1548, Portugal resolve criar o Governo-geral. 
 O objetivo era auxiliar as capitanias hereditárias que, apesar 
de seu fracasso, não foram extintas, além de centralizar a 
administração da colônia.
 A primeira porção do território brasileiro que foi ocupada foi a 
área do litoral. 
 Poucas cidades surgiram nesses primeiros anos sucessivos à 
vinda de Pedro Álvares Cabral para c.
 Podemos destacar o surgimento de Salvador, que era a 
capital do Governo geral do Brasil, e algumas cidades ligadas 
à produção e ao escoamento do açúcar, como Olinda, Recife e 
São Vicente. 
CONTEXTO DO TERRITÓRIO 
BRASILEIRO EM 1500
Observe a divisão de território: 
 A vida social no período do Brasil colônia passava-se nas 
fazendas e engenhos de açúcar, que abrigavam o senhor 
responsável por coordenar a produção, sua família e seus 
escravos. 
 Com o surgimento da pecuária, algumas vilas foram se 
formando, com o intuito de oferecer abrigo, descanso e algum 
comércio para os condutores das tropas de mulas que 
transportavam mercadorias para o interior do país. 
 Nesse período, existiam poucas cidades no Brasil prevalecendo 
pequenos vilarejos - a população dessa época era ruralizada. 
 Nos primeiros 30 anos após a vinda os portugueses buscavam 
defender a nova colônia contra as invasões de outros países.
 Quanto à economia, nesse período se criaram as bases 
econômicas que seguiram pelos três séculos seguintes:
CONTEXTO DO TERRITÓRIO 
BRASILEIRO EM 1500
 a produção voltada apenas a um produto, no caso a cana -de-açúcar –
monocultura; 
 o latifúndio, que eram grandes porções de terra para produção; 
 e a mão de obra escrava. 
 Conforme os anos passaram houve o processo de 
miscigenação entre os povos europeus, africanos e indígenas, 
gerando uma mistura de culturas que até hoje prevalece no 
nosso território. 
 Outro ponto importante é que os padres jesuítas eram os 
responsáveis pela catequização dos indígenas e pelo ensino 
dos poucos habitantes que existiam na colônia.
CONTEXTO DO TERRITÓRIO 
BRASILEIRO EM 1500
 A definição da arquitetura colonial no Brasil é a construção 
realizada no atual território brasileiro desde 1500 até a 
independência do Brasil no inicio do século 19 (1822).
 Durante esse período, os colonos introduziram estilos da 
Europa nas colônias para adaptá-los às condições materiais 
e socioeconômicas locais. 
 A importância do legado arquitetônico e artístico colonial 
no Brasil é atestada pelos conjuntos e monumentos desta 
origem que foram declarados Patrimônio Mundial pela 
UNESCO. Estes são os centros históricos de Salvador, Ouro 
Preto, Olinda, Diamantina, São Luís do Maranhão, Goiás 
Velho, o Santuário do Bom Jesus de Matosinhos em 
Congonhas do Campo e as ruínas das Missões Jesuíticas 
Guarani em São Miguel das Missões.
ARQUITETURA COLONIAL NO BRASIL
Olinda - Pernambuco
Ouro Preto – Minas Gerais
CENTRO HISTÓRICO DE SALVADOR
 As cidades deste período possuíam aspecto uniforme, com ruas 
delimitadas pelas edificações e sem passeio público .
 A ausência de vegetação também é uma característica marcante 
destas cidades. 
 As tipologias arquitetônicas residenciais eram a casa térrea e o 
sobrado, ambas construídas sobre os l imites laterais e frontais do 
terreno, com padronização de suas plantas.
 Outras cidades fundadas no século XVI, como Olinda (1535) e o Rio 
de Janeiro (1565), caracterizam-se por terem sido fundadas perto 
do mar, mas sobre elevações do terreno, dividindo -se o povoamento 
em uma cidade alta e uma cidade baixa. 
 De maneira geral a cidade alta abrigava a parte habitacional e 
administrativa e a parte baixa as áreas comercial e portuária. Essa 
disposição obedeceu a considerações de defesa, uma vez que nos 
primeiros tempos os assentamentos coloniais corriam constante 
risco de ataques de indígenas e europeus de outras nações.
ARQUITETURA COLONIAL NO BRASIL
PLANTA DE RESTITUIÇÃO DA BAHIA – SALVADOR – 1631 – João Albernaz
 A religião católica trazida pelas missões jesuítas, trouxeram com 
ela vieram as edificações religiosas ( igrejas, mosteiros, colégios e 
conventos) localizadas em locais altos, recebendo destaque na 
paisagem urbana. 
 Não houve grandes modificações na configuração urbana das 
cidades. 
 As edificações residenciais renunciavam a sua individualidade 
plástica para integrar -se a composição urbana da cidade, deixando 
o papel de destaque para os edifícios públicos, principalmente as 
igrejas.
ARQUITETURA COLONIAL NO BRASIL
Período referente à chegada dos portugueses:
Ocupação do território = Arquitetura urbana
Proteção do território = Arquitetura de defesa
Evangelização = Arquitetura religiosa
Ciclo econômico do açúcar = Arquitetura rural
ARQUITETURA COLONIAL NO BRASIL
Principais características da arquitetura colonial brasileira 
 Forte influência de esti lo arquitetônico português da época. 
 Na construção de residências era muito uti l izada a técnica da taipa 
de pilão (barro misturado com pedras pequenas). 
 Muitos Fortes (com objetivos militares) foram construídos no l itoral 
brasileiro. 
 Eram feitos, geralmente, de pedras e cal. 
 Tinham formatos de castelos, com presença de torres. 
 As igrejas também se destacaram muito na arquitetura colonial 
brasileira. 
 No início da colonização eram simples capelas.
 Na época do Barroco (séculos XVII e XVIII) passaram a ser imponentes 
construções com lindas e detalhadas decorações internas (pinturas, entalhes 
e esculturas de imagens cristãs). 
 Podemos destacar também a construção das residências dos 
senhores de engenho, que eram conhecidas como casas-grandes.
 Possuíam vários cômodos, portas grandes e varandas com alpendres .
CARACTERISTICAS PRINCIPAIS
SÍTIOS DO PATRIMÔNIO MUNDIAL 
CULTURAL NO BRASIL
1980 - A Cidade Histórica de Ouro Preto, Minas Gerais fundada no final do século XVII
 Fundada no final do século XVII, Ouro Preto foi o ponto central 
da corrida do ouro dos anos áureos da mineração no Brasil, 
no século XVIII. 
 Com o esgotamento das minas de ouro, no século XIX, a 
influência da cidade diminuiu, mas muitas igrejas, pontes e 
chafarizes permanecem como testemunhos de seu passado 
de prosperidade e do excepcional talento do escultor barroco 
Aleijadinho.
SÍTIOS DO PATRIMÔNIO MUNDIAL 
CULTURAL NO BRASIL
SÍTIOS DO PATRIMÔNIO MUNDIAL 
CULTURAL NO BRASIL
SÍTIOS DO PATRIMÔNIO MUNDIAL 
CULTURAL NO BRASIL
1982 - O Centro Histórico de Olinda, Pernambuco
 Fundada pelos portugueses no século XVI, a cidade tem uma 
história ligada à produção de açúcar. 
 Reconstruída após ser saqueada por holandeses, seu tecido 
urbano central data do século XVIII. 
 O equilíbrio harmonioso entre construções, jardins, 20 igrejas 
barrocas, conventos e numerosos pequenos passos (capelas) 
contribui para o charme particular de Olinda.
SÍTIOS DO PATRIMÔNIO MUNDIAL 
CULTURAL NO BRASIL
SÍTIOS DO PATRIMÔNIO MUNDIAL 
CULTURAL NO BRASIL
1985 - O Centro Histórico de Salvador, Bahia
 Como primeira capital do Brasil, entre 1549 e 1763, Salvador 
da Bahia testemunhou a mistura das culturas europeias, 
africanas e ameríndias.
 A cidade se tornou o primeiro mercado de escravos do Novo 
Mundo, com escravizados que chegavam para trabalhar nas 
plantações de açúcar. 
 Salvador tem sido capaz de preservar muitos edifícios 
renascentistas excepcionais, com casas de cores intensas, 
decoradas com finos trabalhos de estuque.
SÍTIOS DO PATRIMÔNIO MUNDIAL 
CULTURAL NO BRASIL
SÍTIOS DO PATRIMÔNIO MUNDIAL 
CULTURAL NO BRASIL
1985 - O Santuáriodo Senhor Bom Jesus de Matosinhos, em Congonhas do Campo, Minas Gerais
 Este santuário, localizado em Congonhas, foi construído a 
partir da segunda metade do século XVIII. 
 É formado por uma igreja, cujo interior é decorado em 
magnífico estilo rococó, de inspiração italiana; por uma 
escadaria externa decorada com estátuas dos Doze Profetas; 
e por seis capelas (passos) que representam as Estações da 
Cruz, que abrigam esculturas poli crômicas de Aleijadinho, 
obras-primas da arte barroca.
SÍTIOS DO PATRIMÔNIO MUNDIAL 
CULTURAL NO BRASIL
1997 - O Centro Histórico de São Luís do Maranhão
 O centro histórico de São Luís – cidade fundada pelos 
franceses e ocupada pelos holandeses antes do domínio 
português – data do final do século XVII e preservou 
completamente o planejamento original, com ruas 
organizadas de maneira retangular. 
 Graças a um período de estagnação econômica no início do 
século XX, um número excepcional de edifícios históricos foi 
conservado, um extraordinário exemplo de uma cidade 
colonial das nações ibéricas.
SÍTIOS DO PATRIMÔNIO MUNDIAL 
CULTURAL NO BRASIL
1999 - Centro Histórico da Cidade de Diamantina, Minas Gerais
 Diamantina, uma cidade colonial encravada como uma joia 
em um colar de montanhas rochosas inóspitas, relembra a 
façanha dos garimpeiros de diamantes do século XVIII e 
testemunha o triunfo do esforço cultural e artístico dos sores 
humanos sobre o meio ambiente.
SÍTIOS DO PATRIMÔNIO MUNDIAL 
CULTURAL NO BRASIL
SÍTIOS DO PATRIMÔNIO MUNDIAL 
CULTURAL NO BRASIL
2001 - Centro Histórico da Cidade de Goiás
 A Cidade de Goiás testemunha a ocupação e a colonização 
das terras do Brasil central ao longo dos séculos XVIII e XIX. 
 O traçado urbano é um exemplo do desenvolvimento orgânico 
de uma cidade mineradora, adaptada às condições da região. 
Ainda que modestas, tanto a arquitetura pública quanto a 
arquitetura privada formam um todo harmonioso, graças ao 
uso coerente de materiais e técnicas locais.
SÍTIOS DO PATRIMÔNIO MUNDIAL 
CULTURAL NO BRASIL
SÍTIOS DO PATRIMÔNIO MUNDIAL 
CULTURAL NO BRASIL
2019 - Paraty
 Localizada entre a Serra da Bocaina e o Oceano Atlântico, essa 
paisagem cultural inclui o centro histórico de Paraty, uma das 
cidades costeiras mais bem preservadas do Brasil , além de 
quatro áreas naturais protegidas da Mata Atlântica brasileira, 
um dos cinco principais focos de biodiversidade do mundo. 
 No final do século XVII, Paraty foi o ponto final do Caminho do 
Ouro, a rota de envio do ouro para a Europa. 
 Seu porto também serviu como ponto de entrada de ferramentas 
e escravos africanos trazidos para trabalhar nas minas. 
 Um sistema de defesa foi construído para proteger a riqueza do 
porto e da cidade. 
 O centro histórico de Paraty manteve seu projeto urbanístico do 
século XVIII e grande parte de sua arquitetura colonial, que data 
do século XVIII e início do século XIX.
SÍTIOS DO PATRIMÔNIO MUNDIAL 
CULTURAL NO BRASIL
 PERIODO
Séc. XVI (Descobrimento) –
Séc. XIX (Independência do Brasil)
 Colonizadores importaram as correntes estilísticas 
da Europa, adaptando-as às condições ambientais, 
materiais e socioeconômicas locais. 
Renascentista - Maneirista - Barroco 
Rococó – Neoclássico
ARQUITETURA COLONIAL NO BRASIL
ARQUITETURA BRASIL COLÔNIA
Período referente à chegada dos portugueses:
 Ocupação do território = Arquitetura urbana
 Proteção do território = Arquitetura de defesa
 Evangelização = Arquitetura religiosa
 Ciclo econômico do açúcar = Arquitetura rural
OS ENGENHOS - ARQUITETURA RURAL 
 Os Engenhos de cana eram formados basicamente 
por quatro edificações independentes:
 Moita – fábrica;
 Senzala;
 Casa - grande;
 Capela.
 O que os portugueses defendiam eram os portos por 
onde escoava a produção de açúcar. 
 Os engenhos – unidades produtoras, são 
assentamentos rurais disseminados nos litorais 
paulista, carioca e nordestino.
OS ENGENHOS
 localizavam-se próximo aos rios, pois a energia hidráulica era a 
mais barata e usavam-se os leitos dos rios também para escoar 
a produção em barcaças, em direção aos portos.
 as rodas 
d’água e a 
lógica da 
produção 
definiam o 
partido 
arquitetônico 
das moitas.
 A Casa Grande era a sede das fazendas, que abrigava o 
senhor de engenho, sua família seus agregados e hóspedes. 
 A disposição dos ambientes internos é uma sequência de 
compartimentos, quartos ou alcovas, ligados por um corredor 
e contando, eventualmente, com uma varanda. 
 Estas casas eram de apenas um pavimento de habitação, 
levantado do solo. 
 A parte de baixo era ocupada por armazéns e pessoal de 
serviço. 
 A técnica construtiva é a melhor disponível, podendo ser de 
alvenaria de pedra ou taipa de pilão, dependendo da região. 
 Telhados de madeira e telhas de barro.
CASA GRANDE 
 As moitas dos engenhos ou fábricas, também foram construídas 
com caráter exclusivamente util itário, o que aproxima o engenho 
da construção militar. 
1- Almanjarra e moenda; 
2-Reservatório de madeira 
para o caldo de cana; 
3- Bateria para evaporação e 
cozimento 
4- Chaminé; 
5- Depósito de cana. 
 Consistia em uma vasta coberta sustentada por pilastras de 
ti jolos, fechada apenas até a altura de um homem. As canas 
verdes empilhadas em uma das extremidades, as parelhas 
girando sem cessar.
MOITAS 
Casa Grande e Moita conjugadas
Engenho Olhos d água, 
Ilhabela - SP
Moita
Engenho Poço Comprido, PE, 
Século XVII 
Fazenda Babilônia, Pirenópolis GO, Século XVII
Casa Grande, Capela e Moita conjugadas 
SENZALAS
 As senzalas dos escravos negros, como expressão mais 
simples de uma habitação, não foram concebidas e 
construídas com intenção plástica alguma. 
 O tipo mais frequente caracteriza-se por um conjunto de 
pequenos compartimentos conjugados, dispostos em linha 
reta, nem sempre com janelas, e com portas voltadas para 
um alpendre contínuo. 
 Consistia em um comprido telheiro, feito de alvenaria de 
tijolos ou pau-a-pique, com celas medindo aproximadamente 
3 m de comprimento e largura, cobertas também com telhas, 
as terças apoiando-se diretamente nas paredes. 
 As portas eram de tábuas de madeira. 
 O piso de terra batida e sem forro ou outra abertura.
SENZALAS
PLANTA BAIXA E CORTE 
DE UMA SENZALA
SENZALAS
Fazenda Paudalho, 
São José do Barreiro - SP
FORTIFICAÇÕES 
ARQUITETURA DE DEFESA
 Essenciais para a defesa do território e espalhados ao 
longo de toda a costa. 
 Os projetos eram da responsabilidade dos engenheiros 
militares e as construções apresentavam, apesar das 
dimensões, grande simplicidade plástica e soluções 
racionais. 
Forte de Santo Antônio da Barra - SalvadorForte de Copacabana – RJ – Séc. XIX
Forte de São José da Ponta Grossa (SC) - 1740
Forte de São João da Bertioga (SP) - 1532
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FORTIFICAÇÕES CONSTRUÍDAS NO BRASIL 
INFLUÊNCIA RENASCENTISTA (ITALIANOS). 
 No século XVII principalmente no litoral, mas ocupavam 
também o interior. 
 Localizavam-se em sítio elevado, na proximidade das 
povoações, ou nas confluências das águas. 
 O traçado dos recintos era determinado pelas novas 
técnicas bélicas (pólvora, canhão), modificando a altura 
das muralhas, agora mais baixas e grossas, afim de 
assimilar o impacto dos projéteis. 
 A técnica construtiva era a taipa de pilão, considerada 
melhor até que as alvenarias e pedras, que acabavam se 
desgastando com os impactos das balas.
Desenvolvimento das armas de fogo. 
As lutas passam a se desenrolar a distância. 
A forma das muralhas muda: poligonais ou estrelares (saliências 
e reentrâncias), permitindo manter sob fogo próximo as tropas 
que se aproximavam das portas das cidades. 
São eliminadas as torres, os muros são mais baixos (facili tar o 
transporte de armamentos)e adquirem mais massa. 
Surgem os engenheiros militares
FORTIFICAÇÕES 
ARQUITETURA DE DEFESA
 As formas das nossas fortificações lembram estrelas, 
regulares e irregulares, poligonais (hexágono e eneágono) e 
circulares estas mais raras, reservadas aos fortes no mar.
 Nos fortes situados em terra é comum formas diferentes. 
Forte das Cinco Pontas Recife, PE (1608)Forte dos Reis Magos Natal Recife, RN (1608)
FORTIFICAÇÕES 
ARQUITETURA DE DEFESA
Forte Príncipe da Beira, Guajará Mirim – RO
FORTIFICAÇÕES
SÉCULO XVII I - CONSTRUÇÕES NA AMAZÔNIA – 3ª ETAPA
 Os fortes foram construídos adaptando-se ao relevo dos 
locais. 
 Não faltavam capelas, os portais, o paiol, os alojamentos, 
as aberturas para canhões e eventualmente, elementos 
como fosso, poço, cisterna e sistema de captação de água 
de chuva. 
 A fortaleza construída em Niterói assemelha-se a uma 
pequena cidade: 
 possui escadas, 
 túneis, 
 celas e calabouços, 
 capela e 
 até ruas e vielas, 
 quase formando um labirinto (ou uma pequena vila medieval).
FORTIFICAÇÕES
Fortaleza de Santa Cruz (Niterói-RJ)

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