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Literatura Medieval e Renascimento

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LITERATURA MEDIEVAL e RENASCIMENTO (resumo) 
 
Uma das principais características da literatura na Idade Média é a importância 
dada aos temas religiosos. Os textos e livros eram escritos principalmente por monges e 
integrantes do alto clero (bispos, arcebispos, papa). Como a maioria da população não 
sabia ler na Idade Média, esta literatura ficava restrita aos integrantes do clero e membros 
da nobreza. 
 
Principais características da Literatura Medieval: 
 
- Abordagem de temas religiosos: vida de santos, alma humana, moral cristã, existência de 
Deus, passagens da Bíblia Sagrada, interpretações religiosas de aspectos cotidianos, etc. 
 
- Influência da filosofia grega, principalmente dos filósofos Aristóteles e Platão. 
 
- Textos escritos em latim. 
 
- Livros feitos à mão e copiados (reproduzidos) pelos monges copistas. 
 
- Usavam o pergaminho para escrever os textos. 
 
- Os livros eram ilustrados com iluminuras (desenhos feitos nas margens). 
- A partir do século XII começam ser escritos textos relatando feitos heroicos, guerras e 
batalhas, Cruzadas e a vida dos cavaleiros medievais. Neste contexto, destaca-se o Ciclo 
Literário Arturiano, que se refere ao Rei Arthur e os Cavaleiros da Távola Redonda. 
 
Trovadorismo 
 
O trovadorismo foi a primeira manifestação literária da língua portuguesa. Surgiu no 
século XII e destacou-se pelas cantigas de amor, de escárnio, de maldizer e de amigo. Os 
mais importantes trovadores deste período foram: Paio Soares de Taveirós, Dom Dinis e 
Dom Duarte. 
 A poesia composta nessa época pode ser dividida em dois gêneros: o lírico, em 
que o amor é a temática principal e o satírico (cantigas de escárnio e maldizer), cujo 
objetivo é criticar alguém, ridicularizando-o de forma sutil ou grosseira. As cantigas líricas, 
em que o amor é a temática constante, subdividem-se: 
 cantigas de amor, (eu lírico masculino) e cantigas de amigo (eu lírico feminino). 
 
 
Principais escritores medievais: 
 
- Boecio 
- Geoffrey Chaucer 
- Giovanni Boccaccio 
- Santo Agostinho 
- São Tomás de Aquino 
- Paio Soares de Taveirós 
- Dante Alighieri 
 
Curiosidade: 
 
- Robin Hood, um dos mais conhecidos heróis míticos medievais, surgiu na literatura 
popular inglesa em 1375. 
 
HUMANISMO 
No final da Idade Média a estrutura feudal, desgastada, começou a dar lugar a uma 
nova ordem social, econômica, política e cultural. Todas essas transformações trouxeram 
mudanças no modo de pensar de muitas pessoas, principalmente as mais ricas que 
residiam nas grandes cidades. Nesse contexto desenvolveram-se movimentos de caráter 
intelectual, científico e artístico, veremos três deles a seguir. 
O humanismo foi um movimento artístico e intelectual surgido na Itália no 
século XIV e que valorizou a Antiguidade Clássica. Para os humanistas o homem era 
a medida de todas as coisas e estava no centro do universo (antropocentrismo). 
Assim, consideravam o homem não só uma criatura espectadora da obra de Deus, mas, 
dotado de razão, era autor de grandes realizações. Essa visão contrariava a Igreja que via 
o homem marcado pelo pecado e dependente da fé para a salvação da alma. Entretanto, 
os humanistas buscavam o equilíbrio entre os autores pagãos da Antiguidade e os 
ensinamentos cristãos da Bíblia. 
O humanismo foi uma época de transição entre a Idade Média e o Renascimento. 
Como o próprio nome já diz, o ser humano passou a ser valorizado. Foi nessa época que 
surgiu uma nova classe social: a burguesia. Os burgueses não eram nem servos e nem 
comerciantes. Com o aparecimento desta nova classe social foram aparecendo as cidades 
e muitos homens que moravam no campo se mudaram para morar nestas cidades, como 
conseqüência o regime feudal de servidão desapareceu. Foram criadas novas leis e o poder 
parou nas mãos daqueles que, apesar de não serem nobres, eram ricos. O “status” 
econômico passou a ser muito valorizado, muito mais do que o título de nobreza. As 
Grandes Navegações trouxeram ao homem confiança de sua capacidade e vontade de 
conhecer e descobrir várias coisas. A religião começou a decair (mas não desapareceu) e 
o teocentrismo deu lugar ao antropocentrismo, ou seja, o homem passou a ser o centro de 
tudo e não mais Deus. 
Os artistas começaram a dar mais valor às emoções humanas. 
É bom ressaltar que todas essas mudanças não ocorreram do dia para a noite. 
HUMANISMO = TEOCENTRISMO X ANTROPOCENTRISMO 
 
Inspirados pelos humanistas, artistas italianos iniciaram um movimento cultural 
conhecido como Renascimento. O grande interesse dos renascentistas era recuperar 
elementos da cultura greco-romana para os seus dias. 
Considerado o maior representante da literatura renascentista de Portugal antes 
de Camões, Gil Vicente só não é o primeiro dramaturgo português como também fundou 
uma tradição no teatro que inspirou diversas produções em Portugal, em outros países 
europeus e no Brasil. Ele viveu, acredita-se, entre os anos de 1465 e 1537 ( Período de 
transição entre o Humanismo e o Renascimento), não se sabe ao certo a data. Ele também 
se destacou no cenário português por organizar os espetáculos palacianos, como festejos 
de casamento, nascimento, recepção de membros da realeza e comemoração de datas 
cristãs, como a Páscoa e o Natal. 
Valendo-se do prestígio que adquiriu na corte foi que Gil Vicente pode satirizar, 
através das obras teatrais, os vícios do clero e da nobreza. É através dessas obras que 
o dramaturgo realiza uma síntese ibérica e original das tradições medievais do teatro, 
retomando os “milagres”, os “mistérios”, com consciência moral renovadora – própria do 
Renascimento cristão – que suas comédias se revelam na expressão satírica, de humor 
saboroso e popular, arma de direta eficácia. Ele recriou em suas farsas e autos pastoris os 
diferentes aspectos da vida de Portugal do século XVI, tanto da Lisboa onde emergia a 
revolução marítima e comercial, como o meio camponês com sua linguagem, folclore e 
costumes peculiares. 
Dirigindo-se a uma platéia requintada, a corte dos reis D. Manuel e D. João III, onde 
imperava o orgulho das grandes descobertas e o sucesso das grandes navegações, Gil 
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Vicente refina a substância popular de sua comicidade, incutindo-lhe um tanto do riso 
cosmopolita que anuncia os triunfos da nova era. São variadas as fontes de 
sua dramaturgia. Embora fosse mínima a experiência de Portugal em relação ao teatro, o 
dramaturgo não ignora as representações profanas de textos religiosos, que lhe servirão 
de base aos autos voltados para os temas da Religião e para as farsas episódicas. 
Ao buscar inspiração em textos religiosos, Gil Vicente não pretende difundir a 
religião nem converter pecadores. Seu objetivo era mostrar como o homem – 
independente de classe social, sexo, raça ou religião – é egoísta, falso, orgulhoso, 
mentiroso e frágil quando se trata de satisfazer seus desejos da carne e do dinheiro. 
As peças de Gil Vicente inspiraram várias outras produções, como algumas obras 
do Pe. Anchieta, voltada para a catequese dos índios no século XVI, “Morte e Vida 
Severina”, auto de Natal pernambucano, de João Cabral de Melo Neto e a peça mais 
popular e prestigiada de Ariano Suassuna, “Auto da Compadecida”, adaptada para a TV. 
 
RENASCIMENTO 
O Renascimento teve seu início na Itália, pois lá se encontrava uma série de 
condições favoráveis, como: a ação mecenas (pessoas com boas condições financeirasque patrocinavam os artistas); a presença de vários intelectuais bizantinos que fugiram para 
a Itália após a queda de Constantinopla em 1453; inúmeros elementos preservados da 
Antiguidade; o acúmulo de riquezas de algumas cidades que foi utilizado nas artes. 
Nesse período, destacaram-se artistas como Leonardo da Vinci, Michelangelo, 
Shakespeare, Luís Vaz de Camões, Miguel de Cervantes, entre outros. 
O humanismo e o renascimento influenciaram as mentes de cientistas e 
pesquisadores da época, claro que essa nova mentalidade científica enfrentou resistências 
principalmente da Igreja, presa às tradições medievais. Esses dos períodos literários 
mudaram o mundo para sempre, desenvolvendo uma nova mentalidade, crítica, racional e 
ativa diante da passividade e tradicionalismo remanescentes do medievalismo. A partir 
desse momento, as transformações no mundo começariam a se acelerar e as estruturas 
político-sociais a sofrer forte abalo. 
 
QUINHENTISMO BRASILEIRO 
O Quinhentismo, fase da literatura brasileira do século XVI, tem este nome pelo 
fato das manifestações literárias se iniciarem no ano de 1.500, época da colonização 
portuguesa no Brasil. A literatura brasileira, na verdade, ainda não tinha sua 
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identidade, a qual foi sendo formada sob a influência da literatura portuguesa e 
europeia em geral. Logo, não havia produção literária ligada diretamente ao povo 
brasileiro, mas sim obras no Brasil que davam significação aos europeus. No entanto, com 
o passar dos anos, as literaturas informativa e dos jesuítas, foi dando lugar a denotações 
da visão dos artistas brasileiros. 
Na época da colonização brasileira, a Europa vivia seu apogeu no Renascimento, o 
comércio se despontava, enquanto o êxodo rural provocava um surto de urbanização. 
Enquanto os europeus se dividiam entre a conquista material e a espiritual 
(Contrarreforma), o Brasil encontrava no Quinhentismo semelhante dicotomia: a literatura 
informativa, que se voltava para assuntos de natureza material (ouro, prata, ferro, madeira) 
feita através de cartas dos viajantes ou dos cronistas e a literatura dos jesuítas, que 
tentavam inserir a catequese. 
A carta de Pero Vaz de Caminha traz a referida dicotomia claramente expressa, pois 
valoriza as conquistas e aventuras marítimas (literatura informativa) ao mesmo tempo que 
a expansão do cristianismo (literatura jesuíta). 
A literatura dos jesuítas tinha como objetivo principal o da catequese. Este trabalho 
de catequizar norteou as produções literárias na poesia de devoção e no teatro inspirado 
nas passagens bíblicas. 
José de Anchieta é o principal autor jesuíta da época do Quinhentismo. Foi o 
autor da primeira gramática do tupi-guarani e também de várias poesias de devoção.

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