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Autoatividades Gabarito Literatura ocidental II

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LITERATURA OCIDENTAL II
2019
Profª. Raquel da Silva Yee
GABARITO DAS 
AUTOATIVIDADES
2
LITERATURA OCIDENTAL II
UNIDADE 1
TÓPICO 1 
1 (ENADE 2008) O filósofo alemão Friedrich Nietzsche (1844-1900), 
talvez o pensador moderno mais incômodo e provocativo, influenciou 
várias gerações e movimentos artísticos. O Expressionismo, que 
teve forte influência desse filósofo, contribuiu para o pensamento 
contrário ao racionalismo moderno e ao trabalho mecânico, através 
do embate entre a razão e a fantasia. As obras desse movimento 
deixam de priorizar o padrão de beleza tradicional para enfocar a 
instabilidade da vida, marcada por angústia, dor, inadequação do 
artista diante da realidade. Das obras a seguir, a que reflete esse 
enfoque artístico é:
FONTE:<http://download.inep.gov.br/download/Enade2008_RNP/LETRAS.pdf>. 
Acesso em: 24 set. 2019. 
a) b) c)
Homem idoso na poltrona
Rembrandt van Rijn – 
Louvre, Paris. Disponível em: 
http://www.allposters.com
Figura e borboleta
Milton Dacosta
Disponível em:
 http://www.unesp.br
O grito – Edvard Munch 
Museu Munch, Oslo
Disponível em: 
http://members.cox.net
3
LITERATURA OCIDENTAL II
R.: c
2 No que se refere ao papel que cada movimento vanguardista 
desempenhou no âmbito das artes, associe os itens, utilizando o 
código a seguir:
I- Cubismo.
II- Futurismo.
III- Expressionismo.
IV- Dadaísmo.
V- Surrealismo.
(V) Estética que valoriza a fantasia, o sonho, o interesse pelo inconsciente, 
baseada na psicanálise de Freud.
(III) Caracteriza-se por ressaltar o lado obscuro da humanidade, marcado 
pela angústia e pelo medo.
(I) Os artistas desse movimento buscavam representar os objetos em 
espaços descontínuos e múltiplos, decompondo-os em diferentes 
perspectivas geométricas.
(II) Vanguarda que exalta a guerra, a tecnologia, a velocidade, as formas 
do mundo moderno.
(IV) Manifestação artística que anunciou a abolição da lógica, do olhar 
racional, destacando-se com a técnica de ready-made.
Menino mordido por um lagarto 
Michelangelo Merisi (Caravaggio) National 
Gallery, Londres Disponível em: 
http://vr.theatre.ntu.edu.tw
Abaporu – Tarsila do Amaral 
Disponível em: http://
tarsiladoamaral.com.br
d) e)
4
LITERATURA OCIDENTAL II
Assinale a alternativa que apresenta a sequência correta:
a) (X ) V – III – I – II – IV. 
b) ( ) II – III – IV – II – V.
c) ( ) III – IV – V – I – II.
d) ( ) V – II – III – IV – I.
e) ( ) IV – V – II – III – I.
3 Leia um fragmento do catálogo da exposição Picasso y Rivera: 
conversaciones a través del tiempo, organizada pelo Museo del 
Palacio de Bellas Artes e Los Angeles County Museum of Art, em 
2017, na cidade do México. A mostra artística apresentou diálogos 
através de obras icônicas dos artistas Pablo Picasso (Espanha, 1881-
1973) e Diego Rivera (México, 1886-1957) criadas durante a primeira 
metade do século XX.
Como historiadora del arte Elizabeth Prettejohn ha señalado "no podemos 
concebir un arte modern sin considerar a su antiguo alter ego, imposible 
contemplar un arte antigo sin que esté contaminadao por nuestra propia 
perspectiva moderna". * Pablo Picasso (1881-1973) e Diego Rivera (1886-
1957) se formaram originalmente al interior de una tradición académica 
erigida sobre valores estéticos extraídos de las fuentes del arte clásico 
griego y romano, lo mismo que sobre valores ideológicos que presumen la 
superoridade cultural europea en tanto que herdara de la tradición greco-
romana. Picasso se enfrentó a estas ideologías en Europa, donde fueram 
creadas, mientras que Rivera, como un “marginal cosmopolita”, hizo frente 
a la “naturaleza vertical de la relacion” de América Latina com los centros 
culturales de Europa y a su posicionamento periférico dentro da comunidade 
internacional. ** Tanto Picasso como Rivera encontraram nuevas e creativas 
formas con las cuales desafiar a estos valores y proponer un canon 
alternativo en que las tradiciones estéticas occidentales y no occidentales 
pudieran coexistir. 
* Elizabeth Prettejohn. The Modernity of Anciente Sculpture: Greek 
Sculptureand Moderb Art from Winckelmann to Picasso (Londres y Neuva 
York: I. B. Tauris, 2012), 1-2.
** Natalia Majluf, “Ce n'esta pas le Péru, or the Failure of Authenticity: 
Marginal Cosmopolitans at the Paris Universal Exihibition of 1855”, Critical 
Inquiry 23, ném. 4 (Verano 1997), 869.
FONTE: INSTITUTO NACIONAL DE BELLAS ARTES. Picasso y Rivera: 
conversaciones a través del tiempo. Ciudad de México, 2017, p. 4.
5
LITERATURA OCIDENTAL II
Tomando como referência o fragmento citado acima, avalie as afirmações 
a seguir.
I- Rivera e Picasso se sentiam insatisfeitos como o modo convencional de 
expressão artística. 
II- Picasso e Rivera, sendo artistas modernos, distanciaram-se totalmente 
da herança ancestral do grego clássico e da arte romana.
III- Tanto Picasso quanto Rivera criaram formas artísticas criativas onde 
coexistem tradições estéticas ocidentais e não ocidentais.
Assinale a alternativa que apresenta a sequência correta:
a) ( ) Somente a sentença I está correta.
b) ( ) Somente a sentença II está correta.
c) ( ) As sentenças I e II estão corretas.
d) (X ) As sentenças I e III estão corretas.
e) ( ) As sentenças I, II e III estão corretas.
TÓPICO 2
1 ENADE (2014)
Texto I
GARCÍA LORCA, F.
 Retrato de Dalí, 1925.
Texto II
UNA rosa en el alto jardín que tú deseas. 
Una rueda en la pura sintaxis del acero. 
Desnuda la montaña de niebla impresionista. 
Los grises oteando sus balaustradas últimas. 
Los pintores modernos en sus blancos estudios, 
cortan la flor aséptica de la raíz cuadrada. 
En las aguas del Sena un ice-berg de mármol 
enfría las ventanas y disipa las yedras. 
El hombre pisa fuerte las calles enlosadas. 
Los cristales esquivan la magia del reflejo. 
El Gobierno ha cerrado las tiendas de perfume. 
La máquina eterniza sus compases binarios. 
6
LITERATURA OCIDENTAL II
Una ausencia de bosques, biombos y entrecejos 
yerra por los tejados de las casas antiguas. 
El aire pulimenta su prisma sobre el mar 
y el horizonte sube como un gran acueducto. 
Marineros que ignoran el vino y la penumbra, 
decapitan sirenas en los mares de plomo. 
La Noche, negra estatua de la prudencia, tiene 
el espejo redondo de la luna en su mano. 
Un deseo de formas y límites nos gana. 
Viene el hombre que mira con el metro amarillo. 
Venus es una blanca naturaleza muerta 
y los coleccionistas de mariposas huyen.
[…]
GARCÍA LORCA, F. Obra poética completa. 
São Paulo: Martins Fontes, 1996, p. 618.
El dibujo y el poema de Federico García Lorca permiten que el lector 
reconozca posibles rasgos estéticos de la obra de Salvador Dalí. Las 
imágenes sugeridas por el poema y el dibujo.
a) ( ) Indican que Salvador Dalí utilize imágenes ortodoxas y repetitivas 
para filiarse a la tradición.
b) ( ) Describen a Salvador Dalí como un artista tradicionalisra, cuyas 
ideas dolo confirman las conceociones académicas de lo que es 
arte.
c) ( ) Dan cuenta de que Salvador Dalí es un artista cuja vision del arte 
modernista, lo que significa respetar las tradiciones del arte de los 
siglos anteriores.
d) ( ) Ofercen al lector una descrioción de Salvador Dalí que nos se 
refiere al hecho de que es un artista, sino un home común y de 
visions conservadoras del mundo que lo cerca.
e) (X ) Muestran que Salvador Dalí utilizó imágenes insólitas en su 
trabajo, las cuales no correspondían con la organización 
tradicional de colores y líneas, atribuyéndoles nuevos 
significados.
2 Antônio Machado foi um poeta bastante expressivo na literatura 
modernista espanhola. Leia o seu poema Retrato, considerado 
7
LITERATURA OCIDENTAL II
uma reflexão intimista do próprio poeta. Em seguida, acesse o link 
https://www.youtube.com/watch?v=99yZBt85aP4 e aprecie a versão 
musicada por Joan Manuel Serrat. 
Mi infancia son recuerdos de un patio de Sevilla, 
y un huerto claro donde madura el limonero;
mi juventud, veinte años en tierras de Castilla;
mi historia, algunos casos que recordarno quiero.
Ni un seductor Mañara, ni un Bradomín he sido 
–	 ya conocéis mi torpe aliño indumentario –,
más recibí la flecha que me asignó Cupido,
y amé cuanto ellas puedan tener de hospitalario.
Hay en mis venas gotas de sangre jacobina, 
pero mi verso brota de manantial sereno; 
y, más que un hombre al uso que sabe su doctrina,
soy, en el buen sentido de la palabra, bueno.
Adoro la hermosura, y en la moderna estética 
corté las viejas rosas del huerto de Ronsard;
mas no amo los afeites de la actual cosmética, 
ni soy un ave de esas del nuevo gay-trinar.
Desdeño las romanzas de los tenores huecos 
y el coro de los grillos que cantan a la luna.
A distinguir me paro las voces de los ecos,
y escucho solamente, entre las voces, una. 
 
¿Soy clásico o romántico? No sé. Dejar quisiera 
mi verso, como deja el capitán su espada:
famosa por la mano viril que la blandiera,
no por el docto oficio del forjador preciada.
Converso con el hombre que siempre va conmigo 
–	 quien habla solo espera hablar a Dios un día –;
mi soliloquio es plática con ese buen amigo
que me enseñó el secreto de la filantropía.
Y al cabo, nada os debo; debéisme cuanto he escrito. 
A mi trabajo acudo, con mi dinero pago 
el traje que me cubre y la mansión que habito,
el pan que me alimenta y el lecho en donde yago.
8
LITERATURA OCIDENTAL II
Y cuando llegue el día del último viaje, 
y esté al partir la nave que nunca ha de tornar,
me encontraréis a bordo ligero de equipaje, 
casi desnudo, como los hijos de la mar.
FONTE:<http://www.espacioebook.com/sigloxx_98/machado/machado_
camposdecastilla.pdf>. Acesso em: 24 set. 2019.
A partir da leitura do poema, analise as seguintes asserções.
I- O poema destaca a fase nostálgica da infância do poeta em Sevilha e 
sua juventude e vida adulta em Castilha.
II- O eu lírico considera ser um homem bom, defensor de ideais políticos 
progressistas e admirador dos poetas modernistas. 
III- A penúltima estrofe evidencia elementos materiais da vida cotidiana, 
como dinheiro e propriedade.
IV- O eu lírico apresenta uma história de vida repleta de insatisfação, de 
sonhos não realizados.
É correto apenas o que se afirma em:
a) ( ) I, apenas.
b) ( ) II, apenas.
c) (X ) I e II.
d) ( ) II, III, IV.
e) ( ) I, II, III, IV.
3 Leia o poema Amar, de Carlos Drummond de Andrade, e o poema 
Amo, amas, de Rubén Darío, para responder à questão seguinte.
Texto 1
Amar
Que pode uma criatura senão,
entre criaturas, amar?
amar e esquecer,
amar e malamar,
amar, desamar, amar?
sempre, e até de olhos vidrados, amar?
Que pode, pergunto, o ser amoroso,
sozinho, em rotação universal, senão
rodar também, e amar?
9
LITERATURA OCIDENTAL II
amar o que o mar traz à praia,
o que ele sepulta, e o que, na brisa marinha,
é sal, ou precisão de amor, ou simples ânsia?
Amar solenemente as palmas do deserto,
o que é entrega ou adoração expectante,
e amar o inóspito, o áspero,
um vaso sem flor, um chão de ferro,
e o peito inerte, e a rua vista em sonho, e uma ave de rapina.
Este o nosso destino: amor sem conta,
distribuído pelas coisas pérfidas ou nulas,
doação ilimitada a uma completa ingratidão,
e na concha vazia do amor a procura medrosa,
paciente, de mais e mais amor.
Amar a nossa falta mesma de amor, e na secura nossa
amar a água implícita, e o beijo tácito, e a sede infinita.
FONTE: ANDRADE, C. D. de. Antologia poética. São Paulo: Companhia das 
Letras, 2012. p. 181.
Texto 2
Amo, amas
Amar, amar, amar, amar siempre, con todo
el ser y con la tierra y con el cielo,
con lo claro del sol y lo oscuro del lodo;
amar por toda ciencia y amar por todo anhelo.
Y cuando la montaña de la vida
nos sea dura y larga y alta y llena de abismos,
amar la inmensidad que es de amor encendida
¡y arder en la fusión de nuestros pechos mismos!
FONTE:https://www.cjpb.org.uy/wpcontent/uploads/repositorio/serviciosAlAfiliado/
librosDigitales/Ruben-Dario-Antologia-Poetica.pdf.
Nos dois poemas, como o eu lírico explicita a temática amorosa? Que 
palavras dos poemas podem exemplificar tais perspectivas?
R.: No poema de Drummond, o amor é percebido, em sua complexidade, 
como “entrega ou adoração expectante", uma “concha vazia”, um sentimento 
marcado pela instabilidade e contradição, definido pelo desejo e pela falta. 
Para o eu lírico do poema de Rubén Darío, amar requer intesidade, firmeza 
e delicadeza, uma projeção sem idealizações, que envolve momentos bons 
e difíceis, "con lo claro del sol y lo oscuro del lodo".
10
LITERATURA OCIDENTAL II
TÓPICO 3
(TST 2017 – Adaptada) Para responder às questões 1, 2 e 3, considere 
o texto a seguir:
“Assim é (se lhe parece)” é a tradução em português do título de uma 
peça do dramaturgo italiano Luigi Pirandello. Sobre este escritor disse o 
ator Rubens Caribé: “Para ele, não existe uma só verdade, mas diferentes 
pontos de vista. Não existe um só homem, mas diversas máscaras que 
vestimos no dia a dia, desde a hora em que acordamos até a hora em que 
dormimos. Portanto, não existe uma verdade absoluta”.
O título tem sua malícia: a afirmação taxativa (“assim é”) é logo relativizada 
pela expressão entre parênteses (“se lhe parece”), do que resulta a 
insinuação de que podemos estar muito enganados quando julgamos 
conhecer efetivamente alguma coisa. O suposto “fato” pode ser apenas uma 
“opinião”. A visão de um objeto implica uma perspectiva para ele. Pirandello 
acredita, de fato, que a chamada “realidade das coisas” é sempre bastante 
condicionada pelo ponto de vista a partir do qual vemos o mundo. E vai ainda 
mais longe: mesmo dentro de cada um de nós, nenhum olhar se consolida 
para sempre, uma vez que nossos diferentes interesses podem mudar 
nossa visão de um mesmo objeto. Nossa identidade de indivíduos não é 
sólida como pode parecer: precisamos, ao longo da vida, de máscaras que 
encobrem nossas reais necessidades. Viria daí, em boa parte, o prestígio 
do teatro: vemos encenadas no palco, como expressão de um “fingimento” 
artístico trabalhado por atores, nossas emoções secretas, nossos desejos 
encobertos... e verdadeiros.
Uma discussão de verdade, na qual os interessados pretendam refletir e 
argumentar, deve sempre levar em conta esse relativismo do “parece que 
é”. Aceitar que nossa visão pode estar sendo prejudicada pelo interesse 
de ver o que nos convém é o primeiro passo para aceitar a possibilidade 
de nosso contendor estar certo. A flexibilidade dos diferentes pontos de 
vista torna qualquer “verdade” mais complexa do que aparenta, e melhor 
faríamos se atentássemos antes para o que está implicado em nossa visão 
do que para o fato consumado em que transformamos o que está sob nossa 
vista. É o melhor modo de nos aproximarmos do que somos, em vez de nos 
contentarmos com o que parecemos ser.
(SOUZA, Petrônio. Juvenal de, inédito)
FONTE: <https://dhg1h5j42swfq.cloudfront.net/2017/11/21232008/TSTS-2017-AJ-
Contabilidade.pdf>. Acesso em: 10 abr. 2019.
11
LITERATURA OCIDENTAL II
1 O título da peça de Luigi Pirandello “Assim é (se lhe parece)” já traz 
em si mesmo uma convicção do autor: a de que:
a) ( ) Uma verdade só se torna absoluta quando sua aparência tem força 
suficiente para nos convencer dessa sua qualidade.
b) ( ) As coisas que parecem ser verdadeiras, por causa de seu aspecto, 
são de fato absolutamente falsas.
c) ( ) Desconfiamos de que as coisas verdadeiras sejam falsas tão 
somente quando não apreciamos o seu aspecto.
d) (X ) A visão que temos das coisas nos faz acreditar que a verdade 
delas corresponde inteiramente ao que aparentam.
e) ( ) Falseamos a aparência das coisas quando queremos convencer o 
próximo de que elas sejam verdadeiras.
2 O ator Rubens Caribé (1º parágrafo) considera que, para Luigi 
Pirandello:
a) ( ) A forte personalidade de cada um garante que todas as verdades 
que a pessoa defenda exprimem sua individualidadebásica.
b) (X ) Cada um de nós expressa cotidianamente uma série diversificada 
de verdades, implicadas numa contínua mudança de perspectivas.
c) ( ) As máscaras de que se valem alguns para falsificar suas opiniões 
fazem delas verdades absolutas.
d) ( ) Uma verdade absoluta só pode existir quando alguém abandona a 
máscara e se vale de uma perspectiva mais pessoal.
e) ( ) A liberdade de que desfrutamos para elaborar nossas máscaras é a 
garantia de que todas são igualmente verdadeiras.
3 Costumamos aceitar o prestígio do teatro (2º parágrafo) porque, na 
atividade teatral:
a) ( ) Ocultam-se de todos as nossas emoções mais graves, disfarçadas 
pelas máscaras que agem no palco.
b) ( ) O fingimento artístico permite-nos aceitar a exposição de todos os 
nossos defeitos como se fossem altas virtudes.
c) (X ) A representação artística permite-nos reconhecer a verdade de 
nossos sentimentos mais ocultos.
d) ( ) Os desejos encobertos não são exatamente os nossos, mas 
sobretudo os dos atores que os representam.
e) ( ) Mossas emoções secretas, por serem representadas com fingimento, 
não são de fato reveladas em sua essência.
12
LITERATURA OCIDENTAL II
4 (ENADE – 2009) Leia este trecho:
FONTE: <http://public.inep.gov.br/enade2009/TEATRO.pdf. Acesso em: 10 abr. 
2019>. Acesso em: 24 set. 2019.
O teatro permanece teatro, mesmo quando é teatro pedagógico e, na 
medida em que é bom teatro, é diversão.
FONTE: BRECHT, B. Teatro dialético. Rio de Janeiro: civilização brasileira, 1967. 
A partir da leitura dessa citação, é INCORRETO afirmar que:
a) ( ) A didática brechtiana nos ensina que a construção cênica investigativa 
se torna uma diversão em que se aprende simultaneamente.
b) ( X) A didática brechtiana está associada à colocação de informações 
em cena desprovidas de elementos teatrais, transformando a 
cena em aula.
c) ( ) A didática brechtiana promove a construção do conhecimento na 
medida em que o espectador exercita seu olhar sobre o que lhe é 
apresentado.
d) ( ) O teatro épico almeja que o espectador se sinta na iminência de 
entrar em ação para interagir com o problema apresentado.
e) ( ) O teatro épico estimula os espectadores a refletir e a buscar soluções 
para o que é problematizado pela cena teatral.
UNIDADE 2
TÓPICO 1
1 Sobre a prosa literária ocidental do século XX, podemos afirmar 
que:
I- A linguagem realista das narrativas literárias pertence a um estilo 
particular que surgiu no século XX juntamente com o romance.
II- A literatura proletária da antiga União Soviética encontra respaldo na 
ideologia marxista.
13
LITERATURA OCIDENTAL II
III- Ulisses, de James Joyce, é considerado uma obra ligada à vertente da 
narrativa modernista comprometida com experimentalismo formal. 
É correto apenas o que se afirma em:
a) ( ) I, apenas.
b) ( ) II, apenas.
c) ( ) I e II.
d) (X ) II e III.
e) ( ) I, II e II.
2 Leia novamente o fragmento da novela O velho e o mar, de Hemingway, 
e considere as seguintes afirmações:
I- O trecho apresentado é narrado em primeira pessoa do discurso, pelo 
protaganista Gulf Stream, um velho pescador cubano que passou a vida 
inteira pescando sozinho.
II- O fragmento literário descreve as experiências e o desgaste físico de 
Gulf Stream exposto às condições adversas típicas dos mares tropicais.
III- Os relatos assumem um caráter predominantemente subjetivo, sem que 
haja referências a fatos da realidade.
É correto apenas o que se afirma em:
a) ( ) I, apenas.
b) ( ) II, apenas.
c) (X ) I e II.
d) ( ) I e II
e) ( ) I, II e II.
(VUNESP, 2017 – PM-SP – Adaptada) Leia, a seguir, o texto do médico e 
escritor brasileiro Drauzio Varella para responder às questões de 3 e 4.
FONTE:<https://www.aprovaconcursos.com.br/questoes-de-concurso/prova/vunesp-
2017-pm-sp-soldado-da-policia-militar-de-2a-classe>. Acesso em: 10 jun. 2019.
Passei dois anos escrevendo o livro que acabo de terminar. A tarefa 
não foi realizada em tempo integral, mas nos momentos livres que ainda me 
restam.
Há escritores que precisam de silêncio, solidão e ambiente adequado 
para a prática do ofício. Se fosse esperar por essas condições, teria demorado 
20 anos para publicá-lo, tempo de vida de que não disponho, infelizmente.
14
LITERATURA OCIDENTAL II
Por força da necessidade, aprendi a escrever em qualquer lugar em 
que haja espaço para sentar com o computador. Por exemplo, nas salas 
de embarque durante as viagens de bate e volta que sou obrigado a fazer. 
Consigo me concentrar apesar das vozes esganiçadas que anunciam os 
voos, os atrasos, as trocas de portões, a ordem nas filas, os nomes dos 
retardatários. Os avisos vêm aos berros, como se fossem destinados a uma 
horda de deficientes auditivos; mal termina um, começa outro. Suspeito de 
uma conspiração das companhias aéreas contra a integridade dos tímpanos 
dos passageiros.
Embora com dificuldade, sou capaz de escrever no meio daqueles 
idiotas que xingam as secretárias pelo celular, alguns dos quais o fazem 
andando nervosamente de um lado para outro, com a intenção declarada de 
atazanar o maior número possível de circunstantes. São executivos de terno 
que empregam adjetivos fortes: incompetente, burra, ignorante. Escutei 
um deles dizer: “Contratei você para cumprir ordens, se fosse para pensar 
escolhia outra pessoa”. Nunca os ouvi chegar perto desse tom ao falar com 
o chefe, ocasiões identificáveis pela voz melosa e submissa.
Mal o avião levanta voo, puxo a mesinha e abro o computador. 
Estou nas nuvens, às portas do paraíso celestial. O telefone não vai tocar, 
ninguém me cobrará o texto que prometi, a presença na palestra para a 
qual fui convidado, os e-mails atrasados; nenhum ser humano me pedirá 
para apoiar um projeto e não descobrirei que me incluíram num grupo 
de Whatsapp em que os trezentos participantes dão bom dia uns aos outros.
Já escrevi por 13 horas consecutivas num voo de volta da Ásia. Num 
retorno de Salvador, escrevi uma coluna como esta, sentado na primeira fila, 
ao lado de um bebê com dor de ouvido que chorou sem dar um minuto de 
trégua. Só ficou quietinho, quando o comandante anunciou que o pouso em 
Guarulhos fora autorizado.
Minha carreira de escritor começou com “Estação Carandiru”, 
publicado quando eu tinha 56 anos. Foi tão grande o prazer de contar 
aquelas histórias, que senti ódio de mim mesmo por ter vivido meio século 
sem escrever livros.
A dificuldade vinha da timidez e da autocrítica. Para mim, o que 
eu escrevesse seria fatalmente comparado com Machado de Assis, Gogol, 
Faulkner, Joyce, Pushkin, Turgenev, Dante Alighieri. Depois do que disseram 
esses e outros gênios, que livro valeria a pena ser escrito?
15
LITERATURA OCIDENTAL II
A resposta encontrei em On Writing, que reúne entrevistas e textos 
de Ernest Hemingway sobre o ato de escrever. Em conversa com um 
estudante, Hemingway diz que ao escritor de nossos tempos cabem duas 
alternativas: escrever melhor do que os grandes mestres já falecidos, ou 
contar histórias que nunca foram contadas.
De fato, se eu escrevesse melhor do que Machado de Assis, poderia 
recriar personagens como Dom Casmurro ou descrever com mais poesia o 
olhar de ressaca de Capitu.
Restava, então, a segunda alternativa: a vida numa cadeia com 
mais de 7 mil presidiários, na cidade de São Paulo, nas últimas décadas 
do século 20, não poderia ser descrita por Tchekhov, Homero ou pelo padre 
Antonio Vieira. O médico que atendia pacientes no Carandiru havia dez 
anos, era quem reunia as condições para fazê-lo.
Seguindo o mesmo critério, publiquei outros livros. Às cotoveladas, 
a literatura abriu espaço em minha agenda. Há escritores talentosos que 
se queixam dos tormentos e da angústia inerentes ao processo de criação. 
Não é o meu caso, escrever só me traz alegria.
Diante da tela do computador, fico atrás das palavras, encontro 
algumas, apago outras, corrijo, leio e releio até sentir que o texto está pronto. 
Às vezes, ficou melhor do que eu imaginava. Nesse momento, sou invadidopor uma sensação de felicidade plena que vai e volta por vários dias.
(www.folha.uol.com.br, 13 de maio de2017)
3 Em seu texto, o autor fala: 
a) ( ) Da dificuldade em publicar o novo livro. 
b) ( ) Do assunto de seu último livro. 
c) ( ) De seus planos para o futuro.
d) ( X) De seu prazer em escrever.
e) ( ) Da linguagem usada em seus textos.
4 Após ler o livro que reúne entrevistas e textos de Ernest Hemingway 
sobre o ato de escrever, o autor Drauzio Varella:
a) ( ) Propôs-se a desenvolver uma escrita tão boa quanto a de Machado 
de Assis.
b) ( ) Procurou reproduzir os estilos de Tchékhov, Homero e padre Antônio 
Vieira.
16
LITERATURA OCIDENTAL II
TÓPICO 2
1 Registre suas impressões sobre a leitura do conto La señora 
en el espejo: un reflejo, de Virginia Woolf, indicado na leitura 
complementar. Analise a narrativa considerando a temática, a 
metáfora do espelho e a técnica utilizada para destacar o conteúdo 
psíquico da protagonista. 
R.: A narrativa gira em torno do autorretrato de Isabella Tyson, cuja imagem 
e o caráter são analisados a partir do reflexo de um espelho pendurado em 
sua casa. A metáfora do conto está relacionada à construção de percepções 
distorcidas, ao jogo de luzes e sombras, no qual surgem imagens externas 
vistas superficialmente (como o jardim florido, repleto de vida) e as internas 
e ocultas (da vida vazia) do ser humano, que vêm à tona diante do espelho. 
A técnica literária do monólogo interior representa, portanto, a reflexão da 
personagem por ela própria, a maneira como analisa o ambiente e constrói 
seus pensamentos dentro de sua consciência.
(UFRJ – 2014 Adaptada) Leia o fragmento do texto O processo, de 
Kafka, disposto a seguir, e responda às questões de 2 e 3.
FONTE: <https://www.tecconcursos.com.br/conteudo/questoes/501095>. Acesso 
em: 20 jun. 2019.
Diante da Lei está um porteiro. Um homem que vem do campo acerca-se 
dele e pede para entrar na Lei. O porteiro, porém, responde que naquele 
momento não pode deixá-lo entrar. O homem medita e pergunta se mais 
tarde terá autorização para entrar. “É possível”, responde o porteiro, “mas 
agora não pode ser”. Como o portão que dá acesso à Lei se encontra, como 
sempre, aberto, e o porteiro se afasta um pouco para o lado, o homem 
c) ( ) Dedicou-se a treinar a escrita continuamente até que chegou à 
perfeição.
d) ( ) Convenceu-se de que era capaz de escrever tão bem quanto seus 
autores preferidos.
e) (X ) Resolveu escrever um livro sobre uma história que só cabia a 
ele contar.
17
LITERATURA OCIDENTAL II
inclina-se a fim de olhar para o interior. Assim que o porteiro percebe isso, 
desata a rir e diz: “se te sentes tão atraído, experimenta entrar, apesar da 
minha proibição. Contudo, repara: sou forte. E ainda assim sou o mais ínfimo 
dos porteiros. De sala para sala, há outros sentinelas, cada um mais forte 
que o outro. Eu não posso sequer suportar o olhar do terceiro”. O camponês 
não esperava encontrar tais dificuldades, “a Lei devia ser sempre acessível 
a toda a gente”, pensa ele. Porém, ao observar melhor o porteiro envolto no 
seu capote de peles, o seu grande nariz afilado, a longa barba rala e negra 
a tártaros, acha que é melhor esperar até lhe darem autorização para entrar. 
O porteiro dá ao jovem um banquinho e o faz sentar-se a um lado, frente 
à porta. Durante anos ele permanece sentado. Faz diversas diligências 
para entrar e fatiga o porteiro com os seus pedidos. Às vezes, o sentinela 
o submetia a pequenos interrogatórios sobre a sua terra e muitas outras 
coisas, mas de uma maneira indiferente, como fazem os grandes senhores, 
e no fim, diz-lhe sempre que ainda não pode deixá-lo entrar. O homem, que 
se provera bem para a viagem, emprega tudo, por mais valioso que fosse, 
para subornar o porteiro. Este aceita tudo, mas diz: “só aceito o que me dás 
para que te convenças de que nada omitiste”. Durante todos aqueles longos 
anos, o homem olha quase ininterruptamente para o porteiro. Esquece-
se dos outros porteiros; parece-lhe que o porteiro é o único obstáculo que 
se opõe a sua entrada na Lei. Amaldiçoa em voz alta o infeliz acaso dos 
primeiros anos; mais tarde, à medida que envelhece, já não faz outra coisa 
senão resmungar. Torna-se acriançado e, como durante anos a fio estudou 
o porteiro, acaba também por conhecer as pulgas da gola do seu capote; 
assim, pede-lhes que o ajudem a demover o porteiro. Por fim, a sua vista 
torna-se tão fraca que já nem sabe se escurece realmente à sua volta ou se 
é apenas ilusão dos seus olhos. Agora, em meio às trevas, percebe um raio 
de luz inextinguível através da porta da Lei. Mas ele já não tem muito tempo 
de vida. Antes de morrer, todas as experiências por que passara durante 
esse tempo convergem para uma pergunta que, até essa altura, ainda não 
formulara. Faz um sinal ao porteiro para que se aproxime, pois não podia 
mover o seu corpo já arrefecido. O porteiro tem de curvar-se profundamente, 
visto que a diferença das estaturas se modificara bastante. “Que queres tu 
ainda saber?”, pergunta o porteiro. “És insaciável”. “Se todos aspiram à Lei”, 
diz o homem, “como é que, durante todos esses anos, ninguém mais, além 
de mim, pediu para entrar?” O porteiro percebe que o homem já está às 
portas da morte, de modo que para alcançar o seu ouvido moribundo, berra: 
“Aqui, ninguém, a não ser tu, podia entrar, pois esta entrada era apenas 
destinada a ti. Agora, vou-me embora e a fecho”. 
FONTE: KAFKA, F. O processo. Biblioteca Visão. p. 152-153 (Fragmento adaptado).
18
LITERATURA OCIDENTAL II
2 No trecho “Se te sentes tão atraído, experimenta entrar, apesar da 
minha proibição”, é correto afirmar que: 
a) ( ) O porteiro incentiva o jovem a entrar porque não achava correto 
impedi-lo. 
b) ( ) O porteiro se compadece do marasmo do jovem ao banquinho e o 
incentiva a entrar. 
c) ( ) O porteiro desafia o jovem a entrar, porque se sentia superior ao 
jovem e aos demais porteiros. 
d) ( ) O porteiro percebe que a lei atrai o jovem do campo e percebe que 
não deveria proibi-lo de adentrar. 
e) (X ) O porteiro tripudia sobre o jovem, porque sabia que seria difícil 
o acesso à lei.
3 O autor lança mão de metáforas, de modo que os elementos 
presentes no texto podem ser reinterpretados conforme o olhar do 
leitor. Assinale a alternativa que NÃO constitui uma informação ou 
possível interpretação do texto. 
a) ( ) Presença de uma relação contrastiva entre o porteiro e o jovem do 
campo. 
b) ( ) A lei é citada como espaço físico. 
c) ( ) O porteiro poderia representar a personificação da burocracia, 
enquanto o jovem do campo, a personificação da ignorância. 
d) (X ) Mobilização do jovem do campo. 
e) ( ) O porteiro poderia representar o opressor, enquanto o jovem do 
campo, o oprimido.
4 (UFPR – 2017) Quando a escritora britânica Virginia Woolf escreveu 
Profissões para mulheres e outros artigos feministas, com diversos 
ensaios publicados em meados de 1920 e que expõem o papel da 
mulher na sociedade e as dificuldades de inclusão no mercado de 
trabalho, a autora questionou quanto tempo ainda levaria para que 
uma mulher sentasse e escrevesse um livro sem encontrar barreiras 
em sua carreira. “E se é assim na literatura, a profissão mais livre de 
todas para as mulheres, que dirá nas novas profissões que agora 
vocês estão exercendo pela primeira vez?” A expansão da presença 
da mulher no mercado de trabalho cresceu desde que Virginia 
registrou, em suas obras, as dificuldades para uma mulher se firmar 
como romancista. Ainda assim, em todo o mundo, atualmente 40% 
das mulheres afirmam que sentem falta de igualdade de gênero, 
19
LITERATURA OCIDENTAL II
de acordo com pesquisa recente Global @dvisor, publicada pelo 
Instituto Ipsos.
FONTE: <http://www.nc.ufpr.br/concursos_externos/copel2017/provas/208.pdf>. 
Acesso em: 20 jun. 2019.
Com base no texto, é correto afirmar:
a) ( ) O livro de Virginia Woolf destinava-se a preparar as mulheres para a 
profissão de romancista.b) ( ) Virginia Woolf defendia que a profissão mais adequada para as 
mulheres era a literatura.
c) ( ) A situação da mulher hoje é a mesma da época em que Virginia 
Woolf escreveu seu livro Profissões para mulheres e outros artigos 
feministas. 
d) ( ) Virginia Woolf questionava a participação das mulheres no mercado 
de trabalho e as aconselhava a não buscarem outras profissões, em 
que encontrariam ainda mais barreiras que na literatura. 
e) (X ) Na época em que Virginia Woolf escreveu seu livro Profissões 
para mulheres e outros artigos feministas, as mulheres estavam 
começando a atuar em novos campos de trabalho.
5 (ENADE – 2008) Leia o fragmento literário a seguir para responder à 
questão seguinte.
FONTE: <http://download.inep.gov.br/download/Enade2008_RNP/LETRAS.pdf>. 
Acesso em: 20 jun. 2019.
Não, não é fácil escrever. É duro como quebrar rochas. Mas voam faíscas 
e lascas como aços espalhados. Ah que medo de começar e ainda nem 
sequer sei o nome da moça. Sem falar que a história me desespera por ser 
simples demais. O que me proponho contar parece fácil e à mão de todos. 
Mas a sua elaboração é muito difícil. Pois tenho que tornar nítido o que está 
quase apagado e que mal vejo. Com mãos de dedos duros enlameados 
apalpar o invisível na própria lama.
FONTE: LISPECTOR, C. A hora da estrela. Rio de Janeiro: Nova Fronteira, 1984. 
p. 25.
No trecho do romance A hora da Estrela, de Clarice Lispector, apresenta-se 
uma concepção do fazer literário, segundo a qual a literatura é
20
LITERATURA OCIDENTAL II
TÓPICO 3
1 A respeito do movimento Las Sinsombrero, avalie as afirmações a 
seguir.
 
I- Las Sinsombrero atuaram em vários campos relacionados ao patrimônio 
cultural espanhol, promovendo a difusão de diferentes gêneros e estilos 
nos âmbitos da pintura, escultura, literatura e filosofia.
II- A relação das mulheres com os membros masculinos da geração de 
27 foi bastante conflituosa, tendo em vista a luta contra os princípios 
patriarcais dominantes.
III- As artistas espanholas reivindicaram seu papel intelectual na sociedade, 
a autonomia feminina, entre outros aspectos da vida política e cultural 
que as rodeava.
IV- As mulheres intelectuais que fizeram parte desta geração ocuparam um 
papel privilegiado dentro dos relatos históricos oficiais e das antologias 
de arte e literatura nos anos 20 e 30 do século XX.
 
Está correto o que se afirma em:
a) ( ) I, apenas.
b) ( ) II, apenas.
c) (X ) I e III, apenas.
d) ( ) II, III e IV, apenas.
e) ( ) I, II, III e IV.
a) ( ) Uma forma de resolver os problemas sociais abordados pelo escritor 
ao escrever suas histórias.
b) (X ) Uma forma de, pelo trabalho do escritor, tornar sensível o que 
não está claramente disponível na realidade.
c) ( ) Um dom do escritor, que, de forma espontânea e fácil, alcança o 
indizível e o mistério graças a sua genialidade.
d) ( ) O resultado do trabalho árduo do escritor, que transforma histórias 
complexas em textos simples e interessantes.
e) ( ) Um modo mágico de expressão, por meio do qual se de abandona 
a realidade histórica em favor da pura beleza estética graças à 
sensibilidade do escritor.
21
LITERATURA OCIDENTAL II
2 Leia o texto a seguir e analise as seguintes asserções.
De un lado a otro de la geografía y del tiempo, se puede seguir 
la corriente subterránea que ha unido la escritura de las mujeres. Decía 
Adrienne Rich que la conciencia de la identidad femenina se forja dentro 
de una comunidad de mujeres. Sin embargo, cuesta pensar que la 
conciencia de la identidad como autora se forje dentro de una comunidad 
de escritoras. Siempre me he imaginado a las mujeres que a lo largo de 
la historia han escrito y publicado libros como un archipiélago de islas a la 
deriva desprendidas del continente de la literatura universal – la literatura 
canónica, la que escriben los hombres. 
Cuando comencé a leer con cierta conciencia, no era capaz de ver 
que la mayoría de los libros que llegaban a mí a través de los cauces naturales 
– las clases de literatura del instituto, las visitas a la biblioteca del pueblo, las 
estanterías de la casa familiar— estaban escritos por hombres. Ni siquiera 
me planteé preguntarle nunca a mis profesores dónde estaban ellas, las 
autoras. Era algo que me parecía lógico: si no había escritoras, sería porque 
no existían. No se me pasó por la cabeza la idea de que estuvieran tan 
perdidas, tan silenciadas e invisibilizadas, que si no me ponía a buscarlas 
como si fuera una detective – siguiendo las pistas y esforzándome mucho 
por encontrarlas –, nunca llegaría a leerlas. 
Sé que hay personas que han tenido la suerte de contar en sus vidas 
con alguien que les guiara, que les ha descubierto a Carmen Martín Gaite o 
la poesía de Emily Dickinson, pero a mí eso nunca me ocurrió. El camino que 
emprendí como lectora fue autodidacta, torpe y muy accidentado. Un día, sin 
saber muy bien cómo, llegué a ellas y sigo llegando, porque la genealogía 
literaria femenina está tan fragmentada y rota que el descubrimiento de 
autoras dura toda la vida. [...]
FONTE: CUEVA, C. G. La de. La mujer subterránea: feminismo, literatura y autoria. 
2017. Disponível em: https://ctxt.es/es/20170614/Culturas/13336/literatura-mujeres-
rebecca-solnit-elena-garro-generacion-27-ctxt.htm. Acesso em: 3 jul. 2019.
A partir das reflexões apresentadas por Carmen de La Cueva, podemos 
inferir que:
I- Por muito tempo as mulheres ficaram às margens da história da literatura 
universal, que privilegiou as produções escritas por homens.
II- A autora, desde sua fase de vida escolar, sempre questionou a 
invisibilidade da literatura produzida por mulheres. 
III- Enquanto leitora, Carmen de La Cueva pôde contar com alguém para 
orientá-la e guiá-la na seleção de um repertório literário, o que possibilitou 
a descoberta de importantes escritoras.
22
LITERATURA OCIDENTAL II
Está correto o que se afirma em:
a) (X ) I, apenas.
b) ( ) II, apenas.
c) ( ) I e III, apenas.
d) ( ) II e III, apenas.
e) ( ) I, II e III.
3 Leia a charge criada pela ilustradora espanhola Flavita Banana.
FONTE: https://brasil.elpais.com/brasil/2019/03/07/album/1551978132_178422.
html#foto_gal_6. Acesso em: 17 jul. 2019. 
Tendo em vista a perpetuação de padrões sociais comportamentais, o 
argumento da personagem expressa:
a) ( ) O fortalecimento do debate sobre a identidade de gênero.
b) ( ) O apagamento das relações de opressão social.
c) (X ) A reafirmação do pensamento patriarcalista.
d) ( ) A representação de ideais vanguardistas.
e) ( ) A diversidade cultural na constituição do sujeito.
23
LITERATURA OCIDENTAL II
UNIDADE 3
TÓPICO 1
1 Leia os textos 1 e 2 para responder à questão seguinte.
Texto 1
Un animal soñado por Kafka 
Es un animal con una gran cola, de muchos metros de largo, parecida 
a la del zorro. A veces me gustaría tener su cola en la mano, pero es 
imposible, el animal está siempre en movimiento, la cola siempre de un 
lado para otro. El animal tiene algo de canguro, pero la cabeza chica y oval 
no es característica y tiene algo de humana; sólo los dientes tienen fuerza 
expresiva, ya los oculte o los muestre. Suelo tener la impresión de que el 
animal quiere amaestrarme; si no, qué propósito puede tener de retirarme 
la cola cuando quiero agarrarla, y luego esperar tranquilamente a que ésta 
vuelva a atraerme, y luego volver a saltar.
FONTE: BORGES, J. L.; GUERREO, M. El libro de los seres imaginarios. 
Disponível em: http://biblio3.url.edu.gt/Libros/borges/imaginarios.pdf. Acesso em: 
30 jul. 2019.
Texto 2
Quando certa manhã Gregor Samsa acordou de sonhos intranquilos, 
encontrou-se em sua cama meta morfoseado num inseto monstruoso. Estava 
deitado sobre suas costas duras como coura ça e, ao levan tar um pouco a 
cabe ça, viu seu ventre abaula do, marrom, divi di do por nervu ras arquea das, 
no topo do qual a cober ta, prestes a desli zar de vez, ainda mal se susti -
nha. Suas numerosas pernas, lastimavelmentefinas em comparação com 
o volume do resto do corpo, tremu lavam desamparadas diante dos seus 
olhos. – O que aconte ceu comi go? – pensou . […]
FONTE: KAFKA, F. A metamorfose. São Paulo: Companhia das Letras, 1997, p. 7.
Considerando as reflexões apresentadas neste livro didático e os textos 
1 e 2 elaborados pelos escritores Jorge Luis Borges e Franz Kafka, 
respectivamente, disserte sobre o conceito de intertextualidade na literatura. 
24
LITERATURA OCIDENTAL II
R.: Na literatura, quando um escritor incoprora, em sua produção, marcas 
de outros textos ficcionais, ocorre a intertextualidade, um processo que é 
inerente à produção literária e remete a uma significação e uma relação 
entre os textos, principalmente pela agregação de um com outro. Esse 
processo pode ser visto no conto Pierre Menard, autor de Quixote e, de 
certa forma, através do título do texto de Borges, no qual o autor menciona o 
escritor Franz Kafka, numa possível alusão ao universo fantástico kafkiano, 
as suas imaginações, a exemplo da metamorfose do personagem Gregor 
Samsa, que se transformou num inseto monstruoso.
2 (AFA 2018 – Adaptada) Leia com atenção o texto a seguir e depois 
responda às questões 2 e 3.
Mais que Orwell, Huxley previu nosso tempo
Helio Gurovitz 
Publicado em 1948, o livro 1984, de George Orwell, saltou para o topo da 
lista dos mais vendidos [...] A distopia de Orwel, mesmo situada no futuro, 
tinha um endereço certo em seu tempo: o stalinismo. [...] O mundo da “pós-
verdade”, dos “fatos alternativos” e da anestesia intelectual nas redes sociais 
mais parece outra distopia, publicada em 1932: Admirável mundo novo, 
de Aldous Huxley. Não se trata de uma tese nova. Ela foi levantada pela 
primeira vez em 1985, num livreto do teórico da comunicação americano 
Neil Postman: Amusing ourselves to death (Nos divertindo até morrer), 
relembrado por seu filho Andrew em artigo recente no The Guardian. “Na 
visão de Huxley, não é necessário nenhum Grande Irmão para despojar a 
população de autonomia, maturidade ou história”, escreveu Postman. “Ela 
acabaria amando sua opressão, adorando as tecnologias que destroem 
sua capacidade de pensar. Orwell temia aqueles que proibiriam os livros. 
Huxley temia que não haveria motivo para proibir um livro, pois não haveria 
ninguém que quisesse lê-los. Orwell temia aqueles que nos privariam de 
informação. Huxley, aqueles que nos dariam tanta que seríamos reduzidos 
à passividade e ao egoísmo. Orwell temia que a verdade fosse escondida 
de nós. Huxley, que fosse afogada num mar de irrelevância.”
No futuro pintado por Huxley, [...] não há mães, pais ou casamentos. 
O sexo é livre. A diversão está disponível na forma de jogos esportivos, 
cinema multissensorial e de uma droga que garante o bem-estar sem efeito 
colateral: o soma. Restaram na Terra dez áreas civilizadas e uns poucos 
territórios selvagens, onde grupos nativos ainda preservam costumes e 
25
LITERATURA OCIDENTAL II
tradições primitivos, como família ou religião. “O mundo agora é estável”, 
diz um líder civilizado. “As pessoas são felizes, têm o que desejam e nunca 
desejam o que não podem ter. Sentem-se bem, estão em segurança; nunca 
adoecem; não têm medo da morte; vivem na ditosa ignorância da paixão e da 
velhice; não se acham sobrecarregadas de pais e mães; não têm esposas, 
nem filhos, nem amantes por quem possam sofrer emoções violentas; são 
condicionadas de tal modo que praticamente não podem deixar de se portar 
como devem. E se, por acaso, alguma coisa andar mal, há o soma”.
Para chegar à estabilidade absoluta, foi necessário abrir mão da arte e da 
ciência. “A felicidade universal mantém as engrenagens em funcionamento 
regular; a verdade e a beleza são incapazes de fazê-lo”, diz o líder. “Cada 
vez que as massas tomavam o poder público, era a felicidade, mais que 
a verdade e a beleza, o que importava.” A verdade é considerada uma 
ameaça; a ciência e a arte, perigos públicos. Mas não é necessário esforço 
totalitário para controlá-las. Todos aceitam de bom grado, fazem “qualquer 
sacrifício em troca de uma vida sossegada” e de sua dose diária de soma. 
“Não foi muito bom para a verdade, sem dúvida.
Mas foi excelente para a felicidade.” No universo de Orwell, a população 
é controlada pela dor. No de Huxley, pelo prazer. “Orwell temia que nossa 
ruína seria causada pelo que odiamos. Huxley, pelo que amamos”, escreve 
Postman. Só precisa haver censura, diz ele, se os tiranos acreditam que o 
público sabe a diferença entre discurso sério e entretenimento. [...] O alvo 
de Postman, em seu tempo, era a televisão, que ele julgava ter imposto 
uma cultura fragmentada e superficial, incapaz de manter com a verdade 
a relação reflexiva e racional da palavra impressa. O computador só 
engatinhava, e Postman mal poderia prever como celulares, tablets e redes 
sociais se tomariam – bem mais que a TV – o soma contemporâneo. Mas 
suas palavras foram prescientes: “O que afligia a população em Admirável 
mundo novo não é que estivessem rindo em vez de pensar, mas que não 
sabiam do que estavam rindo, nem tinham parado de pensar”. 
FONTE: Adaptado de Revista Época, n. 973, p. 67, fev. 2017. Disponível em: https://
fdocumentos.com/document/a-cfoavcfointcfoinf-2018-provas-de-lingua-e-obras-
que-tratam-de-teoria.html. Acesso em: 15 ago. 2019.
 
Sobre o texto é correto afirmar que:
a) ( ) Apresenta as ideologias presentes nas obras de ficção científica dos 
autores George Orwell, Aldous Huxley e Neil Postman.
b) ( ) Na visão Orwell, a própria população se encarregaria de se 
autodestruir por sua capacidade de pensar e de ler.
26
LITERATURA OCIDENTAL II
TÓPICO 2
1 Em suas produções literárias, o escritor português José Saramago 
usa estratégias narrativas inusitadas, repletas de originalidade e 
expressividade. Leia novamente o fragmento do romance O ano da 
morte de Ricardo Reis, aponte alguma dessas estratégias e explique 
o efeito de sentido produzido.
R.: Na obra O ano da morte de Ricardo Reis, José Saramago apresenta 
diálogos entre história e ficção, estabelece relações intertextuais com um 
dos heterônimos do poeta português Fernando Pessoa, além de várias 
outras referência a autores e obras. Quanto ao estilo, de forma peculiar e 
criativa, Saramago provoca estranhamentos e rompe as fronteiras da língua 
falada e da língua escrita ao aproximar o discurso da oralidade e fazer uso 
especial dos sinais de pontuação. 
2 Você leu anteriormente, nas palavras de Mia Couto, que "o 
compromisso maior do escritor é com a verdade e com a liberdade. 
Para combater pela verdade o escritor usa uma inverdade: a 
literatura. Mas é uma mentira que não mente". Leia, a seguir, as 
discussões de Salvatori D’Onofrio sobre a ficcionalidade.
"A literatura é chamada de ficção, isto é, imaginação de algo que não existe 
particularizado na realidade, mas no espírito de seu criador. […] Mesmo 
a literatura mais realista é fruto de imaginação, pois o caráter ficcional é 
c) ( ) Nas obras de Orwell e Huxley, havia o temor à proibição dos livros, 
mesmo não havendo quem os desejasse ler.
d) (X ) Tanto Orwell quanto Huxley temiam pela manipulação da 
informação: o primeiro, pela falta e o segundo, pelo excesso.
3 Do ponto de vista da composição, só NÃO é correto afirmar que o 
texto se vale de:
a) ( ) Apresentação de ideias contrárias que vão conduzindo a argumentação.
b) ( ) Descrição de uma realidade imaginária que dá ensejo à discussão.
c) (X ) Exemplos que esclarecem conceitos menos acessíveis ao leitor.
d) ( ) Citações que conferem autenticidade aos argumentos.
27
LITERATURA OCIDENTAL II
uma perrogativa indeclinável da obra literária. Se o fato narrado pudesse ser 
documentado, se houvesse perfeita correspondência entre os elementos 
do texto e do extratexto, teríamos então não arte, mas história, crônica, 
biografia".
FONTE: D’ONOFRIO, S. Teoria do texto 1: prolegômenos e teoria da narrativa. 2. 
ed. São Paulo: Ática, 2002, p. 19.
Considerando as questões apresentadas pelosautores, analise as asserções 
a seguir. Classifique V para as sentenças verdadeiras e F para as falsas.
( ) A literature faz uso especial da linguagem e cria modos de representação 
do mundo.
( ) A literatura, por ser ficção e não realidade, constrói enredos e 
personagens dissociados do plano histórico.
( ) A literatura está sempre relacionada com um referente do mundo 
exterior.
Assinale a alternativa que apresenta a sequência CORRETA:
a) ( ) V – V – F.
b) ( ) V – F – V.
c) ( ) F – F – V.
d) ( ) F – V – V.
e) (X ) V – F – F. 
3 Assista a palestra We should all be feminists, apresentada por 
Chimamanda Adichie, indicada nas referências complementares. 
Considerando seus estudos anteriores e as colocações de 
Chimamanda Adichie, na palestra We should all be feminists, 
disserte sobre o papel da literatura na difusão de temas relevantes 
como o dos gêneros.
R.: A literatura, enquanto manifestação estética e política, exerce uma 
função singular e relevante ao problematizar temas que envolvem o papel 
do homem e da mulher na sociedade, as lutas pela liberdade, a legitimação 
das atuações e das conquistas femininas. É a partir de discussões, como as 
propostas por Adichie, Margaret Atwood, Clarice Lispector, em suas diversas 
obras, que, provavelmente, os indivíduos passam a alargar seus horizontes, 
refletindo sobre o outro, sobre si mesmos, sobre questões sociais, religiosas, 
ideológicas, filosóficas que permeiam a existência.
28
LITERATURA OCIDENTAL II
TÓPICO 3
1 (ENADE, 2006) Leia o texto a seguir para responder à questão 
seguinte.
Médico – Pulso?
Médico – 160.
1º Médico (pedindo) – Pinça.
2º Médico – Bonito corpo.
1º Médico – Cureta.
3º Médico – Casada. – Olha a aliança.
(rumor de ferros cirúrgicos)
1º Médico – Aqui é amputação.
3º Médico – Só milagre.
1º Médico – Serrote.
RODRIGUES, N. Vestido de noiva. In: Teatro completo I: peças psicológicas. Rio 
de Janeiro: Nova Fronteira, 1981, p. 134. (com adaptações)
O diálogo acima apresenta um procedimento de construção de personagem 
por seu modo de falar, muito utilizado por Nelson Rodrigues. Esse tipo de 
diálogo é considerado inovador na história da dramaturgia brasileira porque
a) ( ) Trabalha com temas complexos como o exercício da medicina.
b) (X ) É construído por frases curtas e em linguagem coloquial.
c) ( ) Apresenta uma construção com métrica regular.
d) ( ) Caracteriza o personagem por seu jargão profissional.
e) ( ) A cena se inicia com uma pergunta.
2 (MinC, 2010 – Adaptada) Leia as reflexões do dramaturgo brasileiro 
contemporâneo Juca de Oliveira sobre a importância do teatro e 
responda à questão apresentada na sequência.
O teatro tem dado mostras de extrema vitalidade nas horas de grandes 
crises. Apenas como exemplo, é bom lembrar dos teatros lotados na Europa 
durante a Segunda Guerra Mundial, mesmo com bombardeios, ocupações, 
blecaute. Na crise energética americana de 1973, quando não havia água 
quente para o banho nem condução para o trabalho, os teatros registraram 
um aumento de 45% na venda de ingressos. A que conclusão chegamos? 
Que as pessoas não vão ao teatro como vão a um supermercado ou a uma 
loja de eletrônicos. As pessoas vão ao teatro como vão aos templos, em 
29
LITERATURA OCIDENTAL II
busca de alguma espécie de alívio espiritual. Nas primeiras manifestações 
teatrais, nos rituais primitivos dos índios em torno da fogueira, em que 
representavam a caça e a guerra, o objetivo era a conjuração dos demônios 
e o pacto com os deuses. Se durante a peça teatral se alcançava êxito na 
guerra e na caça, no dia seguinte também a caça e a guerra seriam bem-
sucedidas. Por isso é que vamos ao teatro durante as crises. Porque o teatro 
é ainda a mesma manifestação mágica daquele antigo fenômeno religioso. 
Continuamos indo ao teatro para afastarmos os demônios e atrairmos os 
deuses protetores. Se o herói trágico é recompensado, se o drama acaba 
bem, se rimos da crise às gargalhadas, amanhã a nossa caça e a nossa 
guerra cotidiana darão certo, terão êxito. A crise é feia? Vamos ao teatro 
buscar alívio e retemperar forças para enfrentá-la com mais coragem e, 
sobretudo, com mais alegria e otimismo!
OLIVEIRA, J. de. Por que vamos tanto ao teatro? http://www.aplauso.art.br. Acesso 
em: 20 mar. 2010. (com adaptações)
Para Carlos Drummond de Andrade, “ir ao teatro é como ir à vida sem nos 
comprometer”. Para Procópio Ferreira, “a vida é a miniatura do teatro. Ele a 
aumenta, embeleza, sublima”. No texto, Juca de Oliveira defende a ideia de 
que “as pessoas vão ao teatro como vão aos templos, em busca de alguma 
espécie de alívio espiritual”. Nessas três citações, o teatro relaciona-se à 
busca do ser humano pela vitalidade, pelo sublime.
Considerando essas informações, assinale a opção que apresenta a citação 
que se enquadra nessa perspectiva de teatro.
a) ( ) “Há teatro vivo e teatro morto. Um busca a forma perfeita e a cristaliza. 
Outro, perigoso, arriscado, obedece ao fuxo de cada noite...” 
(Domingos de Oliveira).
b) ( ) “Não existe progresso no teatro; se existisse seríamos melhores do 
que Shakespeare” (Fernando Arrabal).
c) (X ) “O sonho do teatro não é se eternizar, mas falar com clareza, 
emoção, beleza, poesia e compreensão para o cidadão do seu 
tempo” (Amir Haddad).
d) ( ) “Quando um ator para o ato teatral, nada fica. A não ser a memória 
de quem o viu. E mesmo essa memória tem vida curta” (Fernanda 
Montenegro).
e) ( ) “Teatro não é representação e diversão. É estudo, laboratório e 
pesquisa” (Bia Lessa).

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