PTG- ANHANGUERA INICIAL 2022 (3)

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UNIVERSIDADE PITÁGORAS UNOPAR ANHANGUERA 
CURSO DE PEDAGOGIA – LICENCIATURA 
BRUNA RAPHAELA MARQUES DE OLIVEIRA 
CLAÚDIA SANTOS MAÇANA LIBERAL
ESTEFFANE DE ALMEIDA DE SOUZA
JUCIANA KELLY LOPES
PTG- PROJETO DE VIDA E A FORMAÇÃO INTEGRAL DOS SUJEITOS
Nova Iguaçu
2022
UNIVERSIDADE PITÁGORAS UNOPAR ANHANGUERA 
CURSO DE PEDAGOGIA – LICENCIATURA 
BRUNA RAPHAELA MARQUES DE OLIVEIRA 
CLAÚDIA SANTOS MAÇANA LIBERAL
ESTEFFANE DE ALMEIDA DE SOUZA 
JUCIANA KELLY LOPES
PTG- PROJETO DE VIDA E A FORMAÇÃO INTEGRAL DOS SUJEITOS
Trabalho apresentado à Universidade Pitágoras Unopar Anhanguera, como requisito parcial à aprovação no 6° semestre do curso de Pedagogia- Licenciatura 
Nova Iguaçu
2022
Sumário
1.	Introdução	4
2.	A Relevância Do Projeto De Vida Para A Formação Integral Dos Sujeitos	5
3.	A Efetivação Do Projeto De Vida No Ensino Médio	6
4.	Infográfico	10
5.	Considerações Finais	11
6.	Referência	12
introdução
De acordo com a Base Nacional Comum Curricular (BNCC) a temática Projeto de Vida consta como tema obrigatório no currículo para ajudar os jovens e orientá-los a construir seus caminhos com uma melhor visão do que eles mesmos querem para si no futuro.
O   Projeto fala   sobre   como   a   escola   em   tempo integral pode   auxiliar o aluno   de   modo   que   a   criança   desenvolva   suas   atividades  unificando aprendizado e o cotidiano. De   forma   simplificada,   na   educação  formal,   Projeto   de   Vida   é   uma metodologia   dentro   da   dinâmica   de  projetos   envolta   em   aprendizagens   ativas   de valores,   competências  onde   o   aluno   encontra sentido   e   propósito   no   seu   processo de  aprender através  da  significância de  suas  vivências,  reflexões, consciência,  visão de mundo,   buscando   desenvolver   habilidades   cognitivas   e   não  cognitivas   capazes de orientar o jovem no desenvolvimento de um projeto para si. Suas ambições são importantes para nortear essa linha de aprendizagem.
Através do presente trabalho iremos relatar   os   benefícios   da  formação integral do aluno. 
A relevância do projeto de vida para a formação integral dos sujeitos
A adolescência e a juventude são divisões complexas, que abrangem o desenvolvimento de amadurecimento do ser humano. Através desta fase natural da vida o sujeito determina seu futuro, suas metas e as decisões que poderão transcender por toda sua trajetória. Neste processo de transformações comportamentais e biológicas, a escola desempenha um papel norteador quanto ao Projeto de Vida. 
Segundo as DCNEM/2011 é necessário reconhecer:
a juventude como condição sócio-histórico-cultural de uma categoria de sujeitos que necessita ser considerada em suas múltiplas dimensões, com especificidades próprias que não estão restritas às dimensões biológica e etária, mas que se encontram articuladas com uma multiplicidade de atravessamentos sociais e culturais, produzindo múltiplas culturas juvenis ou muitas juventudes (Parecer CNE/CEB n° 5/2011; ênfase adicionada). 
 Para elucidar o Projeto de Vida a escola deve considerar o contexto da juventude a qual acolhe, atentando-se em analisar os fatores que podem influenciar consideravelmente na conduta desses sujeitos. Logo, é fundamental que o currículo da instituição seja orgânico, que considere as singularidades, a diversidade, as experiências vividas, garantindo o protagonismo aos estudantes no processo de escolarização, assegurando uma formação integral do sujeito crítico, reflexivo, criativo e autônomo, com o objetivo de estimular desafios e solucionar as problemáticas presentes da contemporaneidade abordando todos os campos (político, social, econômico e ambiental).
Segundo Damon (2008), o projeto vital ou purpose - a qual denominamos Projeto de Vida – é estabelecido como um propósito que vai além de metas, motivando e significando os princípios que direciona a vida cotidiana. Este conceito é baseado em valores morais que fomentam o indivíduo a fazer a diferença no mundo, estimulando suas potencialidades. Assim, o autor destaca pontos importantes para desenvolver está estratégia no âmbito escolar:
1. Amplitude e estabilidade: projetos vitais podem ser entendidos como uma espécie de meta, porém são mais estáveis e têm um alcance amplo, ao passo que as metas são mais pontuais e imediatas.
2. Significado pessoal e autotranscendente – os referidos possuem um significado pessoal, mas também têm um componente externo, que se traduz no desejo de fazer a diferença no mundo, de contribuir para assuntos que transcendem os interesses autocentrados.
3. Algo a ser realizado - projetos vitais não se orientam para um fim definido, dirigem-se sempre a uma realização, a uma forma de orientação a ser seguida no curso da vida. Essa orientação pode ser material ou não material, externa ou interna, perceptível ou não, mas trata-se de uma característica necessária, não em sua concretude, mas em seu senso de direção (Damon; Menon; Bronk, 2003).
Assim, para produzir um Projeto de Vida efetivo que atenda as instâncias da formação geral é preciso considerar os avanços tecnológicos da geração Z. Tendo em vista o reconhecimento e fortalecimento das potencialidades desta geração para estar atuando na sociedade, ou seja, no mercado de trabalho.
A efetivação do projeto de vida no ensino médio
Segundo o senso comum a maioria das instituições possui uma cultura disciplinar transmissiva e paternalista. Mas, para que a implementação do projeto de vida seja desempenhada é necessário que a instituição repense a organização curricular vigente para a educação básica, em especial a etapa do ensino médio, para que o protagonismo no processo de aprendizagem esteja voltado para o aluno, ponderando suas necessidades, valores, expectativas etc. 
Logo, é primordial assegurar e garantir a permanência desse estudante articulando a teoria das áreas de conhecimento (disciplinas curriculares) com a prática (realidade). De acordo com a BNCC (pág.466-467), a escola deve ser um espaço que permita o aluno: 
· conhecer-se e lidar melhor com seu corpo, seus sentimentos, suas emoções e suas relações interpessoais, fazendo-se respeitar e respeitando os demais;
· compreender que a sociedade é formada por pessoas que pertencem a grupos étnico-raciais distintos, que possuem cultura e história próprias, igualmente valiosas, e que em conjunto constroem, na nação brasileira, sua história;
· promover o diálogo, o entendimento e a solução não violenta de conflitos, possibilitando a manifestação de opiniões e pontos de vista diferentes, divergentes ou opostos;
· combater estereótipos, discriminações de qualquer natureza e violações de direitos de pessoas ou grupos sociais, favorecendo o convívio com a diferença;
· valorizar sua participação política e social e a dos outros, respeitando as liberdades civis garantidas no estado democrático de direito; 
· e construir projetos pessoais e coletivos baseados na liberdade, na justiça social, na solidariedade, na cooperação e na sustentabilidade.
O Projeto de Vida insere o alunado em um contexto amplo de sociedade, onde consequentemente o jovem desenvolve valores fundamentais ao processo de escolhas sobre seu futuro, consolidando a educação integral como possibilidade de crescimento social e pessoal. 
Em sumo, a organização do currículo torna-se um ponto crucial no que corresponde ao Projeto de Vida. Diversas escolas infelizmente encontram o desafio de programar este projeto por conta da cultura, história e processos já estabelecidos. Contudo, devido aos avanços tecnológicos e mudanças contemporâneas, como já explicitado no texto, é preciso ajustar o currículo da instituição para atender a demanda. Desse modo, optamos por 3 (três) metodologias que atendem a está questão:
1) Mudanças Progressivas:
Esse modelo consiste em mudanças onde as disciplinas estarão articuladas a níveis mais amplos, com salas de aulas invertidas, professores que mediarão mais atividades de aprofundamento, projetos e metodologias híbridas. 
As metodologias ativas, a integraçãoentre as disciplinas e as atividades mais significativas faz com que o projeto seja transversal. Considerando também a integração vertical que irá motivar os alunos de semestres diferentes a serem tutores, em atividades e áreas do conhecimento semelhantes. 
Assim, a partir dessas mudanças na metodologia e no currículo a escola estará preparada para implementar um currículo mais ousado, onde outras instituições já estão investindo. Esse modelo é perfeito para aquela instituição que alterará o currículo de maneira gradativa para um currículo mais integrador, flexível, desafiador e focado em projetos.
2) Mudanças Simultâneas:
Esse modelo não irá alterar a cultura e os procedimentos na escola. O método acontece da seguinte maneira: as salas convencionais irão observar e avaliar, antes da implementação do projeto experimental, as turmas que já realizam o modelo educacional debatido, na prática. Assim, todos podem aprender com o desenvolvimento do futuro processo que está acontecendo na sala ao lado.
A metodologia simultânea é uma forma de acelerar as mudanças sem pôr em risco os processos já vigentes. Por esse motivo, o projeto é acompanhado por todos da instituição, sendo avaliado, para depois de acordo com toda a comunidade escolar, ser implementado com rapidez nos demais cursos. Podemos usar de exemplo a Catalunha, Espanha com o Projeto Horizonte 2020 dos Jesuítas, onde o modelo educacional acontece sem disciplinas. 
3) Transformações Profundas:
Tal mudança propõem profundamente e com rapidez a implementação do projeto previsto pelos gestores empreendedores e engajadores do projeto. A proposta desse método consiste em roteiros de aprendizagem, em um currículo mais amplo, não disciplinar, que contempla a integração dos alunos de diversos semestres. 
Diversas instituições já utilizam esse currículo denominado único, considerando a estrutura do local e as múltiplas possibilidades de explorar o melhor do estudante. Temos como exemplo a Escola Municipal Campos Salles, que desenvolve um roteiro de aprendizagem personalizado; o projeto das escolas Smmit (SummitSchools) que trabalham e se preocupam com projetos abrangentes, visionários, sem disciplinas e integradores, com um mentor para cada aluno orientando-o no seu projeto de vida, dentre muitas outras abordagens pedagógicas que caracterizam um currículo inovador. 
Portanto, para a implementação do projeto é necessário que as metodologias, o currículo e toda a comunidade escolar estejam em conformidade para oportunizar um ensino capaz de superar a fragmentação do processo pedagógico, de maneira transversal, de acordo com a BNCC. Pensando também na capacitação desse docente que estará lidando com essa multiplicidade são primordiais cursos e oficinas específicas que contribuam para a formação continuada desse profissional. Auxiliando-o para o trabalho com Projeto de Vida. 
A seguir, o infográfico tem como finalidade facilitar o entendimento e explicitar as características do projeto de vida. 
Infográfico
Considerações finais 
O presente texto contribuiu imensamente para as nossas formações como acadêmicas. A pesquisa sobre o projeto de vida trouxe um novo ponto de vista onde conseguimos ponderar e refletir sobre o papel do docente e do pedagogo frente ao desafio do novo ensino médio. O foco nas transformações do currículo é um ponto importante que frisamos neste processo que transcende a sala de aula. Um conhecimento enriquecedor de novas estratégias que são essenciais durante todo o trajeto da educação básica.
Portanto, para que haja um ensino significativo, é relevante atentar que com o Projeto de Vida, o estudante, através do conhecimento adquirido, torna-se capaz de tomar escolhas conscientes, tendo o controle da sua própria vida, objetivos e desejos, como descritos na 6° competência geral da BNCC: 
“Valorizar a diversidade de saberes e vivências culturais e apropriar-se de conhecimentos e experiências que lhe possibilitem entender as relações próprias do mundo do trabalho e fazer escolhas alinhadas ao exercício da cidadania e ao seu projeto de vida, com liberdade, autonomia, consciência crítica e responsabilidade.”
 REFERÊNCIA
SILVA SANTOS, K.; BRAZ FERREIRA GONTIJO, S. ENSINO MÉDIO E PROJETO DE VIDA: POSSIBILIDADES E DESAFIOS. Revista Nova Paideia - Revista Interdisciplinar em Educação e Pesquisa, [S. l.], v. 2, n. 1, p. 19 - 34, 2020. DOI: 10.36732/riep.v2i1.52. Disponível em: https://ojs.novapaideia.org/index.php/RIEP/article/view/27. Acesso em: 27 Set. 2022.
MORAN, José. Metodologias ativas para realizar transformações progressivas e profundas no currículo. 2013. Disponível em:http://www2.eca.usp.br/moran/wpcontent/uploads/2013/12/transformações.pdf. Acesso em: 28 Set. 2022.
BRASIL. Ministério da Educação. Base Nacional Comum Curricular. Brasília, 2018, p. 461-468. Acesso em: 01 Out. 2022.
AMENDOLA, Roberta. Moderna Compartilha. Projeto de Vida: qual é o seu e o dos seus alunos?. Disponivel em: https://www.modernacompartilha.com.br/projeto-de-vida-qual-e-o-seu-e-o-dos-seus-alunos/#:~:text=As%20tr%C3%AAs%20dimens%C3%B5es%20do%20projeto%20de%20vida&text=As%20tr%C3%AAs%20dimens%C3%B5es%20a%20serem,profissional%20(mundo%20do%20trabalho). Acesso em: 10 Out. 2022. 
KLEIN, Ana Maia; ARANTES, Valeria Amorim. Scielo. Projeto de Vida de Jovens Estudantes do Ensino Médio e a Escola. Disponível em: https://www.scielo.br/j/edreal/a/frpccyjHNKGM5sHbg8GvYbt/. Acesso em:11 Out. 2022.