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Aula 5 Órteses para membros superiores

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DESCRIÇÃO
Órteses para membros superiores, avaliação, orientações, tipos de materiais utilizados,
prescrição, descrição das principais doenças relacionadas à utilização dos dispositivos,
tratamento fisioterapêutico e funcionalidade.
PROPÓSITO
Para a formação do fisioterapeuta, é necessário conhecer as principais órteses para membros
superiores, pensando nas prescrições e utilizações, nas principais indicações, assim como no
trinômio conforto, funcionalidade e peso reduzido, para uma melhor qualidade de vida.
OBJETIVOS
MÓDULO 1
Identificar a biomecânica do membro superior
MÓDULO 2
Reconhecer os principais tipos de órteses para membros superiores
MÓDULO 3
Empregar a tecnologia assistiva para membros superiores
INTRODUÇÃO
A origem do termo órtese vem de orthos, palavra grega que significa reto, direito, normal. As
órteses são dispositivos ortopédicos aplicados externamente que são destinados a dar suporte
aos diversos segmentos corporais, promovendo melhor alinhamento, prevenção e até mesmo a
melhora funcional de uma estrutura acometida por algum tipo de disfunção. Esses dispositivos
promovem uma recuperação rápida, segura e eficaz em indivíduos com acometimentos
neuromusculoesqueléticos, os quais apresentam alterações funcionais permanentes ou
temporárias.
Segundo o Ministério da Saúde, as órteses são utilizadas “como um adjunto no processo de
reabilitação, [favorecendo] o tratamento terapêutico. Contudo, observa-se que [elas] devem ser
[criteriosas] e adequadamente indicadas, elaboradas e confeccionadas com vistas à atenção
às necessidades da pessoa e, sobretudo, apropriadamente adaptadas” (BRASIL, 2019, p. 20).
O Sistema Único de Saúde (SUS), desde 2 de dezembro de 2010, reconhece o direito de
fisioterapeutas e terapeutas ocupacionais de prescrever “órteses, próteses e materiais
especiais não relacionados ao ato cirúrgico”, por meio da publicação da Portaria SAS/MS nº
661, fazendo do trabalho de fisioterapeutas um dos mais completos na reabilitação e
prescrição das órteses.
Mas, antes de abordarmos os diferentes tipos de órteses, que tal fazermos uma boa revisão da
biomecânica do membro superior? Vamos começar por esse assunto para, depois, nos
aprofundarmos nas órteses e na tecnologia aplicada a seu uso.
MÓDULO 1
 Identificar a biomecânica do membro superior
OMBRO
Muita gente acredita que o ombro é apenas uma articulação. Geralmente, pensamos logo no
úmero se articulando com a escápula. Mas o ombro é um complexo articular! Sabe por quê?
Porque ele é composto por quatro articulações. Vamos conhecer cada uma delas:
A seguir entenderemos melhor cada uma:
ARTICULAÇÃO ESTERNOCLAVICULAR
Região na qual se articulam a clavícula e o esterno. Trata-se de uma articulação em sela, ou
seja, em um dos ossos, a superfície articular tem forma de sela e, em outro, tem a forma
semelhante à dos membros inferiores, como se houvesse “um cavaleiro sentado” (daí o nome
“em sela” ou “selar”). O ligamento interclavicular e a cápsula articular mantêm a congruência
articular. Possui um disco articular fibrocartilaginoso (menisco) e possibilita movimento
significativo, incluindo 50° de rotação axial e 35° de elevação superoinferior, além de translação
anteroposterior.
ARTICULAÇÃO ACROMIOCLAVICULAR
É uma articulação plana e está sujeita a elevadas cargas transmitidas da musculatura do tórax
ao membro superior. Desempenha papel fundamental no movimento escapulotorácico.
ARTICULAÇÃO GLENOUMERAL
É uma articulação esferoide (bola e soquete) entre a cabeça umeral e a cavidade glenoide da
escápula. Permite uma amplitude de movimento (ADM) significativa nos três eixos. A superfície
articular do úmero proximal forma um arco de 120° e é recoberta por cartilagem hialina. A
cabeça do úmero é retrovertida 30° em relação ao plano intercondilar do úmero distal e tem
uma inclinação para cima ou medial de 45°, conferindo uma orientação geral mais anterior e
lateral. A cavidade glenoidal está retrovertida 7° em relação ao plano perpendicular ao plano da
escápula e voltada superiormente 5°.
ARTICULAÇÃO ESCAPULOTORÁCICA
Não é exatamente a articulação entre dois ossos. No entanto, essa articulação é considerada
funcional, pois a parte anterior da escápula se move em relação à caixa torácica. Os músculos
subescapular e serrátil anterior se interpõem entre a escápula e as costelas. A escápula está
angulada anteriormente em 30° em relação ao plano coronal do tórax, ligeiramente rodada no
sentido da linha média em sua extremidade superior e inclinada anteriormente em relação ao
plano sagital.
 Anatomia do ombro.
Agindo em sinergia, essas articulações nos garantem os movimentos nos três seguintes eixos:
EIXO LATEROLATERAL
Flexão e extensão.
EIXO ANTEROPOSTERIOR
Abdução e adução.
EIXO LONGITUDINAL
Rotações medial (interna) e lateral (externa).
javascript:void(0)
javascript:void(0)
javascript:void(0)
NOS EIXOS LATEROLATERAL E ANTEROPOSTERIOR,
CONSEGUIMOS AINDA REALIZAR A CIRCUNDUÇÃO,
OU SEJA, UM MOVIMENTO NO QUAL NOSSO
SEGMENTO CORPORAL DESENHA UM “CONE” NO
ESPAÇO.
Um dos aspectos mais interessantes da biomecânica do ombro é que a cavidade glenoide é
rasa e capaz de conter apenas cerca de um terço do diâmetro da cabeça do úmero. Isso
significa que, se a estabilidade da articulação fosse dependente somente da arquitetura óssea,
teríamos muito problema. No entanto, essa arquitetura é aprimorada pela superfície
cartilaginosa, mais espessa na periferia, atuando no aumento da profundidade da cavidade.
Além disso, o lábio glenoidal dá mais estabilidade à articulação. Já a cápsula articular possui
uma importante frouxidão inerente, com uma área de superfície que é o dobro da cabeça do
úmero. Basicamente, a cápsula tem papel estabilizador, retesando-se em diferentes posições
do braço.
Os movimentos do braço requerem o movimento rotacional na articulação glenoumeral. Essa,
por sua vez, depende dos movimentos sinergistas das demais articulações. Em outras
palavras, as articulações esternoclavicular, acromioclavicular e escapulotorácica precisam estar
móveis o bastante para garantir toda a extensão de mobilidade que a glenoumeral é capaz de
produzir.
Com isso, já podemos concluir que:
UMA PESSOA COM BLOQUEIOS NAS ARTICULAÇÕES
ESTERNOCLAVICULAR, ACROMIOCLAVICULAR OU
ESCAPULOTORÁCICA TERÁ DÉFICIT DE MOVIMENTO
NA ARTICULAÇÃO GLENOUMERAL!
Outro aspecto que merece atenção é o ritmo escapuloumeral. Para que possamos mover
nosso braço, a escápula deve acompanhar o movimento, mas não de qualquer maneira. Existe
um ritmo certo para que possamos nos mover, sem deixar possibilidade para impactos
desnecessários entre as estruturas ou até lesões.
 VOCÊ SABIA
Se a escápula fosse fixa, isso resultaria em apenas 60° de elevação do úmero. A combinação
dos movimentos escapulares e umerais resulta no que é considerada uma ADM máxima: 180°
em uma relação geral de 2:1 (o chamado ritmo escapuloumeral).
Durante os 60° iniciais de flexão ou nos 30° iniciais de abdução, podemos observar quantidade
e tipo inconsistentes de movimento escapular: a chamada fase de assentamento da escápula.
A partir desse ponto, a escápula entra em cena e inicia o movimento, sempre em um ritmo 2:1,
ou seja, para cada 2° de movimento da articulação glenoumeral, temos 1° de movimento
escapular.
 EXEMPLO
Após a fase de assentamento, se o úmero se movimentar 60°, a escápula se movimentará 30°,
sempre a metade. Qualquer alteração nesse ritmo pode afetar o movimento e possibilitar o
aparecimento de lesões. É o caso da síndrome do pinçamento subacromial (shoulder
impingement syndrome).
 Síndrome do pinçamento subacromial.
Para realizar a abdução do ombro, os músculos deltoide e supraespinhal trabalham
sinergicamente, enquanto o restante da musculatura do manguito fornece uma força de
depressão umeral para combater a subluxação da cabeça do úmero. Tanto o músculo deltoide
quanto o supraespinhal são ativados em toda a ADM. Portanto, o supraespinhal tem função
maior no início da abdução(primeiros 60°). À medida que o braço é elevado, o braço de
momento do deltoide melhora, o que resulta em uma força maior.
O ângulo de tração do músculo supraespinhal é mais constante em aproximadamente 75°,
atuando não apenas para elevar ou abduzir o braço, mas também para comprimir a cabeça do
úmero dentro da cavidade glenoidal.
Ainda sobre a cinética do ombro, podemos destacar seus demais movimentos. São eles:
FLEXÃO
EXTENSÃO
ROTAÇÃO EXTERNA
ROTAÇÃO INTERNA
ADUÇÃO
FLEXÃO
Músculos deltoide anterior e coracobraquial.
EXTENSÃO
Cabeça posterior do deltoide e músculo latíssimo do dorso.
ROTAÇÃO EXTERNA
Músculo infraespinhal, com contribuições da cabeça posterior do deltoide e do redondo menor.
ROTAÇÃO INTERNA
Músculo subescapular, parte esternocostal do peitoral maior, latíssimo do dorso e redondo
maior.
ADUÇÃO
Músculo peitoral maior, latíssimo do dorso e redondo maior.
O manguito rotador é formado por quatro músculos: supraespinhal, infraespinhal, redondo
menor e subescapular. Os tendões desses músculos “abraçam” a cabeça do úmero e
aumentam a estabilidade dele na cavidade glenoide. Lesões no manguito rotador levam à
perda de estabilidade na cavidade glenoide.
 Músculos do manguito rotador.
BIOMECÂNICA DO COMPLEXO ARTICULAR DO
OMBRO
Neste vídeo, a especialista abordará aspectos biomecânicos do ombro, complexo articular
composto das articulações esternoclavicular, acromioclavicular, glenoumeral e
escapulotorácica. Será abordado também o ritmo escapulotorácico.
COTOVELO
Assim como o ombro, o cotovelo é um complexo articular formado por três articulações
sinoviais. São elas:
UMEROULNAR
Tróclea do úmero e incisura troclear da ulna.
UMERORRADIAL
Capítulo do úmero à cabeça do rádio.
RADIOULNAR
Cabeça do rádio e incisura radial da ulna.
Logo, o cotovelo não é só a articulação que nos proporciona o “dobrar e fechar o braço”, como
os leigos dizem!
 Anatomia do cotovelo.
Vamos conhecer, agora, três importantes ligamentos que exercem o papel de estabilização
articular:
LIGAMENTO COLATERAL ULNAR
LIGAMENTO COLATERAL RADIAL
LIGAMENTO ANULAR
LIGAMENTO COLATERAL ULNAR
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javascript:void(0)
javascript:void(0)
De formato triangular, apresenta bandas anterior, posterior e oblíqua.
LIGAMENTO COLATERAL RADIAL
Inicia no epicôndilo lateral do úmero, passando pelo ligamento anular e se dirigindo para as
margens anterior e posterior da incisura radial da ulna.
LIGAMENTO ANULAR
Apresenta formato circular que envolve a cabeça do rádio, ajudando na estabilização da epífise
proximal do rádio, principalmente durante a supinação e a pronação.
Basicamente, os movimentos do cotovelo ocorrem em dois eixos:
No eixo laterolateral, temos 130° de flexão-extensão.
No eixo longitudinal, temos 50° a 60° de pronação-supinação.
Os movimentos de prono-supino ocorrem nas articulações umerorradial e radioulnar proximal.
Nesses movimentos, a cabeça do rádio roda dentro do ligamento anular, e o rádio distal gira
em torno da ulna distal em forma de arco. À medida que o cotovelo é flexionado, o ângulo
máximo de supinação aumenta, enquanto o de pronação diminui.
 Supinação e pronação do cotovelo.
UMA CÁPSULA FIBROSA ENVOLVE TODA A
ARTICULAÇÃO E, INTERNAMENTE, É REVESTIDA POR
UMA MEMBRANA SINOVIAL. FUNCIONALMENTE, É
UMA ARTICULAÇÃO EM DOBRADIÇA (GÍNGLIMO) QUE
PERMITE O MOVIMENTO EM APENAS UM EIXO
(UNIAXIAL).
Quanto às ações musculares no cotovelo, podemos, primeiramente, tratar da flexão.
Acompanhe a seguir:
O músculo braquial é o agonista. Ele é um músculo de mobilidade ou de arranco. Sua
inserção é muito próxima ao eixo articular (na tuberosidade da ulna), e seu braço de momento
é maior em uma posição um pouco acima de 100° de flexão, na qual gera maior torque. Como
se insere na ulna, sua ação não é alterada na rotação do rádio, e o braquial é um músculo ativo
em diversas posições/resistências ao movimento.
O bíceps braquial também é um músculo de mobilidade e de arranco. Seu braço de momento
é maior em 80° a 100° de flexão e menor quando em total extensão. Está ativo sempre quando
há grande resistência ou na flexão de cotovelo sem resistência, com o antebraço supinado ou a
meio caminho entre prono-supino. O bíceps braquial pode ficar ativamente insuficiente quando
tenta realizar o movimento de flexão completa do cotovelo associado à flexão completa da
glenoumeral.
Não podemos nos esquecer do músculo braquiorradial. Ele se insere a uma maior distância
do eixo articular, portanto, é classificado como músculo estabilizador. A maior parte do
componente da força muscular dirige-se à compressão das superfícies articulares, e o músculo
não é afetado pela posição do ombro. Exerce maior papel em atividades com resistência
moderada e mudança rápida de ADM.
Quanto à extensão:
Seu principal músculo é o tríceps braquial. Sua cabeça longa é biarticular. Por isso, torna-se
insuficientemente ativa quando se tenta extensão completa do cotovelo com o ombro em
hiperextensão. A cabeça medial está ativa na extensão sem resistência contra a gravidade ou
com gravidade eliminada, e todas as cabeças atuam quando ocorre uma grande resistência ou
na extensão rápida. O torque isométrico máximo que o tríceps braquial pode gerar acontece
em uma posição do cotovelo de 90° de flexão.
O músculo ancôneo, pequeno e quase sempre esquecido por nós, auxilia na extensão do
cotovelo e, aparentemente, atua como estabilizador durante a movimentação prono-supino.
Quanto ao movimento de pronação:
Temos o músculo pronador redondo, que contribui para estabilização da articulação
radioulnar proximal, e o pronador quadrado, que não é afetado por mudanças de posição no
cotovelo e está ativo em pronação com e sem resistência e em pronação lenta ou rápida.
Também atua mantendo a compressão da articulação radioulnar distal.
Na supinação:
Temos o músculo supinador que, atuando isoladamente, produz lenta supinação sem
resistência em todas as posições do cotovelo e do antebraço e dá supinação rápida não
resistida quando o cotovelo é estendido. O bíceps braquial atua sempre na supinação resistida
e durante a supinação rápida, com cotovelo flexionado a 90°. Além disso, o ancôneo está ativo
na supino-prono para estabilização.
Vejamos, na imagem a seguir, esses músculos que atuam na articulação do cotovelo:
 Músculos que atuam na articulação do cotovelo.
PUNHO E MÃOS
O punho é uma região na qual há oito ossos curtos, articulados de tal maneira que temos
mobilidade juntamente com estabilidade. A mão é considerada um órgão tátil, uma vez que
possui uma infinidade de receptores sensoriais na pele.
OITO OSSOS CURTOS
São os ossos do carpo: escafoide, semilunar, piramidal, pisiforme, trapézio, trapezoide, capitato
e hamato.
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 Anatomia do punho e da mão.
O controle ativo do punho é alcançado por uma ação coordenada das seguintes musculaturas:
EXTRÍNSECA
Aquela que se origina nos segmentos do antebraço e do úmero.
INTRÍNSECA
Aquela que se origina nos segmentos do carpo e da mão.
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javascript:void(0)
 Músculos do antebraço (braço direito).
AGORA, IMAGINE: COMO MANTER ESTÁVEIS ESSES
OSSOS TÃO PEQUENOS?
Existem diversos mecanismos de controle que podem ser divididos em:
MECANISMOS PASSIVOS
MECANISMOS ATIVOS
MECANISMOS PASSIVOS
São os mecanismos ósseos. Os ossos possuem um formato específico para que cada um “se
encaixe” de maneira que haja uma estabilidade otimizada.
MECANISMOS ATIVOS
São os mecanismos ligamentares, que mantêm o alinhamento carpal. Trata-se de ligamentos
palmares mais espessos e fortes e ligamentos dorsais mais finos e em menor número.
Quanto à cinemática do punho e das mãos, temos o seguinte:
Os movimentos do punho incluem flexão-extensão (eixo laterolateral) e desvio ulnar-
radial (eixo anteroposterior).
Em geral, conseguimos uma flexão de punho de 65° a 80° e uma extensão de 55° a 75°.
Normalmente, temos um desvio radial de 15° a 20°, bem como 35° a 40° de desvio ulnar,
ocorrendo principalmentena articulação mediocarpal.
Quanto à cinemática do punho e das mãos, temos o seguinte:
O movimento de prono-supino do antebraço, embora não seja um movimento do punho
propriamente dito, afeta a função da mão e do punho.
A amplitude de flexão das articulações metacarpofalângicas varia de 0° a 90°.
As articulações interfalângicas proximais e distais dos quatro dedos são bicondilares em
dobradiça. Portanto, a flexão e a extensão são os únicos movimentos possíveis.
Quanto ao polegar, nosso primeiro dedo, a articulação carpometacárpica é em sela. Por
isso, possibilita movimento pelo espaço cônico, desde o plano da mão em sentido palmar
à direção radial.
Funcionalmente, o movimento mais importante do polegar é a oposição.
VEM QUE EU TE EXPLICO
Complexo articular do ombro
Ritmo escapulotorácico
VERIFICANDO O APRENDIZADO
MÓDULO 2
 Reconhecer os principais tipos de órteses para membros superiores
ÓRTESES PARA PUNHOS, MÃOS E DEDOS
TALA DINÂMICA PARA EXTENSÃO DE DEDOS
O objetivo da tala dinâmica é sustentar a extensão das interfalangianas ou exercitar seus
flexores. É indicada para entorses, contusões, pequenas fraturas, reeducação articular na
artrite reumatoide (AR) e nas artroses, e outras afecções dos dedos da mão. É fabricada com
fio de aço inoxidável e almofadas de espuma microporosa, de tamanhos específicos, o que a
classifica como órtese do tipo pré-moldada. Essas órteses têm como função evitar possíveis
deformidades dos dedos.
 Tala dinâmica para extensão de dedos.
Uma das aplicações dessa tala é na AR, definida pela Sociedade Brasileira de Reumatologia
da seguinte forma:
A ARTRITE REUMATOIDE (AR) É UMA DOENÇA
INFLAMATÓRIA CRÔNICA QUE PODE AFETAR VÁRIAS
ARTICULAÇÕES. A CAUSA É DESCONHECIDA E
ACOMETE AS MULHERES DUAS VEZES MAIS DO QUE
OS HOMENS. INICIA-SE GERALMENTE ENTRE 30 E 40
ANOS, E SUA INCIDÊNCIA AUMENTA COM A IDADE. 
 
OS SINTOMAS MAIS COMUNS SÃO OS DA ARTRITE
(DOR, EDEMA, CALOR E VERMELHIDÃO) EM
QUALQUER ARTICULAÇÃO DO CORPO, SOBRETUDO
MÃOS E PUNHOS. [...] AS ARTICULAÇÕES
INFLAMADAS PROVOCAM RIGIDEZ MATINAL, FADIGA,
E, COM A PROGRESSÃO DA DOENÇA, HÁ
DESTRUIÇÃO DA CARTILAGEM ARTICULAR E OS
PACIENTES PODEM DESENVOLVER DEFORMIDADES
E INCAPACIDADE PARA REALIZAÇÃO DE SUAS
ATIVIDADES TANTO DE VIDA DIÁRIA COMO
PROFISSIONAL. AS DEFORMIDADES MAIS COMUNS
OCORREM EM ARTICULAÇÕES PERIFÉRICAS, COMO
OS DEDOS EM PESCOÇO DE CISNE, DEDOS EM
BOTOEIRA, DESVIO ULNAR E HÁLUX VALGO
(JOANETE).
(SBR, 2021, não paginado)
Com o avanço da doença, alguns tipos de órtese são dispositivos importantes para auxílio na
melhora da dor e prevenção de deformidades, nos casos mais graves.
ÓRTESE IMOBILIZADORA DE DEDOS
O objetivo da órtese imobilizadora de dedos é a manutenção do alinhamento anatômico do
dedo. É indicada em casos de lesões, fraturas, luxações, entorses e em alguns casos de
emergência. A tala interna é confeccionada de poliuretano EVA e pode ser usada na mão
direita ou esquerda, em quase todos os dedos, com exceção do polegar. É uma órtese do tipo
pré-moldada.
 Órtese imobilizadora de dedos.
TALA DE PVC PARA POLEGAR
O objetivo da tala de PVC para polegar é imobilizar, de forma isolada, o polegar. É indicada
para fraturas, entorses, contusões, artroses e reeducação articular na AR do polegar:
rizartrose. O material usado é um PVC moldado em tirantes de velcro, lavável. Essa órtese
imobiliza o polegar apenas, portanto, não é indicada para os outros dedos da mão.
 Tala de PVC para polegar.
ÓRTESE PARA PUNHO COM TALA PARA POLEGAR
Essa órtese tem como objetivo aliviar a dor e estabilizar o punho e o polegar. É indicada para
prevenção e tratamento de lesões, especialmente causadas pela prática de esporte. A tala
interna removível pode ser usada na mão esquerda ou direita, confeccionada em neoprene.
Possui ajuste em velcro, em tamanho único. Assim, essa órtese também é pré-moldada.
 Órtese para punho com tala para polegar.
MUNHEQUEIRA SIMPLES OU ELÁSTICA
Tem como principal objetivo estabilizar a articulação radiocárpica (punho). É indicada para
afecções leves do punho na prática esportiva e prevenção de recidiva. Além disso, é
constituída de uma cinta elástica de 5cm de largura (em média), sobreposta por outra, com
fecho de velcro e lavável.
Essa é uma órtese pré-moldada, facilmente encontrada em lojas de materiais hospitalares.
Como descrito anteriormente, é uma órtese estabilizadora, e não imobilizadora.
 Munhequeira simples ou elástica.
TALA IMOBILIZADORA DE NEOPRENE PARA PUNHO
O objetivo da tala imobilizadora de neoprene para punho é imobilizar e estabilizar a articulação
radiocárpica, diminuindo o atrito e mantendo a articulação dentro da anatomia funcional. É
indicada para tenossinovite do punho, artroses, lesões ligamentares, correção de posição
viciosa na AR e outras afecções de origem traumática e neurológica, além de prevenção de
recidiva no retorno às atividades.
O material usado é o neoprene com tecido sintético. Possui fecho em velcro, reforço interno de
plástico rígido e tamanhos diversificados, para o lado direito e esquerdo. Por ser uma órtese
imobilizadora, possui um plástico rígido internamente, que não se deforma. É considerada uma
órtese pré-moldada.
 Tala imobilizadora de neoprene para punho.
ÓRTESE PARA TENDINITE DE PUNHO AMPLA
Essa órtese tem o mesmo objetivo e a mesma indicação da tala imobilizadora de neoprene
para punho, com controle da prono-supinação: ela se estende até próximo à articulação do
cotovelo. É constituída de um reforço interno de plástico rígido, permitindo que os dedos fiquem
livres. É lavável e possui tamanhos variados.
 Órtese para tendinite de punho ampla.
ÓRTESE DE PVC PARA PUNHO E POLEGAR
A órtese de PVC para punho e polegar tem como objetivo a imobilização do punho e do
polegar. É indicada para fraturas, tenossinovite de De Quervain, entorses, contusões, artroses
e reeducação articular na AR. Os materiais usados são PVC moldado e tirantes de velcro, com
forro de espuma removível, lavável, permitindo livre movimentação dos dedos. É considerada
uma órtese pré-moldada.
 Órtese de PVC para punho e polegar.
TALA DE VELCRO (PVC) PARA PUNHO, MÃO E DEDOS
A tala de velcro em PVC para punho, mão e dedos tem como objetivo imobilizar o punho, a
mão e os dedos dentro de uma posição funcional. É indicada para traumatismos e outras
afecções do punho, da mão e dos dedos, para pacientes com sequelas de acidente vascular
encefálico (AVE), para espasticidade e outras doenças neurológicas com esse quadro. O
material usado é o PVC. Possui fechos de velcro, é lavável e de tamanhos variados.
Pode ser pré-moldada ou moldada, o que vai determinar isso são os objetivos do
fisioterapeuta, bem como uma boa avaliação e a utilização de órteses anteriores.
 Tala de velcro (PVC) para punho, mão e dedos.
Essa órtese é comumente indicada para pacientes com sequelas neurológicas que tendem ao
padrão flexor, tanto em crianças (por exemplo, para hidrocefalia) quanto em adultos e idosos
(com sequelas de AVE), com objetivo de evitar deformidades e melhorar a funcionalidade.
 Tala de velcro (PVC) para punho, mão e dedos usada em paciente pediátrico.
ÓRTESES DE PUNHO E DEDOS DA MÃO
Neste vídeo, a especialista abordará as principais órteses para punhos e dedos da mão, assim
como a indicação de cada uma.
ÓRTESES PARA ANTEBRAÇO E
COTOVELO
CINTA PARA COTOVELO DE TENISTA
O objetivo da cinta para cotovelo de tenista é mudar o vetor de tração, diminuindo a tensão
sobre o tendão do epicôndilo lateral ou medial. É indicada para epicondilites e outras afecções
do cotovelo, bem como prevenção de recidiva na prática esportiva. Também pode ser utilizada
durante o tratamento ou durante o treino.
O material usado é uma cinta da velcro estofada com microespuma, com uma almofada para
compressão. Possui tamanhos diferenciados, ou seja, é uma órtese pré-moldada.
 Cinta para cotovelo de tenista.
ÓRTESE DUPLA PARA COTOVELO DE TENISTA EM
NEOPRENE
A órtese dupla para cotovelo detenista em neoprene tem como objetivo prevenir e aliviar as
dores no tendão do epicôndilo lateral. É indicada para a epicondilite lateral (cotovelo de
tenista), sendo voltada para prevenção de lesões causadas por movimento de extensão e força
do braço. Possui tala interna que proporciona maior pressão e compressão.
Essa órtese tem funções semelhantes à anterior, mas com a diferença de ter um apoio ou
suporte ainda maior e de ser considerada uma órtese dupla.
 Órtese dupla para cotovelo de tenista em neoprene.
COTOVELEIRA DE NEOPRENE
A cotoveleira de neoprene tem como objetivo estabilizar a articulação do cotovelo. É indicada
para contusões, bursites, artrites, artroses e outras afecções do cotovelo. O material é
constituído de neoprene revestido, com tamanhos variados, e é pré-moldada.
 Órtese extensora de cotovelo.
ÓRTESE IMOBILIZADORA DE COTOVELO
A órtese imobilizadora de cotovelo tem como objetivos estabilizar a articulação do cotovelo e
promover a extensão dele, devolvendo a anatomia normal ao seguimento. A indicação é para
AVE com espasticidade. É confeccionada em polipropileno, plastazote e velcro. Essa é uma
órtese moldada, feita sob medida para o paciente.
 Paciente com órtese imobilizadora de cotovelo.
Certos cuidados devem ser tomados com essa órtese.
No início, deve ser utilizada de forma progressiva, começando de 1 a 2 horas no 1º dia,
podendo chegar a 24 horas por dia de uso. É necessário observar áreas de pressão excessiva
para evitar ferimentos e retornar ao ortesista para alívio do ponto de pressão.
A regulagem dos ângulos para extensão deve ser feita progressivamente até alcançar a
extensão anatômica. Além disso, o aparelho deve ser retirado a cada 1 hora de utilização para
mobilidade articular.
Também pode ser confeccionada com materiais recicláveis e rígidos no momento do
tratamento, por exemplo, para descarga de peso no membro superior. Pode ser usada em
pacientes crianças, adultos e idosos, com sequelas de AVE e quadros de hemiparesia
espástica.
ÓRTESE IMOBILIZADORA DE ÚMERO
A órtese imobilizadora de úmero tem como objetivo imobilizar e estabilizar o úmero, mantendo
a anatomia do segmento. É indicada para o tratamento conservador de fratura de diáfise de
úmero e para o pós-operatório. O material é um plástico semirrígido, moldado em duas peças,
com forro de espuma, fechos de velcro. Essa órtese é lavável.
A órtese imobilizadora de úmero é pré-moldada e pode ser indicada como tratamento
conservador também para pacientes idosos com fratura de úmero, ou seja, que não
necessitam de cirurgia.
 Órtese imobilizadora de úmero.
ÓRTESES PARA OMBRO
TIPOIA EM TIRA
O objetivo da tipoia em tira é imobilizar o membro superior. É indicada para o apoio de membro
superior em casos de lesões musculares ou articulares, pós-fraturas ou pós-operatório e
sustentação de gesso. É confeccionada em brim 100% algodão — resistente, antialérgico e
lavável, de marcas variadas —, em lona, tiras de nylon, fecho plástico de manipulação com
uma só mão, em tamanho único.
 Tipoia em tira.
IMOBILIZADOR ESTOFADO DE MEMBROS
SUPERIORES OU TIPOIA ORTOPÉDICA
O imobilizador estofado de membros superiores ou tipoia ortopédica tem como objetivo
imobilizar o ombro, o braço e o antebraço. É indicado para a imobilização do membro superior,
contusões, luxações, instabilidades graves do ombro ou do cotovelo decorrentes de trauma ou
da AR, bem como para o pós-operatório. É confeccionado em brim de algodão estofado duplo
ou lona, com fivelas plásticas manipuláveis e fecho de velcro, é lavável e possui tamanhos
variados ou adulto/infantil.
 Imobilizador estofado de membros superiores.
 ATENÇÃO
A tipoia em tira e a tipoia ortopédica podem ser indicadas para pacientes com lesões
neurológicas, como a lesão completa de plexo braquial, em que o paciente perde todos os
movimentos do membro superior. O objetivo é sustentar o membro.
MANGUITO DE BOBATH
O manguito de Bobath tem como objetivo reduzir a luxação ou subluxação do ombro. Portanto,
é indicado para luxação e subluxação nos casos de AVE, lesões de plexo braquial e lesões
traumáticas do ombro. É constituído de neoprene com tiras trançadas sobre a cintura escapular
e velcro.
 Manguito de Bobath.
É bastante comum a carência diária dos pacientes para adquirir aparelhos confeccionados
pelas ortopedias técnicas que melhorem a função do sistema locomotor. Um dos exemplos de
que a Fisioterapia pode usar materiais de baixo custo para o atendimento à população mais
carente é o uso de câmaras de ar para confeccionar um manguito de Bobath.
 Manguito de Bobath confeccionado a partir de câmaras de ar.
POSICIONADORES DE MEMBROS
SUPERIORES
O objetivo dos posicionadores é evitar escaras de decúbito e contraturas, assim como
posicionar o membro superior dentro de uma anatomia funcional. Geralmente, são
confeccionados de espuma.
As úlceras de pressão, de decúbito, ou escaras “são lesões que acometem o tecido cutâneo,
levando à sua destruição parcial ou total. São comuns em pacientes acamados por longo
período e privados de movimentos, ocasionando um quadro de compressão, lesão isquêmica e
consequente destruição tecidual” (PELEJA et al., 2011, não paginado). Portanto, pacientes
acamados, com ou sem as úlceras de decúbito, devem ser colocados em posicionadores.
 Posicionador de cotovelo.
ÓRTESES PARA LINFEDEMA DE MEMBRO SUPERIOR
O tratamento cirúrgico do câncer de mama pode gerar, como consequência, o linfedema de
membro superior. Alguns fatores que podem influenciar o desenvolvimento dessa complicação
são:
número de linfonodos retirados durante o procedimento cirúrgico;
radioterapia axilar;
infecções no braço operado;
idade avançada; e
obesidade.
Veja o que dizem Pacheco, Detoni Filho e Melo (2011) sobre essa complicação:
O CÂNCER DE MAMA É O MAIS COMUM E TEMIDO
ENTRE AS MULHERES. NA MAIORIA DA POPULAÇÃO
BRASILEIRA, É DIAGNOSTICADO EM ESTÁGIOS MAIS
AVANÇADOS, CAUSANDO TRANSTORNOS
EMOCIONAIS, FÍSICOS E SOCIAIS. A PRINCIPAL
COMPLICAÇÃO GERADA PELO TRATAMENTO
CIRÚRGICO DO CÂNCER DE MAMA É O LINFEDEMA.
(PACHECO; DETONI FILHO; MELO, 2011, p. 4)
Ainda segundo os autores, “os melhores resultados aparecem quando há intervenção precoce
da equipe [de Fisioterapia]” (PACHECO; DETONI FILHO; MELO, 2011, p. 4), com utilização
das órteses para a manutenção dos resultados. Por esse motivo, malhas compressivas podem
ser utilizadas como indicação no auxílio do tratamento.
 SAIBA MAIS
As braçadeiras, que são consideradas órteses de membro superior de forma bem específica,
são indicadas para pacientes no controle do linfedema por câncer de mama. São luvas de
compressão, utilizadas no tratamento da Fisioterapia para controle e manutenção do edema.
A motivação e o incentivo para utilização da órtese, seja imobilizadora, estabilizadora ou
corretiva, são muito importantes para um tratamento de sucesso, bem como a informação e a
orientação dos pacientes sobre a relevância da utilização correta dos dispositivos. Para isso, é
necessário que o fisioterapeuta:
Incentive o paciente quanto ao uso da órtese prescrita.
Pense no conforto do paciente.
Pense na funcionalidade.
Sempre tenha como objetivo a melhora da qualidade de vida.
 Órtese de linfedema para membros superiores.
A qualidade de vida foi definida pela Organização Mundial da Saúde (2005 apud MIRANDA;
BANHATO, 2008, p. 72) como a “percepção que o indivíduo tem de sua posição na vida dentro
do contexto de sua cultura e do sistema de valores de onde vive, e em relação a seus
objetivos, expectativas, padrões e preocupações. É um conceito amplo que incorpora de uma
maneira complexa a saúde física de uma pessoa, seu estado psicológico, seu nível de
dependência, suas relações sociais, suas crenças e sua relação com características
proeminentes no ambiente”.
Essa definição mostra que a visão de qualidade de vida é subjetiva e inclui tanto aspectos
positivos quanto negativos da vida, sendo um conceito multidimensional. Nomínimo, inclui as
dimensões seguintes:
FÍSICA
PSICOLÓGICA
AFETIVO E SOCIAL
FÍSICA
Percepção do indivíduo sobre seu próprio estado de saúde.
PSICOLÓGICA
Percepção do indivíduo sobre o estado cognitivo.
AFETIVO E SOCIAL
Percepção do indivíduo sobre suas relações interpessoais e funções sociais em sua vida.
Pensando dessa forma, o fisioterapeuta é um profissional importante no tratamento: ele quem
orientará e prescreverá a utilização das órteses, seu tempo de uso e o processo de
desortetização do paciente.
VEM QUE EU TE EXPLICO
Uso das órteses para artrite reumatoide
Manguito de Bobath confeccionado com câmara de ar
VERIFICANDO O APRENDIZADO
MÓDULO 3
 Empregar a tecnologia assistiva para membros superiores
CONCEITO E ASPECTOS LEGAIS NO
BRASIL
Tecnologia assistiva (TA) é um termo bem recente. Em linhas gerais, trata-se de todos os
recursos ou serviços que proporcionam e ampliam as habilidades funcionais de
pacientes com deficiência. Portanto, influencia diretamente na qualidade de vida e na
inclusão dessas pessoas.
É interessante percebermos como o avanço da tecnologia garantiu à humanidade uma
qualidade de vida melhor em diversos aspectos. Quando aplicada na área da Saúde, traz
benefícios gigantescos. Para pacientes com deficiências físicas, a tecnologia assistiva é uma
grande ferramenta para trazer o máximo possível de funcionalidade a essas pessoas.
O objetivo maior da TA é:
PROPORCIONAR À PESSOA COM DEFICIÊNCIA
MAIOR INDEPENDÊNCIA, QUALIDADE DE VIDA E
INCLUSÃO SOCIAL, ATRAVÉS DA AMPLIAÇÃO DE
SUA COMUNICAÇÃO, MOBILIDADE, CONTROLE DE
SEU AMBIENTE, HABILIDADES DE SEU
APRENDIZADO E TRABALHO.
(BERSCH, 2017, p. 2)
De acordo com a Ata da VII Reunião do Comitê de Ajudas Técnicas,
TECNOLOGIA ASSISTIVA É UMA ÁREA DO
CONHECIMENTO, DE CARACTERÍSTICA
INTERDISCIPLINAR, QUE ENGLOBA PRODUTOS,
RECURSOS, METODOLOGIAS, ESTRATÉGIAS,
PRÁTICAS E SERVIÇOS QUE OBJETIVAM PROMOVER
A FUNCIONALIDADE, RELACIONADA À ATIVIDADE E
PARTICIPAÇÃO DE PESSOAS COM DEFICIÊNCIA,
INCAPACIDADES OU MOBILIDADE REDUZIDA,
VISANDO À SUA AUTONOMIA, INDEPENDÊNCIA,
QUALIDADE DE VIDA E INCLUSÃO SOCIAL.
(REUNIÃO..., 2007, não paginado)
O Comitê de Ajudas Técnicas (CAT) é formado por 19 representantes dos Órgãos Públicos
Federais, alinhados com a Política Nacional para Integração da Pessoa Portadora de
Deficiência (PNI-PPD). Tem como objetivo propor providências no sentido de
acessibilidade às tecnologias disponíveis no mundo, permitindo a inclusão dessas
pessoas.
O cap. III, do Decreto nº 5.296, de 2 de dezembro de 2004, art. 8º, inciso V regulamenta as
Leis 10.048, de 8 de novembro de 2000 e a 10.098, de 19 de dezembro de 2000, dispondo
sobre a PNI-PPD. Nesse decreto, se estabelece que o termo “ajudas técnicas” se refere a
“produtos, instrumentos, equipamentos ou tecnologia adaptados ou especialmente projetados
para melhorar a funcionalidade da PPD, ou com mobilidade reduzida, favorecendo a autonomia
pessoal, total ou assistida”. Também determina que o termo “tecnologia assistiva” contempla,
de maneira mais adequada, a conceituação dos termos.
DE 2007 A 2010 TIVEMOS IMPORTANTES AÇÕES
DECORRENTES DA AGENDA SOCIAL DA
PRESIDÊNCIA DA REPÚBLICA E MAIS
RECENTEMENTE, 2011 PARA CÁ, DO PROGRAMA
VIVER SEM LIMITES, TAMBÉM DA PRESIDÊNCIA.
RECURSOS FINANCEIROS PÚBLICOS ESTÃO SENDO
APLICADOS EM POLÍTICAS SOCIAIS QUE INTEGRAM
AÇÕES DE VÁRIOS MINISTÉRIOS E SÃO VOLTADAS
ÀS PESSOAS COM DEFICIÊNCIA. ENTRE ELAS, ESTÁ
O INCREMENTO DA PESQUISA, DESENVOLVIMENTO E
INOVAÇÃO DA TA (MINISTÉRIO DA CIÊNCIA
TECNOLOGIA E INOVAÇÃO) E A ORGANIZAÇÃO DE
REDES DE SERVIÇOS E CONCESSÃO DE
TECNOLOGIA ASSISTIVA (MINISTÉRIO DA SAÚDE). A
POLÍTICA NACIONAL DE EDUCAÇÃO ESPECIAL NA
PERSPECTIVA INCLUSIVA (MINISTÉRIO DA
EDUCAÇÃO) EFETIVOU OS PROGRAMAS SALAS DE
RECURSOS MULTIFUNCIONAIS E O PROGRAMA
ESCOLA ACESSÍVEL. UMA AÇÃO CONJUNTA ENTRE
SECRETARIA NACIONAL DE DIREITOS HUMANOS,
MINISTÉRIO DA FAZENDA E MINISTÉRIO DE CIÊNCIA,
TECNOLOGIA E INOVAÇÃO, EM PARCERIA COM O
BANCO DO BRASIL, PROMOVEU A CRIAÇÃO DE UM
CRÉDITO ESPECIAL SUBSIDIADO PARA COMPRA
DIRETA DE 250 ITENS DE PRODUTOS DE TA.
(BERSCH, 2017, p. 17)
CLASSIFICAÇÃO
Segundo os objetivos funcionais das tecnologias assistivas, elas podem ser organizadas em
várias classificações, de acordo com Bersch (2017). Vamos conhecê-las a seguir:
 Pessoa com deficiência visual usando assistente digital em um celular.
AUXÍLIOS PARA A VIDA DIÁRIA E VIDA PRÁTICA
Tudo o que favoreça o desempenho autônomo e independente do paciente em suas tarefas e
rotinas do dia a dia, como se alimentar, se vestir ou tomar banho. São exemplos de auxílios
talheres modificados, suportes para utensílios domésticos, roupas customizadas, velcros,
recursos para transferência, barras de apoio etc. São inseridos nessa classificação, por
exemplo, recursos para que pessoas com deficiência visual possam consultar o relógio, usar
calculadora, verificar a temperatura do corpo, escolher o vestuário, verificar pressão arterial,
identificar chamadas telefônicas e escrever.
 Mulher usando um assistente de voz digital no celular.
COMUNICAÇÃO AUMENTATIVA E ALTERNATIVA (CAA)
O objetivo da CAA é auxiliar pessoas sem fala ou escrita funcional, ou que possuam alguma
defasagem nas habilidades de falar, escrever e/ou compreender. Podemos citar as pranchas
de comunicação com simbologia gráfica (BLISS, PCS e outros). Outro elemento de destaque
são os vocalizadores (pranchas com produção de voz) ou o computador com softwares
específicos.
 Jovem com deficiência visual usando fone de ouvido e smartfone com tecnologia assistiva
de voz com computador e display Braille na mesa.
RECURSOS DE ACESSIBILIDADE AO COMPUTADOR
Trata-se de um conjunto de hardware e software desenvolvido para facilitar o acesso à
informação de pessoas com deficiências sensoriais, seja visual ou auditiva, intelectuais e
motoras. São dispositivos de entrada (mouses, teclados e acionadores diferenciados) e de
saída (sons, imagens, informações táteis) que auxiliam as pessoas com deficiência a terem
acesso aos recursos do computador. Podemos citar como exemplos teclados modificados,
teclados virtuais com varredura, mouses especiais e acionadores diversos, software de
reconhecimento de voz, dispositivos apontadores, softwares leitores de tela e software para
ajustes de cores e tamanhos das informações.
SISTEMAS DE CONTROLE DE AMBIENTE
Trata-se de um sistema no qual a pessoa com deficiência pode ligar, desligar e ajustar
aparelhos eletroeletrônicos (luz, som, televisores, ventiladores, abertura e fechamento de
portas e janelas, receber e fazer chamadas telefônicas etc.) usando um controle remoto. As
chamadas “casas inteligentes” podem se autoajustar de acordo com a necessidade, avaliando
alterações de temperatura, luz e hora do dia, presença ou movimento de objetos, entre outros.
Toda essa automação residencial visa melhorar a independência e a segurança do paciente
com deficiência em seu próprio lar.
PROJETOS ARQUITETÔNICOS PARA ACESSIBILIDADE
Projetos arquitetônicos no próprio lar do paciente com deficiência, com adaptações estruturais
e reformas.
ÓRTESES E PRÓTESES
Principal tema trabalhado neste conteúdo, as órteses serão colocadas junto a um segmento
corporal, para facilitar seu posicionamento, estabilizando-o e melhorando sua função.
ADEQUAÇÃO POSTURAL
Sempre que selecionamos recursos que garantam posturas alinhadas, estáveis, confortáveis e
com boa distribuição do peso corporal, estamos trabalhando com adequação postural.
Podemos citar aqui recursos que auxiliem e estabilizem a postura deitada e de pé, como
almofadas no leito ou os estabilizadores ortostáticos. Conseguimos prevenir deformidades
corporais quando inserimos precocemente esses recursos no programa de reabilitação dos
pacientes.
 Mulher usando cadeira de rodas durante saída do ônibus preparado para acessibilidade.
AUXÍLIOS DE MOBILIDADE
São exemplos de recursos que visam à melhoria da mobilidade do paciente: muletas,
bengalas, andadores,cadeiras de rodas etc.
AUXÍLIOS PARA AMPLIAÇÃO DA FUNÇÃO VISUAL E
RECURSOS QUE TRADUZEM CONTEÚDOS VISUAIS
EM ÁUDIO OU INFORMAÇÃO TÁTIL
Dentro dessa classificação, inserimos, por exemplo, auxílios ópticos, lentes, lupas manuais e
lupas eletrônicas, softwares ampliadores de tela etc. Também podemos citar material gráfico
com texturas e relevos, mapas e gráficos táteis, software OCR (Optical Character Recognition,
em português, reconhecimento óptico de caracteres) em celulares para identificação de texto
informativo.
AUXÍLIOS PARA MELHORAR A FUNÇÃO AUDITIVA E
RECURSOS PARA TRADUZIR OS CONTEÚDOS DE
ÁUDIO EM IMAGENS, TEXTO E LÍNGUA DE SINAIS
Incluímos aqui equipamentos como aparelhos para surdez, sistemas com alerta tátil-visual,
celular com software que favorece a comunicação com voz para texto digitado, sistema de
legendas, avatares Libras etc.
MOBILIDADE EM VEÍCULOS
Todo acessório que possibilita uma pessoa com deficiência física dirigir um automóvel.
 Atleta paraolímpico com prótese mecânica de perna.
ESPORTE E LAZER
Recursos que favorecem a prática de esportes e atividades de lazer por pessoas com
deficiência física.
CLASSIFICAÇÃO DAS TECNOLOGIAS ASSISTIVAS
Neste vídeo, a especialista apresentará as classificações de tecnologias assistivas e os
objetivos de cada uma.
INTERDISCIPLINARIDADE
Para o uso correto e efetivo da tecnologia assistiva, diversos profissionais devem estar
trabalhando em conjunto e em sintonia para uma adequada avaliação do paciente, seguida da
seleção dos recursos de TA mais apropriados, da educação do usuário quanto à utilização do
recurso, do acompanhamento e de reavaliações para possíveis ajustes.
Não só fisioterapeutas, mas também educadores, engenheiros, arquitetos, designers,
terapeutas ocupacionais, fonoaudiólogos, médicos, assistentes sociais e psicólogos formarão
uma equipe especializada para atender a essa demanda, isto é, prescrever, orientar e
acompanhar a utilização da TA.
 VOCÊ SABIA
A formação do usuário e de sua família será de extrema importância para o sucesso da
implementação da TA. Eles deverão ser capazes, primeiramente, de definir o problema,
explicitando a dificuldade presente a ser superada.
Em seguida, os profissionais deverão participar de todo o processo de seleção da TA,
experimentando as alternativas tecnológicas e dando feedback constante sobre sua utilização.
Na definição da solução, o paciente, junto com sua família e equipe de profissionais, deverá
selecionar a tecnologia mais adequada para o caso.
APLICAÇÃO EM MEMBROS SUPERIORES
Agora, vamos retornar ao assunto principal: órteses de membros superiores.
A tecnologia assistiva tem ajudado bastante no desenvolvimento de órteses para os membros
superiores, auxiliando pacientes com diversas deficiências funcionais. Vamos destacar alguns
exemplos a seguir.
Uma revisão recente publicada por Readioff et al. (2021) trouxe informações sobre o uso de TA
para membros superiores na tetraplegia. Os autores notaram que muitos estudos recentes
enfocaram o desenvolvimento de sistemas de controle para regular as TAs. Como resultado da
seleção do estudo, as TAs desenvolvidas, testadas ou usadas para restaurar a função do
membro superior foram agrupadas em cinco categorias. São elas:
NEUROPRÓTESE NÃO INVASIVA OU INVASIVA
ÓRTESE
SISTEMA HÍBRIDO
ROBÔ
SUPORTE DE BRAÇO ANTIGRAVIDADE
NEUROPRÓTESE NÃO INVASIVA OU INVASIVA
Um sistema no qual os músculos são estimulados por pequenas correntes elétricas para gerar
funções motoras.
ÓRTESE
Um dispositivo de suporte não invasivo que auxilia o uso ideal do motor com o controle
restante.
SISTEMA HÍBRIDO
Uma combinação de várias tecnologias, como neuropróteses e órteses ou órtese motorizada.
ROBÔ
Um dispositivo não invasivo de geração funcional de movimentos sem a necessidade de os
usuários terem qualquer controle motor residual.
SUPORTE DE BRAÇO ANTIGRAVIDADE
Um dispositivo adicional para outras tecnologias assistivas.
Antes de adotar um dispositivo de assistência, os pacientes com lesão medular passam por um
processo de reabilitação que começa no ambiente de cuidados intensivos e dura de 6 a 12
semanas. Durante esse tempo, o foco está no estado de estabilidade neurológica do paciente e
nas complicações indiretas, como úlceras de pressão, mantendo amplitude de movimento e
prevenção de atrofia muscular.
 ATENÇÃO
Acredita-se que a reabilitação precoce previna o desenvolvimento de contraturas articulares,
especialmente contraturas de flexão e supinação do cotovelo. Portanto, a identificação de uma
TA adequada para atender às necessidades de pacientes com lesão medular na fase inicial de
reabilitação pode melhorar a eficácia do dispositivo assistivo selecionado e,
consequentemente, a qualidade de vida dos pacientes.
A literatura mostrou foco limitado na relação entre a eficácia das TAs e o tempo desde a lesão.
Foi relatado que as tecnologias assistivas construídas para fins funcionais têm efeitos
terapêuticos, mas pequena ou nenhuma correlação significativa foi relatada entre o tempo
desde a lesão até os resultados funcionais do uso do dispositivo. A literatura selecionada pelos
pesquisadores avaliou as capacidades funcionais dos dispositivos assistivos por meio de
medidas de resultados clínicos.
Existem desafios e limitações decorrentes da utilização de TAs para pessoas com lesão
medular, portanto, apresentando tetraplegia. A perda de propriocepção, por exemplo, pode
tornar difícil para esses pacientes adotar as tecnologias assistivas mencionadas.
Outras desvantagens das TAs, como neuropróteses invasivas, incluem riscos associados a
operações cirúrgicas para reposicionar eletrodos migrados ou substituir componentes de
hardware com falha. No entanto, existe uma melhor seletividade muscular alcançada com
neuropróteses invasivas, porque o eletrodo de estimulação pode ser implantado mais perto do
nervo motor e em músculos mais profundos.
 SAIBA MAIS
Órteses, robôs, híbridos sistemas e suportes de braço antigravitacionais são vantajosos devido
à sua natureza não invasiva, mas são prejudicados pelas dificuldades de vestir, tirar e alcançar
a estimulação muscular seletiva.
Além das desvantagens genéricas desses dispositivos assistivos, as tecnologias relatadas na
literatura selecionada eram limitadas, incluindo a luva robótica macia à base de tecido, que não
conseguiu gerar pinça de preensão adequada entre o polegar e o dedo indicador, devido a uma
deficiência no design do atuador. Além disso, um estudo sobre a coordenação de preensão
com uma neuroprótese invasiva não tinha um eletrodo para estimular o músculo tenar.
Portanto, eles não conseguiram medir com precisão a força palmar máxima, lateral e ponta a
ponta de preensão.
Realizar os movimentos dos membros superiores apenas com dispositivos de auxílio pode ser
desafiador. Vários estudos relataram uma combinação de intervenções cirúrgicas e
tecnológicas para melhorar as funções dos membros superiores.
 EXEMPLO
Cirurgias corretivas, como transferência de tendão, foram realizadas para aumentar o sistema.
Van Ommeren et al. (2018) publicaram uma revisão sobre a tecnologia assistiva para membros
superiores em pacientes pós AVE. O trabalho identificou barreiras e facilitadores que
influenciam a adoção de TA para o membro superior após AVE dentro de cinco temas
abrangentes. São eles:
1. Promoção do desempenho de mãos e braços
2. Atitude em relação à tecnologia
3. Processo de decisão
4. Usabilidade
5. Aplicabilidade prática
Além do insight sobre aspectos relevantes para o projeto de TA, essa revisão mostrou que tais
aspectos são altamente interdependentes. Um potencial comprador da tecnologia assistiva
passa por um processo de decisão.
O PRÉ-REQUISITO PARA ENTRAR NESSE PROCESSO
É UMA ATITUDE POSITIVA SUFICIENTE EM RELAÇÃO
À TECNOLOGIA E AO DESEJO DE AUMENTAR A
INDEPENDÊNCIA E O AUTOCUIDADO DO PACIENTE.
O paciente pós AVE e seus cuidadores preferem consultar um profissional da Saúde de
confiança, que podeou não ter experiência com tecnologias assistivas. Combinando fatores
como dinheiro, utilidade esperada e aspectos de segurança, pode-se tomar a decisão de
comprar e utilizar a TA. Se a TA incorpora princípios terapêuticos e pode ser usada de maneira
segura, efetiva e agradável, as chances de aceitação aumentam.
A eficiência do tempo pode ser aumentada por fatores de usabilidade, como tempo de
configuração, instruções de uso claras e compreensíveis, fácil colocação ou retirada e ajuste.
Recursos como monitoramento de fadiga e detecção de movimentos executados
incorretamente podem contribuir para a segurança. Dependendo do contexto de uso, seja em
casa para fins de atividades de vida diária (AVD) seja para reabilitação em uma clínica, a
importância de cada fator pode variar.
No Brasil, os pesquisadores também estão desenvolvendo coisas incríveis. Na Universidade
Federal do Rio Grande do Sul (UFRGS), um grupo de pesquisadores — Fábio Pinto da Silva e
Paul Richard Mayer — desenvolveu uma prótese eletrônica para membro superior que teve
seu pedido de patente depositado no Instituto Nacional de Propriedade Industrial (INPI).
A invenção compreende:
UMA PRÓTESE ELETRÔNICA PARA MEMBROS
SUPERIORES COMPREENDENDO UMA MÃO
PROTÉTICA E UM SENSOR DE ELETROMIOGRAFIA
PARA DETECÇÃO DE SINAL ELÉTRICO GERADO PELA
ATIVIDADE MUSCULAR E DEDOS ARTIFICIAIS
COMANDADOS ELETRONICAMENTE. O OBJETIVO FOI
DESENVOLVER UMA PRÓTESE TRANSRADIAL [PARA
PACIENTES QUE SOFRERAM AMPUTAÇÃO
TRANSRADIAL DOS MEMBROS SUPERIORES] DE
BAIXO CUSTO, A QUAL PERMITA A REABILITAÇÃO DE
MOVIMENTOS BÁSICOS.
(UFRGS, 2019, não paginado)
Segundo os pesquisadores, as vantagens são “redução de custos de fabricação,
personalizável, fixação, fácil fabricação por impressão 3D e componentes comerciais” (UFRGS,
2019, não paginado).
VEM QUE EU TE EXPLICO
Tecnologia assistiva
Interdisciplinaridade no uso das tecnologias assistivas
VERIFICANDO O APRENDIZADO
CONCLUSÃO
CONSIDERAÇÕES FINAIS
Os membros superiores exercem um papel de suma importância na funcionalidade corporal.
Qualquer deficiência que afete ombros, cotovelos, punho ou dedos da mão leva a uma redução
da qualidade de vida e da capacidade de realização das atividades de vida diária do paciente.
Ao longo de nosso estudo, foi possível observarmos que as órteses são elementos essenciais
em muitas situações clínicas, seja para um realinhamento do segmento corporal seja para um
aumento na estabilidade da articulação, promovendo melhor harmonia na biomecânica.
Para sua correta prescrição e o adequado acompanhamento de seu uso, é necessária a
presença de uma equipe multidisciplinar. Não basta comprar uma órtese e pedir para o
paciente usá-la em seu dia a dia, sem um mínimo de orientação.
Educadores, engenheiros, arquitetos, designers, terapeutas ocupacionais, fonoaudiólogos,
médicos, assistentes sociais e psicólogos, entre outros profissionais, são muito importantes ao
abordar pacientes que utilizarão órteses, sobretudo se envolverem tecnologias assistivas.
 PODCAST
Neste podcast, a especialista abordará as principais órteses, com suas indicações e objetivos,
sempre realizando um paralelo sobre a atuação do fisioterapeuta com pacientes que
necessitam do uso.
AVALIAÇÃO DO TEMA:
REFERÊNCIAS
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Atheneu: São Paulo, 2005.
BERSCH, R. Introdução à Tecnologia Assistiva. Porto Alegre: Assistiva – Tecnologia e
Educação, 2017.
BRASIL. Conselho Federal de Fisioterapia e Terapia Ocupacional. Resolução nº 458, de 20 de
novembro de 2015. Dispõe sobre o uso da Tecnologia Assistiva pelo terapeuta ocupacional e
dá outras providências. Brasília, DF: COFFITO, 2015.
BRASIL. Câmara dos Deputados. Projeto de Lei nº 5.499 de 2016. Dá nova redação ao § 1º,
do art. 1º, da Lei nº 8.989, de 24 de fevereiro de 1995. Brasília, DF: Câmara dos Deputados,
2016.
BRASIL. Ministério da Saúde. Secretaria de Atenção Especializada à Saúde. Departamento de
Atenção Especializada e Temática. Guia para prescrição, concessão, adaptação e
manutenção de órteses, próteses e meios auxiliares de locomoção. Brasília, DF: Ministério
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literatura. Cadernos Brasileiros de Terapia Ocupacional, v. 26, n. 2, p. 479-488, 2018.
MIRANDA, L. C.; BANHATO, E. F. C. Qualidade de vida na terceira idade: a influência da
participação em grupos. Psicologia em Pesquisa, v. 2, n. 1, p. 69-80, jan./jun.2008.
MORIMOTO, S. Y. U. et al. Órteses e próteses de membro superior impressas em 3D: uma
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linfedema no pós-operatório de mastectomia: revisão de literatura. Revista da Faculdade de
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PELEJA, M. B. et al. Úlceras por pressão em região escapular: dissecação de estruturas
relacionadas. In: CONGRESSO DE PESQUISA, ENSINO E EXTENSÃO, 8., 2011, Goiânia.
Resumos [...]. Goiânia: Sociedade Brasileira para o Progresso da Ciência, 2011.
READIOFF, R. et al. Use and evaluation of Assistive Technologies for upper limb function
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REUNIÃO DO COMITÊ DE AJUDAS TÉCNICAS, 7., 2007, Brasília, DF. Ata [...]. Brasília, DF:
Presidência da República.
SOCIEDADE BRASILEIRA DE REUMATOLOGIA. SBR. Artrite Reumatoide: doença
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UNIVERSIDADE FEDERAL DO RIO GRANDE DO SUL. UFRGS. Prótese eletrônica para
membro superior. Vitrine Tecnológica – As tecnologias da UFRGS, 31 jul. 2019. Consultado
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VAN OMMEREN, A. L. et al. Assistive Technology for the upper extremities after stroke:
systematic review of users’ needs. JMIR Rehabilitation and Assistive Technologies, v. 5, n. 2,
2018.
EXPLORE+
Diversos recursos tecnológicos favorecem o acesso a computadores, tablets e
smartphones, e mudam a vida de pessoas com deficiência física severa. Para se
aprofundar no assunto, pesquise e leia o artigo intitulado Tecnologias assistivas para
pessoas com tetraplegia, publicado na plataforma de acessibilidade Guiaderodas.
CONTEUDISTAS
Alessandra Targueta e Christiano Machado

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