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Ti lo do origin.1 italiano S r;o d ll( Ci cl Copyrighl } us. L1le & Figli Spa, Roma-Ban ' Edição Direitos cm língua potuguesa reservlos EDITORA PERSPECTIVA S.A. Avenida Br gade ro Lufs Antônio, 3025 01401-00 - São Paulo - SP - l]rasil Tele[one: (011) 885-8388 Fax: (011) 885-6878 1997 2. A ORIGEM DA CDDE NO ORIENTE PRÓMO A cidade -local de estabelecimento aparelhado, diferenciado e ao mesmo tempo privilegiado, sede da autoridade - nasce da aldeia, mas não é apenas uma aldeia que cresceu. Ela se forma, como pudemos ver, quandõ as indústrias e os servios jã não são executa· dos pelas pessoas que culivam a terra, mas por outras que não têm esta obrigação, e que são manidas pelas primeiras com o excedente do produto total. Nasce, assim, o contraste entre dois grupos soo ciais, dominantes e subaltenos: mas, entrementes, as indústrias e os serviços jã podem se desenvolver atra· vés da especialização, e a produção agricola pode cres· cer utilizando estes serviços e estes instrumentos. A sociedade se toma capaz de evoluir e de projetar a sua evolução. Figs. 27-18. Casas aldeia neolltica de Hacilar. na Turquia; cerca de 500 a.C. Tda casa compreende um amplo vla, susten tado por colunas de madeira e dividido por tabiques leves. A es cada direita leva a um andar superior, destinado, talvez, a ser vir de âgua-furada ou terraço. j " , , ' 500·3000 a. C. 3000·2500 a. C. . ' . . . . . ' .' Fig,. 29-32. O esenvolvimeno da civilizaç40 urbana de 350 l 15 .C. 24 . . I • • : �jj""-l7 I I ,I • ,', . ' . , . 2500 2000 a. C. 20- 500 a. C. . . '.' . " " A cidade, centro motor desta evol ução, não só é maior do que a aldeia, mas se transforma com uma velocidade muito superior. Ela assinala o tempo da nova história civil: as lenas transformações do cam po (onde é produzido o excedente) documenam as mu danças mais raras da estrutura económica; as rápidas transformações da cidade (onde é distribuído o exce dente) mostram, ao contrário, as mudanças muito mais profundas da composição e das atividades da classe dominante, que influem sobre toda a sGciedade. Tem início a aventura da "civilização", que corrige continuamente as suas formas provisórias. Este salto decisivo (a "revolução urbana", como se chamou) começa - segundo a documentação atual - no vasto território quase plano, em forma de meia lua, entre os desertos da África e da Arábia e os mones que os encerram ao norte, do Mediterrâneo ao Golfo Pérsico. Após a mudança de clima no im da era glacial, esta zona se cobre de uma vegetação desigual, mais rala do que as lorestas setentrionais mas contras tante com o deserto meridional .(Fig. 33). A planície é cultivável somente onde passa ou pode ser conduzida a água de um rio ou de uma nascente; nela crescem, em estado selvagem, diversas plantas rutíferas (oliveira, videira, tamareira, igueira); os rios, os mares e o terre no aberto às comunicações favorecem as trocas de mercadorias e de notícias; os céus, quase sempre sere nos, permitem ver, à noite, os movimentos regulares dos astros e facilitam a medição do tempo. Aqui algumas sociedades neolíticas - que já conhecem os cereais cultiváveis, o trabalho dos me tais, a roda, o carro puxado pelos bois, o burro de carga, as embarcações a remo ou a vela - encontram um ambiene mais diicil de aproveitar, mas capaz de produzir, com um trabalho organizado em comum, recursos muito mais abundanes. O culivo dos cereais e das árvores frutíferas nos ricos terrenos úmidos proporciona colheitas excepcio nais, e pode ser ampliado melhorando e irrigando ter renos cada vez maiores. Pare dos viveres pode ser acumulada para as trocas comerciais e os grandes trabalhos coletivos. Começa, assim, a espiral da nova economia: o aumento da produção agricola, a concen tração do excedente nas cidades e ainda o aumento de população e de produtos garantido pelo domínio técni co e militar da cidade sobre o campo. Na Mesopotâmia - a l í luv al a a a pelo Tigre e pelo Eufrates - o excedente se concentra nas màos dos venanes das dades, re resentan- tes do deus local; nesta qualidade recebem os rendi- , � Conlfe • Floeaa t O emp� edM UI o , SOO m ! � i·d», a � i0 • Ollee Fig. 33. A vegetaço natural do Oriene r6ximo, aós o fim da era glacial e anes da colonização agrícola. OS' oásis ao longo o curso o Nio, o Tigre e do Efraes tornar·se·ão as primeiras sedes da ciuüização urbana, ) V milénio Q. C. Fig. 4. Outra tabuinha encontrda em Nipur, com a planimetria de uma parte do território. Casa de Mard c H ri Bikt r Nusku mentos de parte das erras comuns, a maior parte dos Q tn despojos de guerra, e administram esas riquezas acu mulando as provisões alimentares para toda a popula- ção, fabricando ou importanto os utensilios de pedra e de metal para o trabalho e para a guerra, registrando as informaões e os números que dirigem a vida da comunidade. Esta organização deixa seus sinais no 26 Centros Ur anos C mpo � Colina do 5 Homen\ O Canais tereno: os canais que distribuem a água nas terras melhoradas e permitem transportar para toda parte, mesmo de longe:os produtos e as matérias-primas; os muros circundanes que individualizam a área da ci dade é a defendem dos inimigos; os armazéns, com sua provisão de tabuinhas escritas em caracteres cuneifor mes; os templos dos deuses, que se erguem sobre o nível uniforme da planície com seus terraços e as pi râmides em degraus. Estas obras e as casas das pes soas omuns são construídas de tijolos e de argila, como ainda hoje se faz no Oriente Próximo; O tempo fá-las desmoronar e as incorpora novamente ao tere no, mas dessa forma o terreno conserva, camada por camada, os vestígios dos artefatos construidos em ca da período histórico, e entre estes as prciosas tabui nhas com as crônicas escritas, quea patir de 0 a.C. emos condiçôes de ler com segurança; assim, as esca vaôes arqueológicas permitem reconstruir, passo a passo, a formação e as vicissitudes das cidades mais antigas construídas pelo homem, do IV milênio a.c. em diane. s cidades sumerianas, no inicio do II milênio a.C., já são muito grandes - Ur (Figs. 37-44) mede cerca de hectares - e abrigam várias dezenas de milhares de habitantes. São circundadas por um muro igs. 3-36. Ua a mha mé a, com o plao a cde k �N,pur ("e 100 a. ). e um fosso, que as defendem e que, ela primeira vez, excluem o ambiente aberto natural do ambiene fecha do da cidade. Também o campo em torno é transforma do pelo homem: em l gar do pân tano e do deserto, encon ramos ma p i gem r ii ial de mpos pas tagens e pomares, percorrida pelos canais de irrigação_ N a cidade os templos se dis ing em da sas comun" por sua massa maior e mais elevada: compreendem de fato, além do santuário e da torre-observatório (z ggu t), laboratórios, armazéns, lojas onde vivem e tra balham diversas categorias de especialistas. terreno da cidade já é dividido em proprieda des individuais entre os cidadãos, ao passo que o cam po é administrado em comum por conta das divinda des. Em Lagash, o campo é repartido nas posses de umas vine divindades; uma destas, Bau, possui cerca de 3250 hctares, dos quais três quartos atribuídos, um em lotes, a famílias singulares, um quarto cultivado por assalariados, por arrendatários (que pagam um sétimo ou um oitavo do produto), ou pelo trabalho gratuio dos outros camponeses. Em seu templo traba lham 21 padeiros auxiliados por 27 escravas, 25 cerve jeiros com 6 escravos, 4 mulheres encarregadas do preparo da lã, 'iandeiras, tecelãs, um ferreiro, além dos funcionários, dos escribas e dos sacerdotes. ,"" -...vv --... --� 1 I Ú - �t / - 1\ 1/ � V I. -�- V . Il , � / & 1 I-� � II II � d � i 1/ N e II M II 0 I ' -v g 1 I" Y , � -. � --� Fig. 37·39. Ur. Planta da cidade, e axunoetria da iggur 1 em d. ocas Bce88waB. 28 � ' " � " I V I" � � � .' � � / �í < � U 1 I �\V v I .../ / '/ ! 11/ V / v B / • •• ' m I < :: V . jgs. 40-41. Plantas - na mesma escala - do quarteirão 2 e do mausoléu real 3 (que epoduz, em formato maior, a forma da casa). o 5 10m ---" o I , I 10m I Figs. 42�4. Plani do quartelrno 4; planf4 e secçno da casa em baixo, d esquerda. Fig. 5 Uma cidade suméria (detalluz da estátua de Gudéia. de Tello: cerca e 000 a.C.) Fig. 46. státua de um personagem sumeriano, e TeU Asmar. 30 Fig. 47. A fabricação dos tijolos de argila, amassados com palha e cozidos o sol, qe se usa no Oriente dese os tempos mais antigos até hoje. Os tijolos são depois levados d parede reobertos com nova argia, e formam um produto qe se adapta a todas as formas, as qe é degradáuel pelas intempéries; ortanto dura somene se for submetido a uma manutenção continua. Fig. 48. Aspecto de uma adeia construLda com os tijolos da figura anterior, qe existe e funciona na Pérsia moderna, nos a"edores de Xiraz, mas é anáoga a Ur e ds outras cidades antigas ilustradas neste capftulo. , " ' . •• ', � .' , It· \1' " I " " '- , . "r ' " ' "" ,!) .- ', ' ����P���!��i 'I ' .... , '" , "':.:":'1. ·.;.'II.�:i/l ('. '. ':: ... ,'. ,I .� , • • ., ... . 11:,1: · ,;�' -, ... � .. : ' . . o', . • • I �:' ';"; ; . .. ", '/:',:. " f' "" , � :, ;t·" .. ':,'; ,:,-,,, , " \ \ • I J" \, :\' . " l, ' . � I), '. " . ,:.�!;..:.' , , ": I, ., " 'J I, . ... "\1 . • V-'\-' _ . .. � . ' . " ' I I ' . I, ' . ', • " , II' . . . " ',; . . , � . . � -I", ' ,/ j'� . . / . ' Figs. 49-52. Imagens de cidade, nos baixos-reevos assírios. Fíg. 53. ista aérea da cidade e Arbela, na Me8opotá�ia. qe tem sido habita ontinuamente h 00 anos. 3 Ig. 54. Cabeça de bronze de um rei asslrio, taluez argão 1, de Níniue (cerca e 250 a.C.). Até meados do III milênio, as cidades da Meopo tâmia formam outros tantos Estados independentes, que lutam entre si para reparir a planíie irrigada pelos dois rios, entâo completamente colonizada_ Es tes conlitos limitam O desenvolvimento econômico, e só terminam quando o chefe de uma cidade adquire tal poder que impõe seu domínio sobre toda a região. O primeiro fundador de um império estãvel (durante cer ca de um século, por volta de 200) é Sargão de Aca mais tarde, sua tentativa é repeida pelos reis sumé rios de Ur, por Hamurabi da Babilônia, pelos reis assírios e persas. As conseqüências isicas de seus empreendimentos são: 1) a fundação de novas cidades rsideniais, onde a estrutura dominante não é o templo mas o palãcio do rei: a cidade-palãcio de Sargão II nos arredores de Ninive (Figs. 55-61 ) e, mais tarde, os palãcios-cidade ds reis pesas, Pasãrgada e Persépolis; 2) a ampliação de algumas cidades que se tor nam capitais de um im pério, e onde se concentram não só o poder poli ico, mas tam bém os trãicos comerciais e o instrumental de um mundo muito maior: Ninive, Babilônia. São as primeiras supercidades, as meró poles de dimensões comparãveis s mdenas, que 32 durante muito empo ermanecram com sim olos e protótipos de toda grande concentração humana, om seus méritos e seus defei tos. Babilônia, a capital de Hamurabi, planíicada por volta de 2000 a.C., é um grande etângulo de por 150 metros, dividido em duas metades pelo Eura es (Figs. 69). A suericie conida pels muos é de cerca 400 hectares, e outro muro mais extenso com preende quase o dobro da ãrea; mas toda a cidade, e não somente os templos e os palãcios, parece traçada com regularidade geométrica: as ruas são retas e de largura constante, os muros se rcortam em ângulos retos. Desaparece, assim, a distinção entre os monu mentos e as zonas habitadas pelas pessoas com uns; a cidade é formada por uma série de reintos, os mais extenos abertos a todos, os mais intenos reservados aos reis e aos sacerdotes. Estes personagens reqüen tam as divindades - como se pode ver nas esculturas -e m portanto um domínio absoluto sobre as coisas dese mundo. s casas pariculares - como a ilustra da à pág. 35 - reproduzem em pequena escala a for ma dos tempos e dos palácios, com pátios intenos e as muralhas estriadas. • • �: Figs. 55-56. Khorsabad, a noua ldud,' f dud por Sargão I os arredores de Níniue (721-705 a.C.); pL Um na geral e planta da cidadela, com s casas senhoriais ao redor o palácio o e . - �I __ � __ �5yo m hR 5� VI ta , alto da ,- a P K,.aJad o I 10 I 20 JO l I I -, lrr '1' • �e VIII o 0 100m .' ____ �L ____ �I - ---�: Figs. 59·61. O palácio de Sargdo em Khorsabad. Vista do alto, num desenho do final do século XIX; planta geral; vista do alto da igg ral Fig. 62. Uma cidade coquistada por Sarg0 I num x-e o Palácio e Khorsabad. ' i'" ' ' ;1 .. $ O 5 0 15 1m I I I I Fig. 3 O a arta nto paru lar o pa O a Crw h Asan sh, a lra: 1,: i 3 p qlo e dou om Qo e t e h"o 2 5 e : u do q0 de dol, m qa o de y- . a ; 1: . . de eeço i e r 8: llU de ad\o Igs. 64-67. Babi6nia. Planta do núceo mteo; usa do cas!o os chamados 'Jardins suspenos"); plana ! vista e uma casa nos arrdores do templo e Istar 35 ;ZKO ! I' HATTU5A i .', · , �, /�" ') "( ' d) -. '. � c -----,_ " ,, __ "M. -- • • --- \ ig. 8. &bilônia. A estela de Marducapaüdina (714 a.C), que lembra a doação e um terreno a um vassalo babilónio pelos reis assírios. Fig. 69. Babilónia. Planta das escavações na zona oriental a cida· de; as posições do casteo e da casa junto ao templo de Istar (Astarté) são indicadas pelas etras A e 8. igs.70-7I. Planta da cidade de Hatusa, capital do reinados .ititas, e do templo principal. 1. ° e.tabekcimento ma", antilO (cerca e 100 ..CJ 2. ° e o . Hati e da Uu .. Aino (<rca U 120 4.CJ 3. a cidakla principal (1300-120 a.C.) 4. a cdotkkJ meridonal, o;nda n40 de.enterrada (100 o.CJ 5 um cculeo (1200 a.CJ 6 a porta real (1400 a,C.) 7·10. templo. (<rco h 120 a.C.) 11. a orta da úfige (UO a.CJ 12. a orta o údo (UOO ..C) 13. o crutelo nollO (1200 a.C.) U. o Utelo oe o (1O a. CJ A. cfnaros numerada. de I o 84 840 08 de68I08 dos me'odonos r o t.aO do tempo, em tomo do santuário central, Ao 1011 do templo fOI e'Clvoda G oO J tecido urbono, qe compreelde catoru lrUp08 de ambientes - Indicado$ 1m olla". moi, romOllos - ao redor d« um páio centrol; lralaua-u, tulu:�, e "abil�' u dt Iaboratóril do pe.,oal do templo, qe comprffndlo 18 des, 9 mIU, J9' u d« tabuinhu de orgila. 3 escnbas de tabuinheu de ldeira, 5 odu ., JOco to. o ek'lco.e enconto n"ma tabuilho rnCOlltOda O gro XI), 3? 40 $0" 10 ,Q I I O I I I a - -- . " . - \ \ \ � -T I � U � �v�'\ l:J , \ \ \ .\\\\\\\ , " 1 I MOHEN]O-DARO v � , 3R SCALA . . _ .. ' ____ 1,11 . " . ' � ... - , - -, , , " , " , , , , . --, , , , , , . -- -.1 ; � ,,, , , " , , " Figs. 72-74. Planta da cidadela de Mohenjo-Daro, no Vale do Ino (III miênio a.C.). Uma rua, e uma estátua de uma personagem real. Fig. 76. As pirâmides de Gizé na paisagem do dr;t>rto. Ftg. 75. PLanta de um bairro resuiencú d� MoherrDaro. Aqw também as casas são organizadas o rdor e um pátJ) central ELJSIO HERAKlE" � , BENt tMSAN HERMOPOl BERSHAH ASIOI OAKHLA AS OL EL.HARGAH • TEll Et.'AMÂRNMo' SIUT (SYU ) EL8ADÃRI .QAW EL.'EBIR • GIRGA .IIAQA ED .DEIR BEf IHALl.F: OENOERAH UAOI �:ll �L.BALLA KOPTOS HA'.MAT QAO .. H MEOAMUO lESE '.UXOR QOSELR ERMENT ' úEBELEIN MIALLA HIERAKONPOUS EL.MB EOFU GEBEL EI!_SIlSILEH JKÕM OMBO �:::/NII "::N A J - BAIA S f El_W .. U. ANI A ERR IKII,UR VKOROSMO ABU SIMBEL ACATERAA SEMNEH. 'MrlA U'B SESEBI TOMBOi " A KERMA , �RO MWA A J RATT .. l!. T F,um� ALb'HI MEROE • NAGA , Fig. 77. Mapa do Egito antigo. 40 Fig. 78. O hieróglifo egípcio qe indica a cidade. No Egito, a origem da civilização urbana não pode ser estudada como na Mesopotãmia: os estabele cimentos mais antigos foram eliminados pelas en chentes anuais do Nilo, e as grandes cidades mais recentes, como Mênis e Tebas, se caracterizam por monumentos depedra, tumbas e templos, não pelas casas e pelos palácios nivelados sob os campos e as habitações modernas. A documentação arqueológica revela a civiliza ção egipcia já plenamene formada depois da uniica· ção do pais, no final do IV milênio a.C. Os documentos encontrados nas primeiras tumbas reais explicam que o soberano no poder conquistou as aldeias precedentes e absorveu os poderes mágicos das divindades locais. Não é ele o represenane de um deus, como os gover nantes sumérios, mas ele mesmo um deus, que garante a fecundidade da terra e especialmente a grande inun dação do Nilo q ue ocorre com regularidade num perío do determinado do ano. Assim, o faraó tem o dominio preeminente sobre o pais inteiro, e recebe um exceden te de produtos bem maior que o dos sacerdotes asiáti cos. Com estes recursos, ele constrói as obras públicas, as cidades, os templos dos deuses locais e nacionais, mas sobretudo sua tumba monumental, que simoliza a sua sobrevivência além da morte e garante, com a conservação do seu corpo, a coninuação de seu poder em proveito da omunidade. No III milênio, à medida que o Egito se tona mais populoso e mais rico, estas tumbas aumentam de imponência, embora sua forma exena permaneça bastante simples, uma pirâmide quadrangular. A maior, a de Quéops da IV Dinastia, mede 225 metros de lado e quase 150 metros de altura; é um dos símbo los mais impressionantes que o homem deixou na su perície terrestre, e segundo uma tradição lembrada por Heródoto, a que os estudiosos modernos costu mam dar crédito, exigiu o trabalho de 10.00 pessoas durante vinte anos. Como e coloca semelhante obra na paisagem habitada no vale inferior do Nilo? ( IP",m"d" d, • T m "a a.: l! '"u::( · • o. .' o • I .. • o • ... • CaIro Memi f-.g�_ 79 X), As plrâm,dJs /e (hzé; u.;la aér'a ' um de enh qe a .. ('c'U is {U/ há us C>m aI/o" alrlÚi. F'- X I Mapa da zona de Ue,,{a;, Sabemos que Menés, o primeiro faraó, funda a cidade de Mênis nas proximidades do vértice do delta, e cerca-a com um "branco muro". Otemploda divinda de local, Ftã, não fica na cidade, mas "ao sul do muro"; ao redor, nas ímbrias do deserto, surgem as pirâmides dos reis das primeiras quatro dinastias (Figs. 7�4) e os templos solares da quina (Figs. 87-88). A forma de conjunto do estabelecimento permanece desconheci da, e não é fãcil imaginar a relação entre estes monu mentos colossais e os locais de habitação dos vivos. com cereza bastante diferente da relação entre templo e cidade na Mesopotâmia. �l • o 10 20 s 100 L! -L! �I L-_ L ____ 11 Figs. 82-83. Planta do comjunto das pirâmiesde Gi é (empontilha do as tr s pirâm des de Q é ps, Quéfren e Miquerinos, empreto as construç es menores); secção da grandepirâmide de Quéops. 42 �----'--- J / I •. I ·0 I � .;t I 1.,1 "! l l ,. • 'III,. -� -_ �" P • I' " '1" '1' ,#... ,.lI I . :., , .. , .... ,�'. ! . lI. ' I • • ' a' u .... "C .. . : � I _ í . .... : .. - , ;=A.;�:t "s ... , .. "i , , ! " " " " " " , ,. " , • , r .._J • Fig. 84. Vista de uma aresta da grande pirâmide de Quéops. Fig. 85. Cabeça colos al de um fara da dmastia (cerca de 270 a.C.J. • Fig. 86. Planta de uma casa da TV dma�tla em C (cerca de 200 a. C.) 1 en ada 3 di.en . 5 vtt bu o 2 t o 4 a 6. q a de o Figs. 87-88. O templo solar de Horo em Abusir, da ' dtnastla (cerca e 250 a.C.); planta e vsa reconstltwdura. r t i CUl r o e ml -" , \\ ar o oar >:rmplo do va e , - > , , , ama de acss , , " Fig. 9 Modelo de um barco de transporte. encontrado numa tumba da XI dinastia !cerca de 180 a.c.). No Egito, sobretudo nos primeiros empos, não encontramos uma ligação, mas um contraste entre estas duas realidades, realçado de todas as maneiras possíveis. Os monumentos não formam o centro da cidade, mas são disposos de r si como uma cidade independente, divina e eterna, que domina e torna insigniicante a cidade transitória dos homens. A cida de livina é construída de pedra, para permanecer imu tável no curso do tempo; é povoada de formas geomé tricas simples: prismas, pirãmides, obeliscos, ou estátuas gigantescas como a grande esinge, que não observam proporção com as melidas do homem e se aproximam, pela grandeza, dos elementos da paisa gem natural; é habitada pelos mortos, que repousam cercados de todo o necessário para a vida eterna, mas é feita para ser vista de longe, como o fundo sempre presente da cidade dos vivos. Esta, ao contrário é cons truída de tijolos, inclusive os palácios dos faraós no poder; será logo destruída e continua uma morada temporária, a ser abandonada mais cedo ou mais tar de. Uma parte consistente da população - os operá rios empregados na construção das pirâmides e dos Fig. 0. A aldeia de EI Lahun, realizada or es6strs (cerca de 18 a.C.;, para os operários agregados à construçdo e uma pirâ mide. Planta o conjunto e e uma casa típica. templos, com suas famílias - inham de morar nos acampamentos que os arqueólogos encontraram jun to aos grandes monumentos, e que eram abandonados tão logo terminassem o trabalho (Figs. 0 e 92-95). o SO L' ___ J' I : ... I : I 'i 0 • . Por outros aspctos, a cidade vina - a úni�a que podemos ver e estudar hoje - ê uma cópia fiel da cidade humana, onde todos os personagens e os obje tos da vida cotidiana sào reproduzidos e mantidos imutáveis. As maravilhosas esculturas reproduzem com realismo as isionomias dos modelos, e os imobili. zam numa tentativa de encerrar para sempre também os aspctos fugazes da vida (Figs. 5 e 91). Este inento de Con truir uma cópia eei e estável da vida humana � de acumular os recursos no . além, em vez de acumulá-los no mundo presente - não prosseguiu sempre com a mesma inensidade. A eco nomia assim orientada entrou em crise em meado do III milênio; quando ela se reorganizou - sob o médi" império, no II milênio a.C. -, o contraste entre os dois mundos aparece atenuado, e as duas cidades separa· las tendem a se fundir numa cidade nica. Fig. 91. státua de maeira de um defuno da XI dmasta (cerca de 180 a.c.). o 10 20m �I FlgS. 92-95. A aldeia de ne,r-eI·Medina. construido por Tutm6sIs J (cerca dp I.J) . .J para os operáriOS do Vae dos eiS nas prOXlmla/I"" d /; },u � j l mpJlada em segula. lonlmetraas e desenhos de de uma casa tipica. Fig. 96. Um baixo-relevo do Império Médio que representa o trans porte de uma estátua colossal sobre um carro sem rodas. ig. 97. Planimetria geral da zona de Tebas. Os templos na margem direita do Nilo, as tumbas na margem esquerda. 4G A capital do médio império, Tebas, ainda está dividida em dois setores: o povoado na margem direita do Nilo, e a necrópole nos vales da margem esq uerda (Fig. 97); mas agora os ediícios dominantes são os grandes templos construídos na cidade dos vos - Camac, Lúxor (Figs. 9!H02); s tmbas estão econdi das nas rochas (Figs. 103-104) e permancem visíveis somene os templos de acesso, semelhantes aos ante riores (Figs. 1 12-1 13). Entre estes marcos monumen tais devemos imaginar as habitações e os arrabaldes, que hospedam uma sociedade mais variada, onde a riq ueza é mais difundida. O faraó ocupa o cume desa hierarquía social, e seu poder se manifesta porque pode escolher, para seus palácios ou sua tumba, os produtos mais ricos e acabados; as roupas, as jóias e os móveis encontrados nas tumbas reais, fabricados com um trabalho de altíssima qualidade, fazem pensar nu ma produção ampla e abundane, da qual foram sele cionados estes objetos. L9 ___ -:'J , Fig. 8-9 Os templos e Ca ac em Teas; pammelria geral. planta e secção o Tempo de Khonsu. s agarismos romanos indicam os de pa es e pilares. ::;=--::J 17" -:_:: _ _ _ I I • , t= z > � < m·· . T MP O I TA : . . õ � � � w C Z i / : : I. - < � c .. ... I • • � .•• ••• 0 • • l @��@. .@� L�\ I ' \ I I \ T MP O O KHONSU U . I �- , ,;" :�: " I ==d� \ L __ :_ --. -____ .JH 48 Fig. 100-10 . etaLhesda grande salacolunada do Templo deAmo em Carnae, entre o segundo e o terceiro pilar. Sarcófao Para o e erior ig. 102·103. Planta da tumba e Ameno!p Illcerca de 180 a.c.) o Vae dos e$, e um detalhe s pinturas nas pare : o faro com a de�a Hátor. g a €tttátua de Amenotep IV, onde o personagem real e r»tratooo com ealismo Incomum. Fig. 105. Planimetrw de Tel-e/.Amarna, a nova capLtalfundadapor Amenotep V (cerca de 1370·130 a.c.) e abandonada depois de beue perldo. &ta cidade lal eSCQ uada e estudada melhor que s outras cidades egipe,as; os palácios. os eplos e as casas sdo estreitamente l,gados entre 8' e formam para MS um Quadro maLS familtar. • '\ H '''� Q , • ... , s 50 RAN E TEMP O c s .Hlle Inte r" ...... , : avo e : e' le otterte , , , , , , , , , , , : . . .......• � � CaH� d II· . . 'c to �� l i,o � 300m 1 N-- -� 1"'_'" t 1 .1 "NI,I, ... . ei temp o � L.. P coto temp o o capelle ,eale o ! STRAOA REALE LIMIT! CLt SCAVI f - STRAOA REALE • o •• ••••••••• • o •• • ••••••• o. o •••••• · ............ ... . ••• •• • ••• • o •••••• o ............... . • o •••••••• ••••••• !--� ............. . · ............ . · . . . .......... . · .. . .... ...... . ;.��I' ............. . " ::::::::::::::::: · ....... .. . . . . . . . · ......... . .. . . , . · ............... . • ••••••••••• • • • o. · ..... . . . ....... . · . . . . . . ......... . · ...... . .. . , . ... . g 106-109. TeJ-eI-Amarna, detal. do batrro central: planta ge· rol; planta do palácio o longo da estrada real; uista a ponte entre o palácw e a casa o re,; planta da casa o funcwnãrio Nakht. -� I I I I • ! K I I I b� I J ® ® ® • I ® j ® • Y ® ® ê ® ® ® ® � ® o ® ® ® r ® ® - � - H Fig. 110. Mapa do im rio persa. Fig. 111. Vista ds rlns e Per olis. 52 Do VI ao IV século a.C., odo o Oi e io é uniicado no Impéio Persa (Fig. 1 1 0). O ex· minado até aqui - dede o Egio aé o Vale do Indo goza assim de m longo periodo de paz e de administra ção uniforme, que permite a circulação doe homens, das mercadorias e das idéias de uma extremidade à outra. Na residência monumenal ds reis persas conhecida pelo nome grego de Perséois - s mdels arquitetônicos dos vários países do imério são com binados entre si dentro de um rigido squema cimr nial (Figs. 1 11 -1 1 4). N ) A ronidc� onen. B eoUV C haém O n em l E 'ntad. monumental I.io ' X . el G Jncio em ls a c o identiicado 1 lUe de Dano J J_ .ala de audimcial de Dario I K ve.lbulo de XXH . adana pa o terT;o .. .. Ia do trono de XerlH N OUfI hnioa pa::I.I�ne avad. O (oruicaçõea ktentnon.. P_ tumba real Q wema X rua entre o hat'" _ o OUro ig. 112. Maa do cOnjuno monumental de Persépolis. ig J/3 U, ror o w irJ R ar", I < • -.\ ), ) F,g. 114. As tumbas dos reis persas. esculpidas na parede rochosa de Naksh-;-Rustam, nos arredores de PersépoÜs. 4. A CIDADE RE NA GÉCIA Fig. 176. Uma e,cultura grega arcaica. o Museu Nacional e Ae Na Idade do Bronze, a Grécia se encontra na periferia do mundo civil; a região montanhosa e desi gual não se presta ã formação de um grande Estado, e é dividida num grande número de pequenos principa dos independentes. Em cada um deles. uma família guerreira, a partir de uma fortaleza empoleirada num ponto elevado, domina um pqueno território aberto para o mar. Estes Estados permanecem bastante ricos en quanto participam do intenso comércio marítimo do II milénio, e culivam várias espécies de indústria; os tesouros encontrados nas tumbas reais de Micenas e de Tirinto documentam o modesto excedene acumula do por uma classe dominante restrita. Mas o colapso da economia do bronze e as invasões dos bárbaros pelo norte, no início da Idade do Ferro, truncam esta civili zação e fazem regredir as cidades, por alguns séculos, quase ao nível da autarcia nolíica. O desenvolvimento subseqüente tira proveito das inovaçes ípicas da nova conomia: o ferro, o alfabeto, a moeda cunhada; a posição geográica favo rável ao tráico marítimo e a falta de instituições pro venientes da Idade do Bronze permitem desenvolver as possibilidades destes instrumentos numa direção original. A cidade principesca se transforma na olis aristocrática ou democrática; a economia hierárquica tradicional e torna a nova economia monetária que, após o século IV, irá estender-se a toda a bacia oriental do Mediterrãneo. Neste ambiente se forma uma nova cultura, que ainda hoje permanece base da nossa tradi ção inelectual. É ncessário recordar sucinamente a organiza ção da polis, a cidade-Estado, que tonou possiveis os extraordinários resultados da literatura, da ciência e da are. A origem é uma colina, onde se refugiam os habi tantes do campo para defender-se dos inimigos; mais de, o povoado se estende pela planície vizinha, e geralmente é fortiicado por um cinturão de muros. Distingue-se então a cidade alta (a acrópole, onde i cam os templos dos deuses, e onde os habitanes da cidade ainda podem refugiar-se para uma úlima defe a), e a cidade baixa ( a astu, onde se desenvolvem os comércios e as relações civis); mas ambas são partes de um único organismo, pois a comunidade citadina funciona como um todo único, qualquer que seja seu regime politico. Os órgãos necessários a este funionamento são: 1) O lar comum, consagrado ao deus protetor da cidade, onde se ofercem os sacriicios, se realizam os banquetes rituais e se recebem os hóspedes estrangei ros. Na origem era o lar do palácio do rei, depois toma se um lugar simbólico, anexo ao ediício onde residem os primeiros dignitários da cidade (os pritanes) e se chama pritaneu. Compreende um altar com um fosso cheio de brasas, uma cozinha e uma ou mais salas de refeição. O fogo deve ser mantido sempre aceso, e quando os emigrantes parem para undar uma nova colõnia, tomam do lar da pátria o fogo que deve arder no pritaneu da nova cidade. 2) O conselho (bulé) dos nobres ou dos funcioná rios que representam a assembléia dos cidadãos, e mandam seus representantes ao pritaneu. &úne-se numa sala coberta que se chama buleutérion. 3) A assembléia dos cidadãos (ágora) que se re· úne para ouvir as decisões dos chefes ou para delibe rar. O local de reunião é usualmente a praça do merca do (que também se chama ágora), ou então, nas cida des maiores, um local ao ar livre expressamente apres tado para tal (em Atenas, a colina de ). Nas 7( cidades democráticas o pritaneu e o buleutérion e encontram nas próximas da ágora. Cada cidade domina um território mais ou me nos grande, do qual retira seus meios de vida. Aqui podem exisir centros habitados menores, que man têm uma certa autonomia e suas próprias assem bléias, mas um único pritaneu e um único buleutérion na cidade capital. O território é limitado pelas monta nhas, e compreende quase sempre um porto (a cea distância da cidade, porque esta geralmene se encon tra longe da costa, para não se expor ao aaque dos piratas); as comunicações com o mundo exterior se realizam principalmente por via marítima. Este território pode ser aumentado elasconquis tas, ou elos acordos entre cidades limitrofes. Esparta chega a dominar Quase a metade do Peloponeso, isto é, 8.400 km'; Atenas possui a Ática e a Ilha de Salamina, ao todo 2.650 km'. Entre as colõnias sicilianas, Siracu sa chega a ter 4.700 km' e Agrigento, 4.300. Mas as outras cidades têm um território muito menor, e por vezes bastante �ueno: Tebas tem cerca de 1.00 km' e Corinto, 880 km . Entre as ilhas, algumas menores têm uma única cidade (Egina, 85 km'; Nasso e Samos, cerca de 450 km'). Mas entre as maiores somente des ( 1.460 km') chega a uniicar suas três cidades no im do século V; esbos ( 1.740 km') está dividida em cinco cidades; Creta (8.600 km') compreende mais de cinqüenta. A população (excluídos os escravos e os estran geiros) é sempre reduzida, não só pela pobreza dos recursos mas por uma opção política: quando cresce além de cerolimite, organiza·se uma expedição para formar uma colõnia longinqua. Atenas no tempo de Péricles tem cerca de 40.000 habitantes, e somente três outras cidades, Siracusa, Agrigento e Argos, superam os 20.000. Siracusa, no século IV, concentra forçada· mente as populações das cidades conquistadas, e che ga então a cerca de 50.000 habitantes (Fig. 278). s cidades com cerca de 10.00 habiantes (este número é considerado normal para uma grande cidade, e os teóricos aconselham não superá-lo) não passam de Fig. 177. O mundo egeu. Fig. 178. Uma moeda da cidade de Nass. com asfigurasde ioniso e de Sileno. Fig. 1 79. Uma escul ura do s culo V a C . . o M eu Nac nal d Atenas. quinze; Espara, na épca das Guerras Persas, tem cerca de 8.00 habitantes; Egina, rica e famosa, tem apenas 2.00. Esta medida não é considerada um obstáculo, mas, antes, a condição necessária para um organiza do desenvolvimento da vida civil. A população deve ser suiientemene numerosa para formar um exérci to na guerra, mas não tano que impeça o funiona mento da assembléia, isto é, que permita aos cidadãos conhecerem-se entre si e escolherem seus magistrados. icar por demais reduida, é de temer a carência de homens; se crescer demais, não é mais uma comunida de ordenada, mas uma massa inerte, que não pode govenar-se por si mesma. Os gregos e distinguem dos bárbaros do Oriente porque vivem como homens em cidades proporcionadas, não como escravos em enormes multides. Têm consciência de sua comum civilização, porém não aspiram à uniicação politica, porque sua superioridade depende jusamente do con ceito da polis, onde e realiza a liberdade coletiva do corpo social (pode existir a liberdade individual, mas não é indisensável). A pátria - omo z a palavra, que herdamos dos gregos - é a habiação comum dos dcendenes de um único chefe de família, de um mesmo pai. O patriotis mo é um sentimento tão intenso porque seu objeto é limitado e concreto: Um pequeno territ6 io, nas encostas R uma montanha, at a vessado por um riacho, escavado por alguma bala. e todos os lados, a poucos quil met s de distância, uma elevação do terreno ser e e imite. Basta subir d r6pole para abarcá-a r U com um olhar. t a terra sagrada dapátri: o recinto da (amiaa. as tumbas dos antepassados. os camos CUJOS proprietáriOS a todos se I I f'l",h('("m. a montanha flndfl �(' 1'0; cnrtar h'nha . . �P PI'(" {/8 "'h" nhos O as ar o se apanha o mel. os templos onde e assiste aos socrCficlOS. a acróoe aonde �e l'al em proclssdo. Mesmo a menor cidad, � aquela 'la Qual Heitor corre ao etlco"tro da morte. os espartanos onsIderam honroso " caar na primeira fila ", os romba· lentes d! alam;,to se lançam d abordagem cantando o peã e ócrates �e a cicuta para não desobedecer à lei. (G. Glotz, introdu· ç0 a A idade Grega (1 928), traduçdo italiana, Turim, 1 955, par. . Analisemos agora o organismo da cidade. O no vo caráter da convivência civil e revela por quatro fatos: 1)A cidade é um todo único, onde não existem zonas fechadas e independentes. Pode ser circundada por muros, mas não subdividida em recintos secundá rios, como as cidades orientais já examinadas. s ca sas de moradia são todas do mesmo ipo, e são diferen tes pelo tamanho, não pela estrutura arquitetônica; são distribuidas livremene na cidade, e não formam bairros reservados a classes ou a esirpes diversas. Em algumas adde aparelhads - a goa, o teatro - oda a opulação ou rande pae dela e reunir-se e reconhecer-se como uma comunidade or gãnica. Fig. 180. Um templo o século Va.. (o templo de Netuno em Peso) 7R 2) O espaço da cidade se divide em três zonas: i áreas privadas ocupadas pelas casas de moradia, as áreas sagradas - os rins om os templos ds des - e as áreas públicas, destinadas reuniões politics, ao comércio, ao teatro, aos jogos desportivos etc. O Estado, que personiica os interesses gerais da comu nidade, administra diretamente as áreas públicas, in tervém nas áreas sagradas e nas particulares. s dife renças de função entre estes três tipos de áreas predominam nitidamente sobre qualquer outra dife rença tradicional ou de fato. No panorama da cidade os templos se sobressaem sobre tudo o mais, porém mais pela qualidade do que por seu tamanho. Surgem em posição dominante, afastados dos outros ediicios, e seguem alguns modelos simples e rigorosos - a ordem dórica, a ordem jónica - aperfeioados em muitas ree ições sucesivas; são rados com um sistema ons trutivo proositadamene simples - muros e olunas de pedra, que sustentam as arquitraves e as travs de cobertura (Fig. 182) - de modo que as exigênias tcni cas impeçam o menos possível o controle da forma (outros sistemas construivos mais complicados, como f)g. 181. A estru ura cm arco da passgem Inferior par en rar O Estád.o d. llmpia. Figs. /82·183. A estru ra em ar uitraves de um templo d rico grego do sécuo V a.C. Cada parte, embora secundária, tem um nome e uma configuração estável: . PT: 1. rampa; 2. erlltale; 3. YNtibulo (ponao); 4. ela; 5 eietdomo. B. ELEVO: 6. Mtil6bata: 7 olcheta; 8. uste de oluna; 9. colarinho; 10. capitel; 11. armilu; 1. quino: 13. !baco; 14. ortatata; 15. arquluavM: 16. (r1o: 17 rqua eOtas: 18. liatel: 19. tna1i(o; 0. mêlope: 21. gotira; 22 m�tull o gol; 3. telhao; 24. elhaa do beiral; �. rontAo; 6. nicho o úontAo; 27. omija horilontal; . impano; 9. olja obliqua; 0. antefual; 31. aêio angular; 32. arothio tenninal. B B - '- • • • �I , A . . _� os s - g. 181 - são vados aos iios mens imporantes). 3) A cidade, no seu conjunto, forma um organis mo artiicial inserido no ambiente natural, e ligado a este ambiente por uma relação delicada; respeita as linhas gerais da paisagem natural, que em muitos pontos signiicaivos é deixada intacta, interpreta-a e integra-a com os manufaturados arquietônicos. A re gularidade dos templos (que têm uma planta perfeita mente simétrica, e têm um acabamento igual de todos os lados devido à sucessão das colunas) é quase sem pre compensada pela irregularidade dos arranjos cir cunstantes, que se reduz depois na desordem da paisa- N Fig. �84. PLanta do recinto sagrado de Olimpia, o fim da idade clásslca. Justamente por estes quaro caracteres - a uni dade, a articulação, o equilíbrio com a natureza, o limite de crescimento - a cidade grega vale doravane como mdelo universal; dá à idéia da conivência hu mana uma isionomia precisa e duradoura no tempo. R gem natural (Fig. 18-191). A medida deste quilíbrio entre natureza e are dá a cada cidade um caráter individual e reconhcível. 4) O organismo da cidade e desenvolve no tem po, mas alcança, de certo momento em diante, uma disposição estável, que é preferível não perturbar com modiicações parciais. O crescimeno da população não produz uma ampliação gradaiva, mas a adição de um outro organismo equivalente ou mesmo maior que o primitivo (chama-se paleópole, a cidade velha; .eápole, a cidade nova; Fig. 0), ou então a parida de uma olônia para uma região longinqua 9L ____ 0' 1. muOI grelo. do Altia; . mUf» omanol do Altia; 3 ovoado h.t o; .. templo de Hera e eII; 5. ninfeu de Herc11 Atio; . trraço do. tMIOUo : .) Gela; b) Mepr&; :) Metaonto; d) elinunte; e) altar de 1; ) Cirene; ,) iN; b) BizAnao; i) Epldauro; ) Sm. (); k) Siacua; I) Sici ; 7. Metroon; 8 Mlio; 9 • ntila a; 10. 'oo d. l; II rodapl com u bae d .. oln .. de IUltentaç0 du Ntt\tU" de n e • de Ptolomeu II; 1. templo de el; 13. lr de Zeu. (?); 14. Pelopilo; 15. muro do Ç; 16. Philippion; 17. pritaneu: 18 ainuio; 19. palMIra; 0 hokolon; 21. banho . m .. ; 3. Ha.pitium; 24. cua romana; 5. ja bizantina; 6. ErcUU.riD d. iu; 27 eonidaion; . .too meridional; 9. bukutiion; 0. enrada neroniana; 31 Hellnodikeion; 32. cua e Nero; . a do ct'�o. 5. ROMA: A CIDADE E O IMPÉRIO MUNDIAL No Estado romano, que realiza a uniicação polí ica de todo o mundo mediterrânico, devemos distin guir: 1) ambiente originário no qual nasce o poderio romano,isto é, a civilização etrusca que entre os sécu los VII e VI aC_ se estende na Itália desde a Planíie do Pó até a Campânia; 2) a exepcional sorte de Roma, que começd como uma pequena cidade sem importância, na ronteira entre o território etrusco e o colonizado pelos gregos; desenvolve-se depois até se transformar na urbe, a cidade por excelência, capital do império; 3) os métodos de colonização usados pelos roma nos em todo o território do império; em nosso campo iremos descrever três grupos de modiicações do territõ- no: a) as "inra O'struturas": estradas, pones, aque dutos, linhas fortificadas; b) a divisão dos terrenos agrlcolas em quintas cultiváveis; c) a fundação de novas cidades; 4) a descentralização das funções políicas no i nai do império; daí as novas capitais regionais, e a capital do Oriene, Constaninopla, onde o governo imperial con tin ua por mais dez séculos_ Constantinopla torna-se poseriormente Istam bul, a capital do império turco, e coninua uma das principais cidades do mundo ocidental até a época mdena. " , '� 'D ' i _ -, _ .. -_ ... _ - o '- - _______ _ .. Fig. '90. T mba emformadepfoda ldadeo Bro e, da ViaSacra de Roma 1 ,) " .). ) ,-.. , , " - "-" , . 7'· " _,.., - ,----, " ' 1 - '1- "l' -,.-_,' • . \ I .. . " \ - . . \ . . . . . . , , .. , - -... t' " \ '. . \ ' . " • • • . . . . , . , , , , , , , ' , , , , \ \ � :::i • • . . • • • • • • � ', ': . - . . 71;;'"\,, ..1fn/,,:J' \ . • • . . • • • " , ' . " . , , �.: . " , , , ' " , I \ "�----- \ \ 1 s�--� _ ' , E \ ' -__ , . ' . . _ . \ . - . . , . I \ - - -\ ,-- ' -------------- Nesta cidade viveram, até o século III d.C., de 700.000 a 1.000.000 de habitantes; a maior concentra ção humana até agora reaizada no mundo ocidental. Devemos imaginar, em volta dos monumentos públi os, a mulidão das casas, e analisar o uncionamento Dal deste grande organismo. Os Catálogos egionais fonecem, no m do sé ulo III, os ntes dados estatísios: 1.70 oms e 44.300 insulae. As domus (Fig. 342) são as casas individuais ipis s idads meiricas, om m u . fhs e na e as a s espaos inenos; compreendem uma série de locais de destinação ixa, agrupados ao redor do atrium e do stüium, e obrem uma superiie de .1.00 m tros quadrados, cono as bem conhecidas casas de Pomêia e de Herculana (Figs. 478); são eserva· das para as familias mais ricas, que ocupam, por si só, um rreno prioo. s insuae (Fig. 45) são onsru 8 oleivas de muios andares, obrem uma superi- Fig. 342. Um fragmento da fona urbis, onde se vêem (d squerda) três "domus " uma ao lado da outra. cie de 34o metros quadrados e compreendem m grande número de cômados iguais, que olham para o exterior om janelas e balces; os andares térros são destinados s lojas (tabemae) ou a habitações mais nobrs (que são igulmente chamads de omus); os andares supriores são divididos em apartamentos (ce nacula) de vários tamanhos para as clases mdis e inferiores. Os exemplos escavados em Ósia (Figs. 37- 376) dão uma idéia bastante preia dssas as. s insulae nasceram por volta do século IVa.C., para hospedar dentro dos muros sérvios uma popula ção crescente, e se ornaram cada vez mais altas, até que Augusto estabelce o limite mâximo de 21 metros, isto é, de 6 a 7 andares, e mais arde, Trajano ixa o limite em 18 metros, istD é, de 5 a 6 andares. Os muros são de madeira: portantD, desabam com facilidade. cenacula não tém água corrente (que chega somente aos locais do ardar térreo); não êm privadas (os habi- 163 14 tantes esvaziam seus urinóis num recipiene comum - dolium - no patamar das escadas, ou como narram muitos escritores, diretamene elas janelas na rua); nã têm a uecimento nem c aminés ( ara cozi nhar ou para se defender do io são usados braeiros portáteis, que aumentam os perigos de incêndio); as janelas não têm vidraças, mas apenas coinas ou persianas de madeira, que excluem da mesma forma o ar e a luz. Apesar destas limitações, os alojamentos na capital são alugados a preos muito altos: no tempo de Csar por uma domus pagam-se 30.00 sesércios por ano, e para o pior cenaculum, pelo menos 2.00 estêr cios: a importância necessãia para adquirir uma pro priedade agrícola no interior. s casas são construídas por empresãrios privados, que fazem espculação, de odas as maneiras, com os errenos e as construões: todos se lamentam por isso, desde os tempos republica no. O Estado impe proibições e regulamentos, mas não consegue corrigir as diiculdades da grande mai ria dos cidadãos. Fig • 34�.346. Fragmento. da (orma ur ia com planta. d� inaulae, t dOll elemento. do equipamento m6uel do. cenacul uma lanterna e um fogareiro ortát. AS ES KADAS E AS N E A construção das estradas segue pari passu conquista das provincias; serve para o movimento dos exércitos, depois para o tráfego comercial e as regula res comunicações administrativas. A estrada repousa sobre um calçamento artiicial de pedras batidas ( u us) coberto com saibro cada vez mais ino e revestido por um manto de pedras ch atas poligonais ( re iw ) (Fig. 388). A largura é limiada a 46 metros, o bastante para perm itir a passagem dos pedestres (iter) e dos carros ( tus); mas o pel'il longitu dinal, isto é, a sucessão das curvas e dos declives, é tratado de modo a tornar o trânsito mais fácil e mais rápido. Onde não existem obstáculos naturis são pre feridos os traçados retilineos mesmo que bastante lon- Fig6. 90- 91. A Via Ama nas proximidades de Roma, flanqueada pelos b'puú:ros, e o one Mílvio sobre (J Tibre, '10 início da Via 1ominia. 1 gos (como o da Via Ápia ao longo dos pântanos ponti· nos, com 0 quilõmetros); onde existe um relevo por demais acidentado cortam·se as rochas, de modo que a estrada possa correr o mais reta e plana possível (o Monte Rachado entre Pozzuolj e Cápua; o Passo do I<"rlo onde a Via F1amínia atravessa o Apenino; o Pisco Montano de Terracina, cortado por 40 metros de altura a im deixar passar a Via Ápia entre a �crópole o mar); escavam-se galerias (a Gruta da Paz entre o lago do Aveno e Cuma, com 900 metros e iluminada por poços de luz). A passagem dos cursos de água exige a construo ção de numerosas pontes de pedra ou de madeira; mujo tas destas pontes ainda estão funcionando, como as cinco em Roma (Ponte Mílvio, Fig. 391, Ponte Hélio, Ponte Sisto, e as duas da Ilha Tiberina), as duas na Via Fig. 392. Modelo da ponte romana sobre o Tejo em Alcântara. dedicada a Trajano. t(. 394. O aqueduto romalIo dp Pg6uia, derwmmado "ponte do dtabo", -..-;.._ _ _ _ -, -. � , . - • .. --- - ---- F1am nia em Narni e Rímini, a de Ascoli sobre o Tron to, a ponte de Pedra em Verona. A largura é sempre limitada - no máximo 7-8 metros - enquanto exisem e emplos de comprimento considerável (a ponte de Mérida na Espanha, com 60 arcadas, chega a quase 800 metros); o vão das arcadas chega a 5 metros na ponte sobre o Tejo em Alc ntara (Fig. 392). Na rede de estradas romana funciona, a par r de Augusto, um serviço regular de correio (cursus publi- OS AQUEDUTOS Os aq uedutos, como as estradas, também são considerados um serviço público; são construídos em das as cidades pelo Estado ou pelas administrações locais para satisfazer os usos coletivos, e apenas secun dariamente os usos individuais. Os romanos utilizam, de preferência, água de nascen , ou água uvial ltrada; canalizam-na num cond uto reta ngular (specus) revestido com reboco de tijolos em pó (apus signinum) coberto mas passível de ser inspecionado e arejado, com declive o mais cons tante poss vel (de 10 a 0,2 por l, segundo as caracte rí ticas do percurso) de maneira que a água ua livre mente (Fig. 397). Os romanos, como os gregos, conhe cem o uso do sifão e o aplicam em certos casos com virtuosismo técnico (no an tigo aqueduto de Alatri, de 1 :34 a.C., se alcança a pressão de 10 atmosferas e foram usados encanamentos de alta resistência; no aqueduto de Liãoexiste um tríplice sifão com tubulações de chumbo). Mas preferem que a água chegue na cidade a pressão r d u ida, para não superar o limite de resistên cia das tubulações de distribuição; por isso o aqueduto, quando atravessa um vale, é elevado sobre uma ou mais séries da arcadas. C ), com estações secundárias (mutatiaMs, para a troca de cavalos) e estações principais (mansianes, pa ra o pernoite, distanes m dia e viagem, com seis u sete mutatianes intermediárias). O cursus é re ado aos funcionários úblicos e uti iza correios a caval (speculatares), �arros leves ou pesados para as merca dorias. Os particulares podem organizar nas estradas um serviço postal próprio, com tabel/ari (carteiros) a pé ou a cavalo. Fig. 395. O C llum e distribuiçdo o aqueduto de NiM'; p6.t� o e 1939. Ao longo do percurso e na chegada dos aquedutos se encontram os reservatórios de decantação (pisci nae úmarzae), onde a água deposita as impurezas; e s�gUlda passa pelos tanques de distribuiçào (castel/a, Fig. 395) onde é medida passando através dos calices de bronze, e daí às tubulações da cidade, feitas de pedaços de tubos de chumbo (fistulae) com 10 pés em médi",, .ou seja, cerca de 3 metros. Para alguns usos esp�clalS eXl� m reservat rios maiores (a Piscina Admlravel de Miseno, para as necessidades do porto militar, pode conter 1 2.60 m'). s obras de arte construídas na província - co mo as pontes de várias orden d ", �adas l a edu tos de Terragona e de Seg via, na Espanha, e de Ni mes na França (Figs. 394 e 398-399) - parecem ser devidas, em certos casos, não a neces idades técnicas mas á vontade de deixar obras monumentais e impres sio antes; de fato, na Idade Média, quando será impos sí ve onstruir man u aturados deste gênero, as popula ções conti uarão a chamá-Ias de " ntes do diao" e a considerá-Ias obras de um poder brenatural. a Fig. 396. As ruinas do aqueduto e Cláudio;pode-se er, ao al , seção do conduto para a água. Fig. 397. A onometria do conduto do aqueduto Anio Vetus em Roma. ' I ) p --� -- ___ • __ r. . ,_� "'' --' ... - --- -�-�- _....., .. ----.� .... ���!IieU , " , :�,.. .... - - - - - - - - "-.. ; " .: _. - • .• . , : .. . _:- ; " � o . _ __ _ _ _ - _ _ _ ' __ _ • ' 1 ... - , ... . .. .. _�,-=..�\ _�, J,' :s 198-.199. A Pont du Gard nas proximidades de Nimes, n. Gália merldionol: l'ista p perspectiva, prospecto e secções. I !I AS LINHAS FORTIFICADAS Nos confins do império, onde' os romanos renun ciam a estender suas conquistas, consolidam as ron teiras alcançadas, construindo os limites, que são um conjunto de , benfeitorias espalhadas em uma faixa mais ou menos profunda, O elemento essencial do limes é uma estrada, aberta em zonas de matagal, ou sobrelevada em zonas pantanosas, a fim de permitir a passagem dos exérci tos, A ronteira é reforçada com um fossatum (uma escavação artificial, onde não exise a defesa natural de um rio) e com um vali um (um muro continuo de madeira, de terra, ou de pedra), Ao longo de seu percur so ou mais recuadas se acham as instalações militares: acampamentos (castra), presídios menores (castella), bases fortiicadas (burgi e turres); com o sisema de defesa colaboram as cidades fortiicadas nas retaguar das (oppida), ala ' R � ___ raas Ca ais • Cidads scu as ' • Cias pri ipais �OO '.�'!!0""!! . 'gb��,,;;.o .. � l. 50 100 200 0 . Os limites mais importantes dizem respeito fronteiras setentrionais do império: o limes germânico construído além do eno e do Danúbio por Tibério, Germânico e Domiciano, que é antes um caminho de defesa ao longo de uma ronteira abeta (Fig, 402); o limes de Adriano, entre a Inglaterra e a Escócia, que é ao con trno uma fortiicação gunecida (Fig, 40), O primeiro tem mais de 500 quilômetros, o segundo cerca de 1 1 , Vistos dentro do quadro geral, devem ser consi derados como complementos arificiais para realizar a continuidade da ronteira marcada pelos mares, pelo Reno e pelo Danúbio; fica assim conirmada a analo ia do império com a cidade, do orbe com a urbe, O im pél;o também tem suas estradas, seus muros, seus serviços em escala geogrica, como os da cidade em escala opogrâfica, Fig. 400. As obras públicas romanas na Britânia: estradas. canaS, cidades, e o vale de Adriano na fronteira com a Escócia. Fig. 401. O palácio dos tribunos, o acampamento de Xanten (Cas tra Vetem), na Alemanha. I !/1 .. I ! J.! no sculo II Fig. 4U2. O lms romano na Alemanha, entre o Reno e o Danúbw b Domiciano 516 Csstella sradas mUitares em grifo: noms merns Figs. 40 -404. Os sinais da coloniza�ào romana na paisagem de hoje: o ims romano nas poximidades de Velzhelm. o Württem berg, e a n ia o romana na campanha emiliana. A COLONIZA O DOS TER ENOS AGR COLAS Os traçados retílineos das estradas principais servem de linhas de referência para a divisão racional do te it rio cul v vel (a centuriatio), o de ese atri bu do aos colonos romanos ou latinos enviados aos territórios de conq uista. A centuriatio está baseada numa grade de estra das secundárias (também chamadas limites): os decu mani, paral los ã dimensão maior do territ l o ou estrada P incipal; os cardines, perpendiculares a estes e mais cU S. Uns e outros têm entre si 20 actus de dist ncia (o actus é a unidade de medida ag ária, igual a cerca de 35 metros), isto é, uns 700 metros, e determi nam outros tantos lotes quadrados chamados centu riae, que têm a super cie de ugeri. cer a de .50 hectares. Cada uma pode ser a ibuída a um ú co proprietário, a 2, a 4 ou a um número maior; num �as,o (na colônia de Terracina de 329 a.C.), a 100 propneta rios. Esta operação é executada por técnicos especiais, os agrimensori ou gromatici, com um instrumentocha- Fig. 405. Aroma, que servia para traçaro� alirlha,�entosperpel1di cuiares da ent ia o e dos planos das CIdades. ..ra for,mada por quatro listéis de madeira. com cerca de 45 cm de comprimento, os quais sustinham quatro fios de prumos; a haste Q,ue os sustent� va era fincada no terreno de maneira que o centro estwesse na vertical do aro grauado na pedra. FIg. 4 6. A ent iaio d' Mintuno. como é repreSefttada no livro os Gromaii vetere .. mado ra a (Fig. 405). Os textos � re�acion�m com a ciência augura etrusca, e com a diVlsao do ceu segu� do as direçôes dos pontos cardeais. Mas a onentaça? dos decumani e dos cardines não segue, non almene, os pontos cardeais, e é inclinada para aproveitar da melhor maneira a forma do ter tório. Da zona aSSim dividida, preparava-se uma planta de bronze, da qu� uma cópia permanecia na capital do distnto da colo n a e outra era enviada para Roma. Os limites, como dissemos, são ao mesmo empo fronteiras cadastrais e estradas públicas: realizam as sim um imponente sistema de vias secund ias, que nào tem precedentes no mundo antigo e que garantem a penetra ão capilar do sistema agrário, econômico e administrativo romano. O qua . culado de centuriatio romana ainda é perfeitamente legível em muitas zonas plana� do imp� rio e sobretudo na Itália Setentrional (Eml a e Ve n o), n arredores de Florença. na Planície de Cápua, na Tunísia, na França Merid onal (Figs. 404 e 407408) De fato, os limites de propriedades, as estradas e os canais continuaram imitando esta trama mesmo de pois do desaparecimento do sistema a rícola anti o. 1 93 IMG_1661 IMG_1662 IMG_1663 IMG_1664 IMG_1665 IMG_1666 IMG_1667 IMG_1668 IMG_1669 IMG_1670 IMG_1671 IMG_1672 IMG_1673 IMG_1674 IMG_1675 IMG_1676 IMG_1677 IMG_1678 IMG_1679 IMG_1681 IMG_1682 IMG_1683 IMG_1684 IMG_1685 IMG_1686 IMG_1687 IMG_1688 IMG_1689 IMG_1690 IMG_1691 IMG_1692 IMG_1693 IMG_1694 IMG_1696 IMG_1697 IMG_1698 IMG_1699 IMG_1700 IMG_1701 IMG_1702 IMG_1703 IMG_1704 IMG_1705 IMG_1706 IMG_1707 IMG_1708 IMG_1709 IMG_1710 IMG_1711 IMG_1712 IMG_1713
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