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Maysa Veiga - UFPE 
A epilepsia não é uma entidade simples, 
mas um conjunto de diferentes tipos de 
convulsões e síndromes originadas por vários 
mecanismos que têm em comum a descarga 
repentina, excessiva e sincronizada dos 
neurônios cerebrais. Essa atividade elétrica 
anormal pode resultar em uma variedade de 
eventos, incluindo perda de consciência, 
movimentos anormais, comportamento atípico 
ou desigual e percepção distorcida de duração 
limitada, mas recorrente se não for tratada. O 
local de origem dos disparos neuronais anormais 
determina os sintomas produzidos. Por 
exemplo, se o córtex motor estiver envolvido, o 
paciente pode sofrer de movimentos anormais 
ou convulsão generalizada. Ataques originados 
nos lobos parietal ou occipital podem incluir 
alucinações visuais, auditivas e olfatórias. 
Medicamentos são o modo mais comum de 
tratar pacientes com epilepsia. Em geral, as 
convulsões podem ser controladas com 
medicamento em cerca de 75% dos pacientes. 
Pode ser necessária mais de uma medicação para 
otimizar o controle das convulsões, e alguns 
pacientes nunca conseguem obter controle total. 
Na maioria dos casos, a epilepsia não tem 
causa identificável. Áreas focais funcionalmente 
anormais podem ser ativadas por alterações em 
fatores fisiológicos, como alteração em gases 
sanguíneos, pH, eletrólitos e glicemia, e 
alterações em fatores ambientais, como privação 
do sono, ingestão de álcool e estresse. A 
descarga neuronal na epilepsia resulta do disparo 
de uma pequena população de neurônios em 
alguma área específica do cérebro denominada 
foco primário. Técnicas de neuroimagens, como 
ressonância magnética, tomografia por emissão 
de pósitrons e tomografia de coerência por 
emissão de fótons, podem identificar áreas de 
interesse. As causas podem ser idiopáticas; 
genéticas; estruturais; metabólicas ou 
infecciosas. 
Classificações das Crises 
1. Focais: a crise focal envolve somente 
uma porção do cérebro, normalmente 
parte de um lobo de um hemisfério. Os 
sinais de cada tipo de crise dependem do 
local da descarga neuronal e da extensão 
pela qual a atividade elétrica se espalha 
nos demais neurônios do cérebro. Crises 
focais podem evoluir, tornando-se crises 
tônico-clônicas generalizadas. 
 
Simples: essas crises são causadas por um 
grupo de neurônios hiperativos que 
apresentam atividade elétrica anormal e 
fica confinada em um local único no 
cérebro. A descarga elétrica não se 
alastra, e o paciente não perde a 
consciência ou a percepção. O paciente 
também pode apresentar distorções 
sensoriais. A atividade pode se alastrar. 
Crises parciais simples podem ocorrer em 
qualquer idade. 
 
Complexas: essas crises provocam 
alucinações sensoriais complexas e 
distorção mental. A disfunção motora 
pode envolver movimentos 
mastigatórios, diarreia e/ou micção. A 
consciência se altera. A crise parcial 
simples pode se alastrar, tornar-se 
complexa e então evoluir para uma 
convulsão generalizada secundária. As 
crises parciais complexas podem ocorrer 
em qualquer idade 
 
2. Generalizadas: as crises generalizadas 
podem iniciar localmente e então 
avançar, incluindo descargas elétricas 
anormais pela totalidade de ambos os 
hemisférios cerebrais. As crises 
generalizadas primárias podem ser 
convulsivas ou não convulsivas, e o 
Maysa Veiga - UFPE 
paciente normalmente apresenta perda 
imediata da consciência. 
 
Ausência: essas crises envolvem uma 
perda breve, abrupta e autolimitante da 
consciência. Em geral, iniciam-se em 
pacientes de 3 a 5 anos de idade e 
perduram até a puberdade ou mais. O 
paciente permanece com o olhar fixo e 
pisca rapidamente, o que dura de 3 a 5 
segundos. 
 
Mioclônicas: essas crises consistem em 
episódios curtos de contração muscular 
que podem recorrer por vários minutos. 
Em geral, elas ocorrem após o despertar 
e se revelam como breves contrações 
espasmódicas dos membros. As crises 
mioclônicas ocorrem em qualquer idade, 
mas em geral iniciam na puberdade ou no 
adulto jovem. 
 
Clônicas: essas crises consistem em 
episódios curtos de contração muscular 
que podem parecer muito com crises 
mioclônicas. A consciência está mais 
comprometida nas crises clônicas em 
comparação com as mioclônicas. 
 
Tônicas: essas crises envolvem aumento 
do tônus nos músculos extensores e, em 
geral, duram menos de 60 segundos. 
 
Tônico-clônicas: essas crises resultam em 
perda da consciência, seguida das fases 
tônica (de contração contínua) e clônica 
(de contração e relaxamento rápidos). A 
crise pode ser seguida por um período de 
confusão e exaustão, devido à depleção 
de glicose e dos estoques energéticos. 
 
Atônicas: também chamadas de ataques 
de queda, essas crises se caracterizam 
pela perda súbita de tônus muscular. 
Os fármacos reduzem as crises por meio de 
mecanismos como bloqueio dos canais 
voltagem-dependentes (Na+ ou Ca2+), 
potencializando impulsos inibitórios 
gabaérgicos e interferindo na transmissão 
excitatória do glutamato. Alguns antiepiléticos 
parecem ter múltiplos alvos no SNC, ao passo 
que o mecanismo de ação de alguns fármacos é 
mal definido. A medicação antiepilética suprime 
as crises, mas não cura nem previne a epilepsia. 
Podem trabalhar inibindo GABAA e seu 
receptor ionotrópico causando um maior influxo 
de Cloreto = hiperpolarização, maior atividade 
sináptica inibitória e menor atividade sináptica 
excitatória. Também podem agir inibindo o 
receptor de glutamato os NMDA e AMPA. No 
caso é igual os BDZs uma modulação alostérica 
POSITIVA do GABA. Por isso os Ansiolíticos 
BDZs atuam como anticonvulsivantes. 
 
A escolha do tratamento farmacológico se baseia 
no tipo específico de crise, nas variáveis do 
paciente (p. ex., idade, condições mórbidas 
simultâneas, estilo de vida e preferências 
pessoais) e nas características do fármaco (como 
custos e interações com outros fármacos). 
Basicamente: tipo de crise, a posologia, os 
efeitos colaterais e se o paciente está realizando 
monoterapia ou não. Porque assim, caso 1 
fármaco não dê conta sozinho pode ser 
considerado o aumento da dosagem ou 
acrescentar mais um fármaco na terapia. O 
conhecimento dos antiepiléticos disponíveis e 
seus mecanismos de ação, farmacocinética, 
potencial de interação com outros fármacos e 
efeitos adversos é essencial para o tratamento 
bem-sucedido do paciente. 
 
 
 
 
Maysa Veiga - UFPE 
1. Fenobarbital: o mecanismo de ação 
primário do fenobarbital é a 
potenciação dos efeitos inibitórios dos 
neurônios mediados por GABA, 
vulgo modulação alostérica 
POSITIVA do GABAA. O 
fenobarbital é usado principalmente 
no tratamento do estado epilético 
quando outros fármacos falham. Ele 
é um barbitúrico e indutor 
enzimático, ou seja, aumenta as 
enzimas hepáticas. Ele também inibe 
o receptor de glutamato. Pode haver 
interações medicamentosas por ele 
ser um indutor enzimático, e as 
pacientes epilépticas que utilizam de 
anticoncepcionais devem ficar atentas 
pois o efeito do AC pode ser 
reduzido. 
 
2. BDZs: se ligam aos receptores do 
GABA, que são inibitórios, para 
reduzir a taxa de disparos. A maioria 
dos benzodiazepínicos é reservada 
para emergências ou tratamento de 
crises agudas, devido à sua tolerância. 
Contudo, clonazepam e clobazam 
podem ser prescritos como auxiliares 
no tratamento em tipos particulares 
de crises. O diazepam também está 
disponível para administração retal 
para evitar ou interromper convulsões 
tônico-clônicas generalizadas 
prolongadas ou agrupadas, quando a 
administração oral não é possível. 
 
3. Carbamazepina: bloqueia os canais 
de sódio, inibindo, assim, a geração 
de potenciais de ação repetitivos no 
foco epilético e evitando seu 
alastramento. Ela é eficaz para tratar 
as crises focais e, adicionalmente, as 
convulsões tônico-clônicas 
generalizadas, a neuralgia dotrigêmio e os transtornos bipolares. A 
carbamazepina tem absorção lenta e 
errática após administração por via 
oral e pode variar de genérico para 
genérico, resultando em amplas 
variações de concentração sérica. Ela 
induz sua própria biotransformação, 
resultando em concentrações séricas 
menores nas doses mais altas (ou seja, 
indutor enzimático e pode causar 
interações medicamentosas pois 
aumenta as enzimas hepáticas). Pode 
ser notada hiponatremia em alguns 
pacientes, especialmente em idosos, o 
que requer a troca de medicação. A 
carbamazepina não deve ser prescrita 
para pacientes com crises de ausência, 
porque pode aumentá-las. 
 
4. Etossuximida: reduz a propagação da 
atividade elétrica anormal no cérebro 
provavelmente inibindo os canais de 
cálcio tipo T. Ela é eficaz apenas no 
tratamento de crises de ausência 
sendo o fármaco de 1ª escolha. 
 
5. Fenitoína: bloqueia os canais de sódio 
voltagem-dependentes, ligando-se 
seletivamente ao canal no estado 
inativo e tornando lenta a sua 
recuperação. Ela é eficaz para o 
tratamento de crises focais e tônico-
clônicas generalizadas e no 
tratamento do estado epilético. A 
fenitoína induz os sistemas 
enzimáticos CYP2C, CYP3A e UGT, 
acelerando a biotransformação dos 
fármacos substratos desses sistemas. 
Ela exibe biotransformação por 
enzima saturável, resultando em 
propriedades farmacocinéticas não 
lineares (ou seja, é um indutor 
enzimático e pode causar interações 
medicamentosas pois aumenta as 
enzimas hepáticas). Ocorre depressão 
do SNC, particularmente no cerebelo 
e no sistema vestibular, causando 
nistagmo e ataxia. Os idosos são 
muito suscetíveis a este efeito. 
Hiperplasia gengival pode levar ao 
crescimento da gengiva sobre os 
dentes de forma irreversível. O uso 
por tempo prolongado pode levar ao 
desenvolvimento de neuropatias 
Maysa Veiga - UFPE 
periféricas e osteoporose. Embora a 
fenitoína seja vantajosa por seu baixo 
custo, o preço real do tratamento 
pode ser muito maior, considerando o 
potencial de toxicidade grave e os 
efeitos adversos. A fosfenitoína faz a 
mesma coisa, porém é um pró-
fármaco utilizado pela via 
endovenosa. 
 
*Caso a paciente estava gestante deve ser 
administrado os fármacos: fenobarbital, 
carbamazepina, valproato e lamotrigina mesmo 
em menores doses podem causar má formação 
fetal pois são teratogênicos. Porém é MELHOR 
que a gestante tome seus medicamentos do que 
não tomar...

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