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Tumores Odontogênicos

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Maysa Veiga - UFPE 
Os tumores odontogênicos compreendem um 
grupo complexo de lesões de diversos tipos 
histopatológicos e comportamentos clínicos. 
Algumas dessas lesões são neoplasias 
verdadeiras e podem, raramente, exibir 
comportamento maligno. Outras podem 
representar malformações semelhantes a tumor. 
 
Os tumores odontogênicos epiteliais são 
compostos por epitélio odontogênico sem a 
participação de ectomesênquima odontogênico. 
Diversos tumores distintivamente diferentes são 
incluídos nesse grupo; o ameloblastoma é o mais 
importante e o mais comum deles. 
 
É o tumor odontogênico clinicamente 
significativo mais comum. Sua frequência 
relativa se iguala à frequência combinada de 
todos os outros tumores odontogênicos, 
excluindo os odontomas. Os ameloblastomas 
são tumores de origem epitelial odontogênica. 
Teoricamente, eles podem surgir dos restos da 
lâmina dentária, de um órgão do esmalte em 
desenvolvimento, do revestimento epitelial de 
um cisto odontogênico, ou das células basais da 
mucosa oral. Os ameloblastomas são tumores de 
crescimento lento, localmente invasivos, que 
apresentam um curso benigno na maior parte 
dos casos. Eles ocorrem em três diferentes 
situações clinicorradiográficas, que merecem ser 
consideradas separadamente devido às 
considerações terapêuticas e ao prognóstico 
diferentes. 
1. Sólido convencional ou multicístico 
(cerca de 86% de todos os casos) 
2. Unicístico (cerca de 13% de todos os 
casos) 
3. Periférico (extraósseo) (cerca de 1% de 
todos os casos) 
 
 
1. Sólido Convencional ou Multicístico: é 
encontrado em pacientes com ampla variação 
etária. É raro em crianças com menos de 10 anos 
e relativamente incomum no grupo de 10 a 19 
anos. O tumor mostra prevalência 
aproximadamente igual na terceira e sétima 
décadas de vida. Não há predileção significativa 
por gênero. Alguns estudos indicam uma maior 
frequência em negros; outros não mostram 
predileção racial. Cerca de 80% a 85% dos 
ameloblastomas convencionais ocorrem na 
mandíbula, mais frequentemente na região de 
ramo e corpo de mandíbula. Cerca de 15% a 20% 
dos ameloblastomas ocorrem na maxila, 
geralmente nas regiões posteriores. O tumor 
frequentemente é assintomático e lesões 
Maysa Veiga - UFPE 
menores são detectadas somente durante o 
exame radiográfico. A apresentação clínica 
usual é de uma tumefação indolor ou expansão 
dos ossos gnáticos. Se não for tratada, então a 
lesão pode crescer lentamente até atingir 
proporções grandes ou grotescas. A dor e a 
parestesia são incomuns, mesmo nos tumores 
grandes. 
 
A característica radiográfica mais típica é aquela 
de uma lesão radiolúcida multilocular. O 
aspecto radiográfico da lesão é frequentemente 
descrito como em “bolhas de sabão” (quando as 
loculações radiolúcidas são grandes) ou como 
“em favos de mel” (quando as loculações são 
pequenas). A expansão vestibular e lingual das 
corticais geralmente está presente. A reabsorção 
das raízes dos dentes adjacentes ao tumor é 
comum. Em muitos casos, um dente não 
erupcionado, mais frequentemente um terceiro 
molar inferior, está associado ao defeito 
radiolúcido. Os ameloblastomas sólidos podem 
se apresentar, radiograficamente, como defeitos 
radiolúcidos uniloculares, o que pode se 
assemelhar a praticamente qualquer tipo de 
lesão cística. As margens dessas lesões 
radiolúcidas, contudo, frequentemente mostram 
festonamento irregular. Apesar de as 
características radiográficas, particularmente do 
defeito multilocular típico, poderem ser 
altamente sugestivas do ameloblastoma, uma 
variedade de lesões odontogênicas e não 
odontogênicas podem mostrar características 
radiográficas similares. 
 
Os ameloblastomas intraósseos, convencional 
sólido ou multicístico, mostram uma notável 
tendência para desenvolver alterações císticas; 
macroscopicamente, a maioria dos tumores 
apresenta combinações variadas de 
características císticas e sólidas. Os cistos podem 
ser observados somente em nível microscópico, 
ou podem estar presentes sob a forma de 
múltiplos grandes cistos que ocupam a maior 
parte do tumor. Diversos subtipos microscópicos 
de ameloblastoma convencional são 
reconhecidos, mas esses padrões microscópicos 
geralmente apresentam pouca relação com o 
comportamento do tumor. Muitos tumores 
frequentemente mostram uma combinação de 
padrões microscópicos. Os padrões: folicular e 
plexiforme são os mais comuns. Padrões 
histopatológicos menos comuns incluem os tipos 
acantomatoso, de células granulares, 
desmoplásico e de células basais. 
 
Padrão Folicular 
 
Padrão Plexiforme 
Maysa Veiga - UFPE 
 
Padrão Acantomatoso 
 
Variante de Células Granulares 
 
Variante Demoplásica 
 
Variante de Células Basais 
Os pacientes com ameloblastoma intraósseo 
multicístico ou sólido têm sido tratados de 
diversas maneiras. O tratamento varia desde 
uma simples enucleação seguida por curetagem 
até a ressecção em bloco. O método ideal de 
tratamento tem sido alvo de controvérsias por 
muitos anos. O ameloblastoma convencional 
tende a se infiltrar entre as trabéculas do osso 
esponjoso intacto, na periferia da lesão, mesmo 
antes da reabsorção óssea se tornar 
radiograficamente evidente. Portanto, a margem 
verdadeira do tumor frequentemente se estende 
além de sua aparente margem radiográfica ou 
clínica. Tentativas de remover o tumor através 
de curetagem frequentemente deixam pequenas 
ilhas de tumor dentro do osso, o que mais tarde 
se manifesta como recidiva. Taxas de recidiva de 
50% a 90% foram relatadas em vários estudos 
após a curetagem. A recidiva frequentemente 
demora muitos anos para se tornar clinicamente 
evidente, e os períodos de 5 anos livres de 
doença não indicam uma cura. A ressecção 
marginal é o tratamento mais amplamente 
utilizado, mas taxas de recidivas de até 15% 
foram descritas após a ressecção marginal ou em 
bloco. Alguns cirurgiões advogam uma 
abordagem mais conservadora para o 
tratamento por meio do planejamento da 
cirurgia após avaliação cuidadosa, por cortes de 
tomografia computadorizada, do tumor. A 
remoção do tumor, seguida por osteotomia 
periférica, reduz com frequência a necessidade 
de cirurgia reconstrutiva extensa. Alguns 
tumores podem não ser responsivos a esse 
tratamento devido ao seu tamanho ou ao seu 
padrão de crescimento. O ameloblastoma 
convencional é uma neoplasia persistente, 
infiltrativa, que pode matar o paciente devido à 
sua progressiva disseminação de modo a 
envolver estruturas vitais. A maioria desses 
tumores, contudo, não são lesões que ameaçam 
a vida. Raramente, um ameloblastoma exibe 
comportamento francamente maligno. 
 
 
Maysa Veiga - UFPE 
2. Unicístico: essa lesão pode se comportar de 
maneira menos agressiva, relatos recentes 
contestaram esse conceito. Os ameloblastomas 
unicísticos são responsáveis por 10% a 46% de 
todos os ameloblastomas intraósseos em vários 
estudos. Os ameloblastomas unicísticos são mais 
frequentemente observados em pacientes mais 
jovens, com cerca de 50% de todos esses tumores 
diagnosticados durante a segunda década de 
vida. A média de idade em uma grande série foi 
de 23 anos. Mais de 90% dos ameloblastomas 
unicísticos são encontrados na mandíbula, 
usualmente nas regiões posteriores. A lesão é 
frequentemente assintomática, apesar de 
grandes lesões poderem causar um aumento de 
volume indolor nos ossos gnáticos. Em muitos 
pacientes, essa lesão aparece tipicamente como 
uma imagem radiolúcida circunscrita que 
envolve a coroa de um terceiro molar inferior 
não erupcionado lembrando, clinicamente, um 
cisto dentígero. Outros tumores se apresentam 
simplesmente como uma área radiolúcida bem 
demarcada e são geralmente considerados como 
sendo um cisto primordial, radicular ou residual, 
dependendo da relação da lesão com os dentes 
da área. Em alguns casos, aárea radiolúcida 
pode apresentar margens festonadas, mas ainda 
assim é um ameloblastoma unicístico. É 
discutível se um ameloblastoma unicístico pode 
se apresentar radiograficamente como uma lesão 
verdadeiramente multilocular. O aspecto 
cirúrgico pode também sugerir que a lesão em 
questão seja um cisto, e o diagnóstico de 
ameloblastoma somente será feito após estudo 
microscópico do espécime. 
 
Três variantes histopatológicas do 
ameloblastoma unicístico foram descritas. No 
primeiro tipo (ameloblastoma unicístico 
luminal), o tumor está confinado à superfície 
luminal do cisto. A lesão consiste em uma 
parede cística fibrosa com um revestimento 
composto total ou parcialmente por epitélio 
ameloblástico. Tal epitélio exibe uma camada 
basal de células colunares ou cúbicas com núcleo 
hipercromático, que apresenta polaridade 
reversa e vacuolização citoplasmática basilar. As 
células epiteliais sobrejacentes estão 
frouxamente coesas e lembram o retículo 
estrelado. Esse achado não parece estar 
relacionado ao edema inflamatório. 
 
Na segunda variante microscópica, um ou mais 
nódulos de ameloblastomas se projetam do 
revestimento cístico em direção ao lúmen do 
cisto. Esse tipo é denominado ameloblastoma 
unicístico intraluminal. Esses nódulos podem 
ser relativamente pequenos ou preencher, em 
grande parte, o lúmen cístico. Em alguns casos, 
o nódulo tumoral que se projeta no lúmen 
demonstra um padrão edemaciado, plexiforme, 
que lembra o padrão plexiforme visto nos 
ameloblastomas convencionais. Essas lesões 
são, às vezes, referidas como ameloblastomas 
unicísticos plexiformes. A proliferação celular 
intraluminal nem sempre preenche os rigorosos 
critérios histopatológicos para diagnóstico de 
ameloblastoma e isto pode ser secundário à 
inflamação que quase sempre acompanha esse 
padrão. O ameloblastoma típico, contudo, pode 
ser encontrado em outra região menos inflamada 
do espécime. 
 
Maysa Veiga - UFPE 
Na terceira variante, conhecida como 
ameloblastoma unicístico mural, a parede 
fibrosa do cisto está infiltrada por 
ameloblastoma típico folicular ou plexiforme. A 
extensão e a profundidade da infiltração por 
ameloblastoma podem variar 
consideravelmente. Em qualquer suposto 
ameloblastoma unicístico, múltiplos cortes em 
diferentes níveis do espécime são necessários 
para descartar a possibilidade de invasão mural 
pelas células tumorais. 
 
Esses tumores usualmente são tratados, como 
cistos, através de enucleação. O diagnóstico de 
ameloblastoma é feito somente após a análise 
microscópica do suposto cisto. Se os elementos 
ameloblásticos estiverem confinados ao lúmen 
do cisto, com ou sem extensão tumoral 
intraluminal, então a enucleação do cisto 
provavelmente foi o tratamento adequado. O 
paciente, contudo, deve ser mantido sob 
acompanhamento por longo período. Se o 
espécime exibir extensão do tumor em direção à 
parede fibrosa do cisto, não importa em que 
distância, então há maior controvérsia a respeito 
do tratamento subsequente do paciente. Alguns 
cirurgiões acreditam que a ressecção local da 
área está indicada como medida profilática; 
outros preferem manter o paciente sob rígido 
controle radiográfico e adiar o tratamento 
adicional até que haja evidência de recidivas. 
Taxas de recidiva de 10% a 20% foram descritas 
após a enucleação e curetagem dos 
ameloblastomas unicísticos em muitas das 
antigas séries de casos. Essas taxas são 
consideravelmente menores do que as taxas de 
recidiva de 50% a 90% observadas após a 
curetagem do ameloblastoma intraósseo sólido 
convencional ou multicístico. 
3. Periférico: é uma lesão incomum, sendo 
responsável por cerca de 1% a 10% de todos os 
ameloblastomas. Esse tumor provavelmente 
surge dos restos da lâmina dentária sob a mucosa 
oral, ou das células basais do epitélio de 
superfície. Histopatologicamente, essas lesões 
apresentam as mesmas características que a 
variante intraóssea desse tumor. 
O ameloblastoma periférico geralmente é uma 
lesão indolor, não ulcerada, séssil ou 
pedunculada, que acomete a mucosa gengival ou 
alveolar. As características clínicas não são 
específicas e a maioria das lesões é considerada 
clinicamente como um fibroma ou um 
granuloma piogênico. A maioria dos casos mede 
menos de 1,5cm, mas já foram descritas lesões 
maiores. O tumor pode ser encontrado em 
pacientes com uma ampla gama de idade, mas 
observase a maioria deles em pessoas de meia-
idade, com idade média descrita de 52 anos. Os 
ameloblastomas periféricos são mais 
comumente encontrados na mucosa alveolar e 
gengival posterior e são mais comuns na 
mandíbula do que na maxila. Em alguns casos, 
o osso alveolar superficial se torna levemente 
erodido, mas não ocorre envolvimento ósseo 
significativo. 
 
Os ameloblastomas periféricos apresentam ilhas 
de epitélio ameloblástico que ocupam a lâmina 
própria sob o epitélio superficial. O epitélio em 
proliferação pode exibir qualquer uma das 
características descritas para o ameloblastoma 
intraósseo; os padrões plexiforme ou folicular 
são os mais comuns. Nota-se a conexão do 
tumor com a camada basal do epitélio de 
superfície em 50% dos casos. Ainda não há 
consenso se isso realmente representa a origem 
Maysa Veiga - UFPE 
do tumor a partir da camada basal do epitélio, 
ou a fusão do tumor com o epitélio de superfície. 
 
Diferentemente do ameloblastoma intraósseo, o 
ameloblastoma periférico mostra um 
comportamento clínico inócuo. Os pacientes 
respondem bem à excisão cirúrgica local. Apesar 
de a recidiva local ter sido observada em 15% a 
20% dos casos, uma nova excisão local quase 
sempre resulta em cura. 
Representa 3% a 7% de todos os tumores 
odontogênicos, e mais de 750 casos foram 
descritos na literatura. Apesar de, antigamente, 
a lesão ter sido considerada como uma variante 
do ameloblastoma, sendo designada como 
“adenoameloblastoma”, suas características 
clínicas e comportamento biológico indicam que 
ela é uma entidade à parte. Apesar de haver 
evidências de que as células tumorais são 
derivadas do epitélio do órgão do esmalte, os 
investigadores também sugerem que a lesão 
surja dos remanescentes da lâmina dentária. 
Os tumores odontogênicos adenomatoides são, 
em grande parte, limitados aos pacientes jovens, 
e dois terços de todos os casos são 
diagnosticados quando o paciente tem entre 10 e 
19 anos. Esse tumor é definitivamente incomum 
em pacientes com mais de 30 anos. Há 
considerável evidência da ocorrência nas regiões 
anteriores dos ossos gnáticos, sendo encontrado 
duas vezes mais na maxila do que na mandíbula. 
As mulheres são afetadas cerca de duas vezes 
mais do que os homens. A maioria dos tumores 
odontogênicos adenomatoides são 
relativamente pequenos. Eles raramente 
excedem 3cm em seu maior diâmetro, apesar de 
algumas lesões maiores terem sido descritas. As 
formas periféricas (extraósseas) do tumor 
também podem ser encontradas, mas são raras. 
Elas normalmente aparecem como pequenos 
aumentos de volume sésseis na gengiva 
vestibular da maxila. Clinicamente, essas lesões 
não podem ser diferenciadas das lesões fibrosas 
comuns da gengiva. 
 
Os tumores odontogênicos adenomatoides 
frequentemente são assintomáticos, sendo 
descobertos somente durante o curso de um 
exame radiográfico de rotina, ou quando se 
solicitam radiografias para determinar a razão 
pela qual um dente ainda não erupcionou. As 
lesões maiores causam expansão indolor do 
osso. Em cerca de 75% dos casos, o tumor 
aparece como uma lesão radiolúcida 
circunscrita, unilocular, que envolve a coroa de 
um dente não erupcionado, mais 
frequentemente o canino. Pode ser impossível 
diferenciar radiograficamente o tipo folicular de 
tumor odontogênico adenomatoide do cisto 
dentígero, que é mais comum. A imagem 
radiolúcida associada ao tipo folicular do tumor 
odontogênico adenomatoideàs vezes se estende 
apicalmente ao longo da raiz, passando da 
junção amelocementária. Essa característica 
pode ser útil para distinguí-lo do cisto dentígero. 
 
Maysa Veiga - UFPE 
Menos frequentemente, o tumor odontogênico 
adenomatoide se apresenta como uma lesão 
radiolúcida unilocular bem definida que não está 
relacionada a um dente não erupcionado, mas, 
em vez disso, localiza-se entre as raízes de um 
dente erupcionado (tipo extrafolicular). 
 
A lesão pode se mostrar completamente 
radiolúcida; contudo, frequentemente, ela 
contém calcificações delicadas (em flocos de 
neve). Essa característica pode ser útil na 
diferenciação dos tumores odontogênicos 
adenomatoides com um cisto dentígero. 
 
O tumor odontogênico adenomatoide é uma 
lesão bem definida que geralmente está 
envolvida por uma espessa cápsula fibrosa. 
Quando a lesão é seccionada, a região central do 
tumor pode ser essencialmente sólida ou pode 
mostrar diversos graus de alteração cística. 
Microscopicamente, o tumor é composto por 
células epiteliais fusiformes que formam lençóis, 
cordões ou aumentos de volume espiralados de 
células em um estroma fibroso escasso. As 
células epiteliais podem formar estruturas 
semelhantes a rosetas ao redor de um espaço 
central, que pode estar vazio ou conter pequenas 
quantidades de material eosinofílico. Esse 
material pode corar com amiloide. As estruturas 
tubulares ou semelhantes a ducto, que são o 
aspecto característico do tumor odontogênico 
adenomatoide, podem ser proeminentes, 
escassas ou até mesmo ausentes em uma 
determinada lesão. Elas consistem em um 
espaço central delimitado por uma camada de 
células epiteliais colunares ou cúbicas. 
 
Os núcleos dessas células tendem a ser 
polarizados em direção oposta ao espaço central. 
O mecanismo de formação dessas estruturas 
tubulares não está inteiramente claro, mas é 
provável que seja o resultado da atividade 
secretória das células tumorais, que parecem ser 
pré-ameloblastos. De qualquer forma, essas 
estruturas não são ductos verdadeiros, e não há 
elementos glandulares nesse tumor. Pequenos 
focos de calcificação também podem estar 
dispersos por todo o tumor. Eles têm sido 
interpretados como uma formação abortiva do 
esmalte. Alguns tumores odontogênicos 
adenomatoides contêm áreas maiores de 
material de matriz ou de calcificação. Esse 
material tem sido interpretado como dentinoide 
ou cemento. Algumas lesões também parecem 
ter outro padrão, particularmente na periferia do 
tumor, adjacente à cápsula. Esse padrão consiste 
em cordões delgados de epitélio, frequentemente 
anastomosados, em uma matriz eosinofílica, 
frouxamente arranjada. As características 
histopatológicas dessa lesão são distintas e não 
devem ser confundidas com qualquer outro 
tumor odontogênico. Interessantemente, alguns 
tumores odontogênicos adenomatoides foram 
descritos por apresentarem áreas focais que 
lembram o tumor odontogênico epitelial 
calcificante, o odontoma ou o cisto 
odontogênico calcificante. Contudo, essas lesões 
parecem se comportar como o tumor 
odontogênico adenomatoide comum. O 
principal problema se relaciona com a confusão 
Maysa Veiga - UFPE 
desse tumor com um ameloblastoma por um 
patologista que não está familiarizado com essa 
lesão. Esse erro pode levar à cirurgia radical 
desnecessária. 
 
O tumor odontogênico adenomatoide é 
completamente benigno; devido à presença de 
sua cápsula, ele pode ser facilmente enucleado 
do osso. O comportamento agressivo não foi 
documentado e a recidiva após enucleação, se 
ocorrer, é muito rara. 
 
É uma lesão incomum que é responsável por 
menos de 1% de todos os tumores 
odontogênicos. Aproximadamente 200 casos 
foram relatados até hoje. Apesar de o tumor ser 
claramente de origem odontogênica, sua 
histogênese permanece incerta. As células 
tumorais apresentam semelhança morfológica 
com as células do estrato intermediário do órgão 
do esmalte; contudo, alguns investigadores 
recentemente sugeriram que o tumor origina-se 
dos remanescentes da lâmina dentária, com base 
em sua distribuição anatômica nos ossos 
gnáticos. 
 
Apesar de o tumor odontogênico epitelial 
calcificante ter sido encontrado em pacientes 
com uma ampla gama de idade e em muitas 
regiões dos ossos gnáticos, ele é mais 
frequentemente encontrado em pacientes com 
idade entre 30 e 50 anos. Não há predileção por 
gênero. Cerca de dois terços de todos os casos 
descritos foram encontrados na mandíbula, mais 
comumente nas regiões posteriores. 
Um aumento de volume indolor, de crescimento 
lento, é o sinal mais comum de apresentação. 
Radiograficamente, o tumor exibe um defeito 
radiolúcido uni ou multilocular, com um padrão 
unilocular encontrado mais comumente na 
maxila. As margens do defeito lítico 
frequentemente são festonadas e em geral se 
apresentam relativamente bem definidas. 
Contudo, aproximadamente 20% dos casos 
apresentam uma periferia mal definida e outros 
20% exibem uma margem cortical evidente. A 
lesão pode ser inteiramente radiolúcida, mas o 
defeito geralmente contém estruturas 
calcificadas de tamanhos e densidades variados. 
O tumor com frequência está associado a um 
dente impactado, mais comumente um molar 
inferior. As calcificações normalmente são 
esparsas dentro do tumor. 
 
Maysa Veiga - UFPE 
Poucos casos de tumor odontogênico epitelial 
calcificante periférico (extraósseo) foram 
relatados. Eles surgem como aumentos de 
volume gengivais sésseis não específicos, que 
acometem com maior frequência a gengiva 
anterior. Alguns deles estão associados a erosões 
do osso subjacente em forma de taça. 
O tumor odontogênico epitelial calcificante 
apresenta discretas ilhas, cordões ou lençóis de 
células epiteliais poliédricas em um estroma 
fibroso. Os contornos celulares das células 
epiteliais são distintos e é possível observar as 
pontes intercelulares. O núcleo mostra variação 
considerável e núcleos gigantes podem ser 
observados. Alguns tumores mostram 
considerável pleomorfismo nuclear, mas essa 
característica não é considerada como uma 
indicação de malignidade. Grandes áreas de 
material extracelular amorfo, eosinofílico, 
hialinizado (semelhante a amiloide) também 
estão presentes com frequência. As ilhas 
tumorais comumente abrigam aumentos de 
volume desse material hialino o que resulta em 
um aspecto cribriforme. As calcificações, que 
são um achado característico desse tumor, se 
desenvolvem dentro do material semelhante a 
amiloide, formando anéis concêntricos 
(calcificações do tipo anéis de Liesegang), que 
tendem a se fusionar e formar aumentos de 
volume e complexos. 
 
A ressecção local conservadora, de forma a 
incluir uma fina faixa do osso circunjacente, 
parece ser o tratamento de escolha, embora as 
lesões na maxila posterior provavelmente devam 
ser submetidas a um tratamento mais agressivo. 
Uma taxa de recidiva de aproximadamente 15% 
tem sido relatada; os tumores tratados por 
curetagem apresentam as maiores taxas de 
recidiva. O prognóstico geral parece ser bom, 
apesar de raros exemplos de tumor 
odontogênico epitelial calcificante maligno ou 
boderline terem sido relatados, com metástases 
documentadas para os linfonodos regionais e 
para o pulmão. 
É uma neoplasia odontogênica benigna rara que 
foi primeiramente descrita em 1975 e agora é 
reconhecia como uma entidade distinta. Menos 
de 50 exemplos foram relatados até o momento. 
A maioria deles se localiza dentro do osso, 
apesar de alguns poucos casos periféricos terem 
sido relatados. O tumor odontogênico escamoso 
pode surgir devido à transformação neoplásica 
dos restos da lâmina dentária ou talvez dos 
restos epiteliais de Malassez. O tumor parece se 
originar a partir do ligamento periodontal que 
está associado à superfície radicular lateral de 
um dente erupcionado. 
Os tumores odontogênicos escamosostêm sido 
encontrados em pacientes cujas idades variam de 
8 a 74 anos (média de 38 anos). São distribuídos 
aleatoriamente por todo o processo alveolar da 
maxila e da mandíbula, sem predileção por um 
sítio específico. Poucos pacientes apresentam 
múltiplos tumores odontogênicos escamosos 
que envolvem diversos quadrantes da boca; uma 
família com três irmãos afetados, com cada um 
deles apresentando múltiplas lesões, foi descrita. 
Aparentemente não há predileção por gênero. 
Um aumento de volume indolor ou levemente 
dolorido na gengiva, com frequência associado à 
mobilidade do dente envolvido, é a queixa mais 
comum. Cerca de 25% dos pacientes descritos 
não apresentam sintomas e suas lesões foram 
detectadas durante o exame radiográfico de 
rotina. 
Os achados radiográficos não são específicos ou 
diagnósticos e consistem em um defeito 
Maysa Veiga - UFPE 
radiolúcido triangular lateral á raiz ou raízes de 
um dente. Em alguns casos, isso sugere perda 
óssea periodontal vertical. A área radiolúcida 
pode ser algo mal definida ou exibir uma 
margem esclerótica bem definida. A maioria dos 
casos se apresenta como lesões relativamente 
pequenas que raramente excedem 1,5cm em seu 
maior diâmetro. 
 
Os achados microscópicos de um tumor 
odontogênico escamoso são distintivos e 
consistem em ilhas de variados tamanhos de 
epitélio escamoso de aparência benigna em um 
estroma de tecido conjuntivo fibroso maduro. As 
células periféricas das ilhas epiteliais não exibem 
a característica polarização vista nos 
ameloblastomas. A vacuolização microcística e 
a ceratinização individual das células nas ilhas 
de epitélio são aspectos comuns. Os pequenos 
microcistos são algumas vezes observados 
dentro das ilhas epiteliais. Corpos calcificados 
laminados e estruturas eosinofílicas globulares, 
que não coram para amiloide, estão presentes 
dentro do epitélio em alguns casos. O primeiro 
provavelmente representa calcificações 
distróficas; e a natureza do último é 
desconhecida. 
 
A excisão local conservadora ou a curetagem 
parecem ser efetivas para os pacientes com 
tumores odontogênicos escamosos, e a maioria 
dos casos relatados não apresentou recidivas 
após a excisão local. Poucos casos de recidiva 
foram relatados, mas eles respondem bem a uma 
nova excisão local. Os tumores odontogênicos 
escamosos da maxila podem ser bastante mais 
agressivos do que as lesões da mandíbula, com 
maior tendência a invadir as estruturas 
adjacentes. Isso pode ser devido à natureza 
esponjosa e porosa do osso maxilar. As lesões 
multicêntricas tipicamente apresentam um curso 
menos agressivo, quase hamartomatoso, quando 
comparadas às lesões solitárias. Um exemplo 
bem documentado de aparente transformação 
maligna de um tumor odontogênico escamoso já 
foi relatado. 
 
É considerado como um tumor misto 
verdadeiro, em que tanto o tecido epitelial 
quanto o mesenquimal são neoplásicos. Este é 
um tumor incomum, mas é difícil avaliar os 
dados a respeito de sua frequência, porque 
(particularmente em relatos mais antigos) 
algumas lesões que foram diagnosticadas como 
fibroma ameloblástico podem, na verdade, 
representar um estágio de desenvolvimento 
precoce de um odontoma. 
 
Os fibromas ameloblásticos tendem a ocorrer em 
pacientes mais jovens; a maioria das lesões é 
diagnosticada na primeira ou segunda décadas 
de vida. Essa lesão, contudo, ocasionalmente 
pode ser encontrada em pacientes de meia-idade. 
O tumor é ligeiramente mais comum em homens 
do que em mulheres. Os fibromas ameloblásticos 
pequenos são assintomáticos; tumores maiores 
Maysa Veiga - UFPE 
estão associados a aumento de volume nos ossos 
gnáticos. A mandíbula posterior é o sítio mais 
comum; cerca de 70% de todos os casos estão 
localizados nessa região. 
Radiograficamente, observa-se uma lesão 
radiolúcida uni ou multilocular, com as lesões 
menores tendendo a ser uniloculares. As 
margens radiográficas tendem a ser bem 
definidas e podem ser escleróticas. Um dente 
não erupcionado está associado à lesão em cerca 
de 75% dos casos. O fibroma ameloblástico pode 
atingir grandes dimensões, e casos que envolvem 
uma considerável porção do corpo e do ramo da 
mandíbula foram relatados. 
 
Microscopicamente, o tumor é composto de um 
tecido mesenquimal rico em células, que lembra 
a papila dentária primitiva, misturado ao epitélio 
odontogênico em proliferação. O último pode 
apresentar um ou dois padrões, ambos 
geralmente presentes em qualquer caso. O 
padrão epitelial mais comum consiste em 
cordões longos e delgados de epitélio 
odontogênico, frequentemente anastomosados. 
Esses cordões usualmente apresentam somente 
duas células de espessura e são compostos por 
células colunares ou cúbicas. No outro padrão, 
as células epiteliais formam pequenas e discretas 
ilhas que lembram o estágio folicular do 
desenvolvimento do órgão do esmalte. Elas 
exibem células colunares periféricas, que 
circundam um aumento de volume de células 
epiteliais frouxamente arranjadas que lembram 
o retículo estrelado. Em contraste com o tipo 
folicular do ameloblastoma, essas ilhas 
foliculares no fibroma ameloblástico raramente 
apresentam a formação de microcistos. 
 
O tratamento apropriado do fibroma 
ameloblástico tem sido um tópico frequente de 
debate. Apesar de se acreditar, inicialmente, que 
o fibroma ameloblástico era uma lesão inócua, 
que raramente recidiva após excisão local 
simples ou curetagem, relatos subsequentes 
pareciam indicar um risco substancial de 
recidiva após a terapia conservadora. A taxa 
mais alta de recidivas (43,5%) foi apontada em 
uma série de casos do Armed Forces Institute of 
Pathology; poderia ser argumentado que essa 
amostra estava tendenciosa devido à presença de 
lesões de grandes dimensões, que são 
inerentemente mais difíceis de tratar. Em outra 
série de casos, de 0% a 18% dos fibromas 
ameloblásticos apresentaram recidivas após a 
remoção conservadora e adequado período de 
acompanhamento. Com base nesses dados, as 
recomendações recentes enfatizam a terapia 
conservadora inicial para o fibroma 
ameloblástico. A excisão cirúrgica mais 
agressiva deveria, provavelmente, ser reservada 
apenas às lesões recidivantes. 
Aproximadamente 45% dos casos do raro 
fibrossarcoma ameloblástico se desenvolvem no 
contexto de um fibroma ameloblástico 
recidivante. 
 
Maysa Veiga - UFPE 
É definido como um tumor com características 
gerais de um fibroma ameloblástico, mas que 
também contém esmalte e dentina. Alguns 
investigadores acreditam que o fibroma 
ameloblástico seja somente um estágio no 
desenvolvimento de um odontoma e não o 
consideram como uma entidade separada. 
Certamente as características histopatológicas de 
um odontoma em desenvolvimento podem 
apresentar algum grau de sobreposição com 
aquelas do fibro-odontoma ameloblástico. Há 
exemplos bem documentados, contudo, desse 
tumor exibindo crescimento progressivo e 
causando consideráveis deformidade e 
destruição óssea. Essas lesões parecem ser 
verdadeiras neoplasias. Contudo, a distinção 
entre um odontoma em desenvolvimento e um 
fibro-odontoma ameloblástico pode ser difícil 
com base somente nos achados histopatológicos. 
 
O fibro-odontoma ameloblástico é usualmente 
encontrado em crianças com a idade média de 
10 anos, sendo raramente encontrado em 
adultos. Semelhante ao que ocorre no fibroma 
ameloblástico, os fibro-odontomas 
ameloblásticos são mais frequentes nas regiões 
posteriores dos ossos gnáticos. Não há 
predileção significativa por gênero. A lesão é 
comumente assintomática e é descoberta 
quando são realizadas radiografias para 
determinar a razão pela qual um dente ainda não 
erupcionou. Grandes lesões podem estar 
associadas ao aumento de volume indolor do 
osso afetado. 
Radiograficamente, o tumor mostra um defeito 
radiolúcido unilocular ou, raramentemultilocular, bem-circunscrito, que contém uma 
quantidade variável de material calcificado, com 
radiodensidade compatível com a estrutura 
dentária. O material calcificado dentro da lesão 
pode se apresentar como múltiplas 
radiopacidades pequenas, ou como um aumento 
de volume conglomerado. Na maioria dos casos, 
um dente não erupcionado está presente na 
margem da lesão, ou então a coroa de um dente 
não erupcionado pode estar incluída no defeito. 
Alguns fibro-odontomas ameloblásticos podem 
conter somente uma quantidade mínima de 
esmalte calcificado e matriz de dentina, e 
aparecem radiograficamente como lesões 
radiolúcidas. Essas lesões não podem ser 
diferenciadas de uma ampla variedade de lesões 
radiolúcidas uniloculares que podem acometer 
os ossos gnáticos. No outro extremo, alguns 
fibro-odontomas ameloblásticos aparecem como 
aumentos de volume amplamente calcificados 
mostrando apenas uma fina margem radiolúcida 
na periferia da lesão. 
 
O componente de tecido mole do fibro-
odontoma ameloblástico é microscopicamente 
idêntico ao fibroma ameloblástico e apresenta 
cordões delgados e ilhas pequenas de epitélio 
odontogênico em um tecido conjuntivo frouxo 
de aparência primitiva que lembra a papila 
dentária. Os elementos calcificados consistem 
em focos de matriz de esmalte e dentina em 
formação em íntima relação com as estruturas 
epiteliais. As lesões mais calcificadas mostram 
estruturas dentárias maduras na forma de 
dentículos rudimentares ou de aumentos de 
volume conglomerados de esmalte e dentina. 
Alguns pesquisadores designaram um tumor 
similar, em que o componente calcificado 
consiste somente em matriz dentinária e 
material dentinoide, de fibro-dentinoma 
ameloblástico. É questionável se essa lesão 
representa uma entidade separada, sendo 
provavelmente, mais bem considerada apenas 
Maysa Veiga - UFPE 
como uma variante do fibro-odontoma 
ameloblástico. 
 
Um paciente com um fibro-odontoma 
ameloblástico normalmente é tratado através de 
curetagem conservadora, e essa lesão, em geral, 
se destaca facilmente de seu leito ósseo. O tumor 
é bem-circunscrito e não invade o osso 
adjacente. O prognóstico é excelente, e a 
recidiva após a remoção conservadora não é 
comum. O desenvolvimento de um 
fibrossarcoma ameloblástico após a curetagem 
de um fibroodontoma ameloblástico já foi 
descrito, mas isso é extraordinariamente raro. 
 
São os tipos mais comuns de tumores 
odontogênicos. Sua prevalência excede a de 
todos os outros tumores odontogênicos 
combinados. Os odontomas são considerados 
como anomalias do desenvolvimento 
(hamartomas), em vez de neoplasias 
verdadeiras. Quando totalmente desenvolvidos, 
os odontomas consistem principalmente em 
esmalte e dentina, com quantidades variáveis de 
polpa e cemento. Nos estágios mais precoces do 
desenvolvimento, estão presentes quantidades 
variáveis de epitélio odontogênico em 
proliferação e mesênquima. Os odontomas são 
ainda subdivididos em tipo composto e tipo 
complexo. O odontoma composto é formado 
por múltiplas estruturas pequenas, semelhantes 
a dentes. O odontoma complexo consiste em 
uma massa conglomerada de esmalte e dentina, 
que não exibe semelhança anatômica com um 
dente. Na maioria das séries de casos, os 
odontomas compostos são diagnosticados com 
maior frequência do que os odontomas 
complexos, e é possível que alguns odontomas 
compostos não sejam submetidos a exame 
microscópico porque o clínico se sente confiante 
com o diagnóstico clínico e radiográfico. 
Ocasionalmente, essas lesões podem exibir 
características tanto do odontoma composto 
quanto do complexo. 
A maioria dos odontomas é detectada durante as 
primeiras duas décadas de vida e a idade média 
no momento do diagnóstico é de 14 anos. A 
maioria dessas lesões é completamente 
assintomática, sendo descobertas durante o 
exame radiográfico de rotina ou quando são 
realizadas radiografias para determinar o motivo 
pelo qual um dente ainda não erupcionou. Os 
odontomas são tipicamente lesões relativamente 
pequenas que raramente excedem o tamanho de 
um dente da região onde eles estão localizados. 
Contudo, odontomas maiores, de até 6cm ou 
mais de diâmetro, são ocasionalmente 
observados. Esse odontomas maiores podem 
levar à expansão dos ossos gnáticos. Os 
odontomas ocorrem mais frequentemente na 
maxila do que na mandíbula. Apesar de os 
odontomas compostos e complexos poderem ser 
encontrados em qualquer sítio, o tipo composto 
é mais frequentemente observado na maxila 
anterior; odontomas complexos ocorrem mais 
na região de molares de qualquer um dos ossos 
gnáticos. Ocasionalmente, um odontoma pode 
se desenvolver completamente dentro dos 
tecidos moles gengivais. Radiograficamente, o 
odontoma composto aparece como uma coleção 
de estruturas semelhantes a dentes de variados 
tamanhos e formas, cercados por uma delgada 
zona radiolúcida: 
Maysa Veiga - UFPE 
 
O odontoma complexo aparece como um 
aumento de volume calcificado com a 
radiodensidade da estrutura dentária, que 
também está cercada por uma delgada margem 
radiolúcida. Um dente não erupcionado 
frequentemente se mostra associado ao 
odontoma, e o odontoma evita a erupção desse 
dente: 
 
Alguns odontomas pequenos podem estar 
presentes entre as raízes de um dente 
erupcionado e não estão associados a alterações 
na erupção. Os achados radiográficos 
normalmente são diagnósticos e o odontoma 
composto raramente é confundido com outra 
lesão. Um odontoma em desenvolvimento pode 
mostrar pouca evidência de calcificação e 
aparecer com uma lesão radiolúcida 
circunscrita. Um odontoma complexo, contudo, 
pode ser confundido radiograficamente com um 
osteoma ou alguma outra lesão óssea altamente 
calcificada. 
O odontoma composto consiste em múltiplas 
estruturas lembrando pequenos dentes 
unirradiculares, contidos em uma matriz fibrosa 
frouxa. As estruturas representadas por esmalte 
maduro das estruturas semelhantes a dente se 
perdem durante a descalcificação para 
preparação dos cortes microscópicos, mas 
quantidades variáveis de matriz de esmalte estão 
frequentemente presentes. O tecido pulpar pode 
ser observado na porção coronal e radicular das 
estruturas semelhantes a dentes. Em pacientes 
que apresentam um odontoma em 
desenvolvimento, estruturas que lembram os 
germes dentários estão presentes. 
 
Os odontomas complexos consistem, em grande 
parte, de dentina tubular madura. Essa dentina 
envolve fendas ou estruturas ocas circulares que 
costumavam conter o esmalte maduro que foi 
removido durante a descalcificação. Os espaços 
podem conter quantidades pequenas de matriz 
de esmalte ou esmalte imaturo. Pequenas ilhas 
de células fantasmas epiteliais eosinofílicas estão 
presentes em aproximadamente 20% dos 
odontomas complexos. Elas podem representar 
remanescentes do epitélio odontogênico que 
sofreu ceratinização e morte celular devido à 
anoxia local. Uma delgada camada de cemento 
com frequência está presente na periferia do 
aumento de volume. Ocasionalmente, um cisto 
dentígero pode surgir do revestimento epitelial 
da cápsula fibrosa de um odontoma complexo. 
 
Os odontomas são tratados por excisão local 
simples e o prognóstico é excelente.

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