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5.1. Assistência Pré - Natal → Intercorrências Intercorrências Maternas · Deficiências de ferro e anemia · Infecções urinárias · Alterações ginecológicas · Alterações sorológicas/infecções · Pré - eclâmpsia · Diabetes Gestacional · Hipotireoidismo gestacional · Síndromes Hemorrágicas Intercorrências Fetais · Restrição de Crescimento · Feto grande para IG · Oligoâmnio · Polidrâmnio · Malformações fetais/aneuploidias · Prematuridade As Necessidades de Ferro aumentam durante a Gestação - Há uma produção de hemácias importantes no período gestacional. E, essas hemácias estão relacionadas a produção de hemácias fetais. O feto para produzir as hemácias também precisa de ferro. Então, ele suga o Fe da mãe, por isso suplemento. Prevenção da Deficiência de Ferro e Anemia na Gestação · Iniciar o pré- natal mais precocemente possível · Identificar e tratar os casos estabelecidos · Orientação alimentar - ingestão de carne, alimentos que contenham muito ferro (como feijão, bife de fígado, folhas verdes). · Suplementação de ferro - para todas as gestantes Recomendações do MS (2013) Público Conduta Periodicidade Gestantes 40 mg de ferro elementar e 400 ug de ácido fólico (alto risco = 4g de ácido fólico) Diariamente até o final da gestação Mulheres no pós - parto e pós - aborto 40 mg de ferro elementar Diariamente até o terceiro mês pós- parto e até o terceiro mês pós- aborto Estágios da Deficiência de Ferro - Diminuição de hemoglobina nas gestantes é abaixo de 11. Hemograma - Inicia após 12 semanas de gestação, porque no primeiro trimestre com toda aquela questão de náuseas, vômitos e desconfortos, essas mulheres têm muita dificuldade de ingerir o ferro, que é muito desconfortável no começo da gestação; e, também, é o momento que esse feto irá precisar de mais ferro para produzir as próprias hemácias. - *seria para as de alto risco/ para as de baixo risco é 400 a 800 ug/dia - Uma hemoglobina menor que 8 pode causar repercussões fetais também. Glicemia de Jejum e TOTG 75 g - Nas gestantes que forem diabéticas prévias, além de terem risco de fazer restrição de crescimento por vasculopatia que já poderiam ter anteriormente, elas podem fazer malformações cardíacas, se engravidaram com a hemoglobina glicada muito elevada. - Hemoglobina até 6 = normal - Nos casos do quadro preto = a gestante faria um ecocardiograma fetal. Urina I -*PE = pré- eclâmpsia - Proteinúria maior que 300 = proteinúria importante/maior atenção a essa paciente. - Para gestante o ideal é urocultura - Para ser proteinúria de pré- eclâmpsia tem que ser um quadro hipertensivo e uma proteinúria maior que 300 mg. #IMPORTANTE: Urocultura · Rastrear: · Início do pré- natal · Início do 3° trimestre · Considerar intervalos menores em casos de maior risco de infecção (diabetes, ITU de repetição) · Urocultura positiva = ≥ 100.000 ufc/mL · Se sintomas - ITU · Sem sintomas - bacteriúria assintomática · Nas gestantes, não interessa se tem sintomas ou não, iremos tratar, pois essas mulheres tem muito risco de fazer a sepse por infecção do trato urinário. · Se Streptococcus agalactiae (estreptococo do grupo B): profilaxia obrigatória intraparto para prevenir infecção do RN. · Tratar a infecção pelo Strepto; · Essas mulheres não precisam da coleta do swab - se já tem uma infecção urinária pelo Strepto, isso já é suficiente para que tenha necessidade de profilaxia. Tratamento ITU - Fosfomicina trometamol: não tem no SUS Seguimento ITU · Cultura de urina 1 a 2 semanas após o final do tratamento · Urocultura positiva = novo tratamento conforme antibiograma · Iniciar antibioticoprofilaxia (uso contínuo ou pós - coito): · Após dois episódios de BA ou cistite (ITU) · Após um episódio de BA ou cistite em paciente com antecedente de ITU de repetição Droga Dose Observações Nitrofurantoína 100 mg Não usar após 37 semanas de gestação. Cefalexina 250 - 500 mg noite - Nitrofurantoína: utiliza-se mais a noite por ter mais tempo para agir. Tipagem Sanguínea - Se houver suspeita de que o parceiro não é o pai do filho solicita a Coombs da mãe também para averiguação. - O 3° trimestre e o parto são os momentos mais críticos para que haja transfusão feto- materna. - Após o parto se o RN for Rh+. - *TPP: trabalho de parto prematuro - *PAI: pesquisa de anticorpos irregulares = Coombs indireto → acompanha a mulher também, então, a cada mês pede um novo Coombs indireto para verificar se ela não se sensibilizou. - Situações especiais pelo SUS: mulher que teve exposição a sangue de outras pessoas, seja por transfusões, uso de drogas injetáveis (compartilhado seringas) - mas, não para avaliar o Rh, mas para avaliar outros anticorpos irregulares. Sífilis - VDRL + → trata → colhe o teste treponêmico também → teste treponêmico - → paciente não tem sífilis → pode suspender o tratamento. - Basta 1 teste + para definir o tratamento, pois sífilis na gestação é um problema gravíssimo, por isso tem que tratar o mais rápido possível. - VDRL: controle de cura - após tratamento faremos acompanhamento pelo VDRL, uma vez que o teste treponêmico irá ficar positivo por toda a vida. HIV - HIV negativo repete o exame no parto também. - HIV +: mulher tem que fazer genotipagem, coleta de CD4 +, coleta de carga viral e iniciar imediatamente o tratamento para o HIV. Se for no 1° trimestre pode pesar riscos e benefícios da introdução; então, se a gestante tiver com CD4 preservado, s/ sinais de infecções oportunistas, paciente bem clinicamente, eventualmente, pode postergar o início após o 1° trimestre. Toxoplasmose - IgG + e IgM -: gestante é considerada imune e protegida. - Se a infecção for recente a avidez é baixa. Se a infecção for antiga a avidez é alta, pois já aprendeu a lidar com o toxoplasma. - > 16 semanas → não consegue diferenciar e começa o tratamento. - IgG - depois de 3 semanas isso significa que essa mulher tinha um falso positivo para IgM, pois IgG tem que aparecer depois de 3 semanas de infecção. - Os cp (s) geralmente é de 500 mg (2 cp de 8 em 8 horas), até o final da gestação. - USG mensal, pois, às vezes, detecta alterações fetais. - Faz PCR do líquido amniótico para verificar se tem toxoplasma lá se tiver caracteriza infecção fetal e o tratamento é o esquema tríplice. Transmissão da Toxoplasmose · Fezes de gatos - principais animais que passam toxoplasma. · Contato com terra contaminada · Alimentos mal lavados - não recomenda que coma verduras/folhas fora de casa · Carnes cruas ou mal passadas: · Embutidos não cozidos · Ovos crus (maionese) · Manipular a carne com luvas ou lavar as mãos em seguida · Transmissão Vertical: · Risco aumenta com a IG · Dano maior no início da gravidez Terapêutica na Toxoplasmose Congênita · Suspeita de infecção (sorologia positiva) · Espiramicina 3 g/dia (2 cp de 500 mg a cada 8 horas) · Reduz a transmissão vertical em 60% · Diagnóstico de infecção fetal ou CD4 < 200 células/mm³ · “esquema tríplice”: tratamento fetal · Iniciar a partir de 17 semanas · Usar por 3 semanas alternando com 3 semanas de espiramicina · Sulfadiazina 500 mg 2 cp a cada 8 horas · Pirimetamina 25 mg 2 cp a cada 12 horas · Leucovorina (ácido folínico) 10 mg, 1 cp/ dia · Risco de anemia megaloblástica - acompanhar com hemograma Hepatite B - Observação: RN irá receber tanto a imunoglobulina contra o vírus B e a vacina da hepatite B. Hepatite B e Gestação · Fluxograma de indicação de profilaxia com tenofovir (TDF) de acordo com os diferentes cenários sorológicos - tratamento depende do quadro da paciente. TSH · Os valores de referência de TSH na gestação são: · 1° Trimestre (0,1 a 2,5 mU/L) - menor que 0,1 = hipertireoidismo; maior que 2,5 = hipotireoidismo. · 2° Trimestre (0,2 a 3 mU/L) · 3° Trimestre (0,3 a 3 mU/L) · TSH acima de 10 mU/L: levotiroxina 1,6 μg/kg/dia · 1° Trimestre entre 2,5 e 4: dosar anti- TPO · Se positivo, considerar tratamento · Se negativo, não há necessidadede tratar - Valores acima de 4, em geral, acaba indicando o tratamento também. - Observação: existe no primeiro trimestre, o hipertireoidismo transitório da gestação; passado o primeiro trimestre a tireóide fica normal. - Hepatite C +: não muda nada no pré- natal. Não tem nada a se fazer durante a gestação. - Rubéola: contraindicada na gestação. Citologia Oncótica Cervical · Recomendação: · Rastreamento habitual - “janela de oportunidade” · A coleta de espécime endocervical não parece aumentar o risco sobre a gestação, quando utilizada uma técnica adequada. · Alterações → referenciar para colposcopia · 1% a 3% dos casos de câncer de colo ocorrem no ciclo gravídico puerperal · 0,8 a 1,5 casos/10.000 nascimentos Rastreamento para Vaginose Bacteriana · A vaginose bacteriana está associada à: · Trabalho de parto prematuro · Rotura prematura de membranas · Corioamnionite · Infecção puerperal · Ainda assim, rastrear e tratar mulheres assintomáticas não diminui essas intercorrências. · Recomendação: · Não há recomendação para rastreamento rotineiro para vaginose bacteriana em mulheres assintomáticas durante o pré- natal. · Deve-se rastrear mulheres sintomáticas e tratá-las caso seja identificada vaginose Ultrassonografia Obstétrica · Com base nas evidências existentes, a USG de rotina nas gestantes de baixo risco não confere benefícios à mãe ou ao recém- nascido (grau de recomendação A) · Recomendação: · USG precoce - 11 a 14 semanas de gestação: · Datação da IG · Detecção de suspeita de malformação fetal/cromossomopatia (avaliação do osso nasal, Doppler do ducto venoso, translucência nucal. · Diagnóstico de gemelaridade · 2° Trimestre: apesar de aumentar a taxa de detecção das malformações congênitas, não existem evidências de que a USG em gestantes de baixo risco melhore o prognóstico perinatal (grau de recomendação A) · 3° Trimestre: revisão sistemática disponibilizada pela biblioteca Cochrane sugere que não há benefícios da USG de rotina em gestações de baixo risco após a 24a semana de gravidez (grau de recomendação A). · A realização de USG em gestantes de baixo risco pode gerar controvérsias, pois não existem evidências de que melhore o prognóstico perinatal, além da grande variação da sensibilidade do método. Por isso, deve-se ter cautela na sua solicitação e interpretação. Comprimento do Colo Uterino · ≥ 25 mm - baixo risco · < 25 mm - alto risco · USG 2° Trimestre entre 18 e 24 semanas de gestação - morfológico pede nessa época também. - Paciente com histórico de parto prematuro, incompetência istmo- cervical → avalia o comprimento uterino. #IMPORTANTE: Estratégias de Prevenção Gestantes com Risco para Trabalho de Parto Prematuro - Mulheres que tem o colo < 25 mm, recomenda: · Repouso físico e sexual - controverso · Consultas de pré-natal mais frequentes · Quinzenais até 28° semana · Semanais a partir da 28° semana · Utilização da progesterona natural - se a paciente tiver somente a história de parto pré- termo e colo curto, nesse caso entra com a progesterona; se a paciente não tiver história nenhuma, por exemplo, é a primeira gestação e fez o morfológico de 2° Trimestre e viu que o colo também é curto, entra com a progesterona; se ela tem história de TPP é fator de risco para ter outro trabalho de parto prematuro, nestes casos, não precisa nem do comprimento do colo para instituir o tratamento com progesterona natural. · 16° e 36° semanas (100 a 200 mg VV ao dia ou 100 mg VO a cada 8 horas) - dá muito desconforto gastrointestinal, então, acaba preferindo a via vaginal. Mas, tem mulheres que têm dificuldade de manipular a vagina e acaba usando VO. · Medida seriada do colo uterino - a cada 2 semanas · Internação em caso de sintomas - tocólise em alguns casos Streptococcus do Grupo B · Pesquisa de Streptococcus beta- hemolítico do grupo B (S. agalactiae) · Risco de sepse neonatal (sepse grave e acontece nas primeiras 24 horas de vida do bebê), pneumonia, meningite · Realizar swab vaginal e anal com 35 ~ 37 semanas · A cultura vale por 5 semanas, então, se tiver uma cultura negativa durante 5 semanas está OK. Se tem uma cultura negativa que coletou com 28 semanas, pois essa mulher teve uma ameaça de trabalho de parto prematuro, precisa coletar de novo entre 35- 37 semanas, pois o prazo já passou. · Resultado positivo indica profilaxia durante o trabalho de parto - com penicilina G cristalina ou ampicilina. Aferição da Pressão Arterial · Repouso · Paciente sentada, bexiga vazia, sem cruzar pernas, sem consumo de café ou álcool · Antebraço elevado - altura do coração · Manguito adequado · Hipertensão Arterial: PAS ≥ 140 ou PAD ≥ 90 *Intervalo de 4 horas - 2 medidas · Hipertensão Arterial Grave: PAS ≥ 160 ou PAD ≥ 110** Intervalo de 15 minutos - 2 medidas - Se a paciente é hipertensa crônica, histórico de pré - eclâmpsia, obesa → usar a profilaxia para pré - eclâmpsia (como abaixo). Risco de Pré- Eclâmpsia · Cálcio 1 a 2 g/dia - 20a semana · AAS 60 - 150 mg/dia - 12a semana - no Brasil, utiliza 100 mg/dia Hipertensão na Gestação - Hipertensão crônica com PE sobreposta: mulher com quadro hipertensivo, mulher que já engravida com quadro de hipertensão arterial e, tem um agravamento da hipertensão, surgimento de proteinúria quando não existia ou 3x à proteinúria inicial. Síndromes Hemorrágicas Altura Uterina - Tudo que tiver no meio = traduz a normalidade. · Qual hipótese diagnóstica? Abaixo do percentil 10 · Oligoâmnio · Restrição de crescimento intrauterino (RCIU) · Erro de data (IG) · Qual a conduta? · USG obstétrica · Se USG normal: considerar normal · E se fosse > p90? · Polidrâmnio · Feto grande para a IG (GIG) ou até macrossômico (feto tem mais de 4 kg) · Erro de data - feto com idade gestacional maior do que calculei · Se USG normal: considerar normal - A medida da altura uterina é como se fosse um método de rastreio. #PEGADINHA: Gastrosquise versus Onfalocele - Gastrosquise: é uma malformação relativamente frequente; é quando tem um defeito de fechamento da parede abdominal, bebê nasce com as alças intestinais todas para fora. Não está relacionada a outras malformações. - Onfalocele: é um defeito de fechamento; existe uma membrana do cordão umbilical que recobre essas alças, alças não estão expostas. Está associada a outras malformações. Úlcera Genital - Diagnóstico Diferencial 1. Qual é o diagnóstico provável? 2. Há riscos fetais? 3. Qual é o tratamento? 4. Qual é a conduta obstétrica? Herpes na Gestação · Lesões ulceradas, dolorosas, precedidas de dor e vesículas; podem sofrer infecção secundária · Maior problema é a priminfecção no 2° e 3° trimestres da gestação - viremia sem anticorpos maternos protetores · Episódios recorrentes têm baixo risco de transmissão, porém pode haver contaminação no parto mesmo sem lesões vulvares aparentes. - Se a mulher tiver herpes no colo do útero, o feto pode nascer infectado. - Herpes neonatal é um quadro extremamente grave, muitos bebês morrem. · Tratamento do herpes: aciclovir 400 mg VO a cada 8 horas · Pacientes com doença antiga transmitem anticorpos para o RN dificultando o desenvolvimento de herpes neonatal · O tratamento supressivo com aciclovir após 36 semanas reduz o risco de transmissão neonatal - pacientes que têm herpes com frequência têm indicação de fazer supressão na 36 semana de gestação., diminui o risco de aparecerem lesões que possam ser transmitidas ao filho. · Conduta: parto cesárea na presença de lesões ativas; evitar amniotomia Síndrome Alcoólica Fetal #IMPORTANTE: Paciente em uso de DIU como método contraceptivo engravidou, como proceder? Observação: paciente que tem diagnóstico de epilepsia e toma anticonvulsivante, a paciente precisa de uma dose maior de ácido fólico; o anticonvulsivante mais confiável é a lamotrigina. - Traço falciforme - manter acompanhamento apenas na atenção básica. - Norfloxacino - não se usa em gestante. - Vacina de Hepatite B é indicada para todos os recém- nascidos.
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