sensações de “branco” na mente 4. Irritabilidade 5. Tensão muscular 6. Perturbação do sono: dificuldades em conciliar ou manter o sono, ou sono insatisfatório e inquieto. D. A ansiedade, a preocupação ou os sintomas físicos causam sofrimento clinicamente significativo ou prejuízo no funcionamento social ou ocupacional ou em outras áreas importantes da vida do indivíduo. E. A perturbação não se deve aos efeitos fisiológicos de uma substância [droga de abuso, medicamento] ou a outra condição médica [por exemplo, hipertireoidismo]. F. A perturbação não é melhor explicada por outro transtorno mental. 4. Epidemiologia • Prevalência de 3 a 4%. Tem um estudo interessante com vestibulandos, sobretudo os de medicina, em que essa prevalência é de 15 a 20%. • DSM V o Adolescentes: 0,9% o Adultos em comunidade geral EUA: 2,9% o Em outros países ao longo de 12 meses varia de 0,4% a 3,6% o É mais comum nas mulheres 2:1 5. Hipóteses etiológicas Pensa-se em algo multifatorial. A questão biológica é levantada porque os pacientes respondem ao tratamento medicamentoso. Pensa-se, no ponto de vista orgânico, no envolvimento de neurotransmissores GABA, noradrenérgicos e serotoninérgicos. 6. Idade de início e curso da TAG Costuma surgir no começo da terceira década de vida, mas o início na infância e adolescência não é raro. Muitas vezes, o tratamento só ocorre na vida adulta, mais de uma década depois do aparecimento do transtorno. Alguns interpretam os sintomas como parte de sua personalidade. O transtorno da ansiedade é uma doença e precisa de tratamento medicamentoso e psicoterapêutico. 7. Fatores de risco e prognóstico • Temperamentais: inibição comportamental, afetividade negativa [neuroticismo] e evitação de danos. • Ambientais: adversidades na infância e superproteção parental. • Genéticos e fisiológicos: um terço do risco de experimentar TAG é genético. Apesar de não ter um gene definido, existe uma epigenética envolvida – questão ambiental alterando o gene do indivíduo. Modelo etiológico integrado do TAG É um conjunto de alterações genéticas e ambientais, com alterações de neurotransmissores. Vulnerabilidade genética para transtorno de angústia Temperamento inibido na infância – tendência a exibir medo e evitar situações ou eventos novos Influência ambiental – estressores, eventos traumáticos, condicionamento do medo, aprendizagem vicariante, uso ou abstinência de substâncias, condições clínicas associadas. Disfunções do sistema noradrenérgico ascendente [locus ceruleus], do sistema de inibição comportamental septo – hipocampal e/ou do sistema executivo do medo [amígdala, hipotálamo anterior e medial e substância cinzenta periaquedutal] TAG 4 Louyse Jerônimo de Morais Fisiopatologia A eficácia de medicações sugere o envolvimento de monoaminas na gênese do TAG. Antigamente, a ansiedade era tratada com benzodiazepínicos, só que tais medicamentos não são uma boa opção, porque só agem nos sintomas somáticos. Hoje em dia, tratamos TAG com antidepressivos, principalmente os duais, que atuam inibindo serotonina e noradrenalina. Na dificuldade de se usar essas drogas, opta-se por inibidores seletivos, e alguns pacientes melhoram. • Buspirona 5HT1a: envolvimento da serotonina como modulador. • Clorimipramina e venlafaxina: tem ações mistas sobre o sistema serotoninérgicos e noradrenérgicos. Hoje temos usado muito mais a venlafaxina, porque a clorimipramina é um antidepressivo tricíclico. • O envolvimento do ácido gama-aminobutírico [GABA]: ação rápida e eficaz dos benzodiazepínicos. Estes últimos, usamos no início do tratamento, com um tempo reduzido. Diagnósticos diferenciais • Cardiopatias • Fobias • Transtorno depressivo • Transtorno do pânico Tratamento • Medicamentoso • Benzodiazepínicos • Antidepressivos • Psicoterapia 1. Benzodiazepínicos • Mostraram um rápido início de ação. • Restrição: uso abusivo e dependência • Taxa de recaída após descontinuação varia de 63 e 81%, além de uma proporção de pacientes que não atingiram remissão de sintomas. Os benzodiazepínicos são mais eficazes nos sintomas somáticos da TAG e menos nos sintomas cognitivos [preocupações excessivas, antecipação catastróficas] Essas drogas eram muito usadas na década de 70. Hoje em dia, pode ser usado nos primeiros 15 dias ou apenas nas crises de ansiedade, como um Rivotril sublingual. Nessa situação, o paciente não toma todo dia. 2. Inibidores seletivos da recaptação da serotonina • Paroxetina: demonstrou ser superior ao placebo. O professor não usa muito porque aumenta o peso em mulher. Usa-se muito em pacientes com parafilias, para diminuir libido, e em transtorno do pânico em alguns pacientes. • Escitalopram: superior ao placebo. É o que o professor usa mais no TAG. • Sertralina, fluvoxamina e citalopram: faz sertralina porque é o que tem na rede, assim como a fluoxetina. Esta última não é boa, porque é bastante energizante e aumenta muito a ansiedade. O citalopram estamos abandonando, porque causa sintomas negativos para o paciente. 3. Inibidores seletivos da recaptação da serotonina e noradrenalina - duais Têm efeitos colaterais leves e moderados, podendo melhorar com uso continuado. Tais efeitos envolvem náusea, tonturas, sonolência, boca seca e disfunção sexual. • Venlafaxina, desvenlafaxina e duloxetina: são os mais usados atualmente. A duloxetina é indicada para ansiedade ou depressão se o paciente tem uma sintomatologia com dor. A venlafaxina é a droga com mais estudos. Geralmente começa com a metade e, com oito dias, começa a dosagem inteira. O que é interessante é que a venlafaxina só é um dual a partir de 150 mg, até 75 mg, é um inibidor seletivo da recaptação da serotonina. Vai observando a resposta e, se não tiver boa remissão com dose baixa, aumenta. Os efeitos colaterais da venlafaxina são náuseas, retardo na ejaculação, anorgasmia, diminuição da libido etc. A desvenlafaxina, metabólito da venlafaxina, tem sido mais usada no sexo feminino, principalmente no período climatérico. Ainda não se abandonou o uso da venlafaxina. 4. Antidepressivos tricíclicos A limitação de seu uso associa-se à maior incidência de efeitos colaterais e ao seu risco de envenenamento devido à cardiotoxicidade. • Buspirona: vem sendo usado no tratamento da TAG desde 1980. Pode fazer associado com venlafaxina ou duloxetina. 5 Louyse Jerônimo de Morais • Mecanismo de ação: agonismo parcial de receptores 5HT1A e antagonismo dopaminérgico, levando à modulação do disparo serotoninérgico. • A buspirona também tem período de latência, então sua ação não é inicial como é a do benzo. Conduta diagnóstica e terapêutica Avaliar comorbidade, ideação suicida, insônia, abuso de substância, não adesão, potencial para engravidar, paciente idoso, questões culturais. • ISRS/ISRSN: avaliação de 4 a 6 semanas com dose adequada. o Resposta: manter tratamento por 1 ano. Se o paciente mantiver sintomatologia, pode aumentar a dose ou associar com pregabalina. Hoje em dia, a pregabalina é a droga de associação com maior frequência, muito mais do que a buspirona. Mesmo assim, se não houver resposta, muda tratamento. É importante sempre avaliar comorbidades: • Insônia • Depressão: dose adequada de AG ou potencialização com bupropiona, APA ou picolonato de cromo. Depressão pode exigir ECT. • Trocar combinação que inclua ISRS, ISRN, NaSSa ou ATC ou adicionar terceira droga diferente, TPS pode ser adicionado. • TAB: adicionar estabilizador de humor, anticonvulsivante ou APA. Pode exigir monitoramento laboratorial. • Outro transtorno de ansiedade: para transtorno do pânico, adicionar ATC, ISRS/ISRN ou BZD; para TAS adicionar ISRS, APA, pregabalina ou LEV; para TOC, adicionar ISRS ou