Baixe o app para aproveitar ainda mais
Prévia do material em texto
1 SERVIÇO SOCIAL MATERIAL INSTRUCIONAL ESPECÍFICO - 07 Material Específico – Serviço Social – Tomo VII – CQA/UNIP 2 Questões 1 e 2 Questão 1.1 Uma assistente social trabalha com grupos de usuárias/os de serviço de atenção à saúde mental e com suas famílias. Nas reuniões, a profissional informa os grupos sobre a rotina do centro de saúde, propõe a discussão de temas de educação em saúde, orienta sobre benefícios previdenciários e desenvolve uma amistosa relação com os grupos, o que lhes inspira confiança no que se refere à sua atuação profissional. Considerando as dificuldades cotidianas das famílias e objetivando reduzir os níveis de tensão dos participantes, um dos usuários sugeriu, em determinada sessão, que o grupo iniciasse a reunião com a leitura de uma passagem do evangelho e a terminasse com uma oração. Mesmo considerando que a população brasileira majoritariamente se considera cristã, a assistente social esclareceu que o centro de saúde é uma instituição laica e como tal preza pela liberdade religiosa, razão por que considerava inadequada a sugestão do usuário. Considerando a conduta adotada pela assistente social, faça o que se pede nos itens a seguir. a) Explique em que medida a conduta da assistente social revela a ruptura do Serviço Social contemporâneo com sua herança conservadora. b) Cite um princípio ético-político existente no atual Código de Ética da/do Assistente Social que fundamente a atitude tomada pela assistente social e justifique sua escolha. Questão 2 Questão 2.2 O Código de Ética das/dos Assistentes Sociais estabelece entre seus princípios a necessidade das/dos assistentes sociais A. incorporarem suas pautas às agendas coletivas e democráticas vinculadas aos interesses da classe trabalhadora. B. ocuparem posição de agentes da transformação social e de se vincularem às lutas coletivas. C. assumirem a vanguarda política dos movimentos sociais, aprofundando cada vez mais a luta coletiva. D. exercerem o protagonismo da classe na luta das/dos trabalhadoras/es por melhores condições de vida e de trabalho. 1Questão 04 - Enade 2016. 2Questão 25 - Enade 2016. Material Específico – Serviço Social – Tomo VII – CQA/UNIP 3 E. estabelecerem articulação política com movimentos de outras/os trabalhadoras/es, comunicando obrigatoriamente orientações e exigências das instituições empregadoras. 1. Introdução teórica 1.1. Serviço Social no Brasil 1.1.1. Introdução O Serviço Social surgiu no Brasil nos anos de 1930, na emergente sociedade urbano- industrial. A profissão nasceu como parte de um movimento social da Igreja Católica para responder à questão social da época, considerada religiosa e moral. Nesse período, a atuação profissional dos assistentes sociais no país estava impregnada da ideia de “fazer o bem”, de legitimar a doutrina social da Igreja Católica. Desse modo, o pensamento conservador e a influência da doutrina católica traçaram um perfil de ação desses profissionais na época (PIANA, 2009). Com a intervenção do Estado na questão social, o Serviço Social, originariamente de cunho confessional, ressurgiu como um movimento reformista-conservador, centralizando sua ação na comunidade, na família e na individualização dos casos sociais. Nesse cenário de enfrentamento da questão social pelo Estado, por empresários e pela Igreja Católica, ocorreram a profissionalização, a institucionalização e a legitimação do Serviço Social como profissão. Nesse momento, o papel intelectual do assistente social foi o de controlar e disciplinar os trabalhadores no trabalho e na vida privada (MORANI, 2010). 1.1.2. Evolução do Serviço Social no Brasil De acordo com a literatura, a herança conservadora do Serviço Social iniciou na década de 1930, com o surgimento da profissão, e evoluiu até o ano de 1964, período posterior à institucionalização do Serviço Social. Nessa época, o pensamento conservador e a influência da doutrina católica orientaram a ação dos profissionais do Serviço Social, juntamente com a ideia conservadora da burguesia. Desse modo, a profissão era aceita pela Igreja, pelo Estado e pela burguesia. O projeto profissional hegemônico na profissão era conservador, tradicionalista e funcionalista (PIANA, 2009 e MORANI, 2010). Material Específico – Serviço Social – Tomo VII – CQA/UNIP 4 Em meados da década de 1960, nasceram os primeiros questionamentos sobre o conservadorismo da profissão. O Movimento de Reconceituação do Serviço Social, proveniente de outros países da América Latina, representou a tomada de consciência crítica e política desses profissionais. Suas expectativas direcionavam-se para a busca da identidade profissional do Serviço Social e da sua legitimação no mundo capitalista. Para tanto, uma nova proposta teórico-ideológica foi apresentada para fundamentar o ensino da profissão, originando uma prática transformadora e comprometida com as classes sociais, não mais encarada como mero assistencialismo (PIANA, 2009). Piana (2009), citando Neto (2001), revela três vertentes que compuseram o processo de renovação do Serviço Social no Brasil: a tendência modernizadora; a reatualização do conservadorismo; a intenção de ruptura. A tendência modernizadora iniciou em 1967 e consolidou-se em 1970. Objetivou modernizar o Serviço Social a partir da mesma razão instrumental vigente na profissão, fazendo revisão de métodos e técnicas para sua adequação às novas exigências impostas pelo contexto. Assim, o Serviço Social é entendido como um elemento dinamizador e integrador do processo de desenvolvimento (PIANA, 2009). Segundo Piana (2009), a vertente da reatualização do conservadorismo (ou fenomenológica) buscou o desenvolvimento de diferentes procedimentos para a ação do profissional, recuperando o caráter mais conservador na herança profissional, com destaque psicologizante das relações sociais. A terceira vertente do processo de renovação do Serviço Social no Brasil ocorreu nos anos de 1980. Esse pensamento remeteu à conscientização da inserção do profissional na sociedade de classes, gerando inconformismo em relação à fundamentação teórica e prática da profissão. Nesse sentido, emergiram discussões que envolviam a atuação profissional e também as questões relativas às mudanças políticas, econômicas, culturais e sociais que a sociedade da época enfrentava (PIANA, 2009). De acordo com Piana (2009), essas tendências acompanharam a trajetória do pensamento e da ação profissional nos anos seguintes e expressaram matrizes diferenciadas de fundamentação teórico-metodológicas da profissão. Para Morani (2010), esse processo de intenção de ruptura resultou na implementação do currículo mínimo para os cursos de Serviço Social, em 1982, e na reformulação do Código de Ética Profissional, em 1986. Em Material Específico – Serviço Social – Tomo VII – CQA/UNIP 5 consequência, outras estratégias de atuação inseriram-se no exercício da profissão, como a educação popular, a assessoria a setores populares, a investigação e a ação. Na década de 1990, as consequências da lógica capitalista, traçadas pelo modelo de globalização neoliberal, contribuíram para a precarização do trabalho, para a desmontagem dos direitos sociais, civis e econômicos, para a eliminação da responsabilidade do Estado frente à questão social e para a privatização dos serviços públicos e das empresas estatais. Esses acontecimentos afetaram diretamente a população trabalhadora e refletiram-se nas condutas dos profissionais de Serviço Social (PIANA, 2009). Nesse período, o Serviço Social encarou o desafio de intervir nas novas configurações e nas manifestações sociais atuais, caracterizadas pela precarização das condições de trabalho e de vida das pessoas (MORANI, 2010). Piana (2009) acrescentaque, ao longo dos últimos 30 anos, o Serviço Social vem definindo uma concepção mais crítica de sua própria inserção no mercado de trabalho, como especialização do trabalho coletivo. No cotidiano do exercício profissional, o Serviço Social continua com o desafio de conhecer e interpretar algumas lógicas do capitalismo contemporâneo, sobretudo em relação às mudanças no mundo do trabalho e sobre as questões de desestruturação dos sistemas de proteção social e das políticas sociais em geral. Nos dias atuais, o Serviço Social é uma profissão inserida na divisão social e técnica do trabalho, atuando no contexto das políticas sociais e assistenciais, na esfera pública e privada. O assistente social é um profissional cujo objeto de trabalho envolve a questão social com suas diversas expressões, sendo responsável pela formulação e pela implementação de propostas para seu enfrentamento, por meio das políticas sociais, públicas e empresariais e das atuações de organizações da sociedade civil e movimentos sociais (PIANA, 2009). Desse modo, o assistente social opera em diversas áreas e com vários temas, tais como: proteção, responsabilidade e marketing social; direitos e movimentos sociais; educação e programas socioeducativos e de comunidade; habitação; gestão de pessoas; gerenciamento participativo; segurança pública; Material Específico – Serviço Social – Tomo VII – CQA/UNIP 6 justiça e direitos humanos; comunicação; meio ambiente; assessoria e consultoria. De acordo com o Conselho Regional de Serviço Social do Rio de Janeiro, o Serviço Social é uma profissão de caráter sociopolítico, crítico e interventivo que emprega o instrumental científico multidisciplinar das Ciências Humanas e Sociais para a análise e a intervenção nos diferentes âmbitos da questão social. Constitui uma profissão que tem um projeto profissional coletivo e hegemônico, denominado projeto ético-político, que expressa o compromisso da categoria com a construção de uma nova ordem societária (CRESS-RJ, 2017). 1.2. Código de Ética do/a assistente social Conforme descrito anteriormente, a profissão de assistente social emergiu no Brasil na década de 1930. O curso superior de Serviço Social foi oficializado no país por meio da Lei Nº 1.889, de 1953. A profissão foi regulamentada por meio da Lei Nº 3.252, publicada em 1957, e do Decreto Nº 994, publicado em 1962 (CRESS-RJ, 2017). A concepção conservadora, que caracterizou a profissão nas primeiras décadas de sua existência, estava presente nesses instrumentos legais, inclusive nos Códigos de Ética Profissional instituídos em 1965 e 1975 (CFESS, 2017). Em função das modificações sociais e da categoria profissional, fizeram-se necessários o rompimento dessa visão conservadora e o desenvolvimento de novos instrumentos jurídicos para expressar os avanços da profissão. Atualmente, a profissão de Assistente Social é regulamentada no Brasil por meio da Lei N° 8.662, de 7 de junho de 1993 (CFESS, 2017 e CRESS-RJ, 2017). Conforme apontado pelo Conselho Federal de Serviço Social (CFESS, 2017), a partir de 1983, o Código de Ética Profissional de 1975 foi amplamente criticado, o que resultou na aprovação de um novo Código, em 1986, que negou a base filosófica tradicional conservadora e reconheceu um novo papel profissional competente teórica, técnica e politicamente (CFESS, 2017). Em 13 de março de 1993, o Código de Ética Profissional do/a Assistente Social foi reformulado por meio da Resolução do Conselho Federal de Serviço Social (CFESS) N° 273. Posteriormente, foram introduzidas alterações no referido Código por meio das Resoluções Material Específico – Serviço Social – Tomo VII – CQA/UNIP 7 CFESS N° 290 e CFESS N° 293, de 1994, CFESS N° 333, de 1996 e CFESS N° 594, de 2011 (CFESS, 2011). É importante mencionar que a Resolução N° 594, de 21 de janeiro de 2011, apresentou correções formais do antigo Código, relacionadas à incorporação das novas regras ortográficas da língua portuguesa, assim como à numeração sequencial dos princípios fundamentais da profissão. Ainda, reconheceu a linguagem de gênero, adotando a forma masculina e feminina, simultaneamente, em todo o texto (BRASIL, 2012). De acordo com os preceitos do Código de Ética Profissional do/a Assistente Social vigente, existem onze princípios fundamentais que regem a profissão e que devem ser respeitados pelos profissionais, conforme descrito a seguir (BRASIL, 2012). I. Reconhecimento da liberdade como valor ético central e das demandas políticas a ela inerentes - autonomia, emancipação e plena expansão dos indivíduos sociais. II. Defesa intransigente dos direitos humanos e recusa do arbítrio e do autoritarismo. III. Ampliação e consolidação da cidadania, considerada tarefa primordial de toda sociedade, com vistas à garantia dos direitos civis sociais e políticos das classes trabalhadoras. IV. Defesa do aprofundamento da democracia, enquanto socialização da participação política e da riqueza socialmente produzida. V. Posicionamento em favor da equidade e justiça social, que assegure universalidade de acesso aos bens e serviços relativos aos programas e políticas sociais, bem como sua gestão democrática. VI. Empenho na eliminação de todas as formas de preconceito, incentivando o respeito à diversidade, à participação de grupos socialmente discriminados e à discussão das diferenças. VII. Garantia do pluralismo, através do respeito às correntes profissionais democráticas existentes e suas expressões teóricas, e compromisso com o constante aprimoramento intelectual. VIII. Opção por um projeto profissional vinculado ao processo de construção de uma nova ordem societária, sem dominação, exploração de classe, etnia e gênero. IX. Articulação com os movimentos de outras categorias profissionais que partilhem dos princípios deste Código e com a luta geral dos/as trabalhadores/as. X. Compromisso com a qualidade dos serviços prestados à população e com o aprimoramento intelectual, na perspectiva da competência profissional. XI. Exercício do Serviço Social sem ser discriminado/a, nem discriminar, por questões de inserção de classe social, gênero, etnia, religião, nacionalidade, orientação sexual, identidade de gênero, idade e condição física. O Artigo 5º do mesmo Código de Ética Profissional do/a Assistente Social descreve os deveres desse profissional nas suas relações com os/as usuários/as, conforme apresentado a seguir (CFESS, 2011; BRASIL, 2012). Material Específico – Serviço Social – Tomo VII – CQA/UNIP 8 Contribuir para a viabilização da participação efetiva da população usuária nas decisões institucionais. Garantir a plena informação e discussão sobre as possibilidades e consequências das situações apresentadas, respeitando democraticamente as decisões dos/as usuários/as, mesmo que sejam contrárias aos valores e às crenças individuais dos/as profissionais, resguardados os princípios deste Código. Democratizar as informações e o acesso aos programas disponíveis no espaço institucional, como um dos mecanismos indispensáveis à participação dos/as usuários/as. Devolver as informações colhidas nos estudos e pesquisas aos/às usuários/as, no sentido de que estes possam usá-los para o fortalecimento dos seus interesses. Informar à população usuária sobre a utilização de materiais de registro audiovisual e pesquisas a elas referentes e a forma de sistematização dos dados obtidos. Fornecer à população usuária, quando solicitado, informações concernentes ao trabalho desenvolvido pelo Serviço Social e as suas conclusões, resguardado o sigilo profissional. Contribuir para a criação de mecanismos que venham desburocratizar a relação com os/as usuários/as, no sentido de agilizar e melhorar os serviços prestados. Esclarecer aos/às usuários/as, ao iniciar o trabalho, sobre os objetivos e a amplitude desua atuação profissional. Para o Conselho Federal de Serviço Social, esses são alguns dos princípios fundamentais que estruturam o Código de Ética dos/as assistentes sociais no Brasil e que devem alicerçar a intervenção desses profissionais na política de Assistência Social (CFESS, 2011). 2. Padrão de resposta INEP e análise das alternativas Questão 1. a) A/O estudante deve abordar o conteúdo dos tópicos abaixo relacionados para explicar que, na situação hipoteticamente apresentada, a conduta correta da assistente social revela a ruptura do Serviço Social contemporâneo com sua herança conservadora. Quando a assistente social não aceita a sugestão do usuário e reafirma a importância da defesa do caráter laico de uma instituição pública, ela expressa o compromisso ético-político da profissão com a democracia, liberdade e igualdade de direitos. A conduta da assistente social denota que, mesmo tendo emergido no Brasil a partir de forte influência religiosa da Igreja Católica, o Serviço Social passou pelo processo de reconceituação/renovação e buscou superar o assistencialismo e a caridade, redirecionando sua ação em prol dos direitos sociais. Material Específico – Serviço Social – Tomo VII – CQA/UNIP 9 A conduta da assistente social demonstra que o Serviço Social brasileiro vem construindo uma nova direção social e política, que fundamenta o atual projeto ético- político da profissão, pela via da “intenção de ruptura” com o conservadorismo. b) A/O estudante deve citar o conteúdo de um dos princípios do atual Código de Ética do/a Assistente Social que fundamentam a atitude da assistente social, dentre os relacionados a seguir, e justificar sua menção. Princípios Fundamentais do Código de Ética da/do Assistente Social: o I. Reconhecimento da liberdade como valor ético central e das demandas políticas a ela inerentes - autonomia, emancipação e plena expansão dos indivíduos sociais. o II. Defesa intransigente dos direitos humanos e recusa do arbítrio e do autoritarismo. o III. Ampliação e consolidação da cidadania, considerada tarefa primordial de toda sociedade, com vistas à garantia dos direitos civis, sociais e políticos das classes trabalhadoras. o IV. Defesa do aprofundamento da democracia, enquanto socialização da participação política e da riqueza socialmente produzida. o V. Posicionamento em favor da equidade e justiça social, que assegure universalidade de acesso aos bens e serviços relativos aos programas e políticas sociais, bem como sua gestão democrática. o XI. Empenho na eliminação de todas as formas de preconceito, incentivando o respeito à diversidade, à participação de grupos socialmente discriminados e à discussão das diferenças o VII. Exercício do Serviço Social sem ser discriminado/a, nem discriminar, por questões de inserção de classe social, gênero, etnia, religião, nacionalidade, orientação sexual, identidade de gênero, idade e condição física. A justificativa deve correlacionar o princípio fundamental citado com a conduta adotada pela assistente social na situação hipoteticamente apresentada. Disponível em <http://download.inep.gov.br/educacao_superior/enade/padrao_resposta/2016/servico_social_prp_ok.pdf>. Acesso em 11 jun. 2018. Material Específico – Serviço Social – Tomo VII – CQA/UNIP 10 Questão 2. A – Alternativa correta. JUSTIFICATIVA. Segundo o Código de Ética dos/das Assistentes Sociais, são princípios fundamentais dos profissionais a ampliação e a consolidação da cidadania, com vistas à garantia dos direitos civis, sociais e políticos das classes trabalhadoras e à defesa da democracia. Desse modo, o profissional deve incorporar suas ações às agendas coletivas e democráticas vinculadas aos interesses da classe trabalhadora. B – Alternativa incorreta. JUSTIFICATIVA. O Código de Ética não menciona que os/as profissionais devem se posicionar como agentes de transformação social. C – Alternativa incorreta. JUSTIFICATIVA. O Código de Ética não menciona que os/as profissionais devem assumir a vanguarda política dos movimentos sociais. D – Alternativa incorreta. JUSTIFICATIVA. O Código de Ética não menciona que os/as profissionais devem exercer o protagonismo da classe na luta das/dos trabalhadoras/es por melhores condições de vida e de trabalho. Compete à classe trabalhadora o protagonismo dessa luta. E – Alternativa incorreta. JUSTIFICATIVA. De acordo com o Código de Ética das/dos Assistentes Sociais, o/a profissional deve contribuir para a viabilização da efetiva participação dos usuários nas decisões institucionais. 3. Indicações bibliográficas BRASIL. Código de Ética do/a assistente social. Lei N° 8.662/93 de regulamentação da profissão. 10. ed. rev. e atual. Brasília: Conselho Federal de Serviço Social, 2012. CONSELHO FEDERAL DE SERVIÇO SOCIAL (CFESS). Disponível em <http://www.cfess.org.br/visualizar/menu/local/o-cfess>. Acesso em 25 ago. 2017. Material Específico – Serviço Social – Tomo VII – CQA/UNIP 11 CONSELHO FEDERAL DE SERVIÇO SOCIAL (CFESS). Legislação e Resoluções sobre o trabalho do/a assistente social. Gestão Atitude Crítica para Avançar na Luta. Brasília: Conselho Federal de Serviço Social, 2011. CONSELHO FEDERAL DE SERVIÇO SOCIAL (CFESS). Gestão Tempo de Luta e Resistência (2011-2014). Parâmetros para Atuação de Assistentes Sociais na Política de Assistência Social. Série Trabalho e Projeto Profissional nas Políticas Sociais. Brasília: CFESS, 2011. CONSELHO REGIONAL DE SERVIÇO SOCIAL (CRESS). 7. Região. Rio de Janeiro. Disponível em <http://www.cressrj.org.br/site/servico-social/>. Acesso em 25 ago. 2017. MORANI, C. N. S. A supervisão de estágio e o processo de trabalho do assistente social. Dissertação de mestrado. Rio de Janeiro: Pontifícia Universidade Católica, 2010. PIANA, M. C. A construção do perfil do assistente social no cenário educacional. São Paulo: Cultura Acadêmica, 2009. Material Específico – Serviço Social – Tomo VII – CQA/UNIP 12 Questões 3, 4, 5 e 6 Questão 3.3 O Serviço Social situa-se como uma profissão que participa da reprodução das relações de classe e do relacionamento contraditório entre elas [...]. Dentro da referência analítica adotada, cabe reafirmar que a reprodução das relações sociais não se restringe à reprodução da força de trabalho e dos meios objetivos de produção (instrumentos de produção e matérias-primas). A noção de reprodução engloba-os, enquanto elementos substanciais do processo de trabalho, mas, também, os ultrapassa. Não se trata apenas de reprodução material no seu sentido amplo, englobando produção, consumo, distribuição e troca de mercadorias. Refere-se à reprodução das forças produtivas e das relações de produção na sua globalidade, envolvendo, também, a reprodução da produção espiritual, isto é, das formas de consciência social: jurídicas, religiosas, artísticas ou filosóficas, por meio das quais se toma consciência das mudanças ocorridas nas condições materiais de produção. IAMAMOTO, M. V.; CARVALHO, R. Relações sociais e Serviço Social no Brasil: esboço de uma interpretação histórico-metodológica. São Paulo: Cortez, 19. ed., p. 71-72, 2006 (com adaptações). Com base no texto apresentado e na direção ético-política hegemônica da profissão na contemporaneidade, avalie as afirmativas a seguir. I. O Serviço Social responde às demandas igualitárias das classes nas relações de produção, em conformidade com as diretrizes da globalização. II. O Serviço Social define estratégias profissionais e políticas com o propósito de reforçar os interesses sociais da classe trabalhadora, para além das necessidades materiais. III. O Serviço Social contribui com a divulgação das formas de consciência social vinculadas à produção espiritual que se ancora e concepções religiosas.IV. O Serviço Social constrói alternativas profissionais de reprodução dos meios de produção direta, no sentido de englobar mercadorias, consumo e distribuição. É correto apenas o que se afirma em A. I. B. II. C. I e III. D. II e IV. E. III e IV. Questão 4.4 Nas discussões sobre o enfrentamento da questão social na contemporaneidade, assistentes sociais de diferentes espaços sócio-ocupacionais têm denunciado o fenômeno da judicialização da questão social associado à criminalização da pobreza, verdadeiro desafio que se apresenta à/ao profissional na luta pela garantia de direitos das/dos usuárias/os dos serviços públicos. 3Questão 17 - Enade 2016. 4Questão 21 - Enade 2016. Material Específico – Serviço Social – Tomo VII – CQA/UNIP 13 Considerando as possibilidades de atuação profissional, em consonância com o Projeto Ético- político do Serviço Social, assinale a opção correta. A. A/O assistente social que detém informações sobre a realidade cotidiana das/dos usuárias/os dos serviços sociais, deve sistematizá-las como objetivo de embasar a tese da judicialização da questão social, negando, sob quaisquer circunstâncias, o recurso ao Judiciário para a efetivação de direitos fundamentais e sociais. B. A/O assistente social que detém informações relacionadas às/aos usuárias/os das instituições que prestam serviço social, deve disponibilizá-los às/aos gestoras/es e conscientizar as/os usuárias/os de sua responsabilidade pelas situações de carência que enfrentam. C. A/O assistente social que detém informações sobre as condições de vida da/o usuária/o de serviços sociais, bem como as violações de seus direitos, deve sistematizá-los na perspectiva do fortalecimento da luta coletiva pela garantia de direitos. D. A/O assistente social que detém informações sobre o cotidiano das/dos usuárias/os de serviços sociais, deve acatar todas as solicitações dos órgãos do sistema de justiça, ainda que isso comprometa o sigilo profissional. E. A/O assistente social que atua na viabilização do acesso das/dos usuárias/os dos serviços públicos aos direitos sociais, com base nas expressões cotidianas da questão social, deve buscar articular a rede de serviços sociais para potencializar o processo de judicialização como alternativa de enfrentamento da violação de direitos. Questão 5.5 Os projetos profissionais são projetos coletivos que dizem respeito às categorias profissionais e que apresentam a intencionalidade de determinada profissão. Configuram-se como respostas profissionais à realidade concreta e objetiva, que, a partir de fundamentos teórico-metodológicos, sustentam a direção ética e política impressa nos processos interventivos. Embora projetos de caráter conservador e emancipatório estejam em disputa, apenas um deles conquista hegemonia para conduzir a profissão em determinado período histórico-social. CARDOSO, P. Ética e projetos profissionais: os diferentes caminhos do Serviço Social no Brasil. São Paulo: Papel Social, 2013 (com adaptações). Com base na trajetória histórico-social do Serviço Social brasileiro, avalie as afirmativas a seguir. I. No contexto das influências teóricas positivistas e fenomenológicas no Serviço Social brasileiro, o projeto profissional apresentava, entre os anos 1960-1970, caráter conservador. 5Questão 26 - Enade 2016. Material Específico – Serviço Social – Tomo VII – CQA/UNIP 14 II. O amadurecimento de um projeto profissional sob bases emancipatórias ocorreu nos anos 1990, sustentado pelo Código de Ética (1993), pela Lei de Regulamentação da Profissão (1993), e pelas Diretrizes Curriculares da Associação Brasileira de Ensino e Pesquisa em Serviço Social (1996). III. O Serviço Social no Brasil, desde a sua origem aos tempos atuais, busca constituir um projeto profissional que não esteja assentado em bases conservadoras, as quais estão hegemonicamente presentes na profissão. É correto o que se afirma em A. II, apenas. B. III, apenas. C. I e II, apenas. D. I e III, apenas. E. I, II e III. Questão 6.6 A questão inicial que se coloca é explicar como se constituem e se desenvolvem, no Serviço Social brasileiro, as tendências de análise e as interpretações sobre a sua intervenção e a realidade social na qual se move. É evidente que essas tendências, derivadas das transformações sociais que vêm particularizando o desenvolvimento do capitalismo em nossa sociedade, não se configuram como homogêneas, mas permeadas por diversas clivagens, tensões e confrontos internos. Isso porque a compreensão teórico-metodológica da realidade, fundada no acervo intelectual que se constitui a partir das principais matrizes do pensamento social e de suas expressões nos diferentes campos do conhecimento humano é processo que se constrói na interlocução com o próprio movimento da sociedade. YAZBEK, M. C. Fundamentos históricos e teórico-metodológicos do Serviço Social. In: CFESS/ABEPSS (org.). Serviço Social: direitos sociais e competências profissionais. Brasília: CFESS/ABEPSS, p. 145, 2009 (com adaptações). Com base nessas informações e no Projeto Ético-Político do Serviço Social, assinale a alternativa correta. A. O conceito de reprodução social coaduna-se à lógica da reprodução da vida e aos ideais liberais. B. O Serviço Social defende os direitos humanos de maneira intransigente e considera a propriedade direito fundamental da pessoa humana. C. O processo de reprodução social incorpora uma necessária atuação do Estado na busca de um efetivo bem-estar social, devendo a/o profissional de Serviço Social manter-se neutra/o em relação às questões sociais. 6Questão 29 - Enade 2016. Material Específico – Serviço Social – Tomo VII – CQA/UNIP 15 D. Além da distribuição da riqueza socialmente produzida, é necessário fornecer aos membros da sociedade os meios para o desenvolvimento da consciência, da cultura, do intelecto, com o horizonte na emancipação humana. E. O desenvolvimento das forças produtivas é um elemento inquestionável da reprodução social e, devido aos reais ganhos que proporcionou a todas as pessoas, o aprimoramento desse processo de desenvolvimento é tarefa fundamental da profissão. 1. Introdução teórica Projeto ético-político do Serviço Social no Brasil De acordo com Netto (1999), os projetos profissionais, inclusive o projeto ético- político do Serviço Social, refletem a autoimagem de uma profissão. Esse instrumento elege valores que a legitimam socialmente, delimitando e priorizando seus objetivos e suas funções, elaborando requisitos para o seu exercício, prescrevendo normas para o comportamento dos profissionais e estabelecendo as bases das suas relações com os clientes, com as outras profissões e com as instituições e organizações sociais, públicas ou privadas. Um projeto profissional é construído por um sujeito coletivo, que envolve tanto os profissionais e suas instituições formadoras quanto os pesquisadores, os docentes, os discentes da área e seus organismos corporativos, acadêmicos e sindicais, entre outros. No entanto, para que esse projeto se afirme na sociedade, é fundamental que ele esteja embasado em um corpo profissional sólido e fortemente organizado (NETTO, 1999). Netto (1999) acrescenta, ainda, que os projetos profissionais são estruturas dinâmicas, que respondem às mudanças sociais e, por isso, devem sofrer constantes adequações para a adaptação à realidade atual. A gênese do projeto ético-político do Serviço Social no Brasil ocorreu na segunda metade da década de 1970, avançando para os anos de 1980. Esse período foi marcado por um processo de desenvolvimento do Serviço Social no país, vinculado ao enfrentamento do conservadorismo profissional. Foi nessa época que a primeira condição para a construção de um novo projeto setornou viável no Serviço Social: a recusa e a crítica ao conservadorismo da profissão (NETTO, 1999; TEIXEIRA e BRAZ, 2009). A luta pela democracia na sociedade brasileira estabeleceu a oportunidade para a ruptura com o conservadorismo que caracterizava o Serviço Social e a construção de um Material Específico – Serviço Social – Tomo VII – CQA/UNIP 16 novo projeto profissional. A contestação política e o vínculo ao movimento dos trabalhadores conseguiram instaurar na profissão o pluralismo político, que redimensionou a organização profissional e a inseriu no marco do movimento dos trabalhadores no Brasil (NETTO, 1999). Ainda a partir da década de 1970, o Serviço Social legitimou-se no cenário acadêmico, com o início dos cursos de pós-graduação - Lato sensu (especialização) e Stricto sensu (mestrado e doutorado), o que contribuiu para a produção do conhecimento e o fortalecimento da profissão no país (NETTO, 1999; TEIXEIRA e BRAZ, 2009). A produção do conhecimento pelo Serviço Social abriu caminho para a incorporação de matrizes teóricas e metodológicas compatíveis com a ruptura do conservadorismo profissional, permitindo ampla discussão acerca desse posicionamento e instaurando o pluralismo que possibilitou o desenvolvimento de concepções profissionais afinadas com os projetos societários das massas trabalhadoras, capazes de propiciar a crítica radical das relações econômicas vigentes (NETTO, 1999). Os componentes supracitados foram fundamentais para propiciar a construção do projeto ético-político do Serviço Social no Brasil, que avançou a década de 1980 e pode ser circunscrito à década de 1990 (NETTO, 1999; TEIXEIRA e BRAZ, 2009). Netto (1999) acrescenta que o Código de Ética Profissional de 1993 foi um momento basilar do processo de construção desse projeto. O projeto ético-político do Serviço Social está em contínuo desdobramento. No entanto, sua estrutura básica envolve diferentes partes: núcleo, dimensão política e profissional, usuários e articulação com os segmentos de outras categorias profissionais (NETTO, 1999; CONSELHO REGIONAL DE SERVIÇO SOCIAL/ES, 2017). No núcleo do projeto ético-político do Serviço Social está o reconhecimento da liberdade como valor central. O documento assume o compromisso com a autonomia, a emancipação e a plena expansão dos indivíduos sociais e vincula-se a um projeto societário cuja proposta é a elaboração de uma nova ordem social, sem exploração e dominação de gênero, classe e etnia. Ainda, defende, intransigentemente, o respeito aos direitos humanos (NETTO, 1999; CONSELHO REGIONAL DE SERVIÇO SOCIAL/ES, 2017). A dimensão política do projeto posiciona-se radicalmente democrático, declarando- se a favor da equidade e da justiça social, sob a perspectiva da universalização do acesso aos bens e serviços e da ampliação e consolidação da cidadania. A dimensão profissional implica o compromisso com a competência, alicerçada no aperfeiçoamento profissional, com ênfase na formação acadêmica qualificada (NETTO, 1999; CONSELHO REGIONAL DE SERVIÇO SOCIAL/ES, 2017). Material Específico – Serviço Social – Tomo VII – CQA/UNIP 17 O projeto contempla os usuários ao priorizar uma nova relação sistemática com os clientes do Serviço Social, cujo componente elementar é o compromisso com a qualidade da atenção prestada. Por fim, a articulação com os segmentos de outras categorias profissionais é importante por potencializar o desempenho ético-político dos assistentes sociais (NETTO, 1999; CONSELHO REGIONAL DE SERVIÇO SOCIAL/ES, 2017). Teixeira e Braz (2009) acrescentam que o projeto ético-político do Serviço Social articula diferentes elementos constitutivos: explicitação de princípios e valores ético-políticos; matriz teórico-metodológica em que a profissão se fundamenta; crítica à ordem social vigente que produz e reproduz a miséria e, ao mesmo tempo, exibe muita riqueza; lutas e posicionamentos políticos acumulados pela categoria profissional. Para os autores, esses quatro elementos constitutivos estão baseados em três componentes que lhes dão materialidade. Ou seja, é por meio desses componentes que se materializam os elementos constitutivos do projeto ético-políticos do Serviço Social, conforme descrito a seguir (TEIXEIRA e BRAZ, 2009). 1. Produção de conhecimentos no interior do Serviço Social. o Apresenta os processos reflexivos da atuação profissional. 2. Instâncias político-organizativas da profissão. o Envolvem os fóruns de deliberação e as entidades da profissão, em que os traços gerais do projeto profissional são consagrados e os compromissos e princípios da profissão são reafirmados (ou não). o Pressupõem um espaço democrático de construção coletiva. 3. Dimensão jurídico-política da profissão. o Constitui o arcabouço legal e institucional da profissão. Atualmente, o projeto ético-político do Serviço Social encontra-se em um momento crucial de sua trajetória porque remete à manutenção ou não das bases teóricas, organizativas e ético-políticas do projeto coletivo da profissão. Sua reafirmação depende das respostas políticas que as vanguardas profissionais darão aos desafios atuais e das ações dos profissionais nas diversas áreas de atuação (TEIXEIRA e BRAZ, 2009). Material Específico – Serviço Social – Tomo VII – CQA/UNIP 18 2. Análise das afirmativas e das alternativas Questão 3. I – Afirmativa incorreta. JUSTIFICATIVA. O Serviço Social vincula-se a um projeto societário cuja proposta é a elaboração de uma nova ordem social, sem exploração nem dominação. Desse modo, busca-se a relação igualitária das diferentes classes sociais. O Serviço Social não se fundamenta nas diretrizes da globalização, que é impulsionada pelo comércio e pelos investimentos internacionais, com o auxílio de tecnologia da informação. Além disso, essa área defende o aprofundamento da democracia, enquanto socialização da participação política e da riqueza socialmente produzida. II – Afirmativa correta. JUSTIFICATIVA. O Serviço Social assume um compromisso com a autonomia, a emancipação e a plena expansão dos indivíduos sociais, defendendo o respeito aos direitos humanos. III – Afirmativa incorreta. JUSTIFICATIVA. O novo projeto profissional do Serviço Social rompeu com o conservadorismo que caracterizava a profissão, que estava ancorado nas concepções religiosas. IV – Afirmativa incorreta. JUSTIFICATIVA. O projeto profissional do Serviço Social critica a ordem social vigente que produz e reproduz a miséria e, ao mesmo tempo, exibe muita riqueza. Ademais, defende o aprofundamento da democracia, enquanto socialização da participação política e da riqueza socialmente produzida. Alternativa correta: B. Questão 4. A – Alternativa incorreta. JUSTIFICATIVA. A/O assistente social não deve negar a efetivação de direitos fundamentais e sociais. Material Específico – Serviço Social – Tomo VII – CQA/UNIP 19 B – Alternativa incorreta. JUSTIFICATIVA. A/O assistente social deve assumir compromisso com a autonomia, a emancipação e a plena expansão dos indivíduos sociais, defendendo o respeito aos direitos humanos. Ainda, deve contribuir para a viabilização da participação efetiva da população usuária nas decisões institucionais. C – Alternativa correta. JUSTIFICATIVA. A/O assistente social deve assumir um compromisso com a autonomia, a emancipação e a plena expansão dos indivíduos sociais, defendendo plenamente o respeito aos direitos humanos. D – Alternativa incorreta. JUSTIFICATIVA. A/O assistente social deve defender o respeito aos direitos humanos. O sigilo profissional é um compromisso ético profissional que deve ser garantido. E – Alternativa incorreta. JUSTIFICATIVA. A/O assistente social deve favorecer a ampliação e a consolidação da cidadania, considerada tarefa primordial de toda sociedade, com vistas à garantia dosdireitos civis, sociais e políticos das classes trabalhadoras. Questão 5. I – Afirmativa correta. JUSTIFICATIVA. Entre as décadas de 1960 e 1970, o projeto profissional do Serviço Social estava vinculado ao conservadorismo profissional. II – Afirmativa correta. JUSTIFICATIVA. A luta pela democracia na sociedade brasileira foi uma oportunidade para a ruptura com o conservadorismo que caracterizava o projeto profissional do Serviço Social na década de 1970, propiciando a construção do projeto ético-político do Serviço Social no Brasil, que pode ser circunscrito à década de 1990. O Código de Ética Profissional de 1993 foi um momento basilar do processo de construção desse projeto, assim como a legitimação da profissão no cenário acadêmico, contribuindo para a produção do conhecimento e o fortalecimento da profissão no país. Material Específico – Serviço Social – Tomo VII – CQA/UNIP 20 III – Afirmativa incorreta. JUSTIFICATIVA. A gênese do Serviço Social no Brasil ocorreu com base no pensamento conservador e influenciado pela doutrina católica. A luta pela democracia na sociedade brasileira estabeleceu a oportunidade para a ruptura com o conservadorismo que caracterizava o Serviço Social e para a construção de um novo projeto profissional. Alternativa correta: C. Questão 6. A – Alternativa incorreta. JUSTIFICATIVA. Reprodução social é entendida como o processo no qual a sociedade reproduz a sua própria estrutura, por meio de diferentes mecanismos. Desse modo, não se pode afirmar que o conceito de reprodução social está em harmonia com a vida e os ideais liberais. B – Alternativa incorreta. JUSTIFICATIVA. O Serviço Social deve defender intransigentemente os direitos humanos e não deve considerar a propriedade como direito fundamental. C – Alternativa incorreta. JUSTIFICATIVA. É competência do profissional do Serviço Social a defesa do aprofundamento da democracia, enquanto socialização da participação política e da riqueza socialmente produzida. D – Alternativa correta. JUSTIFICATIVA. São competências do profissional do Serviço Social: a defesa do aprofundamento da democracia, enquanto socialização da participação política e da riqueza socialmente produzida; o compromisso com a autonomia; a emancipação e a plena expansão dos indivíduos sociais; a defesa dos direitos humanos são competências do profissional do Serviço Social. Material Específico – Serviço Social – Tomo VII – CQA/UNIP 21 E – Alternativa incorreta. JUSTIFICATIVA. A/o profissional do Serviço Social deve posicionar-se em favor da equidade e da justiça social, assegurando a universalidade de acesso aos bens e serviços relativos aos programas e às políticas sociais. Ainda, vincula-se a um projeto societário cuja proposta é a elaboração de uma nova ordem social, sem exploração nem dominação. Desse modo, busca a relação igualitária das diferentes classes sociais e, assim, uma gestão democrática. 3. Indicações bibliográficas CONSELHO REGIONAL DE SERVIÇO SOCIAL – ESPÍRITO SANTO (CRESS-ES). Projeto ético-político. Projeto ético-político do serviço social. Disponível em <http://cress- es.org.br/projetoetico.htm>. Acesso em 22 set. 2017. NETTO, J.P. A construção do projeto ético‐político contemporâneo. In: Capacitação em Serviço Social e Política Social. Módulo 1. Brasília: CEAD/ABEPSS/CFESS, 1999. Disponível em <http://www.ssrede.pro.br/wp-content/uploads/2017/07/projeto_etico_politico-j-p- netto_.pdf>. Acesso em 22 set. 2017. TEIXEIRA, J. B.; BRAZ, M. O projeto ético-político do Serviço Social. Serviço Social: Direitos Sociais e Competências Profissionais. Brasília, CEFESS/ABEPSS, 2009. Disponível em <http://www.abepss.org.br/arquivos/anexos/teixeira-joaquina-barata_-braz-marcelo- 201608060407431902860.pdf>. Acesso em 22 set. 2017. Material Específico – Serviço Social – Tomo VII – CQA/UNIP 22 Questão 7 Questão 7.7 A exigência de conhecimentos sólidos e rigorosos da vida social demonstra ser necessária não apenas executar políticas sociais, programas e projetos, mas planejá-los e avaliá-los a partir do que emerge do/no cotidiano. Aqui reside a natureza investigativa das competências profissionais das/dos assistentes sociais. GUERRA, Y. A dimensão investigativa no exercício profissional. In: CFESS/ABEPSS (org.). Serviço Social: direitos sociais e competências profissionais. Brasília: CFESS/ABEPSS, p. 701-717, 2009 (com adaptações). Considerando as ideias do texto acima, avalie as asserções a seguir e a relação proposta entre elas. I. A dimensão investigativa é princípio constitutivo da formação profissional e condição elementar para o trabalho profissional. PORQUE II. A dimensão investigativa subsidia a indispensável leitura da realidade no estabelecimento de processos interventivos, criativos e propositivos junto às expressões da questão social, na medida em que possibilita, a partir da problematização e do questionamento, instrumentalizar a ação profissional com indicadores concretos, advindos da realidade social. A respeito dessas asserções, assinale a opção correta. A. As asserções I e II são proposições verdadeiras, e a II é uma justificativa correta da I. B. As asserções I e II são proposições verdadeiras, e a II não é uma justificativa correta da I. C. A asserção I é uma proposição verdadeira, e a II é uma proposição falsa. D. A asserção I é uma proposição falsa, e a II é uma proposição verdadeira. E. As asserções I e II são proposições falsas. 1. Introdução teórica A dimensão investigativa do Serviço Social Desde meados da década de 1990, a formação dos assistentes sociais no Brasil dispõe de um projeto pedagógico que contempla um conjunto de valores e diretrizes que determinam o perfil do profissional do Serviço Social no país. Esse projeto estabelece as dimensões investigativas e interventivas como princípios formativos e, também, como condições centrais da formação do assistente social (GUERRA, 2009). 7Questão 19 - Enade 2016. Material Específico – Serviço Social – Tomo VII – CQA/UNIP 23 Segundo Guerra (2009), o Projeto Pedagógico do Serviço Social determina as necessidades de um sólido referencial teórico-metodológico, em que é possível o tratamento crítico- analítico rigoroso que cerceia um conjunto de princípios e valores sociocêntricos adequados ao caráter (ethos) do trabalho; uma base técnico-instrumental que corresponda a uma referência estratégica para a ação do assistente social. A dimensão investigativa do Serviço Social emergiu em meados da década de 1990, como exigência para a construção da prática profissional (MORAES, 2015). A pesquisa assumiu um papel decisivo na conquista de um estatuto acadêmico, aliando formação e capacitação, condições indispensáveis para a intervenção profissional qualificada e para a ampliação do patrimônio bibliográfico e intelectual da profissão. Assim, a investigação para o Serviço Social tornou-se um elemento constitutivo da própria intervenção profissional (GUERRA, 2009). Ademais, a Lei Nº. 8.662, de 7 de junho de 1993, que dispõe sobre a profissão de Assistente Social, exigiu a incorporação da pesquisa científica como um elemento constitutivo do trabalho profissional ao mencionar, no Art. 4º, que planejar, executar e avaliar pesquisas que possam contribuir para a análise da realidade social e para subsidiar ações profissionais é uma competência do assistente social (BRASIL, 1993). Para Guerra (2009), a investigação é inerente à natureza de boa parte das competências do assistente social, e, por meio dela, é possível compreender o significado social da profissão e de seu desenvolvimento histórico; realizar pesquisas que fundamentem a elaboração de políticas e de atuação profissional; identificar as demandas presentes na sociedade; efetuar visitas, perícias técnicas, laudos e pareceres sobre o Serviço Social; identificar recursos disponíveis. A dimensão investigativa subsidia a indispensável leitura da realidade para o estabelecimento de processos interventivos, criativos e propositivos junto às expressões da questão social. A partir da problematização e do questionamento, a pesquisa possibilita instrumentalizar a ação profissional com indicadores concretos, advindos da realidade social. Guerra (2009) menciona, ainda, que a dimensão investigativa possibilita o desenvolvimento das competências profissionais em três níveis: teórico-metodológico, político; Material Específico – Serviço Social – Tomo VII – CQA/UNIP 24 técnico-operativo. A competência teórico-metodológica é desenvolvida pela capacidade da compreensão do papel do assistente social no contexto das relações sociais (GUERRA, 2009). No âmbito das competências políticas, a pesquisa permite que se apreenda a sociedade como um espaço de contradições, no qual os interesses sociais e econômicos estejam subjacentes aos projetos societários, partidários e profissionais. Permite compreender o significado social e político das demandas e das respostas profissionais (GUERRA, 2009). Na competência técnico-operativa, a pesquisa permite o desenvolvimento da capacidade de investigação das instituições, dos usuários, das demandas profissionais, dos recursos institucionais, das agências financiadoras e do orçamento. Possibilita a preparação de respostas qualificadas e adequadas às demandas institucionais, organizacionais ou dos movimentos sociais (GUERRA, 2009). Desse modo, a pesquisa no Serviço Social fornece subsídios para a análise do processo de produção e para a reprodução da vida social sob o ponto de vista do capitalismo, no qual o Serviço Social se insere, com vistas à instrumentalização do assistente social para a elaboração de projetos de intervenção e à intervenção propriamente dita (GUERRA, 2009). É importante mencionar que, ao compreender a dimensão investigativa da profissão como uma estratégia de ampliação do conhecimento e intervenção, é essencial que a formação do profissional do Serviço Social se redirecione à preparação e à capacitação desses profissionais para o consumo e para a produção do conhecimento científico (MORAES, 2015). 2. Análise das asserções I – Asserção verdadeira. JUSTIFICATIVA. De acordo com a literatura, a dimensão investigativa é um princípio constitutivo da formação profissional e condição elementar para o trabalho profissional. II – Asserção verdadeira. JUSTIFICATIVA. Por meio da investigação, são possíveis a problematização e o questionamento da realidade, pois, nela, instrumentaliza-se a ação do profissional do Serviço Social com indicadores concretos, advindos da realidade social. Desse modo, a pesquisa Material Específico – Serviço Social – Tomo VII – CQA/UNIP 25 subsidia a leitura da realidade para o estabelecimento de processos interventivos, criativos e propositivos junto às expressões da questão social. Relação entre as asserções. Considerando que a dimensão investigativa é um princípio constitutivo da formação profissional exigido na Lei que rege a profissão, ela deve ser amplamente utilizada pelo profissional para a elaboração de projetos de intervenção e para a intervenção propriamente dita, com base na realidade social. Desse modo, a asserção II justifica a asserção I. Alternativa correta: A. 3. Indicações bibliográficas BRASIL. Presidência da República. Casa Civil. Subchefia para Assuntos Jurídicos. Lei Nº 8.662, de 7 de junho de 1993. Dispõe sobre a profissão de Assistente Social e dá outras providências. Disponível em <http://www.planalto.gov.br/ccivil_03/leis/L8662.htm>. Acesso em 22 set. 2017. GUERRA, Y. A dimensão investigativa no exercício profissional. In: CFESS/ABEPSS. Serviço Social: direitos sociais e competências profissionais. Brasília: CFESS/Abepss, 2009. p. 701-718. Disponível em <http://www.cressrn.org.br/files/arquivos/C8pQHQOyl68c9Bc41 x5Y.pdf>. Acesso em 22 set. 2017. MORAES, C. A. S. A particularidade da dimensão investigativa na formação e prática profissional do assistente social. Serv. Soc. Soc. abr./jun. 2015. São Paulo (122): 294- 316. Material Específico – Serviço Social – Tomo VII – CQA/UNIP 26 Questão 8 Questão 8.8 No estudo social, a dimensão investigativa questiona, problematiza, testa as hipóteses, permite revê- las, mexe com preconceitos, estereótipos, crenças, superstições, supera a mera aparência, por questionar a “positividade do real”. Permite construir novas posturas visando a uma instrumentalidade de novo tipo: mais qualificada, o que equivale a dizer: eficiente e eficaz, competente e compromissada com os princípios da profissão. GUERRA, Y. A dimensão investigativa no exercício profissional. In: CFESS/ABEPSS (org.). Serviço Social: direitos sociais e competências profissionais. Brasília: CFESS/ABEPSS, p. 701-717, 2009 (com adaptações). Com base no texto apresentado, assinale a alternativa correta, a respeito do estudo social. A. O estudo social tem como objetivo conhecer a realidade apresentada pelas demandas que chegam às/aos profissionais de Serviço Social, processo metodológico que requer uma atitude profissional de caráter funcionalista. B. No campo sociojurídico, cabe ao estudo social fornecer aos autos processuais informações sobre a realidade dos sujeitos, orientado pelos princípios do Código de Ética Profissional, a fim de subsidiar a decisão judicial. C. A realização do estudo social requer a utilização de entrevistas, visita surpresa ao domicílio da/do usuária/o do serviço social, observação, análise de documentos e fotografias. D. O relatório social é um documento que embasa o estudo social, pois realiza uma descrição interpretativa das expressões da questão social. E. O laudo social é um instrumento que contribui para a estruturação do estudo social, por conter informações gerais e livres de sigilo e que podem, portanto, ser socializadas. 1. Introdução teórica O estudo social no Serviço Social O estudo social é um processo de trabalho de competência do assistente social. A Lei Nº 8.662, de 7 de junho de 1993, que dispõe sobre a profissão de Assistente Social, menciona, no Art. 5º, que realizações de vistorias, perícias técnicas, laudos periciais, informações e pareceres sobre a matéria de Serviço Social são atribuições privativas desse profissional (BRASIL, 1993). 8Questão 22 - Enade 2016. Material Específico – Serviço Social – Tomo VII – CQA/UNIP 27 O objetivo do estudo social é conhecer e interpretar a realidade social na qual está inserido o objeto da ação profissional. Representa a expressão da questão social, do acontecimento ou da situação que dá motivo à intervenção (FÁVERO, 2009). No sistema judiciário brasileiro, o estudo social é realizado com a finalidade de instruir o processo com conhecimentos da área de Serviço Social. Por isso, também é denominado perícia social. Nesse processo, um perito (pessoa especialista em uma área de conhecimento específica – no caso, em Serviço Social) é nomeado para realizar um estudo sobre a realidade social de um sujeito social e emitir um parecer a esse respeito (FÁVERO, 2009). A definição dos meios necessários para atingir a finalidade de sua ação é uma prerrogativa do assistente social designado para a realização do estudo social e/ou perícia social. Desse modo, compete ao profissional definir quais conhecimentos deve acessar e em que nível deve aprofundá-los; se será necessária a realização de entrevistas, em caso positivo, deve definir as pessoas e a quantidade de entrevistados; se deverá realizar visitas domiciliares e/ou institucionais; se deverá estabelecer outros contatos com a redefamiliar e a rede social; se será preciso consultar material documental e bibliográfico, entre outros (CFESS, 2014). A ação do Serviço Social relacionada a instruções processuais vincula-se essencialmente ao oferecimento de conhecimentos para subsidiar uma decisão judicial. Assim, o estudo social é um processo teórico-metodológico que consiste na coleta de informações, no diagnóstico e na emissão de um parecer técnico fundamentados em um processo metodológico com rigorosa sustentação teórica, ética e técnica específica do Serviço Social (CFESS, 2014). Os registros do estudo social que podem integrar os autos do processo judicial são o informe, o relatório, o laudo e o parecer (FÁVERO, 2009; CFESS, 2014). A informação técnica, ou o informe, é o documento que relata, brevemente, uma informação inicial ou complementar relacionada à ação processual, que pode variar de acordo com a dinâmica de cada instância judiciária (FÁVERO, 2009). O relatório social apresenta o registro de uma ou mais entrevistas, iniciais ou de acompanhamento, de modo descritivo e interpretativo. Esse documento, que pode ser mais detalhado, registra os aspectos do caso relacionados à atuação do Serviço Social. É possível que alguns autos sejam compostos por vários relatórios, elaborados em momentos diferentes, mas, no seu conjunto, devem apresentar a dinâmica de um estudo social e/ou a realização do acompanhamento (FÁVERO, 2009). O relatório social é um documento no qual devem constar: Material Específico – Serviço Social – Tomo VII – CQA/UNIP 28 o registro do objeto em estudo; um breve histórico da situação em foco; a identificação dos sujeitos envolvidos na situação em análise; a finalidade para que se destina; os procedimentos empregados; os aspectos significativos identificados na entrevista; a análise conclusiva da situação. O laudo social é o registro que documenta as informações significativas, obtidas por meio do estudo social, atrelado ou finalizado com interpretação e análise do profissional. Via de regra, em sua parte final, registra-se o parecer conclusivo de acordo com o ponto de vista do profissional do Serviço Social. Desse modo, o laudo social é um documento utilizado como uma das “provas” para instruir o processo e que poderá apoiar a decisão ou a sentença judicial (FÁVERO, 2009). O parecer social pode compor a parte final de um laudo ou pode ser realizado em razão de determinação judicial, fundamentado nos conteúdos já documentados nos autos e/ou em informações complementares. O documento sintetiza a situação estudada, apresenta uma breve análise dessa situação e aponta as conclusões ou os indicativos de alternativas que irão expressar o posicionamento profissional diante do objeto de estudo. Ou seja, apresenta a análise interpretativa e conclusiva do assistente social sobre a situação em estudo (FÁVERO, 2009). Fávero (2009) complementa que, ao registrar um informe, um relatório, um laudo ou um parecer, o profissional do Serviço Social está exercendo um papel intermediário entre o indivíduo e/ou família envolvidos na ação judicial e os atores da área de Direito - o promotor e o magistrado, dentre outros. Por isso, todos os registros que o assistente social junta aos autos devem ser descritos de modo que o leitor/receptor da área do Direito compreenda a mensagem. Desse modo, na elaboração de um registro do estudo social, é fundamental que o profissional utilize linguagem formal, com coerência, objetividade e clareza. Por fim, é importante mencionar que, na confecção de um estudo social, é necessário que o profissional de Serviço Social tenha constante atenção e compromisso técnico, científico, político e ético. Essas premissas são fundamentais para que a ação do assistente social tenha, de fato, como objetivo principal, o respeito aos direitos humanos e a efetivação de medidas para atendê-los (FÁVERO, 2009). Material Específico – Serviço Social – Tomo VII – CQA/UNIP 29 2. Análise das alternativas A – Alternativa incorreta. JUSTIFICATIVA. O estudo social é um processo teórico-metodológico que consiste na coleta de informações, no diagnóstico e na emissão de um parecer técnico fundamentados em um processo metodológico com rigorosa sustentação teórica, ética e técnica específica do Serviço Social. B – Alternativa correta. JUSTIFICATIVA. No sistema judiciário brasileiro, o estudo social é realizado com a finalidade de instruir o processo com conhecimentos da área de Serviço Social. Nesse sentido, para a elaboração do estudo social, é necessário que o profissional de Serviço Social tenha constante atenção e compromisso técnico, científico, político e ético. C – Alternativa incorreta. JUSTIFICATIVA. As estratégias para a elaboração do estudo social são definidas pelo profissional do Serviço Social e incluem a entrevista, a visita, o estabelecimento de outros contatos com a rede familiar e a rede social e a consulta de material documental e bibliográfico. De acordo com o CFESS (2014), a visita apresenta-se como uma possibilidade de realizar a entrevista, de conhecer o território em que os sujeitos vivem e as suas possibilidades ou impossibilidades de acesso a bens e serviços que efetivem direitos sociais. Trata-se de uma estratégia para complementar o estudo social, e não para a fiscalização ou a invasão da privacidade da vida cotidiana dos sujeitos. O contato estabelecido pelo profissional com a família deve pautar-se na ética e no respeito. Desse modo, a visita no domicílio não deve ser uma surpresa para o(s) sujeito(s). D – Alternativa incorreta. JUSTIFICATIVA. O relatório social é o documento em que devem constar o registro do objeto de estudo, a identificação dos sujeitos envolvidos e um breve histórico da situação, a finalidade à qual se destina, os procedimentos utilizados, os aspectos significativos identificados na entrevista e a análise da situação. O profissional deve avaliar os assuntos importantes a serem registrados, considerando aqueles que, de fato, podem contribuir para o acesso, a garantia e a efetivação de direitos. Material Específico – Serviço Social – Tomo VII – CQA/UNIP 30 E – Alternativa incorreta. JUSTIFICATIVA. O laudo social é o registro que documenta informações significativas, obtidas por meio do estudo social, atrelado ou finalizado com a interpretação e a análise do profissional. Deve-se considerar que as informações descritas no laudo devem compor as “provas” de um processo judicial e, desse modo, não podem ser socializadas. Ao elaborar um laudo social, o profissional de Serviço Social deve apresentar compromisso técnico, científico, político e ético. 3. Indicações bibliográficas BRASIL. Presidência da República. Casa Civil. Subchefia para Assuntos Jurídicos. Lei Nº 8.662, de 7 de junho de 1993. Dispõe sobre a profissão de Assistente Social e dá outras providências. Disponível em <http://www.planalto.gov.br/ccivil_03/leis/L8662.htm>. Acesso em 22 set. 2017. CONSELHO FEDERAL DE SERVIÇO SOCIAL (CFESS). O estudo social em perícias, laudos e pareceres técnicos: debates atuais no judiciário, no penitenciário e na previdência social. 11. ed. São Paulo: Cortez Editora, 2014. FÁVERO, E.T. Instruções sociais de processos, sentenças e decisões. Serviço Social: Direitos Sociais e Competências Profissionais. Brasília, CEFESS/ABEPSS, 2009. Disponível em <http://www.cressrn.org.br/files/arquivos/8W95x91Vh0eXhsCK46ge.pdf>. Acesso em 22 set. 2017. Material Específico – Serviço Social – Tomo VII – CQA/UNIP 31 ÍNDICE REMISSIVO Questão 1 Serviço Social no Brasil. Código de Ética do/a assistente social. Questão 2 Serviço Social no Brasil. Código de Ética do/a assistente social. Questão 3 Projeto Ético-Político do Serviço Social no Brasil. Questão 4 Projeto Ético-Político do ServiçoSocial no Brasil. Questão 5 Projeto Ético-Político do Serviço Social no Brasil. Questão 6 Projeto Ético-Político do Serviço Social no Brasil. Questão 7 A dimensão investigativa do Serviço Social. Questão 8 O estudo social no Serviço Social.
Compartilhar