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1 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
SERVIÇO SOCIAL 
 
 
 
 MATERIAL INSTRUCIONAL ESPECÍFICO - 07 
Material Específico – Serviço Social – Tomo VII – CQA/UNIP 
2 
Questões 1 e 2 
Questão 1.1 
Uma assistente social trabalha com grupos de usuárias/os de serviço de atenção à saúde 
mental e com suas famílias. Nas reuniões, a profissional informa os grupos sobre a rotina do 
centro de saúde, propõe a discussão de temas de educação em saúde, orienta sobre 
benefícios previdenciários e desenvolve uma amistosa relação com os grupos, o que lhes 
inspira confiança no que se refere à sua atuação profissional. Considerando as dificuldades 
cotidianas das famílias e objetivando reduzir os níveis de tensão dos participantes, um dos 
usuários sugeriu, em determinada sessão, que o grupo iniciasse a reunião com a leitura de 
uma passagem do evangelho e a terminasse com uma oração. Mesmo considerando que a 
população brasileira majoritariamente se considera cristã, a assistente social esclareceu que 
o centro de saúde é uma instituição laica e como tal preza pela liberdade religiosa, razão por 
que considerava inadequada a sugestão do usuário. 
Considerando a conduta adotada pela assistente social, faça o que se pede nos itens a 
seguir. 
a) Explique em que medida a conduta da assistente social revela a ruptura do Serviço Social 
contemporâneo com sua herança conservadora. 
b) Cite um princípio ético-político existente no atual Código de Ética da/do Assistente Social 
que fundamente a atitude tomada pela assistente social e justifique sua escolha. 
 
Questão 2 
Questão 2.2 
O Código de Ética das/dos Assistentes Sociais estabelece entre seus princípios a necessidade 
das/dos assistentes sociais 
A. incorporarem suas pautas às agendas coletivas e democráticas vinculadas aos interesses 
da classe trabalhadora. 
B. ocuparem posição de agentes da transformação social e de se vincularem às lutas 
coletivas. 
C. assumirem a vanguarda política dos movimentos sociais, aprofundando cada vez mais a 
luta coletiva. 
D. exercerem o protagonismo da classe na luta das/dos trabalhadoras/es por melhores 
condições de vida e de trabalho. 
 
1Questão 04 - Enade 2016. 
2Questão 25 - Enade 2016. 
Material Específico – Serviço Social – Tomo VII – CQA/UNIP 
3 
E. estabelecerem articulação política com movimentos de outras/os trabalhadoras/es, 
comunicando obrigatoriamente orientações e exigências das instituições empregadoras. 
 
1. Introdução teórica 
 
1.1. Serviço Social no Brasil 
 
1.1.1. Introdução 
 
O Serviço Social surgiu no Brasil nos anos de 1930, na emergente sociedade urbano-
industrial. A profissão nasceu como parte de um movimento social da Igreja Católica para 
responder à questão social da época, considerada religiosa e moral. Nesse período, a 
atuação profissional dos assistentes sociais no país estava impregnada da ideia de “fazer o 
bem”, de legitimar a doutrina social da Igreja Católica. Desse modo, o pensamento 
conservador e a influência da doutrina católica traçaram um perfil de ação desses 
profissionais na época (PIANA, 2009). 
Com a intervenção do Estado na questão social, o Serviço Social, originariamente de 
cunho confessional, ressurgiu como um movimento reformista-conservador, centralizando 
sua ação na comunidade, na família e na individualização dos casos sociais. Nesse cenário 
de enfrentamento da questão social pelo Estado, por empresários e pela Igreja Católica, 
ocorreram a profissionalização, a institucionalização e a legitimação do Serviço Social como 
profissão. Nesse momento, o papel intelectual do assistente social foi o de controlar e 
disciplinar os trabalhadores no trabalho e na vida privada (MORANI, 2010). 
 
1.1.2. Evolução do Serviço Social no Brasil 
 
De acordo com a literatura, a herança conservadora do Serviço Social iniciou na 
década de 1930, com o surgimento da profissão, e evoluiu até o ano de 1964, período 
posterior à institucionalização do Serviço Social. Nessa época, o pensamento conservador e 
a influência da doutrina católica orientaram a ação dos profissionais do Serviço Social, 
juntamente com a ideia conservadora da burguesia. Desse modo, a profissão era aceita pela 
Igreja, pelo Estado e pela burguesia. O projeto profissional hegemônico na profissão era 
conservador, tradicionalista e funcionalista (PIANA, 2009 e MORANI, 2010). 
Material Específico – Serviço Social – Tomo VII – CQA/UNIP 
4 
Em meados da década de 1960, nasceram os primeiros questionamentos sobre o 
conservadorismo da profissão. O Movimento de Reconceituação do Serviço Social, 
proveniente de outros países da América Latina, representou a tomada de consciência crítica 
e política desses profissionais. Suas expectativas direcionavam-se para a busca da 
identidade profissional do Serviço Social e da sua legitimação no mundo capitalista. Para 
tanto, uma nova proposta teórico-ideológica foi apresentada para fundamentar o ensino da 
profissão, originando uma prática transformadora e comprometida com as classes sociais, 
não mais encarada como mero assistencialismo (PIANA, 2009). 
Piana (2009), citando Neto (2001), revela três vertentes que compuseram o processo 
de renovação do Serviço Social no Brasil: 
 a tendência modernizadora; 
 a reatualização do conservadorismo; 
 a intenção de ruptura. 
A tendência modernizadora iniciou em 1967 e consolidou-se em 1970. Objetivou 
modernizar o Serviço Social a partir da mesma razão instrumental vigente na profissão, 
fazendo revisão de métodos e técnicas para sua adequação às novas exigências impostas 
pelo contexto. Assim, o Serviço Social é entendido como um elemento dinamizador e 
integrador do processo de desenvolvimento (PIANA, 2009). 
Segundo Piana (2009), a vertente da reatualização do conservadorismo (ou 
fenomenológica) buscou o desenvolvimento de diferentes procedimentos para a ação do 
profissional, recuperando o caráter mais conservador na herança profissional, com destaque 
psicologizante das relações sociais. 
A terceira vertente do processo de renovação do Serviço Social no Brasil ocorreu nos 
anos de 1980. Esse pensamento remeteu à conscientização da inserção do profissional na 
sociedade de classes, gerando inconformismo em relação à fundamentação teórica e prática 
da profissão. Nesse sentido, emergiram discussões que envolviam a atuação profissional e 
também as questões relativas às mudanças políticas, econômicas, culturais e sociais que a 
sociedade da época enfrentava (PIANA, 2009). 
De acordo com Piana (2009), essas tendências acompanharam a trajetória do 
pensamento e da ação profissional nos anos seguintes e expressaram matrizes diferenciadas 
de fundamentação teórico-metodológicas da profissão. Para Morani (2010), esse processo 
de intenção de ruptura resultou na implementação do currículo mínimo para os cursos de 
Serviço Social, em 1982, e na reformulação do Código de Ética Profissional, em 1986. Em 
Material Específico – Serviço Social – Tomo VII – CQA/UNIP 
5 
consequência, outras estratégias de atuação inseriram-se no exercício da profissão, como a 
educação popular, a assessoria a setores populares, a investigação e a ação. 
Na década de 1990, as consequências da lógica capitalista, traçadas pelo modelo de 
globalização neoliberal, contribuíram para a precarização do trabalho, para a desmontagem 
dos direitos sociais, civis e econômicos, para a eliminação da responsabilidade do Estado 
frente à questão social e para a privatização dos serviços públicos e das empresas estatais. 
Esses acontecimentos afetaram diretamente a população trabalhadora e refletiram-se nas 
condutas dos profissionais de Serviço Social (PIANA, 2009). Nesse período, o Serviço Social 
encarou o desafio de intervir nas novas configurações e nas manifestações sociais atuais, 
caracterizadas pela precarização das condições de trabalho e de vida das pessoas (MORANI, 
2010). 
Piana (2009) acrescentaque, ao longo dos últimos 30 anos, o Serviço Social vem 
definindo uma concepção mais crítica de sua própria inserção no mercado de trabalho, como 
especialização do trabalho coletivo. No cotidiano do exercício profissional, o Serviço Social 
continua com o desafio de conhecer e interpretar algumas lógicas do capitalismo 
contemporâneo, sobretudo em relação às mudanças no mundo do trabalho e sobre as 
questões de desestruturação dos sistemas de proteção social e das políticas sociais em 
geral. 
Nos dias atuais, o Serviço Social é uma profissão inserida na divisão social e técnica 
do trabalho, atuando no contexto das políticas sociais e assistenciais, na esfera pública e 
privada. O assistente social é um profissional cujo objeto de trabalho envolve a questão 
social com suas diversas expressões, sendo responsável pela formulação e pela 
implementação de propostas para seu enfrentamento, por meio das políticas sociais, 
públicas e empresariais e das atuações de organizações da sociedade civil e movimentos 
sociais (PIANA, 2009). 
Desse modo, o assistente social opera em diversas áreas e com vários temas, tais 
como: 
 proteção, responsabilidade e marketing social; 
 direitos e movimentos sociais; 
 educação e programas socioeducativos e de comunidade; 
 habitação; 
 gestão de pessoas; 
 gerenciamento participativo; 
 segurança pública; 
Material Específico – Serviço Social – Tomo VII – CQA/UNIP 
6 
 justiça e direitos humanos; 
 comunicação; 
 meio ambiente; 
 assessoria e consultoria. 
De acordo com o Conselho Regional de Serviço Social do Rio de Janeiro, o Serviço 
Social é uma profissão de caráter sociopolítico, crítico e interventivo que emprega o 
instrumental científico multidisciplinar das Ciências Humanas e Sociais para a análise e a 
intervenção nos diferentes âmbitos da questão social. Constitui uma profissão que tem um 
projeto profissional coletivo e hegemônico, denominado projeto ético-político, que expressa 
o compromisso da categoria com a construção de uma nova ordem societária (CRESS-RJ, 
2017). 
 
1.2. Código de Ética do/a assistente social 
 
Conforme descrito anteriormente, a profissão de assistente social emergiu no Brasil 
na década de 1930. O curso superior de Serviço Social foi oficializado no país por meio da 
Lei Nº 1.889, de 1953. A profissão foi regulamentada por meio da Lei Nº 3.252, publicada 
em 1957, e do Decreto Nº 994, publicado em 1962 (CRESS-RJ, 2017). A concepção 
conservadora, que caracterizou a profissão nas primeiras décadas de sua existência, estava 
presente nesses instrumentos legais, inclusive nos Códigos de Ética Profissional instituídos 
em 1965 e 1975 (CFESS, 2017). 
Em função das modificações sociais e da categoria profissional, fizeram-se 
necessários o rompimento dessa visão conservadora e o desenvolvimento de novos 
instrumentos jurídicos para expressar os avanços da profissão. Atualmente, a profissão de 
Assistente Social é regulamentada no Brasil por meio da Lei N° 8.662, de 7 de junho de 
1993 (CFESS, 2017 e CRESS-RJ, 2017). 
Conforme apontado pelo Conselho Federal de Serviço Social (CFESS, 2017), a partir 
de 1983, o Código de Ética Profissional de 1975 foi amplamente criticado, o que resultou na 
aprovação de um novo Código, em 1986, que negou a base filosófica tradicional 
conservadora e reconheceu um novo papel profissional competente teórica, técnica e 
politicamente (CFESS, 2017). 
Em 13 de março de 1993, o Código de Ética Profissional do/a Assistente Social foi 
reformulado por meio da Resolução do Conselho Federal de Serviço Social (CFESS) N° 273. 
Posteriormente, foram introduzidas alterações no referido Código por meio das Resoluções 
Material Específico – Serviço Social – Tomo VII – CQA/UNIP 
7 
CFESS N° 290 e CFESS N° 293, de 1994, CFESS N° 333, de 1996 e CFESS N° 594, de 2011 
(CFESS, 2011). 
É importante mencionar que a Resolução N° 594, de 21 de janeiro de 2011, 
apresentou correções formais do antigo Código, relacionadas à incorporação das novas 
regras ortográficas da língua portuguesa, assim como à numeração sequencial dos princípios 
fundamentais da profissão. Ainda, reconheceu a linguagem de gênero, adotando a forma 
masculina e feminina, simultaneamente, em todo o texto (BRASIL, 2012). 
De acordo com os preceitos do Código de Ética Profissional do/a Assistente Social 
vigente, existem onze princípios fundamentais que regem a profissão e que devem ser 
respeitados pelos profissionais, conforme descrito a seguir (BRASIL, 2012). 
 
I. Reconhecimento da liberdade como valor ético central e das demandas 
políticas a ela inerentes - autonomia, emancipação e plena expansão dos 
indivíduos sociais. 
II. Defesa intransigente dos direitos humanos e recusa do arbítrio e do 
autoritarismo. 
III. Ampliação e consolidação da cidadania, considerada tarefa primordial de 
toda sociedade, com vistas à garantia dos direitos civis sociais e políticos das 
classes trabalhadoras. 
IV. Defesa do aprofundamento da democracia, enquanto socialização da 
participação política e da riqueza socialmente produzida. 
V. Posicionamento em favor da equidade e justiça social, que assegure 
universalidade de acesso aos bens e serviços relativos aos programas e 
políticas sociais, bem como sua gestão democrática. 
VI. Empenho na eliminação de todas as formas de preconceito, incentivando 
o respeito à diversidade, à participação de grupos socialmente discriminados 
e à discussão das diferenças. 
VII. Garantia do pluralismo, através do respeito às correntes profissionais 
democráticas existentes e suas expressões teóricas, e compromisso com o 
constante aprimoramento intelectual. 
VIII. Opção por um projeto profissional vinculado ao processo de construção 
de uma nova ordem societária, sem dominação, exploração de classe, etnia e 
gênero. 
IX. Articulação com os movimentos de outras categorias profissionais que 
partilhem dos princípios deste Código e com a luta geral dos/as 
trabalhadores/as. 
X. Compromisso com a qualidade dos serviços prestados à população e com o 
aprimoramento intelectual, na perspectiva da competência profissional. 
XI. Exercício do Serviço Social sem ser discriminado/a, nem discriminar, por 
questões de inserção de classe social, gênero, etnia, religião, nacionalidade, 
orientação sexual, identidade de gênero, idade e condição física. 
 
O Artigo 5º do mesmo Código de Ética Profissional do/a Assistente Social descreve os 
deveres desse profissional nas suas relações com os/as usuários/as, conforme apresentado 
a seguir (CFESS, 2011; BRASIL, 2012). 
 
Material Específico – Serviço Social – Tomo VII – CQA/UNIP 
8 
 Contribuir para a viabilização da participação efetiva da população usuária 
nas decisões institucionais. 
 Garantir a plena informação e discussão sobre as possibilidades e 
consequências das situações apresentadas, respeitando 
democraticamente as decisões dos/as usuários/as, mesmo que sejam 
contrárias aos valores e às crenças individuais dos/as profissionais, 
resguardados os princípios deste Código. 
 Democratizar as informações e o acesso aos programas disponíveis no 
espaço institucional, como um dos mecanismos indispensáveis à 
participação dos/as usuários/as. 
 Devolver as informações colhidas nos estudos e pesquisas aos/às 
usuários/as, no sentido de que estes possam usá-los para o 
fortalecimento dos seus interesses. 
 Informar à população usuária sobre a utilização de materiais de registro 
audiovisual e pesquisas a elas referentes e a forma de sistematização dos 
dados obtidos. 
 Fornecer à população usuária, quando solicitado, informações 
concernentes ao trabalho desenvolvido pelo Serviço Social e as suas 
conclusões, resguardado o sigilo profissional. 
 Contribuir para a criação de mecanismos que venham desburocratizar a 
relação com os/as usuários/as, no sentido de agilizar e melhorar os 
serviços prestados. 
 Esclarecer aos/às usuários/as, ao iniciar o trabalho, sobre os objetivos e a 
amplitude desua atuação profissional. 
 
Para o Conselho Federal de Serviço Social, esses são alguns dos princípios 
fundamentais que estruturam o Código de Ética dos/as assistentes sociais no Brasil e que 
devem alicerçar a intervenção desses profissionais na política de Assistência Social (CFESS, 
2011). 
 
2. Padrão de resposta INEP e análise das alternativas 
 
Questão 1. 
 
a) A/O estudante deve abordar o conteúdo dos tópicos abaixo relacionados para explicar 
que, na situação hipoteticamente apresentada, a conduta correta da assistente social revela 
a ruptura do Serviço Social contemporâneo com sua herança conservadora. 
 Quando a assistente social não aceita a sugestão do usuário e reafirma a importância 
da defesa do caráter laico de uma instituição pública, ela expressa o compromisso 
ético-político da profissão com a democracia, liberdade e igualdade de direitos. 
 A conduta da assistente social denota que, mesmo tendo emergido no Brasil a partir 
de forte influência religiosa da Igreja Católica, o Serviço Social passou pelo processo 
de reconceituação/renovação e buscou superar o assistencialismo e a caridade, 
redirecionando sua ação em prol dos direitos sociais. 
Material Específico – Serviço Social – Tomo VII – CQA/UNIP 
9 
 A conduta da assistente social demonstra que o Serviço Social brasileiro vem 
construindo uma nova direção social e política, que fundamenta o atual projeto ético-
político da profissão, pela via da “intenção de ruptura” com o conservadorismo. 
 
b) A/O estudante deve citar o conteúdo de um dos princípios do atual Código de Ética do/a 
Assistente Social que fundamentam a atitude da assistente social, dentre os relacionados a 
seguir, e justificar sua menção. 
 Princípios Fundamentais do Código de Ética da/do Assistente Social: 
o I. Reconhecimento da liberdade como valor ético central e das demandas 
políticas a ela inerentes - autonomia, emancipação e plena expansão dos 
indivíduos sociais. 
o II. Defesa intransigente dos direitos humanos e recusa do arbítrio e do 
autoritarismo. 
o III. Ampliação e consolidação da cidadania, considerada tarefa primordial de 
toda sociedade, com vistas à garantia dos direitos civis, sociais e políticos das 
classes trabalhadoras. 
o IV. Defesa do aprofundamento da democracia, enquanto socialização da 
participação política e da riqueza socialmente produzida. 
o V. Posicionamento em favor da equidade e justiça social, que assegure 
universalidade de acesso aos bens e serviços relativos aos programas e 
políticas sociais, bem como sua gestão democrática. 
o XI. Empenho na eliminação de todas as formas de preconceito, incentivando o 
respeito à diversidade, à participação de grupos socialmente discriminados e à 
discussão das diferenças 
o VII. Exercício do Serviço Social sem ser discriminado/a, nem discriminar, por 
questões de inserção de classe social, gênero, etnia, religião, nacionalidade, 
orientação sexual, identidade de gênero, idade e condição física. 
 A justificativa deve correlacionar o princípio fundamental citado com a conduta 
adotada pela assistente social na situação hipoteticamente apresentada. 
Disponível em 
<http://download.inep.gov.br/educacao_superior/enade/padrao_resposta/2016/servico_social_prp_ok.pdf>. Acesso 
em 11 jun. 2018. 
 
 
 
Material Específico – Serviço Social – Tomo VII – CQA/UNIP 
10 
Questão 2. 
 
A – Alternativa correta. 
JUSTIFICATIVA. Segundo o Código de Ética dos/das Assistentes Sociais, são princípios 
fundamentais dos profissionais a ampliação e a consolidação da cidadania, com vistas à 
garantia dos direitos civis, sociais e políticos das classes trabalhadoras e à defesa da 
democracia. Desse modo, o profissional deve incorporar suas ações às agendas coletivas e 
democráticas vinculadas aos interesses da classe trabalhadora. 
 
B – Alternativa incorreta. 
JUSTIFICATIVA. O Código de Ética não menciona que os/as profissionais devem se 
posicionar como agentes de transformação social. 
 
C – Alternativa incorreta. 
JUSTIFICATIVA. O Código de Ética não menciona que os/as profissionais devem assumir a 
vanguarda política dos movimentos sociais. 
 
D – Alternativa incorreta. 
JUSTIFICATIVA. O Código de Ética não menciona que os/as profissionais devem exercer o 
protagonismo da classe na luta das/dos trabalhadoras/es por melhores condições de vida e 
de trabalho. Compete à classe trabalhadora o protagonismo dessa luta. 
 
E – Alternativa incorreta. 
JUSTIFICATIVA. De acordo com o Código de Ética das/dos Assistentes Sociais, o/a 
profissional deve contribuir para a viabilização da efetiva participação dos usuários nas 
decisões institucionais. 
 
3. Indicações bibliográficas 
 
 BRASIL. Código de Ética do/a assistente social. Lei N° 8.662/93 de regulamentação da 
profissão. 10. ed. rev. e atual. Brasília: Conselho Federal de Serviço Social, 2012. 
 CONSELHO FEDERAL DE SERVIÇO SOCIAL (CFESS). Disponível em 
<http://www.cfess.org.br/visualizar/menu/local/o-cfess>. Acesso em 25 ago. 2017. 
Material Específico – Serviço Social – Tomo VII – CQA/UNIP 
11 
 CONSELHO FEDERAL DE SERVIÇO SOCIAL (CFESS). Legislação e Resoluções sobre o 
trabalho do/a assistente social. Gestão Atitude Crítica para Avançar na Luta. Brasília: 
Conselho Federal de Serviço Social, 2011. 
 CONSELHO FEDERAL DE SERVIÇO SOCIAL (CFESS). Gestão Tempo de Luta e Resistência 
(2011-2014). Parâmetros para Atuação de Assistentes Sociais na Política de Assistência 
Social. Série Trabalho e Projeto Profissional nas Políticas Sociais. Brasília: CFESS, 2011. 
 CONSELHO REGIONAL DE SERVIÇO SOCIAL (CRESS). 7. Região. Rio de Janeiro. 
Disponível em <http://www.cressrj.org.br/site/servico-social/>. Acesso em 25 ago. 2017. 
 MORANI, C. N. S. A supervisão de estágio e o processo de trabalho do assistente social. 
Dissertação de mestrado. Rio de Janeiro: Pontifícia Universidade Católica, 2010. 
 PIANA, M. C. A construção do perfil do assistente social no cenário educacional. São 
Paulo: Cultura Acadêmica, 2009. 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
Material Específico – Serviço Social – Tomo VII – CQA/UNIP 
12 
Questões 3, 4, 5 e 6 
Questão 3.3 
O Serviço Social situa-se como uma profissão que participa da reprodução das relações de classe e 
do relacionamento contraditório entre elas [...]. Dentro da referência analítica adotada, cabe 
reafirmar que a reprodução das relações sociais não se restringe à reprodução da força de trabalho e 
dos meios objetivos de produção (instrumentos de produção e matérias-primas). A noção de 
reprodução engloba-os, enquanto elementos substanciais do processo de trabalho, mas, também, os 
ultrapassa. Não se trata apenas de reprodução material no seu sentido amplo, englobando produção, 
consumo, distribuição e troca de mercadorias. Refere-se à reprodução das forças produtivas e das 
relações de produção na sua globalidade, envolvendo, também, a reprodução da produção espiritual, 
isto é, das formas de consciência social: jurídicas, religiosas, artísticas ou filosóficas, por meio das 
quais se toma consciência das mudanças ocorridas nas condições materiais de produção. 
IAMAMOTO, M. V.; CARVALHO, R. Relações sociais e Serviço Social no Brasil: esboço de uma interpretação histórico-metodológica. São 
Paulo: Cortez, 19. ed., p. 71-72, 2006 (com adaptações). 
 
Com base no texto apresentado e na direção ético-política hegemônica da profissão na 
contemporaneidade, avalie as afirmativas a seguir. 
I. O Serviço Social responde às demandas igualitárias das classes nas relações de 
produção, em conformidade com as diretrizes da globalização. 
II. O Serviço Social define estratégias profissionais e políticas com o propósito de reforçar os 
interesses sociais da classe trabalhadora, para além das necessidades materiais. 
III. O Serviço Social contribui com a divulgação das formas de consciência social vinculadas à 
produção espiritual que se ancora e concepções religiosas.IV. O Serviço Social constrói alternativas profissionais de reprodução dos meios de produção 
direta, no sentido de englobar mercadorias, consumo e distribuição. 
É correto apenas o que se afirma em 
A. I. 
B. II. 
C. I e III. 
D. II e IV. 
E. III e IV. 
 
Questão 4.4 
Nas discussões sobre o enfrentamento da questão social na contemporaneidade, assistentes 
sociais de diferentes espaços sócio-ocupacionais têm denunciado o fenômeno da 
judicialização da questão social associado à criminalização da pobreza, verdadeiro desafio 
que se apresenta à/ao profissional na luta pela garantia de direitos das/dos usuárias/os dos 
serviços públicos. 
 
3Questão 17 - Enade 2016. 
4Questão 21 - Enade 2016. 
Material Específico – Serviço Social – Tomo VII – CQA/UNIP 
13 
Considerando as possibilidades de atuação profissional, em consonância com o Projeto Ético-
político do Serviço Social, assinale a opção correta. 
A. A/O assistente social que detém informações sobre a realidade cotidiana das/dos 
usuárias/os dos serviços sociais, deve sistematizá-las como objetivo de embasar a tese 
da judicialização da questão social, negando, sob quaisquer circunstâncias, o recurso ao 
Judiciário para a efetivação de direitos fundamentais e sociais. 
B. A/O assistente social que detém informações relacionadas às/aos usuárias/os das 
instituições que prestam serviço social, deve disponibilizá-los às/aos gestoras/es e 
conscientizar as/os usuárias/os de sua responsabilidade pelas situações de carência que 
enfrentam. 
C. A/O assistente social que detém informações sobre as condições de vida da/o usuária/o 
de serviços sociais, bem como as violações de seus direitos, deve sistematizá-los na 
perspectiva do fortalecimento da luta coletiva pela garantia de direitos. 
D. A/O assistente social que detém informações sobre o cotidiano das/dos usuárias/os de 
serviços sociais, deve acatar todas as solicitações dos órgãos do sistema de justiça, ainda 
que isso comprometa o sigilo profissional. 
E. A/O assistente social que atua na viabilização do acesso das/dos usuárias/os dos serviços 
públicos aos direitos sociais, com base nas expressões cotidianas da questão social, deve 
buscar articular a rede de serviços sociais para potencializar o processo de judicialização 
como alternativa de enfrentamento da violação de direitos. 
 
Questão 5.5 
Os projetos profissionais são projetos coletivos que dizem respeito às categorias profissionais e que 
apresentam a intencionalidade de determinada profissão. Configuram-se como respostas 
profissionais à realidade concreta e objetiva, que, a partir de fundamentos teórico-metodológicos, 
sustentam a direção ética e política impressa nos processos interventivos. Embora projetos de 
caráter conservador e emancipatório estejam em disputa, apenas um deles conquista hegemonia 
para conduzir a profissão em determinado período histórico-social. 
CARDOSO, P. Ética e projetos profissionais: os diferentes caminhos do Serviço Social no Brasil. São Paulo: Papel Social, 2013 (com 
adaptações). 
 
Com base na trajetória histórico-social do Serviço Social brasileiro, avalie as afirmativas a 
seguir. 
I. No contexto das influências teóricas positivistas e fenomenológicas no Serviço Social 
brasileiro, o projeto profissional apresentava, entre os anos 1960-1970, caráter 
conservador. 
 
5Questão 26 - Enade 2016. 
Material Específico – Serviço Social – Tomo VII – CQA/UNIP 
14 
II. O amadurecimento de um projeto profissional sob bases emancipatórias ocorreu nos 
anos 1990, sustentado pelo Código de Ética (1993), pela Lei de Regulamentação da 
Profissão (1993), e pelas Diretrizes Curriculares da Associação Brasileira de Ensino e 
Pesquisa em Serviço Social (1996). 
III. O Serviço Social no Brasil, desde a sua origem aos tempos atuais, busca constituir um 
projeto profissional que não esteja assentado em bases conservadoras, as quais estão 
hegemonicamente presentes na profissão. 
É correto o que se afirma em 
A. II, apenas. 
B. III, apenas. 
C. I e II, apenas. 
D. I e III, apenas. 
E. I, II e III. 
 
Questão 6.6 
A questão inicial que se coloca é explicar como se constituem e se desenvolvem, no Serviço Social 
brasileiro, as tendências de análise e as interpretações sobre a sua intervenção e a realidade social 
na qual se move. É evidente que essas tendências, derivadas das transformações sociais que vêm 
particularizando o desenvolvimento do capitalismo em nossa sociedade, não se configuram como 
homogêneas, mas permeadas por diversas clivagens, tensões e confrontos internos. Isso porque a 
compreensão teórico-metodológica da realidade, fundada no acervo intelectual que se constitui a 
partir das principais matrizes do pensamento social e de suas expressões nos diferentes campos do 
conhecimento humano é processo que se constrói na interlocução com o próprio movimento da 
sociedade. 
YAZBEK, M. C. Fundamentos históricos e teórico-metodológicos do Serviço Social. In: CFESS/ABEPSS (org.). Serviço Social: direitos sociais 
e competências profissionais. Brasília: CFESS/ABEPSS, p. 145, 2009 (com adaptações). 
 
Com base nessas informações e no Projeto Ético-Político do Serviço Social, assinale a 
alternativa correta. 
A. O conceito de reprodução social coaduna-se à lógica da reprodução da vida e aos ideais 
liberais. 
B. O Serviço Social defende os direitos humanos de maneira intransigente e considera a 
propriedade direito fundamental da pessoa humana. 
C. O processo de reprodução social incorpora uma necessária atuação do Estado na busca 
de um efetivo bem-estar social, devendo a/o profissional de Serviço Social manter-se 
neutra/o em relação às questões sociais. 
 
6Questão 29 - Enade 2016. 
Material Específico – Serviço Social – Tomo VII – CQA/UNIP 
15 
D. Além da distribuição da riqueza socialmente produzida, é necessário fornecer aos 
membros da sociedade os meios para o desenvolvimento da consciência, da cultura, do 
intelecto, com o horizonte na emancipação humana. 
E. O desenvolvimento das forças produtivas é um elemento inquestionável da reprodução 
social e, devido aos reais ganhos que proporcionou a todas as pessoas, o aprimoramento 
desse processo de desenvolvimento é tarefa fundamental da profissão. 
 
1. Introdução teórica 
 
Projeto ético-político do Serviço Social no Brasil 
 
De acordo com Netto (1999), os projetos profissionais, inclusive o projeto ético-
político do Serviço Social, refletem a autoimagem de uma profissão. Esse instrumento elege 
valores que a legitimam socialmente, delimitando e priorizando seus objetivos e suas 
funções, elaborando requisitos para o seu exercício, prescrevendo normas para o 
comportamento dos profissionais e estabelecendo as bases das suas relações com os 
clientes, com as outras profissões e com as instituições e organizações sociais, públicas ou 
privadas. 
Um projeto profissional é construído por um sujeito coletivo, que envolve tanto os 
profissionais e suas instituições formadoras quanto os pesquisadores, os docentes, os 
discentes da área e seus organismos corporativos, acadêmicos e sindicais, entre outros. No 
entanto, para que esse projeto se afirme na sociedade, é fundamental que ele esteja 
embasado em um corpo profissional sólido e fortemente organizado (NETTO, 1999). 
Netto (1999) acrescenta, ainda, que os projetos profissionais são estruturas 
dinâmicas, que respondem às mudanças sociais e, por isso, devem sofrer constantes 
adequações para a adaptação à realidade atual. 
A gênese do projeto ético-político do Serviço Social no Brasil ocorreu na segunda 
metade da década de 1970, avançando para os anos de 1980. Esse período foi marcado por 
um processo de desenvolvimento do Serviço Social no país, vinculado ao enfrentamento do 
conservadorismo profissional. Foi nessa época que a primeira condição para a construção de 
um novo projeto setornou viável no Serviço Social: a recusa e a crítica ao conservadorismo 
da profissão (NETTO, 1999; TEIXEIRA e BRAZ, 2009). 
A luta pela democracia na sociedade brasileira estabeleceu a oportunidade para a 
ruptura com o conservadorismo que caracterizava o Serviço Social e a construção de um 
Material Específico – Serviço Social – Tomo VII – CQA/UNIP 
16 
novo projeto profissional. A contestação política e o vínculo ao movimento dos trabalhadores 
conseguiram instaurar na profissão o pluralismo político, que redimensionou a organização 
profissional e a inseriu no marco do movimento dos trabalhadores no Brasil (NETTO, 1999). 
Ainda a partir da década de 1970, o Serviço Social legitimou-se no cenário acadêmico, 
com o início dos cursos de pós-graduação - Lato sensu (especialização) e Stricto sensu 
(mestrado e doutorado), o que contribuiu para a produção do conhecimento e o 
fortalecimento da profissão no país (NETTO, 1999; TEIXEIRA e BRAZ, 2009). 
A produção do conhecimento pelo Serviço Social abriu caminho para a incorporação 
de matrizes teóricas e metodológicas compatíveis com a ruptura do conservadorismo 
profissional, permitindo ampla discussão acerca desse posicionamento e instaurando o 
pluralismo que possibilitou o desenvolvimento de concepções profissionais afinadas com os 
projetos societários das massas trabalhadoras, capazes de propiciar a crítica radical das 
relações econômicas vigentes (NETTO, 1999). 
Os componentes supracitados foram fundamentais para propiciar a construção do 
projeto ético-político do Serviço Social no Brasil, que avançou a década de 1980 e pode ser 
circunscrito à década de 1990 (NETTO, 1999; TEIXEIRA e BRAZ, 2009). Netto (1999) 
acrescenta que o Código de Ética Profissional de 1993 foi um momento basilar do processo 
de construção desse projeto. 
O projeto ético-político do Serviço Social está em contínuo desdobramento. No 
entanto, sua estrutura básica envolve diferentes partes: núcleo, dimensão política e 
profissional, usuários e articulação com os segmentos de outras categorias profissionais 
(NETTO, 1999; CONSELHO REGIONAL DE SERVIÇO SOCIAL/ES, 2017). 
No núcleo do projeto ético-político do Serviço Social está o reconhecimento da 
liberdade como valor central. O documento assume o compromisso com a autonomia, a 
emancipação e a plena expansão dos indivíduos sociais e vincula-se a um projeto societário 
cuja proposta é a elaboração de uma nova ordem social, sem exploração e dominação de 
gênero, classe e etnia. Ainda, defende, intransigentemente, o respeito aos direitos humanos 
(NETTO, 1999; CONSELHO REGIONAL DE SERVIÇO SOCIAL/ES, 2017). 
A dimensão política do projeto posiciona-se radicalmente democrático, declarando-
se a favor da equidade e da justiça social, sob a perspectiva da universalização do acesso 
aos bens e serviços e da ampliação e consolidação da cidadania. A dimensão profissional 
implica o compromisso com a competência, alicerçada no aperfeiçoamento profissional, com 
ênfase na formação acadêmica qualificada (NETTO, 1999; CONSELHO REGIONAL DE 
SERVIÇO SOCIAL/ES, 2017). 
Material Específico – Serviço Social – Tomo VII – CQA/UNIP 
17 
O projeto contempla os usuários ao priorizar uma nova relação sistemática com os 
clientes do Serviço Social, cujo componente elementar é o compromisso com a qualidade da 
atenção prestada. Por fim, a articulação com os segmentos de outras categorias 
profissionais é importante por potencializar o desempenho ético-político dos assistentes 
sociais (NETTO, 1999; CONSELHO REGIONAL DE SERVIÇO SOCIAL/ES, 2017). 
Teixeira e Braz (2009) acrescentam que o projeto ético-político do Serviço Social 
articula diferentes elementos constitutivos: 
 explicitação de princípios e valores ético-políticos; 
 matriz teórico-metodológica em que a profissão se fundamenta; 
 crítica à ordem social vigente que produz e reproduz a miséria e, ao mesmo tempo, exibe 
muita riqueza; 
 lutas e posicionamentos políticos acumulados pela categoria profissional. 
Para os autores, esses quatro elementos constitutivos estão baseados em três 
componentes que lhes dão materialidade. Ou seja, é por meio desses componentes que se 
materializam os elementos constitutivos do projeto ético-políticos do Serviço Social, 
conforme descrito a seguir (TEIXEIRA e BRAZ, 2009). 
 
1. Produção de conhecimentos no interior do Serviço Social. 
o Apresenta os processos reflexivos da atuação profissional. 
2. Instâncias político-organizativas da profissão. 
o Envolvem os fóruns de deliberação e as entidades da profissão, em que os traços 
gerais do projeto profissional são consagrados e os compromissos e princípios da 
profissão são reafirmados (ou não). 
o Pressupõem um espaço democrático de construção coletiva. 
3. Dimensão jurídico-política da profissão. 
o Constitui o arcabouço legal e institucional da profissão. 
 
Atualmente, o projeto ético-político do Serviço Social encontra-se em um momento 
crucial de sua trajetória porque remete à manutenção ou não das bases teóricas, 
organizativas e ético-políticas do projeto coletivo da profissão. Sua reafirmação depende das 
respostas políticas que as vanguardas profissionais darão aos desafios atuais e das ações 
dos profissionais nas diversas áreas de atuação (TEIXEIRA e BRAZ, 2009). 
 
 
Material Específico – Serviço Social – Tomo VII – CQA/UNIP 
18 
2. Análise das afirmativas e das alternativas 
 
Questão 3. 
I – Afirmativa incorreta. 
JUSTIFICATIVA. O Serviço Social vincula-se a um projeto societário cuja proposta é a 
elaboração de uma nova ordem social, sem exploração nem dominação. Desse modo, 
busca-se a relação igualitária das diferentes classes sociais. O Serviço Social não se 
fundamenta nas diretrizes da globalização, que é impulsionada pelo comércio e pelos 
investimentos internacionais, com o auxílio de tecnologia da informação. Além disso, essa 
área defende o aprofundamento da democracia, enquanto socialização da participação 
política e da riqueza socialmente produzida. 
 
II – Afirmativa correta. 
JUSTIFICATIVA. O Serviço Social assume um compromisso com a autonomia, a 
emancipação e a plena expansão dos indivíduos sociais, defendendo o respeito aos direitos 
humanos. 
 
III – Afirmativa incorreta. 
JUSTIFICATIVA. O novo projeto profissional do Serviço Social rompeu com o 
conservadorismo que caracterizava a profissão, que estava ancorado nas concepções 
religiosas. 
 
IV – Afirmativa incorreta. 
JUSTIFICATIVA. O projeto profissional do Serviço Social critica a ordem social vigente que 
produz e reproduz a miséria e, ao mesmo tempo, exibe muita riqueza. Ademais, defende o 
aprofundamento da democracia, enquanto socialização da participação política e da riqueza 
socialmente produzida. 
 
Alternativa correta: B. 
 
Questão 4. 
A – Alternativa incorreta. 
JUSTIFICATIVA. A/O assistente social não deve negar a efetivação de direitos fundamentais 
e sociais. 
Material Específico – Serviço Social – Tomo VII – CQA/UNIP 
19 
B – Alternativa incorreta. 
JUSTIFICATIVA. A/O assistente social deve assumir compromisso com a autonomia, a 
emancipação e a plena expansão dos indivíduos sociais, defendendo o respeito aos direitos 
humanos. Ainda, deve contribuir para a viabilização da participação efetiva da população 
usuária nas decisões institucionais. 
 
C – Alternativa correta. 
JUSTIFICATIVA. A/O assistente social deve assumir um compromisso com a autonomia, a 
emancipação e a plena expansão dos indivíduos sociais, defendendo plenamente o respeito 
aos direitos humanos. 
 
D – Alternativa incorreta. 
JUSTIFICATIVA. A/O assistente social deve defender o respeito aos direitos humanos. O 
sigilo profissional é um compromisso ético profissional que deve ser garantido. 
 
E – Alternativa incorreta. 
JUSTIFICATIVA. A/O assistente social deve favorecer a ampliação e a consolidação da 
cidadania, considerada tarefa primordial de toda sociedade, com vistas à garantia dosdireitos civis, sociais e políticos das classes trabalhadoras. 
 
Questão 5. 
I – Afirmativa correta. 
JUSTIFICATIVA. Entre as décadas de 1960 e 1970, o projeto profissional do Serviço Social 
estava vinculado ao conservadorismo profissional. 
 
II – Afirmativa correta. 
JUSTIFICATIVA. A luta pela democracia na sociedade brasileira foi uma oportunidade para a 
ruptura com o conservadorismo que caracterizava o projeto profissional do Serviço Social na 
década de 1970, propiciando a construção do projeto ético-político do Serviço Social no 
Brasil, que pode ser circunscrito à década de 1990. O Código de Ética Profissional de 1993 
foi um momento basilar do processo de construção desse projeto, assim como a legitimação 
da profissão no cenário acadêmico, contribuindo para a produção do conhecimento e o 
fortalecimento da profissão no país. 
 
Material Específico – Serviço Social – Tomo VII – CQA/UNIP 
20 
III – Afirmativa incorreta. 
JUSTIFICATIVA. A gênese do Serviço Social no Brasil ocorreu com base no pensamento 
conservador e influenciado pela doutrina católica. A luta pela democracia na sociedade 
brasileira estabeleceu a oportunidade para a ruptura com o conservadorismo que 
caracterizava o Serviço Social e para a construção de um novo projeto profissional. 
 
Alternativa correta: C. 
 
Questão 6. 
A – Alternativa incorreta. 
JUSTIFICATIVA. Reprodução social é entendida como o processo no qual a sociedade 
reproduz a sua própria estrutura, por meio de diferentes mecanismos. Desse modo, não se 
pode afirmar que o conceito de reprodução social está em harmonia com a vida e os ideais 
liberais. 
 
B – Alternativa incorreta. 
JUSTIFICATIVA. O Serviço Social deve defender intransigentemente os direitos humanos e 
não deve considerar a propriedade como direito fundamental. 
 
C – Alternativa incorreta. 
JUSTIFICATIVA. É competência do profissional do Serviço Social a defesa do 
aprofundamento da democracia, enquanto socialização da participação política e da riqueza 
socialmente produzida. 
 
D – Alternativa correta. 
JUSTIFICATIVA. São competências do profissional do Serviço Social: 
 a defesa do aprofundamento da democracia, enquanto socialização da participação 
política e da riqueza socialmente produzida; 
 o compromisso com a autonomia; 
 a emancipação e a plena expansão dos indivíduos sociais; 
 a defesa dos direitos humanos são competências do profissional do Serviço Social. 
 
 
 
Material Específico – Serviço Social – Tomo VII – CQA/UNIP 
21 
E – Alternativa incorreta. 
JUSTIFICATIVA. A/o profissional do Serviço Social deve posicionar-se em favor da equidade 
e da justiça social, assegurando a universalidade de acesso aos bens e serviços relativos aos 
programas e às políticas sociais. Ainda, vincula-se a um projeto societário cuja proposta é a 
elaboração de uma nova ordem social, sem exploração nem dominação. Desse modo, busca 
a relação igualitária das diferentes classes sociais e, assim, uma gestão democrática. 
 
3. Indicações bibliográficas 
 
 CONSELHO REGIONAL DE SERVIÇO SOCIAL – ESPÍRITO SANTO (CRESS-ES). Projeto 
ético-político. Projeto ético-político do serviço social. Disponível em <http://cress-
es.org.br/projetoetico.htm>. Acesso em 22 set. 2017. 
 NETTO, J.P. A construção do projeto ético‐político contemporâneo. In: Capacitação em 
Serviço Social e Política Social. Módulo 1. Brasília: CEAD/ABEPSS/CFESS, 1999. Disponível 
em <http://www.ssrede.pro.br/wp-content/uploads/2017/07/projeto_etico_politico-j-p-
netto_.pdf>. Acesso em 22 set. 2017. 
 TEIXEIRA, J. B.; BRAZ, M. O projeto ético-político do Serviço Social. Serviço Social: 
Direitos Sociais e Competências Profissionais. Brasília, CEFESS/ABEPSS, 2009. Disponível 
em <http://www.abepss.org.br/arquivos/anexos/teixeira-joaquina-barata_-braz-marcelo-
201608060407431902860.pdf>. Acesso em 22 set. 2017. 
 
 
 
 
Material Específico – Serviço Social – Tomo VII – CQA/UNIP 
22 
Questão 7 
Questão 7.7 
A exigência de conhecimentos sólidos e rigorosos da vida social demonstra ser necessária não 
apenas executar políticas sociais, programas e projetos, mas planejá-los e avaliá-los a partir do que 
emerge do/no cotidiano. Aqui reside a natureza investigativa das competências profissionais das/dos 
assistentes sociais. 
GUERRA, Y. A dimensão investigativa no exercício profissional. In: CFESS/ABEPSS (org.). Serviço Social: direitos sociais e competências 
profissionais. Brasília: CFESS/ABEPSS, p. 701-717, 2009 (com adaptações). 
 
Considerando as ideias do texto acima, avalie as asserções a seguir e a relação proposta 
entre elas. 
I. A dimensão investigativa é princípio constitutivo da formação profissional e condição 
elementar para o trabalho profissional. 
PORQUE 
II. A dimensão investigativa subsidia a indispensável leitura da realidade no estabelecimento 
de processos interventivos, criativos e propositivos junto às expressões da questão 
social, na medida em que possibilita, a partir da problematização e do questionamento, 
instrumentalizar a ação profissional com indicadores concretos, advindos da realidade 
social. 
A respeito dessas asserções, assinale a opção correta. 
A. As asserções I e II são proposições verdadeiras, e a II é uma justificativa correta da I. 
B. As asserções I e II são proposições verdadeiras, e a II não é uma justificativa correta da 
I. 
C. A asserção I é uma proposição verdadeira, e a II é uma proposição falsa. 
D. A asserção I é uma proposição falsa, e a II é uma proposição verdadeira. 
E. As asserções I e II são proposições falsas. 
 
1. Introdução teórica 
 
A dimensão investigativa do Serviço Social 
 
Desde meados da década de 1990, a formação dos assistentes sociais no Brasil 
dispõe de um projeto pedagógico que contempla um conjunto de valores e diretrizes que 
determinam o perfil do profissional do Serviço Social no país. Esse projeto estabelece as 
dimensões investigativas e interventivas como princípios formativos e, também, como 
condições centrais da formação do assistente social (GUERRA, 2009). 
 
7Questão 19 - Enade 2016. 
Material Específico – Serviço Social – Tomo VII – CQA/UNIP 
23 
Segundo Guerra (2009), o Projeto Pedagógico do Serviço Social determina as 
necessidades de 
 um sólido referencial teórico-metodológico, em que é possível o tratamento crítico-
analítico rigoroso que cerceia um conjunto de princípios e valores sociocêntricos 
adequados ao caráter (ethos) do trabalho; 
 uma base técnico-instrumental que corresponda a uma referência estratégica para a 
ação do assistente social. 
A dimensão investigativa do Serviço Social emergiu em meados da década de 1990, 
como exigência para a construção da prática profissional (MORAES, 2015). A pesquisa 
assumiu um papel decisivo na conquista de um estatuto acadêmico, aliando formação e 
capacitação, condições indispensáveis para a intervenção profissional qualificada e para a 
ampliação do patrimônio bibliográfico e intelectual da profissão. Assim, a investigação para o 
Serviço Social tornou-se um elemento constitutivo da própria intervenção profissional 
(GUERRA, 2009). 
Ademais, a Lei Nº. 8.662, de 7 de junho de 1993, que dispõe sobre a profissão de 
Assistente Social, exigiu a incorporação da pesquisa científica como um elemento 
constitutivo do trabalho profissional ao mencionar, no Art. 4º, que planejar, executar e 
avaliar pesquisas que possam contribuir para a análise da realidade social e para subsidiar 
ações profissionais é uma competência do assistente social (BRASIL, 1993). 
Para Guerra (2009), a investigação é inerente à natureza de boa parte das 
competências do assistente social, e, por meio dela, é possível 
 compreender o significado social da profissão e de seu desenvolvimento histórico; 
 realizar pesquisas que fundamentem a elaboração de políticas e de atuação profissional; 
 identificar as demandas presentes na sociedade; efetuar visitas, perícias técnicas, laudos e pareceres sobre o Serviço Social; 
 identificar recursos disponíveis. 
A dimensão investigativa subsidia a indispensável leitura da realidade para o 
estabelecimento de processos interventivos, criativos e propositivos junto às expressões da 
questão social. A partir da problematização e do questionamento, a pesquisa possibilita 
instrumentalizar a ação profissional com indicadores concretos, advindos da realidade social. 
Guerra (2009) menciona, ainda, que a dimensão investigativa possibilita o 
desenvolvimento das competências profissionais em três níveis: 
 teórico-metodológico, 
 político; 
Material Específico – Serviço Social – Tomo VII – CQA/UNIP 
24 
 técnico-operativo. 
A competência teórico-metodológica é desenvolvida pela capacidade da compreensão 
do papel do assistente social no contexto das relações sociais (GUERRA, 2009). 
No âmbito das competências políticas, a pesquisa permite que se apreenda a 
sociedade como um espaço de contradições, no qual os interesses sociais e econômicos 
estejam subjacentes aos projetos societários, partidários e profissionais. Permite 
compreender o significado social e político das demandas e das respostas profissionais 
(GUERRA, 2009). 
Na competência técnico-operativa, a pesquisa permite o desenvolvimento da 
capacidade de investigação das instituições, dos usuários, das demandas profissionais, dos 
recursos institucionais, das agências financiadoras e do orçamento. Possibilita a preparação 
de respostas qualificadas e adequadas às demandas institucionais, organizacionais ou dos 
movimentos sociais (GUERRA, 2009). 
Desse modo, a pesquisa no Serviço Social fornece subsídios para a análise do 
processo de produção e para a reprodução da vida social sob o ponto de vista do 
capitalismo, no qual o Serviço Social se insere, com vistas à instrumentalização do assistente 
social para a elaboração de projetos de intervenção e à intervenção propriamente dita 
(GUERRA, 2009). 
É importante mencionar que, ao compreender a dimensão investigativa da profissão 
como uma estratégia de ampliação do conhecimento e intervenção, é essencial que a 
formação do profissional do Serviço Social se redirecione à preparação e à capacitação 
desses profissionais para o consumo e para a produção do conhecimento científico 
(MORAES, 2015). 
 
2. Análise das asserções 
 
I – Asserção verdadeira. 
JUSTIFICATIVA. De acordo com a literatura, a dimensão investigativa é um princípio 
constitutivo da formação profissional e condição elementar para o trabalho profissional. 
 
II – Asserção verdadeira. 
JUSTIFICATIVA. Por meio da investigação, são possíveis a problematização e o 
questionamento da realidade, pois, nela, instrumentaliza-se a ação do profissional do Serviço 
Social com indicadores concretos, advindos da realidade social. Desse modo, a pesquisa 
Material Específico – Serviço Social – Tomo VII – CQA/UNIP 
25 
subsidia a leitura da realidade para o estabelecimento de processos interventivos, criativos e 
propositivos junto às expressões da questão social. 
 
Relação entre as asserções. Considerando que a dimensão investigativa é um princípio 
constitutivo da formação profissional exigido na Lei que rege a profissão, ela deve ser 
amplamente utilizada pelo profissional para a elaboração de projetos de intervenção e para 
a intervenção propriamente dita, com base na realidade social. Desse modo, a asserção II 
justifica a asserção I. 
 
Alternativa correta: A. 
 
3. Indicações bibliográficas 
 
 BRASIL. Presidência da República. Casa Civil. Subchefia para Assuntos Jurídicos. Lei 
Nº 8.662, de 7 de junho de 1993. Dispõe sobre a profissão de Assistente Social e dá 
outras providências. Disponível em 
<http://www.planalto.gov.br/ccivil_03/leis/L8662.htm>. Acesso em 22 set. 2017. 
 GUERRA, Y. A dimensão investigativa no exercício profissional. In: CFESS/ABEPSS. 
Serviço Social: direitos sociais e competências profissionais. Brasília: CFESS/Abepss, 
2009. p. 701-718. Disponível em 
<http://www.cressrn.org.br/files/arquivos/C8pQHQOyl68c9Bc41 x5Y.pdf>. Acesso em 22 
set. 2017. 
 MORAES, C. A. S. A particularidade da dimensão investigativa na formação e prática 
profissional do assistente social. Serv. Soc. Soc. abr./jun. 2015. São Paulo (122): 294-
316. 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
Material Específico – Serviço Social – Tomo VII – CQA/UNIP 
26 
Questão 8 
Questão 8.8 
No estudo social, a dimensão investigativa questiona, problematiza, testa as hipóteses, permite revê-
las, mexe com preconceitos, estereótipos, crenças, superstições, supera a mera aparência, por 
questionar a “positividade do real”. Permite construir novas posturas visando a uma 
instrumentalidade de novo tipo: mais qualificada, o que equivale a dizer: eficiente e eficaz, 
competente e compromissada com os princípios da profissão. 
GUERRA, Y. A dimensão investigativa no exercício profissional. In: CFESS/ABEPSS (org.). Serviço Social: direitos sociais e competências 
profissionais. Brasília: CFESS/ABEPSS, p. 701-717, 2009 (com adaptações). 
 
Com base no texto apresentado, assinale a alternativa correta, a respeito do estudo social. 
A. O estudo social tem como objetivo conhecer a realidade apresentada pelas demandas 
que chegam às/aos profissionais de Serviço Social, processo metodológico que requer 
uma atitude profissional de caráter funcionalista. 
B. No campo sociojurídico, cabe ao estudo social fornecer aos autos processuais 
informações sobre a realidade dos sujeitos, orientado pelos princípios do Código de Ética 
Profissional, a fim de subsidiar a decisão judicial. 
C. A realização do estudo social requer a utilização de entrevistas, visita surpresa ao 
domicílio da/do usuária/o do serviço social, observação, análise de documentos e 
fotografias. 
D. O relatório social é um documento que embasa o estudo social, pois realiza uma 
descrição interpretativa das expressões da questão social. 
E. O laudo social é um instrumento que contribui para a estruturação do estudo social, por 
conter informações gerais e livres de sigilo e que podem, portanto, ser socializadas. 
 
1. Introdução teórica 
 
O estudo social no Serviço Social 
 
O estudo social é um processo de trabalho de competência do assistente social. A Lei 
Nº 8.662, de 7 de junho de 1993, que dispõe sobre a profissão de Assistente Social, 
menciona, no Art. 5º, que realizações de vistorias, perícias técnicas, laudos periciais, 
informações e pareceres sobre a matéria de Serviço Social são atribuições privativas desse 
profissional (BRASIL, 1993). 
 
8Questão 22 - Enade 2016. 
Material Específico – Serviço Social – Tomo VII – CQA/UNIP 
27 
O objetivo do estudo social é conhecer e interpretar a realidade social na qual está 
inserido o objeto da ação profissional. Representa a expressão da questão social, do 
acontecimento ou da situação que dá motivo à intervenção (FÁVERO, 2009). 
No sistema judiciário brasileiro, o estudo social é realizado com a finalidade de instruir 
o processo com conhecimentos da área de Serviço Social. Por isso, também é denominado 
perícia social. Nesse processo, um perito (pessoa especialista em uma área de conhecimento 
específica – no caso, em Serviço Social) é nomeado para realizar um estudo sobre a 
realidade social de um sujeito social e emitir um parecer a esse respeito (FÁVERO, 2009). 
A definição dos meios necessários para atingir a finalidade de sua ação é uma 
prerrogativa do assistente social designado para a realização do estudo social e/ou perícia 
social. Desse modo, compete ao profissional definir quais conhecimentos deve acessar e em 
que nível deve aprofundá-los; se será necessária a realização de entrevistas, em caso 
positivo, deve definir as pessoas e a quantidade de entrevistados; se deverá realizar visitas 
domiciliares e/ou institucionais; se deverá estabelecer outros contatos com a redefamiliar e 
a rede social; se será preciso consultar material documental e bibliográfico, entre outros 
(CFESS, 2014). 
A ação do Serviço Social relacionada a instruções processuais vincula-se 
essencialmente ao oferecimento de conhecimentos para subsidiar uma decisão judicial. 
Assim, o estudo social é um processo teórico-metodológico que consiste na coleta de 
informações, no diagnóstico e na emissão de um parecer técnico fundamentados em um 
processo metodológico com rigorosa sustentação teórica, ética e técnica específica do 
Serviço Social (CFESS, 2014). 
Os registros do estudo social que podem integrar os autos do processo judicial são o 
informe, o relatório, o laudo e o parecer (FÁVERO, 2009; CFESS, 2014). 
A informação técnica, ou o informe, é o documento que relata, brevemente, uma 
informação inicial ou complementar relacionada à ação processual, que pode variar de 
acordo com a dinâmica de cada instância judiciária (FÁVERO, 2009). 
O relatório social apresenta o registro de uma ou mais entrevistas, iniciais ou de 
acompanhamento, de modo descritivo e interpretativo. Esse documento, que pode ser mais 
detalhado, registra os aspectos do caso relacionados à atuação do Serviço Social. É possível 
que alguns autos sejam compostos por vários relatórios, elaborados em momentos 
diferentes, mas, no seu conjunto, devem apresentar a dinâmica de um estudo social e/ou a 
realização do acompanhamento (FÁVERO, 2009). 
O relatório social é um documento no qual devem constar: 
Material Específico – Serviço Social – Tomo VII – CQA/UNIP 
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 o registro do objeto em estudo; 
 um breve histórico da situação em foco; 
 a identificação dos sujeitos envolvidos na situação em análise; 
 a finalidade para que se destina; 
 os procedimentos empregados; 
 os aspectos significativos identificados na entrevista; 
 a análise conclusiva da situação. 
O laudo social é o registro que documenta as informações significativas, obtidas por 
meio do estudo social, atrelado ou finalizado com interpretação e análise do profissional. Via 
de regra, em sua parte final, registra-se o parecer conclusivo de acordo com o ponto de 
vista do profissional do Serviço Social. Desse modo, o laudo social é um documento utilizado 
como uma das “provas” para instruir o processo e que poderá apoiar a decisão ou a 
sentença judicial (FÁVERO, 2009). 
O parecer social pode compor a parte final de um laudo ou pode ser realizado em 
razão de determinação judicial, fundamentado nos conteúdos já documentados nos autos 
e/ou em informações complementares. O documento sintetiza a situação estudada, 
apresenta uma breve análise dessa situação e aponta as conclusões ou os indicativos de 
alternativas que irão expressar o posicionamento profissional diante do objeto de estudo. Ou 
seja, apresenta a análise interpretativa e conclusiva do assistente social sobre a situação em 
estudo (FÁVERO, 2009). 
Fávero (2009) complementa que, ao registrar um informe, um relatório, um laudo ou 
um parecer, o profissional do Serviço Social está exercendo um papel intermediário entre o 
indivíduo e/ou família envolvidos na ação judicial e os atores da área de Direito - o promotor 
e o magistrado, dentre outros. Por isso, todos os registros que o assistente social junta aos 
autos devem ser descritos de modo que o leitor/receptor da área do Direito compreenda a 
mensagem. Desse modo, na elaboração de um registro do estudo social, é fundamental que 
o profissional utilize linguagem formal, com coerência, objetividade e clareza. 
Por fim, é importante mencionar que, na confecção de um estudo social, é necessário 
que o profissional de Serviço Social tenha constante atenção e compromisso técnico, 
científico, político e ético. Essas premissas são fundamentais para que a ação do assistente 
social tenha, de fato, como objetivo principal, o respeito aos direitos humanos e a efetivação 
de medidas para atendê-los (FÁVERO, 2009). 
 
 
Material Específico – Serviço Social – Tomo VII – CQA/UNIP 
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2. Análise das alternativas 
 
A – Alternativa incorreta. 
JUSTIFICATIVA. O estudo social é um processo teórico-metodológico que consiste na coleta 
de informações, no diagnóstico e na emissão de um parecer técnico fundamentados em um 
processo metodológico com rigorosa sustentação teórica, ética e técnica específica do 
Serviço Social. 
 
B – Alternativa correta. 
JUSTIFICATIVA. No sistema judiciário brasileiro, o estudo social é realizado com a finalidade 
de instruir o processo com conhecimentos da área de Serviço Social. Nesse sentido, para a 
elaboração do estudo social, é necessário que o profissional de Serviço Social tenha 
constante atenção e compromisso técnico, científico, político e ético. 
 
C – Alternativa incorreta. 
JUSTIFICATIVA. As estratégias para a elaboração do estudo social são definidas pelo 
profissional do Serviço Social e incluem a entrevista, a visita, o estabelecimento de outros 
contatos com a rede familiar e a rede social e a consulta de material documental e 
bibliográfico. De acordo com o CFESS (2014), a visita apresenta-se como uma possibilidade 
de realizar a entrevista, de conhecer o território em que os sujeitos vivem e as suas 
possibilidades ou impossibilidades de acesso a bens e serviços que efetivem direitos sociais. 
Trata-se de uma estratégia para complementar o estudo social, e não para a fiscalização ou 
a invasão da privacidade da vida cotidiana dos sujeitos. O contato estabelecido pelo 
profissional com a família deve pautar-se na ética e no respeito. Desse modo, a visita no 
domicílio não deve ser uma surpresa para o(s) sujeito(s). 
 
D – Alternativa incorreta. 
JUSTIFICATIVA. O relatório social é o documento em que devem constar o registro do 
objeto de estudo, a identificação dos sujeitos envolvidos e um breve histórico da situação, a 
finalidade à qual se destina, os procedimentos utilizados, os aspectos significativos 
identificados na entrevista e a análise da situação. O profissional deve avaliar os assuntos 
importantes a serem registrados, considerando aqueles que, de fato, podem contribuir para 
o acesso, a garantia e a efetivação de direitos. 
 
Material Específico – Serviço Social – Tomo VII – CQA/UNIP 
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E – Alternativa incorreta. 
JUSTIFICATIVA. O laudo social é o registro que documenta informações significativas, 
obtidas por meio do estudo social, atrelado ou finalizado com a interpretação e a análise do 
profissional. Deve-se considerar que as informações descritas no laudo devem compor as 
“provas” de um processo judicial e, desse modo, não podem ser socializadas. Ao elaborar 
um laudo social, o profissional de Serviço Social deve apresentar compromisso técnico, 
científico, político e ético. 
 
 
3. Indicações bibliográficas 
 
 BRASIL. Presidência da República. Casa Civil. Subchefia para Assuntos Jurídicos. Lei 
Nº 8.662, de 7 de junho de 1993. Dispõe sobre a profissão de Assistente Social e dá 
outras providências. Disponível em 
<http://www.planalto.gov.br/ccivil_03/leis/L8662.htm>. Acesso em 22 set. 2017. 
 CONSELHO FEDERAL DE SERVIÇO SOCIAL (CFESS). O estudo social em perícias, laudos 
e pareceres técnicos: debates atuais no judiciário, no penitenciário e na previdência 
social. 11. ed. São Paulo: Cortez Editora, 2014. 
 FÁVERO, E.T. Instruções sociais de processos, sentenças e decisões. Serviço Social: 
Direitos Sociais e Competências Profissionais. Brasília, CEFESS/ABEPSS, 2009. Disponível 
em <http://www.cressrn.org.br/files/arquivos/8W95x91Vh0eXhsCK46ge.pdf>. Acesso 
em 22 set. 2017. 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
Material Específico – Serviço Social – Tomo VII – CQA/UNIP 
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ÍNDICE REMISSIVO 
 
Questão 1 Serviço Social no Brasil. Código de Ética do/a assistente social. 
Questão 2 Serviço Social no Brasil. Código de Ética do/a assistente social. 
Questão 3 Projeto Ético-Político do Serviço Social no Brasil. 
Questão 4 Projeto Ético-Político do ServiçoSocial no Brasil. 
Questão 5 Projeto Ético-Político do Serviço Social no Brasil. 
Questão 6 Projeto Ético-Político do Serviço Social no Brasil. 
Questão 7 A dimensão investigativa do Serviço Social. 
Questão 8 O estudo social no Serviço Social.

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