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Espécies de relacionamentos familiares conjugais e efeitos patrimoniais

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Professora da graduação e pós graduação stricto sensu da UFPR. Doutora em Direito Civil
pela USP. Mestre e graduada em Direito pela UFPR. Coordenadora Geral da ESA OAB/PR.
Membro da Diretoria Paranaense do IBDFAM. Mediadora. Contato:
marilia@pxadvogados.com.br e @mariliapedrosoxavier
PROFA. DRA. MARÍLIA PEDROSO XAVIER
PÓS-GRADUAÇÃO EM ADVOCACIA CÍVEL
Espécies de Relacionamentos Familiares Conjugais e Efeitos Patrimoniais
AULA 01
INTRODUÇÃO E PRINCIPAISASPECTOS HISTÓRICOS
A Família no Código Civil de 1916
• Matrimônio indissolúvel
• Caráter religioso
• Patriarcalismo
• Proteção do patrimônio
• Hierarquia Homem>Mulher 
Homem > filhos
• Desigualdade entre os filhos
Família(s) na Constituição de 1988
• Pluralidade das formas familiares
• Igualdade entre cônjuges
• Igualdade entre filhos
• Proteção dos membros da família
Art. 226.A família, base da sociedade, tem especial proteção do Estado.
§ 1º O casamento é civil e gratuita a celebração.
§ 2º O casamento religioso tem efeito civil, nos termos da lei.
§ 3º Para efeito da proteção do Estado, é reconhecida a união estável entre o homem e a mulher
como entidade familiar, devendo a lei facilitar sua conversão em casamento.
§ 4º Entende-se, também, como entidade familiar a comunidade formada por qualquer dos pais e
seus descendentes.
§ 5º Os direitos e deveres referentes à sociedade conjugal são exercidos igualmente pelo
homem e pela mulher.
§ 6º O casamento civil pode ser dissolvido pelo divórcio. (Redação dada Pela Emenda
Constitucional nº 66, de 2010)
§ 7º Fundado nos princípios da dignidade da pessoa humana e da paternidade responsável, o
planejamento familiar é livre decisão do casal, competindo ao Estado propiciar recursos
educacionais e científicos para o exercício desse direito, vedada qualquer forma coercitiva por
parte de instituições oficiais ou privadas.
§ 8º O Estado assegurará a assistência à família na pessoa de cada um dos que a integram,
criando mecanismos para coibir a violência no âmbito de suas relações.
Rol 
exemplificativo
http://www.planalto.gov.br/ccivil_03/constituicao/Emendas/Emc/emc66.htm
"Ora, a família democrática nada mais é do que a família
em que a dignidade de seus membros, das pessoas que
a compõe, é respeitada, incentivada e tutelada. Do
mesmo modo, a família “dignificada”, isto é, abrangida e
conformada pelo conceito de dignidade humana é,
necessariamente, uma família democratizada."
(Maria Celina Bodin de Moraes)
Código Civil de 2002
• CC 2002 como "espelho retrovisor" (Rodrigo Xavier Leonardo)
• Anteprojeto da década de 1970, anterior à Constituição
• Exposição de motivos do CC 2002 indicando o intuito de
manter, no que fosse possível, a redação do CC 1916
• Esforço doutrinário e jurisprudencial para harmonização do CC
2002 à Constituição
LAERTE
Professora da graduação e pós graduação stricto sensu da UFPR. Doutora em Direito Civil
pela USP. Mestre e graduada em Direito pela UFPR. Coordenadora Geral da ESA OAB/PR.
Membro da Diretoria Paranaense do IBDFAM. Mediadora. Contato:
marilia@pxadvogados.com.br e @mariliapedrosoxavier
PROFA. DRA. MARÍLIA PEDROSO XAVIER
PÓS-GRADUAÇÃO EM ADVOCACIA CÍVEL
Espécies de Relacionamentos Familiares Conjugais e Efeitos Patrimoniais
AULA 02
CASAMENTO - PARTE 1
ESCALADA DO AFETO
Qual "etiqueta" dar para 
determinado relacionamento?
QUANDO FALAMOS EM 
CASAMENTO, QUAIS 
IMAGENS SURGEM NA 
SUA MENTE?
“NEGÓCIO JURÍDICO BILATERAL DE DIREITO DE FAMÍLIA QUE SE 
APERFEIÇOA COM A VONTADE EXPRESSA DOS NUBENTES 
(HOMEM E MULHER) NA FORMA DA LEI”.
LAMARTINE E MUNIZ
DEFINIÇÃO 
CLÁSSICA
CÓDIGO CIVIL DE 1916
• MARIDO
• PROPRIETÁRIO
• CONTRATANTE 
• TESTADOR 
Art. 353: A legitimação resulta do casamento dos pais, estando
concebido, ou depois de havido o filho.
o CIVIL (pode ter a forma religiosa)
o IGUALDADE ENTRE OS FILHOS
o LIVRE PLANEJAMENTO FAMILIAR
(Art. 1.513 CC)
CASAMENTO – CC 2002
o PLURALISMO 
o IGUALDADE – “PODER FAMILIAR”
o SOLÚVEL (separação e divórcio)
CASAMENTO – CC 2002
HABILITAÇÃO CELEBRAÇÃO EFICÁCIA
CASAMENTO – CC 2002
o Pessoalmente - Registro Civil
o Impugnação (oficial, do MP ou terceiro): submetida ao juiz
o Ok à EDITAL (15 dias no cartório + publicação na
imprensa local)
o Havendo urgência: publicação poderá ser dispensada
o Eficácia: 90 dias do certificado
oIDADE NÚBIL: 16 ANOS – AUTORIZAÇÃO *
oExcepcionalmente: GRAVIDEZ
oArt. 218 do C Penal - Lei nº 12.015/2009
HOJE: PROIBIÇÃO DO CASAMENTO INFANTIL
LEI 13.811/2019
CAPACIDADE – IDADE NÚBIL
APLICAÇÃO DA NOVA REDAÇÃO
AGRAVO DE INSTRUMENTO – AÇÃO DE MEDIDAS DE PROTEÇÃO – DECISÃO RECORRIDA QUE
INDEFERIU O DESACOLHIMENTO DA MENOR JESSICA DE 15 ANOS E DE SUA FILHA AGATHA DE
APENAS 1 ANO DE VIDA – IRRESIGNAÇÃO DA GENITORA – PLEITO DE ENTREGA DAS MENORES
AO NAMORADO DA ADOLESCENTE,AO ARGUMENTO DE QUE ELES TEM UM RELACIONAMENTO
ESTÁVEL E SAUDÁVEL – IMPOSSIBILIDADE – ADOLESCENTE QUE NÃO SE ENCONTRA EM IDADE
NÚBIL – PRETENSÃO QUE VIOLA A REGRA DO ARTIGO 1.520 DO CC – AGRAVANTE QUE
RECONHECE QUE O NAMORADO DA MENOR NÃO REÚNE CONDIÇÕES DE CUIDAR DA
ADOLESCENTE E DA BEBÊ – ESTUDOS TÉCNICOS QUE RECOMENDAM A MANUTENÇÃO DO
ACOLHIMENTO DAS MENORES – DECISÃO MANTIDA.RECURSO CONHECIDO E DESPROVIDO.O
pleito para o desacolhimento de Jessica de 15 anos, juntamente com sua filha Agatha de apenas 1 ano de
idade, com a entrega das menores ao atual namorado da adolescente, o Sr. Diego, ao contrário do que
sustenta a Agravante, não representa a medida adequada a garantir o melhor interesse das menores. Assim,
considerando que os estudos técnicos concluem pela manutenção do acolhimento institucional das
infantes, esta é, por ora, a medida adotada, pelo que deve ser mantida a decisão recorrida. (TJPR - 12ª
C.Cível - 0021971-25.2020.8.16.0000 - Guarapuava - Rel.: DESEMBARGADOR ROBERTO ANTONIO
MASSARO - J. 22.07.2020)
APLICAÇÃO DA NOVA REDAÇÃO
MENOR. SUPRIMENTO DE IDADE NÚBIL. AUTORA, NASCIDA EM MAIO DE 2006, E QUE COMPLETOU
RECENTEMENTE 15 ANOS DE IDADE, QUE PRETENDE CASAR-SE COM SEU ATUAL NAMORADO.
AUTORA QUE ADUZ HAVER ENGRAVIDADO E ESTAR NA IMINÊNCIA DE DAR À LUZ O FILHO DO
CASAL. ALEGAÇÃO DE QUE O CASAMENTO, NA ESPÉCIE, PRIVILEGIARIA OS INTERESSES DO
NASCITURO, BEM COMO O DE SUA FAMÍLIA. INADMISSIBILIDADE. AUTORA QUE NÃO ALCANÇOU A
IDADE NÚBIL DE 16 ANOS PREVISTA PELO ART. 1.517 DO CC. ADEMAIS, EMBORA O ART. 1.520 DO CC
AUTORIZASSE EXCEPCIONALMENTE O CASAMENTO ANTES DO ALCANCE DA IDADE NÚBIL PARA
EVITAR-SE IMPOSIÇÃO OU CUMPRIMENTO DE PENA CRIMINAL, OU NA HIPÓTESE DE GRAVIDEZ,
REFERIDO DISPOSITIVO FOI REVOGADO COM O ADVENTO DA LEI 13.811/2019. ATUAL REDAÇÃO
DO ART. 1.520 DO CC QUE VEDA, EM CARÁTER ABSOLUTO, O CASAMENTO DE QUEM NÃO ATINGIU
A IDADE NÚBIL. SENTENÇA DE IMPROCEDÊNCIA MANTIDA. RECURSO IMPROVIDO. (TJSP; Apelação
Cível 1007581-69.2020.8.26.0286; Relator (a): Vito Guglielmi; Órgão Julgador: 6ª Câmara de Direito Privado;
Foro de Itu - 3ªVara Cível; Data do Julgamento: 07/07/2021; Data de Registro: 07/07/2021)
Art. 1.521. Não PODEM casar:
I - os ascendentes com os descendentes, seja o parentesco natural
ou civil;
II - os afins em linha reta;
III - o adotante com quem foi cônjuge do adotado e o adotado com
quem o foi do adotante;
IV - os irmãos, unilaterais ou bilaterais, e demais colaterais, até o
terceiro grau inclusive;
V - o adotado com o filho do adotante;
VI - as pessoas casadas;
VII - o cônjuge sobrevivente com o condenado por homicídio ou
tentativa de homicídio contra o seu consorte.
IMPEDIMENTOS
oDECRETO-LEI N 3.200/41: POSSIBILIDADE DE
CASAMENTO COM COLATERAIS DE 3 GRAU
oTRÂNSITO EM JULGADO DA AÇÃO PENAL
oREAB. CRIMINAL NÃO AFASTA IMPEDIMENTO
oNÃO É NECESSÁRIO A PARTICIPAÇÃO DO CÔNJUGE
SOBREVIVENTE NO CRIME
IMPEDIMENTOS
Art. 1.523. Não DEVEM casar (..)
SEPARAÇÃO OBRIGATÓRIA DE BENS
CAUSAS SUSPENSIVAS
AUSÊNCIA DE IMPEDIMENTO – CASAMENTO 
AVUNCULAR
APELAÇÃO CÍVEL. Alvará Judicial – Autorização para conversão de união estável em
casamento entre tio e sobrinha - Sentença de Improcedência – Inconformismo que
prospera– Casamento avuncular – Impedimento previsto no art. 1.521, IV", do CCB
que deve ser interpretado nos termos do Decreto-lei n. 3.200/41 – Aplicação do
Enunciado n° 98, do "CJF" - Casamento entre colaterais de 3º grau que pode ser
procedido mediante comprovação médica de inexistência de risco à eventual prole –
Instrução probatória produzida a contento – Interessada que se encontra em período
de menopausa, que impede a concepção pelas vias ordinárias - Sentença de Primeiro
Grau reformada. RECURSO PARCIALMENTE PROVIDO, para se autorizar a conversão
da união estável em matrimônio.
(TJSP; Apelação Cível 1004177-36.2019.8.26.0224; Relator (a): Penna Machado; Órgão
Julgador: 2ª Câmara de Direito Privado; Foro de Guarulhos - 2ª Vara Cível; Data do
Julgamento: 01/02/2021; Data de Registro: 01/02/2021)
- Cartório do Registro Civil ou outro local
- Pública (“portas abertas”)
- Papel central da vontade
- Solene
Art. 1.535. "De acordo com a vontade que ambos acabais de 
afirmar perante mim, de vos receberdes por marido e 
mulher, eu, em nome da lei, vos declaro casados."
CELEBRAÇÃO
MORTE NA CELEBRAÇÃO DO 
CASAMENTO
• Em qual momento o casamento passa a valer?
Ø início da cerimônia
Ø consentimento dos noivos
Ø fala do celebrante 
Ø fim da cerimônia 
CASAMENTO E CAPACIDADE
AÇÃO DECLARATÓRIA DE NULIDADE DE CASAMENTO – Ação ajuizada
pelo Ministério Público, com fundamento na incapacidade da ré, que havia sido
anteriormente interditada - Sentença de procedência - Recurso do próprio
Ministério Público, postulando a reforma da sentença, já que a deficiência seria
parcial e que a legislação atual permite o casamento – Laudo pericial que indica
a existência de deficiência leve – Incapacidade que não restringe a possibilidade
de casamento – Lei no. 13.416/15 que revogou o art. 1.548, I, CC – Recurso
provido.
(TJSP; Apelação Cível 1008843-59.2014.8.26.0320; Relator (a): Marcus Vinicius
Rios Gonçalves; Órgão Julgador: 6ª Câmara de Direito Privado; Foro de Limeira
- 1ªVara Cível; Data do Julgamento: 27/07/2021; Data de Registro: 27/07/2021)
CASAMENTO E CAPACIDADE
CIVIL. FAMÍLIA. AÇÃO ANULATÓRIA DE CASAMENTO AJUIZADA PELA FILHA. ALEGAÇÃO DE
DILAPIDAÇÃO DE PATRIMÔNIO E AUSENCIA DE PLENO DISCERNIMENTO DO SEU GENITOR.
INTERDIÇÃO PARCIAL DECRETADA EM OUTRO PROCESSO. PROVA PERICIAL REALIZADA.
CONSTATAÇÃO DE CAPACIDADE PARA OS ATOS DA VIDA CIVIL. LIMITAÇÕES APENAS FÍSICAS.
CASAMENTO REALIZADO ANTES DA SENTENÇA DE INTERDIÇÃO. 1. Conforme se infere do artigo
1.550 do Código Civil, a previsão expressa da incapacidade de consentir para o ato do casamento (inciso
IV) abrange os ébrios habituais (alcoólatras), os viciados em tóxicos, as pessoas com discernimento
mental reduzido e os excepcionais sem desenvolvimento completo. In casu, a incapacidade do apelado se
restringe à limitações físicas, decorrentes da sua idade avançada, não havendo qualquer deficiência mental
ou intelectual que afete a capacidade de manifestar a sua vontade. 2. A sentença que decretou a interdição
do genitor da apelante foi posterior ao casamento realizado e somente relativa a negócios de
administração de bens e negócios de cunho patrimonial, não abrangendo, portanto, o instituto do
casamento. Assim, não há que se falar em necessidade da anuência de seu curador para realização e
concretização do ato.
3. Consoante laudo pericial realizado, diante da capacidade intelectual e psíquica reconhecidas antes da
sentença que decretou a interdição do genitor da autora, o apelado podia, à época, dispor do seu
patrimônio da maneira que entendesse melhor, tendo os seus descentes apenas uma expectativa de
direito de herança com relação a tais bens.
4. Recurso desprovido. Sentença mantida. (TJDFT, Apelação Cível 2014.01.1.052311-4, Acórdão 953.151,
5.ª Turma Cível, Rel. Des. Josaphá Francisco dos Santos, j. 06.07.2016, DJDFTE 15.07.2016)
ANULAÇÃO DE CASAMENTO E PESSOA COM 
DEFICIÊNCIA
APELAÇÃO CIVEL. AÇÃO ANULATÓRIA DE CASAMENTO. PRELIMINAR DE CERCEAMENTO DE
DEFESA REJEITADA. INCAPACIDADE DO NUBENTE DEVIDAMENTE DEMONSTRADA. PESSOA
COM DEFICIENCIA. DEVER DE PROTEÇÃO PELO ESTADO BRASILEIRO. CONVENÇÃO DE NOVA
YORK. DECRETO 6.949/2009. SENTENÇA MANTIDA. 1. Segundo o art. 370 do CPC, o juiz é o
destinatário da prova, cabendo-lhe decidir motivadamente quais são os elementos suficientes para formar
seu convencimento, a fim de que possa apreciar fundamentadamente a questão controvertida. 1.1.
Tratando-se de ação anulatória de casamento fundada em suposta incapacidade de um dos nubentes e
existindo prova pericial de médico especialista, torna-se desnecessária a oitiva de testemunhas que não
possuem a capacidade de realizar este diagnóstico. Preliminar de cerceamento de defesa rejeitada. 2. Na
forma do art. 1.550, IV, do Código Civil, é anulável o casamento do incapaz de consentir ou manifestar, de
modo inequívoco, o consentimento. 2.1. Na situação em exame, o nubente sofreu variados AVCs nos anos
anteriores ao casamento, o que comprometeu a sua lucidez e sua capacidade de tomar decisões em sua
vida civil, fragilidade de saúde esta que era de conhecimento da ré, a qual atuava como cuidadora
contratada. 3. A República Federativa do Brasil é signatária da Convenção de Nova York sobre os Direitos
das Pessoas com Deficiência (Decreto 6.949/2009), legislação esta com status de emenda constitucional,
por observar os requisitos do § 3º do art. 5º da Constituição. 3.1. É dever do Estado Brasileiro adotar
medidas para proteger as pessoas com deficiência, tanto dentro como fora do lar, contra todas as formas
de exploração, violência e abuso. Inteligência do art. 16 deste documento internacional. 4. Apelação cível
conhecida e desprovida. Determinou-se a extração de cópias ao Ministério Público para a apuração de
eventuais condutas criminosas. (TJDFT, 00332.38-05.2014.8.07.0016, Ac. 113.5440, 7.ª Turma Cível, Rel.
Des. Gislene Pinheiro, j. 07.11.2018, DJDFTE 09.11.2018)
Professora da graduação e pós graduação stricto sensu da UFPR. Doutora em Direito Civil
pela USP. Mestre e graduada em Direito pela UFPR. Coordenadora Geral da ESA OAB/PR.
Membro da Diretoria Paranaense do IBDFAM. Mediadora. Contato:
marilia@pxadvogados.com.br e @mariliapedrosoxavier
PROFA. DRA. MARÍLIA PEDROSO XAVIER
PÓS-GRADUAÇÃO EM ADVOCACIA CÍVEL
Espécies de Relacionamentos Familiares Conjugais e Efeitos Patrimoniais
AULA 03
CASAMENTO - PARTE 2
oINSTRUMENTO PÚBLICO
oVALIDADE DE 90 DIAS
oNOME ESPECÍFICO DO OUTRO NUBENTE
oREVOGAÇÃO à INSTRUMENTO PÚBLICO
CASAMENTO POR PROCURAÇÃO
oDUAS TESTEMUNHAS (LER E ESCREVER)
oENFERMIDADE – IMPEDIMENTO DE LOCOMOÇÃO
oRESPEITO ÀS FORMALIDADES PRELIMINARES
CASAMENTO SOB MOLÉSTIA GRAVE
oIMINENTE RISCO DE MORTE
oDISPENSA DA HABILITAÇÃO
oOUTRAS FORMALIDADES
CASAMENTO 
NUNCUPATIVO
Art. 1.540: Quando algum dos contraentes estiver em iminente risco de vida, não
obtendo a presença da autoridade à qual incumba presidir o ato, nem a de seu
substituto, poderá o casamento ser celebrado na presença de seis testemunhas, que
com os nubentes não tenham parentesco em linha reta, ou, na colateral, até
segundo grau.
CASAMENTO NUNCUPATIVO
Art. 1.541. Realizado o casamento, devem as testemunhas comparecer perante a
autoridade judicial mais próxima, dentro em dez dias, pedindo que lhes tome por
termo a declaração de:
I - que foram convocadas por parte do enfermo;
II - que este parecia em perigo de vida, mas em seu juízo;
III - que, em sua presença, declararam os contraentes, livre e espontaneamente,
receber-se por marido e mulher.
(…)
§ 4o O assento assim lavrado retrotragirá os efeitos do casamento, quanto ao
estado dos cônjuges, à data da celebração.
§ 5o Serão dispensadas as formalidades deste e do artigo antecedente, se o
enfermo convalescer e puder ratificar o casamento na presença da autoridade
competente e do oficial do registro.
TEORIA DAS NULIDADES
-CASAMENTO NULO
Art. 1.548. É nulo o casamento contraído:
I - pelo enfermo mental sem o necessário discernimento
para os atos da vida civil;
II - por infringência de impedimento.
Art. 1.549.A decretação de nulidade de casamento, pelos
motivos previstos no artigo antecedente, pode ser
promovida mediante ação direta, por qualquer interessado,
ou pelo Ministério Público.
CASAMENTO NUNCUPATIVO – AFASTAMENTO 
DO PRAZO DE 10 DIAS 
CIVIL. DIREITO PROCESSUAL CIVIL. DIREITO DE FAMÍLIA. OMISSÃO RELEVANTE NO ACÓRDÃO RECORRIDO.
INOCORRÊNCIA. QUESTÃO EXPRESSAMENTE DECIDIDA. CASAMENTO NUNCUPATIVO.
EXCEPCIONALIDADE. POSTERGAÇÃO DAS FORMALIDADES LEGAIS. REQUISITOS LEGAIS.
IMINENTE RISCO DE VIDA. IMPOSSIBILIDADE DE OBTENÇÃO DA PRESENÇA DA AUTORIDADE.
PRESENÇA DE SEIS TESTEMUNHAS SEM PARENTESCO EM LINHA RETA OU COLATERAL ATÉ
SEGUNDO GRAU. PROCEDIMENTO. COMPARECIMENTO DAS TESTEMUNHAS PERANTE
AUTORIDADE JUDICIAL EM 10 DIAS. REDUÇÃO A TERMO DE SUAS DECLARAÇÕES SOBRE O
RISCO DE VIDA E O CONSENTIMENTO DOS NUBENTES. VERIFICAÇÃO POSTERIOR DE
CAPACIDADE E IMPEDIMENTOS. DIFERENÇA ENTRE OS REQUISITOS SUBSTANCIAIS OU
FORMAIS DO ATO. PRESENÇA DE SEIS TESTEMUNHAS E SUA QUALIDADE. PROPÓSITO DE
VALIDAR O CONSENTIMENTO E EVITAR FRAUDES. CAPACIDADE E HABILITAÇÃO TAMBÉM
INDISPENSÁVEIS. INOBSERVÂNCIA DO PRAZO DE 10 DIAS. REQUISITO QUE NÃO SE
RELACIONA COM A SUBSTÂNCIA DO ATO. FLEXIBILIZAÇÃO.POSSIBILIDADE.AUSÊNCIA DE MÁ-
FÉ. RECUSA DE REGISTRO APENAS SOB ESSE FUNDAMENTO. IMPOSSIBILIDADE. 1- Ação ajuizada em
22/01/2019. Recurso especial interposto em 20/05/2021 e atribuído à Relatora em 22/11/2021. 2- Os propósitos recursais
consistem em definir: (i) se há omissão relevante no acórdão recorrido; (ii) se é admissível a flexibilização da regra
segundo a qual, em se tratando de casamento nuncupativo, deverão as testemunhas comparecer perante a autoridade
judicial, em 10 dias, para que sejam tomadas suas declarações (art. 1.541, caput, CC/2002). 3- Não há que se falar em
omissão relevante quando o acórdão recorrido, diferentemente do que alega a parte, enfrentou adequadamente a questão
controvertida e se pronunciou especificamente sobre o dispositivo legal violado. 4- O casamento nuncupativo, também
denominado de in articulo mortis ou in extremis, é uma figura de raríssima incidência prática, cuja particularidade é a
postergação das formalidades legais indispensáveis à celebração do casamento em virtude da presença de circunstâncias
muito excepcionais. 5- Da análise dos dispositivos legais que disciplinam o instituto, vê-se que essa espécie de casamento
pressupõe: (i) que um dos contraentes esteja em iminente risco de vida; (ii) que não seja possível obter a presença da
autoridade responsável para presidir o ato; e (iii) que o casamento seja celebrado na presença de seis testemunhas que
não possuam parentesco em linha reta ou colateral até segundo grau com os nubentes. [...]
CASAMENTO NUNCUPATIVO – AFASTAMENTO 
DO PRAZO DE 10 DIAS 
6- Presentes esses requisitos, deverão as testemunhas comparecer a autoridade judicial em 10 dias, a quem caberá tomar a
declaração de que: (i) foram convocadas por parte do enfermo; (ii) que o enfermo se encontrava em perigo de vida, mas com plena
ciência do ato; e (iii) que, em sua presença, declararam os contraentes, por livre e espontânea vontade, o desejo de se casarem; ato
contínuo, caberá ao juiz proceder às diligências necessárias para verificar, apenas a posteriori, se os contraentes poderiam ter se
habilitado na forma ordinária, ouvir eventuais interessados e, se constatada a idoneidade dos cônjuges, registrar o casamento. 7- É
indispensável à substância do ato que tenha sido o casamento celebrado na presença de seis testemunhas que não tenham
parentesco em linha reta ou, na colateral, até o segundo grau, com os contraentes e que declarem que aquela era mesmo a vontade
dos nubentes, com o propósito de validar o consentimento externado e evitar a prática de fraude. 8- Também é elemento essencial
para o registro dessa espécie de casamento o fato de os contraentes serem capazes e não estarem impedidos ao tempo da
celebração do matrimônio nuncupativo, pois, se não poderiam os nubentes casar pela modalidade ordinária, não poderiam casar, de
igual modo, por essa modalidade excepcional. 9- A observância do prazo de 10 dias para que as testemunhas compareçam à
autoridade judicial, conquanto diga respeito à formalidade do ato, não trata de sua essência e de sua substância e,
consequentemente, não está associado à sua existência, validade ou eficácia, razão pela qual se trata, em tese, de formalidade
suscetível de flexibilização, especialmente quando constatada a ausência de má-fé. 10- Hipótese em que as instâncias ordinárias
recusaram o registro do casamento somente ao fundamento de inobservância do prazo legal, sem examinar, contudo, os demais
elementos estruturais do ato jurídico, bem como deixaram de considerar, especificamente quanto ao prazo, a ausência de má-fé
do contraente supérstite, o curto período entre o casamento e o falecimento da nubente, o período de luto do
contraente sobrevivente, a dificuldade de cumprimento do prazo pelas testemunhas e o natural desconhecimento
da tramitação e formalização dessa rara hipótese de celebração do matrimônio. 11- Recurso especial conhecido e
provido, a fim de, afastado o óbice da inobservância do prazo de 10 dias, determinar seja dado regular prosseguimento ao pedido,
perquirindo-se sobre o cumprimento das demais formalidades legais. (REsp 1978121/RJ, Rel. Ministra NANCY ANDRIGHI,
TERCEIRATURMA, julgado em 22/03/2022, DJe 25/03/2022.)
TEORIA DAS NULIDADES
-CASAMENTO ANULÁVEL
Art. 1.550. É anulável o casamento:
I - de quem não completou a idade mínima para casar;
II - do menor em idade núbil, quando não autorizado por seu
representante legal;
III - por vício da vontade, nos termos dos arts. 1.556 a 1.558;
IV - do incapaz de consentir ou manifestar, de modo inequívoco,
o consentimento;
V - realizado pelo mandatário, sem que ele ou o outro contraente
soubesse da revogação do mandato, e não sobrevindo
coabitação entre os cônjuges;
VI - por incompetência da autoridade celebrante.
CASOS
JULGADOS
REQUISITOS – CONFIGURAÇÃO DE ERRO ESSENCIAL 
QUANTO À PESSOA
Ementa de acórdão do TJMG mantido por decisão monocrática no STJ
“ANULAÇÃO DE CASAMENTO - ALEGAÇÃO DE ERRO ESSENCIAL QUANTO À
PESSOA - AUSÊNCIA - REQUISITOS PARA EVENTUAL DISSOLUÇÃO. 1 - Em relação ao
erro essencial sobre a pessoa do outro cônjuge, para que se justifique a anulação do
casamento com base nesse argumento, necessário que haja a cabal demonstração de três
requisitos: a anterioridade da circunstância ignorada pelo cônjuge (defeito físico irremediável
ou moléstia grave transmissível), a ignorância de crime que torne a vida em comum
insuportável ou, ainda, relevante erro quanto à sua identidade, sua honra e boa fama, com
posterior conhecimento do cônjuge enganado; 2 - O comportamento do cônjuge posterior
ao casamento não caracteriza erro essencial que autoriza a anulação de casamento, máxime
porque não impediu a consumação do matrimônio.”
Trecho da decisão: “cumpre destacar que os efeitos da ação de anulação de casamento são
muito mais intensos e abrangentes que o da ação de divórcio, já que na primeira se discute a
própria validade do casamento.”
REsp 1.651.905 – MG. Decisão monocrática. Min. Ministro Luis Felipe Salomão, Publicado em
12/12/2018.
REQUISITOS – CONFIGURAÇÃO DE ERRO 
ESSENCIAL QUANTO À PESSOA
CIVIL. AGRAVO REGIMENTAL NO RECURSO ESPECIAL. ANULAÇÃO DE CASAMENTO.
ERRO ESSENCIAL NÃO COMPROVADO. NECESSIDADE DE REEXAME DO ACERVO
FÁTICO-PROBATÓRIO. INCIDÊNCIA DA SÚMULA 7/STJ. FALTA DE INDICAÇÃO DO
DISPOSITIVO VIOLADO. INCIDÊNCIA DA SÚMULA 284 DO STF. DECISÃO MANTIDA. 1.
A ausência de indicação expressa de dispositivos legais tidos por vulnerados não permite
verificar se a legislação federal infraconstitucional restou, ou não, malferida. Dessa forma, é de
rigor a incidência do verbete n.º 284 da Súmula do Supremo Tribunal Federal. Precedentes. 2.
Cotejando as premissas do acórdão estadual, constata-se que a análise da pretensão recursal
demandaria a alteração das premissas fático-probatórias estabelecidas pelo acórdão
recorrido, com o revolvimento das provascarreadas aos autos, o que é vedado em sede de
recurso especial, nos termos do enunciado da Súmula 7 do STJ. 3. Agravo regimental não
provido. (AgRg no AREsp 745.048/MS, Rel. Ministro LUIS FELIPE SALOMÃO, QUARTA
TURMA, julgado em 17/12/2015, DJe 01/02/2016)
Trecho da decisão de 2º grau mantida: “As hipóteses a serem alegadas como causa de pedir
da anulação do casamento por erro essencial quanto à pessoa estão expressamente fixadas
no artigo 1.557 do Código Civil, dentre elas, o equívoco sobre a honra e boa fama do outro
cônjuge, bem como a ignorância da prática de crime. Todavia, não basta a existência de uma
dessas causas. É imprescindível que preexista ao casamento e que a descoberta desta
circunstância torne insuportável a vida em comum para o cônjuge enganado. Logo, não há
razão para reforma da sentença, tendo em visa que a apelante não se desincumbiu de ônus
processual, isto é, não demonstrou o preenchimento dos requisitos necessários para a
procedência do pedido de anulação de casamento.”
REQUISITOS – CONFIGURAÇÃO DE ERRO 
ESSENCIAL QUANTO À PESSOA
DIREITO CIVIL E PROCESSUAL CIVIL - AÇÃO ANULATÓRIA DE CASAMENTO -
APELAÇÃO - ERRO ESSENCIAL QUANTO À PESSOA - PROVAS - INEXISTÊNCIA -
RECURSO DESPROVIDO.
1. De acordo com a norma inscrita no artigo 1.557, I, do Código Civil, considera-se inválido o 
casamento quando houver erro essencial sobre a pessoa, haja vista ser necessário o 
consentimento sem qualquer vício ou desconhecimento de elementos, que se conhecidos 
mudariam o pronunciado (Sebastião de Assis Neto, 2013:1524).
2. Por erro essencial, entende-se o desconhecimento acerca das qualidades e condições 
pessoais e sociais dos nubentes, características cuja ciência posterior torna insuportável a 
vida em comum ao cônjuge enganado.
3. Para resultar na anulabilidade do casamento, não basta que a convivência comum tenha se 
tornado inviável, mas que tal impossibilidade decorra de qualidades relativas à identidade, à 
honra ou a boa fama da pessoa, as quais devam ser desconhecidas antes da união formal.
4. A existência de erro essencial deve ser comprovada de forma cabal, pois a anulabilidade 
somente ocorre em caráter excepcional, razão pela qual a ausência de provas inequívocas 
acerca das alegações resultará na prevalência do casamento.
5. Recurso desprovido.
(TJDFT, Apelação Cível 2016.05.1.001883-4, Acórdão 100.7698, 7.ª Turma Cível, Rel. Des. Leila 
Cristina Garbin Arlanch, j. 29.03.2017, DJDFTE 05.04.2017)
ERRO ESSENCIAL QUANTO À PESSOA DO 
CÔNJUGE
NULIDADE DE CASAMENTO – Ação julgada improcedente pelo juízo originário, por
considerar que o abandono do lar conjugal por parte do réu não caracteriza vício da
vontade, nos termos dos arts. 1.556 a 1.558 do CC – Inconformismo manifestado pela
autora – Cabimento - Réu que, poucos dias após o casamento, simplesmente
abandonou o lar e nunca mais voltou, sem deixar qualquer explicação ou notícias de seu
paradeiro – Requerido que se furtou à citação pessoal, conforme certificado pelo
Oficial de Justiça - Erro essencial quanto à honra caracterizado – Sentença reformada –
Recurso provido, com observação.
(TJSP; Apelação Cível 1000504-67.2021.8.26.0320; Relator (a): Rui Cascaldi; Órgão
Julgador: 1ª Câmara de Direito Privado; Foro de Limeira - 3ª Vara Cível; Data do
Julgamento: 12/04/2022; Data de Registro: 12/04/2022)
NÃO HÁ ERRO ESSENCIAL QUANTO À PESSOA DO 
CÔNJUGE
APELAÇÃO CÍVEL. AÇÃO DE ANULAÇÃO DE CASAMENTO. SENTENÇA DE
IMPROCEDÊNCIA. RECURSO DA AUTORA. NEGATIVA DO CÔNJUGE DE
MANTER RELAÇÕES SEXUAIS COM A ESPOSA. ALEGAÇÃO DE ERRO ESSENCIAL
QUANTO À PESSOA DO OUTRO CÔNJUGE. SITUAÇÃO QUE NÃO SE
ENQUADRA NO ROL TAXATIVO DO ART. 1.557 DO CÓDIGO CIVIL. VÍCIO DE
VONTADE NÃO CONFIGURADO. COMPORTAMENTO DO CÔNJUGE QUE NÃO
SE ENQUADRA COMO ERRO DE SUA IDENTIDADE. DECISÃO MANTIDA.
RECURSO DESPROVIDO. A negativa de manter relações sexuais, pelo Demandado,
não configura erro essencial quanto à pessoa do outro cônjuge, previsto no art. 1.557,
inciso I, do Código Civil, pois não diz respeito à sua identidade, mas à opção por ele
feita de não manter determinada conduta.
(TJSC, Apelação Cível n. 0310459-60.2015.8.24.0020, de Criciúma, rel. João Batista
Góes Ulysséa, Segunda Câmara de Direito Civil, j. 08-06-2017).
NÃO HÁ ERRO ESSENCIAL QUANTO À PESSOA DO 
CÔNJUGE
APELAÇÃO CÍVEL. FAMÍLIA. CASAMENTO. NULIDADE. AÇÃO DECLARATÓRIA.
PRESUNÇÃO DA VERACIDADE DOS FATOS ALEGADOS PELA AUTORA EM
RAZÃO DA AUSENCIA DE CONTESTAÇÃO. INOCORRÊNCIA. DEMANDA QUE
ENVOLVE DIREITOS INDISPONÍVEIS. ARTIGO 1.556, DO CÓDIGO CIVIL. ERRO
ESSENCIAL QUANTO À PESSOA DO VARÃO. Em demanda que envolve a validade do
casamento, tratando-se de direitos indisponíveis, resta afastada a presunção de
veracidade dos fatos alegados pela parte autora, conforme dicção do artigo 345, inciso
II, do Código de Processo Civil, Não há falar em nulidade do casamento no caso
concreto, porquanto restou demonstrado que
no período de união estável anterior ao matrimônio,
o varão já apresentava transtornos mentais, provavelmente decorrentes do uso
de substâncias entorpecentes, fato que era do conhecimento da autora. Sentença de
improcedência confirmada. APELO DESPROVIDO. (TJRS, Apelação Cível, Nº
70077669752, Sétima Câmara Cível, Relator: Sandra Brisolara Medeiros, Julgado em: 25-
07-2018)
NÃO HÁ ERRO ESSENCIAL QUANTO À PESSOA 
DO CÔNJUGE
AGRAVO REGIMENTAL NO AGRAVO EM RECURSO ESPECIAL. ANULAÇÃO DE
CASAMENTO. ERRO ESSENCIAL QUANTO À PESSOA. DEPENDÊNCIA QUÍMICA DO
CÔNJUGE. AUSÊNCIA DE PROVA DO ESTADO PATOLÓGICO DO RÉU. FUNDAMENTO
DO ACÓRDÃO RECORRIDO NÃO ATACADO. COABITAÇÃO POSTERIOR. PRAZO DA
CONVIVÊNCIA. REEXAME DE PROVAS. IMPOSSIBILIDADE. 1. Um dos fundamentos
utilizados pelo Tribunal de origem para manter a improcedência do pedido de anulação do
casamento foi a ausência de provas acerca da condição de dependente químico do réu. Tal
fundamento, todavia, não foi atacado pela agravante, circunstância que atrai o óbice de
Súmula 283 do STF, segundo a qual: "É inadmissível o recurso extraordinário, quando a
decisão recorrida assenta em mais de um fundamento suficiente e o recurso não abrange
todos eles.“ 2. O acórdão não contém elementos que permitam aferir quanto tempo durou a
coabitação dos cônjuges. Nesse contexto, a inversão do decidido pelo Tribunal de origem, tal
como postulada nas razões do apelo especial, demandaria nova análise do acervo fático-
probatório dos autos, o que é vedado pela Súmula 7 do STJ, que dispõe: "A pretensão de
simples reexame de prova não enseja recurso especial.“ 3. Agravo regimental não provido.
(AgRg no AREsp 104.323/SP, Rel. Ministro RAUL ARAÚJO, QUARTA TURMA, julgado em
04/12/2012, DJe 01/02/2013)
QUESTÃO OAB – PESSOA TRANS
FGV - 2011 - OAB - Exame de Ordem Unificado - III - Primeira Fase
João foi registrado ao nascer com o gênero masculino. Em 2008, aos 18 anos, fez cirurgia
para correção de anomalia genética e teve seu registro retificado para o gênero feminino,
conforme sentença judicial. No registro não constou textualmente a indicação de retificação,
apenas foi lavrado um novo termo, passando a adotar o nome de Joana. Em julho de 2010,
casou-se com Antônio, homem religioso e de família tradicional interiorana, que conheceu
em janeiro de 2010, por quem teve uma paixão fulminante e correspondida. Joana omitiu sua
história registral por medo de não ser aceita e perdê-lo. Em dezembro de 2010, na noite de
Natal, a tia de Joana revela a Antônio a verdade sobre o registro de Joana/João. Antônio, não
suportando ter sido enganado, deseja a anulação do casamento.
Conforme a análise da hipótese formulada, é correto afirmar que o casamento de Antônio e
Joana
Alternativas
A só pode ser anulado até 90 dias da sua celebração.
B poderá ser anulado pela identidade errônea de Joana/João perante Antônio e a
insuportabilidade da vida em comum.
C é inexistente, pois não houve a aceitação adequada, visto que Antônio foi levado ao erro
de pessoa, o que tornou insuportável a vida em comum do casal.
D é nulo; portanto, não há prazo para a sua arguição.
https://www.qconcursos.com/questoes-da-oab/provas/fgv-2011-oab-exame-de-ordem-unificado-iii-primeira-fasePESSOA TRANS
“Resta saber se o transexual ainda tem o dever de informar o outro nubente do seu
estado anterior quando da iminência do casamento. Como antes afirmávamos, tratar-se-
ia de um dever anexo, relacionado com a boa-fé objetiva, que também merece ser
aplicada às relações familiares. Sendo assim, a quebra desse dever anexo poderia gerar a
anulabilidade do casamento por erro quanto à identidade do outro nubente (art. 1.550,
inc. III, c/c o art. 1.557, inc. I, do CC).
Entretanto, essas afirmações anteriores ficam em dúvida diante de toda a tendência de
despatologização da situação da pessoa trans, bem como do reconhecimento de um
direito ao gênero. A possibilidade de anulação de casamento em casos tais pode até ser
vista como hipótese de discriminação, o que merece maiores reflexões por parte deste
autor.”
(TARTUCE, Flávio. Direito Civil – Direito de Família,Vol. 5, 2022)
CASAMENTO PUTATIVO
- “Art. 1.561: Embora anulável ou mesmo nulo, se
contraído de boa-fé por ambos os cônjuges, o
casamento, em relação a estes como aos filhos,
produz todos os efeitos até o dia da sentença
anulatória”.
CASAMENTO PUTATIVO
CIVIL. FAMÍLIA. NULIDADE DE CASAMENTO. APELAÇÃO. MATRIMÔNIO REALIZADO 
COM IMPEDIMENTO. CASAMENTO ANTERIOR. DECLARAÇÃO DA NULIDADE DO 
SEGUNDO. BOA-FÉ DO CÔNJUGE PRESUMIDA E COMPROVADA. ART. 1561, CC/02. 
PRODUÇÃO DE TODOS OS EFEITOS. CASAMENTO PUTATIVO.
1.A boa-fé necessária para o reconhecimento do casamento putativo deve ser verificada no 
momento da celebração do matrimônio e, como decorre, naturalmente, de erro, a existência 
de conduta ética é presumida.
2.Deve-se considerar o desenvolvimento dos fatos conforme a época em que se passaram. 
Na década de 70, os meios de comunicação não eram rápidos, eficientes e acessíveis como 
hoje, e as distâncias era maiores.
3.Residindo a cônjuge de boa-fé no ambiente rural de outra comarca e sendo pessoa de 
pouca instrução (analfabeta), não é desarrazoado supor que ela realmente não possuía 
conhecimento acerca do impedimento matrimonial de seu falecido marido, com quem 
conviveu por mais de 30 anos.
4.Recurso conhecido e provido para garantir ao casamento putativo descrito a produção de 
todos os efeitos do casamento válido. (TJDFT, Recurso 2003.07.1.010759-4, Acórdão 
536.110, 2.ª Turma Cível, Rel. Des. J. J. Costa Carvalho, DJDFTE 26.09.2011, p. 115).
CASAMENTO POR VIDEOCONFERÊNCIA
PROVIMENTO 100 – CNJ, de 
26/05/2020
Dispõe sobre a prática de atos
notariais eletrônicos utilizando o
sistema e-Notariado
Possibilidade de assinar escrituras
públicas e outros atos notariais
remotamente.
Ex: pacto antenupcial.
Cerimônia do casamento 
realizada por videoconferência 
TJPR – Instrução Normativa 32/2020
(ainda vigente)
“Para estabelecer que os Serviços de
Registro Civil de Pessoas Naturais
realizem casamento civil virtual, durante o
período em que perdurar a pandemia
pelo novo coronavírus, como medida de
redução aos riscos de contaminação e
transmissão da Covid-19 e a preservação
da saúde dos registradores, colaboradores
e usuários das serventias, desde que
respeitadas as formalidades previstas em
lei.”
Indica os trâmites necessários para
realizar a cerimônia de casamento através
de videoconferência
PROVAS DO CASAMENTO
- PROVA DIRETA: CERTIDÃO DE CASAMENTO
- PROVAS SUPLETÓRIAS: DEMAIS DOCUMENTOS
- PROVA INDIRETA: NOMEN
TRACTATUS
FAMA
Professora da graduação e pós graduação stricto sensu da UFPR. Doutora em Direito Civil
pela USP. Mestre e graduada em Direito pela UFPR. Coordenadora Geral da ESA OAB/PR.
Membro da Diretoria Paranaense do IBDFAM. Mediadora. Contato:
marilia@pxadvogados.com.br e @mariliapedrosoxavier
PROFA. DRA. MARÍLIA PEDROSO XAVIER
PÓS-GRADUAÇÃO EM ADVOCACIA CÍVEL
Espécies de Relacionamentos Familiares Conjugais e Efeitos Patrimoniais
AULA 04
UNIÃO ESTÁVEL - PARTE 1
TRAJETÓRIA DA UNIÃO ESTÁVEL NO 
ORDENAMENTO JURÍDICO BRASILEIRO
CC 1916 – modelo de 
exclusão
Decreto Lei 
7.034/1944
1964 - Súmulas 380 e 
382 do STF
1975 - Alteração da lei 
de registros públicos 
(art. 57 § 2º)
Previsão 
constitucional CF 
1988
Predominância da terminologia de concubinato puro e impuro
Reconheceu a companheira como
beneficiária de indenização no
caso de acidente de trabalho de
que foi vítima o companheiro
Súmula 380: Comprovada a existência de sociedade de fato entre
os concubinos, é cabível a sua dissolução judicial, com a partilha do
patrimônio adquirido pelo esforço comum.
Súmula 382: A vida em comum sob o mesmo teto, more uxório,
não é indispensável à caracterização do concubinato.
Art. 57 § 2º "A mulher solteira, desquitada ou viúva,
que viva com homem solteiro, desquitado ou viúvo,
excepcionalmente e havendo motivo ponderável,
poderá requerer ao juiz competente que, no
registro de nascimento, seja averbado o
patronímico de seu companheiro, sem prejuízo dos
apelidos próprios, de família, desde que haja
impedimento legal para o casamento, decorrente
do estado civil de qualquer das partes ou de
ambas." (Redação dada pela lei 6.216/1975)
Constituição 
de 1988
Lei 8971/1994
Lei 9278/1996
Código Civil 
de 2002
ADI 4277 e 
ADPF 132 
(2011)
Art. 226. A família, base da
sociedade, tem especial proteção
do Estado. [...] § 3º Para efeito da
proteção do Estado, é
reconhecida a união estável
entre o homem e a mulher
como entidade familiar,
devendo a lei facilitar sua
conversão em casamento.
- Requisitos de existência de prole ou convivência
de no mínimo 5 anos
- Companheiro com direito à alimentos, à meação
dos bens adquiridos com sua colaboração e
ao usufruto sobre parcela dos bens do falecido
caso este tivesse deixado descendentes ou
ascendentes
- Dispensa do prazo mínimo de 5
anos/existência de prole. Requisitos passam a
ser convivência duradoura, pública e contínua,
de um homem e uma mulher, com o objetivo
de constituir família
- Direito real de habitação do companheiro na
sucessão
- Competência processual dasVaras de Família
- Art. 8º - possibilidade de requerer conversão
em casamento
Artigos 1.723 a 1.727
Art. 1.723. caput "É reconhecida como entidade familiar a união
estável entre o homem e a mulher, configurada na convivência
pública, contínua e duradoura e estabelecida com o objetivo de
constituição de família."
O acórdão do STF reconheceu
o direito ao estabelecimento
de união estável por casais
homoafetivos.
Elementos da 
união estável
(art. 1.723)
NATUREZA JURÍDICA DA UNIÃO ESTÁVEL
Para Marcos Bernardes de Mello
"[...]se trata de negócio jurídico bilateral de Direito de Família, cujo núcleo do suporte fáctico
tem como elemento cerne exteriorizações de vontade de duas pessoas de estabelecerem uma
convivência afetiva como se casados fossem, a que se somam, como elementos completantes:
(i) a situação fáctica de ser a convivência pública, contínua e duradoura;
(ii) a inexistência de impedimento dirimente absoluto para casar de ambos os conviventes, salvo se,
sendo já casados, estejam separados de seu cônjuge; e, por fim,
(iii) o objetivo de constituir uma família.
Dessa configuração resulta à evidência que o suporte fáctico do fato jurídico da constituição de união
estável se concretiza com sucessividade, continuadamente, como um processo,[...]"
(Breves notas sobre o perfil jurídico da união estável - Revista IBDFAM Família e Sucessões - Mai/Jun 2020)
EFEITOS DA CONSTITUIÇÃO DE UNIÃO ESTÁVEL
• Efeitos pessoais e patrimoniais da formação de entidade familiar
• Surgimento entre os companheiros dos deveres de deveres de lealdade, respeito
e assistência, e de guarda, sustento e educação dos filhos (art. 1.724 CC)
• Imposição de regime de bens da comunhão parcial, exceto se outro for
contratado por escrito pelo casal (art. 1.725 CC)
• Não gera alteração do estado civil
Possibilidade de conversão em casamento (art. 1.726 CC)
POSICIONAMENTO DO STJ
• Jurisprudência emTeses STJ - nº 50
2) A coabitação não é elemento indispensável à caracterização da união estável
5) A existência de casamento válido não obsta o reconhecimento da união estável, desde que
haja separação de fatoou judicial entre os casados
6) Na união estável de pessoa maior de setenta anos (art. 1.641, II, do CC/02), impõe-se o
regime da separação obrigatória, sendo possível a partilha de bens adquiridos na constância
da relação, desde que comprovado o esforço comum
8) O companheiro sobrevivente tem direito real de habitação sobre o imóvel no qual
convivia com o falecido, ainda que silente o art. 1.831 do atual Código Civil
• Caracterização de união estável
RECURSO ESPECIAL. CIVIL. FAMÍLIA. RECONHECIMENTO DE UNIÃO ESTÁVEL POS MORTEM. ENTIDADE FAMILIAR QUE SE
CARACTERIZA PELA CONVIVÊNCIA PÚBLICA, CONTÍNUA, DURADOURA E COM OBJETIVO DE CONSTITUIR FAMÍLIA
(ANIMUS FAMILIAE). DOIS MESES DE RELACIONAMENTO, SENDO DUAS SEMANAS DE COABITAÇÃO. TEMPO INSUFICIENTE
PARA SE DEMONSTRAR A ESTABILIDADE NECESSÁRIA PARA RECONHECIMENTO DA UNIÃO DE FATO. 1. O Código Civil definiu a
união estável como entidade familiar entre o homem e a mulher, "configurada na convivência pública, contínua e duradoura e estabelecida
com o objetivo de constituição de família" (art. 1.723). 2. Em relação à exigência de estabilidade para configuração da união estável, apesar
de não haver previsão de um prazo mínimo, exige a norma que a convivência seja duradoura, em período suficiente a demonstrar a
intenção de constituir família, permitindo que se dividam alegrias e tristezas, que se compartilhem dificuldades e projetos de vida, sendo
necessário um tempo razoável de relacionamento. 3. Na hipótese, o relacionamento do casal teve um tempo muito exíguo de duração -
apenas dois meses de namoro, sendo duas semanas em coabitação -, que não permite a configuração da estabilidade necessária para o
reconhecimento da união estável. Esta nasce de um ato-fato jurídico: a convivência duradoura com intuito de constituir família. Portanto,
não há falar em comunhão de vidas entre duas pessoas, no sentido material e imaterial, numa relação de apenas duas semanas. 4. Recurso
especial provido. (REsp n. 1.761.887/MS, relator Ministro Luis Felipe Salomão, Quarta Turma, julgado em 6/8/2019, DJe de 24/9/2019.)
POSICIONAMENTO DO STJ
• Caracterização de união estável
RECURSO ESPECIAL. VIOLAÇÃO AO ART. 535 DO CPC/1973. UNIÃO ESTÁVEL. NÃO CONFIGURAÇÃO. TRANSAÇÃO DE
DIREITOS DISPONÍVEIS. DESNECESSIDADE DE HOMOLOGAÇÃO PELO JUÍZO. PRODUÇÃO DE EFEITOS A PARTIR DE
SUA CONCLUSÃO. ATO JURÍDICO PERFEITO E ACABADO. ARREPENDIMENTO UNILATERAL. IMPOSSIBILIDADE. [...] 2. As
relações afetivas são inquestionavelmente complexas e, da mesma forma, o respectivo enquadramento no ordenamento,
principalmente, no que respeita à definição dos efeitos jurídicos que delas irradiam. 3. A união estável, por se tratar de estado de
fato, demanda, para sua conformação e verificação, a reiteração do comportamento do casal, que revele, a um só tempo e de
parte a parte, a comunhão integral e irrestrita de vidas e esforços, de modo público e por lapso significativo. 4. Não é qualquer
relação amorosa que caracteriza a união estável. Mesmo que pública e duradoura e celebrada em contrato
escrito, com relações sexuais, com prole, e, até mesmo, com certo compartilhamento de teto, pode não estar
presente o elemento subjetivo fundamental consistente no desejo de constituir família. 5. Nesse passo, afastada a
configuração da formação de união estável, no caso concreto, reconhece-se como transação particular de direitos disponíveis o
acordo firmado entre as partes e apresentado a Juízo para homologação. [...] 9. A jurisprudência desta Corte é pacífica e não
vacila, no sentido de que a transação, com observância das exigências legais, sem demonstração de algum vício, é ato jurídico
perfeito e acabado, não podendo o simples arrependimento unilateral de uma das partes dar ensejo à anulação do pacto. 10.
Recurso especial não provido. (REsp n. 1.558.015/PR, relator Ministro Luis Felipe Salomão, Quarta Turma, julgado em 12/9/2017,
DJe de 23/10/2017.)
POSICIONAMENTO DO STJ
• Possibilidade de adotar sobrenome do companheiro
ALTERAÇÃO DE REGISTRO CIVIL DE NASCIMENTO. UNIÃO ESTÁVEL. INCLUSÃO. PATRONÍMICO. COMPANHEIRO. IMPEDIMENTO
PARA CASAMENTO. AUSENTE. CAUSA SUSPENSIVA. APLICAÇÃO ANÁLOGICA DAS DISPOSIÇÕES RELATIVAS AO CASAMENTO.
ANUÊNCIA EXPRESSA. COMPROVAÇÃO POR DOCUMENTO PÚBLICO. AUSENTE. IMPOSSIBILIDADE. ARTIGOS ANALISADOS: ARTS.
57 DA LEI 6.015/73; 1.523, III; E PARÁGRAFO ÚNICO; E 1.565, §1º, DO CÓDIGO CIVIL. [...] 5. Além de não configurar impedimento para o
casamento, a existência de pendência relativa à partilha de bens de casamento anterior também não impede a caracterização da união estável,
nos termos do art. 1.723, §2º, do Código Civil. 6. O art. 57, §2º, da Lei 6.015/73 não se presta para balizar os pedidos de adoção de
sobrenome dentro de uma união estável, situação completamente distinta daquela para qual foi destinada a referida norma. Devem ter
aplicação analógica as disposições específicas do Código Civil, relativas à adoção de sobrenome dentro do casamento, porquanto se mostra
claro o elemento de identidade entre os institutos. 7. Em atenção às peculiaridades da união estável, a única ressalva é que seja feita prova
documental da relação, por instrumento público, e nela haja anuência do companheiro que terá o nome adotado, cautelas dispensáveis dentro
do casamento, pelas formalidades legais que envolvem esse tipo de relacionamento, mas que não inviabilizam a aplicação analógica das
disposições constantes no Código Civil, à espécie. 8. Primazia da segurança jurídica que deve permear os registros públicos, exigindo-se um
mínimo de certeza da existência da união estável, por intermédio de uma documentação de caráter público, que poderá ser judicial ou
extrajudicial, além da anuência do companheiro quanto à adoção do seu patronímico. 9. Recurso especial desprovido. (REsp n. 1.306.196/MG,
relatora Ministra Nancy Andrighi,Terceira Turma, julgado em 22/10/2013, DJe de 28/10/2013.)
POSICIONAMENTO DO STJ
• Irretroatividade do regime de bens
RECURSO ESPECIAL. CIVIL E PROCESSUAL CIVIL. DIREITO DE FAMÍLIA. ESCRITURA PÚBLICA DE RECONHECIMENTO DE UNIÃO
ESTÁVEL. REGIME DA SEPARAÇÃO DE BENS. ATRIBUIÇÃO DE EFICÁCIA RETROATIVA. NÃO CABIMENTO. PRECEDENTES
DA TERCEIRA TURMA.
1. Ação de declaração e de dissolução de união estável, cumulada com partilha de bens, tendo o casal convivido por doze anos e gerado
dois filhos. 2. No momento do rompimento da relação, em setembro de 2007, as partes celebraram, mediante escritura pública, um pacto
de reconhecimento de união estável, elegendo retroativamente o regime da separação total de bens. 3. Controvérsia em torno da validade
da cláusula referente à eficácia retroativa do regime de bens. 4. Consoante a disposição do art. 1.725 do Código Civil, "na união estável,
salvo contrato escrito entre os companheiros, aplica-se às relações patrimoniais, no que couber, o regime da comunhão parcial de bens". 5.
Invalidade da cláusula que atribui eficácia retroativa ao regime de bens pactuado em escritura pública de reconhecimento de união estável.
6. Prevalência do regime legal (comunhão parcial) no período anterior à lavratura da escritura. 7. Precedentes da Terceira Turma do STJ. 8.
Voto divergente quanto à fundamentação. 9. RECURSO ESPECIAL DESPROVIDO. (REsp 1597675/SP, Rel. Ministro PAULO DE TARSO
SANSEVERINO,TERCEIRA TURMA, julgado em 25/10/2016, DJe 16/11/2016).
• REsp 1481888/SP, Rel. Ministro MARCO BUZZI, QUARTA TURMA, julgado em
10/04/2018, DJe 17/04/2018.
• AgInt no AREsp 1292908/RS, Rel. Ministra NANCY ANDRIGHI, TERCEIRA TURMA,
julgado em 25/03/2019, DJe 27/03/2019
POSICIONAMENTO DO STJ
Professora da graduação e pós graduação stricto sensu da UFPR. Doutora em Direito Civil
pela USP. Mestre e graduada em Direito pela UFPR. Coordenadora Geral da ESA OAB/PR.
Membro da Diretoria Paranaense do IBDFAM. Mediadora. Contato:
marilia@pxadvogados.com.br e @mariliapedrosoxavier
PROFA. DRA. MARÍLIA PEDROSO XAVIER
PÓS-GRADUAÇÃO EM ADVOCACIA CÍVEL
Espécies de Relacionamentos Familiares Conjugais e Efeitos Patrimoniais
AULA 05
UNIÃO ESTÁVEL - PARTE 2
APROXIMAÇÃOENTRE OS 
INSTITUTOS DO CASAMENTO E 
DA UNIÃO ESTÁVEL
ØUnião estável está se tornando um "casamento forçado"?
COMPANHEIRO É 
HERDEIRO NECESSÁRIO?
Ø Inconstitucionalidade do art. 1.790 CC
Art. 1.790. A companheira ou o companheiro participará da sucessão do outro, quanto
aos bens adquiridos onerosamente na vigência da união estável, nas condições
seguintes:
I - se concorrer com filhos comuns, terá direito a uma quota equivalente à que por lei
for atribuída ao filho;
II - se concorrer com descendentes só do autor da herança, tocar-lhe-á a metade do
que couber a cada um daqueles;
III - se concorrer com outros parentes sucessíveis, terá direito a um terço da herança;
IV - não havendo parentes sucessíveis, terá direito à totalidade da herança.
HERDEIROS NECESSÁRIOS
ARTIGO 1.845 
CC
RESERVA DE 
BENS
50% DO 
PATRIMÔNIO
ART. 1.790 CC
IBDFAM
ADFAS
o Min. Relator: Min. Barroso
(acompanharam os Min. Teori
Zavascki, Rosa Weber, Edson
Fachin, Luiz Fux, Celso de Mello e
Carmen Lúcia)
o Divergência: Min. Dias Toffoli
(e Min. Lewandowski)
RE 878694 / MG - STF
“No sistema constitucional vigente, é
inconstitucional a distinção de regimes
sucessórios entre cônjuges e companheiros,
devendo ser aplicado, em ambos os casos, o
regime estabelecido no art. 1.829 do CC/2002”
EMBARGOS DE DECLARAÇÃO - IBdFAM
INCONSTITUCIONALIDADE DO ARTIGO 1.790 CC 
RESPOSTA DOS EDS
REGIME DE SEPARAÇÃO 
OBRIGATÓRIA DE BENS
Art. 1.641. É obrigatório o regime da separação de bens
no casamento:
II – da pessoa maior de 70 (setenta) anos; (Redação dada
pela Lei nº 12.344, de 2010)
A RESTRIÇÃO PREVISTA NO
ART. 1641, II, CC02 É APLICÁVEL
À UNIÃO ESTÁVEL?
RECURSO ESPECIAL - UNIÃO ESTÁVEL - APLICAÇÃO DO REGIME DA SEPARAÇÃO OBRIGATÓRIA DE BENS, EM
RAZÃO DA SENILIDADE DE UM DOS CONSORTES, CONSTANTE DO ARTIGO 1641, II, DO CÓDIGO CIVIL, À
UNIÃO ESTÁVEL - NECESSIDADE (...)
II - A não extensão do regime da separação obrigatória de bens, em razão da senilidade do de cujus, constante do artigo
1641, II, do Código Civil, à união estável equivaleria, em tais situações, ao desestímulo ao casamento, o que, certamente,
discrepa da finalidade arraigada no ordenamento jurídico nacional, o qual se propõe a facilitar a convolação da união estável
em casamento, e não o contrário;
IV - Ressalte-se, contudo, que a aplicação de tal regime deve inequivocamente sofrer a contemporização do Enunciado n.
377/STF, pois os bens adquiridos na constância, no caso, da união estável, devem comunicar-se, independente da prova de
que tais bens são provenientes do esforço comum, já que a solidariedade, inerente à vida comum do casal, por si só, é fator
contributivo para a aquisição dos frutos na constância de tal convivência;
V - Excluída a meação, nos termos postos na presente decisão, a companheira supérstite participará da sucessão do
companheiro falecido em relação aos bens adquiridos onerosamente na constância da convivência (período que não se
inicia com a declaração judicial que reconhece a união estável, mas, sim, com a efetiva convivência), em concorrência com
os outros parentes sucessíveis (inciso III, do artigo 1790, CC).
VI - Recurso parcialmente provido.
(REsp 1090722/SP, Rel. Ministro MASSAMI UYEDA,TERCEIRA TURMA, julgado em 02/03/2010, DJe 30/08/2010).
UNIÃO ESTÁVEL 
DO MENOR DE16 ANOS 
à
É POSSÍVEL UMA UNIÃO
ESTÁVEL DE UM MENOR DE 16
ANOS?
JURISPRUDÊNCIA CONTRÁRIA
JURISPRUDÊNCIA CONTRÁRIA
JURISPRUDÊNCIA FAVORÁVEL
Professora da graduação e pós graduação stricto sensu da UFPR. Doutora em Direito Civil
pela USP. Mestre e graduada em Direito pela UFPR. Coordenadora Geral da ESA OAB/PR.
Membro da Diretoria Paranaense do IBDFAM. Mediadora. Contato:
marilia@pxadvogados.com.br e @mariliapedrosoxavier
PROFA. DRA. MARÍLIA PEDROSO XAVIER
PÓS-GRADUAÇÃO EM ADVOCACIA CÍVEL
Espécies de Relacionamentos Familiares Conjugais e Efeitos Patrimoniais
AULA 06
PACTO ANTENUPCIAL
ESTATÍSTICAS
Número de casamentos em 
2021: 883.202
(Portal da transparência do Registro Civil)
Número de pactos antenupciais 
lavrados em 2021: 44.935
(Cartório em números - 3ª edição 2021)
• Aproximadamente 5% dos casamentos 
realizados no Brasil em 2021 realizaram 
pacto antenupcial
DEFINIÇÃO
"O pacto antenupcial é o negócio jurídico bilateral de direito de
família mediante o qual os nubentes têm autonomia para
estruturarem, antes do casamento, o regime de bens distinto do
regime da comunhão parcial".
(LÔBO, Paulo. Direito Civil: Famílias, vol. 5, 2022.)
Art. 1.639 do Código Civil: “É lícito aos nubentes, antes de celebrado o
casamento, estipular, quanto aos seus bens, o que lhes aprouver”.
- Liberdade das partes em escolher o regime de bens
- Qual regime de bens é o mais adequado para a situação concreta do casal?
- Casal tem noção sobre os impactos que o regime de bens escolhido trará para a
vida comum?
PACTO ANTENUPCIAL = ESCOLHA DO REGIME DE BENS?
• Ainda que o pacto antenupcial tenha como uma de suas funções principais a
regulação de aspectos patrimoniais do casal (regime de bens), nele também podem
ser inseridos aspectos de caráter existencial.
• Enunciado 635 - VIII Jornada de Direito Civil (2018) - O pacto antenupcial e o
contrato de convivência podem conter cláusulas existenciais, desde que estas
não violem os princípios da dignidade da pessoa humana, da igualdade entre os
cônjuges e da solidariedade familiar.
• Art. 1.655. Código Civil - É nula a convenção ou cláusula dela que contravenha
disposição absoluta de lei.
CONTEÚDO DO PACTO ANTENUPCIAL 
E SUAS POTENCIALIDADES
Possíveis cláusulas do pacto antenupcial
Exemplos de disposições de caráter existencial:
• Rotina do casal
• Disposições sobre reprodução humana assistida
• Proteção à privacidade do casal
• Alteração de sobrenome
Ø Exercício da autonomia privada
Possíveis cláusulas do pacto antenupcial
Doação ou Promessa de Doação Entre Cônjuges
• Obrigação a um dos nubentes de que, antes ou ao término do matrimônio, transmita parte do
patrimônio ao outro.
Negócios jurídicos processuais
• Previsão de que serão utilizados métodos autocompositivos de resolução de conflitos quando
do término do relacionamento. Ex: mediação, conciliação, práticas colaborativas, entre outros.
Alimentos
• Prévia fixação em favor do cônjuge
• Renúncia ao recebimento de alimentos
Possíveis cláusulas do Pacto Antenupcial
Disposições Sucessórias
• Possibilidade de exclusão ou modificação das regras sucessórias que 
incidirão sobre o patrimônio em caso de falecimento de um dos 
cônjuges.
• Debates doutrinários:
o Renúncia à herança no pacto antenupcial. Aplicabilidade da
vedação ao pacta corvina (Art. 426 CC)?
o Afastamento da concorrência do cônjuge com os demais herdeiros?
Possíveis cláusulas do pacto antenupcial
Afastamento da Súmula 377 STF no caso de regime de separação obrigatória
• Possibilidade de nubentes legalmente obrigados a adotar o regime da separação de bens afastarem
qualquer comunicabilidade do patrimônio adquirido na constância do casamento, negando expressamente
a aplicabilidade dos efeitos da Súmula n.º 377/STF no pacto antenupcial.
• Enunciado 634 – VIII Jornadas de Direito Civil (2018) - É lícito aos que se enquadrem no rol de pessoas
sujeitas ao regime da separação obrigatória de bens (art. 1.641 do Código Civil) estipular, por pacto
antenupcial ou contrato de convivência, o regime da separação de bens, a fim de assegurar os efeitos de tal
regime e afastar a incidência da Súmula 377 do STF.
• "[…] tal afastamento constitui um correto exercício da autonomia privada, admitido pelo nosso Direito, que
conduz a um eficaz mecanismo de planejamento familiar, perfeitamente exercitável por força de ato
público, no caso de um pacto antenupcial" (TARTUCE, 2016).
RECURSO ESPECIAL. UNIÃO ESTÁVEL SOB O REGIME DA SEPARAÇÃO OBRIGATÓRIA DE
BENS. COMPANHEIRO MAIOR DE 70 ANOS NA OCASIÃO EM QUE FIRMOU ESCRITURA
PÚBLICA. PACTO ANTENUPCIAL AFASTANDO A INCIDÊNCIA DA SÚMULA N. 377 DO STF,
IMPEDINDO A COMUNHÃO DOS AQUESTOS ADQUIRIDOS ONEROSAMENTE NA
CONSTÂNCIA DACONVIVÊNCIA. POSSIBILIDADE. MEAÇÃO DE BENS DA COMPANHEIRA.
INOCORRÊNCIA. SUCESSÃO DE BENS. COMPANHEIRA NA CONDIÇÃO DE HERDEIRA.
IMPOSSIBILIDADE. NECESSIDADE DE REMOÇÃO DELA DA INVENTARIANÇA.1. O pacto
antenupcial e o contrato de convivência definem as regras econômicas que irão reger o patrimônio
daquela unidade familiar, formando o estatuto patrimonial - regime de bens - do casamento ou da
união estável, cuja regência se iniciará, sucessivamente, na data da celebração do matrimônio ou no
momento da demonstração empírica do preenchimento dos requisitos da união estável (CC, art.
1.723). [...] 6. No casamento ou na união estável regidos pelo regime da separação obrigatória de
bens, é possível que os nubentes/companheiros, em exercício da autonomia privada, estipulando o
que melhor lhes aprouver em relação aos bens futuros, pactuem cláusula mais protetiva ao regime
legal, com o afastamento da Súmula n. 377 do STF, impedindo a comunhão dos aquestos. [...] (REsp
1922347/PR, Rel. Ministro LUIS FELIPE SALOMÃO, QUARTA TURMA, julgado em 07/12/2021, DJe
01/02/2022)
FORMA, REGISTRO E EFEITOS DO PACTO ANTENUPCIAL
FORMA: escritura pública, sob pena de nulidade (arts. 1.640, parágrafo único, e 1.653 do
Código Civil)
REGISTRO: Livro nº 3 do cartório do domicílio conjugal e averbação obrigatória no lugar
de situação dos imóveis de propriedade do casal (art. 244 da Lei de Registros Públicos).
Se empresário, também é necessário arquivar e averbar no Registro Público das Empresas
Mercantis (art. 979 do Código Civil).
EFEITOS: O pacto antenupcial será ineficaz se não for seguido do casamento (art. 1653
Código Civil). Efeitos perante terceiros apenas depois do registro do pacto antenupcial
(art. 1657 do Código Civil).
Assinou pacto antenupcial, mas não celebrou 
casamento. E agora?
• Debate se o pacto antenupcial seria capaz de produzir efeitos caso, ao
invés do casamento, seja constituída união estável. Nesta hipótese, a
união estável seria regida pelo regime de bens previsto no pacto
antenupcial.
AGRAVO INTERNO NO RECURSO ESPECIAL. AÇÃO DE RECONHECIMENTO E DISSOLUÇÃO DE
UNIÃO ESTÁVEL. EXISTÊNCIA DE CONTRATO DE CONVIVÊNCIA. ADOÇÃO DO REGIME DA
SEPARAÇÃO TOTAL DE BENS. INCIDÊNCIA DA SÚMULA 5/STJ. NÃO COMPROVAÇÃO DO ESFORÇO
COMUM. EXIGÊNCIA CONTIDA NA SÚMULA 380/STF. APLICAÇÃO AO PERÍODO ANTERIOR À LEI
9.278/96. AGRAVO NÃO PROVIDO. 1. Segundo disposição contida no art. 5º da Lei 9.278/96 e no art. 1.725
do CC/2002, aplica-se à união estável o regime da comunhão parcial de bens, sendo possível, no entanto,
disposição dos conviventes em sentido contrário, cujo único requisito exigido é a forma escrita. 2. O eg.
Tribunal de origem concluiu que o pacto antenupcial firmado entre os conviventes, além de dispor sobre a
escolha do regime da separação total de bens, tratou sobre regras patrimoniais atinentes à própria união
estável, extremando o acervo patrimonial de cada um e consignando a ausência de interesse na constituição de
esforço comum para formação de patrimônio em nome do casal. 3. Independentemente do nomen iures
atribuído ao negócio jurídico, as disposições estabelecidas pelos conviventes visando disciplinar o regime de
bens da união estável, ainda que contidas em pacto antenupcial, devem ser observadas, especialmente porque
atendida a forma escrita, o único requisito exigido. Precedente do STJ. 4. Nos termos da Súmula 380 do STF, é
necessária a comprovação do esforço comum para partilhar bens adquiridos na constância da união estável,
mas antes da entrada em vigor da Lei 9.278/96. Precedentes do STJ. 5. Agravo interno não provido. (AgInt no
REsp 1590811/RJ, Rel. Ministro LÁZARO GUIMARÃES (DESEMBARGADOR CONVOCADO DO TRF 5ª
REGIÃO), QUARTA TURMA, julgado em 27/02/2018, DJe 02/03/2018)
Professora da graduação e pós graduação stricto sensu da UFPR. Doutora em Direito Civil
pela USP. Mestre e graduada em Direito pela UFPR. Coordenadora Geral da ESA OAB/PR.
Membro da Diretoria Paranaense do IBDFAM. Mediadora. Contato:
marilia@pxadvogados.com.br e @mariliapedrosoxavier
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AULA 07
NAMORO QUALIFICADO E 
CONTRATO DE NAMORO 
DIFERENÇA ENTRE NAMORO 
QUALIFICADO E UNIÃO ESTÁVEL
A ORIGEM DO TERMO
"Nem sempre é fácil distinguir essa situação – a união estável – de outra, o
namoro, que também se apresenta informalmente no meio social. Numa feição
moderna, aberta, liberal, especialmente se entre pessoas adultas, maduras, que já
vêm de relacionamentos anteriores (alguns bem-sucedidos, outros nem tanto),
eventualmente com filhos dessas uniões pretéritas, o namoro implica,
igualmente, convivência íntima – inclusive, sexual –, os namorados coabitam,
frequentam as respectivas casas, comparecem a eventos sociais, viajam juntos,
demonstram para os de seu meio social ou profissional que entre os dois há uma
afetividade, um relacionamento amoroso. E quanto a esses aspectos, ou
elementos externos, objetivos, a situação pode se assemelhar – e muito – a uma
união estável. Parece, mas não é! Pois falta um elemento imprescindível da
entidade familiar, o elemento interior, anímico, subjetivo: ainda que o
relacionamento seja prolongado, consolidado, e por isso tem sido chamado de
'namoro qualificado', os namorados, por mais profundo que seja o envolvimento
deles, não desejam e não querem – ou ainda não querem – constituir uma família,
estabelecer uma entidade familiar, conviver numa comunhão de vida, no nível do
que os antigos chamavam de affectio maritalis. Ao contrário da união estável,
tratando-se de namoro – mesmo do tal namoro qualificado –, não há direitos e
deveres jurídicos, mormente de ordem patrimonial entre os namorados. Não há,
então, que falar-se de regime de bens, alimentos, pensão, partilhas, direitos
sucessórios, por exemplo"
O NAMORO QUALIFICADO NAS PALAVRAS DE ZENO 
"Na relação de namoro qualificado os namorados não
assumem a condição de conviventes porque assim não desejam,
são livres e desimpedidos, mas não tencionam naquele momento
ou com aquela pessoa formar uma entidade familiar. Nem por
isso vão querer se manter refugiados, já que buscam um no
outro a companhia alheia para festas e viagens, acabam até
conhecendo um a família do outro, posando para fotografias em
festas, pernoitando um na casa do outro com frequência, ou seja,
mantêm verdadeira convivência amorosa, porém, sem objetivo
de constituir família”.
Julgados do STJ 2012
⦿ REsp 1.263.015/RN – Relatora Min. Nancy Andrighi
⦿ REsp 1.454.643/RJ – Relator Min. Marco Aurélio Bellizze
(...) 2. UNIÃO ESTÁVEL. NÃO CONFIGURAÇÃO. NAMORADOS
QUE, EM VIRTUDE DE CONTINGÊNCIAS E INTERESSES
PARTICULARES (TRABALHO E ESTUDO) NO EXTERIOR,
PASSARAM A COABITAR. ESTREITAMENTO DO
RELACIONAMENTO, CULMINANDO EM NOIVADO E,
POSTERIORMENTE, EM CASAMENTO. 3. NAMORO
QUALIFICADO (..)
- Ausente o requisito de affectio maritalis
- Coabitação por si só não é suficiente para demonstra U. E.
Julgados do STJ 2015
“Negócio jurídico no qual as partes
expressam e formalizam que não
desejam constituir família naquele
relacionamento e/ou com aquele(a)
parceiro(a)”
PÚBLICA CONTÍNUA DURADOURA
OBJETIVO DE 
CONSTITUIR 
FAMÍLIA
UNÃO ESTÁVEL - CONCEITO
RECHAÇO ACEITAÇÃO PROMOÇÃO
PERCURSO HISTÓRICO DO 
CONTRATO DE NAMORO 
“No ambiente do Estado Democrático de Direito,
as escolhas existenciais ganham cada vez mais
espaço, na medida em que a pessoa humana passou
a ocupar a posição de centralidade no sistema
jurídico ”.
Maria Celina B. de Moraes e Ana Carolina B. Teixeira
o ATIPICIDADE NEGOCIAL (REGRA)
o ART. 104 CC (A validade do negócio jurídico requer: I – agente capaz; II –
objeto lícito, possível, determinado ou determinável; III – forma prescrita
ou não defesa em lei)
o VERACIDADE DA DECLARAÇÃO
o PRIMAZIA DA REALIDADE
VALIDADE 
o FORMA LIVRE
o ANALOGIA COM OART. 1725 CC (“CONTRATO ESCRITO”)
o ESCRITURA PÚBLICA –VANTAGENS
o PROTOCOLOS EMPRESARIAIS
FORMA
o DECLARAÇÃO EXPRESSA E INEQUÍVOCA DE QUE NÃOHÁ OBJETIVO DE 
CONSTITUIR FAMÍLIA
o DEFINIÇÃO DA NATUREZA DO RELACIONAMENTO
o FORMALIZAÇÃO OS PRINCIPAIS ASPECTOS DO RELACIONAMENTO 
o ASSUMIR COMPROMISSO MORAL E ÉTICO FUTURO DE NÃO 
JUDICIALIZAÇÃO 
o CONTORNOS JURÍDICOS DE UMA UNIÃO ESTÁVEL FUTURA 
(REGIME DE BENS)
CLÁUSULAS QUE NÃO PODEM FALTAR
Professora da graduação e pós graduação stricto sensu da UFPR. Doutora em Direito Civil
pela USP. Mestre e graduada em Direito pela UFPR. Coordenadora Geral da ESA OAB/PR.
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AULA 08
NOVOS ARRANJOS FAMILIARES 
DIFERENCIAÇÃO ENTRE FAMÍLIAS 
POLIAFETIVAS E FAMÍLIAS SIMULTÂNEAS
FAMÍLIAS POLIAFETIVAS
POLIAMOR é forma de relacionamento íntimo existente e válido com mais
de uma pessoa simultaneamente, formando um único núcleo e seus
integrantes possuem ciência das uniões múltiplas
(Manual de Direito das Famílias, 2021)
Ø Recomendação do CNJ de que tabelionatos se abstenham de lavrar
escrituras públicas de união estável poliafetiva
PEDIDO DE PROVIDÊNCIAS - 0001459-08.2016.2.00.0000
(...)
7. A diversidade de experiências e a falta de amadurecimento do debate inabilita o “poliafeto”
como instituidor de entidade familiar no atual estágio da sociedade e da compreensão
jurisprudencial. Uniões formadas por mais de dois cônjuges sofrem forte repulsa social e os
poucos casos existentes no país não refletem a posição da sociedade acerca do tema;
consequentemente, a situação não representa alteração social hábil a modificar o mundo
jurídico.
CONCEITO DE FAMÍLIAS SIMULTÂNEAS
"[...] compreende-se a formação de entidade familiar
pautada na conjugalidade, que se estabelece
simultaneamente a uma outra entidade, sem ocorrência
de separação de fato com qualquer delas. [...] a
expressão "simultâneas traduz a coexistência de
relacionamentos familiares num mesmo momento, sem
ruptura de um para início do outro”.
TESE JURÍDICA DA "TRIAÇÃO"
Logo, reconhecida a união dúplice ou paralela, por óbvio, não se pode mais conceber a divisão clássica
de patrimônio pela metade entre duas. Na união dúplice do homem, por exemplo, não foram dois
que construíram o patrimônio. Foram três: o homem, a esposa e a companheira. Logo, a clássica
divisão pelo critério da meação é incompatível com a formação de patrimônio por três pessoas, e não
mais por duas. [...] Aqui se pode falar em uma outra foram de partilhar, que vai denominada, com a
vênia do silogismo, de “triação”, que é a divisão em três e que também deve atender ao princípio da
igualdade. [...]
Espólio deixado pelo de cujus,
relativo ao período de convivência dúplice
50% 50%
25% para esposa 25% para a 
companheira (apelante)
50% dividido entre os filhos (inclusive a filha do de 
cujus com a companheira)
Voto do Rel. Rui Portanova na AC 70009786419, do TJRS, 
julgada em 03/03/2005, pela Oitava Câmara Cível.
FAMÍLIAS SIMULTÂNEAS NA VISÃO 
DOS TRIBUNAIS SUPERIORES
Recurso Extraordinário 397.762/BA
Relator: Ministro Marco Aurélio
1ª Turma do STF
Julgamento: 03/06/2008
Voto do Relator
Ministro Marco Aurélio
Voto Ministro Ayres Britto
DECISÃO
STJ – CORRENTES DOUTRINÁRIAS 
REsp 1.157.273/RN, Relatora Min. Nancy Andrighi, julgamento em 18/05/2010
TEMA 529 STF – 21/12/2020 RE 1045273
A preexistência de casamento ou de união estável de um dos
conviventes, ressalvada a exceção do artigo 1.723, § 1º, do
Código Civil, impede o reconhecimento de novo vínculo
referente ao mesmo período, inclusive para fins previdenciários,
em virtude da consagração do dever de fidelidade e da
monogamia pelo ordenamento jurídico-constitucional brasileiro.
É incompatível com a Constituição Federal o reconhecimento
de direitos previdenciários (pensão por morte) à pessoa que
manteve, durante longo período e com aparência familiar, união
com outra casada, porquanto o concubinato não se equipara,
para fins de proteção estatal, às uniões afetivas resultantes do
casamento e da união estável.
TEMA 526 STF – 03/08/2021 RE 883.168
RESP 1.916.031 - STJ
• Prevalência do casamento sobre união estável em caso de concomitância
CIVIL. PROCESSUAL CIVIL. DIREITO DE FAMÍLIA. AÇÃO DE RECONHECIMENTO E DISSOLUÇÃO DE UNIÃO ESTÁVEL
CUMULADA COM PARTILHA. OMISSÃO E ERRO DE FATO. INOCORRÊNCIA. ERRO DE FATO QUE, AINDA QUE EXISTENTE,
NÃO FOI DECISIVO AO RESULTADO DO JULGAMENTO. ACÓRDÃO SUSTENTADO EM OUTROS FATOS E PROVAS. ALEGADA
UNIÃO ESTÁVEL PARALELA AO CASAMENTO. PARTILHA NO FORMATO DE TRIAÇÃO. INADMISSIBILIDADE.
RECONHECIMENTO DA UNIÃO ESTÁVEL QUE PRESSUPÕE AUSÊNCIA DE IMPEDIMENTO AO CASAMENTO OU SEPARAÇÃO
DE FATO. PARTICULARIDADE DA HIPÓTESE. RELAÇÃO INICIADA ANTES DO CASAMENTO DO PRETENSO CONVIVENTE
COM TERCEIRA PESSOA E QUE PROSSEGUIU NA CONSTÂNCIA DO MATRIMÔNIO. PERÍODO ANTERIOR AO CASAMENTO.
UNIÃO ESTÁVEL RECONHECIDA. PARTILHA NOS MOLDES DA SÚMULA 380/STF, EXIGINDO-SE PROVA DO ESFORÇO
COMUM. PERÍODO POSTERIOR AO CASAMENTO. TRANSMUDAÇÃO JURÍDICA EM CONCUBINATO IMPURO. SOCIEDADE DE
FATO CONFIGURADA. REPERCUSSÃO PATRIMONIAL RESOLVIDA SOB A ÓTICA DO DIREITO OBRIGACIONAL. PARTILHA
NOS MOLDES DA SÚMULA 380/STF, TAMBÉM EXIGIDA A PROVA DO ESFORÇO COMUM. CIRCUNSTÂNCIAS NÃO APURADAS
PELAS INSTÂNCIAS ORDINÁRIAS. REMESSA DAS PARTES À FASE DE LIQUIDAÇÃO. POSSIBILIDADE. [...] 4- É inadmissível o
reconhecimento de união estável concomitante ao casamento, na medida em que àquela pressupõe a ausência de impedimentos para o
casamento ou, ao menos, a existência de separação de fato, de modo que à simultaneidade de relações, nessa hipótese, dá-se o nome de
concubinato. Precedentes. 5- Na hipótese em exame, há a particularidade de que a relação que se pretende seja reconhecida como
união estável teve início anteriormente ao casamento do pretenso convivente com terceira pessoa e prosseguiu por 25 anos, já na
constância desse matrimônio.
• Prevalência do casamento sobre união estável em caso de concomitância
6- No período compreendido entre o início da relação e a celebração do matrimônio entre o convivente e terceira
pessoa, não há óbice para que seja reconhecida a existência da união estável, cuja partilha, por se tratar de união
iniciada e dissolvida antes da Lei nº 9.278/96, deverá observar a existência de prova do esforço direto e indireto na
aquisição do patrimônio amealhado, nos termos da Súmula 380/STF e de precedente desta Corte. 7- No que se
refere ao período posterior à celebração do matrimônio, aquela união estável se transmudou juridicamente em um
concubinato impuro, mantido entre as partes por 25 anos, na constância da qual adveio prole e que era de
ciência inequívoca de todos os envolvidos, de modo que há a equiparação à sociedade de fato e a repercussão
patrimonial dessa sociedade deve ser solvida pelo direito obrigacional, de modo que também nesse período haverá
a possibilidade de partilha desde que haja a prova do esforço comum na construção patrimonial, nos termos da
Súmula 380/STF. [...] 9- Recurso especial conhecido e parcialmente provido, a fim de julgar parcialmente procedente
o pedido para: (i) reconhecer a existência de união estável entre 1986 e 26/05/1989; (ii) reconhecer a existência de
relação concubinária impura e sociedade de fato entre 26/05/1989 e 2014, devendo a partilha, em ambos os
períodos e a ser realizada em liquidação de sentença, observar a necessidade de prova do esforço comum para a
aquisição do patrimônio e respeitar a meação da recorrida, invertendo-se a sucumbência. (REsp n. 1.916.031/MG,
relatora Ministra Nancy Andrighi, Terceira Turma, julgado em 3/5/2022, DJe de 5/5/2022.)
RESP 1.916.031 - STJ
FAMÍLIA MULTIESPÉCIE 
• Competência da Vara de Família para acordos e discussão de guarda
• Alimentos (?!)
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pela USP. Mestre e graduada em Direito pela UFPR. Coordenadora Geral da ESA OAB/PR.
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AULA 09
REGIME DE BENS - INTRODUÇÃO
ATUALIZAÇÃO LEGISLATIVA
Lei n.º 14.382, de 27 de junho de 2022
Dentre outros itens, alterou a Lei de Registros Públicos (6.015/1973)
• Art. 57 §2º - Possibilidade de adotar sobrenome do companheiro, desde
que união esteja registrada no registro civil de pessoas naturais;
• Art. 67 - Nubentes podem escolher em qual serventia do registro civil
irão casar, podendo ser uma serventia diferente de onde foi feita a
habilitação. Redução dos prazos para apresentação de documentos em
caso de impedimento ou arguição de causa suspensiva. Celebração do
casamento por videoconferência;
• Art. 70-A – Disciplina a conversão da união estável em casamento.
O que é regime de bens?
Regime de bens é o conjunto de regras que regulamentam as questões
relativas ao patrimônio dos cônjuges/companheiros, delimitando as diretrizes
que deverão ser seguidas por eles enquanto o casamento existir, ou quando
chegar ao seu fim.
(PEREIRA, Rodrigo da Cunha.Direito das Famílias, 2021)
O regime de bens tem por fito regulamentar as relações patrimoniais entre os
cônjuges, nomeadamente quanto ao domínio e a administração de ambos ou
de cada um sobre os bens trazidos ao casamento e os adquiridos durante a
união conjugal.
(LÔBO, Paulo.Direito civil 5 - Famílias, 2018)
Regime de bens
• Regra a inclusão ou exclusão dos bens individuais e a
comunicabilidade ou não do acervo amealhado antes ou
depois da união
• Inicia na data do casamento (art. 1.639 §1º) e se encerra com
o fim da convivência
Ø Análise da origem, titularidade e destino do patrimônio
(DIAS, Maria Berenice. Manual de Direito das Famílias, 14 ed, 2021)
Separação de fato
Separação judicial
Divórcio/Dissolução UE
Falecimento
Princípios que regem os regimes de bens
• Liberdade de pactuação
• Mutabilidade justificada (depende de crivo judicial)
• Igualdade e cogestão do patrimônio
Regime supletivo
• Quando o casal não faz pacto antenupcial ou a
convenção é nula ou ineficaz, a lei determina qual é o
regime aplicável.
CC 1916 - Regime da 
comunhão universal
Lei do Divórcio 
(6.515/77) 
Regime da 
comunhão parcial
CC 2002 -
Regime da 
comunhão parcial
Regimes típicos
• Regimes cujas regras são disciplinadas pelo Código Civil
• São eles:
– Comunhão Parcial (arts. 1.658 – 1.666 CC)
– Comunhão Universal (arts. 1.667 – 1.671 CC)
– Participação final nos aquestos (arts. 1.672 – 1.686 CC)
– Separação 
• Convencional (arts. 1.687 e 1.688 CC)
• Obrigatória (art. 1.641 CC)
Regime de bens misto ou híbrido
Art. 1.639 caput CC. "É lícito aos nubentes, antes de celebrado o
casamento, estipular, quanto aos seus bens, o que lhes aprouver."
O regime de bens misto ou híbrido pode ser entendido como a
modificação de um regime típico, a combinação de mais de um regime
típico, ou, ainda, a criação de um regime totalmente novo.
(GRUBERT, Camila. A sucessão do cônjuge e do companheiro no regime de bens misto ou híbrido, 2022.)
Resolução 402/2021 CNJ
Art. 1o Instituir, no âmbito do Serviço de Registro Civil das Pessoas Naturais, a obrigatoriedade
de disponibilização aos nubentes, no momento da habilitação para o matrimônio, de material
informativo para melhor preparação para o casamento civil.
Parágrafo único. O material informativo será também disponibilizado a qualquer
interessado(a) que compareça a uma unidade do Serviço de Registro Civil das Pessoas
Naturais para obter informações sobre o casamento.
Lembrando que: Código Civil - Art. 1.528. "É dever
do oficial do registro esclarecer os nubentes a
respeito dos fatos que podem ocasionar a invalidade
do casamento, bem como sobre os diversos regimes
de bens."
Resolução 402/2021 CNJ
• O material poderá ser composto por manuais, cartilhas, guias rápidos, cartazes acessíveis por
meio eletrônico, dentre outros
• Informações trazidas devem contemplar temas como formalidades do casamento, seus efeitos
jurídicos, informações sobre regime de bens, direitos e deveres conjugais e formas de
dissolução do casamento, dentre outros como poder familiar e exercício da parentalidade,
importância do diálogo para solucionar conflitos familiares, interesse da sociedade na
estabilidade das relações matrimoniais e prevenção e enfrentamento da violência doméstica
• Acesso a tais materiais é facultativo, não sendo requisito ou condição para a realização da
habilitação para o casamento
• Incentivo voltado apenas às informações sobre casamento, não disponibilizando à população
material para guiar eventual escolha entre casamento e união estável
Outorga conjugal
•O que é: autorização de um cônjuge a outro para realizar atos de disposição do patrimônio
•Função: dar ciência ao outro cônjuge sobre transações realizadas por um deles
•Popularmente conhecida como outorga uxória ou marital
CC - Art. 1.647. Ressalvado o disposto no art. 1.648, nenhum dos cônjuges pode, sem
autorização do outro, exceto no regime da separação absoluta:
I - alienar ou gravar de ônus real os bens imóveis;
II - pleitear, como autor ou réu, acerca desses bens ou direitos;
III - prestar fiança ou aval;
IV - fazer doação, não sendo remuneratória, de bens comuns, ou dos que possam integrar futura
meação.
Parágrafo único. São válidas as doações nupciais feitas aos filhos quando casarem ou estabelecerem
economia separada.
Outorga conjugal
Lei 8.245/1991 - Art. 3º O contrato de locação pode ser ajustado por qualquer
prazo, dependendo de vênia conjugal, se igual ou superior a dez anos. Parágrafo único.
Ausente a vênia conjugal, o cônjuge não estará obrigado a observar o prazo excedente.
Lei 11.977/2009 - Art. 73-A. Excetuados os casos que envolvam recursos do FGTS, os
contratos em que o beneficiário final seja mulher chefe de família, no âmbito do PMCMV ou
em programas de regularização fundiária de interesse social promovidos pela União, Estados,
Distrito Federal ou Municípios, poderão ser firmados independentemente da outorga do
cônjuge, afastada a aplicação do disposto nos arts. 1.647 a 1.649 da Lei no 10.406, de 10 de
janeiro de 2002
Outorga conjugal
• Cônjuge ou companheiro empresário
CC - Art. 978. O empresário casado pode, sem necessidade de outorga
conjugal, qualquer que seja o regime de bens, alienar os imóveis que
integrem o patrimônio da empresa ou gravá-los de ônus real.
• Caso o cônjuge ou companheiro se negue a dar a outorga
CC - Art. 1.648. Cabe ao juiz, nos casos do artigo antecedente, suprir a
outorga, quando um dos cônjuges a denegue sem motivo justo, ou lhe
seja impossível concedê-la.
• Súmula 332 STJ - A fiança prestada sem autorização de um dos
cônjuges implica a ineficácia total da garantia.
Outorga conjugal
Ato praticado sem a outorga necessária é anulável.
• Convalidação do ato pode ser feita com a aprovação
do cônjuge através de documento público ou
particular autenticado (art. 1.649, parágrafo único, CC)
• Cônjuge pode pleitear a anulação em até 2 anos após o fim
da sociedade conjugal (art. 1.649, caput, CC)
• Apenas o cônjuge que deveria ter concedido a outorga (ou
seus herdeiros) é que pode demandar a anulação do ato
(art. 1.650 CC)
Outorga conjugal
RECURSO ESPECIAL. EMBARGOS DE TERCEIRO. CONTRATO DE FIANÇA. AUSÊNCIA DA
VÊNIA CONJUGAL. NULIDADE DA GARANTIA. IMÓVEL PARTICULAR DO FIADOR.
PENHORA DECORRENTE DO CONTRATO INVÁLIDO. IMPOSSIBILIDADE. RECURSO
ESPECIAL PROVIDO. 1. Cinge-se a controvérsia em saber se é necessária a outorga uxória em
contrato de fiança cujo bem constrito é de propriedade exclusiva do fiador que era casado sob o
regime de comunhão parcial dos bens. [...] 3. Em relação ao plano da validade do contrato de fiança,
o art. 1.647, III, do CC determina que nenhum dos cônjuges pode, sem a autorização do outro,
prestar fiança, salvo se o casamento se deu no regime da separação convencional de bens, sendo
que a falta de autorização tornará

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