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Mediação, conciliação e Arbitragem Conceitos - Apostila

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PERÍCIA 
CONTÁBIL I
Aline Alves
Danielle Ferreira 
Fabiana Tramontin 
Tatiane Antonovz
Catalogação na publicação: Poliana Sanchez de Araujo – CRB 10/2094
P441 Perícia contábil I / Aline Alves ... [et al.] ; [revisão técnica:
 Lilian Martins]. – Porto Alegre : SAGAH, 2017.
 330 p. il. ; 22,5 cm.
 ISBN 978-85-9502-150-1
 1. Contabilidade - Perícia. I. Alves, Aline.
CDU 657
Revisão técnica:
Lilian Martins
Especialista em Controladoria e Planejamento Tributário
Professora do Curso de Ciências Contábeis 
Coordenadora do Núcleo de Assessoramento Fiscal (NAF) 
das Faculdades São Judas Tadeu
Mediação, conciliação e 
arbitragem: conceitos
Objetivos de aprendizagem
Ao final deste texto, você deve apresentar os seguintes aprendizados:
 De� nir os conceitos de mediação e conciliação.
 Descrever o conceito de arbitragem.
 Identi� car as vantagens do uso da mediação e da arbitragem.
Introdução
A mediação e a conciliação são dois diferentes instrumentos que as partes 
podem utilizar. A mediação é um processo formal. Ela depende do auxílio 
de um terceiro para ocorrer. Sua atuação deverá contar com absoluta 
independência. Já a conciliação é um processo um pouco diferente, 
mais leve e que pode ser conhecido como mediador. Esse processo, 
composto de seis diferentes etapas, visa a agilizar a solução para a lide, 
trazendo mais rapidez e objetividade para questões legais. A arbitragem, 
outra forma de solução de problemas legais, inclui também órgãos da 
administração direta e indireta. O perito contábil tem aqui novamente um 
papel decisivo. Cabe a ele calcular os valores envolvidos nos processos, 
as despesas relativas a eles ou os valores julgados como pagáveis ao 
final de todas as análises. Isso tanto na mediação quanto na conciliação 
ou na arbitragem. 
Neste texto, você irá entender as diferentes características tanto da 
mediação quanto da conciliação, suas fases e os envolvidos. Também 
vai compreender a arbitragem e todas as suas nuances. Além disso, verá 
como o perito desempenha suas funções, auxiliando no cálculo dos 
valores apurados.
U N I D A D E 4 
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Text Box
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Mediação e conciliação
A mediação é um processo formal. Nele, partes confl itantes recebem auxílio 
de um terceiro, que deverá obrigatoriamente ser imparcial em relação a elas. 
Esse terceiro pode ser substituído por um painel de pessoas também sem 
interesses diretos na causa da lide. 
A lide é o conflito de interesses manifestado em juízo. O termo lide frequentemente 
é utilizado como sinônimo da palavra ação. Ele também pode estar relacionado à 
demanda, ao litígio ou ainda ao pleito judicial (DIREITONET, 2005).
A pessoa ou o painel de pessoas, também denominado como mediador, 
não sugere nem impõe uma solução. Também não interfere nos termos de um 
eventual acordo entre as partes. Todo o trabalho de mediação é regido pelas Leis 
nº 13.105 e nº 13.140, ambas de 2015. O papel do mediador é fazer com que as 
partes divergentes possam chegar a um acordo julgado como bom para ambas.
A conciliação, por sua vez, é um processo mais breve. É oriundo de ajustes 
de interesses entre as partes discordantes. Além disso, sempre tem o objetivo 
de dirimir os conflitos a partir da interposição de um acordo. Em tal acordo, 
as partes divergentes recebem auxílio de um terceiro. Este também é impar-
cial. Se necessário, um painel de pessoas sem qualquer interesse na causa 
pode substituí-lo. O terceiro é denominado conciliador. Ele utiliza técnicas 
específicas para auxiliar todas as partes a chegarem a uma solução para o 
caso, denominada acordo.
Diferente do mediador, o conciliador apenas sugere uma solução para a 
lide. Ele não impõe qualquer possibilidade às partes, ficando tal prerrogativa 
ao árbitro ou a um juiz. Todo o processo de conciliação é normatizado pelo 
Manual de Mediação do CNJ (CONSELHO NACIONAL DE JUSTIÇA, 2015).
O processo de mediação é composto de seis etapas distintas. São elas: 
1. Início e ambientação.
2. Reunião de informações.
3. Identificação de questões, interesses e sentimentos.
4. Esclarecimento das controvérsias e dos interesse.
Mediação e arbitragem: conceitos246
5. Resolução das questões do conflito.
6. Encerramento, que é o registro das resoluções encontradas.
Um mediador, no entanto, pode pular ou abreviar as etapas da maneira 
que julgar mais conveniente, sempre de forma que beneficie ambas as partes. 
Além disso, deve manter a total transparência do processo.
Tanto a mediação quanto a conciliação são regidas por alguns princípios 
básicos. São a independência, a imparcialidade, a autonomia da vontade, a 
confidencialidade, a oralidade, a informalidade e a decisão confirmada, todos 
definidos pela Lei nº 13.140 (BRASIL, 2015b).
De acordo com a legislação específica que versa sobre o tema, tanto a 
mediação quanto a conciliação têm a utilização aventada quando a divergência 
tiver a possibilidade de ser resolvida com o uso de diálogo. Isso vale para 
pessoas físicas e jurídicas, sejam elas públicas ou privadas.
A mediação é largamente utilizada. Ela possui maior eficácia quando já 
existe um vínculo entre as partes. A conciliação, por sua vez, é mais indicada 
em casos específicos, com uma controvérsia bem direcionada e delimitada. 
Nessas situações, não há a necessidade de se manter o relacionamento eventual 
entre as partes após os trâmites terem terminado.
É possível usar tanto a mediação quanto a conciliação de duas maneiras 
distintas: na esfera judicial e na esfera extrajudicial. A diferença entre as duas 
é que a primeira está ligada aos trâmites legais formais, e a segunda, não. 
Esta se caracteriza pelo maior nível de informalidade e, consequentemente, 
rapidez para as partes envolvidas na controvérsia.
Os juízes, advogados, defensores públicos e membros do Ministério Público 
devem estimular essas formas de resolução de problemas. Afinal, elas são 
consensuais e mais ágeis. Cabe ao autor da ação indicar de maneira explícita 
na petição inicial se deseja ou não a audiência de conciliação ou de mediação.
A lei também estabelece que não cabe às partes a aceitação ou não dos 
mediadores. A única situação em que isso pode ocorrer é nos casos compro-
vados de impedimento ou suspeição por parte dos mediadores.
Para ações que não ultrapassam o montante de 40 salários mínimos e com 
menor potencial ofensivo, a conciliação passou a ser uma regra nas infrações 
penais, de acordo com o que estabelece a Lei nº 9.099 (BRASIL, 1995). Já 
no ano de 2016, uma resolução foi aprovada, a 174 do Conselho Superior da 
Justiça do Trabalho. Ela traz regulamentação para a mediação, mas no âmbito 
da Justiça do Trabalho. O objetivo é deixar esse ramo mais ágil, garantindo 
não somente os interesses dos funcionários, mas também os direitos dos 
empregadores.
247Mediação e arbitragem: conceitos
Já na esfera extrajudicial, a mediação trata de conflitos em que as partes 
procuram um profissional em mediação ou em conciliação. Alternativamente, 
uma entidade especializada neste tipo de serviço pode ser procurada pelas partes.
O convite para que a mediação extrajudicial ocorra deve ser feito com o 
uso de qualquer meio de comunicação. Ele deve deixar claro tanto a matéria 
que será objeto da negociação como a data e o local em que se pretende que 
ocorra a mediação. Caso esse pedido não seja respondido no prazo de 30 dias 
contados do seu recebimento, o mesmo será considerado rejeitado.
É possível realizar uma audiência de conciliação ou de mediação por 
meio eletrônico, não havendo necessidade de que tal meio seja homologado 
pela Justiça. O uso da internet está completamente liberado para a difusão de 
informação de áudio e vídeo das partes. Isso, como você deve imaginar, desde 
que não haja qualquer objeção de nenhuma parte envolvida.
Um perito contábil sempre será o responsável por calcular os valores envolvidos em 
um processo. Ele definirá quanto cada parte será responsável por cobrir. Nesse sentido, 
seconsideram tanto despesas relativas ao processo quanto valores julgados como 
pagáveis ao final de todas as análises. Isso vale para a mediação e para a conciliação.
Existem duas maneiras distintas pelas quais as pessoas podem escolher a 
mediação. Elas são a cláusula compromissória e o compromisso de mediação. A 
primeira delas, a cláusula compromissória, já vem explícita nos contratos. Ela 
estabelece que a mediação poderá ser o meio utilizado para dirimir os eventuais 
conflitos que ocorram. O compromisso de mediação se refere ao compromisso 
dos envolvidos em uma lide qualquer de utilização do processo de mediação. 
É possível verificar que a cláusula compromissória normalmente vem antes 
do compromisso de mediação, momento em que já há alguma rusga existente.
Também é importante você saber que, mesmo se tratando de situação extra-
judicial, em nenhum momento qualquer das partes está impedida de ingressar 
no Poder Judiciário com processo judicial. Se houver qualquer suspeita de que 
os procedimentos podem prejudicar uma parte, esta tem completa liberdade 
para exercer esses direitos. Um perito contábil é o melhor profissional para 
direcionar as partes e definir se um acordo está, de fato, trazendo justiça a 
um processo, seja ele judicial ou extrajudicial.
Mediação e arbitragem: conceitos248
O conceito de arbitragem
A Lei nº 9.307 (BRASIL, 1996), alterada pela Lei nº 13.129/15, estabelece 
todas as normas relativas à arbitragem. Ela especifi ca que as pessoas podem 
se utilizar dessa ferramenta para acabar com problemas de ordem legal ligados 
a direitos patrimoniais disponíveis. Isso inclui órgãos tanto da administração 
direta quanto da administração indireta das três esferas governamentais.
O processo de arbitragem também possui alguns princípios norteadores 
explícitos. São a boa-fé das partes, a igualdade das partes, o contraditório e 
a ampla participação das partes no processo, a celeridade e a imparcialidade 
do árbitro, além de seu livre convencimento.
Nos casos em que a arbitragem tiver como parte a administração pública, seja ela 
direta ou indireta, se deve utilizar complementarmente o princípio da publicidade. 
Além dele, se fazem necessários os princípios gerais de direito e as regras internacionais 
de comércio, em sua integralidade.
Considere as situações em que se fazem necessários o cálculo e o 
levanta-mento de valores monetários para a identificação de direitos e a 
compensação financeira de qualquer parte. Nelas, o trabalho do perito 
contábil ganha im-portância. Afinal, ele é o único profissional capaz de 
realizar o levantamento preciso dos direitos e do que necessita ser 
compensado a cada parte envolvida na situação de arbitragem.
Para ser um árbitro, é necessário seguir o que estabelece a Lei nº 9.307 
(BRASIL, 1996), que é a Lei da Arbitragem, alterada pela Lei 13.129/15. 
De acordo com ela, se deve ter a confiança das partes envolvidas no 
processo, e a pessoa deve ser legalmente capaz. As partes podem efetuar a 
nomeação de um ou mais árbitros, mas sempre totalizando um número ímpar. 
Isso também vale para o número dos suplentes. A utilização de um número 
ímpar de árbitros evita a situação de empate nos julgamentos. As partes 
também podem convencionar que utilizarão um órgão arbitral institucional ou 
uma empresa que preste serviços de seleção de árbitros.
Enquanto estiver no pleno desempenho da função, o árbitro sempre deve 
agir com imparcialidade, com independência, com competência, com dili-
gência e com discrição. Assim como no caso dos juízes, os árbitros também 
249Mediação e arbitragem: conceitos
estão sujeitos a impedimento por suspeição. Nesse sentido, se aplicam a eles 
as mesmas obrigações e responsabilidades previstas no Código de Processo 
Civil (BRASIL, 2015a).
Outro fato merece destaque. O árbitro, de maneira distinta de um perito 
contábil, é considerado um funcionário público para efeitos penais enquanto 
estiver no pleno desempenho de suas funções. Além disso, você deve considerar 
que a sentença do árbitro não é sujeita a recurso nem necessita de homologação 
do Poder Judiciário. Isso faz com que ele seja um juiz não somente de fato, 
mas também de direito.
Uma das obrigações de um árbitro é, sempre que for instaurado o devido 
processo arbitral, a condução e a decisão da controvérsia. As partes e seus 
representantes legais, os advogados, são obrigados a colaborar, cooperar e 
fornecer ao árbitro todos os elementos necessários para que o julgamento da 
lide ocorra da melhor maneira.
Um processo arbitral é finalizado com a emissão da sentença. Esta é fir-
mada pelo árbitro ou pelo conjunto de árbitros, se houver. Para que ele seja 
finalizado, também é necessário que o relatório contenha os nomes de todas as 
partes e um breve resumo da causa geradora da lide. Nele devem constar ainda 
os fundamentos para a decisão tomada, em que se tomam como base todas as 
provas e ocorridos de fato e de direito. Nesse sentido, é necessário deixar claro 
que os árbitros julgaram o processo utilizando a equidade. Também se deve 
incluir no relatório o dispositivo utilizado para que os árbitros resolvessem as 
questões e definissem o prazo para que a decisão seja cumprida. Por último, 
devem constar o local e a data em que a sentença foi definida.
Caso não haja um prazo definido pelas partes, a sentença será proferida no prazo de 
até seis meses. Esse prazo é contado a partir do início do processo de arbitragem ou 
da eventual substituição do árbitro ou dos árbitros existentes.
Cabe lembrar que a sentença arbitral possui as mesmas prerrogativas legais 
de uma sentença proferida por um juiz. Ela é caracterizada como um título 
executivo de condenação.
Dado seu escopo, é salutar que um perito contábil calcule e defina os valores 
devidos pelas parte. Isso para efeito de compensação por prejuízos ou outras 
Mediação e arbitragem: conceitos250
perdas julgadas como procedentes pelo árbitro ou pelo conjunto de árbitros 
após proferida a sentença arbitral.
Comparativamente com a Justiça estatal, a arbitragem apresenta uma série 
de distinções. Estas trazem mais facilidade para o trabalho de todos. Considere 
uma perícia contábil, por exemplo, que é muito requisitada nos casos que 
envolvem bens tangíveis e intangíveis. Ela se torna muito mais direcionada 
e facilitada quando o processo é movido com o uso da arbitragem em vez do 
uso da Justiça comum.
O tempo médio de um processo tramitando no regime de arbitragem é de alguns 
poucos meses, não chegando a completar um ano, em média. Já um processo de 
mesma monta e importância, se ajuizado na Justiça comum e seguindo todos os 
trâmites, normalmente demora anos para ser considerado transitado em julgado.
Com relação aos custos incorridos por todas as partes, no caso da Justiça 
comum há as custas processuais ordinárias, além dos honorários advocatícios 
e dos ônus de sucumbência. Isso sem contar todos os protocolos e pagamentos 
necessários para recorrer a instâncias superiores nos casos de recursos a serem 
impetrados pelas partes. Já no caso da arbitragem, os custos do procedimento 
são bem inferiores aos ordinários. Isso faz com que todas as partes possam 
honrar com tais pagamentos sem prejudicar o seu equilíbrio financeiro de 
maneira indevida.
Quanto à representatividade realizada por terceiros, nos casos da Justiça 
comum, a constituição de um advogado e o pagamento de custas são obrigató-
rios. Assim, deixa de existir tal obrigatoriedade nos casos de arbitragem, pois 
a própria pessoa pode se representar e se defender sozinha. O mesmo ocorre 
com as possibilidades de negociação. Eles são muito amplas nos processos de 
arbitragem e mais restritas em se tratando de Justiça comum.
251Mediação e arbitragem: conceitos
Um processo que se encaminhe em uma câmara de arbitragem possui sigilo que pode 
ser pleiteado pelas partes sem qualquer restrição. Já na Justiça comum todos os pro-
cessos são de acesso público, a não ser que tramitem em regime de confidencialidade. 
Isso, contudo,se apresenta como exceção à regra de publicidade do direito brasileiro.
Outro fator que diferencia muito a arbitragem da Justiça comum é a efi-
cácia da sentença e os possíveis recursos que as partes podem impetrar. Na 
arbitragem, não há possibilidade de recurso. Já na Justiça comum existe uma 
ampla possibilidade de recursos, se podendo chegar até a Suprema Corte 
brasileira em casos extremos.
Na esfera arbitral, a sentença é anunciada em instância única. Assim, é 
automaticamente constituída em título executivo judicial. É nesse momento 
que o trabalho do perito contábil se faz importante. Afinal, uma vez proferido 
o resultado final pelo árbitro, o perito contábil já pode iniciar os trabalhos de 
coleta de informações e de cálculos periciais para auxiliá-lo nos trabalhos finais.
Em se tratando da Justiça comum, a sentença judicial apenas é considerada 
como um título executivo após o julgamento do último recurso ajuizado pela 
parte interessada. Conforme você viu anteriormente, há várias possibilida-
des de recursos por parte dos interessados que se julgarem injustiçados ou 
prejudicados. Contudo, todos os recursos representam custas adicionais para 
os pleiteantes.
Vantagens do uso da mediação e da arbitragem
Não é novidade buscar novas soluções para fazer com que o Poder Judiciário 
fi que menos sobrecarregado. Como você sabe, hoje há imensa quantidade de 
processos em fi la para serem analisados e julgados. Assim, qualquer cidadão 
pode utilizar uma maneira alternativa, porém legal, de ter sua controvérsia 
analisada e seu problema resolvido. Isso sem a necessidade de recorrer ao 
Poder Judiciário de maneira direta, o que acarretaria mais um peso para o já 
tão sobrecarregado sistema brasileiro.
O profissionalismo da mediação e da arbitragem é equivalente ao de um 
juiz. Isso traz tranquilidade para todas as partes de um processo, assim como 
para seus representantes legais devidamente constituídos.
Mediação e arbitragem: conceitos252
Quando se retira do Estado a responsabilidade exclusiva pelo julgamento 
de lides entre diversas partes, não se retira de forma alguma o seu poder ou 
a sua soberania. O que se faz é exatamente o contrário. Afinal, o Estado 
continua tão poderoso que resolve delegar tal tarefa a outros partícipes. Estes 
são considerados tão competentes quanto ele para o desempenho de tarefas 
de julgamento e definição de sentenças.
No Brasil, existe tanto a Lei de Arbitragem quanto a Lei de Mediação. 
Elas resultam de uma evolução da cultura jurídica brasileira. Assim, dão 
à população a escolha de buscar a Justiça estatal ou a Justiça privada, sem 
qualquer prejuízo.
Essas leis buscam tornar o direito processual brasileiro mais social. Elas 
identificam os ajustes necessários decorrentes da nova realidade tecnológica. 
Além disso, rompem com o mito de que apenas o aparelhamento estatal tem 
o poder de resolver conflitos jurídicos.
Atualmente, a arbitragem passou a ser um instrumento muito usual nos negócios. 
Ela ganhou princípios e tem uma importância tão grande, que já passou a ser parte 
integrante de especificidades contratuais País afora. Essas influências podem ser tanto 
positivas quanto negativas, caracterizando a eficácia do uso da arbitragem como 
solucionadora de problemas entre partes.
A arbitragem possui um caráter bem amplo. Isso ocorre pois trata de 
relações entre particulares, sendo largamente utilizada no âmbito comercial. 
Causas mais ou menos complexas muitas vezes sequer necessitam do trabalho 
mais técnico de um perito contábil. Afinal, já estão claras as especificidades 
contratuais e os meandros de cada rusga contratual que eventualmente ocorra. 
No entanto, você sabe que não é possível prever todas as ocorrências, nem 
mapear todos os problemas de uma relação contratual. Dessa forma, o uso 
dos serviços de um perito contábil se faz presente e importante em muitos 
processos de arbitragem no País.
Como benefícios diretos da mediação e da conciliação, você pode consi-
derar a celeridade, a autonomia da vontade das partes, a informalidade dos 
processos, a efetividade, a confidencialidade, a exequibilidade e a prevenção de 
conflitos. Além disso, o processo é mais brando do que um processo normal. 
253Mediação e arbitragem: conceitos
Isso acontece porque as partes concordaram previamente em buscar uma 
solução alternativa para dirimir seus conflitos.
Toda a etapa procedimental também é mais simplificada, e as partes podem 
compreendê-la mais facilmente. Isso permite que elas mesmas criem artifícios 
e possam pensar em alternativas que auxiliem o mediador ou o conciliador 
durante as tarefas rotineiras. Com a aproximação mais latente entre as partes e 
os titulares pela mediação, eles identificam melhor as necessidades. Isso, é claro, 
sem deixar de respeitar as individualidades e os diretos de nenhuma das partes.
Para que a mediação seja realmente simples, é necessária uma análise mais minuciosa. 
Normalmente, um perito contábil realiza essa análise. Esse trabalho de perícia é muito 
mais ágil que uma perícia judicial. Isso ocorre pois ele normalmente possui um aval 
prévio da parte afetada, deixando o processo todo mais rápido.
Outro fator benéfico para todas as partes é que elas mesmas são responsáveis 
por apresentar possíveis soluções para os conflitos em questão. Isso gera uma 
possibilidade quase nula de insatisfação com os resultados finais alcançados. 
Você pode perceber isso especialmente se comparar essa situação com uma 
decisão imposta por um terceiro.
A mediação diminui o desgaste emocional, economizando tempo, recursos 
financeiros, controlando os riscos e mantendo a relação afetiva, negocial ou 
social que previamente existia entre as partes. Assim, representa uma ótima 
relação custo-benefício.
Se for interesse de ambas as partes que todo o processo seja levado sob sigilo, 
há o princípio da confidencialidade. Dessa forma, fica completamente resguardado 
o completo sigilo das informações e das deliberações realizadas pelo mediador 
ou pelo conciliador. Esse recurso é bastante atraente em determinadas situações.
Já para a arbitragem, as vantagens diretas estão ligadas à celeridade e à 
economia, assim como na mediação e na conciliação. Há ainda vantagens 
relacionadas à especialidade, à confidencialidade, à autonomia da vontade, 
à segurança jurídica processual e à irrecorribilidade, ou seja, à incapacidade 
das partes de recorrerem de uma decisão tomada por um árbitro. Isso deixa o 
processo mais rápido, diminuindo para zero as possibilidades de recursos ou 
postergações processuais tão comuns no Poder Judiciário.
Mediação e arbitragem: conceitos254
1. A mediação é um processo formal 
em que as partes conflitantes 
recebem o auxílio de um terceiro. 
Existe a possibilidade de substituir 
este terceiro por uma outra figura 
legal. Qual seria essa figura? 
a) Um comitê de pessoas.
b) Um painel de pessoas.
c) Uma junta de pessoas.
d) Um conselho.
e) Um parente de um 
dos envolvidos.
2. A mediação é regida por alguns 
princípios básicos, estabelecidos 
pela Lei nº 13.140/2015 (BRASIL, 
2015b). Assinale a alternativa que 
apresenta tais princípios: 
a) Imparcialidade do mediador, 
isonomia entre as partes, 
oralidade, informalidade, 
autonomia da vontade das 
partes, busca do consenso, 
confidencialidade e boa-fé.
b) Imparcialidade do mediador, 
isonomia entre as partes, 
eficiência, informalidade, 
autonomia da vontade das 
partes, busca do consenso, 
confidencialidade e boa-fé.
c) Imparcialidade do mediador, 
isonomia entre as partes, 
oralidade, formalidade, 
autonomia da vontade das 
partes, busca do consenso, 
confidencialidade e boa-fé.
d) Parcialidade do mediador, 
isonomia entre as partes, 
oralidade, informalidade, 
autonomia da vontade das 
partes, busca do consenso, 
confidencialidade e boa-fé.
e) Parcialidade do mediador, 
desigualdade entre as partes, 
oralidade, informalidade, 
autonomia da vontade das 
partes, busca do consenso, 
confidencialidade e boa-fé.
3. Em alguns casos, a arbitragempode 
ter como parte a administração 
pública, seja ela direta ou ainda 
indireta. Nesses casos, de forma 
adicional, qual outro princípio 
deverá ser respeitado? 
a) Princípio da competência.
b) Princípio da publicidade.
c) Princípio da eficiência.
d) Princípio da eficácia.
e) Princípio da entidade.
4. O processo arbitral, quando 
instaurado, é composto de diferentes 
etapas. Para que ele seja finalizado, 
é preciso que o relatório contenha o 
nome de todas as partes, o resumo 
da lide e os fundamentos para a 
decisão tomada. Além disso, como 
pode ser caracterizada a finalização 
do processo arbitral? 
a) Como a emissão da sentença.
b) Como a emissão do laudo.
c) Como a emissão do relatório.
d) Como a emissão da nota técnica.
e) Como a emissão do recurso.
5. No Brasil, existe tanto a 
normatização relativa à 
arbitragem quanto a relativa à 
mediação. Ambas são 
consideradas como uma 
revolução na cultura brasileira, 
permitindo maior acesso à 
Justiça pela população em geral. 
Considerando que a arbitragem 
possui um caráter bem mais amplo, 
255Mediação e arbitragem: conceitos
BRASIL. Lei nº 9.099, de 26 de setembro de 1995. Brasília, DF, 1995. Disponível em: <http://
www.planalto.gov.br/ccivil_03/leis/L9099.htm>. Acesso em: 10 ago. 2017.
BRASIL. Lei nº 9.307, de 23 de setembro de 1996. Brasília, DF, 1996. Disponível em: <http://
www.planalto.gov.br/ccivil_03/leis/L9307.htm>. Acesso em: 25 set. 2016.
BRASIL. Lei nº 13.105, de 16 de março de 2015. Brasília, DF, 2015a. Disponível em: <http://
www.planalto.gov.br/ccivil_03/_ato2015-2018/2015/lei/l13105.htm>. Acesso em: 10 
ago. 2017.
BRASIL. Lei nº 13.140, de 26 de junho de 2015. Brasília, DF, 2015b. Disponível em: <http://
www.planalto.gov.br/ccivil_03/_Ato2015-2018/2015/Lei/L13140.htm>. Acesso em: 10 
ago. 2017.
CONSELHO NACIONAL DE JUSTIÇA. Comitê Gestor Nacional da Conciliação. Manual 
de mediação judicial 2015. Brasília, DF, 2015. Disponível em: <http://www.cnj.jus.br/
files/conteudo/destaques/arquivo/2015/06/c276d2f56a76b701ca94df1ae0693f5b.
pdf>. Acesso em: 18 set. 2017.
CONSELHO SUPERIOR DA JUSTIÇA DO TRABALHO. Resolução CSJT nº 174, de 30 de setem-
bro de 2016. Brasília, DF, 2016. Disponível em: <http://www.csjt.jus.br/c/document_li-
brary/get_file?uuid=235e3400-9476-47a0-8bbb-bccacf94fab4&groupId=955023>. 
Acesso em: 19 set. 2017.
DIREITONET. Lide. Sorocaba, 2015. Disponível em: <http://www.direitonet.com.br/
dicionario/exibir/873/Lide>. Acesso em: 19 set. 2017.
já que trata de relações entre 
particulares, qual é a sua forma mais 
comum de utilização? 
a) Âmbito público.
b) Âmbito litigioso.
c) Âmbito legal.
d) Âmbito administrativo.
e) Âmbito comercial.
Mediação e arbitragem: conceitos256
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