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Abordagem semiológica do paciente com insuficiência cardíaca

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introdução 
prevalência de 2 a 3% em pacientes 
acima de 65 anos 
dentre as doenças cardiovasculares, é 
a que apresenta maior custo global – 
paciente descompensa e fica 
internado; alto gasto com medicações 
doença de alta mortalidade a alta 
morbidade – paciente não consegue 
fazer coisas que anteriormente fazia, 
progressivamente vai sendo afastado 
de suas atividades (má qualidade de 
vida) 
descompensações fazem parte da sua 
evolução natural 
mortalidade anual é estimada entre 5 
e 30% 
fisiopatologia 
é o resultado clínico da incapacidade 
do coração de manter a perfusão 
adequada dos tecidos ou de mantê-la 
à custa de mecanismos de 
compensação, como taquicardia e 
aumento das pressões de enchimento 
ou volume circulatório 
- estado de baixo débito: não chega 
oxigênio suficiente aos tecidos e 
órgãos (má perfusão) 
- paciente pode ser perfundido mas 
faz esforços 
- mecanismos compensatórios a longo 
prazo: hipertrofia/dilatação, causando 
 
 
 pior desempenho contrátil do 
ventrículo 
determinantes da contratilidade 
cardíaca, desempenho ventricular e 
demanda de oxigênio miocárdico 
- pré-carga: todo o sangue que chega 
no coração que vem do retorno 
venoso 
- pós-carga: volume que consegue ser 
efetivamente ejetado na sístole 
- frequência e ritmo cardíacos: 
frequências altas ou baixas causam 
alteração do débito cardíaco 
- quantidade do miocárdio viável: 
paciente que teve infarto – a área que 
infartou evolui com fibrose 
adaptação neuro-hormonal 
- baixo débito (má perfusão): ativação 
do SRAA (maior reabsorção de sódio e 
água nos rins como mecanismo 
compensatório – ruim a longo prazo, 
traz aumento da volemia que começa 
a extravasar – edema, congestão...), 
SNA, endotélio, atividade 
imunoinflamatória, estresse oxidativo e 
neuropeptídeos natriurétricos 
- retenção de sal e agua – acúmulo de 
líquidos 
- o edema da IC é um mecanismo de 
defesa que o organismo dispõe para 
garantir uma adequada perfusão dos 
tecidos 
teoria de starling 
 
 ABORDAGEM DO PACIENTE COM IC 
JADY XAVIER 
- as forças que atuam sobre a 
membrana capilar movem o líquido 
para dentro ou fora do vaso através da 
membrana 
- perda do equilíbrio entre essas 
forças: extravasa o líquido para o 
interstício – edema 
 
tipos 
aguda (muito rápida) X crônica 
direita X esquerda – na prática o 
paciente geralmente apresenta os dois 
tipos 
sistólica X diastólica 
•disfunção sistólica: a queda do DC 
acontece devido a um problema na 
contratilidade miocárdica 
acompanhada de redução da fração de 
ejeção do VE 
•disfunção diastólica: a função sistólica 
está preservada e a queda do DC se 
deve a um enchimento cardíaco 
inadequado por uma redução da 
complacência ventricular 
*o termo fração de ejeção é utilizado 
para descrever a força e a capacidade 
das câmaras esvaziarem com cada 
batida 
IC com fração de ejeção reduzida 
(sistólica) e IC com fração de ejeção 
preservada (diastólica) 
 
causas mais comuns 
- doença cardíaca isquêmica 
- HAS 
- cardiomiopatias 
- drogas (citotóxicas, anti-arrítmicos) 
- toxinas (álcool, cocaína, mercúrio) 
- endócrinas (DM, hiper ou 
hipotireoidismo, cushing, 
feocromocitoma) 
- nutricionais (deficiência de tiamina, 
caquexia, obesidade) 
- infiltrativas (sarcoidose, amiloidose, 
hemocromatose) 
- outras: chagas, HIV, periparto, 
doença renal crônica avançada (o rim 
não funciona mais e acaba causando 
insuficiência renal) 
anamnese 
- dispneia aos pequenos, médios e 
grandes esforços – é progressiva, 
JADY XAVIER 
lenta (um pouco parecida em paciente 
com DPOC) 
- ortopneia: dispneia ao deitar 
- DPN: paciente acorda com intensa 
falta de ar acompanhada de 
sufocação, tosse seca e opressão 
torácica que o obriga a sentar-se na 
beira da cama ou levantar-se – 
sintoma muito característico da IC 
- durante a crise dispneia pode 
acontecer broncoespasmo – asma 
cardíaca, pode auscultar sibilo 
- intolerância aos esforços por 
disfunção sistólica do VE 
•asma cardíaca X brônquica 
cardíaca: surge na posição deitada, 
melhora ao sentar ou ficar em pé; 
podem estar presentes taquicardia, 
ritmo de galope e estertores finos nas 
bases pulmonares 
brônquica: dispneia não é aliviada pela 
mudança de posição, predominam 
sibilos disseminados 
- tosse com expectoração espumosa 
(por conta da saída da albumina), 
branca ou rósea (raios de sangue) ou 
seca mais intensa à noite, podendo 
ser muito incômoda, impedindo o 
paciente de dormir 
- cianose 
- edema agudo de pulmão: respiração 
ruidosa pela presença de sibilos e 
estertores bilaterais; a expectoração 
adquire aspecto róseo ou fracamente 
hemoptoico 
- respiração de cheyne-stokes: 
períodos de apneia seguidos de 
movimentos respiratórios, a princípio 
superficiais mas que vão se tornando 
cada vez mais profundos até chegar a 
um máximo, após o qual vão 
diminuindo paulatinamente de 
amplitude até uma nova fase de 
apneia – IC descompensada 
- no edema agudo de pulmão, o 
liquido que inunda os alvéolos não é 
formado apenas por plasma, contém 
também hemácias (expectoração 
rósea ou fracamente hemoptoica) 
- a congestão pulmonar facilita a 
instalação de infecção bacteriana – 
expectoração mucopurulenta, de cor 
amarelada ou esverdeada 
- edema: resultante do aumento do 
líquido intersticial proveniente do 
plasma sanguíneo 
- aumento do peso em 10% do total, 
sem que apareçam sinais evidentes do 
edema 
- o líquido pode se acumular nas 
cavidades, como abdome, tórax, 
pericárdio e bolsa escrotal 
- vespertino, diminuindo ou 
desaparecendo com o repouso 
noturno 
- edema nos MMII, em torno dos 
maléolos, depois progride atingindo as 
pernas e coxas 
JADY XAVIER 
*sinal do cacifo: digitopressão contra 
 uma estrutura óssea 
 
 
*grande área cardíaca (radiografia do 
tórax) 
 
*turgência de jugular: paciente a 45° 
 
 
exame físico 
- dispneia em repouso 
- palidez 
- cianose 
- pulso e PA 
- estase de jugular 
- avaliação do ictus cordis (ponta do 
VE – coincide com o foco mitral) 
- ausculta pulmonar com estertores, 
derrame pleural (anasarca), sibilos 
- avaliação de congestão hepática – 
refluxo hepato-jugular (palpo e faço 
uma pressão no fígado, observo a veia 
jugular ficar túrgida; mostra que o 
fígado está congesto) 
- perfusão periférica 
 
 
 
*ao classificar o paciente eu escolho o 
tratamento adequado para ele 
 
 
JADY XAVIER 
 
 
quente e seco: boa perfusão, não está 
dispneico – melhor para tratar 
quente e congesto: pressão boa, está 
com muito líquido no pulmão – 
diuréticos para o excesso de líquido 
sair do pulmão 
frio e seco: baixa perfusão, vai precisar 
de um inotrópico, talvez precise 
aumentar a volemia porque ele está 
hipotenso 
frio e congesto: paciente gravíssimo, 
está hipotenso, risco de choque 
cardiogênico 
diagnóstico 
- anamnese e exame físico 
- exames complementares – 
investigação de etiologia e 
confirmação diagnóstica 
- ECOTT (ecocardiograma 
transtorácico), raio X de tórax, 
enzimas cardíacas, ECG, holter 24h 
- hemograma, função renal, eletrólitos, 
função hepática, função tireoidiana, 
sorologia para doença de chagas, pró-
BNP 
tratamento 
- drogas que previnem a progressão 
(IECA ou BRA, espironolactona, 
glifozinas, beta-bloqueadores) e 
drogas que reduzam os sintomas 
(diuréticos, digitálicos) 
- tratamentos que previnem a 
progressão aumentam a sobrevida 
 
 
 
JADY XAVIER

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