Logo Passei Direto
Buscar
Material
páginas com resultados encontrados.
páginas com resultados encontrados.
left-side-bubbles-backgroundright-side-bubbles-background

Crie sua conta grátis para liberar esse material. 🤩

Já tem uma conta?

Ao continuar, você aceita os Termos de Uso e Política de Privacidade

left-side-bubbles-backgroundright-side-bubbles-background

Crie sua conta grátis para liberar esse material. 🤩

Já tem uma conta?

Ao continuar, você aceita os Termos de Uso e Política de Privacidade

left-side-bubbles-backgroundright-side-bubbles-background

Crie sua conta grátis para liberar esse material. 🤩

Já tem uma conta?

Ao continuar, você aceita os Termos de Uso e Política de Privacidade

Prévia do material em texto

@gisamedvet | Medicina Veterinária
DISTÚRBIOS CIRCULATÓRIOS E INFLAMAÇÃO
CIRCULAÇÕES CORPÓREAS E EDEMA
O sistema cardiovascular transporta os nutrientes e oxigênio aos tecidos, e remover os produtos tóxicos formados pelo metabolismo celular e tecidual.
O coração ejeta o sangue do interior dos ventrículos em direção ao corpo (ventrículo esquerdo e artéria aorta) e para os pulmões (ventrículo direito e tronco pulmonar), além de receber o sangue por meio dos átrios provenientes do corpo (átrio direito e veias cavas, cranial e caudal) e do pulmão (átrio esquerdo e veias pulmonares).
O sangue oxigenado sai do ventrículo esquerdo, passa pela valva aórtica e percorre pela artéria aorta em direção a todo corpo por meio de diversas ramificações.
Após a hematose, ou troca gasosa tecidual, o sangue, agora desoxigenado e rico em gás carbônico (CO2), retorna ao coração pelo sistema venoso e desemboca no átrio direito por meio das veias cavas cranial e caudal. Do átrio direito, o sangue passa pela valva tricúspide e chega ao ventrículo direito.
A circulação pulmonar, ou pequena circulação, origina-se do ventrículo direito do coração. O sangue, agora, pobre em oxigênio (O2) e rico em gás carbônico (CO2), passa pela valva pulmonar e percorre pelo tronco pulmonar em direção aos pulmões. O tronco pulmonar se ramifica em artéria pulmonar direita e esquerda. Após a troca gasosa pulmonar, o sangue se torna oxigenado, rico em O2, retorna ao coração pelas veias pulmonares e desemboca no átrio esquerdo. Do átrio esquerdo, o sangue passa pela valva mitral ou bicúspide e chega ao ventrículo esquerdo.
O edema é acúmulo de líquido no interstício ou em cavidades do corpo do animal por alteração na homeostase vascular.
Existem duas importantes pressões vasculares na microcirculação:
· A pressão hidrostática é regulada pela força que o sangue exerce contra as paredes dos capilares sanguíneos.
· A pressão oncótica é definida pela força de atração da água pelas proteínas presentes no sangue e no interstício, por exemplo, a albumina em maior abundância no plasma sanguíneo.
O edema ocorre então por três principais fatores:
· Aumento da pressão hidrostática intravascular; 
· Alterações da pressão oncótica (diminuição da pressão oncótica intravascular ou aumento da pressão oncótica extravascular – interstício);
· Obstrução da drenagem do líquido intersticial pelos vasos linfáticos.
Os casos localizados geralmente são causados por fatores locais e podem ser sinais iniciais do edema generalizado. 
O edema generalizado acomete maior extensão corpórea e as causas são sistêmicas, por exemplo, a insuficiência cardíaca, por falha no bombeamento sanguíneo e acúmulo de líquido intravascular e posterior extravasamento para o interstício, provocando o edema.
A cirrose (necrose do fígado), leva à diminuição da síntese de proteínas, em especial, a albumina sanguínea, caracterizando um quadro de hipoalbuminemia.
A patologia conhecida como hemoncose é uma enfermidade parasitária comum em ruminantes domésticos, sendo que os principais sinais clínicos são: anemia, desidratação e edema na região submandibular.
HIPEREMIA, HEMOSTASIA E HEMORRAGIA
A hiperemia é o aumento da quantidade de sangue no interior do vaso sanguíneo ou região.
A hiperemia ativa é decorrente do aumento do fluxo sanguíneo arteriolar do local por estímulo simpático ou humoral. A região acometida apresenta vermelhidão (eritema) e aumento da temperatura. Os fatores patológicos incluem as respostas inflamatórias agudas, com o maior aporte de sangue à região e posterior formação de exsudato.
A hiperemia passiva, ou congestão, é originada por falha na circulação venosa que leva ao acúmulo de sangue nas regiões anteriores ao fluxo sanguíneo normal. As causas podem ser locais, por obstrução venosa, ou sistêmica, por insuficiência cardíaca.
Na insuficiência cardíaca congestiva (ICC) o coração insuficiente se torna incapaz de bombear o sangue de forma satisfatória a manter o metabolismo das células. O débito cardíaco (DC) – quantidade de sangue ejetado pelos ventrículos por minuto – se torna reduzido.
A ICCe está relacionada a alterações morfofuncionais no átrio e ventrículo esquerdo, como falhas na valva atrioventricular esquerda, ou mitral, entre o átrio esquerdo e ventrículo esquerdo. O sangue se acumula nas veias pulmonares e leva à congestão pulmonar. 
Já a ICCd está relacionada a disfunções morfofuncionais no átrio e ventrículo direito, como distúrbios da valva atrioventricular direita, ou tricúspide, entre o átrio direito e ventrículo direito.
A hemostasia é a resposta do organismo frente a uma situação de sangramento dos vasos sanguíneos. A parede vascular, plaquetas e o sistema de coagulação atuam de forma conjunta para manter a integridade vascular e a fluidez do sangue dentro do vaso sanguíneo.
A hemorragia é definida pela saída do sangue do sistema cardiovascular (coração e vasos sanguíneos) para o espaço intercelular (interstício) e cavidades ou para o meio externo. A hemorragia interna ocorre dentro do organismo, enquanto a hemorragia externa ocorre por extravasamento do sangue para fora do corpo animal.
As hemorragias por rexe são provocadas por lesões na parede cardíaca ou dos vasos sanguíneos, enquanto na causada por diapedese ocorre anóxia, agressão do endotélio por agentes infecciosos e ação de anticorpos na superfície endotelial (hipersensibilidade ou alergia).
Trombose, embolia e coagulação intravascular disseminada
A trombose é definida pela solidificação do sangue no interior do coração e vaso sanguíneo.
Situação bastante comum é a formação de massas sólidas fora do sistema cardiovascular, denominada de coágulos. Após a morte do animal, o sangue coagula (solidifica) no interior do coração e vasos sanguíneos e recebe a denominação de coágulo cruórico e lardáceo.
As causas da formação do trombo incluem a: a) lesão endotelial, provocada por diversos fatores, dentre eles, o acúmulo de placas ateromatosas (gordura) e infecções; 
b) alterações do fluxo sanguíneo, por redução ou turbulência do fluxo sanguíneo que provocam maior contato das células sanguíneas no endotélio vascular e lesões vasculares, e; 
c) hipercoagubilidade por alterações hemodinâmicas que promovem a coagulação excessiva no interior dos vasos.
A embolia, ou êmbolos, são massas sólidas, líquidas ou gasosas presentes no sangue com a capacidade de obstruir um vaso sanguíneo. Os êmbolos são originados por desprendimento de pequenos fragmentos do trombo (tromboembolia) ou de placas ateromatosas presentes nos vasos sanguíneos ou bolhas de gás.
A coagulação intravascular disseminada (CID) é definida pela coagulação sanguínea em grande número de vasos sanguíneos com a formação de numerosos coágulos por toda a extensão vascular do corpo animal. Nestas situações, o consumo de plaquetas e fatores de coagulação são exacerbados e a diátese hemorrágica pode ocorrer facilmente por diminuição da capacidade de coagulação sanguínea.
A isquemia é definida como a redução parcial ou total do suprimento sanguíneo para um órgão ou um tecido.
As principais causas de isquemia são:
 a) obstrução vascular (mais frequente); 
b) aumento da viscosidade sanguínea; 
c) redução da pressão arterial e venosa (hipotensão); 
d) aumento da demanda do órgão ou tecido.
A isquemia intensa e prolongada provoca o infarto, que consiste em uma área delimitada de necrose tecidual por coagulação.
O infarto branco, ou anêmico, ocorre em órgãos com circulação terminal sem circulação colateral, por exemplo, o coração, baço e rins. O órgão se apresenta pálido e esbranquiçado
O infarto vermelho é denominado pela característica vermelha provocada pela hemorragia que acompanha a necrose por conta da vascularização colateral.A torção e obstrução do intestino nas herniações são exemplos de infarto vermelho em que há obstrução das veias e artérias.
O termo “choque” se refere à falência da microcirculação e hipoperfusão sanguínea de órgãos e tecidos de forma generalizada.
Choque cardiogênico: o coração se torna incapaz de bombear o sangue para os órgãos e tecidos.As causas são o infarto do miocárdio, tamponamento cardíaco (presença de sangue no saco pericárdico) e arritmias cardíacas.
Choque hipovolêmico: há redução excessiva do volume de líquido circulante. As causas incluem a hemorragia, desidratação e diarreia. 
Choque séptico: causado principalmente por infecções por bactérias Gram negativas que produzem endotoxinas. As endotoxinas se aderem às células de defesa (leucócitos) e provocam a síndrome da resposta inflamatória sistêmica, com a liberação de proteases que levam à lesão do endotélio e pode desencadear a coagulação intravascular disseminada.
Choque anafilático: causado por reação de hipersensibilidade do tipo I pela interação da reação antígeno-anticorpo com a liberação de substância como a histamina, que provoca reações sistêmicas, como a vermelhidão da pele (eritema), coceira (prurido), edema e redução da pressão arterial (hipotensão).
Choque neurogênico: disfunção do sistema nervoso que provoca a redução da atividade neurogênica nos vasos sanguíneos levando à hipotensão.

Mais conteúdos dessa disciplina