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Patologias do quadril - Adulto

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Beatriz Machado de Almeida 
Internato – 10º semestre 
1 
ANATOMIA 
O quadril é a articulação 
formada entre o fêmur e a 
bacia, mais precisamente 
entre a cabeça do fêmur e 
o acetábulo. No fêmur: 
grande trocanter, pequeno 
trocanter, cabeça femoral, 
ligamento redondo. 
No acetábulo: labrum 
acetabular (envolve quase 
todo o acetábulo; 
responsável pelo movimento 
de sucção), superfície 
articular, pulvinar (não tem 
cartilagem). 
No restante da bacia: ísquio, ilíaco e púbis. 
LIGAMENTOS 
O quadril tem 3 
ligamentos (1- ligamento 
de bígano – ligamento 
anterior, mais forte / 2- 
pubofemoral / 3 – 
ísquiofemoral (ligamento posterior) que saem da 
região da bacia e se inserem na região 
intertrocantérica. 
• Fraturas intracapsulares (intra-articular): 
dentro da cápsula ligamentar. Ex. fratura do colo 
e da cabeça do fêmur. 
• Fraturas extracapsulares (extra-articular):ex. 
fratura na diáfise do fêmur. 
MÚSCULOS 
Existe uma vasta inserção 
muscular: grupo anterior (psoas), 
lateral, posterior e medial. 
O grupo abdutor é muito importante no quadril: glúteo 
médio e glúteo mínimo saem da crista ilíaca e se 
inserem no trocanter femoral. São alvos de diversas 
patologias. 
INERVAÇÃO 
Tem inervação complexa e feixe 
neurovascular passando bem próximo à 
articulação propriamente dita. Por 
conta da inervação, é muito difícil 
fechar o diagnóstico da natureza da dor, 
pois a dor referida no quadril pode ser 
irradiada da coluna, joelho e pelve, 
podendo ser proveniente também de 
patologias ginecológicas, por exemplo. 
NECROSE ASSÉPTICA DA CABEÇA DO FÊMUR 
• É uma patologia muito frequente. 
• Adultos jovens: 20-40 anos. 
• Gênero masculino. 
A NACF é um infarto ósseo, que 
acontece, normalmente, na 
área de carga do fêmur. A 
necrose é um distúrbio do 
suprimento sanguíneo, causando 
necrose tissular. 
• Fatores de risco: álcool, corticoide, 
hemoglobinopatia (anemia falciforme é muito 
prevalente) e trauma. Em 80% dos casos a NACF 
é bilateral, exceto no trauma. 
QUADRO CLÍNICO 
• Dor na região inguinal. 
• Limitação funcional. 
DIAGNÓSTICO 
O paciente que chega com dor inguinal, dor na virilha, 
faz o movimento de rotação interna. Por ser um 
movimento muito específico, é raro que o paciente 
QUADRIL ADULTO 
Beatriz Machado de Almeida 
Internato – 10º semestre 
2 
com dor à rotação 
interna (rodar o pé 
pra dentro) não 
tenha alguma 
patologia do quadril. 
 
• RM: detecção dos estágios iniciais → padrão ouro. 
Hipossinal aponta para uma osteonecrose. 
• Cintilografia óssea: pode ser utilizada. 
• RX: alterações tardias. Imagem acima: área de 
esclerose abaixo e área de hipotransparência 
central (área de sobrecarga do quadril). 
TRATAMENTO 
 
PRESERVAÇÃO DA CABEÇA FEMORAL: 
• Ainda existe esfericidade da cabeça femoral. 
• Quando é esférica, pode-se tentar preservar o 
quadril: tratamento conservador com uso de 
analgésicos, muletas bilaterais por um certo 
período de tempo, retirada de carga. 
• Descompressão:¨furo no osso¨ para processo de 
neovascularização, bem como diminuição da 
pressão dentro da cabeça femoral. 
• Enxerto – implante de células tronco: 
experimental – hospital universitário. 
Todas essas possibilidades de tratamento com 
preservação da cabeça femoral não alteram 
prognóstico. O prognóstico da necrose depende 
somente do tamanho. Quanto maior a necrose, pior o 
prognóstico! 
ARTROPLASTIA TOTAL DO QUADRIL: 
• Já houve perda da esfericidade da cabeça 
femoral. Não existe outra opção que não seja a 
artroplastia total – prótese de quadril. 
• Paciente não possui mais qualidade de vida. A 
decisão de realizar a cirurgia é do paciente. Ao 
médico, cabe orientar função e riscos. 
IMPACTO FÊMURO-ACETABULAR 
• Atletas. 
• Homens: 20-30 anos / Mulheres: 30-40 anos. 
• Tipo came e tipo pincer. 
• É uma deformidade que pode ser no acetábulo 
(região de hipercobertura – PINÇA, PINCER ou 
TORQUES), na região do fêmur (presença de 
gibosidade na transição entre a cabeça do fêmur 
e o colo (CAME) ou pode ser combinado. 
 
CLÍNICA 
Exame físico: dor ao realizar 
flexão + adução + rotação 
interna. O paciente sente dor 
porque essa região de transição 
cabeça/colo vai chocar contra a região da bacia, 
levando à lesões no lábrum (região triangular vista na 
RNM) e na cartilagem articular. 
• Processo degenerativo → limitação importante ao 
realizar as atividades diárias. 
• História de dor ao fazer agachamento, ao sentar 
em locais baixos, ao dirigir muito tempo. 
DIAGNÓSTICO 
• RX: é necessário solicitar incidência em AP da 
bacia, e às vezes, outras incidências, como 
Lesquene, Ducroquet e Dunn, que servem 
basicamente para ver o perfil do colo femoral. 
• RNM: avaliar lesões condrais, labrais. Padrão 
ouro. Visualização das estruturas ósseas, 
estruturas condrolabrais, partes moles, lesões 
na cápsula articular, no tendão. 
Beatriz Machado de Almeida 
Internato – 10º semestre 
3 
 
TRATAMENTO 
• Já havendo uma lesão no lábrum, o tratamento à 
princípio é conservador: Fisioterapia, esporte e 
AINES. 
• Caso o paciente não apresente uma resposta 
positiva em 2-3 meses, pensa no tratamento 
cirúrgico: Osteocondroplastia (plastia da parte 
condral – cartilagem). Pode ser feita de forma 
aberta ou por atroscopia. 
 
Não há risco de 
reincidência. O que 
pode acontecer é uma 
hiporressecção ou uma 
nova lesão no lábrum. 
SÍNDROME DOLOROSA TROCANTÉRICA 
• Patologia muito comum. 
• Antigamente chamada de bursite do quadril. 
• Dor na face lateral. Patologia extra-articular, 
mais superficial, dor ao toque. 
• 40-60 anos. 
 
DIAGNÓSTICO 
• Exame físico: dor a palpação 
da face lateral. É uma dor bem 
localizada por conta do processo 
inflamatório localizado e 
superficial. 
• RX: pode não apresentar nenhuma alteração. 
• USG: examinador dependente. 
• RNM: padrão ouro, já que é uma 
lesão de partes moles (tendíneas). 
Imagem: Corte coranal em T2 – 
hipersinal na região 
peritrocantérica – processo 
inflamatório na região tendínea. 
TRATAMENTO 
• Basicamente conservador. 
• Analgesia, hábitos de vida, alongamento e 
fisioterapia (mais importante). 
• Infiltração com corticoide 
(dexametasona) ou células 
mesenquimais: quando não há 
resultados com o tratamento 
conservador. 
• Tratamento cirúrgico: se continuar sem resultado 
positivo. É muito raro ser indicado. 
PUBALGIA 
• Atletas, geralmente na prática de futebol. 
• Masculino. 
• 20-30 anos. 
• É um desbalanço que 
envolve dois músculos: 
abdutor longo (sai da região 
púbica e se insere no fêmur) 
e o reto abdominal (abdome). 
Esses músculos fazem movimentos opostos (um puxa 
pra cima e o outro para baixo) e se inserem na mesma 
aponeurose na região púbica. 
Com o chute, o paciente faz abdução do membro 
inferior, e esse músculo fica muito fortalecido, 
provocando movimentação (forma irregular) nessa 
articulação, que não deveria ter movimento nenhum. 
Beatriz Machado de Almeida 
Internato – 10º semestre 
4 
DIAGNÓSTICO 
• Exame físico: dor na 
sínfise púbica, dor a 
adução contra-resistência. 
O paciente vai se queixar de 
dor na região anterior e baixa do abdome. 
• Raio X: alteração 
degenerativa na sínfise. 
Pode vir normal. Imagem: 
irregularidade da 
sínfise púbica, presença 
de osteófitos. 
• RNM: padrão 
ouro. Pode ver o edema 
de sínfise púbica + 
lesão do adutor longo. 
Corte coronal T2 – 
bastante líquido no osso 
do púbis – inflamação. 
TRATAMENTO 
• Conservador: analgesia, AINE, fisioterapia 
motora, alongamento, fortalecimento dos 
agonistas, do reto abdominal, de core, musculatura 
paravertebral, musculatura abdutora do quadril. 
Se o paciente não for atleta profissional, deve-se pedir 
que ele interrompa por um tempo a prática esportiva, 
mas se for um atleta profissional é um pouco mais 
complicado. 
• Infiltração com anestésico: o corticoide não pode 
ser feito nos atletas(doping), mas pode-se fazer 
com células mesenquimais ou de PRP – 
experimental. 
• Cirúrgico: quando ocorre falha no tratamento 
conservador. 
❖ Desbridamento da sínfise púbica. 
❖ Tenostomia aberta bilateral do adutor longo. 
 
SÍNDROME DA DOR GLÚTEA PROFUNDA 
• É uma patologia difícil de se fechar o diagnóstico. 
• Dor na face posterior, na região glútea. 
• Irradiação: a dor pode vir da região sacral/região 
lombar e irradiar até a região do joelho. 
• Longo período sentado. 
Existem basicamente quatro tipos de diagnósticos que 
podem fechar em SDGP: 
❖ Síndrome do piriforme: 90% dos pacientes são 
diagnosticados com essa síndrome quando 
apresentam dor, mas isso ocorre de forma errônea, 
pois é uma síndrome que envolve uma má formação 
do nervo ciático, e é difícil de ocorrer. 
❖ Sacroileíte: a gravidez leva muito à sacroileíte, 
devido a liberação hormonal, que termina fazendo 
com que a região sacroilíaca abra pra receber a 
cabeça do bebê. 
❖ Impacto isquiofemoral. 
❖ Tendinopatia. 
 
DIAGNÓSTICO 
• Exame físico: dor na região glútea + irradiação 
para face posterior da coxa. 
❖ Quadrante superomedial: 
patologias geralmente 
envolvendo a região 
sacroilíaca. Quadrante 
superolateral: tendinopatia. 
❖ Quadrante inferolateral: síndrome do 
piriforme. Quadrante inferomedial: alterações 
isquiotibiais. 
• RX: não apresenta alterações. 
• USG: visualização do nervo ciático. 
• Eletroneurmiografia: muito bom, principalmente 
se o paciente apresenta algum 
déficit de força devido à 
contusão do nervo ciático. 
• RNM: muito bom. Imagem: corte 
em T1 – trajeto do ciático, 
Beatriz Machado de Almeida 
Internato – 10º semestre 
5 
descendo na face posterior. Buscar processos 
inflamatórios para que se pense no diagnóstico de 
síndrome do piriforme. 
TRATAMENTO 
• O tratamento para a síndrome do piriforme é 
basicamente conservador (95%; analgesia, MEV, 
fisioterapia), mas se falha, deve-se investigar se 
existe alguma causa, como por exemplo, 
compressão do nervo ciático. 
• Tratamento cirúrgico: liberação do nervo por via 
aberta ou por artroscopia. Deve ser evitada, pois 
apresenta complicações gravíssimas. 
ARTROSE DO QUADRIL 
• Doença degenerativa. 
• Pode ser primária (relacionada à idade) ou 
secundária (relacionada a uma outra patologia). 
• A grande maioria é causada de forma secundária 
a um impacto femoroacetabular. 
• Dor na virilha com irradiação: a dor na região 
inguinal às vezes pode irradiar até o joelho. 
• Comorbidades associadas ou não. 
DIAGNÓSTICO 
• Sinais radiológicos: não é obrigatório ter os 4. 
❖ Cistos. 
❖ Esclerose subcondral. 
❖ Redução do espaço articular. 
❖ Osteófitos. 
TRATAMENTO 
CONSERVADOR: 
• Analgesia. 
• Fisioterapia. 
• Hábitos de vida: atividade física, perda de peso, 
cessação do etilismo e do tabagismo. 
• Apoio de marcha: uso de bengala, muleta (lado 
contralateral a patologia). 
• Colágeno: sem comprovação de benefícios. Não tem 
efeitos colaterais. 
• Glucosamina, condroitina: o uso e o placebo tem o 
mesmo resultado, devendo ser evitado. 
CIRÚRGICO: 
• Artroplastia total do 
quadril. 
• Quando falha no 
tratamento conservador. 
• Pode ser pensando quando há uma perda na 
qualidade de vida, com limitação da função.

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