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Tópicos Integradores Atendimento Odontológico em Pacientes com Insuficiência Renal Crônica Insuficiência Renal Crônica É uma doença silenciosa, mais bem definida como uma síndrome metabólica, caracterizada por um declínio, caracterizada pelo declínio progressivo e geralmente irreversível da filtração glomerular. PACIENTE FICA IMUNOSSUPRIMIDO As causas mais comuns são: → Diabetes; → Hipertensão – devido ao aumento do volume plasmático; → Glomero Nefrite. Manifestações Bucais → Doença periodontal; → Candidíase. Tratamento → Controle de pressão; → Controle da dieta; → Evitar fármacos com potencial nefrotóxico; → Diálise e hemodiálise; → Transplante renal. Cuidados Gerais no Atendimento Odontológico → Antes de realizar o tratamento, o dentista deve entrar em contato com o médico Nefrologista. → Previamente antes de procedimentos cirúrgicos, deve ter em mãos hemograma e coagulograma. TEMPO ELEVADO DE SANGRAMENTO: devido a agregação plaquetária anormal. → Avaliar a Pressão arterial e frequência cardíaca. → Pacientes que apresentam quadros graves de anemia ou distúrbios de coagulação, devem ser atendidos em ambiente hospitalar. ANEMIA: devido a menor produção de entropiotema. Anestésicos → Articaína (com epinefrina); → Lidocaína com epinefrina. MÁXIMO 2 TUBETES Mepivacaína: EVITAR Protocolo farmacológico para pacientes em tratamento conservador Se a doença estiver bem controlada, o tratamento odontológico seguirá os procedimentos rotineiros de um paciente normal. Caso contrário, o dentista deverá informar o nefrologista sobre o tipo de procedimento a ser realizado e os fármacos que pretende empregar. Se, após a troca de informações com o médico, o paciente for considerado estável o suficiente para se submeter ao tratamento, alguns fatores devem ser levados em consideração: • Sedação mínima: se for considerada, empregar um benzodiazepínico de ação curta (p. ex., midazolam 7,5 mg). • Antissepsia intrabucal e extrabucal: solução de digluconato de clorexidina 0,12% e 0,2%, respectivamente. • Anestesia local: empregar menores volumes possíveis de uma solução de articaína 4% ou lidocaína 2%, com epinefrina 1:100.000 ou 1:200.000 (máximo de 2 tubetes por sessão). Quando a epinefrina estiver contraindicada, empregar solução de prilocaína 3% com felipressina (exceto em pacientes com anemia). Evitar o uso da mepivacaína, cujas metabolização hepática e excreção renal são mais lentas. • Uso de analgésicos: para dores leves, optar pela dipirona ou pelo paracetamol, nas menores doses eficazes. Evitar o uso da aspirina. Para dores moderadas a intensas, o tramadol parece ser uma boa escolha. • Uso de anti-inflamatórios: evitar o uso de anti- inflamatórios não esteroides, que podem aumentar a retenção de sódio e interagir com os anti-hipertensivos e diuréticos, causando brusco aumento da pressão arterial. Podem também interferir negativamente na agregação plaquetária. Dar preferência ao uso dos corticosteroides (dexametasona ou betametasona), em dose única ou por tempo restrito. • Uso de antibióticos: nos casos leves de doença renal crônica, não há necessidade de redução das doses ou mudanças no intervalo entre as doses dos antibióticos mais usados em odontologia: penicilina V, amoxicilina, metronidazol, claritromicina, azitromicina e clindamicina. As tetraciclinas e as cefalosporinas devem ser evitadas devido ao seu potencial nefrotóxico. Protocolo farmacológico e outros cuidados de ordem geral para pacientes tratados com hemodiálise Além dos cuidados descritos para os pacientes em terapia conservadora, o tratamento odontológico dos pacientes submetidos à hemodiálise requer precauções adicionais, descritas a seguir: • Avaliar a capacidade de tolerância do paciente aos procedimentos mais invasivos ou de maior duração. • Na avaliação da pressão arterial, nunca empregar o braço que contém a fístula arteriovenosa necessária às sessões de hemodiálise. • Todo paciente submetido à hemodiálise recebe heparina, anticoagulante que permite ao sangue passar pelo equipamento de diálise sem coagular. Como a heparina possui meia-vida plasmática curta (~ 2-4 h), é recomendado que os procedimentos odontológicos que causam sangramento sejam agendados no dia seguinte às sessões de diálise, para evitar o risco de hemorragia.10,15 • A penicilina V, a azitromicina e a clindamicina em geral não necessitam de ajustes das doses ou aumento do intervalo entre elas. Com base nos valores da taxa de filtração glomerular, o intervalo entre as doses de amoxicilina poderá ser mantido a cada 8 h ou ajustado para cada 12 ou 24 h. • O metronidazol, quando empregado por tempos curtos (3-5 dias), não requer ajustes nas doses e posologias habituais (250 mg a cada 8 h ou 400 mg a cada 12 h), por ser bem dialisável. • A profilaxia da endocardite bacteriana nesses pacientes é discutível.15,16 Quando ocorre esta complicação infecciosa, ela é invariavelmente causada por bactérias da pele, cuja porta de entrada é a fístula arteriovenosa, que permite a saída do sangue para a máquina e seu retorno após a diálise. Não há casos documentados de endocardite bacteriana decorrentes de procedimentos dentários que causam bacteremia transitória. Protocolo de atendimento odontológico para pacientes que receberam transplante renal Os pacientes que serão submetidos ao transplante renal devem ter os processos infecciosos tratados previamente, pois qualquer infecção severa pode contribuir para a rejeição do enxerto. Realizado o transplante, os procedimentos eletivos deverão ser agendados seis meses após a intervenção. Casos de urgência deverão ser atendidos em ambiente hospitalar, após troca de informações com o médico. Para diminuir a probabilidade de rejeição do rim transplantado, são empregados imunossupressores como a ciclosporina, os glicocorticoides e a azatioprina. Por esse motivo, os pacientes estão mais propensos ao desenvolvimento de infecções. • Considerar a profilaxia antibiótica previamente aos procedimentos cirúrgicos, pois as bacteremias transitórias decorrentes podem resultar em glomerulonefrite no rim transplantado, com risco de perda do órgão transplantado. • Pacientes fazendo uso crônico de corticosteroides podem requerer suplementação do corticosteroide, a critério médico. • Pacientes fazendo uso de varfarina (anticoagulante de meia-vida prolongada) deverão ser cuidadosamente avaliados antes de todo procedimento que cause sangramento, inclusive quanto à RNI (razão normatizada internacional) atual. Casos Clínicos 1. O atendimento em pacientes com doença insuficiência renal crônica está contra indicado atendimento em consultório odontológico em qual situação? Pacientes que apresentam quadros graves de anemia ou distúrbios de coagulação, e aqueles transplantados até 6 meses devem ser atendidos em ambiente hospitalar. 2. Paciente 72 anos, hipertenso, diabético, e portador de insuficiência renal crônica, realiza hemodiálise 2 vezes na semana, necessita realizar exodontia do elemento 42. Como você conduziria esse caso? ⎯ Solicitar avaliação do nefrologista, cardiologista e endocrinologista. ⎯ Realizar exames pré operatórios (hemograma, hemoglobina glicosilada, coagulograma) ⎯ Após liberação dos médicos, no dia do procedimento realizar aferimento de pressão e glicose. ⎯ Realizar procedimento 1 a 2 dias depois do paciente fazer a hemodiálise. ⎯ Usar Articaína ou Lidocaína com epinefrina, não excedendo dois tubetes. Deve avaliar a capacidade de tolerância do paciente, verificar a P.A. e índice de glicemia e em alguns casos com a autorização do médico, realizar a profilaxia de endocardite bacteriana. 3. Um paciente de 35 anos de idade, com doença renal crônica, que faz diálise quatro vezes por semana, foi encaminhado porum nefrologista para avaliação odontológica prévia ao transplante renal. O exame clínico não revelou cáries, doença periodontal ativa nem lesões da mucosa oral; porém o apinhamento dos dentes anteriores e inferiores era notório. A radiografia panorâmica revelou área radiolúcida multilocular de limites bem definidos, estendendo-se da região apical do dente 33 ao dente 42, causando discreto abaulamento da base mandibular e afastamento das raízes dos dentes 31 e 32. O paciente desconhecia a lesão e estava assintomático. Com base no caso clínico apresentado, julgue os itens a seguir. Devido à doença renal crônica, o risco de infecção pós operatória pode estar elevado, de modo que, algumas vezes, é necessário usar antibióticos. A dose de antibióticos deve ser aumentada para se obter o efeito desejado quando prescritos para esses pacientes. Não, a dose deve ser normal pra o tratamento de infecções. Porém, avaliado junto ao médico e deve ser realizado e monitorado até controle do quadro. Não precisam ser elevados, usando antibióticos como Amoxicilina, Azitromicina e Clindamicina. Devido aos valores da taxa de filtração glomerular, os intervalos usuais entre as doses são mantidos. 4. Nos pacientes renais crônicos, o uso de anti- inflamatórios não esteroidais, como a nimesulida, é seguro e eficaz no período pós-operatório? Deve ser evitando, pelo fato de reter sódio e interagir com medicamentos já usados pelo paciente.
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