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FACULDADE ÚNICA
DE IPATINGA
CÁLCULO NUMÉRICO E
APLICAÇÕES
MICHELE L. MOURÃO FERNANDES
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Com o intuito de facilitar o seu estudo e uma melhor compreensão do conteúdo aplicado
ao longo do livro, você irá encontrar ícones ao lado dos textos. Eles são para chamar a
sua atenção para determinado trecho do conteúdo, cada uma com uma função
especifica, mostradas a seguir:
UNIDADE
01
Sumário
1.Modelagem e Métodos numéricos
1.1.Modelos Matemáticos
1.2.Métodos Numéricos
1.3.Fontes de Erros
1.3.1.Erros de truncamento
1.3.2. Erros de arredondamento
1.3.3.Erro absoluto e relativo
1.4.Representação de números em pontos flutuantes
2.Raízes de Função
2.1.Método da Bissecção
2.2.Método da Falsa Posição
2.3.Método de Newton
UNIDADE
02
3.Resolução de Sistemas Lineares e não Lineares
3.1.Sistemas Lineares direto
3.1.1.Eliminação de Gauss
3.1.2.Método de Fatoração LU
3.2.Sistemas não-lineares
3.2.1.Método Newton
UNIDADE
03
6.Método dos quadrados mínimos
6.1.O caso linear discreto
6.1.1.O caso discreto geral
6.2.O caso contínuo
4.Interpolação
4.1.Interpolação Polinomial
4.2.Forma de Lagrange
4.3.Forma de Newton
UNIDADE
04
UNIDADE
06
5.Interpolação Numérica
5.1.Revisão de conceitos e definições iniciais
5.2.Soma de Riemann
5.3.A regra dos trapézios
5.4.A regra de Simpson
UNIDADE
05
CONFIRA NA APOSTILA
UNIDADE
Nesta unidade, vamos descrever como os modelos matemáticos
podem ser formulados, reconhecer o uso de métodos numéricos
para problemas que não podem ser resolvidos analiticamente,
identificar e corrigir as principais formas de erros numéricos.
Nesta unidade, vamos abordar a importância do uso dos métodos
numéricos para o cálculo de raízes de funções. Definir e diferenciar
os métodos da bissecção, da falsa posição e de Newton. Aplicar os
métodos da bissecção, da falsa posição e de Newton na solução de
problemas.
Nesta unidade, vamos abordar os métodos numéricos (direto ou
interativo) para resolução de sistemas lineares e não lineares.
Abordaremos a eliminação de Gauus, a fatoração LV, Gauus
Jacobi, Gauss Sleide e Métodos de Newton.
Nesta unidade, estudaremos métodos que permitem encontrar o valor
aproximado em um ponto de um intervalo determinado, através do
conhecimento de uma coleção de pares ordenados.
Nesta unidade, aproximaremos os valores das integrais definidas,
como visto no Cálculo I. Vamos revisar alguns conceitos de
integrais definidas e abordaremos a regra dos trapézios simples
e a de Simpson.
Nesta unidade, prosseguiremos com o estudo de aproximar
dados por funções conhecidas minimizando as distâncias.
Apresentaremos e discutiremos métodos e casos do problema de
mínimos quadrados.
42
INTRODUÇÃO
Nosso universo é regido pelo movimento e mudanças, e o Cálculo nos ajuda a
explicar a forma como ocorre o movimento e a variação das grandezas. Por grandeza,
entendemos tudo aquilo que pode ser medido.
O Cálculo Numérico nos ajuda a resolver problemas que não possuem uma
solução analítica utilizando para tal uma máquina de calcular ou um computador para
determinar uma solução aproximada para o problema.
Os métodos geralmente se aplicam a problemas que não possuem uma
solução exata, precisando ser resolvidos numericamente.
Utilizando apenas as quatro operações fundamentais e operações lógicas para
computar um resultado numérico tornando a combinação computador cálculo
numérico perfeita.
Esse material está dividido em 06 unidades onde iremos abordar os seguintes
temas: Modelagem e Métodos numéricos, Raízes de Funções, Resolução de
Sistemas Lineares e não Lineares, Interpolação, Interpolação Numérica e Equações
diferenciais.
Ótimo aprendizado para aplicação prática na vida das empresas.
Modelagem e
Métodos Numéricos
Nesta unidade, vamos descrever como os modelos matemáticos podem ser
formulados, realçando a importância do cálculo numérico e sua utilidade como
ferramenta para resolução de problemas reais das ciências exatas, das engenharias
e da própria matemática. Trataremos das formas de representação dos números em
sistemas de numeração, dando ênfase a representação em ponto flutuante.
Apresentaremos também noção de erro e de aproximação numérica.
1.1- Modelos Matemáticos
A Modelagem matemática é a área da matemática que transforma os
fenômenos ou as situações reais em linguagem numérica.
Para determinar a solução de um problema, podemos seguir as seguintes
etapas:
Definição do problema;
Levantar efeitos dominantes;
Criar o modelo matemático;
Resolver o problema matemático.
A figura 1, representa um fluxograma com as etapas para solucionar um problema
através de um modelo matemático.
Fonte: Material do Saga
UNIDADE
Entendemos por método analítico aquele que, a menos de erros de
arredondamentos, fornece as soluções exatas do problema real. Em geral, tais
soluções são obtidas a partir de fórmulas explícitas. Por outro lado, um método
numérico é constituído por uma sequência finita de operações aritméticas que, sob
certas condições, levam a uma solução ou a uma aproximação de uma solução do
problema.
(Ministério da Educação - MEC Coordenação de Aperfeiçoamento de Pessoal de Nível Superior Universidade Aberta do Brasil)
O Fluxograma nos apresenta duas etapas fundamentais para alcançarmos o
resultado desejado:
Modelagem do problema, que consiste na representação do problema através
de um modelo matemático, tornando o modelo um problema matemático
resolvível, podemos observar que em um mesmo problema podemos ter vários
tipos de modelos distintos.
Resolução do modelo, etapa que buscamos encontrar um método de resolução
para o modelo desenvolvido é nesta face que necessitamos de métodos
numéricos para resolver o modelo.
Nos vários ramos das ciências aplicadas, os métodos utilizados na resolução de
problemas matemáticos, baseiam-se em duas categorias: método numérico e método
analítico.
Quando desejamos a solução exata de um problema é preferível resolvermos
pelo método analítico, porém a resolução de alguns modelos de problemas reais é
muitas das vezes complexas e envolve fenômenos não-lineares, tornando impossível
a resolução pelo processo analítico, nesses casos podemos utilizar as soluções
aproximadas dos métodos numéricos, tornando-se estes uma importante ferramenta
para resolver estes problemas reais.
Em um método numérico, uma solução aproximada é, em geral, obtida de forma
construtiva: partindo de aproximações iniciais, vão sendo construídas novas
aproximações até que uma aproximação considerada “boa” seja obtida. Desse
modo, um método numérico pode ser escrito em forma de algoritmo com as
operações (ou grupos de operações), podendo ser executadas repetidamente.
(Ministério da Educação - MEC Coordenação de Aperfeiçoamento de Pessoal de Nível Superior Universidade Aberta do Brasil)
Vamos abordar dois exemplos simples para melhor diferenciar os métodos
analíticos dos métodos numéricos.
Exemplo 1:
Um método analítico para determinar (quando existem) os zeros de uma função
quadrática 𝑓(𝑥) = 𝑎𝑥 + 𝑏𝑥 + 𝑐, 𝑐𝑜𝑚 𝑎 ≠ 0 é dado pela fórmula de Bhaskara, a saber:
𝑥 =
±√
.
Desse modo, os zeros reais de 𝑓(𝑥) = 𝑥 − 8𝑥 + 15 são 𝑥 =
( ) ( )
= 3 e
𝑥 =
( ) ( )
= 5.
Exemplo 2: (Retirado do livro do MEC, cálculo numérico, Fortaleza, 2010)
Um método numérico para determinar uma aproximação para a raiz quadrada
de um número real p, maior que 1, é o algoritmo de Eudoxo:
do fato de 𝑝 > 1, temos que 1 < 𝑝< 𝑝. Escolhe-se, como uma primeira
aproximação para 𝑝, 𝑥 =
( )
, ou seja, a média aritmética entre 1 e 𝑝. Pode-se
mostrar que 𝑝/𝑥 < 𝑝<𝑥 .
Escolhe-se como uma nova aproximação 𝑥 = (𝑝/𝑥 + 𝑥 )/2, isto é, a média
aritmética entre p/𝑥 e 𝑥 . Novamente, pode-se mostrar que < 𝑝 < 𝑥 .
Continuando desse modo, podemos construir uma sequência de aproximações
dada por:
𝑥 =
⎩
⎪
⎨
⎪
⎧
1 + 𝑝
2
𝑠𝑒 𝑛 = 0
𝑝
𝑥
+ 𝑥
2
𝑠𝑒 𝑛 ≥ 1
Logo, o cálculo numérico tem por objetivo estudar técnicas numéricas ou
métodos numéricos para obter solução de problemas que possam ser representados
por modelos matemáticos.
1.2- Métodos Numéricos
Para resolvermos problemas que não apresenta uma solução exata, recorremos
aos métodos numéricos:
• Tecnologias Digitais.
• Números Primos e Casas Decimais.
• Truncamento: É uma pausa forçada nos casos de números com dízimas
periódicas ou irracionais, ou decimais que o processador não suporte.
1.3-Fontes de erros
Os métodos numéricos fornecem soluções aproximadas para os problemas
reais, com as soluções aproximadas surgem os erros.
Os erros cometidos para encontrar a solução de um problema podem ocorrer
tanto na fase da modelagem como na de resolução. Vamos analisar as principais
fontes de erros que levam a diferença entre a solução exata e uma aproximada de um
problema real.
Na fase de modelagem, pode ocorrer o erro nos dados da simplificação na
construção do modelo matemático. Já na fase da resolução pode ocorrer o erro de
truncamento e de arredondamento.
1.3.1- Erros de truncamento
Quando os processos são infinitos ou muito grandes para a determinação de
certo valor são interrompidos em um determinado ponto, surgindo os erros de
truncamento.
O erro de truncamento ocorre quando substituímos um processo matemático
por um processo aproximado que corresponde a uma parte deste processo exato.
Considerando um número finito de termos de uma série, estamos fazendo o
truncamento desta série.
Um exemplo desse tipo de erro ocorre quando calculamos 𝑒 para algum
número real 𝑥 em um computador. O valor exato é dado pela série:
𝑒 =∑
!
Por ser impossível somar valores infinitos termos da série, fazemos uma
aproximação.
𝑒 ≅ 1 + 𝑥 +
!
+
!
+ ⋯ +
!
.
A solução é a de interromper o cálculo quando uma determinada precisão é
atingida.
1.3.2- Erros de arredondamento
No processo de cálculo de uma solução numérica ocorrem erros de
arredondamento. Tais erros estão associados ao fato de os computadores ou
sistemas eletrônicos utilizam um número fixo de dígitos para representar os números.
Portanto, toda vez que o resultado de uma operação for um número que não pode ser
representado exatamente no sistema usado, necessitamos desprezar dígitos e
arredondar o número.
Ao registrar um valor aproximado, costuma-se usar a seguinte regra:
somar meia unidade após a última casa decimal a conservar;
desprezar as demais casas.
√2 ≈ 1,414 ≈ 1,41
1.3.3- Erro Absoluto e relativo
Ao resolvermos modelos matemáticos, muitas vezes utilizamos instrumentos
de cálculo que necessitam que sejam feitas certas aproximações, tais aproximações
podem gerar erros, tais como de arredondamento e truncamento que foi explicada
acima.
O erro absoluto apresenta a seguinte definição:
Seja 𝑥 um número e �̅� sua aproximação, chama-se erro absoluto, 𝐸𝐴 , a diferença
entre 𝑥 e �̅�. 𝐸𝐴 = 𝑥 − �̅�, no caso de 𝑥 > �̅�,ou seja, quando 𝐸𝐴 > 0, dizemos que �̅�
é uma aproximação por falta e, no caso de 𝑥 < �̅�, ou seja quando 𝐸𝐴 < 0,dizemos
que �̅� é uma aproximação por excesso.
Exemplo 03:
Como 1,41 < √2 < 1,42, temos que 1,41 é uma aproximação de √2 por falta e 1,42
uma aproximação por excesso. Logo, temos:
𝐸𝐴 =|1,42 − 1,41| = 0,01
𝐸𝐴 < 0,01 , que significa que o erro absoluto cometido é inferior a um centésimo.
Chamamos erro relativo o valor do quociente entre o erro absoluto e o valor da
grandeza, podemos defini-lo como:
Seja 𝑥 um número e �̅� ≠ 0 uma de sua aproximação, e designamos por 𝐸𝑅 , a razão
entre 𝐸𝐴 e �̅�.
𝐸𝑅 =
𝐸𝐴
�̅�
=
𝑥 − �̅�
𝑥
.
Ao produto 100 × 𝐸𝑅 , chamamos erro percentual ou percentagem de erro.
Exemplo 04:
Seja um número 𝑥 com uma aproximação �̅� = 2112,9 tal que |𝐸𝐴 |<0,1, calcular os
erros relativos cometidos nas aproximações.
|𝐸𝑅 | =
|𝐸𝐴 |
|�̅�|
<
0,1
2112,9
≅ 4,73. 10
1.4. Representação do número em pontos flutuantes
A necessidade de contar e registrar os objetos contados vem desde os tempos
primórdios e o homem desenvolveu várias técnicas para fazê-lo, até chegar ao
conceito de número que temos hoje.
Precisamos diferenciar o conceito de número e numeral.
Número serve para descrever a quantidade.
Numeral é o símbolo ou conjunto de símbolos para representá-lo.
O nosso sistema de numeração é o decimal, utilizamos 10 dígitos para representá-
lo: 0,1,2,3,4,5,6,7,8,9. Este sistema é posicional, ou seja, o valor de cada símbolo é
relativo à sua posição.
Exemplo 05:
No número 56.045 temos:
1. o algarismo 5 ocupa a posição das dezenas de milhar, podemos representá-lo 5×
10.000 ou 5× 10 unidades;
2. o algarismo 6 ocupa a posição das unidades de milhar, podemos representá-lo 6 ×
1000 ou 6 × 10 unidades;
3. o algarismo 0, ocupa a posição das centenas, podemos representá-lo 0𝑥100 ou
0 × 10 .
4. o algarismo 4 ocupa a posição das dezenas, podemos representá-la 4 × 10
unidades;
5. e o algarismo 5 ocupa a posição das unidades.
Logo, 56045 significa 5 × 10 + 6 × 10 + 0 × 10 + 4 × 10 + 5 × 10
Qualquer número natural pode ser representado de modo único em uma base
qualquer.
Seja 𝐵 um inteiro maior que 1, então cada 𝑁 ∈ ao conjunto dos naturais,
admite uma representação única da forma:
𝑁 = 𝑎 × 𝐵 + 𝑎 × 𝐵 + ⋯ + 𝑎 × 𝐵 + 𝑎 × 𝐵 + 𝑎 , em que 𝑎 ≠ 0 e 0 ≤
𝑎 < 𝐵, para toda 𝑖 com 0 ≤ 𝑖 ≤ 𝑚 ≤.
Trabalhamos com outras bases distintas das decimais, são elas: binária (2);
octal (8) e hexadecimal (16).
Exemplo 06:
Representar o número 69 nas bases 2 (binária), 8 (octal), 10 (decimal) e 16
(hexadecimal).
69 = 1x2 + 0𝑥2 + 0𝑥2 + 0𝑥2 + 1𝑥2 + 0𝑥2 + 1𝑥2 = (1000101)
69 =1𝑥8 + 0𝑥8 +5𝑥8 = (105)
69 = 6𝑥10 + 9𝑥10 = 69
69 = 4𝑥16 + 5𝑥16 =(45)
Exemplo 07:
Transformar as bases abaixo para números decimais
(1101.101) = 1 × 2 + 1 × 2 + 0 × 2 + 1 × 2 + 1 × 2 + 0 × 2 + 1 × 2 =
13,625
(470,75) = 4 × 8 + 7 × 8 + 0 × 8 + 7 × 8 + 5 × 8 = 312,953125
A representação em ponto fixo, não é adequada para processarmos nos
computadores ou calculadoras. Usamos uma representação denominada
representação em pontos flutuantes, o número é representado na forma:
𝑥 = ±0, 𝑑 𝑑 … 𝑑 𝛽 , 𝑐𝑜𝑚 𝑥 ≠ 0; 𝑑 ≠ 0; 𝑑 ,𝑑 , … 𝑑 ∈ {0, … , 𝛽 − 1} é um inteiro com
0 ≤ 𝑑𝑑 < 𝐵 e 𝑑 ≠ 0 e é um inteiro tal que 𝑙 ≤ 𝑒 ≤ 𝑢 , o número 0,𝑑 𝑑 … 𝑑 é
chamado de mantissa, 𝛽 é a base do sistema, 𝑡 é um número de algarismos na
mantissa e 𝑙 e 𝑢 são, respectivamente, os limites inferiores e superior para o
expoente 𝑒.
Você sabia que qualquer número inteiro ou fracionário, pode ser exposto no
formato x𝑏𝑎𝑠𝑒 ,em que variam a posição da vírgula e o expoente ao qual
elevamos a base.
Para fixar melhor a representação em ponto flutuante normalizada, vejamos o
seguinte exemplo retirado do livro do MEC, cálculo numérico, Fortaleza, 2010.
Considere uma máquina S com representação em ponto flutuante normalizada na
base binária, com t =8 e ∈ [−5,5]. Temos então:
O número 𝑛 = 0,10100110 × 2 representado em S corresponde, na base 10, a
5,1875 e o número 𝑛 10100111 × 2 presentado em S, corresponde, na base 10, a
5,21875, podemos perceber que 𝑛 e 𝑛 são dois números consecutivos. Portanto não
é possível representar em S qualquer número compreendido entre 5,1875 e 5,21875.
Assim 5,2, porexemplo, não tem representação exata em S. Esta perda se da porque
o número de dígitos na mantissa não é suficiente.
Você pode aprofundar seus conhecimentos consultando as referências que
citamos e/ou visitando páginas da internet. Abaixo, listamos uma página
interessante que pode ajudá-lo nessa pesquisa. Bons estudos!
https://www.univates.br/bdu/bitstream/10737/2519/1/2015JeffersonFerreiraMesqu
ita.pdf
https://www1.univap.br/spilling/CN/apostila1.pdf
https://prominasonline.com.br/?gclid=EAIaIQobChMIoZ3msqun9QIV4suGCh2Fh
AzcEAAYASAAEgIgJfD_BwE
Questão 01. (https://anhanguera-atps.weebly.com/Adaptado) Marque a opção que
apresenta o valor absoluto e relativo que utiliza um sistema aritmético de ponto
flutuante de 4 dígitos ao registrar o número X = 0.654987 x10 , se o processo usado
for o de truncamento.
A) EA = 0,000087 e ER = 0,0133%.
B) EA = 0,087 e ER = 0,12%.
C) EA = 0,00016 e ER = 0,0013%.
D) EA = 0,0014 e ER = 0,012%.
E) EA = 0,00015 e ER = 12%.
Questão 02. Mudar a representação do número (1101) base 2 para base 10.
A) 26.
B) 20.
C) 13.
D) 15.
E) 12.
Questão 03. Considere o valor exato x= 3247,512 e o valor aproximado �̅� = 3247,000.
O erro relativo corresponde a:
A) 0,0122568%.
B) 0,124567%.
C) 0,00123456%.
D) 0,00134567%.
E) 0,0157659%.
Questão 04. Considere agora o valor exato x=1,512 e o valor aproximado �̅� = 1,000.
Para essa aproximação o erro absoluto é igual a:
A) 41,3.
B) 51,2.
C) 46,7.
D) 54,2.
E) 23,5.
Questão 05. Considere 𝑥 = 100; �̅� = 100,1, 𝑦 = 0,0006 e 𝑦=0,0004. Assim, 𝐸𝐴 = 0,1
e 𝐸𝐴 = 0,0002. Marque a opção que representa o |𝐸𝑅 |, aproximadamente.
A) 4,73 × 10
B) 4,73 × 10
C) 1,73 × 10
D) 2,65 × 10
E) 2,76 × 10
Questão 06. A forma binária do número 37 é:
A) (111001)2
B) (101010)2
C) (100101)2
D) (100010)2
E) (11111)2
Questão 07. A representação em ponto flutuante normalizada na base indicada do
número (5987)10 é:
A) 0,05987 × 10
B) 0,004567
C) 0,004578
D) 0,5987 × 10
E) 1,2345
Questão 08. Um administrador de sistemas, ao analisar o conteúdo de um arquivo
binário, percebeu que o primeiro byte desse arquivo é, em hexadecimal, igual a 9F,
que corresponde, em decimal ao valor:
a) 99.
b) 234.
c) 105.
d) 16.
e) 159.
Teorema de Bolzano: Considerando 𝑓(𝑥) = 0, uma equação algébrica com
coeficientes reais e 𝑥 ∈ [𝑎, 𝑏]:
• Se 𝑓(𝑎) × 𝑓(𝑏) < 0, então existe um número ímpar de raízes reais no intervalor
[a, b].
• Se 𝑓(𝑎) × 𝑓(𝑏) > 0, então existe um número par de raízes reais no intervalor
[a, b].
Raízes de Funções
Nesta unidade, vamos abordar a importância do uso dos métodos numéricos
para o cálculo de raízes de funções. Definir e diferenciar os métodos da bissecção, da
falsa posição e de Newton. Aplicar os métodos da bissecção, da falsa posição e de
Newton na solução de problemas.
Para obtermos as raízes de funções, utilizando métodos numéricos, podemos
utilizar, métodos diretos que é utilizado quando for possível obter a raiz por meio de
teorema, fórmula ou expressão fechada. Métodos indiretos que é um recurso de
cálculo infinito, no qual o valor obtido depende do valor anterior.
Para encontrar as raízes de forma analítica, basta considerar um intervalo [a,b]
em que a função seja definida. Se a função for contínua nesse intervalo e existirem
dois pontos do domínio que assumem valores com sinais distintos na imagem, então
a função corta o eixo OX em pelo menos um ponto no intervalo [a,b].
Quando precisamos determinar o número de raízes em um determinado
intervalo [a,b], podemos recorrer ao teorema de Bolzano.
UNIDADE
2.1-Método da Bissecção
Consiste em um dos métodos para se determinar as possíveis raízes de uma
equação, o Método da Bissecção consiste em dividir o intervalo que contém a raiz da
função ao meio e por aplicação do Teorema de Bolzano, aplicado aos subintervalos
resultantes, determinar qual deles contém o zero ou a raiz da função.
Seja 𝑓(𝑥) uma função contínua no intervalo [𝑎, 𝑏] e seja 𝜀 uma raiz desta
função, sendo 𝜀 ∈ (𝑎, 𝑏), tal que 𝑓(𝜀) = 0.
Figura 02, representa a interpretação geométrica do método da bissecção.
Fonte: Material da Saga
O método consiste em dividir o intervalo [𝑎, 𝑏] de forma interativa, ao meio. Para
verificar se a raiz está contida na primeira ou na segunda metade do intervalo inicial,
é utilizado o teorema de Bolzano. Em seguida, o processo é repetido para aquela
metade que contém a raiz de 𝑓(𝑥) = 0, ou seja, aquela que a função, 𝑦 = 𝑓(𝑥), tem
valores numéricos com sinais opostos aos seus extremos.
Algoritmo:
𝑥 = , para 𝑛 = 1,2,3, …
Se 𝑓(𝑎). 𝑓(𝑥 )< 0, então teremos 𝑏 = 𝑥 , senão 𝑎 = 𝑥 .
Critério de parada, é definido por uma inequação que vamos testar em cada iteração.
|𝑓(𝑥 )| ≤ erro
Ou
|𝑏 − 𝑎| ≤ erro
O processo desta divisão em subintervalos, pode ser repetido até que se
obtenha uma precisão. Em cada iteração o zero da função é aproximado pelo ponto
médio que cada subintervalo que o contém.
Exemplo 01.
Encontrar a raiz da função 𝑓(𝑥) = 𝑥. ln(𝑥) − 3.2 contida no intervalo [2,3], com
erro≤ 10 .
Algoritmo do método
𝑥 =
𝑎 + 𝑏
2
Verificar se no intervalo dado se encontra uma de suas raízes:
𝑓(2) = 2. 𝑙𝑛2 − 3.2 = −1,8137
𝑓(3) = 3. 𝑙𝑛3 − 3.2 = 0,09584
Como, 𝑓(2). 𝑓(3) < 0, podemos concluir que existe uma raiz neste intervalo.
Interações
𝑎 𝑥 𝑏 𝑓(𝑎) 𝑓(𝑥 ) |𝑥 𝑎| 𝜀 = |𝑓(𝑥 )|
2 2.5 3 -1.81371 -0.90927 0.5 0.90927
2.5 2.75 3 -0.90927 -0.41810 0.25 0.41810
2.75 2.875 3 -0.41810 -0.16385 0.125 0.16385
2.875 2.9375 3 -0.16385 -0.03467 0.0625 0.03467
2.9375 2.96875 3 -0.03467 0.03042 0.03125 0.03042
2.9375 2.953125 2.96875 -0.03467 -0.00217 0.015625 0.00217
A raiz desejada é 𝜀 = 2,953125
Representaremos o cálculo da primeira iteração passo a passo, que representa
a primeira linha da tabela, as demais linhas seguem o mesmo raciocínio.
I- Algoritmo do método
𝑥𝑛 =
𝑎+𝑏
2
, o intervalo que se encontra uma de suas raízes é [2,3],𝑎 = 2 𝑒 𝑏 = 3, logo 𝑥 =
= = 2,5.
II. Redefinir o intervalo
𝑓(2) = 2. 𝑙𝑛2 − 3.2 = −1,8137
𝑓(3) = 3. 𝑙𝑛3 − 3.2 = 0,09584
𝑓(2,5) = 2,5. 𝑙𝑛2,5 − 3.2 = −0,90927
𝑓(2,5). 𝑓(3) < 0, o novo intervalo será: [2,5 ; 3]
III. Cálculo do critério de parada
|𝑓(𝑥 )| < 𝑒𝑟𝑟𝑜
|−0,90927| > 0,01
Como,|𝑓(𝑥 )| < 𝑒𝑟𝑟𝑜, precisamos fazer a segunda iteração.
O processo é repetido até que |𝑓(𝑥 )| < 𝑒𝑟𝑟𝑜.
2.2-Método da Falsa Posição
Consideremos uma função 𝑓(𝑥) contínua no intervalo [𝑎, 𝑏] e 𝜀 uma raiz desta
função.
No método da Bissecção, o 𝑥 é obtido através da média aritmética entre os
extremos do intervalo 𝑎, 𝑏:
𝑥𝑛 =
𝑎 + 𝑏
2
A raiz, na maioria das vezes está mais próxima de um dos extremos do intervalo. O
método da falsa posição toma a média aritmética ponderada entre 𝑎 𝑒 𝑏 com pesos
|𝑓(𝑏)| e |𝑓(𝑎)|, respectivamente, temos:
𝑥 =
| ( )| | ( )|
| ( )| | ( )|
, visto que |𝑓(𝑏)| e |𝑓(𝑎)| têm sinais opostos . 𝑥 =
( ) ( )
( ) ( )
Seja f contínua em [a,b] tal que 𝑓(𝑎) × 𝑓(𝑏) < 0 e seja 𝜀 o único zero de f neste
intervalo. Então o método da falsa posição gera uma sucessão 𝑥 que converge para
𝜀 . Ou seja lim
→
𝑥 = 𝜀.
Para determinar o critério de parada, que determina quando não precisamos
prosseguir com as iterações, seguiremos os seguintes critérios:
I) 𝑓(𝑥 ) < 𝑒𝑟𝑟𝑜
II) |𝑥 − 𝑥 |<𝑒𝑟𝑟𝑜
III) Número limite de iterações.
Exemplo 02:
Encontrar a raiz da função f(x) = 𝑥 -9𝑥 + 3, utilizando o método da falsa posição
usando como condições iniciais o intervalo I = [0,1] e 𝜀 = 2 x 10 .
Iniciamospelo cálculo dos valores de 𝑓(𝑎)𝑒 𝑓(𝑏)
𝐹(0) = 0 − 9.0 + 3 = 3
𝐹(1) = 1 − 9.1 + 3 = −5
Vamos calcular o valor da primeira interação:
𝑥 =
( ) ( )
( ) ( )
=
.( ) .( )
( )
= = 0,375
Calculando 𝑓(𝑥), temos:
𝐹(0,375) = (0,375) − 9. (0,375) − 3 = −0,322
Vamos calcular a segunda iteração. Como o 𝑓(𝑥) deu negativo, precisamos
trocar este valor, ou seja, vamos trocar o valor de b. O novo intervalo será
[0;0,375].
Logo, temos que:
𝐹(0) = 0 − 9.0 + 3 = 3
𝐹(0,375) = (0,375) − 9. (0,375) − 3 = −0,322
Atualizando o x, temos:
𝑥 =
𝑎𝑓(𝑏) − 𝑏𝑓(𝑎)
𝑓(𝑏) − 𝑓(𝑎)
=
0. (−0,322) − 0,375(3)
(−0,322) − 3
= 0,338624
Calculando 𝑓(𝑥), temos:
𝐹(0,3386224) = (0,338624) − 9. (0,336224) − 3 = −0,00879
I) Estamos nos aproximando do critério de parada, ou seja, |𝑥 − 𝑥 |<𝑒𝑟𝑟𝑜.
Para redefinir o intervalo, utilizamos novamente o teorema de Bolzano, como o
valor de 𝑓(𝑥) é negativo, iremos substituir o negativo, que no caso é o valor de
b, logo nosso novo intervalo será : [0; 0.338624]
𝐹(0) = 0 − 9.0 + 3 = 3
𝐹(0,3386224) = (0,338624) − 9. (0,336224) − 3 = −0,00879
𝑥 =
0. (−0,00879) − (0,338624)(3)
(−0,00879) − 3
= 0,337635
Atualizando F(x)
𝐹(0,337635) = (0,337635) − 9. (0,337635) − 3 = −0,00023
De acordo com o nosso critério de parada, queríamos que na nossa terceira
casa fosse menor que 2, como o zero é menor, podemos parar, podemos
concluir que a raiz aproximada desta função é 0,337635.
2.3- Método de Newton
Para determinarmos a raiz ou as raízes aproximadas de uma função podemos
recorrer ao método de Newton que consiste em considerar uma reta tangente a função
dada e determinar a equação desta reta tangente. Para encontrarmos a equação da
reta tangente podemos utilizar a equação fundamental da reta.
Seja 𝑓(𝑥) uma função contínua no intervalo [𝑎, 𝑏] e seja 𝜀 uma raiz desta
função, sendo 𝜀 ∈ (𝑎, 𝑏), tal que 𝑓(𝜀) = 0 𝑒 𝑓′(𝑥) ≠ 0.
A figura 03, representa a forma geométrica do método de Newton.
Em geral, utilizando várias retas tangentes a função dada até se aproximar da
raiz e encontrando sua equação da reta temos a seguinte fórmula do método de
Newton:
Desvantagens do Método da Falsa Posição:
Lentidão do processo de convergência (requer o cálculo de f(x) em um elevado
número de iterações);
Necessidade de conhecimento prévio da região na qual se encontra a raiz de
interesse (o que nem sempre é possível).
𝑥 = 𝑥 −
( )
( )
, para 𝑛 = 1,2,3 …
Critério de parada, que determina quando não precisamos prosseguir com as
iterações é:
|𝑥 − 𝑥 | ≤ 𝑒𝑟𝑟𝑜.
Exemplo 03:
Considere 𝑥 = 1, encontre a terceira aproximação 𝑥 para a raiz da equação
𝑥 + 2𝑥 − 4 = 0, utilizando o método de Newton.
𝐼. 𝐹(𝑥) = 𝑥 + 2𝑥 − 4, como vamos utilizar o método de Newton, precisamos derivar a função
dada, temos:
𝐹 (𝑥) = 3𝑥 + 2
𝑥𝑁+1 = 𝑥𝑁 −
𝑥𝑁
3 + 2𝑥𝑁 − 4
3𝑥𝑁2 + 2
Se 𝑥 = 1, podemos substituir na fórmula de Newton, logo:
𝑥 = 1 −
1 + 2.1 − 4
3. 1 + 2
= 1,2
Se 𝑥 1,2, temos que 𝑥 = 1,2 −
, . ,
. ,
≅ 1,1797
Logo a raiz aproximada da nossa equação será 1,1797.
Você pode aprofundar seus conhecimentos consultando as referências que citamos
e/ou visitando páginas da internet. Abaixo, listamos uma página interessante que
pode ajudá-lo nessa pesquisa. Bons estudos!
https://repositorio.ufsc.br/bitstream/handle/123456789/107647/MTM0038-
M.pdf?sequence=1
https://prominasonline.com.br/?gclid=EAIaIQobChMIoZ3msqun9QIV4suGCh2FhAzcEAAYA
SAAEgIgJfD_BwE
Questão 01. Considere a função𝑓(𝑥) = 𝑥. ln (𝑥) − 3, calcule os valores de 𝑓(𝑥) para
os seguintes valores arbitrários:
𝑥 1 2 3 4
𝑓(𝑥)
Utilizando o Método da Bisseção, podemos concluir que uma das possíveis raízes,
encontra-se no intervalo:
A) [1,2]
B) [2,4]
C) [3,4]
D) [1,4]
E) [2,3]
Questão 02. A função 𝑓(𝑥) = 2 − 3𝑥, possui dois zeros, um no intervalo de [0,1] e
outro no intervalo [3,4], aplicando o teorema da Bissecção, podemos determinar na
primeira iteração que o intervalo que contém a raiz é:
A) [0;0,25]
B) [0,25;1]
C) [0;0,75]
D) [0; 0,5]
E) [0,5;1]
Questão 03. Seja 𝑓(𝑥) = (𝑥 + 2)(𝑥 + 1)𝑥(𝑥 − 1) (𝑥 − 2). Para qual raiz de f o método
da bisseção converge quando aplicado no intervalo [-3; 2,5].
A) 1
B) 0,25
C) 0,35
D) 2
E) 3
Questão 04. Considere a função 𝑓(𝑥) = 𝑥 − 0,8 − 0,2𝑠𝑒𝑛(𝑥) com raiz no intervalo
0, , usando o método da falsa posição encontre uma aproximação para a raiz de f
com precisão de 10 .
A) 0,97564
B) 0,98765
C) 0,96432
D) 0,8765
E) 0,7565
Questão 05. Dada a função, 𝐹(𝑥) = 𝑒 +2 + 2 cos(𝑥) − 6 com zero no intervalo [1,2].
Use o método da falsa posição para encontrar uma aproximação para a raiz de f com
precisão de 10 .
A) 1,4356
B) 1,3456
C) 1,82938
D) 1,74567
E) 1,45677
Questão 06. A função 𝐹(𝑥) = 𝑥 − 4𝑥 + 4 − ln (𝑥) com zero no intervalo [1,2]. Calcule
a raiz de f(x)com precisão de 10 . Utilizando o método da falsa posição.
A) 1,41242
B) 1,34231
C) 1,23456
D) 1,12345
E) 1,45678
Questão 07. A função 𝐹(𝑥) = 2𝑥 − 𝑐𝑜𝑠(𝑥) possui uma raiz x no intervalo de 0, .
Calcule o valor de x com quatro casas decimais através do Método de Newton.
A) 0,4502
B) 0,3456
C) 0,4567
D) 0,4587
E) 0,7654
Questão 08. Encontre a raiz aproximada, utilizando o método de Newton de
𝐹(𝑥) = 5𝑥 − 𝑠𝑒𝑛(𝑥), com quatro casas decimais. Use 𝑥 = 0,5.
A) 0,5741
B) 0,2452
C) 0,4356
D) 0,5678
E) 0,5678
A determinação do conjunto solução dos sistemas lineares é um tema de estudo
relevante dentro da Matemática Aplicada e, particularmente, em muitos tópicos de
Engenharia. A complexidade de muitos sistemas, com elevado número de equações
e de incógnitas, requer, muitas vezes, o auxílio de um computador para resolvê-los.
Existem diversos algoritmos que permitem encontrar, caso existam, soluções de um
sistema, recorrendo eventualmente a métodos numéricos de aproximação.
Resolução de sistemas lineares
E não lineares
Para determinarmos alguns fenomenos como, previsão do tempo, linhas de
metrô, sinais de trânsito e etc., utilizamos a resolução de sistemas lineares.Veremos
nesta unidade alguns métodos numéricos (direto ou interativo) para resolução de
sistemas de equações lineares e não lineares.
3.1-Sistemas Lineares direto
Apresentaremos nesta unidade métodos numéricos para resolvermos
sitemas do tipo:
⎩
⎪
⎨
⎪
⎧
𝑎 𝑥 + 𝑎 𝑥 + ⋯ + 𝑎 𝑥 = 𝑏
.
.
.
𝑎 𝑥 + 𝑎 𝑥 + ⋯ + 𝑎 𝑥 = 𝑏
3.1.1-Eliminação de Gauss
Consiste em transformar um sistema Ax = b em um sistema equivalente com
matriz dos coeficientes triangular superior , por meio de transformações lineares.
Ax = b → 𝐴𝑥 = 𝑏 ( transformação equivalente)
UNIDADE
Teorema: Seja Ax =b, um sistema linear. Se:
I) trocarmos duas equações;
II) multiplicarmos uma equação por uma constante não nula;
III) adicionarmos um múltiplo de uma equação a outra equação.
Obteremos um sistema equivalente 𝐴𝑥 = 𝑏
O método de Gauss é composto por dua fases:
fase de eliminação;
fase de substituição.
Na fase de eliminação vamos escalonar a matriz transformando ela em uma
matriz triangular superior, na fase de eliminação vamos trabalhar com a matriz
aumentada [𝐴 ∣ 𝐵]e para uma matriz 𝑛 × 𝑛 este processo tera (𝑛 − 1) etapas.
O procedimento da fase de eliminação consite:
I) montar a matriz aumentada [𝐴 ∣ 𝐵], que consite em representar o sistema
em forma de matriz.
II)determinação do pivô :𝑎
III) definir os múltiplos de linha 𝑚 =
IV) atualização das linhas 𝐿 ← 𝐿𝑖 − 𝑚 𝑥𝐿 ô
Podemos destacar as seguintes vantagens do método:
possui solução exata;
é o método com o menor número de operações, diminuindo custo
computacional;
consiste em multiplicar casa equação por um número real (pivô) para obter o
sistema na forma de escada:
Exemplo 01:
Vamos aplicar o método da eliminação de Gauss, para resolver o sistema.
3𝑥 + 2𝑥 + 4𝑥 = 1
𝑥 + 𝑥 + 2𝑥 = 2
4𝑥 + 3𝑥 − 2𝑥 = 3
I. Montar a matriz aumentada [𝐴 ∣ 𝐵]
𝐴( )/𝑏( )=
3234
2211
1423
II. Para eliminar o primeiro coeficiente da segunda equação devemos
encontrar um “pivô” que possa eliminá-lo, neste caso, o pivô será o 3.
3234
2211
1423
, elemento pivô é o 3.
III. Definir os múltiplos de linha 𝑚 =
𝑚𝐿 = , 𝐿 ← 𝐿 − 𝑚𝐿 × 𝐿
A linha 02 recebendo ela mesma, menos o multiplicador, que são múltiplos
convenientes da primeira equação a cada uma das equações seguintes de modo
a ter todos os coeficientes da incógnita 𝑥 abaixo da primeira equação iguais a
zero, vezes o elemento da linha pivô.
𝑚𝐿 = , 𝐿 ← 𝐿 − 𝑚𝐿 × 𝐿
IV. Precisamos zerar os elmentos 𝑎 e 𝑎 .
3234
2211
1423
Para zeramos os elementos𝑎 e 𝑎 da linha 02, que são 1,1,2 e 2, subtrair pelo
elemento multiplicador que é e multiplicar pelos elementos da linha 1 que são 3,2,4
e 1.
𝐿 ← 𝐿 − 𝑚𝐿 × 𝐿
1 −
1
3
× 3 = 0
1 −
1
3
× 2 =
1
3
2 −
1
3
× 4 =
2
3
2 −
1
3
× 1 =
5
3
𝐴( )/𝑏( ) =
3
5
3
2
3
1
0
1423
Precisamos pegar os elementos da linha 03, que são 4,3, -2 e 3, subtrarir pelo
elemntos multiplicador que é e multiplicar pelos elementos da linha 01.
𝐿 ← 𝐿 − 𝑚𝐿 × 𝐿
4 −
4
3
× 3 = 0
3 −
4
3
× 2 =
1
3
−2 −
4
3
× 4 =
−22
3
3 −
4
3
× 1 =
5
3
𝐴( )/𝑏( ) =
3/53/223/10
3/53/23/10
1423
Para zerar o elemento da terceira linha e segunda coluna, o novo elemento pivô é o
𝑎 = , o elemento multiplicador 𝑚𝐿 = = 1.
Calculando os novos elementos da terceira linha temos:
𝐿 ← 𝐿 − 𝑚𝐿 × 𝐿
0 − 1 × 0 = 0
1
3
− 1 ×
1
3
= 0
−22
3
− 1 ×
2
3
= −8
5
3
− 1 ×
5
3
= 0
Logo, 𝐴( )/𝑏( ) =
0800
3/53/23/10
1423
, temos uma matriz triângular superior trivial.
V.Reescrevendo o sistema temos:
3𝑥 + 2𝑥 + 4𝑥 = 1
1
3
𝑥 +
2
3
𝑥 =
5
3
−8𝑥 = 0
Logo 𝑥 = 0
𝑥 + . 0 = → 𝑥 = 5
3𝑥 + 2.5 + 4.0 ⇒ 𝑥 = −3
𝐴𝑥 = 𝑏, x =
−3
5
0
𝑥 representa a solução do sistema que foi proposto inicialmente.
Teorema: Se o determinante de todos os menores principais da matriz A forem não-
nulo, então a fatoração 𝐴 = 𝐿𝑈 é única.
3.1.2- Método de Fatoração LU
A fatoração 𝐿 𝑈 ou decomposição 𝐿𝑈 é uma das técnicas mais usadas para
resolver sistemas de equações lineares. Ela consiste em decompor a matriz 𝐴 dos
coeficientes do sistema em produto de duas matrizes 𝐿 𝑒 𝑈, em que 𝐿 é uma matriz
triangular inferior com a diagonal unitária e 𝑈 uma matriz triangular superior.
Este método consiste em fatorar a matriz 𝐴 dos coeficientes na forma 𝐴 = 𝐿𝑈,
logo a matriz 𝐴. 𝑥 = 𝑏, devemos substituir a matriz 𝐴 pela matriz 𝐿𝑈, o novo sistema
vai ficar na forma (𝐿𝑈). 𝑥 = 𝑏.
Exemplo 02:
Resolver o sistema
3𝑥 + 2𝑥 + 4𝑥 = 1
𝑥 + 𝑥 + 2𝑥 = 2
4𝑥 + 3𝑥 − 2𝑥 = 3
Pelo método da fatoração 𝐿𝑈.
A matriz 𝐿 é uma matriz triangular inferior com a diagonal unitária.
L =
1 0 0
1 0
1
A matriz 𝑈 é uma matriz triangular superior resultante do escalonamento.
u = 0
0 0
Precisamos preencher a matriz 𝐿 𝑒 𝑈 de forma a acompanhar o procedimento do
método.
V. Vamos trabalhar com a matriz 𝑎
A =
3 2 4
1 1 2
4 3 −2
VI. Primeira Etapa- Escalonamento, zerar os elementos 𝑎 e 𝑎 .
Elemento pivô é 𝑎 = 3
𝑚𝐿 = , 𝐿 ← 𝐿 − 𝑚𝐿 × 𝐿
𝑚𝐿 = , 𝐿 ← 𝐿 − 𝑚𝐿 × 𝐿
Precisamos utilizer os elementos da linha 02, que são 1,1 e 2 , subtrair pelo elemento
multiplicador que é e multiplicar pelos elementos da linha 1 que são 3,2 e 4.
𝐿 ← 𝐿 − 𝑚𝐿 × 𝐿
1 −
1
3
× 3 = 0
1 −
1
3
× 2 =
1
3
2 −
1
3
× 4 =
2
3
𝐴( ) =
3 2 4
0 1/3 2/3
Vamos utilizar os elementos da linha 03, que são 4,3 e -2 , subtrarir pelo elementos
multiplicador que é e multiplicar pelos elementos da linha 01.
𝐿 ← 𝐿 − 𝑚𝐿 × 𝐿
4 −
4
3
× 3 = 0
3 −
4
3
× 2 =
1
3
−2 −
4
3
× 4 =
−22
3
𝐴( ) =
3 2 4
0 1/3 2/3
0 1/3 −22/3
Segunda etapa, o objetivo é zerar o elemento da terceira linha e segunda coluna, o
novo elemento pivô é o 𝑎 = , o elemento multiplicador 𝑚𝐿 = = 1.
Calculando os novos elementos da terceira linha temos:
𝐿 ← 𝐿 − 𝑚𝐿 × 𝐿
0 − 1 × 0 = 0
1
3
− 1 ×
1
3
= 0
−22
3
− 1 ×
2
3
= −8
𝐴( ) =
3 2 4
0 1/3 2/3
0 0 −8
Podemos montar agora as matrizes 𝐿 𝑒 𝑈.
A matriz 𝐿 será:
L =
1 0 0
1/3 1 0
4/3 1 1
, onde o elemento 𝑎 , 𝑎 , e 𝑎 são os multiplicadores das
respectivas linhas para zerar os elementos no escalonamento.
A Matriz 𝑈 e a mesma matriz resultante do escalonamento.
u =
3 2 4
0 1/3 2/3
0 0 −8
Vamos resolver dois sistemas
𝑢. 𝑥 = 𝑦
𝐿𝑦 = 𝑏
Primeiro vamos resolver 𝐿. 𝑦 = 𝑏
1 0 0
1 0
1 1
.
𝑦
𝑦
𝑦
=
1
2
3
, temos que:
⎩
⎪
⎨
⎪
⎧
𝑦 = 1
1
3
𝑦 + 𝑦 = 2
4
3
𝑦 + 𝑦 + 𝑦 = 3
Sistema triangular superior, resolvendo pelo método da substituição:
𝑦 = 1
1
3
. 1 + 𝑦 = 2 → 𝑦 =
5
3
4
3
. 1 +
5
3
+ 𝑦 = 3 → 𝑦 = 0
Logo o vetor y =
1
0
.
Resolvendo o segundo sistema, 𝑢. 𝑥 = 𝑦
3 2 4
0 1/3 2/3
0 0 −8
𝑥
𝑥
𝑥
=
1
0
, reescrevendo o sistema:
3𝑥 + 2𝑥 + 4𝑥 = 1
1
3
𝑥 +
2
3
𝑥 =
5
3
−8𝑥 = 0
Resolvendo o sistema pelo método da substituição temos:
𝑥 = 0
1
3
𝑥 +
2
3
. 0 =
5
3
→ 𝑥 = 5
3𝑥 + 2.5 + 4.0 = 1 → 𝑥 = −3
x =
−3
5
0
, representa a solução do sistema proposto inicialmente.
3.2-Sistemas não lineares
São sistemas em que pelo menos uma de suas equações não são lineares.
As equações não lineares são equações que não podem ser representadas
por retas, planos ou hiperplanos.
Resolver um sistema não linear é encontrar a seguinte solução:
𝑓 (𝑥 , 𝑥 , … , 𝑥 ) = 0
𝑓 ((𝑥 , 𝑥 , … , 𝑥 ) = 0
⋮
𝑓 (𝑥 , 𝑥 , … , 𝑥 ) = 0
3.2.1-Método de Newton
É um dos principais métodos usados na resolução de sistemas não lineares.
Dada uma aproximação 𝑥( ), o método de Newton define a sequência {𝑥( )}
através dos seguintes passos:
VII. Resolver 𝐽 𝑥( ) 𝑠( ) = 𝐹(𝑥( )).
VIII. Define 𝑥 = 𝑥( ) + 𝑠( ).
Espera-se que a sequência convirja para solução 𝜀 do sistema não linear
𝑓(𝑥) = 0, ou seja lim
→
𝑥( ) = 𝜀.
Exemplo 04:
Resolver o sistema não linear
𝑥 + 𝑦 − 4 = 0
𝑥 − 𝑦 − 1 = 0
, com critério de parada de 0,01 e
= ,
,
.
IX. Montar a matriz jacobiana, que consiste em derivar as equações dadas
inicialmente.
𝑓′(𝑥)= ?
𝐹 : 𝑥 + 𝑦 − 4
𝐹 : 𝑥 − 𝑦 − 1
F'(x)= , Portanto, 𝐹 (𝑥) =
2𝑥 2𝑦
2𝑥 −2𝑦
, que são as derivadas parciais
das funções 𝐹 e 𝐹 .
A cada interação o Método de Newton requer:
-Avaliação da Matriz Jacobiana;
-Resolução de um sistema linear.
X. Aplicação do Método de Newton: A.Z = b, onde:
A- Matriz Jacobiana
Z- O resultado que precisamos encontrar (termo desconhecido)
b- matriz em que substitui o x nas funções 𝐹 e 𝐹 .
XI. Primeira interação
𝑥 = 1,5
𝑦 = 1,5
A = 𝐹 (𝑥 ) =
2𝑥 2𝑦
2𝑥 −2𝑦
=
2.1,5 2.1,5
2.1,5 2.1,5
= 3 3
3 −3
A = 𝐹 (𝑥 ) = −
𝑥2 + 𝑦2 − 4
𝑥2 − 𝑦2 − 1
= −
1,5 + 1,5 − 4
1,5 − 1,5 − 1
= −
0,5
−1
=
−0,5
1
A.Z=b3 3
3 −3
𝑧
𝑧 =
−0,5
1
, resolvendo a multiplicação, chegamos no seguinte sistema:
3𝑧 + 3𝑧 = −0,5
3𝑧 − 3𝑧 = 1
, resolvendo pelo processo da adição temos:
𝑧 = 0,0833 𝑒 𝑧 = −0,25
Z =
0,0833
−0,25
, como 𝑧 > 0,01 e 𝑧 > 0,01, precisamos fazer a segunda interação.
Para determinarmos os valores de 𝑥 𝑒 𝑦 ,vamos resolver a seguinte soma de
matrizes.
𝑥
𝑦
=
𝑥
𝑦
+
𝑧
𝑧
=
1,5
1,5
+
0,0833
1,25
=
1,5833
1,25
Repete todo o processo, até chegarmos a valores de 𝑧 e 𝑧 menores que 0,01.
Podemos utilizar o Software VCN, para encontrarmos o resultado.
Você pode aprofundar seus conhecimentos consultando as referências que citamos
e/ou visitando páginas da internet. Abaixo, listamos uma página interessante que pode
ajudá-lo nessa pesquisa. Bons estudos!
https://www1.univap.br/spilling/CN/CN_Capt3.pdf
https://homepages.dcc.ufmg.br/~ana.coutosilva/Aulas-CN/SistemasLineares/SL1.pdf
https://www.ime.unicamp.br/~valle/Teaching/MS211/Aula01.pdf
https://prominasonline.com.br/?gclid=EAIaIQobChMIoZ3msqun9QIV4suGCh2FhAzcEAAYAS
AAEgIgJfD_BwE
Questão 01. Resolvendo o sistema abaixo, utilizando a eliminação de Gauss, o valor
de 𝑥 é:
𝑥 + 6𝑥 + 2𝑥 + 4𝑥 = 8
3𝑥 + 19𝑥 + 4𝑥 + 15𝑥 = 25
𝑥 + 4𝑥 + 8𝑥 − 12𝑥 = 18
5𝑥 + 33𝑥 + 9𝑥 + 3𝑥 = 72
A) -138
B) 120
C) 123
D) 125
E) 156
Questão 02. Considere o sistema linear
𝑥 − 3𝑥 + 2𝑥 = 11
−2𝑥 + 8 𝑥 − 𝑥 = −15
4𝑥 − 6𝑥 + 5𝑥 = 29
, resolvendo pelo
processo da eliminação de Gauss, chegamos a 𝑥 igual a:
A) 2
B) -1
C) -3
D) -5
E) 3
Questão 03. Considere o sistema Linear
𝑥 + 𝑥 + 𝑥 = −2
2𝑥 + 𝑥 − 𝑥 = 1
2𝑥 − 𝑥 + 𝑥 = 3
, o resultado de 𝑥 ,
utilizando a fatoração LU é:
A) 2
B) 4
C) -1
D) -2
E) -3
Questão 04. Sabe-se que uma alimentação diária equilibrada em vitaminas deve
constar de 170 unidades de vitamina A, 180 unidades de vitamina B, 150 unidades de
vitamina C, 180 unidades de vitamina D e 350 unidades de vitamina E.
Com o objetivo de descobrir como deverá ser uma refeição equilibrada, foram
estudados cinco alimentos. Fixada a mesma quantidade (1grama) de cada alimento,
determinou-se que:
O alimento I tem 1 unidade de vitamina A, 10 unidades de vitamina B, 1 unidade de
vitamina C, 2 unidades de vitamina D e 2 unidades de vitamina E;
O alimento II tem 9 unidades de vitamina A, 1 unidade de vitamina B, 0 unidades de
vitamina C, 1 unidade de vitamina D e 1 unidade de vitamina E;
O alimento III tem 2 unidades de vitamina A, 2 unidades de vitamina B, 5 unidades
de vitamina C, 1 unidade de vitamina D e 2 unidades de vitamina E;
O alimento IV tem 1 unidade de vitamina A, 1 unidade de vitamina B, 1 unidade de
vitamina C, 2 unidades de vitamina D e 13 unidades de vitamina E;
O alimento V tem 1 unidade de vitamina A, 1 unidade de vitamina B, 1 unidade de
vitamina C, 9 unidades de vitamina D, e 2 unidades de vitamina E.
Quantos gramas do alimento I, deve-se ingerir diariamente para que se possa ter uma
alimentação equilibrada?
A) 9,4532
B) 8,7654
C) 7,6754
D) 9,6441
E) 7,6743
Questão 05. Resolvendo o sistema a seguir pela eliminação de Gauss, o valor de 𝑥
é:
2𝑥 + 3𝑥 + 4𝑥 + 5𝑥 = 14
4𝑥 − 6𝑥 + 𝑥 + 𝑥 = 12
2𝑥 + 𝑥 + 𝑥 + 𝑥 = 5
4𝑥 − 2𝑥 − 2𝑥 + 2𝑥 = 1
A) -0,876
B) -0,098
C) -0,007
D) -0,876
E) -0,664
Questão 06. Utilizando o processo da eliminação de Gauss, marque a opção que
determina o valor de 𝑥 .
𝑥 + 𝑥 + 3𝑥 = 4
2𝑥 + 𝑥 − 𝑥 + 𝑥 = 1
3𝑥 − 𝑥 − 𝑥 + 2𝑥 = −3
−𝑥 + 2𝑥 + 3𝑥 − 𝑥 = 4
A) 2
B) 0
C) 1
D) 4
E) -1
Questão 07. Considere o sistema linear:
𝑥 − 𝑥 + 2𝑥 − 𝑥 = −8
2𝑥 − 2𝑥 + 3𝑥 − 3𝑥 = −20
𝑥 + 𝑥 + 𝑥 = −2
𝑥 − 𝑥 + 4𝑥 + 3𝑥 = 4
Aplicando o método da eliminação de Gauss, o valor de 𝑥 é:
A) 3
B) 5
C) -14
D) 2
E) 6
Questão 08. Resolvendo o sistema a seguir pela eliminação de Gauss, o valor de 𝑥
é:
2𝑥 + 3𝑥 + 4𝑥 + 5𝑥 = 14
4𝑥 − 6𝑥 + 𝑥 + 𝑥 = 12
2𝑥 + 𝑥 + 𝑥 + 𝑥 = 5
4𝑥 − 2𝑥 − 2𝑥 + 2𝑥 = 1
A) 1,345
B) 1,123
C) 1,175
D) 1,234
E) 1,347
Interpolar uma função 𝑓(𝑥) consiste em aproximar essa função por uma função 𝑔(𝑥), escolhida
dentro de uma classe de função definida a priori que satisfaça algumas propriedades.
Interpolação
Nesta unidade estudaremos métodos que nos permitem encontrar um valor
aproximado para uma função 𝑓, calculado em um ponto de um intervalo determinado,
através do conhecimento de uma coleção de pares ordenados.
Ao interpolarmos, vamos construir um novo conjunto de dados a partir de um
conjunto discreto de dados pontuais previamente conhecidos.
Utilizamos a interpolação quando temos valores numéricos de uma função não
conhecida para um conjunto de pontos e queremos o valor desta função em um ponto
não tabulado, ou, quando temos uma função complicada demais para que seja
possível avaliá-la de forma eficiente, podemos então, escolher alguns dados pontuais
da função cuja lei de formação seja complicada e tentar interpolá-los com mais
sinais.Segue abaixo a definição de interpolação:
Sejam (𝑛 + 1) pontos distintos 𝑥 , 𝑥 , 𝑥 , … , 𝑥 chamados “nós” da interpolação
e seus respectivos valores na função 𝑓(𝑥): 𝑓(𝑥 ), 𝑓(𝑥 ), … , 𝑓(𝑥 ).
A interpolação de 𝑓(𝑥) consiste em obter uma função 𝑔(𝑥) tal que:
⎩
⎪
⎨
⎪
⎧
𝑔(𝑥 ) = 𝑓(𝑥 )
𝑔(𝑥 ) = 𝑓(𝑥 )
𝑔(𝑥 ) = 𝑓(𝑥 )
⋮
𝑔(𝑥 ) = 𝑓(𝑥 )
UNIDADE
A figura 04, representa o método geométrico de uma interpolação.
4.1.Interpolação Polinomial
Aproximar funções por polinômios é uma das técnicas mais utilizadas na
análise numérica, isto acontece porque os polinômios são facilmente computáveis,
suas integrais e derivadas são novamente polinômios, suas raízes podem ser
encontradas com facilidade.
Dados os pontos 𝑥 , 𝑓(𝑥 ) , 𝑥 , 𝑓(𝑥 ) , … , (𝑥 , 𝑓(𝑥 )), queremos aproximar
𝑓(𝑥) por um polinômio 𝑃 (𝑥), de grau menor ou igual a 𝑛, tal que
𝑓(𝑥 ) = 𝑃 (𝑥 ), 𝑖 = 0, … , 𝑛. A representação de 𝑃 (𝑥), é dada por:
𝑃 (𝑥) = 𝑎 + 𝑎 𝑥 + 𝑎 𝑥 + ⋯ + 𝑎 𝑥 , obter 𝑃 (𝑥) consiste em encontrar os
coeficientes 𝑎 , 𝑎 , 𝑎 … , 𝑎 , da condição 𝑃 (𝑘 ) = 𝑓(𝑘 ), ∀𝑘 = 0,1,2, … , 𝑛.
Colocando o polinômio na forma matricial, as linhas da matriz são formadas por
todas as potências dos coeficientes do polinômio até o grau do mesmo, temos:
𝑣 =
1 𝑥 ⋯
⋮ ⋮ ⋯
1 𝑥 ⋯
𝑥
⋮
𝑥
é chamada matriz de Vandermonde.
Se os pontos 𝑥 , 𝑥 , … , 𝑥 forem distintos, temos det (𝑣) ≠ 0,logo o sistema 𝑣𝛼 =
𝑦 adimite uma solução única.
Chama-se matriz de Vandermonde toda matriz quadrada de ordem 𝑛 × 𝑛, ou seja,com 𝑛
linhas e 𝑛 colunas, da forma geral:
Nesse tipo de matriz, cada coluna(ou linha) é uma PG com o primeiro termo igual a 1, os
elementos que surgem após 1 são chamados de “elementos característicos” da matriz.
Há várias maneiras para obter 𝑝 (𝑥), nesta unidade vamos abordar três
possibilidades:
Resolução de sistemas lineares;
Forma de Lagrange;
Forma de Newton.
4.2. Resolução de sistemas lineares
Para abordar este tópico vamos recorrer ao exemplo abaixo:
Exemplo 01.
Vamos determinar um polinômio que interpola uma função 𝑦 = 𝑓(𝑥) , dadas nos
pontos a seguir.
𝑖 0 1 2
𝑥 -1 0 2
𝑦 4 1 -1
Como foi dado três pontos distintos, o polinômio considerado será do segundo grau.
Temos: 𝑃 (𝑥) = 𝑎 𝑥 + 𝑎 𝑥 + 𝑎
𝑃 (−1) = 𝑓 (−1) = 4 ⇒ 𝑎 (−1) + 𝑎 (−1) + 𝑎 = 4 ⇒ 𝑎 − 𝑎 + 𝑎 = 4
𝑃 (0) = 𝑓(0) = 1 ⇒ 𝑎 (0) + 𝑎 (0) + 𝑎 = 1 ⇒ 𝑎 = 1
𝑃 (2) = 𝑓(2) =−1 ⇒ 𝑎 (2) + 𝑎 (2) + 𝑎 = −1 ⇒ 4𝑎 + 2𝑎 + 𝑎 = −1
Resolvendo o sistema pelo método da substituição
𝑎 − 𝑎 + 𝑎 = 4
𝑎 = 1
4𝑎 + 2𝑎 + 𝑎 = −1
, temos:
I. 𝑎 − 𝑎 + 1 = 4 ⇒ 𝑎 − 𝑎 = 3 ⇒ 𝑎 = 3 + 𝑎
II. 4(3 + 𝑎 ) + 2𝑎 + 1 = −1, aplicando a propriedade distributiva,
III. 12 + 4𝑎 + 2𝑎 + 1 = −1 ⇒ 5𝑎 = −1 − 13 ⇒ 𝑎 = −2,333
IV. 𝑎 = 3 − 2,333 = 0,667
𝑃 (𝑥) = 0,667𝑥 − 2,333𝑥 + 1
4.3.Forma de Lagrange
A ideia da forma de Lagrange consiste basicamente em escrever um polinômio
como soma de polinômios ditos elementares, que se anulem em todos os valores dos
conjuntos de dados.
A interpolação 𝑓(𝑥) pela forma de Lagrange consiste em obter uma função
𝑃 (𝑥) tal que:
𝑃 (𝑥) = 𝑓(𝑥 )𝐿 (𝑥) + 𝑓(𝑥 )𝐿 (𝑥) + ⋯ + 𝑓(𝑥 )𝐿 (𝑥), onde os polinômios 𝐿 (𝑥), são de
grau 𝑛.
Exemplo 02. Usando o método de Lagrange, encontrar o polinômio de grau menor ou
igual a 2 que interpola os dados da tabela abaixo.
𝑥 -1 0 2
𝑓(𝑥) 4 1 -1
I. O conjunto de dados contém três pontos,logo o polinômio interpolador será
de grau 2 e será da forma:
𝑃 (𝑥) = 𝑓(𝑥 )𝐿 (𝑥) + 𝑓(𝑥 )𝐿 (𝑥) + 𝑓(𝑥 )𝐿 (𝑥), sendo (𝑥 , 𝑦 )= (−1,4); (𝑥 , 𝑦 )= (0,1);
(𝑥 , 𝑦 )= (2, −1).
II. Comecemos a encontrar os polinômios 𝐿 (𝑥); 𝐿 (𝑥); 𝐿 (𝑥). Temos
𝐿 (𝑥) =
(𝑥 − 𝑥 )(𝑥 − 𝑥 )
(𝑥 − 𝑥 )(𝑥 − 𝑥 )
=
(𝑥 − 0)(𝑥 − 2)
(−1 − 0)(−1 − 2)
=
𝑥 − 2𝑥
3
𝐿 (𝑥) =
(𝑥 − 𝑥 )(𝑥 − 𝑥 )
(𝑥 − 𝑥 )(𝑥 − 𝑥 )
=
(𝑥 + 1)(𝑥 − 2)
(0 + 1)(0 − 2)
=
𝑥 − 𝑥 − 2
−2
𝐿 (𝑥) =
(𝑥 − 𝑥 )(𝑥 − 𝑥 )
(𝑥 − 𝑥 )(𝑥 − 𝑥 )
=
(𝑥 + 1)(𝑥 − 0)
(2 + 1)(2 − 0)
=
𝑥 + 𝑥
6
Dessa maneira encontraremos 𝑃 (𝑥) = 𝑓(𝑥 )𝐿 (𝑥) + 𝑓(𝑥 )𝐿 (𝑥) + 𝑓(𝑥 )𝐿 (𝑥)
𝑃 (𝑥) = 4.
𝑥2−2𝑥
3
+ 1.
𝑥2−𝑥−2
−2
+ (−1)
𝑥2+𝑥
6
= 1 − 𝑥 + 𝑥 .
Os polinômios elementares são dados por:
𝐿 (𝑥) =
∏ ( )
∏ ( )
, o polinômio interpolador fica 𝑝(𝑥) = ∑ 𝑦 𝐿 (𝑥).
Exemplo 03.
Usando o método de Lagrange, encontre o polinômio interpolador para o conjunto de
dados {(1, 3), (4, 18)}.
I. O conjunto de dados contém dois pontos,logo o polinômio interpolador será
de grau 1 e será da forma:
𝑃 (𝑥) = 𝑓(𝑥 )𝐿 (𝑥) + 𝑓(𝑥 )𝐿 (𝑥), sendo (𝑥 , 𝑦 )= (1,3); (𝑥 , 𝑦 )= (4,18);
II. Comecemos encontrando os polinômios 𝐿 (𝑥); 𝐿 (𝑥). Temos
𝐿 (𝑥) =
(𝑥 − 𝑥 )
(𝑥 − 𝑥 )
=
(𝑥 − 4)
(1 − 4)
=
𝑥 − 4
−3
𝐿 (𝑥) =
(𝑥 − 𝑥 )
(𝑥 𝑥 )
=
(𝑥 − 1)
(4 − 1)
=
𝑥 − 1
3
III. Dessa maneira encontraremos 𝑃 (𝑥) = 𝑓(𝑥 )𝐿 (𝑥) + 𝑓(𝑥 )𝐿 (𝑥)
𝑃 (𝑥) = 3.
𝑥 − 4
−3
+ 18.
𝑥 − 1
3
= 5𝑥 − 2
4.3.Forma de Newton
A forma de, Newton também é utilizada para encontramos o polinômio
interpolador 𝑃 (𝑥), que interpola em (𝑛 + 1) pontos distintos 𝑥 , 𝑥 , … , 𝑥 é o seguinte:
𝑷𝒏(𝒙) = 𝒅𝟎 + 𝒅𝟏(𝒙 − 𝒙𝟎) + 𝒅𝟐(𝒙 − 𝒙𝟎)(𝒙 − 𝒙𝟏) + ⋯ + 𝒅𝒏(𝒙 − 𝒙𝟎)(𝒙 − 𝒙𝟏) … (𝒙 −
𝒙𝒏 𝟏).
No método de Newton, os valores de 𝑑 , são dados por diferenças divididas de
ordem 𝑘.
Seja 𝑓(𝑥) definida em (𝑛 + 1) pontos distintos 𝑥 , 𝑥 , … , 𝑥 .
Para o conjunto de dados {(𝑥 , 𝑦 )(𝑥 , 𝑦 ), … , (𝑥 , 𝑦 }, a diferença dividida de
ordem 0 em relação a 𝑥 será dada por ∇ = 𝑦 e a diferença dividida de ordem 1 em
relação 𝑥 será dada por ∇ =
∇ ∇
.
Para o conjunto de dados{(𝑥 , 𝑦 )(𝑥 , 𝑦 ), … , (𝑥 , 𝑦 }, a diferença dividida de
ordem 𝑘 em relação a 𝑥 , com 1 ≤ 𝑘 ≤ 𝑛, será dada por ∇ =
∇ ∇
.
Exemplo 04.
Na definição geral podemos usar ∇ apenas para 𝑖 = 0,1, … , 𝑛 − 1?
As formas polinomiais que utilizam a resolução de sistemas e as de Lagrange são muito
utilizadas nos problemas reais onde temos 𝑚 pontos observados. A forma de Lagrange tem
desvantagem de ter um custo computacional alto se quisermos aumentar pontos de
interpolação.
Usando o método de Newton, encontrar o polinômio interpolador para os dados
{(−1,4); (0,1); (2, −1)}.
I. Fazendo (𝑥 , 𝑦 ) = (−1,4), (𝑥 , 𝑦 ) = (0,1)𝑒 (𝑥 , 𝑦 ) = (2. −1), podemos
encontrar as diferenças divididas.
II. De ordem 0
∇ = 𝑦 = 4, ∇ = 𝑦 = 1, ∇ = 𝑦2 = −1
III. De ordem 1
∇ =
∇ − ∇
𝑥 − 𝑥
=
1 − 4
0 − (−1)
=
−3
1
= −3 𝑒∇ =
∇ − ∇
𝑥 − 𝑥
=
−1 − 1
2 − 0
=
−2
2
= −1
IV. De ordem 2
∇ =
∇ − ∇
𝑥 − 𝑥
=
−1 − (−3)
2 − (−1)
=
2
3
Assim, o polinômio interpolador será: 𝑝(𝑥) = 𝑦 + ∇ (𝑥 − 𝑥 ) + ∇ (𝑥 − 𝑥 )(𝑥 − 𝑥 ) =
= 4 + (−3)(𝑥 + 1) +
2
3
(𝑥 + 1)(𝑥 − 0)
𝑃 (𝑥) =
2
3
𝑥 −
7
3
𝑥 + 1
Exemplo 05.
Usando o método de Newton, encontrar o polinômio interpolador para os dados
{(1,4); (3,8); (6,29)}.
I. Fazendo (𝑥 , 𝑦 ) = (1,4), (𝑥 , 𝑦 ) = (3,8)𝑒 (𝑥 , 𝑦 ) = (6,29), podemos
encontrar as diferenças divididas.
II. De ordem 0
∇ = 𝑦 = 4, ∇ = 𝑦 = 8, ∇ = 𝑦2 = 29
III. De ordem 1
∇ =
∇ − ∇
𝑥 − 𝑥
=
8 − 4
3 − 1
= 2 𝑒∇ =
∇ − ∇
𝑥 − 𝑥
=
29 − 8
6 − 3
= 7
IV. De ordem 2
∇ =
∇ − ∇
𝑥 − 𝑥
=
7 − 2
6 − 1
= 1
Assim, o polinômio interpolador será: 𝑝(𝑥) = 𝑦 + ∇ (𝑥 − 𝑥 ) + ∇ (𝑥 − 𝑥 )(𝑥 − 𝑥 ) =
4 + 2. (𝑥 − 1) + 1. (𝑥 − 1)(𝑥 − 3) = 𝑥 − 2𝑥 + 5.
Você pode aprofundar seus conhecimentos consultando as referências que citamos
e/ou visitando páginas da internet. Abaixo, listamos uma página interessante que pode
ajudá-lo nessa pesquisa. Bons estudos!
https://www.ime.usp.br/~asano/LivroNumerico/LivroNumerico.pdf
Questão 01. (CCSE/Adaptada) Na tabela a seguir, está representada a produção e
o número de habitantes de uma cidade A em quatro censos.
Ano 1950 1960
N0 de Habitantes 352.724 683.905
Utilize o polinômio interpolador do primeiro grau 𝑃 (𝑥) = 𝑎 𝑥 + 𝑎 e determine o
número aproximado de habitantes na cidade A em 1955.
A) 518.316
B) 33.118,40
C) 601.316
D) 642.281,56
E) 300.000
Questão 02.(UEPA/Adaptada) Determine a partir das informações existentes na
tabela, determine o polinômio interpolador de Lagrange.
𝑖 𝑥 𝑦
0 0.0 0.000
1 0.2 2.008
2 0.4 4.064
3 0.5 5.125
A) 𝑃 (𝑥) = 𝑥 + 12𝑥
B) 𝑃 (𝑥) = 𝑥 + 10𝑥
C) 𝑃 (𝑥) = 𝑥 + 4𝑥
D) 𝑃 (𝑥) = 𝑥 + 8𝑥
E) 𝑃 (𝑥) = 𝑥 − 10𝑥
Questão 03. Usando a forma de Newton, marque a opção que determina o
polinômio 𝑃 (𝑥) que interpola 𝑓(𝑥) nos pontos dados.
{(−1,4); (0,1); (2, −1)}
A) 𝑥 − 𝑥 + 1
B) 𝑥 − 𝑥 + 1
C) 𝑥 − 𝑥 − 1
D) 𝑥 − 𝑥 + 1
E) 𝑥 − 𝑥 + 1
Questão 04. Calcular 𝐿 (0,2) a partir da tabela. Utilize o método de Lagrange para
𝑛 = 1.
𝑖 0 1
𝑥 0,1 0,6
𝑦 1,221 3,320
A) 1,341
B) 0,6
C) 1,5
D) 0,2
E) 1,312
Questão 05. Determinar 𝑃 (1,2) usando a tabela de diferenças divididas para 𝑛 = 2.
𝑖 𝑥 𝑦 ∇𝑦 ∇ 𝑦
0 0,9 3,211 -2,90 0,602
1 1,1 2,809 -1,328
2 2,0 1,614
A) 2,630
B) 1,630
C) 1,412
D) 1,364
E) 2,627
Questão 06.
Calcular 𝐿 (0,2) a partir da tabela para 𝑛 = 2.
𝑖 0 1 2
𝑥 0,1 0,6 0,8
𝑦 1,221 3,320 4,953
A) 0,2857
B) 0,3122
C) 0,512
D) 2,373
E) 1,3154
Questão 07. O polinômio de grau ≤ 2 que interpola os pontos que seguem.
𝑥 -1 0 1
𝑓(𝑥) 0,54 1 0,54
A) 𝑃 (𝑥) = 1 + 0,46𝑥
B) 𝑃 (𝑥) = 1 − 0,46𝑥
C) 𝑃 (𝑥) = 1 + 0,36𝑥
D) 𝑃 (𝑥) = 1 + 0,26𝑥
E) 𝑃 (𝑥) = 1 + 0,6𝑥
Questão 08. O volume de água em um reservatório foi medido em tempos regulares.
Os resultados das medições aparecem na tabela abaixo. Usando interpolação
polinimial, estime o volume de água no reservatório para 𝑡 = 2,5ℎ.
𝑡(𝑒𝑚 ℎ) 0 1 2 3 4
𝑉(𝑒𝑚 𝑚 ) 0 3 7 15 30
A) 10,3125
B) 11,2345
C) 12,3456
D) 11,3456
E) 12,1224
Integração Numérica
Nesta unidade, aproximaremos os valores das integrais definidas, como visto no
Cálculo I. Vamos revisar alguns conceitos de integrais definidas e abordaremos a
regra dos trapéziossimples e a de Simpson.
5.1.Revisão de conceitos e definições iniciais
No cálculo diferencial, precisamos frequentemente encontrar a área da região
do plano cartesiano limitado pelo gráfico da função contínua 𝑓: [𝑎, 𝑏] → 𝑅 , pelo eixo
𝑥 e pelas retas 𝑥 = 𝑎 e 𝑥 = 𝑏.
Na figura 05, representamos a área da região limitada pelas retas 𝑥 = 𝑎 e 𝑥 =
𝑏 e também pela função 𝑓(𝑥).
O problema proposto no gráfico, pode ser resolvido a partir da determinação da
integral definida ∫ 𝑓(𝑥)𝑑𝑥.
UNIDADE
Teorema fundamental do cálculo: Se : [𝑎, 𝑏] → 𝑅 é uma função contínua, e 𝑓 é uma
primitiva de 𝑓 em (𝑎, 𝑏), ou seja, vale
( )
= 𝑓(𝑥), ∀𝑥𝜖(𝑎, 𝑏), então
∫ 𝑓(𝑥)𝑑𝑥 = 𝐹(𝑏) − 𝐹(𝑎).
5.2. Soma de Riemann
Para definirmos a fórmula da soma de Riemann, vamos começar recordando a
definição de Integral de Riemann.
Dada a função contínua 𝑓: [𝑎, 𝑏] → 𝑅 , dividimos o intervalo [𝑎, 𝑏] em 𝑛
subintervalos de igual comprimento ∆𝑥 = (ou seja, fazemos uma partição uniforme
de [𝑎, 𝑏]) e escolhemos em cada subintervalo [𝑥 , 𝑥 ] um valor 𝑥∗. Dessa forma,
temos, por definição:
𝑓(𝑥)𝑑𝑥 = lim
→
𝑓(𝑥∗)∆𝑥.
Na figura 06, temos a interpretação geométrica da fórmula citada acima,
considerando 𝑥∗ como mínimo em cada subintervalo.
Exemplo 01. Usando a soma de Riemann, quatro subintervalos e escolhendo 𝑥∗ como
o extremo superior de cada subintervalo, aproxime ∫ 𝑒 𝑑𝑥.
I. Temos o intervalo [0; 2], precisamos dividir em quatro subintervalos, cada
um deles com comprimento ∆𝑥 = = 0,5.
II. No primeiro subintervalo [0; 0,5], obtemos 𝑥 = 0,5 e assim
𝑓(𝑥∗)∆𝑥 = 𝑒 , × 0,5 = 𝑒 , × 0,5.
III. No segundo subintervalo [0,5; 1], temos 𝑥 = 1, portanto encontraremos
𝑓(𝑥𝑖
∗)∆𝑥 = 𝑒1
2
× 0,5 = 𝑒 × 0,5.
IV. No terceiro subintervalo [1; 1,5], encontramos 𝑥 = 1,5 e, por conseguinte
𝑓(𝑥∗)∆𝑥 = 𝑒 , × 0,5 = 𝑒 , × 0,5.
V. No quarto subintervalo [1,5; 2] encontramos 𝑥 = 2 e, por conseguinte
𝑓(𝑥𝑖
∗)∆𝑥 = 𝑒
2
× 0,5 = 𝑒 × 0,5.
Assim, podemos aproximar:
∫ 𝑒 𝑑𝑥 ≈ ∑ 𝑓( 𝑥∗) ∆𝑥 = 𝑓(𝑥∗) ∆𝑥 + 𝑓(𝑥∗) ∆𝑥 + 𝑓(𝑥∗) ∆𝑥 + 𝑓(𝑥∗) ∆𝑥=
=𝑒0,25 × 0,5 + 𝑒 × 0,5 + 𝑒2,25 × 0,5 + 𝑒4 × 0,5 = 0,5. (𝑒0,25 + 𝑒 + 𝑒2,25 + 𝑒4) ≅ 0,5 × 68,08 =
= 34,04
5.3.Regra dos trapézios
Vimos anteriormente que a integral por soma de Riemann, consiste em somar
área de retângulos faremos agora uma aproximação por trapézios.
A figura 07, representa a área pretendida (à esquerda) e aproximação por
trapézio (à direita).
Comecemos recordando que a fórmula da área de um trapézio de bases maior
𝐵 e 𝑏 e altura ℎ é: 𝐴 = (𝐵 + 𝑏).
Observamos no gráfico, que a altura do trapézio é o comprimento do intervalo
e as bases medem 𝑓(𝑏) e 𝑓(𝑎). Assim, podemos aproximar.
𝑓(𝑥)𝑑𝑥 ≈
𝑏 − 𝑎
2
[𝑓(𝑏) + 𝑓(𝑎)]
Exemplo 02.
Use a regra do trapézio para estimar o valor da integral ∫
,
.
I. Para a função 𝑓(𝑥) = , podemos fazer
∫
,
≈
,
[𝑓(3,6) + 𝑓(3)]=
,
.
,
+ = 0,18333
Podemos dividir o intervalo considerado e aplicar a regra do trapézio em cada
um dos subintervalos,no qual ℎ = ∆𝑥 = :
𝑓(𝑥)𝑑𝑥 = 𝑓(𝑥)𝑑𝑥 + 𝑓(𝑥)𝑑𝑥 + ⋯ + 𝑓(𝑥)𝑑𝑥 ≈
≈ 𝑓(𝑥 ) + 𝑓(𝑥 ) + 𝑓(𝑥 ) + 𝑓(𝑥 ) + ⋯ + (𝑓(𝑥 )+𝑓(𝑥 ) =
(𝑓(𝑥 ) + 2. 𝑓(𝑥 ) + ⋯ + 2. 𝑓(𝑥 )+𝑓(𝑥 )).
Exemplo 03.
Use a regra do trapézio para estimar o valor da integral ∫ √1 + 𝑥 𝑑𝑥.
Aplicando a regra dos trapézios, temos:
∫ √1 + 𝑥 𝑑𝑥 ≈ . 𝑓(2) + 𝑓(0) = 1. √1 + 2 + √1 + 0 = √9 + √1=4
5.4. A regra de Simpson
Primeiro vimos como aproximar o gráfico de uma função por segmento de reta,
horizontais ou não, tinhamos o objetivo de encontrar o valor aproximado da integral
da função. A regra de Simpson tem por objetivo aproximar as funções por arco de
parábola. Um polinômio do segundo grau fica bem determinado por três pontos, com
isso precisaremos de três pontos do intervalo e não simplesmente dos extremos.
Vamos enunciar a regra de Simpson:
Se 𝑓(𝑥) é uma função contínua, e os pontos (𝑥 , 𝑦 ), (𝑥 , 𝑦 )𝑒 (𝑥 , 𝑦 ) do gráfico de
𝑓(𝑥) estão igualmente espaçados horizontalmente, ou seja, se 𝑥 − 𝑥 = 𝑥 − 𝑥 = ℎ,
então podemos aproximar:
𝑓(𝑥)𝑑𝑥 ≅
ℎ
3
(𝑦 + 4𝑦 + 𝑦 )
Exemplo 04.
Use a regra de Simpson para estimar o valor da integral ∫ √1 + 𝑥 𝑑𝑥.
Precisamos de três pontos igualmente espaçados, vamos tomar o ponto médio do
intervalo [2,3].
𝑥 = 2, logo , 𝑦 = √1 + 2 = 3
𝑥 = 2,5, logo, 𝑦 = 1 + 2,5 ≅ 4,0774
𝑥 = 3,logo, 𝑦 = √1 + 3 = 5,2915
𝑥 =
2 + 3
2
= 2,5
Assim podemos aproximar para:
ℎ =
3 − 2
2
= 0,5
Portanto:
1 + 𝑥 𝑑𝑥 =
0,5
3
(𝑦 + 4𝑦 + 𝑦 ) ≅
0,5
3
(3 + 4 × 4,0744 + 5,2913) ≅ 4,0982
O resultado enunciado na proposição(Regra de Simposon) já era conhecimento por
matemáticos do século XVIII, mas foi popularizado nos textos do britânico Thomas
Simpson (1710-1761),reconhecido por muitos como um dos melhores matemáticos
ingleses do século XVIII. Em sua homenagem, damos ao método o nome de Regra de
Simpson.
Questão 01. Usando a soma de Riemann, cinco subintervalos e escolhendo 𝑥 como
ponto médio de casa subintervalo, marque a opção que aproxima ∫ 𝑑𝑥.
A) 0,594
B) 0,324
C) 0,263
D) 0,692
E) 0,134
Questão 02. O valor de ∫ √6𝑥 − 5 𝑑𝑥, usando a regra dos trapézios é:
A) 32
B) 30
C) 20
D) 10
E) 40
Questão 03. Utilize a regra dos trapézios e determine o valor aproximado de
∫ 𝑥 + 𝑑𝑥
,
,
.
A) 0,4370
B) 0,4273
C) 0,3672
D) 0,4406
E) 0,3604
Questão 04. O valor de ∫ (𝑥. 𝑙𝑛𝑥)𝑑𝑥
,
,
, utilize a regra dos trapézios.
A) 1,2631
B) 1,3672
C) 1,3994
D) 1,3474
E) 1,4735
Questão 05. O valor aproximado de ∫ (𝑥
,
,
. 𝑙𝑛𝑥 + 1)𝑑𝑥 é: (Utilize a regra dos
trapézios)
A) 0,3642
B) 0,2736
C) 0,4721
D) 0,3127
E) 0,2904
Questão 06. Utilize a primeira regra de Simpson,determine o valor aproximado de
∫ (𝑥. 𝑒 )𝑑𝑥
,
,
.
A) 8,8346
B) 3,2137
C) 4,3214
D) 3,2143
E) 3,2731
Questão 07. Determine o valor aproximado de 𝐼 = ∫ √𝑥 + 𝑑𝑥
,
,
, utilizando a regra
de Simpson.
A) 1,4472
B) 0,6436
C) 0,2432
D) 0,4231
E) 0,4127
Questão 08. Usando a regra de Simpson, marque a opção que representa a
aproximação da integral ∫ 𝑒 𝑑𝑥.
A) 0,7155
B) 0,6236
C) 0,4732
D) 0,3724
E) 0,6427
O Método dos Quadrados Mínimos
Nesta unidade, daremos prosseguimento ao estudo de aproximar dados por funções
conhecidas minimizando as distâncias. Apresentaremos e discutiremos métodos e
casos do problema de mínimos quadrados.
6.1.O caso linear discreto
Consideremos um conjunto de dados isolados que vamos aproximar por uma
função do primeiro grau.
Exemplo 01.
Encontrar a equação da reta que passa pelos pontos (1,6), (2,13) e (4,45).
I. Uma reta tem equação do tipo 𝑦 = 𝑎𝑥 + 𝑏, temos:
𝑥 = 1 𝑒 𝑦 = 6 ⇒ 𝑎. 1 + 𝑏 = 6 ⇒ 𝑎 + 𝑏 = 6
𝑥 = 2 𝑒 𝑦 = 13 ⇒ 𝑎. 2 + 𝑏 = 13 ⇒ 2𝑎 + 𝑏 = 13
𝑥 = 4 𝑒 𝑦 = 45 ⇒ 𝑎. 4 + 𝑏 = 45 ⇒ 4𝑎 + 𝑏 = 45
II. Temos o seguinte sistema:
𝑎 + 𝑏 = 6
2𝑎 + 𝑏 = 13
4𝑎 + 𝑏 = 45
possui três equações e duas
incógnitas, podemos trabalhar com as duas primeiras e substituir a solução
na terceira para verificar a igualdade.
𝑎 + 𝑏 = 6 (−1)
2𝑎 + 𝑏 = 13
⇒
−𝑎 − 𝑏 = −6
2𝑎 + 𝑏 = 13
⇒ 𝑎 = 7
Substituindo na primeira 𝑎 + 𝑏 = 6 ⇒ 7 + 𝑏 = 6 ⇒ 𝑏 = −1
III. Sustituir os valores de 𝑎 𝑒 𝑏 na terceira equação 4𝑎 + 𝑏 = 45 ⇒ 4.7 − 1 ≠
45, ou seja, o sistema é impossível.
Como o sistema não tem solução podemos concluir que os pontos citados
acima não estão alinhados , nenhuma reta passará pelos três pontos, poderíamos
escolher dois dos pontos e encontrara reta que passa por eles, usando-a como
função de aproximação. Surgem as seguintes indagações:
Quais pontos devem ser escolhidos?
Como dizer se uma aproximação é melhor do que a outra?
UNIDADE
Para o conjunto de dados {(𝑥 , 𝑦 ), … , (𝑥 , 𝑦 )},devemos encontrar a reta 𝑦 = 𝑎𝑥 + 𝑏 que
minimiza a soma dos desvios quadrados, ou seja, tal que o valor de:
𝑄 = 𝑑𝑞 = (𝑦 − (𝑎𝑥 + 𝑏))
Seja menor possível.
Uma reta que não passa pelos pontos pode ter uma aproximação melhor?
Usamos o cálculo da distância vertical entre (𝑥 , 𝑦 ) e seu correspondente
(𝑥 , 𝑎𝑥 + 𝑏) para medir o quanto uma reta 𝑦 = 𝑎𝑥 + 𝑏 se distancia de um conjunto
de dados {(𝑥 , 𝑦 ), … , (𝑥 , 𝑦 )}, logo, temos o cálculo do módulo |𝑦 − (𝑎𝑥 +
𝑏)|,que diretamente divide os casos em pontos que estão acima ou abaixo da reta,
para simplificar o processo, calculamos diretamente o quadrado desse valor.
𝑑𝑞 = (𝑦 − (𝑎𝑥 + 𝑏))
Esses elementos são chamados desvios quadrados.
Exemplo 02.
Para o conjunto de dados {(1,6), (2,13), (4,45)} e para a reta 𝑦 = 8𝑥 + 2, calcule todos
os desvios quadrados.
I. Temos que substituir 𝑥 por 1,2 e 4 na equação da reta
𝑦 = 8.1 + 2 = 8 + 2 = 10
𝑦 = 8.2 + 2 = 16 + 2 = 18
𝑦 = 8.4 + 2 = 32 + 2 = 34
II. Calculando os desvios quadrados, para 𝑦 = 6, 𝑦 = 13 𝑒 𝑦 = 45
𝑑𝑞 = (𝑦 − (𝑎𝑥 + 𝑏))
𝑑𝑞 = 𝑦 − (8𝑥 + 2) = (6 − 10) = 16
𝑑𝑞 = 𝑦 − (8𝑥 + 2) = (13 − 18) = 25
𝑑𝑞 = 𝑦 − (8𝑥 + 2) = (34 − 45) = 121
O nome método dos quadrados mínimos, consiste em encontrar os valores de
𝑎 𝑒 𝑏 que minimizem a expressão 𝑄. Do cálculo sabemos que os pontos de mínimo de
uma funçao possuem derivadas nulas em relação às variáveis 𝑎 𝑒 𝑏. A derivada de
𝑄em relação a 𝑎 é representada por e por ser igual a zero, devemos ter:
= 0 ⇔ −2 ∑ 𝑥 𝑦
𝑖
− (𝑎𝑥𝑖 + 𝑏) = 0 ⇔
⇔ 𝑥 (𝑦 − 𝑎𝑥 − 𝑏) = 0 ⇔ 𝑥 𝑦 − 𝑎𝑥 − 𝑏𝑥 = 0 ⇔
⇔ 𝑎𝑥 + 𝑏𝑥 = 𝑥 𝑦 ⇔
⇔ 𝑎 𝑥 + 𝑏 𝑥 = 𝑥 𝑦
Analogamente, a derivada de 𝑄 em relação a 𝑏 é representada por = 0
⇔ −2 ∑𝑛𝑖=0 𝑦𝑖 − (𝑎𝑥𝑖 + 𝑏) = 0 ⇔
⇔ (𝑦 − 𝑎𝑥 − 𝑏) = 0 ⇔ 𝑦 − 𝑎𝑥 − 𝑏 = 0 ⇔
⇔ 𝑎𝑥 + 𝑏 = 𝑦 ⇔
⇔ 𝑎 𝑥 + 𝑏(𝑛 + 1) = 𝑦
Juntando as equações resultantes, obtemos o sistema nas incógnitas 𝑎 𝑒 𝑏.
⎩
⎪
⎨
⎪
⎧𝑎 𝑥 + 𝑏 𝑥 = 𝑥 𝑦
𝑎 𝑥 + 𝑏(𝑛 + 1) = 𝑦
Ao processo descrito no exemplo 03, damos o nome de regressão linear dos dados e
os coeficientes procurados podem ser encontrados diretamente em algumas
calculadoras científica.
Essas equações são chamadas de equações normais do problema.
Exemplo 03.
Usando o método dos mínimos quadrados, encontre a reta que melhor se ajusta ao
conjunto de dados {(1,6), (2,13), (4,45)}.
I. Temos que 𝑥 = 1, 𝑥 = 2, 𝑥 = 4 𝑒 𝑦 = 6, 𝑦 = 13, 𝑦 = 45
II. Assim, vamos calcular:
∑ 𝑥 = 𝑥 + 𝑥 + 𝑥 = 1 + 2 + 4 = 1 + 4 + 16 = 21
∑ 𝑥 = 𝑥 + 𝑥 + 𝑥 = 1 + 2 + 4 = 7
∑ 𝑥 𝑦 = 𝑥 𝑦 + 𝑥 𝑦 + 𝑥 𝑦 = 1 × 6 + 2 × 13 + 4 × 45 = 6 + 26 + 180 = 212
∑ 𝑦 = 𝑦 + 𝑦 + 𝑦 = 6 + 13 + 45 = 64
III. Colocando os valores encontrados no passo II no sistema de equações
normais:
𝑎 ∑ 𝑥 + 𝑏 ∑ 𝑥 = ∑ 𝑥 𝑦
∑ 𝑥 + 𝑏(𝑛 + 1) = ∑ 𝑦
fica 21𝑎 + 7𝑏 = 212
7𝑎 + 3𝑏 = 64
, resolvendo o sistema pelo
processo da substituição, encontramos 𝑎 = e 𝑏 = −10.
IV. Dessa forma, a reta procurada tem equação 𝑦 = 𝑥 − 10.
6.1.1.Caso discreto geral
No tópico anterior desta unidade, aproximamos um conjunto de dados por uma
função do primeiro grau, obtemos os coeficientes da equação da reta através da
resolução dessas equações.
O Método dos mínimos quadrados consiste em encontrar a função, dentro de
um modelo pré estabelecido, que minimize a soma dos desvios quadrados.
Dado o conjuto de pontos {(𝑥 , 𝑦 ), (𝑥 , 𝑦 ), … , (𝑥 , 𝑦 )}, os desvios de uma
função 𝛿(𝑥) são definidos por 𝑑 = |𝛿(𝑥 ) − 𝑦 |, e os desvios quadrados por
𝑑𝑞 = (𝛿(𝑥 ) − 𝑦 ) , o modelo do método dos mínimos quadrados é
𝑄 = ∑ (𝛿(𝑥 ) − 𝑦 ) , a escolha da função depende dos fenômenos descritos pelos
dados ou da análise gráfica.
Assim como desenvolvido no caso linear, no processo da função quadrática
faremos = = = 0, que irá gerar três equações normais.
⎩
⎪
⎪
⎪
⎨
⎪
⎪
⎪
⎧𝑎 𝑥 + 𝑏 𝑥 + 𝑐 𝑥 = 𝑥 𝑦
𝑎 𝑥 + 𝑏 𝑥 + 𝑐 𝑥 = 𝑥 𝑦
𝑎 𝑥 + 𝑏 𝑥 + 𝑐(𝑛 + 1) = 𝑦
Os valores de ∑ 𝑥 , ∑ 𝑥 ,∑ 𝑥 ,∑ 𝑥 ,∑ 𝑥 𝑦 , ∑ 𝑥 𝑦 𝑒 ∑ 𝑦 são
facilmente determinados, porém para uma grande quantidade de pontos encontrá-los
manualmente se torna demorado, para encontrarmos uma equação do segundo grau
por exemplo são necessários cinco pontos. Após determinar os valores citados, basta
resolver o sistema de equações normais para determinar os coeficientes da função
𝛿(𝑥) = 𝑎𝑥 + 𝑏𝑥 + 𝑐.
Exemplo 04.
Usando o método dos mínimos quadrados, encontrar a equação da parábola que
melhor se ajusta ao conjuto de dado
{(−2; 14,5), (−1; 7,5), (0; 4,5), (1; 2,5), (2; 2), (3; 4,5)}.
I. Precisamos determinar os coeficientes da equação 𝛿(𝑥) = 𝑎𝑥 + 𝑏𝑥 + 𝑐,
temos: 𝑥 = −2; 𝑥 = −1; 𝑥 = 0; 𝑥 = 1; 𝑥 = 2 ; 𝑥 = 3 e 𝑦 = 14,5; 𝑦 =
7,5; 𝑦 = 4,5; 𝑦 = 2,5; 𝑦 = 2 ; 𝑦 = 4,5
II. Encontrando os valores de:
∑ 𝑥 = 𝑥 + 𝑥 + 𝑥 + 𝑥 + 𝑥 + 𝑥 = (−2) + (−1) + 0 + 1 +2 +3 = 115;
∑ 𝑥 = 𝑥 + 𝑥 + 𝑥 + 𝑥 + 𝑥 + 𝑥 = (−2) + (−1) + 0 + 1 +2 + 3 = 27
∑ 𝑥 = 𝑥 + 𝑥 + 𝑥 + 𝑥 + 𝑥 + 𝑥 = (−2) + (−1) + 0 + 1 +2 +3 = 19;
∑ 𝑥 = 𝑥 + 𝑥 + 𝑥 + 𝑥 + 𝑥 + 𝑥 = (−2) + (−1) + 0 + 1 + 2 + 3 = 3;
∑ 𝑥 𝑦 = 𝑥0
2𝑦
0
+ 𝑥1
2 𝑦
1
+ 𝑥2
2𝑦
2
+ 𝑥3
2𝑦
3
+ 𝑥4
2𝑦
4
+ 𝑥5
2𝑦
5
= (−2) ×14,5+(−1) × 7,5 +
0 × 4,5 + 1 × 2,5 + 2 × 2 + 3 × 4,5 = 58 + 7,5 + 0 + 2,5 + 8 + 40,5 = 116,5;
∑ 𝑥 𝑦 = 𝑥 𝑦 + 𝑥 + 𝑥 𝑦 + 𝑥 𝑦 + 𝑥 𝑦 + 𝑥 𝑦 = (−2) × 14,5 + (−1) × 7,5 + 0 ×
4,5 + 1 × 2,5 + 2 × 2 + 3 × 4,5 = −29 − 7,5 + 0 + 2,5 + 4 + 13,5 = −16,5;
∑ 𝑦 = 𝑦
0
+ 𝑦
1
+ 𝑦
2
+ 𝑦
3
+ 𝑦
4
+ 𝑦
5
= 14,5 + 7,5 + 4,5 + 2,5 + 2 + 4,5 = 35,5;
III. O sistema de equações normais descrito acima fica:
115𝑎 + 27𝑏 + 19𝑐 = 116,5
27𝑎 + 19𝑏 + 3𝑐 = −16,5
19𝑎 + 3𝑏 + 6𝑐 = 35,5
, cuja solução pode ser encontrada (ou
aproximada) por algum método conhecido para resolver sistema. Temos:
𝑎 ≅ 1,0269, 𝑏 ≅ −2,9839 𝑒 𝑐 ≅ 4,1571.
IV. Assim a parábola procurada tem equação 𝑦 = 1,0269𝑥 − 2,9839𝑥 + 4,1571
O método empregado no exemplo 04 pode ser estendido para encontrar polinômio
de qualquer grau cujo gráfico aproxime um conjunto de pontos. Porém o processo
ganha complexidade à medida que o grau do polinômio aumenta.
6.2. O caso contínuo
No caso contínuo não trabalhamos com um conjunto de dados , teremos uma
função 𝑓: [𝑎, 𝑏] → ℝ a qual aproximaremos por outra função 𝜕: [𝑎, 𝑏] → ℝ Não
podemos definir o desvio total pela soma dos desvios de cada ponto já que o conjunto
base não é mais formado por pontos isolados.Segue a definição:
Dada a função 𝑓: [𝑎, 𝑏] → ℝ , o desvio quadrado total de 𝜕: [𝑎, 𝑏] → ℝ em relação a 𝑓 é
dado por 𝑄 = ∫ (𝑓(𝑥) − 𝜕(𝑥)) 𝑑𝑥.
Exemplo 05.
Encontre uma função do primeiro grau que minimiza o desvio quadrado total em
relação à função 𝑓(𝑥) = 𝑥 + 6 no intervalo [0,1].
I. Sabemos que uma função do primeiro grau é do tipo 𝜕(𝑥) = 𝑎𝑥 + 𝑏.
II. Calculando o desvio total no intervalo dado temos:
𝑄 = ∫ ((𝑥 + 6) − (𝑎𝑥 + 𝑏)) 𝑑𝑥 =
= ∫ ((𝑥 + 6) − 2(𝑥 + 6)(𝑎𝑥 + 𝑏) + (𝑎𝑥 + 𝑏) )𝑑𝑥=
= ∫ (𝑥 + 12𝑥 + 36 − 2(𝑎𝑥 + 𝑏𝑥 + 6𝑎𝑥 + 6𝑏) + 𝑎 𝑥 +2𝑎𝑏𝑥 + 𝑏 )𝑑𝑥 =
= + 3𝑥 + 36𝑥 − 2𝑎 − 𝑏 − 6𝑎𝑥 − 12𝑏𝑥 + 𝑎 + 𝑎𝑏𝑥 + 𝑏 𝑥] =
= + 3 + 36 − − − 6𝑎 − 12𝑏 + 𝑎𝑏 + 𝑏 =
= − − + + 𝑎𝑏 + 𝑏 .
III. Como o objetivo é minimizar o valor de𝑄 = − − + + 𝑎𝑏 + 𝑏 ,
devemos anular suas derivadas parciais em relação a 𝑎 𝑒𝑏.Assim
calculamos:
𝜕𝑄
𝜕𝑎
=
−32
5
+
2𝑎
3
+ 𝑏 𝑒
𝜕𝑄
𝜕𝑏
=
−25
2
+ 𝑎 + 2𝑏
IV. Vamos igualar as duas equações a zero, teremos:
2𝑎
3
+ 𝑏 =
32
5
e 𝑎 + 2𝑏 =
25
2
. Multiplicando a primeira por 15 e a segunda por
2, obtemos o sistema:
O ajuste pelos mínimos quadrados permite, também, obter aproximações para valores
fora do intervalo considerado com certa segurança.
10𝑎 + 15𝑏 = 96
2𝑎 + 4𝑏 = 25
, resolvendo pelo processo da soma encontramos: 𝑎 =
0,9 𝑒 𝑏 = 5,8.
V. Assim, a função procurada é da equação 𝛿(𝑥) = 0,9𝑥 + 5,8.
Podemos perceber que ajustar curvas pelo processo dos mínimos
quadrados pode ser bem trabalhoso, como por exemplo, fazer o exemplo
anterior ajustando por função do segundo grau.
Você pode aprofundar seus conhecimentos consultando as referências que citamos
e/ou visitando páginas da internet. Abaixo, listamos uma página interessante que pode
ajudá-lo nessa pesquisa. Bons estudos!
https://app.uff.br/riuff/bitstream/handle/1/4174/AnaBeatrizGraca%202016-
1.PDF;jsessionid=61C5BEEE20897625C8A0E9064B259084?sequence=1
https://app.uff.br/riuff/bitstream/handle/1/4174/AnaBeatrizGraca%202016-
1.PDF;jsessionid=61C5BEEE20897625C8A0E9064B259084?sequence=1
Questão 01.Para o conjuntos de dados {(1,2), (3,9), (5,16), (7,20)} e para a reta
𝑦 = 3𝑥 − 1, marque a opção que representa todos os desvios quadrados.
A) 0,1,4 e 0
B) 3,4,4 e 6
C) 2,3,4 e 1
D) 3,4,5 e 6
E) 2,7,9 e 11
Questão 02. Usando o método dos mínimos quadrados, encontre a equação da reta
que melhor ajusta ao conjunto de dados {(1,2), (3,9), (5,16), (7,20)}.
A) 𝑦 = 𝑥 −
B) 𝑦 = 𝑥 −
C) 𝑦 = 61𝑥 − 9
D) 𝑦 = 𝑥 −
E) 𝑦 = 12𝑥 − 4
Questão 03. Aproximando a função 𝑓(𝑥) = 4𝑥 por um por um polinômio do primeiro
grau, uma reta, no intervalo [𝑎, 𝑏] = [0,1].
A) 𝜕(𝑥) = −
B) 𝜕(𝑥) = −
C) 𝜕(𝑥) = +
D) 𝜕(𝑥) = −
E) 𝜕(𝑥) = −
Questão 04. Usando o método dos mínimos quadrados, encontre a reta que melhor
se ajusta ao conjunto de dados {(1,3), (3,7), (4,9)}.
A) 𝑦 = 4𝑥 − 1
B) 𝑦 = 2𝑥 + 12
C) 𝑦 = 2𝑥 + 1
D) 𝑦 = 𝑥 − 1
E) 𝑦 = 4𝑥 − 12
Questão 05. Ache a aproximação linear através dos mínimos quadrados para os
pontos: {(1,1), (2,4), (3,8)}.
A) 𝑦 = 𝑥 − 2
B) 𝑦 = 𝑥 −
C) 𝑦 = 𝑥 −
D) 𝑦 = 𝑥 −
E) 𝑦 = 3𝑥 − 6
Questão 06. Ache a aproximação linear através dos mínimos quadrados para os
pontos: {(2,2), (4,11), (6,28), (8,40)}.
A) y = 6x − 12
B) y = 7,6x − 12,5
C) y = 6,55x − 12,5
D) y = 2,7x − 11,5
E) y = 3,2x − 11,2
Questão 07.Considere a seguinte tabela da função 𝑦 = 𝑓(𝑥). Encontre a aproximação
linear através dos mínimos quadrados para os pontos da tabela.
𝑖 0 1 2 3 4
𝑥 0.00 0.25 0.50 0.75 1.00
𝑦 1.000 1.2840 1.6487 2.1170 2.7183
A) 𝑃 (𝑥) = 0.8437𝑥 + 0.8641𝑥 + 1.0052
B) 𝑃 (𝑥) = 0.7437𝑥 + 0.6641𝑥 + 1.0052
C) 𝑃 (𝑥) = 0.8437𝑥 + 0.4641𝑥 + 2.0052
D) 𝑃 (𝑥) = 0.5437𝑥 + 0.2641𝑥 + 1.0052
E) 𝑃 (𝑥) = 0.8437𝑥 + 0.8831𝑥 + 3.0052
Questão 08. Sejam os pontos {(1,5);(2,7);(0,3)}. A reta que melhor se ajusta aos
pontos é:
A) 𝑦 = 12𝑥 − 4
B) 𝑦 = 2𝑥 + 3
C) 𝑦 = 0,7𝑥 − 1,2
D) 𝑦 = 0,4𝑥 + 1,5
E) 𝑦 = 2,2𝑥 + 1,3
GABARITO FIXANDO CONTEÚDO
Unidade 1
1 LETRA A
2 LETRA C
3 LETRA E
4 LETRA B
5 LETRA A
6 LETRA C
7 LETRA D
8 LETRA E
Unidade 2
1 LETRA E
2 LETRA D
3 LETRA D
4 LETRA C
5 LETRA C
6 LETRA A
7 LETRA A
8 LETRA A
Unidade 3
1 LETRA A
2 LETRA B
3 LETRA C
4 LETRA D
5 LETRA E
6 LETRA E
7 LETRA D
8 LETRA C
Unidade 4
1 LETRA A
2 LETRA B
3 LETRA A
4 LETRA D
5 LETRA E
6 LETRA A
7 LETRA B
8 LETRA A
Unidade 5
1 LETRA D
2 LETRA A
3 LETRA B
4 LETRA C
5 LETRA E
6 LETRA A
7 LETRA A
8 LETRA A
Unidade 6
1 LETRA A
2 LETRA B
3 LETRA A
4 LETRA C
5 LETRA E
6 LETRA C
7 LETRA A
8 LETRA B
REFERÊNCIAS BIBLIOGRÁFICAS
M. A. Gomes Ruggiero, V. L. da Rocha Lopes. Cálculo Numérico - Aspectos
Teóricos e Computacionais, 2ª edição, Editora Pearson, 1997.
M.C. Cunha. Métodos Numéricos. 2a edição, Editora da Unicamp, 2000.
N.B. Franco. Cálculo Numérico. Pearson Prentice Hall, 2007.
Richard L. Burden e J. Douglas Faires, Análise Numérica, Cengage Learning,
Tradução da 8. Ed. Americana, 2008
A. Quarteroni, F. Saleri. Cálculo Científico - Com MATLAB e Octave. (Online
grátis para internet da Unicamp)
D. S. Watkins, Fundamentals of Matrix Computations, New Jersey: John Wiley
& Sons, 3. Ed, 2010
ANTON,Howard e BUSBY, Robert C. Álgebra linear contemporânea.
Tradução Claus Ivo Doering. Porto Alegre: Bookman, 2006.
ASANO, Claudio Hirofume e COLLI, Eduardo. Cálculo numérico: fundamentos
e aplicações.2007.Disponível
em:www.ime.usp.br/~asano/LivroNumerico/Livronumerico.pdf.Acesso
em:01marc.2022.