Baixe o app para aproveitar ainda mais
Prévia do material em texto
1. Conforme disposto no crime de a lesão corporal praticada, quando resulta em deformidade permanente na vítima, incide a qualificadora prevista no art. 129, § 2º, IV, do CP.3 Assim, é correto afirma que: a) A alteração permanente da personalidade pode ser considerada como uma deformidade permanente. b) A alteração transitória da personalidade pode ser considerada como uma deformidade permanente. c) A alteração provisória da personalidade, de acordo com a jurisprudência atual, nunca pode ser considerada como uma deformidade permanente. d) A alteração permanente da personalidade não pode ser considerada como uma deformidade permanente. e) Deformidade nunca será considerada qualificadora da lesão corporal. Comentário: “letra d”; a deformidade permanente prevista no crime de lesão corporal refere-se a danos estéticos de integridade física aparente ou não, capaz de causar desconforto a quem vê ou a seu portador. Portanto, não sendo aplicáveis ao caso de lesão de personalidade da vítima. 2. Regina dá à luz seu primeiro filho, Davi. Logo após realizado o parto, ela, sob influência do estado puerperal, comparece ao berçário da maternidade, no intuito de matar Davi. No entanto, pensando tratar-se de seu filho, ela, com uma corda, asfixia Bruno, filho recém-nascido do casal Marta e Rogério, causando-lhe a morte. Descobertos os fatos, Regina é denunciada pelo crime de homicídio qualificado pela asfixia com causa de aumento de pena pela idade da vítima. Diante dos fatos acima narrados, o(a) advogado(a) de Regina, em alegações finais da primeira fase do procedimento do Tribunal do Júri, deverá requerer a) o afastamento da qualificadora, devendo Regina responder pelo crime de homicídio simples com causa de aumento, diante do erro de tipo. b) a desclassificação para o crime de infanticídio, diante do erro sobre a pessoa, não podendo ser reconhecida a agravante pelo fato de quem se pretendia atingir ser descendente da agente. c) a desclassificação para o crime de infanticídio, diante do erro na execução (aberratio ictus), podendo ser reconhecida a agravante de o crime ser contra descendente, já que são consideradas as características de quem se pretendia atingir. d) a desclassificação para o crime de infanticídio, diante do erro sobre a pessoa, podendo ser reconhecida a agravante de o crime ser contra descendente, já que são consideradas as características de quem se pretendia atingir. e) o agravamento da qualificadora, devendo Regina responder pelo crime de homicídio qualificado com causa de aumento, diante do erro de tipo. Comentário: “letra b”; Regina não irá responder pelo crime de homicídio simples pois não tinha a intenção de matar o filho de Marta e sim seu próprio filho, e como Regina ainda estava sobre influência do estado puerperal responderá pelo crime de infanticídio (art. 123 c.c art. 20, §3 do CP) pelo fato de que se pretendia atingir o próprio filho (chamado feminicídio putativo); 3. JOÃO e MARIA, mediante pacto de morte, instigação recíproca, decidem tentar o suicídio pela ingestão de gás letal. Para tanto, se trancam em um quarto totalmente fechado. Com base no disposto acima podemos afirmar que: I) Se JOÃO abre a torneira do gás, vindo ele a falecer, MARIA responde pelo art. 122, § 2 do CP. II) Se JOÃO abre a torneira do gás e sobrevive, vindo MARIA a falecer, JOÃO responde por homicídio, porque praticou ato executório de matar. III) Se ambos abrem a torneira e terceiro impede qualquer resultado, JOÃO e MARIA não respondem por nada. IV) Se terceiro abre a torneira e JOÃO e MARIA sobrevivem ilesos, pois foram salvos pelo porteiro, todos ficam impunes. a) Somente I está correta. b) I e II estão corretas. c) I e III estão corretas. d) Somente IV está correta. e) III e IV estão corretas. Comentário: “letra b”; 4. Fernando, ao encontrar com seu desafeto Silvio, desferiu contra este cinco facadas, provocando-lhe ferimentos mortais. Socorrido rapidamente, por pessoas desconhecidas, Silvio foi levado ao hospital EXERCÍCIOS DE PENAL III - COMENTADO Boa Sorte, onde morreu por efeito de substância nociva ministrada por engano pelo médico socorrista. Qual a tipificação do ato praticado por Fernando? a) Contravenção penal prevista no art. 19, Dec. Lei n.3688/1941. b) Perigo para a vida ou saúde de outrem. c) Homicídio consumado d) Homicídio tentado. e) Lesões corporais. Comentário: “letra d”; Fernando irá responder por tentativa de homicídio (art. 121, c.c art. 14, II do CP) pois o crime não foi consumado por circunstâncias alheias a sua vontade. 5. Após uma discussão em razão de futebol com um aluno palmeirense, Alexandra efetua um disparo de arma de fogo no peito dele, pretendendo causar sua morte, empreendendo fuga em seguida. Levado para o hospital por familiares, o palmeirense não é atendido pelo médico plantonista, que é corintiano, que presenciou o estado grave do paciente, mas alegava estar em greve. O aluno palmeirense vem a falecer enquanto aguardava atendimento em uma maca, ficando demonstrado que o não atendimento médico contribuiu para o resultado morte. (artigo 13, §2º do CP). Revoltados com o resultado, os familiares do aluno procuram você para assistência jurídica, pois querem ser assistentes de acusação na futura ação penal. Indagado sobre a responsabilidade penal da professora Alexandra e do médico corintiano, você deverá esclarecer que (questão anulada): a) Alexandra deverá responder por tentativa de homicídio culposo e o médico, por homicídio doloso consumado em razão da omissão. b) Alexandra deverá responder por homicídio doloso tentado e o médico, por omissão de socorro qualificada pelo resultado morte. c) Alexandra deverá responder por homicídio doloso consumado, e o médico deverá responder apenas administrativamente perante seu órgão de controle da profissão. d) Alexandra deverá responder por homicídio culposo consumado, e o médico não praticou conduta típica. e) Alexandra e o médico deverão responder por homicídio doloso consumado 6. Após o expediente, Márcio saiu com seus colegas de trabalho para comemorar o sucesso das vendas naquele mês e sua escolha como melhor funcionário do período. Ao chegarem ao bar, Márcio entregou a chave de seu carro aos colegas, alertando-os que iria beber até se embriagar e cair. Após cumprir a promessa feita aos colegas, Márcio, completamente alterado, se dirigiu até o caixa do bar para pagar sua conta. Devido a divergências quanto à quantidade de bebida consumida, Márcio iniciou uma forte discussão com o atendente do estabelecimento e arremessou a garrafa de cerveja que segurava em sua direção, acertando a cabeça do funcionário e causando-lhe ferimentos de natureza grave. Preocupado com as consequências jurídicas de seu ato, Márcio o(a) procura, na condição de advogado(a), para assistência técnica. Considerando apenas as informações expostas, sob o ponto de vista técnico, você, como advogado(a), deverá esclarecer que a conduta praticada por Márcio configura: a) crime de lesão corporal grave, diante da embriaguez culposa, podendo ser reconhecida causa de diminuição de pena, já que a embriaguez era completa. b) conduta típica e ilícita, mas não culpável, diante da embriaguez culposa, afastando a culpabilidade do agente. c) crime de lesão corporal grave, com reconhecimento de agravante, diante da embriaguez preordenada. d) crime de lesão corporal grave, diante da embriaguez voluntária. e) crime de lesão corporal simples. Comentário: “letra d”; Por se tratar de ferimentos de natureza grave o agente irá responder pelo crime de lesão corporal grave como disposto no art. 129, §1º do CP. A situação de embriaguez do agente não afasta a culpabilidade do agente por força do art. 28, II do CP onde dispõe que nãoexclui imputabilidade penal a embriaguez, voluntária ou culposa, pelo álcool ou substância de efeito analógicos.
Compartilhar